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Breve Histórico
Mas sabe-se que a sua origem remonta à China ,no período anterior à Cristandade e supõe-
se que a xilogravura e o papel chegaram à Europa através dos árabes, por volta do século
XI.
As modalidades de Xilogravura
Portanto, as partes gravadas com os instrumentos de corte (goivas, facas , formões e buris),
corresponderão às áreas em branco da gravura.
Madeiras
Sempre damos preferência às madeiras secas para evitarmos as empenas e termos fluência
nos cortes.
As madeiras devem ser aplainadas e lixadas para que obtenhamos boas entintagens e
impressões, valorizando os veios da madeira.
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Tipos de madeira brasileira que podem ser utilizados na xilogravura: pinho (araucária),
cerejeira, cedrinho, peroba, imbuia, mogno, cedro, pau-marfim etc.
Qualquer tipo de madeira poderá servir para a xilogravura, desde que se saiba tirar partido
de suas características (grau de dureza, texturas).
A matriz é sempre lixada no sentido dos veios na seqüência a seguir: lixa grossa, média e
fina (utilizar lixas específicas para madeira). Para um acabamento polido suplementar,
utilizar lixas d’água.
Caso os veios sejam muitos abertos a superfície da matriz poderá ser selada com algumas
demãos de goma laca.
O Desenho e a Matriz
O trabalho de gravar pode ser direto (sem desenho prévio) ou a partir de um projeto que
pode ser feito diretamente na madeira (lápis e tinta nanquim).O projeto feito em papel
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transparente deverá ser transferido depois com carbono para a matriz, de forma invertida.
Retoques e melhor fixação do desenho poderão ser feitos com nanquim/ tinta acrílica a
pincel após a transferência.
O xerox do desenho pode ser transferido (processo da impressão de goma/ “gum printing”)
para a matriz através do uso de terebintina aplicada no dorso da cópia xerox (para um bom
resultado é necessário que a cópia xerox tenha sido feita no mesmo dia em que será
utilizada, ainda com o tonner “fresco”)
Gravação
As ferramentas de corte são: goivas, facas e formões, para madeira de fio.
Os buris de haste curva e ponta losangular são manejados com maior mobilidade em todas
as direções. Aliás, a madeira de topo, por apresentar todas as fibras na mesma direção, não
se opõe ao corte em qualquer direção. Buris retos dificultam as curvas, porém se adaptam
às linhas longas.
Correções na Matriz
Na xilogravura, trabalha-se tirando provas de estado, isto é,não gravamos todas as áreas que
ficarão "brancas" (impressas no papel) de uma vez.Assim evitamos gravar em demasia,uma
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vez que sempre poderemos retirar madeira, porém não é possível reconstituir grandes áreas
já desbastadas..As correções,portanto ficam limitadas ao restauro de pequenas
formas,danificadas pelo escapar das ferramentas. A essencialidade de uma forma para o
resultado final da gravura determina a feitura da correção , com pequenos pedaços de
madeira que se ajustam à falha.,uma vez colados e secos serão lixados.
Impressão/Tipos de Papéis
Antes de imprimirmos, devemos providenciar os registros (marcações/ guias) na mesa.Um
papel de mesmas dimensões daquele utilizado para a cópia poderá servir de base para a
tiragem. A impressão da gravura em relevo (da xilogravura à matriz de duratex),poderá ser
realizada com colher achatada de madeira, osso ou bambu. A impressão mecânica se faz
com a prensa para gravura em metal (prensa de cilindros), desde que a altura da matriz
consiga passar pelo vão existente entre a mesa e o cilindro superior.São obtidos resultados
diferentes,pois manualmente há a opção de pressionarmos a colher de modo diferenciado,
assimsurgem as variados meio-tons. O uso da prensa na xilogravura contribui para que a
pressão se distribua uniformemente por toda a matriz Uma manta de feltro deverá ser
interposta entre o cilindro e o papel que está sobre a matriz..A impressão manual requer
papéis de gramatura baixa,sendo que a impressão mecânica pede papéis mais encorpados
(gramatura alta). A princípio qualquer tipo de papel serviria para a xilogravura
(sulfite,canson nacional ,vergê, Kraft, papel arroz japonês, papéis importados para
desenho). Independentemente da qualidade do papel, este deve ser de superfície lisa e
absorvente. De modo geral, imprime-se com papel seco. Existe ainda a prensa manual
vertical (prelo), que tem um parafuso central que, no ato de imprimir, pressiona duas
pranchas horizontais de ferro (aquela da base é pesada e fixa).
Uma opção mais direta é a tinta à base de água industrializada cujos resultados podem se
assemelhar à transparência da aquarela.
Xilogravura/Linoleogravura em Cores
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Estes procedimentos dependem de projetos elaborados previamente. Os resultados obtidos
na impressão em cores devem seguir aquilo que fora planejado no projeto.
Camafeu
Duas ou três matrizes com impressão de tom sobre tom. Temos a matriz chave que se
utiliza para imprimir a cor mais escura (por último), que definirá o desenho geral. As outras
duas cores definirão as sombras (em forma de áreas).
Separação de cores
Definido o projeto grava-se a matriz chave (matriz mãe) que corresponderá à cor mais
escura. Tendo-se as demais matrizes já cortadas nas mesmas dimensões, fazemos a
transferência da cópia da gravação da matriz mãe para todas as matrizes. A cópia da
transferência, geralmente feita sobre papel jornal com excesso de tinta facilita a
transferência. As gravações subseqüentes das demais matrizes seguirão as indicações do
projeto geral.
Gravadas as matrizes, a seqüência das impressões inicia-se pela cor mais clara e termina
com a impressão das cores mais escuras (caso o projeto exija, essa ordem pode ser
alterada).
As tintas manipuladas podem ser opacas para efeitos de cobertura ou transparentes para
obtenção de veladuras (sobreposição de duas cores para obtenção de uma terceira).
Eliminação/Matriz Perdida
Procedimento notabilizado por Picasso. Uma mesma matriz servirá para todas as cores.
Sempre eliminamos a madeira referente às formas/cores anteriormente impressas.
Assim preservamos as áreas das cores que virão superpostas. Antes de imprimirmos a
primeira cor, gravamos as áreas que ficarão em branco. Este procedimento prevê que
façamos a tiragem (determinação do total de cópias daquela gravura), pois será impossível
recomeçar o trabalho.
Matriz recortada
Temos aqui o emprego de várias cores a partir de uma única matriz com o auxílio da serra
tico-tico, faz-se a divisão da matriz em pedaços (a matriz terá fina espessura e poderá ser
de madeira compensada). As partes serão entintadas separadamente, depois reunidas,
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“amarradas” com fio metálico ou com borracha. Portanto todas as cores serão impressas
simultaneamente.
Pouchoir/ Máscara.
Os materiais utilizados para fazê-las são: cartão duplex, cartão couro, cartão Paraná
(previamente selados com goma laca), folha de metal, acetatos, acrílico etc.
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
HERSKOVITS, Anico. Xilogravura: arte e técnica. Porto Alegre : Tchê!, 1986. 157 p.
COSTELLA, Antonio F. Breve história ilustrada da xilogravura. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira,
2003.
COSTELLA, Antonio F. Introdução à gravura e à sua história. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira,
2006.
MARTINS, Itajahy. Gravura - arte e técnica. São Paulo: Laserprint Editorial Ltda, 1987.
WESTHEIM, Paul. El grabado em madera. México: Fondo de Cultura Econômica, 1992.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: