Obsessão Perigosa: Tons de Emoção 2
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O desejo de Ethan por Sophia o consome noite e dia. Ele sabe que foram seus ciúmes doentios que a afastaram, mas fará qualquer coisa para tê-la de volta. Mesmo que ele tenha que lidar com a escória do submundo.
Alistair está fascinado com Sophia. Agora que eles finalmente concordaram em ficar juntos, ele vai testar os limites dela, introduzindo-a ao seu lado mais sombrio. Mas ele precisará ser cuidadoso para não amendrontá-la... porque ele sabe que ela é boa demais para perder.
Ao mesmo tempo que Sophia está excitada com a sensualidade não-convencional de Alistair, ela tem com medo. E se ele descobrir sobre os terríveis erros que ela cometeu no passado e a rejeitar? Porque, sinceramente, quem não rejeitaria?
Beleza, bilionários e BDSM se encontram neste romance contemporâneo. Sensual e com toques de suspense, se voce gosta de 50 Tons de Cinza da E.L. James ou de romances da Audrey Carlan, Bella Andre e Carly Phillips, você vai AMAR a série EMOÇÕES da autora bestselling do jornal USA TODAY Cristiane Serruya.
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Reviews for Obsessão Perigosa
4 ratings2 reviews
- Rating: 5 out of 5 stars5/5Nesse livro começamos a conhecer a história dos três: Sofia, Alistrar e Ethan. O que aconteceu para que eles sejam tão inseguros, possessivos, quebrados por dentro e fechados para o amor? Eu amei conhecer a história de cada um e pude refletir em como alguns acontecimentos mexem com a gente. Sofia apesar de ter passado pro muitos coisas terríveis ela, é uma mulher forte que luta por aquilo que quer e ainda comanda uma empresa enorme. Será que o amor é capaz de mudá-los?
- Rating: 5 out of 5 stars5/5Por favor. Deixem disponível o livro 4 amei a história até agora e sinto me ansiosa para ler o final.
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Obsessão Perigosa - Cristiane Serruya
você!
1
Londres, A City, Victoria Embankment
Sede do Banco da Cidade de Londres
Segunda-feira, 15 de março de 2010
09:08
— Alistair Connor! — Tavish estalou os dedos na frente do rosto de seu irmão. — Acorda, droga.
Alistair olhou para o irmão mais novo e afastou os pensamentos do corpo nu de Sophia da mente. — Estou acordado, não dá pra ver?
— Então — Tavish deu uma risadinha —, devemos chamá-los ou não?
Alistair esfregou a mão na nuca e olhou timidamente para Tavish. — Acho que não estava prestando atenção. Desculpa.
— Você está mal, cara. — Um sorriso largo dividiu o rosto másculo de Tavish e ele também deu uma risada. — Nunca pensei em ver o poderoso Alistair Connor sonhando acordado.
— Não sou o poderoso Alistair Connor. E não estava sonhando… — Ele se interrompeu e sorriu. — Bem, estava. Ela é tudo que um homem poderia desejar, Tavish Uilleam.
Seu sorriso se tornou quase idiota de felicidade.
— Você falou com ela sobre a Heather?
O sorriso de Alistair se fechou. — Porra. Você tinha que estragar tudo.
— Você contou a ela sobre suas preferências?
— Ela é muito inocente e… — Alistair suspirou. — A verdade é que tenho medo de assustá-la.
— Ela tem direito de saber, Alistair Connor. Ou ela não vale a pena a mudança?
— Ela vale tudo. Qualquer coisa. — Ele olhou para fora pelas enormes janelas de seu escritório. Mas eu a machuquei. Nunca vou me desculpar por isso.
— Mas? — Tavish inclinou a cabeça, estudando o seu rosto. — Alistair Connor, eu realmente acho que você deveria ver um terapeuta. Se ela for metade do que Alice me disse… — Ele olhou nos olhos do irmão. — Ela não vai respeitar suas preferências sexuais.
— Vocês falaram sobre a Sophia pelas minhas costas? — As feições de Alistair se fecharam. — Qual é o seu interesse nela?
Tavish sustentou o olhar sombrio do irmão. — Nenhum. Meu interesse é em você. E em nossa família. Não vou ver outra Heather…
Alistair bateu com o punho na mesa assustando seu irmão. — Sophia não é nada parecida com a Heather.
— Tá bom, tá bom. — Tavish colocou as mãos para cima. — Sei disso agora… — Ele se levantou e colocou as duas mãos na mesa, inclinando-se para o irmão. — Mas e você? Está pronto para iniciar um relacionamento com ela? Um relacionamento normal e real? Ela é forte o suficiente para evitar se transformar em outra Heather? Ou você vai degradá-la como Heather fez com você?
Londres, A City, Fleet Street
Prédio da Petróleo Leibowitz
09:16
Sophia tentou em vão segurar um bocejo e deu uma risadinha para Edward, que a observava com os olhos aguçados da poltrona em frente à sua mesa.
— Não dormiu o suficiente? — Ele sorriu maliciosamente para ela.
— Não. — Sua voz ainda estava um pouco rouca e ela tocou o lenço de seda Hermès, que colocara em volta do pescoço.
— Seria correto dizer que o CEO do Banco da Cidade de Londres faz hmm… um bom trabalho?
Sophia apenas sorriu e piscou lutando contra a sonolência que tomava conta dela.
— Eu te disse, Sophia, a terceira vez é a da sorte.
Ela bocejou novamente e o sorriso de Edward se alargou. — Você conseguiu dormir pelo menos um pouco?
— Preciso de cafeína. — Ela se levantou da cadeira e se espreguiçou, olhando para ele com uma expressão impertinente no rosto. — Quer um café?
— Sim, por favor.
Ela fez dois cafés na sua máquina Nespresso e entregou um para Edward.
— Bem. Posso dizer que não dormi muito. — Ela pegou o café e sentou-se na cadeira. A lembrança deles fazendo amor no fim de semana veio à tona. — Apenas algumas horas na noite passada. Esta manhã não fui à academia, tive que me arrastar para o chuveiro e três cafés não ajudaram. Ainda estou com sono.
— Sophia, por favor, o relatório completo.
— Edward!
— Você passou o fim de semana inteiro com ele?
Ela ligou o seu iMac e olhou para a tela, corando. — Passei.
— Bom assim?
Você nem imagina. — Não. Melhor. — Ela piscou e focou no contrato na tela do computador. — Então…
— Como você avalia ele?
Bem acima da média. Ela se recusou a olhar para ele, mordendo o lábio para impedir que seu sorriso alegre aparecesse.
— Não vou te deixar em paz até que me conte tudo.
Isso a fez virar a cabeça. O sorriso de Edward era incrivelmente largo e travesso, o que o fazia parecer um menino esperando por sua história favorita.
— Bem. Eu daria a ele… um dez. — Ela sorriu quando ele se acomodou mais confortavelmente na poltrona. — Talvez onze. Mas eu nunca contaria isso para ele. Ele já é muito vaidoso. Provavelmente iria rir, assim como riu de mim o fim de semana inteiro. — Ou talvez não. Ele ficaria zangado se soubesse que eu estou fofocando com Edward sobre suas proezas sexuais. Ou não… Nossa. Ele e seu humor temperamental.
— Eeee?
Ela sussurrou: — Ele é um demônio na cama.
— Um da minha espécie. — Edward mexeu as sobrancelhas.
— Edward! Jamais pensei que você fosse tão vaidoso. — Ela franziu a testa enquanto pensava. — Não. Minto. Ele não é um demônio. É um anjo. — Um anjo? Alistair Connor? Não. Nunca.
Edward riu. — Ele não pode ser muito angelical se colocou esse olhar atrevido no seu rosto.
— Não angelical, não. Um anjo caído — concluiu ela, sorrindo. — De qualquer forma, um anjo. Ele me levou para o paraíso, talvez de forma velada, algumas vezes durante o fim de semana.
Ela riu e Edward riu com ela.
O interfone tocou e Sophia apertou o botão com um grande sorriso no rosto. — Sim?
— Sra. L, o Dr. Walter está na sua linha privada. Posso transferi-lo?
— Dr. Walter? Dr. John Walter?
— Sim, Sra. L — confirmou Sarah.
— Transfira, por favor, Sarah. — Sophia pegou o telefone e levantou-se da cadeira, aproximou-se das janelas amplas, que se estendem do chão até o teto, e olhou distraída para a bela vista do rio Tâmisa.
— Sophia? — Perguntou a voz tranquila de John Walter.
— Oi, John. Como você está? Como estão Claire e as crianças?
— Todos bem, minha querida. E você e Gabriela?
— Estamos bem. Obrigada. A que devo o prazer?
— Sophia, eu… Minha secretária recebeu uma ligação mais cedo de Alistair MacCraig pedindo uma consulta hoje às seis. Para vocês dois. Juntos.
Ah, droga. — Ah… Sim. — Por favor, diga que você não pode nos encaixar. Por favor. Por favor!
— Eu tenho uma cesariana marcada para às cinco, então, não posso te encaixar. Desculpe.
Ela suspirou aliviada. — Se não der para hoje, não se preocupe. Não é uma emergência.
— Eu queria verificar com você antes de confirmar a consulta. Achei… incomum, já que você sempre vem sozinha. Francamente, é a primeira vez que recebo esse tipo de pedido de um namorado. — Sophia ouviu-o falar com alguém e o som de um teclado. — Hmm, vamos ver… Esta semana está bem cheia. Posso te ver hoje ou amanhã, mas só ao meio-dia e meia. Não tenho outros horários esta semana. Ou pode ser na próxima semana.
— Deixe-me verificar com Alistair e ligo para a sua secretária de volta, John. Mas não se preocupe. Não é nada importante. Obrigada pela ligação. Dê um beijo na Claire e nas crianças. Até logo. — Ela desligou e ficou olhando para o telefone na mão. — Droga! — Ela bateu o pé direito no tapete.
— Algum problema? — Edward a observava com um olhar estranho no rosto. Sophia nunca batia seus pés, a menos que estivesse realmente irritada.
— Vários — murmurou ela baixinho. — Muitos. — Ainda perto da janela, ela interfonou para a secretária. — Sarah, você poderia, por favor, colocar o Sr. Alistair MacCraig na linha? — Ela desligou e se virou para Edward. — Por que estou sempre envolvida com homens mandões?
— Porque você é mandona também? Gabriel estava enfeitiçado demais com seus encantos para colocá-la na coleira. Você era a única que mandava nele. — Ele sorriu para ela. — Você encontrou alguém que parece saber como lidar com você. Se ele não fosse firme e ignorasse seus caprichos, você estaria mandando nele.
Eu?Dando ordens a Alistair Connor MacCraig? Você não tem ideia, Senhor CEO. — Et tu, Brutus? — Bufou ela, tentando manter um rosto impassível, mas falhando miseravelmente. Ela não podia ficar com raiva quando Edward estava por perto.
— Até eu, Imperatrix — brincou ele.
A boca dela se abriu em um sorriso. — Imperatrix?
— Ou devo dizer dominatrix? — Ele mexeu as sobrancelhas para ela. — Mas então, uma dominatrix não se daria bem com MacCraig.
Sophia franziu a testa para ele. — Dominatrix? Que diabos você está falando?
— Mmm, nada, Sophia. Nada. — Ela era tão sofisticada e madura para sua idade que às vezes Edward se esquecia de como ela era inocente em questões sexuais.
— Vamos, Edward. — Ela inclinou a cabeça para o lado. — Explique-se. — O interfone tocou. — Transfira, Sarah, por favor — disse ela, não dando tempo para sua secretária informar qualquer coisa. Ela foi até o banheiro, levantando o dedo indicador e falando com Edward: — Um minuto.
Ela fechou a porta e soltou sua raiva ao telefone, em voz baixa: — Você está louco, Alistair Connor? Eu te disse que estava limpa e tomando pílula. Qual é a pressa? Você não poderia ter me ligado primeiro? John quer nos ver hoje ao meio-dia. O que ele vai pensar de você? De mim? Droga, Alistair Connor. Droga!!
— Eu não sei quem é John, ou o que ele vai pensar de você ou de Alistair Connor. E não me importo — respondeu uma voz masculina e divertida, rindo. — Tudo bem, Sophia?
Não é Alistair. Acabei de dizer a um homem que estou limpa e tomando pílula. Ah, chão, por favor, me engula.
— É Sophia, não é? — Insistiu o homem, claramente se divertindo com sua explosão e pela maneira como ela havia repreendido Alistair.
— Quem…? — Gaguejou ela, incapaz de formar um pensamento coerente.
— Você está com o MacCraig errado — Ele fez uma pausa, esperando que ela dissesse alguma coisa.
Droga! Tenente-Coronel-Doutor-Lorde-Arrogância. — Lorde Tavish Uilleam?
— Sim. Como está, Sophia?
E agora, Sophia? Respire, respire.
— Ainda está aí, Sophia?
— Eu… Sim, ainda estou aqui.
— Tudo bem?
— Tudo bem, obrigada. E você, milorde? — Sussurrou ela, mortificada, escutando o sorriso divertido dele. — Poderia passar para seu irmão, por favor? Lamento que minha secretária tenha cometido o erro de ligar para você.
— Estou bem, obrigado, Sophia. — Ela ouviu quando ele respirou fundo. — Não foi um erro da sua secretária. Interceptei a chamada. Quero falar com você. Você poderia me encontrar para o almoço?
— Sozinha? — O que você quer?
— Sozinha — confirmou ele agora em um tom incisivo. — Além disso, peço que não conte a Alistair Connor.
— Milorde…
— Por favor, Sophia, me chame de Tavish Uilleam. Desculpe, tive uma impressão errada de você, mas quando meu pai me disse que você era namorada de Alistair, eu…
— Tavish Uilleam. — Ela o interrompeu. Você está tentando me alertar contra Alistair também? — Não tenho motivos para sair com você sozinha. Não tenho o hábito de mentir e não vou começar agora. Sobre o que você quer conversar comigo?
— Não dá para falar pelo telefone. Um chá, talvez?
— Só se o seu irmão se juntar a nós.
— Não, não com Alistair. E se Alice for junto?
— O que é tão secreto que Alistair não pode ouvir? Acho esse pedido extremamente incomum.
— Por favor, Sophia — insistiu ele. — Almoço ou chá. Com Alice. Você pode definir a data com ela. Vou transferir a ligação para Alistair Connor.
Ela esperava escutar o bip da transferência mas a voz de Tavish soou novamente. — Sophia, vou esperar por sua confirmação. Em breve. Aguarde, por favor.
Qual irmão é mais mandão? Perguntou ela silenciosamente para sua imagem no espelho.
— Sophia, querida, bom dia. Dormiu bem? Teve… bons sonhos?
A voz profunda de Alistair, cheia de insinuações sensuais, alcançou as entranhas de Sophia, fazendo-a esquecer tudo o que deveria dizer a ele, enquanto o desejo tomava conta de seu corpo e mente.
— Mmm, ah… — gemeu ela. E sussurrou um rouco — Oi. — Ela o ouviu rindo do outro lado da linha. Droga, Sophia. Mmm, ah … Oi? São palavras inteligentes ou coerentes? Ela se recompôs e repreendeu-o: — Alistair Connor. Não estou acostumada a ter homens dando ordens na minha agenda.
Alistair riu novamente. — Assim também espero, mo chridhe. Mas, me conte, quem está te dando ordens?
— Você.
— Eu? — A voz dele soou genuinamente surpresa. — Como se eu pudesse.
— Você tentou marcar uma consulta com o Dr. John Walter.
— Não tentei. Eu marquei uma consulta para nós dois. Conversamos sobre isso.
Sophia bufou. — Alistair, nós conversamos sobre isso, sim. Mas isso foi antes do meu pescoço e minhas coxas estarem cobertos de manchas roxas.
Um silêncio dominou a linha.
— Alistair?
— Ainda estou aqui. E estou escutando. Continue — disse ele secamente.
Ah, droga. Droga. — Eu não quis dizer…
— Ah, nae! Você quis dizer. Olha só, Sophia, eu não me importo se você está coberta de marcas de catapora ou de hematomas. Você quer continuar com o nosso relacionamento, não? Então, vamos nessa consulta. Juntos. Tenho certeza de que John pode lidar com algumas manchas roxas. — A linha dele bipou. — Espere um segundo, por favor.
Alistair não esperou pela resposta e apertou o botão do interfone: — Sim, MacKeenan? Rápido, por favor.
— Sr. MacCraig, o senhor me pediu para confirmar a consulta do Dr. Walter.
— Sim. E?
— Bem, acabei de telefonar e a secretária dele me informou que o Dr. Walter não conseguirá vê-lo às seis, mas ele deixou um horário de meio-dia e meia aberto para o senhor e a Sra. Leibowitz. É o único horário disponível dele. Hoje ou amanhã.
— Confirme para hoje, por favor. E informe ao Garrick que sairei às quinze para as onze. Ligue para Mary na Cartier também, por favor. Eu quero o anel igual a pulseira Love que comprei. E ligue para o Sr. Arkade sobre o broche de Van Clef que separei na semana passada. Envie rosas brancas para o escritório e a casa da Sra. Leibowitz. Mande cem… Não, duzentas. Cem para cada lugar. E peça que flores de laranjeira sejam colocadas entre as rosas. Ah, e MacKeenan, por favor, encontre uma boneca chamada Corolle. Veja se precisa de baterias e se há acessórios disponíveis. Compre-os todos e envie-os à Srta. Gabriela Leibowitz. Os cartões já estão prontos aqui. Assim que eu terminar a ligação você pode vir buscá-los.
— Senhor? Mary sabe o tamanho dos anéis da Sra. Leibowitz?
— Boa pergunta… Hmm, peça um tamanho dezesseis e um tamanho dezessete. É provavelmente um deles. Você entendeu tudo, MacKeenan?
— Sim, senhor. Considere feito.
— Obrigado. — Alistair apertou o botão para a ligação de Sophia. — Sophia?
— Sim, eu ainda estou esperando, meu lorde.
Alistair sorriu, ele quase podia vê-la se curvando ironicamente. Então, ele franziu a testa para o tom petulante dela. Porra, lá vou eu de novo. — Sinto muito, Sophia. Era MacKeenan confirmando nosso encontro com John. Ao meio…
— Alistair Connor! — Sophia se irritou. — Você não ouviu o que acabei de dizer?
— Você não ouviu o que acabei de dizer? — Ele repetiu as palavras, virando a pergunta para ela. Quando ela vai começar a atender aos meus desejos?
Meu Deus! O que eu fiz para merecer esse homem dominador? Ela revirou os olhos.
— Sophia?
— Sim, majestade? — Provocou ela.
Continue zombando. — Vou esperar por você na portaria, às onze e quinze ponto. Não se atrase. — Acostume-se a obedecer, Sophia!
O queixo de Sophia caiu quando ela percebeu que ele acabara de desligar. Ah, não, Alistair Connor. Você não fez isso. Ela abriu a porta do banheiro e invadiu o escritório, dizendo em voz alta: — Você está muito ferrado, muuuuito ferrado.
Edward se assustou e levantou os olhos dos papéis em seu colo. — Quem? Eu?
— Ah. — Ela parou a meio passo. Tinha esquecido que Edward estava esperando por ela. — Não, Edward. Claro que não é com você. — Ela olhou para o homem loiro na sua frente, mas viu um de olhos verdes e cabelos escuros. Um lento sorriso sinistro apareceu nas feições dela.
— O que eu fiz para merecer esse sorriso horrível? — Ele inclinou a cabeça e observou enquanto ela caminhava para sua cadeira de couro sem responder. — Sophia, estão crescendo chifres e um rabo pontudo em você. Estou quase com medo. O que aconteceu?
— Chifres e um rabo pontudo? — Perguntou ela, distraída.
— Sim, só faltam os cascos de cabra e o tridente. Você está com aquele olhar diabólico que me assusta.
— Nada. — Ela mostrou os dentes para ele levemente. — Ainda. — Ela pegou seu iPhone da sua bolsa Cartier, colocou-o no modo vibrar e o pôs apoiado no seu iMac, onde ela poderia ver facilmente a tela.
Então, ela tocou o interfone, devagar. — Sarah — A voz de Sophia era doce —, só vou receber chamadas de Gabriela a partir de agora. Por favor, não transfira nenhuma outra chamada. E informe à recepção que se o Sr. MacCraig vier aqui pessoalmente, ele deve aguardar na portaria por pelo menos cinco minutos, não, dez, antes de ter permissão para subir. — Ela virou a cadeira, encarando o computador e selecionou sua conta pessoal de e-mail.
Para: Bonitão (alistairconnor@maccraig.co.uk)
De: Sophia Santo (sophia@santo.co.uk)
Data: Segunda-feria, 15 de março de 2010 às 09:54 p.m.
Assunto: Consulta com Dr. Walter
Para o Marquês de Sou-tão-poderoso-e-dou-as-ordens-amém!
Caro Soberano,
Eu não vou.
Tenha um bom dia.
Sua humilde serva,
S.
Ela mordeu o lábio por um segundo antes e clicou no botão enviar. Esfregou uma mão contra a outra e piscou inocentemente para Edward. — Onde estávamos?
Ele gargalhou, com os olhos azuis cintilando. — Pobre, pobre MacCraig.
Ela apenas sorriu de volta para ele e virou-se para o contrato em seu computador e começou a comentá-lo.
2
O interfone tocou e Sophia respondeu: — Sim, Sarah?
— Sr. MacCraig enviou… ah… algumas flores para a senhora, Sra. L. Devo levá-las?
— Claro, Sarah. Abrirei a porta para você. — Sophia tocou o controle remoto no seu iPhone e destrancou a porta.
Edward sorriu para Sophia. — Quantos e-mails e WhatsApps até agora?
— Apenas um e-mail e nenhuma mensagem — Ela deu de ombros, desapontada. Ele deveria ficar louco. O que está acontecendo?
— Você não está curiosa, Sophia? Vamos. Abra.
— Não estou curiosa, não. — Mentirosa.
— Mentirosa — disse ele.
Ela olhou para seu iMac e de volta para Edward, que sorriu presunçosamente para ela. Controle-se, Sophia. Voltando-se para olhar o contrato, ela perguntou: — Podemos continuar?
— Por que Sarah está demorando tanto? — murmurou Sophia depois de um tempo. — Ela sabe que eu não gosto de deixar minha porta destrancada.
— Acalme-se, amor. Não há necessidade de pânico — disse Edward. — Você está num prédio seguro com vigilância vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana e Steven e Zareb estão logo ali fora…
Ele desviou o olhar do rosto dela para a porta, onde a baixinha e magrinha Sarah, estava abrindo a porta para um severo Steven e um sorridente Zareb.
Os dois homens carregavam o maior vaso de cristal que Sophia já vira, com um arranjo de rosas brancas de talo comprido, misturadas à flores de laranjeira e eucalipto.
Edward afinou os lábios em uma tentativa fútil de parar o riso, mas teve que deixar escapar enquanto olhava para o rosto atônito dela.
— Ele comprou todas as rosas brancas de Londres? — Perguntou ela a Edward, que apenas deu de ombros.
Seu iPhone escolheu esse momento para vibrar e seu número de casa apareceu na tela.
— Sim?
— Mamãe, Mamãe! — Os gritos entusiasmados de Gabriela alcançaram Edward enquanto Sophia mantinha o telefone longe de sua orelha.
— Sim, meu anjo?
— Co-ro-lle! Co-ro-lle! — Gabriela cantou. — Como ele prometeu. Ela é tão linda, Mamãe. E ele enviou um cartão para mim e cem milhões de flores. Mas eu não entendi todas as palavras. A letra dele é um pouco confusa, mas é bonita como ele.
Achando engraçado, Sophia olhou para Edward.
Ele apenas riu: — Pobre, pobre Sophia. E agora?
— Mamãe, Mamãe, posso tirar a Corolle da caixa?
— Sim, meu amor, você pode. Por que você não liga para Alistair e agradece por sua boneca?
— Vou ligar. Posso chamá-lo para jantar conosco esta noite? Posso, Mamãe?
Sophia suspirou enquanto seguia os movimentos de Sarah pela sala, arrumando o enorme vaso: — Sim, Anjo, você pode.
— E eu posso escolher a comida com Aisha? E podemos comer bolo de chocolate com sorvete de sobremesa? Podemos usar a sala de jantar?
A felicidade da menina era contagiante. — Sim, minha querida. Basta pedir a Lucy para me ligar depois, ok?
— Obrigada, Mamãe. Obrigada. Você vai chegar mais cedo para brincar com Corolle e eu?
— Não posso. Mas estarei aí às cinco. E podemos ler o cartão de Alistair juntos.
— Tudo bem, Mamãe. Te amo.
— Eu também te amo, meu amor. — Sophia desligou e, sem perceber, seus lábios se abriram em um sorriso.
— Você está tããão perdida, Sophia — Edward riu. — Esqueci quem manda em você. Uma menininha loira de quase quatro anos. E, pelo jeito, ele também sabe disso.
Ela fez uma careta para ele e ele sacudiu um cartão creme e verde-escuro para ela.
— Isso é para a Sra. Leibowitz. Vamos ler?
— Estamos curiosos hoje, não, Sr. CEO?
Edward apenas sorriu, provocando Sophia.
Londres, 15 de março de 2010.
Minha querida Sophia,
Eu nunca fui tão feliz e você é a razão disso. Você trouxe luz de volta à minha vida.
Quero te dar tanta alegria quanto você me deu nesses últimos meses. E vou me esforçar para conseguir isso. Prometo.
Eu estava errado quando disse que você era um espetáculo a ser admirado. Você é muito mais. Você é uma daquelas pessoas especiais que enfeitam a Terra de vez em quando, e ter o prazer de conhecê-la é incomparável.
Não quero apenas te contemplar, quero tê-la em meus braços. Para sempre.
Mal posso esperar para te ver novamente. Te amar novamente.
Seu,
Alistair Connor
— Sophia, sua garota sortuda. Isso é praticamente uma proposta de casamento. ‘Quero tê-la em meus braços. Para sempre.’ Tão romântico. — Ele balançou a cabeça, sorrindo. — Você deveria ligar…
— Não — interrompeu ela.
— Não? Ficou louca?
— Estou apenas estabelecendo limites. Ele está muito… seguro de si. Gosta de dar ordens e se ele acha que eu vou fazer o que ele quer, está errado. Isso vai ensiná-lo a me tratar como uma parceira, não como uma funcionária. Deixe-o sofrer um pouco. No fim das contas, como tudo na vida, um relacionamento é sobre poder. Eu só vou ceder se ele ceder também. — Ela sorriu e balançou as sobrancelhas para ele. — Pelo jeito, Edward, tenho que te dar algumas lições. Sou imbatível com esses tipos de homens.
— Sim, parece que sim — Ele meditou, balançando a cabeça e olhando para as flores. — Tantas rosas. Nunca vi nada assim. E mais em sua casa. Impressionante.
Seu iPhone vibrou com uma mensagem de Alistair. Ela ignorou a vontade de pegar o celular e ver o que ele tinha acabado de mandar para ela.
— Então, o que você acha do contrato?
— É inacreditavelmente favorável para nós… — Ele fez uma pausa, olhou para o papel em sua mão e franziu a testa. — Como Williams conseguiu cumprir todas as exigências ambientais?
O celular vibrou de novo e de novo e de novo.
Sophia nem sequer olhou para ele enquanto discutia o novo contrato que estava analisando com Edward. — Você…
O interfone tocou, interrompendo-a e ela apertou o botão. — Sim, Sarah?
— Sra. L, eu sinto muito incomodar, mas tem certeza de que temos que manter o Sr. MacCraig esperando dez minutos no saguão? — A voz de Sarah era de preocupação. — Kathleen acaba de me informar que ele está andando com passos furiosos.
— Hmm. Há quanto tempo ele está esperando?
— Cinco minutos, senhora.
O rosto de Sophia se partiu em um sorriso malicioso e ela olhou para Edward, perguntando: — Então, o que você acha?
— Bem, Imperatrix, você decide. Eu diria que ele não é um homem com quem se brinca.
— Deixe-o subir, Sarah, mas mantenha-o na minha sala de espera. Diga a ele que estou ocupada e que você não pode interromper a reunião. — Sophia soltou o interfone e pulou da cadeira, correndo para o banheiro.
Edward estava curioso demais para deixar de segui-la.
— Edward, você sabe qual é o seu problema? Por que seus parceiros te deixam tão facilmente? — Perguntou ela, enquanto pulverizava Sublime Vanille em seu longo cabelo negro e o escovava.
— Por favor, diga. Qual é o meu problema? — Edward se apoiou no batente da porta, observando enquanto Sophia colocava um pouco de rímel nos cílios e brilho transparente nos lábios.
— Você não mantém as coisas em segredo e se abre muito facilmente. Segredos não devem ser contados.
— E você, por outro lado, desde Gabriel, se enclausurou e manteve todo mundo distante, com medo de amar novamente. — Edward imediatamente se arrependeu de suas palavras quando a dor cintilou nos olhos de Sophia e eles se encheram de lágrimas.
— Não é verdade — sussurrou ela, a escova no ar.
— É, e você sabe disso. Você está com medo. Está se escondendo neste escritório desde que Gabriel morreu. Você só trabalha e trabalha. Não sai. Se não fosse pela insistência de Ashford, sua cabeça ainda estaria presa em um buraco no chão.
— Não posso me dar ao luxo de ser encontrada, Edward.
— Quem você está tentando enganar, Sophia? Eu? Você mesma? Alberto não tem provas, a polícia brasileira não vai atrás de você sem nenhuma evidência e o único criminoso desaparecido provavelmente ainda está foragido, aterrorizado com sua ira. Você é uma mulher jovem e adorável, com um grande coração esperando para ser preenchido novamente. Você tem que acabar com esse eterno luto que impôs a si mesma.
Sophia abaixou a cabeça e mordeu o lábio por algum tempo, antes de sussurrar: — Saí com Ethan. Estou agora com Alistair. Segui em frente, Edward.
— Talvez você esteja começando a seguir em frente, meu amor. Mas para fazê-lo completamente, tem que deixar a culpa para trás. Gabriel sempre será uma parte importante da sua vida. Eu nem quero imaginar como é difícil seguir em frente, mas um novo amor sempre ajuda. Posso apostar que você vai encontrá-lo nos braços de MacCraig. Ele pode ser dominador e autoritário, mas todo mundo tem falhas. — Ele a puxou para fora do banheiro e dirigiu-a para o telefone. — Ligue para Sarah e peça a ela para deixá-lo entrar. — Ele pôs os dedos sob o queixo dela para fazê-la olhar para ele — Sophia, ele não é Gabriel.
— Não me importo — ela deu de ombros. — Se ele não está satisfeito comigo como eu sou, pode ir embora.
— Olha quem fala. Você não é manipuladora, Sophia. Está tentando enganar a si mesma porque tem medo da intensidade dos seus sentimentos. Bem aqui no fundo — ele tocou levemente o coração dela com o indicador —, você também gosta dele.
Sophia olhou nos olhos azuis de Edward e assentiu. — Gosto. E disse a ele que isso não me assustava. Menti — ela inspirou fundo. — Não quero arriscar perder tudo de novo.
— Logo, você decidiu afastar todos que chegam perto do seu coração.
Ela deixou o ar sair de seus pulmões devagar, desanimada. — Meu querido amigo, sou uma malfadada Midas. O que eu toco, nem sequer se transforma em ouro. Apodrece e morre.
— Essa é a coisa mais idiota que já saiu da sua boca.
— Edward — Sophia agarrou os braços dele, suas unhas cravando no pano de seu terno: — Eu matei…
Ele colocou a mão sobre a boca dela. — Você não matou! Pare de dizer isso. Perdeu o controle. Não preciso te lembrar disso.
— Deveria ter imaginado que daria errado. Você não pode negociar com criminosos. Eles morreram por minha causa, Edward.
— Está feito. Esquece.
— Não posso. Vejo seus rostos todas as noites antes de dormir. Eles assombram meus sonhos. Não sei o que estava pensando quando fiz aquilo. Eu comecei uma instituição de caridade. Sou um advogada, pelo amor de Deus. A vingança não traria Gabriel de volta.
— Você está fazendo o que pode para se redimir. As famílias deles estão muito melhores agora do que antes. Seus filhos vão para boas escolas…
— Mas… E eu, Edward? E a minha consciência?
— Sophia, amor, só você pode se perdoar. — Edward a abraçou contra o peito. — Não pense mais sobre isso, Sophia. Promete?
— Vou tentar — sussurrou ela.
Edward lentamente a soltou dos seus braços e pegou o fone, tocando o interfone de Sarah. — Sarah, informe ao Sr. MacCraig que a reunião da Sra. L terminou, por favor. Vou abrir a porta. — Ele foi até a porta e, pouco antes de abri-la, olhou para ela. — Não tenha medo de amar de novo, Sophia.
3
Porra. Por que ela está demorando tanto? Alistair estava do outro lado da porta do escritório de Sophia, olhando para ela, como se seu mau humor pudesse coloca-la abaixo quando Edward a abriu. Ele deu um passo para trás para permitir que o outro homem passasse e estendeu a mão. — Davidoff, bom dia.
— Bom dia, MacCraig. — Edward segurou firmemente a mão de Alistair e, fitando-o de forma incisiva, abaixou a voz e murmurou: — Ela não está pronta para você. Vá devagar.
As palavras sussurradas desfizeram a profunda carranca no rosto de Alistair e ele entrou na sala num humor mais leve, mas ainda descontente. Ao observar o mar