Recada marxista

Acho que tenho desejado bem mais do que meu esprito liberal aceitaria de costume viver minhas relaes mais moda de Marx. Ainda que ele no tenha demonstrado certa ambio em iluminar perspectivas psicanalticas de sistemas intrapessoais, sempre que o ouo dizer de superestruturas & dialticas, volto a me questionar se ele, no fundo, no estivera mesmo querendo me contar alguma coisa sobre o que pressentira a meu respeito. Ele sabia j que o valorcontido nas relaes poderia ser tomado mistaken mais pelo efeito de utilidade daquela interao, do que pelo trabalho humano delicadamente cristalizado ali. Ento repetidamente insistira que o valor, de alguma forma, distanciaria-se do preo. E que o consumo cumulativo de amigos, amores, colegas, conhecidos, ainda que equivalendo a maiores influncia e poder, resultaria em uma fora opressiva, coercitiva at. Pensando assim, chego perto da certeza de que s poderia ser pessoal. No me lembro de um lugar onde teria guardado to cuidadosamente - um material como aquele. Lembro bem que falara de um excedente, e sei que nunca me faltaram excessos. E explorara descritivamente o exato momento em que um afeto-mercadoria surgiria para ser exaustivamente exibido e negociado num mercado, pleno de ofertas geis e demandas suplicosas . O conforto da perspectiva de Marx nunca estivera na preciso da anlise, muito embora esta impressione. Toda a seduo de uma ideologia intrincada como essa poder sentir-se apoiada e acolhida nos momentos aqueles em que a competitividade assombra e o individualismo resvala a indiferena. Talvez mais confiana e menos crdito pudesse equilibrar o que h de mais humano em toda troca o encontro, o dilogo, o sorriso na despedida. Acho que o material de Marx eu protegi com estratgia na memria.