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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

NA CONSTITUIÇÃO DE 1988

Gilliard Molina Rosa

RESUMO

Os direitos fundamentais do homem são aqueles oriundos da própria condição


humana e que estão previstos pelo ordenamento constitucional. Aliás, esses direitos
não podem ser alterados ou abolidos. Como o texto constitucional só pode sofrer
alterações por meio de Emendas à Constituição, e não sendo possível qualquer
proposta tendente a alterar ou a abolir os direitos individuais, certo é que eles
jamais serão suprimidos, a não ser por outra Assembléia Nacional Constituinte.
Além dos direitos, há os remédios constitucionais processuais, também chamados
garantias constitucionais, que são os meios oferecidos para a proteção dos direitos
humanos.

Palavras-chave: direitos; garantias; constituição

1 INTRODUÇÃO

Desde 1964 estava o Brasil sob o regime da ditadura militar, e desde 1967 sob
uma constituição imposta pelo governo.

O sistema de exceção, em que as garantias individuais e sociais eram diminuídas


(ou mesmo ignoradas), e cuja finalidade era garantir os interesses da ditadura
(internalizado em conceitos como segurança nacional, restrição das garantias
fundamentais, etc.) fez crescer, durante o processo de abertura política, o anseio por dotar
o Brasil de uma nova Constituição, defensora dos valores democráticos. Anseio este que
se tornou necessidade após o fim da ditadura militar e a redemocratização do Brasil, a
partir de 1985.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a lei fundamental e


suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais espécies
normativas, situando-se no topo da pirâmide normativa. É a sétima a reger o Brasil desde
a sua Independência.

O objetivo deste trabalho, é mostrar a importância da utilização da referida


constituição na vida de cada um de nós seres humanos.

_________________________________

Este exemplo foi apresentado como avaliação do curso ACG – Estudos de Web 2.0 2009/1 e autorizado
pelo aluno para constar neste anexo

2 ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
A Constituição de 1988 está dividida em 10 títulos. As temáticas de cada título
são:

- Preâmbulo - introduz o texto constitucional. De acordo com a doutrina


majoritária, o preâmbulo não possui força de lei.

- Princípios Fundamentais - anuncia sob quais princípios será dirigida a


República Federativa do Brasil.

- Direitos e Garantias Individuais - elenca uma série de direitos e garantias


individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade e políticos. As garantias ali inseridas
(muitas delas inexistentes em Constituições anteriores) representaram um marco na
história brasileira.

- Organização do Estado - define o pacto federativo, alinhavando as atribuições


de cada ente da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Também
define situações excepcionais de intervenção nos entes federativos, além de versar sobre
administração pública e servidores públicos.

- Organização dos Poderes - define a organização e atribuições de cada poder


(Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário), bem como de seus agentes
envolvidos. Também define os processos legislativos (inclusive para emendar a
Constituição).

- Defesa do Estado e das Instituições - trata do Estado de Defesa, Estado de


Sítio, das Forças Armadas e das Polícias.

- Tributação e Orçamento - define limitações ao poder de tributar do Estado,


organiza o sistema tributário e detalha os tipos de tributos e a quem cabe cobrá-los. Trata
ainda da repartição das receitas e de normas para a elaboração do orçamento público.

- Ordem Econômica e Financeira - regula a atividade econômica e também


eventuais intervenções do Estado na economia. Discorre ainda sobre as normas de
política urbana, política agrícola e política fundiária.

- Ordem Social - trata da Seguridade Social (incluindo Previdência Social),


Saúde, Assistência Social, Educação, Cultura, Desporto, Meios de Comunicação Social,
Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Família, além de dar atenção especial aos
seguintes segmentos: crianças, jovens, idosos e populações indígenas.

- Disposições Gerais - artigos esparsos versando sobre temáticas variadas e que


não foram inseridas em outros títulos em geral por tratarem de assuntos muito
específicos.

- Disposições Transitórias - faz a transição entre a Constituição anterior e a nova.


Também estão incluídos dispositivos de duração determinada.

3 OS DIREITOS INDIVIDUAIS CONSTITUCIONAIS

A lei regula as relações dos homens em sociedade e o Estado tem o dever de amparar e
proteger todas as pessoas, sejam elas brasileiras ou estrangeiras. Por conseguinte,
constitucionalmente, o Estado garante a todos: a vida, a liberdade (por exemplo, liberdade de
locomoção, do exercício profissional, de reunião), a igualdade (todos são iguais perante a lei, sem
distinção de sexo, raça, cor, trabalho, religião e convicções políticas), a segurança (é proibida a
tortura e também a inviolabilidade da moradia, da correspondência), a propriedade (proteção à
propriedade literária, científica e artística, direito à herança). A característica essencial desses
direitos individuais é a inviolabilidade.
A atual Constituição Federal impôs nova ordem ao País, com mudanças profundas nos
direitos individuais, as quais podemos verificar, de pronto, pelo elenco dos direitos humanos
definidos em seu artigo 5.º.
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do Dos Direitos e Garantias Fundamentais: direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações,
nos termos desta Constituição”.

Aliás, os preceitos constitucionais devem ser os mais abrangentes, no tocante aos direitos
individuais.

4 OS DIREITOS POLÍTICOS COMO DIREITOS FUNDAMENTAIS

Os Direitos Fundamentais do ser humano, tendo como sinônimo a expressão


Direitos Humanos, compõem-se dos Direitos Individuais fundamentais (vida, liberdade,
igualdade, propriedade, segurança); dos Direitos Sociais (trabalho, saúde, educação, lazer
e outros); dos Direitos Econômicos (consumidor, pleno emprego, meio ambiente); e dos
Direitos Políticos (formas de realização da soberania popular).
Estes grupos se complementam e integralizam de tal forma, que sem a existência
de todos eles, torna-se impossível a plenitude dos Direitos Humanos.
Ao trabalharmos a questão Direitos Fundamentais faz-se necessário mencionar
que esses direitos devem estar garantidos por uma lei, da mesma forma que todo direito
de uma pessoa. Todavia, essa lei que garante os Direitos Fundamentais do ser humano
tem de ser uma lei matriz, que fundamenta as outras. Destarte, os Direitos Fundamentais
são garantidos pela Constituição, lei fundamental, que origina e valida todas as demais.
Segundo José Magalhães citado por Paula Junqueira Dorella (disponível em:
http://jus2uol.com.br/doutrina/lista.asp?assunto=554)

“São direitos de participação popular no Poder do Estado, que


resguardam a vontade manifestada individualmente por cada eleitor
sendo que a sua diferença essencial para os Direitos Individuais é que,
para estes últimos, não se exige nenhum tipo de qualificação em razão
da idade e nacionalidade para o seu exercício, enquanto que para os
Direitos Políticos, determina a Constituição requisitos que o indivíduo
deve preencher".

5 O QUE MUDOU NO BRASIL COM A CONSTITUIÇÃO DE 1988

A seguir, uma breve análise de como era e como ficou o nosso País com a
Constituição de 1988.
Ambiente
Como era
Até 1988, o ambiente era considerado um bem econômico e nem era citado na
Constituição. Era possível a apropriação para fins particulares de áreas como lagos e
açudes, por exemplo, e indústrias não precisavam ter grandes cuidados com seu impacto
nanatureza.

Como ficou
Pela primeira vez, a Carta Magna trouxe um capítulo inteiro tratando do tema, o
VI - no total, são mais de 40 artigos espalhados pelo documento. O artigo 225 determinou
que: “o ambiente é um bem público, cujos titulares são as presentes e futuras gerações, e
a preservação da natureza, um direito fundamental do cidadão”.
REPARAÇÃO AOS ANISTIADOS
Como era
Não existia.
Como ficou
O Artigo 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias previu a
reparação aos anistiados. Isso foi regulamentado pela Lei 10.559.
VOTO AOS 16 ANOS
Como era
A Constituição Brasileira de 1934 estabeleceu o voto secreto e obrigatório para
maiores de 18 anos. A partir do início do regime do Estado Novo, em 1937, o direto ao
voto foi vetado.
Como ficou
Com a Constituição de 1988, foram determinada as eleições diretas para a
presidente, governador, deputado estadual e federal, senador e vereador. E o direito ao
voto facultativo foi dado aos jovens a partir dos 16 anos.
FIM DA DIFERENÇA ENTRE IRMÃOS
Como era
Filhos concebidos fora do casamento eram discriminados, com menos direitos do
que os irmãos "legítimos". Com a lei do Divórcio de 1977, houve um avanço estendendo
o direito de herança a filhos ilegítimos, mas o filho só podia exigir a Investigação de
Paternidade se o pai não estivesse casado com outra mulher. Dependia do
reconhecimento voluntário do pai. Com isso, o filho passava a ser "legitimado", o que era
diferente do "legítimo" (fruto do casamento)
Como ficou
A lei assegurou a igualdade entre os irmãos, independentemente de terem sido
concebidos dentro ou fora do casamento, e proibiu qualquer tipo de discriminação.
APOSENTADORIA RURAL
Como era
Lei Complementar 11/71
- Quem era segurado: somente o chefe da família, em geral o homem;
- Contribuição: os agricultores repassavam ao governo 2% sobre a produção rural que era
comercializada. Além disso, todas as empresas urbanas do país contribuíam com 2,4%
por mês sobre a folha de pagamento;
- Benefícios: aposentadoria por idade aos 65 anos, pensão por morte, aposentadoria por
invalidez e auxílio funeral;
- Valor do benefício: meio salário mínimo;
- Idade para aposentadoria: 65 anos
Como ficou
Lei 8.213/91
- Quem era segurado: todos os membros do grupo familiar. Não só o chefe da família,
mas homem e mulher estão inseridos na previdência;
- Contribuição: os agricultores contribuem com 2,1% sobre a produção comercializada;
- Benefícios: aposentadoria por idade, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez,
auxílio-acidente, salário maternidade, pensão por morte e auxílio reclusão. Os
empregados rurais têm direito também a aposentadoria por tempo de contribuição;
- Valor do benefício: pelo menos um salário mínimo. O valor varia conforme a
contribuição adicional, que é facultativa;
- Idade para aposentadoria: 55 anos para mulher e 60 anos para homem.
SALÁRIO MÍNIMO PARA IDOSOS
Como era
A lei 6.179, de 1974, criou o benefício chamado de renda mensal vitalícia para
pessoas com mais de 70 anos que não tivessem como se sustentar. Para se habilitar, havia
exigências como ter sido filiado à Previdência Social por pelo menos 12 meses e ter
exercido atividade remunerada abrangida pela Previdência. O benefício era de meio
salário mínimo.
Como ficou
Para garantir condições mínimas de vida digna aos idosos, a Constituição de 1988
estipulou o pagamento de um salário mínimo mensal àqueles que não tivessem condições
de se manter, mesmo que nunca houvessem contribuído para a Previdência. O benefício
passou a ser concedido a partir dos 67 anos. Em 2003, o Estatuto do Idoso reduziu a
idade para 65 anos. Para ter direito a ele, a renda familiar per capita deve ser inferior a
um quarto do salário mínimo.
SUS
Como era
Pela Lei 6.439, de 1º de setembro de 1977, o Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (Inamps) se obrigava de atender somente os brasileiros
contribuintes da previdência e seus dependentes. Os demais, na maior parte das vezes,
acabavam dependendo da disponibilidade de vagas em instituições filantrópicas como as
Santas Casas, que se dedicavam a atender pobres e indigentes.
Como ficou
O artigo 196 da Constituição estabeleceu que: "a saúde é um direito de todos e um
dever do Estado". A partir disso, estava aberto o caminho para que todo cidadão,
independentemente de estar trabalhando ou de contribuir para a previdência, tivesse
direito de acesso ao sistema público de saúde por meio do SUS. O antigo Inamps acabou
oficialmente extinto em 1993.
INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
Como era
Um delegado de polícia podia assinar o próprio mandado, ou seja, autorizar a si
mesmo a entrada na casa do suspeito. Era comum, também, a prisão para averiguação.
Policiais prendiam primeiro e informavam ao juiz depois. Era o equivalente à atual prisão
temporária, só que sem ordem judicial, como é exigido agora.
Como ficou
O Artigo 5º da Constituição diz que:
“ a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial”.
RACISMO
Como era
Conhecida como Lei Afonso Arinos, em homenagem ao ex-deputado federal
mineiro autor da norma, a lei 1.390, de 1951, dava o grau de contravenção penal aos atos
de preconceito racial, ou seja, não era considerado crime e estava no mesmo nível de
punição, por exemplo, para o jogo do bicho. Em 1985, houve uma nova redação para a
legislação, mas que manteve a discriminação racial como contravenção e a pena máxima
para quem os cometia era de no máximo um ano de prisão.
Como ficou
A Constituição Federal tornou a prática do racismo crime inafiançável, sujeito à
pena de reclusão. Para garantir a aplicabilidade desse dispositivo que se encontra no
artigo 5º da Carta Magna, em 1997, foi promulgada a lei 9.459, que inclui o delito no
Código Penal. Dessa forma, se a injúria cometida contra outra pessoa consistir na
utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia ou etnia, a pena é de um a três anos de
prisão. Caso a ocorra o crime de divulgação de material ou símbolos nazista, seja por
intermédio dos meios de comunicação social ou qualquer outro tipo de publicação, a pena
pode chegar a cinco anos de reclusão.
SALÁRIO MÍNIMO PARA DEFICIENTES
Como era
Não havia benefícios para quem não contribuía com a Previdência. Se uma pessoa
se tornasse deficiente física ou mental, a lei 6.179, de 1974, que criou a pensão mensal
vitalícia lhe assegurava meio salário mínimo. Para se habilitar, era preciso ter sido filiado
à Previdência Social por pelo menos um ano ou exercido atividade remunerada abrangida
pela Previdência. O inválido também precisava provar que não tinha mais condições de
exercer uma atividade remunerada, não era sustentado por ninguém nem mantinha outros
meios para garantir sua sobrevivência.
Como ficou
A Constituição de 1988 criou o Benefício da Prestação Continuada (BPC) para
deficientes físicos e mentais carentes. Pela primeira vez, era concedido um salário
mínimo para pessoas que nunca haviam contribuído com a Previdência. Para se habilitar,
é preciso ser incapacitado para o trabalho remunerado e ter renda familiar per capital
inferior a um salário mínimo. Recentemente, uma mudança na regulamentação permite
que mais de uma pessoa da mesma família recebam o BPC.
UNIÃO ESTÁVEL
Como era
Até a Constituição de 1988, só eram legalmente reconhecidas as uniões oriundas
do casamento. As demais relações, sem comprovação legal, não tinham direitos, como,
por exemplo, à herança ou à pensão alimentícia. A Justiça, no entanto, garantia a divisão
do patrimônio amealhado durante a união desde que ambos tivessem contribuído
diretamente para a aquisição de bens: os termos utilizados eram "concubinato" e
"sociedade de fato". Esta concepção prejudicava especialmente as donas de casa que não
tinham como comprovar sua participação para aumentar o patrimônio do casal e não
tinham direito à divisão dos bens na separação.
Como ficou
A Constituição de 1988 ampliou a noção de família. O artigo 226 assegura
proteção do Estado também para as entidades familiares formadas por união estável (um
termo novo, na época) e por um pai ou uma mãe e seus filhos. Com alguma resistência,
os processos de união estável foram migrando das varas cíveis para as varas de família.
Na divisão dos bens adquiridos durante o relacionamento, não havia mais necessidade de
provar a contribuição para construir o patrimônio. Em 1994, a Lei 8.971 estendeu o
direito à pensão alimentícia e à herança, desde que comprovados cinco anos de vida em
comum ou contanto que o casal tivesse filhos. Em 1996, a Lei 9.278, exigia apenas a
comprovação de coexistência pública, garantindo praticamente os mesmos direitos do
casamento, o que foi ratificado no Novo Código Civil de 2003. Somente com relação ao
direito à herança é que o Código Civil acabou retrocedendo e deferindo menos direitos ao
companheiro da união estável do que ao cônjuge.
Hoje, os casais que vivem em união estável têm a opção de fazer um contrato de
convivência por escritura pública ou junto a advogados.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Como era
Antes de 1988, questões envolvendo crianças e adolescentes eram tratadas pelo
Juizado de Menores. Os ''menores" como eram chamados, que, por desestruturação
familiar, cometiam algum delito ou viviam em situação de risco, eram muitas vezes
recolhidos a abrigos, sem avaliação profunda do contexto familiar e social.
Como ficou
Pela Constituição, crianças e adolescentes têm prioridade absoluta de direito à
alimentação, educação, saúde e a todas as formas de proteção da família, do Estado e da
sociedade. Essa prioridade foi especificada, ponto a ponto, pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), de 1990. O ECA deixa claro o que é questão infracional e o que é
abandono. A questão social ganha relevância. Programas e projetos de acolhimento, antes
assistencialistas, assumem o caráter de promoção da cidadania. Surgem as ONGs, os
conselhos tutelares. Família, Estado e sociedade são obrigados a assumir
responsabilidades.
FIM DA CENSURA
Como era
Uma série de leis e dispositivos diversos eram usados para estabelecer os critérios
da censura prévia a programas de TV, jornais, e produtos culturais como filmes, livros,
músicas e espetáculos de teatro. A lei nº 5.536, de 21 de novembro de 1968, criou o
Conselho Nacional de Censura, que deveria determinar a censura dos programas por
faixas etárias. A maioria dos vetos efetivados durante a ditadura militar, contudo,
amparava-se em uma lei mais antiga, os 13 capítulos do Decreto 20.493/46: o
regulamento do Serviço de Censura de Diversões Públicas (SCDP), que regulava da
censura prévia ao direito autoral e determinava, dentre outros assuntos, que nenhum filme
poderia ser exibido ao público sem censura prévia e sem um certificado de aprovação
fornecido pelo SCDP, com validade de cinco anos.
Como ficou
O artigo 5º Inciso IX da Constituição tornou a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação um direito individual fundamental,
independentemente de licença ou censura. Mais adiante, o artigo 220 garantia a mesma
manifestação de pensamento, criação, expressão e informação livre de restrições, e era
ainda mais explícito em seu parágrafo 2º: "é vedada toda e qualquer censura de natureza
política, ideológica e artística". A Censura Federal foi extinta e seus agentes
reaproveitados em outras funções na Polícia Federal, por determinação do artigo 23 das
Disposições Transitórias.
VOTO DOS ANALFABETOS
Como era
Antes de 1988, os analfabetos eram impedidos de fazer alistamento eleitoral no
Brasil. A definição de um conceito preciso de analfabetismo, porém, sempre foi um
problema. A emenda constitucional de 1969, por exemplo, não permitia o voto do
analfabeto. Em 1985, uma nova emenda constitucional de reformulou o conceito:
estavam impedidos de votar aqueles que não soubesse "exprimir-se na língua nacional".
Por conta da incerteza, surgiam interpretações diferentes dentro da Justiça Eleitoral. Em
alguns momentos, por exemplo, o fato de a pessoa assinar o próprio nome seria como
prova de alfabetização.
Como ficou
A Constituição reconheceu o voto dos analfabetos, até então impedidos de fazer
alistamento eleitoral.
VAGAS PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA
Como era
Não havia regulamentação.
Como ficou
O Artigo 37º estabeleceu a reserva de cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência. Os critérios foram definidos posteriormente.
DEMOCRACIA DIRETA
Como era
A Constituição de 1967 estabeleceu: "Todo poder emana do povo e em seu nome
é exercido". Não havia referência a representantes eleitos, muito menos à participação
direta. O presidente da República, por exemplo, era escolhido pelo Congresso ou por uma
Junta Militar.
Como ficou
Em parágrafo único, o Artigo 1º estabeleceu: "Todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente".
A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e mediante plebiscito, referendo ou iniciativa popular.
EMPREGADOS DOMÉSTICOS
Como era
Os empregados domésticos não dispunham de direitos trabalhistas. Como
autônomos, no entanto, podiam se aposentar caso contribuíssem espontaneamente para a
Previdência.
Como ficou
A Carta estendeu nove benefícios para os domésticos. O pacote é apenas parte dos
direitos dos demais trabalhadores com carteira assinada:
- Salário mínimo;
- Irredutibilidade salarial;
- Décimo terceiro salário;
- Descanso semanal remunerado;
- Férias, com acréscimo de um terço no salário;
- Licença maternidade e licença paternidade;
- Aviso prévio de 30 dias em caso de demissão;
- Aposentadoria.
OBRIGATORIEDADE DE CONCURSOS PÚBLICOS
Como era
Havia brechas para ingresso no concurso público, não estavam claros os limites
para nomeações de cargos de confiança.
Somente a primeira contratação deveria ser feita por concurso público. Uma vez
contratado, o servidor podia ser promovido com concursos internos, sem a concorrência
de candidatos de fora. As contratações temporárias não tinham limite de tempo definido.
Não havia prazo para manutenção da lista de aprovados nos concursos públicos. Se o
candidato preferido não ficasse entre os primeiros, o administrador poderia lançar uma
nova prova.
Como ficou
As novas regras ajudaram a tornar o processo de seleção mais justo e transparente.
Funções de confiança foram limitadas a cargos de chefia, direção e assessoramento. Para
trocar de carreira dentro da administração pública, o servidor precisa fazer um novo
concurso. Temporários podem ficar somente um ano no cargo. Depois, o órgão precisa
abrir concurso. Concursos têm prazo de validade de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período.
CRIAÇÃO DO STJ
Como era
Antes da Constituição de 1988, o Supremo Tribunal Federal (STF) acumulava a
análise das questões constitucionais e também das infraconstitucionais, como questões
administrativas e de direito do consumidor. À época, o Supremo passava por uma crise,
devido ao volume de processos.
Como ficou
Com o novo tribunal, o STF transformou-se em uma corte predominantemente
constitucional, deixando para o STJ as demais causas da justiça comum. O STJ seria o
órgão de cúpula da justiça comum, com a missão de uniformizar o entendimento sobre a
legislação federal.
MUDANÇA NO PERFIL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Como era
Antes, pela Constituição Federal de 1967/69, o Ministério Público era apenas
referido, no capítulo do Poder Executivo, e suas funções não eram previstas - apenas se
remetia a uma lei que poderia ser modificada a qualquer momento. Sua atuação se
concentrava na área criminal.
Como ficou
A instituição passou a defender interesses difusos e coletivos - meio ambiente,
patrimônio cultural, direito do consumidor, entre outros, e a lutar em favor da
constitucionalidade e do controle da probidade administrativa. Deixou de ser vinculada
ao Poder Executivo, adquirindo status de uma instituição ao lado dos demais poderes do
Estado, e com garantias fundamentais para fiscalizar esses mesmos poderes.

6 CONCLUSÃO
Vinte anos de estabilidade política e econômica e avanços significativos no sentido da
democratização da sociedade e da correção das injustiças sociais: essa é a realidade
brasileira de hoje, e esse balanço positivo é devido, em grande parte, à Constituição de
1988. Com efeito, graças aos princípios e normas que ela consagrou e aos instrumentos
de ação política e jurídica nela estabelecidos é que tem sido assegurada, sem esforço, a
continuidade da ordem constitucional democraticamente estabelecida no Brasil. A par
disso, vem crescendo continuamente a influência da Constituição na sociedade brasileira.
As pessoas estão acreditando que têm direitos e que vale a pena lutar por eles. Para a
correta avaliação da Constituição e dos resultados obtidos a partir de sua vigência, é
importante lembrar, antes de tudo, que ela foi o resultado de intensa mobilização social
em favor da dignidade da pessoa humana. A partir das reações contra as violências
praticadas pela ditadura militar, alguns pontos foram ficando claros, e o potencial cívico
adormecido do povo brasileiro foi sendo despertado. Assim surgiu a idéia de eliminar a
ditadura e, consequentemente, estabelecer uma ordem social mais justa por meio de uma
constituição. A Constituição de 1988, é, sem nenhuma dúvida, a mais democrática de
todas as que o Brasil já teve, tanto pela participação do povo quanto por seu conteúdo,
pois nela estão consagrados não só os tradicionais direitos individuais, mas também os
direitos econômicos, sociais e culturais.
Quanto aos defeitos da Constituição, é importante assinalar que algumas das
alegadas imperfeições são assim qualificadas por incompreensão ou por se referirem a
pontos que os saudosos dos antigos privilégios consideram negativos. O que importa é
que a Constituição de 1988 é, efetivamente, na sua essência, a expressão da vontade do
povo e foi um passo de grande importância no sentido de assegurar a existência de uma
ordem baseada no direito, tendo como fundamento a dignidade da pessoa humana e
prevendo os meios para que, por vias pacíficas, as pessoas de boa vontade lutem para que
os direitos fundamentais sejam direitos de todos, e não privilégios de alguns.

7 REFERÊNCIAS
Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988
DORELLA, Paula Junqueira. Os direitos políticos na constituição brasileira. Disponível em:
http://jus2uol.com.br/doutrina/lista.asp?assunto=554. Acesso em: 30 de novembro de 2008.

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