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1. Sistemas monistas
1. Monista indiviso ou radical
2. Sistema diviso ou moderado
2. Sistema dualista
1. Sistema duplo-contabilístico
2. Sistema duplo-misto
Capítulo II - Custos
1. Noção de custos
2. Custos tecnológicos e custo monetário
3. As várias configurações de custos
1. custo directo, primário ou primo
2. custo industrial ou de produção
1. custo de transformação
2. custo comercial ou complexivo
4. Classificação dos custos
1. Quanto ao momento de cálculo
1. custos efectivos, reais, histórico ou “ex-post”
2. custos teóricos, pré-determinados ou “ex-ante”
2. Quanto à forma como se identificam com os produtos ou objectos de custo
1. custos directos
2. custos indirectos
3. Quanto à forma como variam com o nível de actividade (produção, vendas, ...)
1. custos variáveis
2. custos fixos
5. Aplicações práticas da separação dos custos em variáveis e fixos.
1. Elaboração de orçamentos
2. Níveis de custeio
1. custeio total
2. custeio variável
3. método de imputação
3. cálculo do ponto crítico de vendas
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Contabilidade Analítica I
1. processo segmentado
2. processo não segmentado
6. Estrutura do processo produtivo
1. linear
2. convergente
3. divergente
4. mista
7. Tipos de produção
1. produção uniforme
2. produção múltipla
1. conjunta
2. disjunta
8. Regime de fabrico
9. fabricação continua
10. fabricação descontínua
1. por séries
2. por encomenda
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Contabilidade Analítica I
Capítulo I - Introdução
1. Noção de empresa
É um conjunto integrado de meios materiais, humanos e organizacionais, com vista à produção de bens
ou serviços, geralmente com intuito lucrativo.
Contabilidade Analítica - pretendendo tratar a informação interna das empresas para gestão e tomada de
decisões é aplicável a qualquer tipo de empresa. Interessa-nos no entanto, especialmente o caso da
empresa industrial, uma vez que nesta existem os fenómenos da produção, para além das áreas comercial,
administrativa, financeira, etc.
32 - Mercadorias
Empresas industriais
Com o primeiro objectivo, a empresa procura calcular o custo dos produtos fabricados bem como o custo
dos produtos vendidos à saída do armazém, o que lhe permite apurar resultados por produtos.
Com o segundo objectivo, a Contabilidade Analítica procura identificar todos os sectores internos que
originam custos, de forma a poderem ser acompanhados, analisados e controlados. Conhecimento de
todos os custos da empresa nos diferentes sectores (área fabril), comercial e administrativa e financeira,
com vista ao seu controlo e racionalização.
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Contabilidade Analítica I
• Sistemas Monistas
o Monista indiviso ou radical
o Monista diviso ou moderado
• Sistemas Dualistas
o Duplo-contabilístico
o Duplo-Misto
Existindo as duas Contabilidades, com características referidas no ponto anterior como é que elas se
interligam, ou seja, como é que os dados de uma são transferidos para a outra e vice-versa.
Podemos considerar dois sistemas de ligação: monista e dualista conforme a ligação existente entre elas é
maior ou menor.
1. Nos sistemas monistas há uma ligação efectiva entre as duas Contabilidades, pois podem debitar-se
contas do geral por crédito em contas da Analítica e vice-versa. Tratam-se de sistemas integrados,
com um plano de contas único abrangendo as classes de 1 à 9. Se a liberdade de movimentos entre
contas do plano é total, o sistema monista diz-se indiviso ou radical. Se os movimentos entre as duas
Contabilidades são possíveis apenas entre um número muito limitado de contas, o sistema monista
diz-se diviso ou moderado. Nos sistemas dualistas as duas Contabilidades funcionam independentes
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Contabilidade Analítica I
uma da outra, significando isso que não é possível contabilizar movimentos na Contabilidade Geral
por contrapartida directa em contas da Contabilidade Analítica e vice-versa.
2. O sistema dualista diz-se duplo-contabilístico se as duas Contabilidades utilizarem digrafia. Neste
caso a Contabilidade Analítica tem necessidade de criar uma conta ou contas especiais chamadas
contas reflectidas, contas compensatórias ou contas de ligação, que são utilizadas sempre que há
movimentos entre as duas Contabilidades. O sistema dualista diz-se
duplo-misto se apenas a Contabilidade Geral utilizar a digrafia. Neste caso a Contabilidade Analítica
atingirá os seus objectivos, socorrendo-se de um apropriado conjunto de mapas, quadros, tabelas de
repartição, etc.
Capítulo II - Custos
1. Noção de Custo
2. Custo tecnológico e custo monetário
3. As várias configurações de custos
1. custo directo, primário ou primo
2. custo industrial ou de produção
1. custo de transformação
3. Custo comercial ou complexivo
4. Classificação de custos
1. Quanto ao momento de cálculo
1. Custos efectivos, reais, históricos ou "ex-post"
2. Custos teóricos, pré-determinados ou "ex-ante"
2. Quanto à forma como variam com o nível de actividade (produção, vendas,...)
1. Custos variáveis
2. Custos fixos
3. Quanto à forma como se identificam com o produto ou objecto de custo
1. custos directos
2. custos indirectos
5. Aplicações práticas da separação dos custos em variáveis e fixos
1. Elaboração de orçamentos
2. Níveis de custeio
1. Custeio total
2. Custeio variável
3. Método de imputação racional
3. Cálculo do ponto crítico de vendas ou break-even point
1. Noção de Custos
Custo é o valor dos consumos ocorridos nas áreas da produção, comercial administrativa, financeira etc,
Os custos são contabilizados na CG segundo a sua natureza específica, nas contas da classe 6. São
contabilizados por funções na CA em contas da classe 9.
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Contabilidade Analítica I
Custo Directo (CD): Custos que se identificam de forma directa com o produto
CD=MP + MOD
Custo Industrial ou de Produção: Soma de todos os custos da área fabril que directa ou indirectamente
são necessários para o fabrico dos produtos.
CI=MP+MOD+GGF=CD+GGF
Custo de Transformação (CT): Soma dos custos necessários para transformar as matérias-primas em
produtos acabados.
CT=MOD+GGF
CI=MP+CT
Nota: de acordo com o POC, capitulo 5 - Valorimetria, os produtos fabricados são valorizados ao custo
industrial. Os custos com matérias-primas, MOD e GGF transformam-se em custos dos produtos
(existências). Os custos não fabris (custos de distribuição, administrativos e financeiros) são custos do
período (custos do mês), sendo transferidos para resultados.
Custo Comercial ou Complexivo: soma do custo industrial com os custos não fabris (custos de
distribuição, administrativos e financeiros)
CC=CI+CD+C.Adm+C.Fin
3. Custo Comercial ou Complexivo (CC): É a soma do custo industrial com os restantes custos
da empresa (custos de distribuição ou comerciais, custos administrativos ou financeiros). Os
custos não fabris aparecem frequentemente agrupados com a designação de “gastos de venda”
(GV).
CC = CI + GV
Custos
Podemos considerar numerosas classificações nos custos, conforme o ponto de vista adoptado.
4.1.1. Efectivos
4.1.2. Teóricos
4.1.1.Custos efectivos – são aqueles que são conhecidos apenas após a sua ocorrência. Por exemplo os
custos da produção do mês passado serão normalmente já conhecidos neste momento (já ocorreram).
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4.1.2.Custos teóricos ou prédeterminados – Quando são determinados ainda antes da sua ocorrência.
Por exemplo: os custos constantes de um orçamento, são custos teóricos, pois ainda não ocorreram.
4.2. Custos directos e indirectos – quanto à forma como se identificam com os produtos. Os custos
podem ser directos ou indirectos.
São custos directos os que de forma imediata e objectiva se relacionam com o produto (ou objecto de
custos). Por exemplo a matéria-prima que dá directamente origem ao produto e a mão-de-obra directa que
trabalha directamente o produto.
Os custos dizem-se indirectos – se não é possível uma identificação imediata com o produto ou objecto de
custeio. Por exemplo alguns custos da área fabril (despesas de manutenção, amortizações dos
equipamentos e instalações fabris, seguros dos mesmos, telefones da área fabril, material de escritório da
área fabril, mão-de-obra da área fabril, excepto a mão-de-obra directa, electricidade da área fabril,...
Os custos indirectos – têm que ser imputados aos produtos de acordo com critérios subjectivos, pouco
rigorosos, dependentes de cada pessoa. Os custos indirectos são um problema a resolver para a
contabilidade analítica.
4.3. Quanto à forma como os custos variam com o nível de actividade (produção, vendas, etc), os
custos podem ser variáveis ou fixos.
Custos variáveis – são os que variam com a actividade. Por exemplo, se a produção aumentar, esses
custos aumentam, se diminuir, os custos diminuem, se não houver produção, esses custos não existem.
Exemplos:
Na área comercial: comissões dos vendedores, transportes dos produtos, material de embalagem.
Aos custos fixos também se dá o nome de custos ou encargos de estrutura, pois são originados
fundamentalmente pela estrutura física da empresa:
Nível das instalações, dos equipamentos e do pessoal. Enquanto a estrutura actual se mantiver, os custos
fixos tendem para um valor mais ou menos estável.
CT=CV+CF
Custos
Custos totais
CV
CF
quant
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Custos unitários
prejuízo
Preço unitário
lucro
Cv unitário
Cf unitário
a) Elaboração de orçamentos
Os custos variáveis são orçamentados de forma completamente diferente dos custos fixos. Por exemplo
para orçamentar o custo com matérias a consumir ou comissões de vendas, será necessário fixar
previamente o nível de actividade:
- quantidades a produzir e a vender
Os custos fixos são orçamentados, tendo geralmente em consideração o histórico anterior. Por exemplo o
orçamento de material de escritório, comunicações, ordenados, seguros seria o valor real do ano anterior,
apenas actualizado pela taxa de inflacção prevista.
b) Níveis de custeio
No cálculo do custo de produção podemos considerar três níveis de custeio, conforme o maior ou menor
volume de custos variáveis e fixos, da área da produção, imputados aos produtos:
• Custeio total
• Custeio variável
• Método de imputação racional
No custeio total, também chamado de full costing ou absorption costing são imputados ao custo dos
produtos todos os custos fabris, variáveis e fixos. É este o nível de custeio básico adoptado pelo POC (cap
5 – Valorimetria).
No custeio variável, também chamado de direct costing são imputados aos produtos fabricados apenas os
custos variáveis. Os custos fixos serão considerados custos do período e transferidos directamente para
resultados.
O nosso POC não aceita a valorimetria “custo variável”. No entanto, considerando a sua importância para
a gestão e tomada de decisões, nada impede que a empresa o utilize durante o ano, revalorizando no fim
do ano, para efeitos de balanço as existências, de acordo com os critérios do POC.
No método de imputação racional, são imputados aos produtos fabricados, os custos variáveis e um
volume maior ou menor de custos fixos de acordo com a maior ou menos utilização da capacidade
produtiva, relativamente à produção normal. Quer isto dizer que se num dado período se produziu a 70%
da produção normal, seria de imputar à produção apenas 70% dos custos fixos, uma vez que estivemos a
utilizar menos intensivamente a capacidade instalada (que originava os custos fixos, instalações,
equipamentos, mão-de-obra). O método de imputação racional é aceite pelo nosso POC. Seria mais
racional que os custos fixos fossem imputados dessa forma.
P
Cut (método imputação racional)
Cut (custeio total)
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V
CT
CV
V’
CF
Q’
Ponto crítico é o volume de vendas em quantidade ou valor, em que não há lucro nem prejuízo.
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1. processo segmentado
2. processo não segmentado
1. linear
2. convergente
3. divergente
4. mista
7. Tipos de produção
1. produção uniforme
2. produção múltipla
1. conjunta
2. disjunta
8. Regime de fabrico
1. Fabricação continua
2. Fabricação descontínua
1. por séries
2. por encomenda
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O processo produtivo pode idealmente ser visto e representado por um segmento de recta divisível ou
não, em segmentos menores.
O processo diz-se segmentado se admite essa divisão, constituindo cada divisão o conjunto de operações
uma fase de fabrico ou fase do processo produtivo.
A1 Æ A2 Æ... Æ An
Diz-se convergente se uma dada operação é precedida de duas ou mais séries lineares de operações.
A1 Æ A2 Æ A3
C1 Æ C2 Æ ... Æ Cn
B1 Æ B2
Diz-se divergente se uma dada operação se sucedem duas ou mais séries lineares de operações
B1 Æ B2 Æ ... Æ Bn
A1 Æ A2 Æ A3
C1 Æ C2 Æ ... Æ Cn
Finalmente diz-se mista se consiste numa combinação de duas ou mais das estruturas anteriores.
A2 D1
A1 Æ C1 Æ C2
B1 E1 Æ E2 Æ ... Æ En
7. Tipos de produção – Considerando o número de produtos fabricados a produção pode ser uniforme
ou múltipla. Diz-se uniforme se se fabrica um único produto. Diz-se múltipla se se fabricam dois ou
mais produtos. A produção múltipla pode ser conjunta ou disjunta. Diz-se conjunta se da mesma
matéria-prima resultam necessariamente e em simultâneo dois ou mais produtos. Se esses produtos
tiveram valor económico semelhante (preços de venda semelhantes) dizemos que, da produção
conjunta resultaram co-produtos. Frequentemente um dos produtos conjuntos tem um valor
económico muito superior ao outro. Falaremos então em produto principal e produto secundário. Na
Contabilidade Geral o produto principal é contabilizado na conta 33 – Produtos acabados e
intermédios. O produto secundário é contabilizado na conta 34 – Subprodutos, desperdícios, resíduos
e refugos. Exemplos de indústrias com subprodutos:
a. Indústria de extracção de óleos alimentares
i. matéria-prima: semente de girassol, soja, amendoim, algodão (sementes
oleaginosas), soja.
ii. Produto principal: óleo bruto
iii. Subproduto: farinha (matéria prima na indústria das rações)
b. Indústria de refinação de óleos alimentares
i. Matéria-prima: óleo bruto
ii. Produto principal: óleo refinado
iii. Subprodutos: oleínas (matéria prima na industria de sabões) e margarinas
(matéria-prima na indústria de margarinas)
c. Indústria das rolhas
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Separação dos quatro tipos: subprodutos, desperdícios, resíduos ou refugos. Separam-se normalmente
pelo seu valor que cada vez é menor, respectivamente. Os desperdícios, resíduos e refugos são outros
produtos secundários, geralmente de valor muito baixo. Os desperdícios são geralmente considerados
como tendo custo nulo, sendo o seu valor de venda considerado lucro. Os resíduos e refugos são também
considerados de custos nulo, vendendo-se por vezes, mas havendo necessidade outras vezes, de pagar
para serem removidos da empresa.
A produção diz-se disjunta se os vários produtos fabricados são obtidos de forma independente uns dos
outros, sendo portanto todos objecto do negócio normal da empresa.
Exemplo: na indústria de móveis – as mesas, secretárias, camas, guarda-louças, etc. – tudo o que a
empresa fabrica.
8. Regimes de fabrico
O regime de fabrico indica a forma como os diversos factores de produção (matérias-primas, mão-de-obra
directa e gastos gerais de fabrico) são imputados em cada momento à produção. Neste sentido, a
fabricação pode ser contínua ou descontínua.
Diz-se contínua se os factores de produção estão permanentemente afectos ao fabrico de um dado
produto, não havendo necessidade de interromper o fabrico de um dos produtos para se poderem produzir
outros, com diferentes combinações dos factores de produção. É típica da produção uniforme. A
fabricação diz-se descontínua quando é necessário interromper a fabricação de uns produtos para se
poderem produzir outros. A fabricação descontínua pode ser por séries ou por encomenda. Diz-se por
séries quando os produtos fabricados se destinam geralmente ao armazém para venda posterior, sendo as
características técnicas dos produtos definidas exclusivamente pela empresa. Diz-se por encomendas
quando a produção resulta de uma solicitação prévia dos clientes sendo as especificações técnicas dos
produtos definidas apenas pelos clientes, apenas pela empresa ou pelos dois em conjunto.
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1. Produção efectiva de um período é a produção que efectivamente se produziu nesse período, esteja
ou não totalmente acabada.
2. Produção terminada num período é a produção que tendo sofrido todas as transformações na fase
de fabrico em que se encontra, foi transferida para a fase ou fases seguintes ou para armazém. Tal
como a produção efectiva é normalmente calculada para cada fase de fabrico. A produção terminada
no período, pode ter sido iniciada e concluída nesse período ou iniciada em períodos anteriores
concluída neste período.
3. Produção em curso de fabrico é a produção que num dado momento está ainda nas linhas de
produção, não estando portanto, na fase de fabrico em que se encontra, em condições de ser
transferida para a fase seguinte ou para armazém.
So Sf
pcf pcf
Pt
0 Pe 1
Início do Fim do
período período
Pe = Pt + Sf pcf – So pcf
A Pe não é observada no período, não pode ser calculada directamente, é uma soma de produções dentro
de um período. A Pe do mês é que originou os custos do mês.
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Contabilidade Analítica I
Exemplos: se para fabricar um produto X são necessários 20 horas de mão-de-obra directa e, num dado
momento, o produto já tem 5 horas de mão-de-obra, então, o coeficiente de acabamento desse produto em
relação ao factor mão-de-obra directa é de 25%
Há uma Pe para cada um dos factores de produção. A Pe não é única para um produto. Como os diversos
factores de produção são incorporados nos produtos de forma diferente e em momentos diferentes, o
coeficiente de acabamento do produto em relação a matérias, mão-de-obra directa e gastos gerais de
fabrico serão diferentes. Significa isto que existirá, não uma produção efectiva única, mas sim uma
produção efectiva para cada factor de produção. Podemos considerar duas formas diferentes de
incorporação dos factores de produção:
Na incorporação pontual o factor é incorporado num dado ponto do processo produtivo. Antes desse
ponto ou instante, o produto não tem ainda o factor incorporado (0% de acabamento); Depois desse ponto
ou instante o produto já tem esse factor incorporado (100% de acabamento ou incorporação).
Na incorporação linear ou contínua o factor é incorporado num dado intervalo do processo produtivo ou
durante todo ele, de uma forma continuada. O grau de acabamento, neste caso, varia de 0% até 100%.
Nota: consideraremos a expressão coeficiente de acabamento temporal para indicar o ponto do processo
produtivo onde um dado stock de produtos está localizado, utilizando-se também, por vezes a expressão
coeficiente de acabamento. Nesse ponto concreto haverá então que analisar e calcular os coeficientes de
acabamento referentes a cada factor de produção.
Produção diferenciada (Pd) é a produção de diferentes produtos cada um medido na sua unidade de
medida. Por exemplo, P1 medido em caixas, P2 em latas, P3 em sacos, etc.
Produção homogeneizada (Ph) é a produção de diferentes produtos, medida numa unidade comum. Essa
unidade é chamada de unidade homogeneizadora. A produção homogeneizada é calculada utilizando
coeficientes de homogeneização (ch). Estes coeficientes representam os consumos por unidade de um
dado factor pelos diferentes produtos. Por exemplo se no mês passado se produziram os produtos P1, P2 e
P3, que consumiram a matéria-prima M2, sendo que o P1 gasta 5 kg, o P2 gasta 2 kg e o P3 gasta 8 kg,
então 5, 2 e 8 podem ser utilizados como coeficientes de homogeneização em relação à matéria M2.
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Contabilidade Analítica I
No cálculo dos custos da produção podem ser utilizados dois métodos diferentes, correspondentes a
situações diferentes. Numa dada empresa podem ser utilizados simultaneamente os dois métodos, um para
uns produtos e outro para outros, bem como um método numa dada fase de fabrico e o outro noutra fase,
naturalmente se as situações específicas conduzirem a esses métodos. O mais normal é a utilização em
cada empresa de um só dos métodos.
1. O método directo, também chamado de método de custeio por ordens de fabrico ou por encomenda é
utilizado nas situações em que cada “produto” é um caso específico diferente dos outros.
Isto acontece no sector da construção civil, no sector das obras públicas, nas empresas que produzem por
encomenda e nas empresas que produzem por ordens de fabrico. Nestes casos, cada prédio, cada obra,
cada encomenda, cada ordem de fabrico é um caso individual, de que queremos conhecer o respectivo
custo.
Exemplos:
• Uma empresa de construção civil abre uma conta para cada prédio
• Uma fábrica de cerveja (produção contínua)
Na contabilidade analítica, abrimos uma conta para cada prédio, obra, encomenda, etc. Essas contas serão
debitadas enquanto decorrer a produção, pelo consumo das matérias-primas e outros materiais, pelo custo
da mão-de-obra utilizada e pelos gastos gerais de fabrico, imputáveis a cada um dos produtos. O valor
acumulado a débito da conta de cada produto (conta de fabricação ou produção, indicará em cada
momento o custo respectivo). Quando o “produto” estiver concluído, o valor a débito indicará o seu custo.
Nessa altura, a sua conta de produção será creditada por débito da conta de produtos acabados ou custo
dos produtos vendidos.
2.O método indirecto ou de custeio por processos é utilizado nas chamadas indústrias de processo, ou
seja indústrias de fabrico continuamente o mesmo produto ou produtos durante todo o ano. Nestes casos,
como por exemplo, indústria das cervejas, indústria cimenteira, indústria química, indústria de material
eléctrico, indústria alimentar (a maioria das empresas utiliza o método indirecto).
Contabilísticamente na classe 9 será aberta uma conta de fabricação para cada fase de fabrico, essas
contas serão debitadas durante o mês pelo consumo das matérias-primas em cada fase, pela mão-de-obra
utilizada e pelos restantes gastos fabris. Depois de calculado o custo da produção terminada em cada fase,
a conta de fabricação respectiva, será creditada por débito da conta de fabricação da fase seguinte ou da
conta de produtos acabados e intermédios, se a produção terminada for transferida para armazém.
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