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Doença Mental
A doença mental, em Freud, é encarada como uma defesa mental, é uma defesa contra os estímulos
desagradáveis.
• Noção de doença em Psicanálise
– A doença é uma defesa. Quanto mais grave a doença maior a defesa e mais grave o problema, i.e.
, a lesão que está por trás.
• O aparelho psíquico quando não está bem lança um alerta que é a ansiedade:
– a pessoa sente-se mal, mas não sabe porquê.
• Ansiedade é a doença infecto-contagiosa mais grave:
– à Escala Mundial, 400 milhões de pessoas sofrem de distúrbios ansiosos;
– nos EUA, 1 em cada 10 sofre de ansiedade vivida de forma patológica.
A ansiedade pode ser:
• Um sinal de sofrimento psíquico;
• Ou absolutamente necessária (comparável ao instinto de sobrevivência, frente ao perigo vou
reagir: fujo!)
Tratar a ansiedade implica tratar o sintoma, para tal é necessário desbloquear esse sentimento que não
deixa o indivíduo pensar clara e racionalmente, quando se consegue efectuar a introspecção o problema
muitas vezes fica solucionado.
Sexualidade na Criança
A descoberta, por Freud, da sexualidade na criança, desde que nasce, leva à descoberta das zonas
erógenas.
O desenvolvimento libidal da criança passa por quatro grandes fases:
• Fase Oral;
• Fase Anal;
• Fase Edipiana, elabora-se em duas etapas:
• Fase Fálica e
• Fase Genital.
Funcionamento Mental
Pode-se definir a Fase libidinal como a etapa do desenvolvimento da criança que se caracteriza por:
• uma organização, mais ou menos, acentuada na libido sob o primado da zona erógena e,
• pela predominância de uma modalidade de relação de objecto.
Em que existe uma Sucessão temporal de etapas para se ter acesso ao objecto libidinal, o indivíduo passa
sucessivamente pelo:
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– Auto-erotismo,
– Narcisismo (a libido está dispersa passa por uma operação mental, a ser investida no próprio corpo);
– Escolha de Objecto, (quando o indivíduo consegue investir parte dessa energia para a relação com os
outros) tem dois momentos.
• Escolha homossexual
• Escolha heterossexual.
• Passa de energia primária (auto-investimento) para
• Energia secundária (investida na relação de objecto).
• O núcleo do narcisismo é a auto-estima.
• Sempre que desaparece um objecto a energia nele investida volta para trás − o sujeito vai deprimir.
Outra perspectiva conduz a reconhecer diferentes etapas na evolução que resulta no primado do princípio
da realidade (1911) sobre o princípio do prazer 1 e que regem o funcionamento mental.
• Princípio da Realidade
– Do ponto de vista económico, corresponde à transformação da energia livre em energia ligada;
– Do ponto de vista tópico, caracteriza basicamente o sistema pré-consciente/consciente;
– Do ponto de vista dinâmico, este teria a sua intervenção num certo tipo de energia pulsional a qual se
encontra muito ligada ao serviço do Ego.
Quando Freud enuncia explicitamente os princípios da realidade e do prazer, como os princípios do
funcionamento psíquico, fá-lo baseando-se na hipótese que:
• as pulsões, inicialmente procuram descarregar-se, satisfazer-se pelos caminhos mais curtos. E, que
• progressivamente, vão fazendo a aprendizagem da realidade, que é a única que lhes permite atingir, através
dos desvios e dos adiamentos necessários, a tão procurada satisfação.
Quando Freud elabora o Princípio do Funcionamento Mental baseado nestes dois princípios, tenta
explicar fenómenos qualitativos, que não se podem observar, tais como: linguagem interna, recordação
imagem, sonho e alucinação.
Funcionamento Mental
Fase Oral
• Prazer situa-se ao nível da boca, e é retirado a partir da sucção do seio materno.
Karl Abraham irá subdividi-la em duas:
– Passivo-receptiva: a criança limita-se a chupar e engolir o leite;
– Activo-sádica: deriva da necessidade de destruir os alimentos para os incorporar.
Fase Anal
• Descoberta das sensações cenestésicas (e.g., carícias que a mãe faz quando muda a fralda ao bebé);
• Prazer proporcionado pelos esfíncteres: Prazer Anal;
• Prazer obtido a partir da retenção/expulsão das fezes: quando brinca com os outros − fase Anal-Sádica
(Prazer anal);
1
Este último, com inspiração no “princípio do prazer da acção” de Gustav Fechner (de quem Freud era
admirador), que defendia que os nossos actos são determinados pelo prazer ou desprazer proporcionados na
actualidade pela representação da acção a realizar ou pelas suas consequências.
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FASE EDIPIANA:
• Fase Fálica
Caracteriza-se por:
– uma unificação das pulsões parciais sob o primado dos órgãos genitais;
– Só se conhece um único órgão sexual, o sexo masculino (Falo ou falso pénis);
– E a oposição de sexos equivale à posição fálico-castrado (Inveja do pénis; Complexo de Castração)
– Surge por volta dos 2-4 anos;
– É o culminar do declínio do Complexo de Édipo, o complexo de castração é aqui predominante. (Freud, S.,
1923, “A Organização Genital Infantil”)
Epifenómenos
• Freud descobriu os seguintes epifenómenos, entre muitos outros:
– o maior número de corpúsculos tácteis e de papilas encontram-se língua e nos lábios (mucosa
inferior)
– os sonhos são: a realização alucinatória de um desejo. Mais tarde, chega à conclusão que o sonho:
• Não só é a realização alucinatória de um desejo, como é um desejo da infância.
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• Inconsciente (como causa das doenças mentais; onde se situam ideias não acessíveis à memória);
• Pré-Consciente (é o querer recordar algo e ser capaz de o fazer);
• Consciente (todas as outras coisas imediatas que estão no campo da consciência).
• A fome vai aparecer porque as células vão apresentar falta de oxigénio ou de glicose, a partir de
determinado momento a força destes sinais vai ser de uma tal intensidade que vai atravessar a
barreira, chegando assim à consciência.
• Estímulos podem ser fortes (intensidade suficiente) ou fracos (intensidade insuficiente)
• A existência de ideias incapazes de passarem do inconsciente, incapazes de se ligarem a
representações vai originar o aparecimento de doenças psicossomáticas (que são o recalcar de uma
fantasia)
• O orgânico tem importância para o psíquico (inconsciente é o ponto de confluência do orgânico com o
psíquico)
Por exemplo, ao nível psicossomático:
– úlcera duodenal (equivale a fome de afecto – é o que lhe está na origem). Incapaz de fantasiar que alguém
possa gostar dele, não vai procurá-la, e vai consome-se a si próprio.
– O que se passa é que na sua cabeça:
Afecto = alimento, logo tem o sentimento de fome
– Uma criança de tenra idade por não saber responder verbalmente aos problemas mais difíceis vai fazê-lo
fisicamente, isto é, a um estímulo físico vai responder agindo fisicamente. Em vez de pensar age:
Por exemplo, pode desenvolver uma alergia, isto porque o folheto que forma a pele é o mesmo que
forma o cérebro.
Funcionamento Mental
• Carácter primário da defesa assinala-se clinicamente pelo seu aspecto compulsivo.
• Este tipo de funcionamento mental, é particularmente evidenciado pelo sonho, cujos mecanismos
são:
Em que:
• Id: Pólo pulsional da personalidade (local de confluência do orgânico com o inconsciente psíquico);
• Ego: instância que se constitui como representante dos interesses da totalidade da pessoa e que,
como tal, é investida de líbido narcísica (capacidade de agir no Inconsciente e no Pré-consciente);
• Super-Ego: instância que julga e critica, constituída pela interiorização das exigências e
interdições parentais.
Id: parte intermédia que faz a ligação entre o orgânico e o simbólico
Recebe os estímulos orgânicos transformando-os em psíquicos. Surge então o pré-consciente e a outra
estrutura do psiquismo será o consciente (memória)
Os estímulos podem ser:
• liminares (provocam directamente a reacção, ex. Resposta perante a agressão)
• sub-liminares (suficientemente forte para provocar resposta psíquica)
Nesta tópica pode-se afirmar que o Super-ego se comporta de forma sádica para com o Ego.
• Esta teoria aproxima-se mais da forma fantasmática como o sujeito se concebe, ou talvez mais
exacto, seja dizer, como ele se constrói.
Processo Primário
• O carácter primário de defesa assinala-se clinicamente pelo seu aspecto compulsivo.
• E, em termos económicos, pelo facto de a energia posta em jogo, procurar descarregar-se de forma
total, imediata e pelos caminhos mais curtos.
• Um tipo de funcionamento mental, particularmente evidenciado pelo sonho, cujos mecanismos são o
deslocamento, a condensação e a super-determinação.
O deslocamento, pelo qual a uma representação, muitas vezes, aparentemente insignificante,
podem ser atribuídos todo o valor psíquico, o significado e a intensidade originalmente atribuídos
a outra.
A condensação numa representação única podem confluir todos os significados trazidos pelas
cadeias associativas que ali se vêm cruzar.
A super-determinação do sintoma oferece outro exemplo deste modo de funcionamento próprio
do inconsciente.
Mecanismos de Defesa
• Foi igualmente o modelo do sonho que levou Freud a postular que a finalidade do processo
inconsciente era estabelecer pelos caminhos mais curtos uma identidade de percepção, o que equivale
a dizer, uma reprodução na modalidade alucinatória, as representações, a que a vivência da
satisfação original conferiu um valor privilegiado.
É em oposição a esse modo de funcionamento mental (primário) que podem ser descritas como
processos secundários funções classicamente descritas em psicologia como o pensamento da vigília,
a atenção, o juízo, o raciocínio, a acção controlada.
• O processo secundário desempenha uma função reguladora tornada possível pela constituição do
Ego, cujo principal papel consiste em inibir o processo primário;
• Mas nem todos os processos em que intervém o Ego devem, por esse facto, ser considerados como
processos secundários!
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• No processo secundário é a identidade de pensamento que é procurada.
• Segundo Freud, “o pensamento deve seguir pelos caminhos de ligação entre as representações sem se
deixar iludir pela sua intensidade”
• Logo, o processo secundário é uma modificação do processo primário.
A oposição entre processo primário e secundário é correlativa da oposição entre princípio do
prazer e princípio da realidade.
Definição de Mecanismos de Defesa
• Conjunto de operações que visam reduzir, suprimir qualquer modificação susceptível de colocar em
risco a integridade e constância do indivíduo biopsicossocial. Na medida em que o Ego se constitui
como instância que encarna esta constância e que procura mantê-la, logo, pode ser descrito como o
sujeito e o objecto destas operações.
• O processo defensivo especifica-se em mecanismos de defesa mais ou menos integrados no Ego.
• O Ego é a região da personalidade, o “espaço” que pretende ser protegido de qualquer perturbação
(e.g., conflitos entre desejos opostos).
• E.g., Psiconeurose de defesa, o que aqui se acentua é sempre a ideia de inconciliabilidade de uma
representação com o ego;
– Os diferentes modos de defesa consistem nas diferentes formas de tratar esta representação.
– A defesa toma frequentemente um aspecto compulsivo e opera, pelo menos parcialmente, de forma
inconsciente; é marcada e infiltrada por aquilo em que incide a pulsão.