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Papel do Ingeridor:
Ao nascer, a criança possui uma sensação cenestésica de existir. Seu psiquismo é
indiferenciado e caótico, não havendo vontade, pensamento, limites e diferenças
entre próprio e alheio, entre sensações e fatos. este é o Si Mesmo Fisiológico,
onde se inicia o desenvolvimento deste papel.
Ao ser saciada a fome da criança, há ausência de tensão. Com a fome,
originam-se contrações gástricas, chegando a um nível de tensão que necessita
ser descarregado. Esta tensão difunde-se por todo o seu corpo, gerando agitação
e choro. Ao ser alimentada, acalma-se e dorme. Assim se estabelece o ciclo fomo-
saciedade, e a tensão e desconforto, antes no organismo todo, focaliza-se no
estômago, e toda a atividade psíquica gira em seu redor. a partir da repetição do
ciclo a criança já manifesta externamente respostas mais específicas do que
globais e dispersas.
Inicialmente, a fome e saciedade são experiências globais, não havendo
discriminação entre continente e conteúdo, depois, com a maturação do SN, o
estômago se separa de alimento.
O órgão efetor específico da fome é o estômago, e não a boca. As
contrações gástricas desconfortáveis comprometem todo o organismo. A
saciedade também. ambos são vivenciados como fenômenos totais, sentindo a
criança como se fosse inteira fome e inteira saciedade.
Aos poucos, com a repetição da experiência, continente e conteúdo são
discriminados. a fome é a falta e a saciedade é a exist6encia. A criança começa a
descobrir o que não é si mesmo.
Os exteroceptores influenciam esta percepção. Quando a integração
gastro-es6ofago-bucal é alcançada, culminando com o limite exteroceptivo, e
descoberta do "afuera oral", o processo de estruturação deste modelo está
completo, ocorrendo por volta do terceiro mês. A criança para o exterior o que se
passa no seu interior, de forma ativa e clara. Ela sorri para as pessoas que se
aproximam dela, pois houve a gestalt do rosto humano. Nesses primeiros 3
meses, a criança vivencia o nível bipolar do prazer (quietude)-desprazer. A
complementariedade EGIP-E pode ser prazerosa ou desprazerosa. Prazeirosa-
houve descarga tensional completa; desprazerosa- a necessidade não foi
satisfeita totalmente. a marca mnêmica é completa ou incompleta. O clima
emocional envolvido também contribui para a descarga completa ou incompleta.
Descobrindo o "afuera oral", o mundo para a criança é perdido pela boca e
recuperado pelos olhos. Ela já não é mais responsável pela fome ou saciedade. E
os olhos produzem atividades visuais bifocais, reconhecendo e conhecendo coisas
e pessoas.
A ingestão se dá dentro e fora do ato alimentar, ingere de forma cenestésica
os climas emocionais, dentro de um território demarcado pela senso percepção da
criança - a aura do ingeridor.
O eu incipiente
Os primeiros eboços do eu são assinalados pela oposição voluntária à micção,
que origina uma inquietação motora. Inicialmente o eu existe como expressão da
oposição voluntária à saída dos conteúdos viscerais, desaparecendo com o prazer
uretral. Com o estabelecimento do Controle Esfíncteriano, estabelece-se o eu.
A princípio existe a confusão com relação às suas necessidades na criança.
O eu vai experiencialmente se diferenciando e a criança percebe que tem dois
tipos de conteúdos e duas sensações diferentes. o sólido não desencadeia
inquietação motora e o líquido sim; o sólido é mais fácil de reter do que a urina,
pela sua consistência. Dessas experiências diferentes e definidas origina-se, no
nível psicológico, a noção de abstrato e concreto. a criança se apossa de seus
conteúdos fisiológicos e estabelece uma solução de continuidade entre dentro e
fora, com o CE. Com esta aprendizagem, a criança regula sua entrada e saída à
vontade. No nível psicológico o eu toma posse do núcleo do eu.
MINHA RESPOSTA
4) O Eu e o si Mesmo Psicológico Sincrético.