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Contabilidade Analítica I

Contabilidade Analítica I (teoria)


Índice
Capítulo I - Introdução

A empresa. A empresa industrial como modelo de estudo para a contabilidade analítica.

O património das empresas comerciais e industriais

A contabilidade analítica: Noção e Objectivos

Características diferenciadoras da contabilidade analítica face à contabilidade geral

Sistemas de ligação Contabilidade geral / contabilidade analítica

1. Sistemas monistas
1. Monista indiviso ou radical
2. Sistema diviso ou moderado
2. Sistema dualista
1. Sistema duplo-contabilístico
2. Sistema duplo-misto

Capítulo II - Custos

1. Noção de custos
2. Custos tecnológicos e custo monetário
3. As várias configurações de custos
1. custo directo, primário ou primo
2. custo industrial ou de produção
1. custo de transformação
2. custo comercial ou complexivo
4. Classificação dos custos
1. Quanto ao momento de cálculo
1. custos efectivos, reais, histórico ou “ex-post”
2. custos teóricos, pré-determinados ou “ex-ante”
2. Quanto à forma como se identificam com os produtos ou objectos de custo
1. custos directos
2. custos indirectos
3. Quanto à forma como variam com o nível de actividade (produção, vendas, ...)
1. custos variáveis
2. custos fixos
5. Aplicações práticas da separação dos custos em variáveis e fixos.
1. Elaboração de orçamentos
2. Níveis de custeio
1. custeio total
2. custeio variável
3. método de imputação
3. cálculo do ponto crítico de vendas

Capítulo III - Processo Produtivo

1. Noção de processo produtivo


2. Fases de elaboração dum produto
3. Estádio de elaboração dum produto
4. Fases do processo produtivo
5. Segmentos do processo produtivo

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Contabilidade Analítica I

1. processo segmentado
2. processo não segmentado
6. Estrutura do processo produtivo
1. linear
2. convergente
3. divergente
4. mista
7. Tipos de produção
1. produção uniforme
2. produção múltipla
1. conjunta
2. disjunta
8. Regime de fabrico
9. fabricação continua
10. fabricação descontínua
1. por séries
2. por encomenda

Capítulo IV - A medida de produção

1. Produção efectiva (Pe)


2. Produção terminada (Pt)
3. Produção em curso de fabrico (Pcf)
1. coeficientes de acabamento ( )
4. Produção diferenciada (Pd) e produção homogeneizada (Ph)
1. os coeficientes de homogeneização (Ch)

Capítulo V - Métodos de apuramento do custo de produção

1. Método directo ou de custeio por encomenda ou por ordem de fabrico


2. Método indirecto ou de custeio por processo

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Capítulo I - Introdução

1. A empresa. A empresa industrial como modelo de estudo para a Contabilidade Analítica.


2. O património das empresas comerciais e industriais
3. A Contabilidade Analítica: Noção e Objectivos
4. Características diferenciadoras da Contabilidade Analítica face à Contabilidade Geral
5. Sistemas de ligação entre a Contabilidade Geral / Contabilidade Analítica
1. Sistemas monistas
1. Monista indiviso ou radical
2. Sistema diviso ou moderado
2. Sistema dualista
1. Sistema duplo-contabilístico
2. Sistema duplo-misto
6. Exercícios

1. Noção de empresa
É um conjunto integrado de meios materiais, humanos e organizacionais, com vista à produção de bens
ou serviços, geralmente com intuito lucrativo.
Contabilidade Analítica - pretendendo tratar a informação interna das empresas para gestão e tomada de
decisões é aplicável a qualquer tipo de empresa. Interessa-nos no entanto, especialmente o caso da
empresa industrial, uma vez que nesta existem os fenómenos da produção, para além das áreas comercial,
administrativa, financeira, etc.

2. O património das empresas comerciais e industriais


Para atingir os seus objectivos, qualquer empresa dispõe de um património: conjunto de bens e direitos
(activo) e obrigações (passivo). As classes de contas do POC que representam o património da empresa
são a classe 1 (Disponibilidades), 2 (Terceiros), 3 (Existências) e 4 (Imobilizado). Não existem diferenças
nas empresas comerciais e industriais na representação do património no que se refere às classes 1, 2 e 4.
O mesmo não acontece em relação à classe 3.
Classe 3 - Existências
Empresas Comerciais

32 - Mercadorias

Empresas industriais

36 - Matérias-primas, Subsidiárias e de Consumo (existência para a produção)


33 - Produtos acabados e intermédios (existências da produção)
34 - Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
35 - Produtos e trabalhos em curso (existência em produção)

3. Noção e objectivos da Contabilidade Analítica

A Contabilidade Analítica consiste na aplicação da técnica contabilística aos fenómenos internos da


empresa, que ocorrem na área da produção, comercial, administrativa, financeira, etc, com dois objectivos
principais:

1. avaliação dos bens produzidos e vendidos


2. controlo das condições internas de exploração

Com o primeiro objectivo, a empresa procura calcular o custo dos produtos fabricados bem como o custo
dos produtos vendidos à saída do armazém, o que lhe permite apurar resultados por produtos.
Com o segundo objectivo, a Contabilidade Analítica procura identificar todos os sectores internos que
originam custos, de forma a poderem ser acompanhados, analisados e controlados. Conhecimento de
todos os custos da empresa nos diferentes sectores (área fabril), comercial e administrativa e financeira,
com vista ao seu controlo e racionalização.

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4. Havendo as duas Contabilidades, a Geral e a Analítica, em que é que se diferenciam?

a. A Contabilidade Geral é obrigatória enquanto que a Analítica é facultativa


b. A Contabilidade Geral está virada para o exterior (relação da empresa com: clientes,
fornecedores, sócios, bancos, etc). A Contabilidade Analítica está virada para o interior, dentro
da empresa. Procura captar o que se passa nas diversas áreas (área de produção, administrativa,
financeira, comercial, etc)
c. Contabilidade Geral apura resultados gerais (globais), a Contabilidade Analítica apura resultados
por produtos, regiões, mercados, actividades, etc.
d. A Contabilidade Geral contabiliza os custos segundo a sua natureza específica (classe 6 - FSE,
custos com pessoal, amortizações, custos financeiros, etc.). A Contabilidade Analítica,
contabiliza os custos de acordo com a função ou área interna (custos de produção, distribuição,
administrativos, financeiros, etc.).
e. A Contabilidade Geral elabora uma demonstração de resultados chamada Demonstrações de
Resultados por natureza ou Demonstração de Resultados Líquidos. A Contabilidade Analítica
elabora uma Demonstração de Resultados por Funções.
f. A Contabilidade Geral apura resultados anuais, a Contabilidade Analítica apura resultados em
períodos curtos, geralmente mensais. Numa empresa comercial poderá apurar resultados mensais
se utilizar o SIP (sistema de inventário permanente) e contabilizar todos os custos com
amortizações, provisões, juros, etc. Nota: a Contabilidade Geral nas empresas industriais, para
apurar resultados, precisa da informação gerada pela Contabilidade Analítica (valor das
existências de produto da produção).
g. A Contabilidade geral não é obrigada a periodificar ou mensualizar alguns custos como
amortizações, juros, empréstimos, seguros, férias, subsídio de férias e subsídio de natal. A
Contabilidade Analítica, para atingir os seus objectivos, terá que fazer essa periodificação de
custos.
h. A Contabilidade Geral utiliza o SIP ou o SII para as existências compradas ao exterior
(mercadorias e matérias-primas). Para as existências da produção (contas 33, 34 e 35), a CG
utiliza o SII. A CA terá sempre que utilizar o SIP para poder obter mensalmente o custo das
matérias consumidas e o custo dos produtos vendidos, necessário para apurar os resultados do
mês.
i. A Contabilidade Geral utiliza a digrafia (regras para creditar e debitar). A Contabilidade
Analítica pode ou não utilizar a digrafia. Se utilizar, é elaborado um plano de contas na classe 9
do POC.
j. A Contabilidade Geral contabiliza custos efectivos, reais ou históricos. A Contabilidade
Analítica também utiliza esses custos efectivos, mas também pode utilizar custos teóricos ou
pré-determinados como por exemplo: custos orçamentados, custos-padrão.

5. Sistemas de ligação Contabilidade Geral / Contabilidade Analítica

• Sistemas Monistas
o Monista indiviso ou radical
o Monista diviso ou moderado
• Sistemas Dualistas
o Duplo-contabilístico
o Duplo-Misto

Existindo as duas Contabilidades, com características referidas no ponto anterior como é que elas se
interligam, ou seja, como é que os dados de uma são transferidos para a outra e vice-versa.
Podemos considerar dois sistemas de ligação: monista e dualista conforme a ligação existente entre elas é
maior ou menor.

1. Nos sistemas monistas há uma ligação efectiva entre as duas Contabilidades, pois podem debitar-se
contas do geral por crédito em contas da Analítica e vice-versa. Tratam-se de sistemas integrados,
com um plano de contas único abrangendo as classes de 1 à 9. Se a liberdade de movimentos entre
contas do plano é total, o sistema monista diz-se indiviso ou radical. Se os movimentos entre as duas
Contabilidades são possíveis apenas entre um número muito limitado de contas, o sistema monista
diz-se diviso ou moderado. Nos sistemas dualistas as duas Contabilidades funcionam independentes

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uma da outra, significando isso que não é possível contabilizar movimentos na Contabilidade Geral
por contrapartida directa em contas da Contabilidade Analítica e vice-versa.
2. O sistema dualista diz-se duplo-contabilístico se as duas Contabilidades utilizarem digrafia. Neste
caso a Contabilidade Analítica tem necessidade de criar uma conta ou contas especiais chamadas
contas reflectidas, contas compensatórias ou contas de ligação, que são utilizadas sempre que há
movimentos entre as duas Contabilidades. O sistema dualista diz-se
duplo-misto se apenas a Contabilidade Geral utilizar a digrafia. Neste caso a Contabilidade Analítica
atingirá os seus objectivos, socorrendo-se de um apropriado conjunto de mapas, quadros, tabelas de
repartição, etc.

Capítulo II - Custos

1. Noção de Custo
2. Custo tecnológico e custo monetário
3. As várias configurações de custos
1. custo directo, primário ou primo
2. custo industrial ou de produção
1. custo de transformação
3. Custo comercial ou complexivo
4. Classificação de custos
1. Quanto ao momento de cálculo
1. Custos efectivos, reais, históricos ou "ex-post"
2. Custos teóricos, pré-determinados ou "ex-ante"
2. Quanto à forma como variam com o nível de actividade (produção, vendas,...)
1. Custos variáveis
2. Custos fixos
3. Quanto à forma como se identificam com o produto ou objecto de custo
1. custos directos
2. custos indirectos
5. Aplicações práticas da separação dos custos em variáveis e fixos
1. Elaboração de orçamentos
2. Níveis de custeio
1. Custeio total
2. Custeio variável
3. Método de imputação racional
3. Cálculo do ponto crítico de vendas ou break-even point

1. Noção de Custos
Custo é o valor dos consumos ocorridos nas áreas da produção, comercial administrativa, financeira etc,
Os custos são contabilizados na CG segundo a sua natureza específica, nas contas da classe 6. São
contabilizados por funções na CA em contas da classe 9.

2. Custos tecnológicos e custo monetário


Custos tecnológicos de um produto é a quantidade de cada um dos diferentes factores de produção
necessária para o produzir.
Custo monetário é o custo tecnológico expresso em unidades monetárias.
exemplo: para produzir uma unidade do produto p.

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M.Prima Quant C.Unit C.Total


mat1 10Kg 5€ 50€
mat2 2Kg 1€ 2€
MOD 3h 5€ 15€
E.eléctrica 10Kw/h 0,1€ 1€
Máq x 2hm 15€ 30€
custos custos
tecnológicos monetários

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Custo Directo (CD): Custos que se identificam de forma directa com o produto

• matérias-primas (matérias directas)


• mão-de-obra directa (que trabalha as matérias-primas)

CD=MP + MOD

Custo Industrial ou de Produção: Soma de todos os custos da área fabril que directa ou indirectamente
são necessários para o fabrico dos produtos.

CI=MP+MOD+GGF=CD+GGF

Custo de Transformação (CT): Soma dos custos necessários para transformar as matérias-primas em
produtos acabados.

CT=MOD+GGF

CI=MP+CT

Nota: de acordo com o POC, capitulo 5 - Valorimetria, os produtos fabricados são valorizados ao custo
industrial. Os custos com matérias-primas, MOD e GGF transformam-se em custos dos produtos
(existências). Os custos não fabris (custos de distribuição, administrativos e financeiros) são custos do
período (custos do mês), sendo transferidos para resultados.
Custo Comercial ou Complexivo: soma do custo industrial com os custos não fabris (custos de
distribuição, administrativos e financeiros)

CC=CI+CD+C.Adm+C.Fin

3. Custo Comercial ou Complexivo (CC): É a soma do custo industrial com os restantes custos
da empresa (custos de distribuição ou comerciais, custos administrativos ou financeiros). Os
custos não fabris aparecem frequentemente agrupados com a designação de “gastos de venda”
(GV).

CC = CI + GV

Custos

• incorporados nos produtos


• não incorporados nos produtos

4. Classificações dos custos

Podemos considerar numerosas classificações nos custos, conforme o ponto de vista adoptado.

4.1. Quanto ao momento do cálculo, os custos podem ser:

4.1.1. Efectivos

4.1.2. Teóricos

4.1.1.Custos efectivos – são aqueles que são conhecidos apenas após a sua ocorrência. Por exemplo os
custos da produção do mês passado serão normalmente já conhecidos neste momento (já ocorreram).

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4.1.2.Custos teóricos ou prédeterminados – Quando são determinados ainda antes da sua ocorrência.
Por exemplo: os custos constantes de um orçamento, são custos teóricos, pois ainda não ocorreram.

4.2. Custos directos e indirectos – quanto à forma como se identificam com os produtos. Os custos
podem ser directos ou indirectos.

São custos directos os que de forma imediata e objectiva se relacionam com o produto (ou objecto de
custos). Por exemplo a matéria-prima que dá directamente origem ao produto e a mão-de-obra directa que
trabalha directamente o produto.

Os custos dizem-se indirectos – se não é possível uma identificação imediata com o produto ou objecto de
custeio. Por exemplo alguns custos da área fabril (despesas de manutenção, amortizações dos
equipamentos e instalações fabris, seguros dos mesmos, telefones da área fabril, material de escritório da
área fabril, mão-de-obra da área fabril, excepto a mão-de-obra directa, electricidade da área fabril,...

Os custos indirectos – têm que ser imputados aos produtos de acordo com critérios subjectivos, pouco
rigorosos, dependentes de cada pessoa. Os custos indirectos são um problema a resolver para a
contabilidade analítica.

4.3. Quanto à forma como os custos variam com o nível de actividade (produção, vendas, etc), os
custos podem ser variáveis ou fixos.

Custos variáveis – são os que variam com a actividade. Por exemplo, se a produção aumentar, esses
custos aumentam, se diminuir, os custos diminuem, se não houver produção, esses custos não existem.

Exemplos:

Na área da produção: matérias-primas, subsidiárias, horas extraordinárias e prémios de produção, energia


motriz (consumo de energia pelas máquinas – várias formas de energia)

Na área comercial: comissões dos vendedores, transportes dos produtos, material de embalagem.

Custos administrativos: geralmente, nesta área não se consideram custos variáveis

Noção de custos fixos – são custos independentes do nível de actividade.

Exemplos: amortizações de instalações e equipamentos, seguros de instalações, electricidade ou


iluminação, telefone, material de escritório, ordenados e encargos, impostos e taxas.

Aos custos fixos também se dá o nome de custos ou encargos de estrutura, pois são originados
fundamentalmente pela estrutura física da empresa:

Nível das instalações, dos equipamentos e do pessoal. Enquanto a estrutura actual se mantiver, os custos
fixos tendem para um valor mais ou menos estável.
CT=CV+CF
Custos
Custos totais
CV

CF

quant

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Custos unitários

prejuízo
Preço unitário

lucro
Cv unitário

Cf unitário

a) Elaboração de orçamentos
Os custos variáveis são orçamentados de forma completamente diferente dos custos fixos. Por exemplo
para orçamentar o custo com matérias a consumir ou comissões de vendas, será necessário fixar
previamente o nível de actividade:
- quantidades a produzir e a vender
Os custos fixos são orçamentados, tendo geralmente em consideração o histórico anterior. Por exemplo o
orçamento de material de escritório, comunicações, ordenados, seguros seria o valor real do ano anterior,
apenas actualizado pela taxa de inflacção prevista.
b) Níveis de custeio
No cálculo do custo de produção podemos considerar três níveis de custeio, conforme o maior ou menor
volume de custos variáveis e fixos, da área da produção, imputados aos produtos:
• Custeio total
• Custeio variável
• Método de imputação racional

No custeio total, também chamado de full costing ou absorption costing são imputados ao custo dos
produtos todos os custos fabris, variáveis e fixos. É este o nível de custeio básico adoptado pelo POC (cap
5 – Valorimetria).
No custeio variável, também chamado de direct costing são imputados aos produtos fabricados apenas os
custos variáveis. Os custos fixos serão considerados custos do período e transferidos directamente para
resultados.
O nosso POC não aceita a valorimetria “custo variável”. No entanto, considerando a sua importância para
a gestão e tomada de decisões, nada impede que a empresa o utilize durante o ano, revalorizando no fim
do ano, para efeitos de balanço as existências, de acordo com os critérios do POC.
No método de imputação racional, são imputados aos produtos fabricados, os custos variáveis e um
volume maior ou menor de custos fixos de acordo com a maior ou menos utilização da capacidade
produtiva, relativamente à produção normal. Quer isto dizer que se num dado período se produziu a 70%
da produção normal, seria de imputar à produção apenas 70% dos custos fixos, uma vez que estivemos a
utilizar menos intensivamente a capacidade instalada (que originava os custos fixos, instalações,
equipamentos, mão-de-obra). O método de imputação racional é aceite pelo nosso POC. Seria mais
racional que os custos fixos fossem imputados dessa forma.

P
Cut (método imputação racional)
Cut (custeio total)

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3. Cálculo do Ponto Crítico de Vendas


Ponto crítico de vendas é o volume de vendas para o qual não há lucro nem prejuízo, ou é o volume de
vendas para o qual a margem sobre o custo variável (vendas – custos variáveis) é igual aos custos fixos.
Ao ponto crítico das vendas também se chama ponto morto, ponto de equilíbrio, limiar de rendibilidade
ou break-even point.
Exemplo:
Custos fixos Custos variáveis
61 – C.Mat.Consumidas 40.000 500.000
62 – FSE 70.000 30.000
64 – Custos c/ Pessoal 90.000 10.000
66 – Amortizações 80.000 -
68 – C. Financeiros 20.000 10.000
300.000 550.000
71 - Vendas 950.000

Para determinar o Ponto Crítico das Vendas:

V – Vendas actuais em valor


V’ – Vendas no ponto critico em valor
Q – Vendas actuais em quantidade
Q’ – Vendas no ponto crítico em quantidade
CF – Custos fixos totais
CV – Custos variáveis totais
Cv – Custo variável unitário cv = CV / Q
P = Preço de venda

V
CT

CV

V’

CF

Q’
Ponto crítico é o volume de vendas em quantidade ou valor, em que não há lucro nem prejuízo.

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Capítulo III - Processo Produtivo

1. Noção de processo produtivo


2. Fases de elaboração dum produto
3. Estádio de elaboração dum produto
4. Fases do processo produtivo
5. Segmentos do processo produtivo

1. processo segmentado
2. processo não segmentado

6. Estrutura do processo produtivo

1. linear
2. convergente
3. divergente
4. mista

7. Tipos de produção

1. produção uniforme
2. produção múltipla

1. conjunta
2. disjunta

8. Regime de fabrico
1. Fabricação continua
2. Fabricação descontínua

1. por séries
2. por encomenda

1. Noção de processo produtivo – Conjunto de operações de natureza produtiva necessárias para


transformar as matérias-primas em produto acabado.
2. Fases de elaboração dum produto – São as sucessivas alterações que é possível observar no
produto durante o seu processo de transformação.
3. Estádio de elaboração dum produto – É a parte já decorrida do processo produtivo.
4. Fases do processo produtivo – É o conjunto de operações realizadas entre duas fases sucessivas de
elaboração de um produto.
5. Segmentos do processo produtivo

Processo produtivo não segmentado


0 1

fase a fase b fase c


0 Processo produtivo segmentado 1

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O processo produtivo pode idealmente ser visto e representado por um segmento de recta divisível ou
não, em segmentos menores.
O processo diz-se segmentado se admite essa divisão, constituindo cada divisão o conjunto de operações
uma fase de fabrico ou fase do processo produtivo.

O processo produtivo não segmentado não admite a divisão.

6. A estrutura do processo produtivo – mostra a forma como as sucessivas operações se combinam


no decurso do processo produtivo. Neste sentido, a estrutura pode ser linear, convergente, divergente
ou mista. Se o número de fases de fabrico for elevado, a estrutura refere-se à forma como essas fases
se combinam e não apenas ser operações simples. A estrutura diz-se linear se a cada operação se
sucede de forma directa uma e só uma operação, formando uma série linear de operações.

A1 Æ A2 Æ... Æ An

Diz-se convergente se uma dada operação é precedida de duas ou mais séries lineares de operações.

A1 Æ A2 Æ A3
C1 Æ C2 Æ ... Æ Cn
B1 Æ B2

Diz-se divergente se uma dada operação se sucedem duas ou mais séries lineares de operações

B1 Æ B2 Æ ... Æ Bn

A1 Æ A2 Æ A3

C1 Æ C2 Æ ... Æ Cn

Finalmente diz-se mista se consiste numa combinação de duas ou mais das estruturas anteriores.

A2 D1
A1 Æ C1 Æ C2
B1 E1 Æ E2 Æ ... Æ En

7. Tipos de produção – Considerando o número de produtos fabricados a produção pode ser uniforme
ou múltipla. Diz-se uniforme se se fabrica um único produto. Diz-se múltipla se se fabricam dois ou
mais produtos. A produção múltipla pode ser conjunta ou disjunta. Diz-se conjunta se da mesma
matéria-prima resultam necessariamente e em simultâneo dois ou mais produtos. Se esses produtos
tiveram valor económico semelhante (preços de venda semelhantes) dizemos que, da produção
conjunta resultaram co-produtos. Frequentemente um dos produtos conjuntos tem um valor
económico muito superior ao outro. Falaremos então em produto principal e produto secundário. Na
Contabilidade Geral o produto principal é contabilizado na conta 33 – Produtos acabados e
intermédios. O produto secundário é contabilizado na conta 34 – Subprodutos, desperdícios, resíduos
e refugos. Exemplos de indústrias com subprodutos:
a. Indústria de extracção de óleos alimentares
i. matéria-prima: semente de girassol, soja, amendoim, algodão (sementes
oleaginosas), soja.
ii. Produto principal: óleo bruto
iii. Subproduto: farinha (matéria prima na indústria das rações)
b. Indústria de refinação de óleos alimentares
i. Matéria-prima: óleo bruto
ii. Produto principal: óleo refinado
iii. Subprodutos: oleínas (matéria prima na industria de sabões) e margarinas
(matéria-prima na indústria de margarinas)
c. Indústria das rolhas

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i. Matéria prima: cortiça


ii. Produto principal: rolhas
iii. Subproduto:
1. serrim (matéria prima na indústria dos aglomerados ou como
combustível para as caldeiras)
2. aparas ou lenha (matéria prima na ind aglomerados), combustível
para fogões, caldeiras, etc.
d. Indústria da cerveja
i. Matérias primas: cevada, água, lúpulo e malte
ii. Produto principal: cerveja
iii. Subproduto:

Quando há produção da qual resulta um subproduto, os critérios normais de custeio da produção,


conduzem geralmente a um custo para o subproduto superior ao seu valor de venda , o que não faria
sentido em termos económicos. Nestes casos considera-se que o subproduto tem um custo igual ao seu
valor líquido de venda (preço de venda – despesas de venda). O custo do produto principal é obtido,
subtraindo ao custo total da produção, o custo dos subprodutos obtidos, valorizados desta forma. O
subproduto é então, um produto de lucro nulo, sendo todo o lucro obtido pelo produto principal.

Separação dos quatro tipos: subprodutos, desperdícios, resíduos ou refugos. Separam-se normalmente
pelo seu valor que cada vez é menor, respectivamente. Os desperdícios, resíduos e refugos são outros
produtos secundários, geralmente de valor muito baixo. Os desperdícios são geralmente considerados
como tendo custo nulo, sendo o seu valor de venda considerado lucro. Os resíduos e refugos são também
considerados de custos nulo, vendendo-se por vezes, mas havendo necessidade outras vezes, de pagar
para serem removidos da empresa.

A produção diz-se disjunta se os vários produtos fabricados são obtidos de forma independente uns dos
outros, sendo portanto todos objecto do negócio normal da empresa.
Exemplo: na indústria de móveis – as mesas, secretárias, camas, guarda-louças, etc. – tudo o que a
empresa fabrica.

8. Regimes de fabrico

O regime de fabrico indica a forma como os diversos factores de produção (matérias-primas, mão-de-obra
directa e gastos gerais de fabrico) são imputados em cada momento à produção. Neste sentido, a
fabricação pode ser contínua ou descontínua.
Diz-se contínua se os factores de produção estão permanentemente afectos ao fabrico de um dado
produto, não havendo necessidade de interromper o fabrico de um dos produtos para se poderem produzir
outros, com diferentes combinações dos factores de produção. É típica da produção uniforme. A
fabricação diz-se descontínua quando é necessário interromper a fabricação de uns produtos para se
poderem produzir outros. A fabricação descontínua pode ser por séries ou por encomenda. Diz-se por
séries quando os produtos fabricados se destinam geralmente ao armazém para venda posterior, sendo as
características técnicas dos produtos definidas exclusivamente pela empresa. Diz-se por encomendas
quando a produção resulta de uma solicitação prévia dos clientes sendo as especificações técnicas dos
produtos definidas apenas pelos clientes, apenas pela empresa ou pelos dois em conjunto.

Capítulo IV – A Medida da Produção

1. Produção efectiva (Pe)


2. Produção terminada (Pt)
3. Produção em curso de fabrico (Pcf)
4. Produção equivalente à acabada (UEA)
a. coeficientes de acabamento ( )
5. Produção diferenciada (Pd) e produção homogeneizada (Ph)
a. Coeficientes de homogeneização (ch)
6. Exercícios

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1. Produção efectiva de um período é a produção que efectivamente se produziu nesse período, esteja
ou não totalmente acabada.
2. Produção terminada num período é a produção que tendo sofrido todas as transformações na fase
de fabrico em que se encontra, foi transferida para a fase ou fases seguintes ou para armazém. Tal
como a produção efectiva é normalmente calculada para cada fase de fabrico. A produção terminada
no período, pode ter sido iniciada e concluída nesse período ou iniciada em períodos anteriores
concluída neste período.
3. Produção em curso de fabrico é a produção que num dado momento está ainda nas linhas de
produção, não estando portanto, na fase de fabrico em que se encontra, em condições de ser
transferida para a fase seguinte ou para armazém.
So Sf
pcf pcf
Pt

0 Pe 1

Início do Fim do
período período

Pe = Pt + Sf pcf – So pcf

A Pe não é observada no período, não pode ser calculada directamente, é uma soma de produções dentro
de um período. A Pe do mês é que originou os custos do mês.

4. Produção equivalente a acabada no cálculo da produção efectiva estamos a somar algebricamente


produção terminada (100% de acabamento) com produção em curso de fabrico, que portanto, não
está acabada, apresentando um dado coeficiente de acabamento. Devemos considerar então o stock
final e stock inicial de Pcf com o coeficiente de acabamento que eles apresentavam no momento. A
fórmula anterior virá então:

Pe = Pt + coef x Sf pcf – coef x So pcf

O coeficiente de acabamento de um produto em relação a um dado factor de produção é dado pelo


quociente entre a quantidade desse factor já incorporada no produto e a quantidade total desse factor que é
necessária para o produzir.

Coeficiente = Quantidade do factor já incorporado


Quantidade total necessária desse factor

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Contabilidade Analítica I

Exemplos: se para fabricar um produto X são necessários 20 horas de mão-de-obra directa e, num dado
momento, o produto já tem 5 horas de mão-de-obra, então, o coeficiente de acabamento desse produto em
relação ao factor mão-de-obra directa é de 25%

Coef = (5 horas) / (20 horas) = 0,25 = 25%

Há uma Pe para cada um dos factores de produção. A Pe não é única para um produto. Como os diversos
factores de produção são incorporados nos produtos de forma diferente e em momentos diferentes, o
coeficiente de acabamento do produto em relação a matérias, mão-de-obra directa e gastos gerais de
fabrico serão diferentes. Significa isto que existirá, não uma produção efectiva única, mas sim uma
produção efectiva para cada factor de produção. Podemos considerar duas formas diferentes de
incorporação dos factores de produção:

• Incorporação instantânea ou pontual


• Incorporação linear ou contínua ou constante

Na incorporação pontual o factor é incorporado num dado ponto do processo produtivo. Antes desse
ponto ou instante, o produto não tem ainda o factor incorporado (0% de acabamento); Depois desse ponto
ou instante o produto já tem esse factor incorporado (100% de acabamento ou incorporação).

Na incorporação linear ou contínua o factor é incorporado num dado intervalo do processo produtivo ou
durante todo ele, de uma forma continuada. O grau de acabamento, neste caso, varia de 0% até 100%.
Nota: consideraremos a expressão coeficiente de acabamento temporal para indicar o ponto do processo
produtivo onde um dado stock de produtos está localizado, utilizando-se também, por vezes a expressão
coeficiente de acabamento. Nesse ponto concreto haverá então que analisar e calcular os coeficientes de
acabamento referentes a cada factor de produção.

5. Produção diferenciada (Pd) e produção homogeneizada (Ph)

Produção diferenciada (Pd) é a produção de diferentes produtos cada um medido na sua unidade de
medida. Por exemplo, P1 medido em caixas, P2 em latas, P3 em sacos, etc.

Produção homogeneizada (Ph) é a produção de diferentes produtos, medida numa unidade comum. Essa
unidade é chamada de unidade homogeneizadora. A produção homogeneizada é calculada utilizando
coeficientes de homogeneização (ch). Estes coeficientes representam os consumos por unidade de um
dado factor pelos diferentes produtos. Por exemplo se no mês passado se produziram os produtos P1, P2 e
P3, que consumiram a matéria-prima M2, sendo que o P1 gasta 5 kg, o P2 gasta 2 kg e o P3 gasta 8 kg,
então 5, 2 e 8 podem ser utilizados como coeficientes de homogeneização em relação à matéria M2.

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Capítulo V - Métodos de apuramento do custo de produção

1. Método directo ou de custeio por encomenda ou por ordem de fabrico


2. Método indirecto ou de custeio por processos

No cálculo dos custos da produção podem ser utilizados dois métodos diferentes, correspondentes a
situações diferentes. Numa dada empresa podem ser utilizados simultaneamente os dois métodos, um para
uns produtos e outro para outros, bem como um método numa dada fase de fabrico e o outro noutra fase,
naturalmente se as situações específicas conduzirem a esses métodos. O mais normal é a utilização em
cada empresa de um só dos métodos.

1. O método directo, também chamado de método de custeio por ordens de fabrico ou por encomenda é
utilizado nas situações em que cada “produto” é um caso específico diferente dos outros.

Isto acontece no sector da construção civil, no sector das obras públicas, nas empresas que produzem por
encomenda e nas empresas que produzem por ordens de fabrico. Nestes casos, cada prédio, cada obra,
cada encomenda, cada ordem de fabrico é um caso individual, de que queremos conhecer o respectivo
custo.

Exemplos:

• Uma empresa de construção civil abre uma conta para cada prédio
• Uma fábrica de cerveja (produção contínua)

Na contabilidade analítica, abrimos uma conta para cada prédio, obra, encomenda, etc. Essas contas serão
debitadas enquanto decorrer a produção, pelo consumo das matérias-primas e outros materiais, pelo custo
da mão-de-obra utilizada e pelos gastos gerais de fabrico, imputáveis a cada um dos produtos. O valor
acumulado a débito da conta de cada produto (conta de fabricação ou produção, indicará em cada
momento o custo respectivo). Quando o “produto” estiver concluído, o valor a débito indicará o seu custo.
Nessa altura, a sua conta de produção será creditada por débito da conta de produtos acabados ou custo
dos produtos vendidos.

2.O método indirecto ou de custeio por processos é utilizado nas chamadas indústrias de processo, ou
seja indústrias de fabrico continuamente o mesmo produto ou produtos durante todo o ano. Nestes casos,
como por exemplo, indústria das cervejas, indústria cimenteira, indústria química, indústria de material
eléctrico, indústria alimentar (a maioria das empresas utiliza o método indirecto).

A produção repete-se sistematicamente ao longo do ano. Torna-se necessário definir um período de


custeio (geralmente um mês). Para esse período teremos que quantificar a produção realizada (produção
efectiva, produção terminada, produção em curso de fabrico), tendo em conta os coeficientes de
acabamento respectivos. Igualmente será necessário calcular o custo da produção efectiva, tendo em conta
os coeficiente de homogeneização, o custo da produção terminada, tendo em conta um método de custeio
das saídas (FIFO, LIFO, custo médio) e o custo dos produtos em curso de fabrico no fim do período,
tendo em conta o seu grau de acabamento. Este processo repetir-se-á em cada período de custeio.

Contabilísticamente na classe 9 será aberta uma conta de fabricação para cada fase de fabrico, essas
contas serão debitadas durante o mês pelo consumo das matérias-primas em cada fase, pela mão-de-obra
utilizada e pelos restantes gastos fabris. Depois de calculado o custo da produção terminada em cada fase,
a conta de fabricação respectiva, será creditada por débito da conta de fabricação da fase seguinte ou da
conta de produtos acabados e intermédios, se a produção terminada for transferida para armazém.

Nota: os exercícios seguintes serão resolvidos pelo método indirecto.

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