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São Paulo
Janeiro de 2002
ANTÔNIO VIEIRA JÚNIOR
São Paulo
Janeiro de 2002
RESUMO
The objective of this paper is to propose pedagogic guidelines for the journal-
laboratory teaching based on humanistic approach, determinative to improve the
reporting and to develop a critical and conscious of responsibility journalist toward
an ethical, accurate and true journalism. It is characterized as part of a journalism
teaching project, that never ends, but purposes to order the teaching-apprenticeship
process in order to serve as didatic-pedagogical tool for the teacher.
DEDICATÓRIA
1 Introdução................................................................................................................8
1.1 O papel acadêmico.....................................................................................................9
1.2 Mudanças no ensino de Jornalismo..........................................................................10
1.3 Metodologia...............................................................................................................11
1.1 Fases da pesquisa....................................................................................................13
1.2 Notas e referências bibliográficas..............................................................................15
2 Ensino de Jornalismo(história e reflexão).........................................................17
2.1 Propostas e tentativas...............................................................................................18
2.2 Expansão desenfreada..............................................................................................22
2.3 Regulamentação e currículo......................................................................................23
2.4 Desvinculação e autonomia......................................................................................26
2.5 Exigência de laboratórios..........................................................................................32
2.6 Diretrizes curriculares................................................................................................35
2.7 Perfil do jornalista......................................................................................................37
2.8 Tópicos de estudo.....................................................................................................39
2.9 Estrutura Geral do Curso...........................................................................................41
2.10 Prazo para implantar laboratórios............................................................................43
2.11 Processo ensino-aprendizagem..............................................................................46
2.12 Provão e qualidade.................................................................................................51
2.13 Condições de Oferta................................................................................................53
2.14 Escola Itinerante da Fenaj.......................................................................................55
2.15 Mercado seletivo ....................................................................................................56
2.16 Notas e referências bibliográficas............................................................................61
3 Jornal-laboratório..................................................................................................69
3.1 Profissão regulamentada...........................................................................................71
3.2 Conceitos de jornal-laboratório..................................................................................72
3.3 Perfil do jornal-laboratório.........................................................................................77
3.4 Notas e Referências bibliográficas............................................................................79
6
4 Subsídios para um curso de jornal-laboratório.................................................82
4.1 Jornalismo e atualidade............................................................................................82
4.2 Função social............................................................................................................87
4.3 Ética é fundamental..................................................................................................91
4.4 Ombudsman representa o leitor................................................................................94
4.5 Gêneros jornalísticos................................................................................................96
4.5.1 Gênero informativo........................................................................................................97
4.5.2 Gênero interpretativo....................................................................................................98
4.5.3 Gênero opinativo...........................................................................................................98
4.6 Texto jornalístico.......................................................................................................99
4.7 Ineditismo da notícia...............................................................................................102
4.8 Entrevista é básica na apuração.............................................................................103
4.1 Reportagem aprofunda a notícia.............................................................................109
4.2 Aluno-repórter.........................................................................................................114
4.3 Pauta serve de guia................................................................................................116
4.3.1 Modelo de pauta..........................................................................................................118
4.4 Lead não dispensa criatividade...............................................................................119
4.5 Título leva à leitura..................................................................................................120
4.5.1 Algumas regras e dicas...............................................................................................120
4.5.1 Impacto.......................................................................................................................122
4.6 Edição seleciona e hierarquiza...............................................................................122
4.7 Linha editorial define características.......................................................................124
4.8 Linha editorial define as editorias............................................................................125
4.9 Cronograma de atividades......................................................................................126
4.10 Orientação bibliográfica........................................................................................127
4.11 Notas e referências bibliográficas.........................................................................131
5 Manual de redação para jornal-laboratório......................................................134
5.1 Conceitos de Manual de Redação..........................................................................136
5.2 Objetivos do Manual de Redação...........................................................................136
5.3 Regras....................................................................................................................140
5.4 Definições...............................................................................................................174
5.5 Siglas......................................................................................................................187
5.6 Presidentes da República.......................................................................................202
5.7 Estados, capitais e regiões.....................................................................................209
5.8 Países, capitais e continentes.................................................................................210
5.9 Notas e referências bibliográficas...........................................................................218
6 O olhar do professor..........................................................................................220
7
7 Conclusão ...........................................................................................................249
7.1 Propostas abertas...................................................................................................250
7.1 Notas e Referências Bibliográficas.........................................................................253
1 INTRODUÇÃO
A proposta visa também indicar caminhos para o aluno fugir do padrão mecani-
cista que alguns jornais brasileiros usam como instrumento de informação. Não se
resume a direcionar o futuro jornalista no relato do imediato, mas fazê-lo entender a
importância da prática jornalística em defesa do interesse público.
Para prestar bons serviços e competir com sucesso, tem de dinamizar a busca da
melhoria da qualidade de ensino capaz de formar profissionais não só críticos de sua
realidade, mas cidadãos identificados com sua comunidade e que saibam interpretar,
analisar, explicar e contextualizar os fatos jornalísticos. Para isso, a universidade
deve aperfeiçoar o corpo docente que é responsável em produzir conhecimento e ca-
pacitar profissionais.
1.3 Metodologia
g) Análise dos dados, assim definida por Antônio Carlos Gil: “A análise
tem como objetivo organizar e sumariar os dados.”12 Os dados foram
classificados por capítulos, para atender à proposta pedagógica.
O primeiro é a Introdução.
1.MELO, José Marques de. In: MEDITSCH, Eduardo e BRAGANÇA, Aníbal. A ques-
tão curricular: do impasse à reinvenção. In: Ensino de Comunicação no Brasil: im-
passes e desafios. São Paulo, ECA/USP, 1988.
2.LOPES, Dirceu Fernandes. In: SILVA, Luiz Custódio. Órgãos laboratoriais: da resis-
tência aos novos caminhos experimentais. In: Ensino de Comunicação no Brasil:
impasses e desafios. São Paulo, ECA/USP, 1988.
3.REGO, Francisco Torquato. In: SILVA, Luiz Custódio. Órgãos laboratoriais: da re-
sistência aos novos caminhos experimentais. In: Ensino de Comunicação no Bra-
sil: impasses e desafios. São Paulo, ECA/USP, 1988.
4.REGO, Francisco Torquato. In: SILVA, Luiz Custódio. Órgãos laboratoriais: da re-
sistência aos novos caminhos experimentais. In: Ensino de Comunicação no Bra-
sil: impasses e desafios. São Paulo, ECA/USP, 1988.
16
5.GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, Atlas, 1989.
10.GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, Atlas, 1989.
11.GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, Atlas, 1989.
12.GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, Atlas, 1989.
2 ENSINO DE JORNALISMO(HISTÓRIA E REFLEXÃO)
Entre 1928 e 1929, Assis Chateaubriand escrevia artigos publicados nos Diários
Associados defendendo a criação da escola de Jornalismo. O pioneiro do jornalismo
em rede de jornais, argumentava que a Itália e Estados Unidos já tinham as suas es-
colas funcionando bem.6 Mas só foi em 1943, quando Getúlio Vargas assinou Decre-
to-Lei, nº5.480, de 13 de maio de 1943, criando o curso de Jornalismo, que deveria
ser ministrado na Faculdade Nacional de Filosofia.7 A Associação Brasileira de Im-
19
prensa (ABI), sindicatos das categorias dos empregadores e empregados cooperariam
no projeto.8
Filho adotivo do ensino superior brasileiro (o termo foi usado porque a escola
de Jornalismo nasceu acoplada às faculdades de Filosofia e não tinha autonomia), o
ensino de Jornalismo não foi diferente de outros cursos que “exprimiam a concepção
do mundo das classes dominantes”.11
Não foi a batalha decisiva porque novos episódios aconteceriam. O mais polê-
mico e combativo foi durante a elaboração da Constituição de 1988 quando a Folha
de S. Paulo encabeçou um lobby, para pôr fim à obrigatoriedade do diploma para o
exercício profissional. Em agosto de 1999, o professor Nilson Lage, da Universidade
Federal de Santa Catarina, em palestra no 2º Encontro Latino-americano de Profes-
sores de Jornalismo, realizado na capital paulista, usou o seguinte argumento para
defender o aprender jornalístico na universidade: “A responsabilidade envolvida no
tráfego de informações, a sofisticação tecnológica e a relevância do direito dos cida-
dãos indicam a necessidade de estudos demorados para a prática do Jornalismo – es-
tudos que, como acontece com as demais profissões de nível superior, deverão esten-
der-se por toda a vida.”14
A decisão da juíza substituta Carla Abrantkoski Rister, da 16ª Vara Cível de Jus-
tiça Federal em São Paulo, no dia 23 de outubro de 2001, de derrubar a exigência de
diploma para a função de jornalista em todo território brasileiro, colocou novamente
em debate a função da escola na formação do futuro profissional. Para justificar a li-
minar suspensiva, Carla Rister alegou que o curso universitário de Jornalismo não é
essencial para a formação do jornalista, “por não apresentar qualificações profissio-
nais específicas, diferentemente de profissões técnicas como engenharia.”15
21
Segundo Carla Rister, o decreto-lei 972/69, que exige o diploma para o exercício
profissional, “contraria parâmetros da Constituição de 1988.”16 Já o presidente do
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Frederico Barbosa
Ghedini, diz que a juíza citou apenas parte desse mesmo artigo, confundindo liberda-
de de expressão com regulamentação profissional com qualificação. “A regulamenta-
ção, em seu formato atual, é fundamental para garantir o direito à informação quali-
ficada, ética, democrática e cidadã para toda a população”.17
O Brasil tem mais de 110 cursos de Jornalismo, entre escolas públicas, confessi-
onais, municipais e particulares e mais de 22 mil alunos do primeiro ao quarto ano.
(Os dados são estimativos, baseados no número de estudantes que fizeram o Provão
2000, mais de 5.271 mil. Na estimativa foram incluídos cursos que ainda não forma-
ram jornalistas. O MEC não dispunha do número de escolas que começaram a funci-
onar entre 1998 e 2000.) A explosão dos cursos de Jornalismo aconteceu no final da
década 70, na década de 80 e se consolidou nos anos 90.
Um dos pontos mais discutíveis é a criação da escola sem uma análise criteriosa
para a instalação na sociedade em que será inserida. A superlotação ocupacional de
escolas superior à capacidade de absorção do mercado desvaloriza a mão-de-obra es-
pecializada, torna o curso ineficiente. Esta afluência aos cursos de forma desordena-
da inflacionou o mercado e descaracterizou o profissional. O ganhador do Prêmio
Nobel de Literatura, Gabriel Garcia Marques, também vê deficiência na formação
profissional das escolas de Jornalismo e lembra que não existem critérios na instala-
ção de escolas. O escritor diz que a criação das escolas de Jornalismo foi uma reação
“escolástica contra o fato de o ofício precisar de respaldo acadêmico”. Ele afirma ain-
23
da que a proliferação das escolas “não é alentadora” e que a maioria dos graduados
“chega com deficiências flagrantes”.20
Em 19 de abril de 1966 sai o Parecer 984, do CFE, também assinado pelo relator
Celso Kelly, cujo conteúdo se baseava nas diretrizes do Centro Internacional de Estu-
dos Superiores de Periodismo para a América Latina (Ciespal), órgão mantido pela
Unesco, com sede em Quito, Equador. Em 2 de setembro de 1966 foi publicada a Re-
solução s/nº, complementando o Parecer, que recomendava que o conceito de Jorna-
lismo compreendia todas as formas de transmissão de notícia: jornalismo impresso,
radiofônico, televisivo, cinematográfico e ainda publicitário e relações públicas; e a
formação do jornalista polivalente. A Resolução fixou 2.700 horas-aula, ministradas
em quatro anos, e incluía as disciplinas Teoria da Informação, Jornalismo Compara-
do, Redação de Jornalismo.32
O professor Luiz Beltrão também criticou a iniciativa de Celso Kelly dizendo que
a escola preparava o aluno a exercer pelo menos quatro habilitações e também confe-
ria o esdrúxulo título de comunicador polivalente. Segundo Luiz Beltrão, o título uni-
versitário qualificava o seu portador para ser jornalista, relacionista, redator de servi-
ço público, publicitário, pesquisador em comunicação, “tudo quanto não estivesse en-
quadrado em qualquer profissão regulamentada”.34
Com Celso Kelly recuando, mas mantendo a polivalência, entrou em vigor a Re-
solução 11/69 determinando que as escolas de Jornalismo fossem transformadas em
faculdades de Comunicação Social com as seguintes habilitações: Polivalente, Jorna-
lismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Editoração. Oficialmente, pela
primeira vez eram exigidos órgãos laboratoriais para todas as habilitações e, para o
Jornalismo, o curso deveria dispor de um jornal-laboratório e estúdios-laboratório de
rádio, televisão e cinema. Ficou determinado que caso as faculdades não tivessem os
órgãos laboratoriais, poderiam manter convênios com entidades públicas e privadas.
A formação do profissional polivalente ou do comunicador polivalente, era o apro-
fundamento das Técnicas de Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propa-
ganda. A proposta foi condenada por instituições acadêmicas que a excluíram dos
currículos subseqüentes.35
Com uma carga horária de 2.200 horas-aula, com duração de três a seis anos,
Celso Kelly dividiu o currículo em três aspectos: a) fenomenológico – pelo conheci-
mento da natureza dos efeitos psico-sociais devidos à sua atuação; b) instrumental –
pelo manejo mais seguro da linguagem e pelo treinamento especial na redação; c)
cultural – por uma formação básica extremamente atualizada, com fundamentos nas
humanidades.36 O currículo-mínimo estabeleceu, no ciclo introdutório, disciplinas
cujo conhecimento considerou comuns e fundamentais a todas as áreas da comunica-
ção. Uma segunda parte da carga horária foi reservada a formar profissionais para as
áreas específicas: Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda. Editora-
ção, Documentação e Divulgação Oficiais e Pesquisa em Comunicação. Para as quatro
primeiras ficou estabelecido o aprofundamento de suas técnicas e mais quatro disci-
29
plinas relacionadas na Resolução 11/69. “Não houve – ao nosso ver – um aprofunda-
mento dos estudos sobre a realidade dessas atividades e do que o mercado de traba-
lho exigia dos relacionistas (era uma das qualidades do jornalista polivalente) e pu-
blicitários. Em conseqüência, apesar daquela preocupação do CFE com os profissio-
nais da informação, estes foram prejudicados em sua formação específica, pela intro-
dução de técnicas inteiramente diversas daquelas que teriam de usar no exercício do
jornalismo”, avaliava Luiz Beltrão.37
Luiz Beltrão explica que as matérias práticas não podiam ser oferecidas em blo-
co devido à peculiaridade de cada habilitação e também à dificuldade de um mesmo
professor ser especialista em diferentes técnicas. Assim, elas foram desdobradas. A
relação foi a seguinte: 1) Introdução às Técnicas do Jornalismo Impresso, 2) Introdu-
30
ção às Técnicas do Jornalismo Radiofônico, 3) Introdução às Técnicas do Jornalismo
Televisado, 4) Introdução às Técnicas do Jornalismo Cinematográfico, 5) Introdução
às Técnicas da Telerradiodifusão; 6) Introdução às Técnicas do Cinema, 7) Introdu-
ção às Técnicas do Teatro, 8) Introdução às Técnicas das Relações Públicas, 9) Intro-
dução às Técnicas da Propaganda, 10) Introdução às Técnicas da Editoração. O aluno
escolhia ainda mais quatro disciplinas entre as não estudadas anteriormente. Apesar
de criticar o currículo-oficial, Luiz Beltrão entendia que as disciplinas práticas refor-
çavam o processo ensino-aprendizagem e exigia da escola a instalação de duas ofici-
nas laboratoriais. “A formação do jornalista na universidade estaria incompleta se
não incluísse o treinamento e a experimentação da atividade profissional.”38
Uma outra crítica feita pela direção do Sindicato de Porto Alegre dizia que a
maioria das aulas era expositiva e o professor não era jornalista. Já os alunos da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apontaram como uma das princi-
pais deficiências do currículo a falta de abordagem maior dos problemas humanísti-
cos no programa. Eles justificaram que “sem isso se torna quase impossível ter uma
visão crítica da realidade, dado essencial à função do jornalista”.39
O curso deveria ter uma carga mínima de 2.700 horas-aula, incluídas as 270 de
atividades de projetos experimentais. Além das disciplinas obrigatórias e as que
acrescentariam ao currículo de uma lista oferecida pelo MEC, o aluno, para se habili-
tar em Jornalismo, precisaria fazer as seguintes disciplinas específicas da profissão:
Língua Portuguesa: Redação e Expressão Oral; Fotojornalismo, Planejamento Gráfi-
co em Jornalismo; Radiojornalismo; Telejornalismo; Técnica de Reportagem, Entre-
vista e Pesquisa Jornalística; Preparação e Revisão de Originais, Provas e Videotexto;
Edição; Legislação e Ética em Jornalismo.
O novo currículo visa acabar com a dicotomia entre teoria e prática. Matérias,
como, por exemplo, Preparação e Revisão de Provas e Originais em Videotexto obso-
leta e que nada acrescentava ao currículo, foram retiradas da grade curricular. Foram
incluídas disciplinas que façam o aluno do 1º semestre praticar o fazer jornalístico.
Novos veículos laboratoriais foram criados com a participação de outros cursos da
Universidade Metodista. “As Oficinas de Jornalismo foram criadas para levar ao alu-
no à prática jornalística desde o primeiro semestre. Foram organizadas em uma pers-
pectiva de que fosse introduzido na prática de maneira gradativa em relação ao grau
35
de dificuldade, começando a produzir pequenas notícias até chegar às grandes repor-
tagens”, revelam Graça Caldas e Mônica Ciprino.53
Com objetivo de tornar o curso mais dinâmico e voltado para a prática jornalís-
tica em tempo integral, formar um profissional consciente do seu papel social e aliar
teoria e prática à iniciação científica, o 8º semestre do curso, o último, foi reservado
aos projetos experimentais: vídeo-reportagem, jornalismo digital, revista, jornal im-
presso, radiojornalismo, telejornalismo, assessoria de comunicação, livro-reporta-
gem. Para orientar o aluno a definir a bibliografia ideal a ser consultada, as fontes de
informação que vão complementar o seu projeto, a escolher o professor-orientador e
também a assessoria metodológica, foi incluída no 7º semestre a disciplina Introdu-
ção ao Projeto Experimental.
Isso significa permitir ao aluno aprender e lidar com teorias gerais e específicas;
propiciar ao graduando um estoque de informações sobre variados aspectos da atua-
lidade; assegurar ao aluno o domínio e reflexão das linguagens das técnicas e tecnolo-
gias nos processos e nas habilitações de comunicação; fortalecer a cidadania, os direi-
tos humanos, a liberdade de expressão, a pluralidade de idéias, a justiça social, a de-
mocracia e o saber posicionar sobre o exercício do poder da comunicação. Estes co-
nhecimentos são assim categorizados: conteúdos teórico-conceituais; conteúdos ana-
40
líticos e informativos sobre a atualidade; conteúdos de linguagens, técnicas e tecnolo-
gias midiáticas; conteúdos ético-políticos.61
A duração mínima estabelecida é de 2.700 horas-aula. A oferta não deve ser in-
ferior a quatro anos ou oito semestres letivos. Já o estudante terá a possibilidade, na
medida de sua competência, de fazer o curso em tempo inferior a quatro anos, se a
estrutura de oferta for por créditos. A duração máxima fica a critério da instituição.
No Projeto Acadêmico é preciso constar a estrutura de oferta que pode ser seria-
da anual, seriada semestral, por créditos ou módulos. Por exemplo, se a estrutura de
oferta for por créditos, o projeto deve prever a integração das várias disciplinas e ati-
vidades para evitar uma mera acumulação dispersa de créditos. Ou seja, ao final do
curso, o aluno somou disciplinas e não adquiriu conhecimentos necessários à sua for-
mação profissional e humanística. O mesmo cuidado e zelo deve ser dado à estrutura
de oferta seriada ou módulos.
O Projeto Acadêmico deve expressar o perfil do corpo docente que deseja, esta-
belecer a titulação mínima; definir o regime de trabalho (horista, integral); orientar e
estimular a capacitação didático-pedagógica, pós-graduação em níveis de especializa-
ção, mestrado e doutorado do professor; e organizar um plano de carreira profissio-
nal para os professores.
Estipulou também que a redação laboratorial deveria ter uma máquina de es-
crever para cada aluno, no máximo 45 alunos por redação, um ramal telefônico por
44
redação e um teletipo de agência de notícias. Requisitos que ainda prevalecem mas os
esquipamentos foram substituídos pelo computador e pela Internet.
Mas num estudo feito entre abril e junho de 1997, Samantha Viana Castelo
Branco Rocha, mestranda em Jornalismo ECA/USP, trabalho apresentado na Inter-
com em Recife/98, conclui que a maioria das escolas desvaloriza a produção e pes-
quisa científica.68 O estudo teve como parâmetro três instituições: uma pública, uma
particular e outra confessional. As selecionadas foram a Faculdade de Comunicação
Social Cásper Líbero, Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP) e Pontifícia Uni-
45
versidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Duas estão localizadas na capital pau-
lista e outra no interior de São Paulo.
Uma das conclusões da autora é que as três escolas pesquisadas não cumpriram
as normas estabelecidas pela Resolução do CFE número 2/84, no tocante aos Proje-
tos Experimentais. “É necessário colocar que essa desobediência às normas do CFE é
decorrente da ausência de fiscalização criteriosa e contínua dos cursos de Jornalismo
pelo MEC, bem como da necessidade de atualização permanente dos currículos.”69
Ela também observou que a desinformação dos alunos do último ano é preocupante
quando comprova-se que não há, nas escolas, um compromisso de divulgação siste-
mática e esclarecimento das normas do CFE e das próprias instituições. Outra difi-
culdade, mas levantada pela professora Sonia Aguiar, cinco anos antes do trabalho de
Samantha, é a “falta de instrumental teórico para fundamentar as análises que os alu-
nos se propõem a fazer.”70
Anualmente mais de cinco mil novos jornalistas saem dos cursos. São 97 escolas
no território brasileiro que têm alunos no último ano de Jornalismo, dados do Provão
2000. E ainda são mais de 10 cursos que não têm alunos no último ano. A maioria
dos alunos que chega ao ensino de Jornalismo tem dificuldades variadas, entre elas, a
falta do hábito de leitura. “Ele foi habituado a reagir a estímulos que conduzem sua
ação a assinalar com cruzadinhas uma resposta convincente, sem percorrer os cami-
nhos necessários à aprendizagem.”84 O ideal seria o aluno com conhecimentos e habi-
lidades que permitissem o seu preparo específico para o jornalismo.
Segundo Iára de Almeida Bendati, o aluno é dominado pela crença de que a es-
cola tudo deve e ele nada precisa dar em troca. “Ele está disposto a receber idéias
50
prontas, com ampla margem de visibilidade de uso imediato. Ele desgasta seu entusi-
asmo inicial pela coisa nova.”85 Ela cita também que o aluno se sente desmotivado
pela disciplina teórica que não esteja diretamente vinculada à sua formação profissio-
nal. Revoltado com a realidade acadêmica e rebelde com a metodologia de ensino, o
futuro jornalista se convence de que a prática não está fundamentada na teoria. “Ide-
alista, romântico, ele prefere minguar na vivência cotidiana, apático ou rebelde, se-
mestre a semestre, até conseguir – e sempre consegue – o seu diploma.”86 O aluno
não admite a importância do seu papel no sucesso do processo ensino-aprendizagem
e transfere para a escola, professor, currículo e até mesmo à sociedade, os motivos de
suas ineficiências.
O professor Bernardo Kucinsky, ECA/USP, diz que a escola não pode preparar o
aluno somente para o mercado e nem criticá-lo. “Nós devemos criar um aluno que es-
tabeleça o que eu chamo de um conflito produtivo com o mercado, isto é, se ele não
aceita o mercado como é, deve ter condições para mudá-lo.” 89 Para o professor José
Marques de Melo, o aluno que desejar ter uma formação mais abrangente deveria fa-
zer mais cursos fora da escola de Jornalismo. “Se ele quer ser repórter político, por
que não fazer um curso de política na Faculdade de Ciências Sociais?”90
Em 1999 foram avaliadas 86 escolas de Jornalismo e em 2000 três, mas não fo-
ram computadas no relatório final da Sesu de 25 de janeiro de 2001. O conjunto de
resultados, fruto de uma investigação feita por comissões de professores, não é plau-
sível com as propostas de Diretrizes Curriculares e a maioria das escolas não atendeu
às determinações da Resolução 2/84 que pede, por exemplo, laboratórios equipados
para a produção e difusão de veículos laboratoriais. O três quadros apresentados nes-
54
te tópico (Organização Didático-Pedagógica, Corpo Docente e Instalações) compro-
vam que o ensino de Jornalismo no Brasil nunca recebeu a merecida atenção por par-
te do governo e muito menos pelos donos das escolas.
O que chama mais atenção dos três quadros são os números do quadro estatísti-
co Instalações. 70.9% das escolas tiraram Condições Insuficientes (CI); e 63.4% das
escolas particulares (52) não tinham instalações ou não eram adequadas ao curso de
Jornalismo. É preocupante porque não há teoria sem prática. Em verdade, o aluno
ganha conhecimento mas não o transforma em prática num veículo laboratorial. Ne-
nhuma escola tirou nota Condições Muito Boas (CMB) nesse item. O que deveria ser
uma obrigação passou a ser uma virtude. Os requisitos que compõem as Instalações
são pertinentes ao projeto acadêmico e ao exercício de Jornalismo: número e adequa-
ção de salas de aula, ventilação, iluminação, equipamentos didáticos, acesso e acústi-
ca, salas para professores, um computador por aluno em sala para disciplinas técni-
cas, estúdio de rádio e televisão, biblioteca, acesso à Internet e outros.
Organização Didático-Pedagógica
CMB CB CR CI SC Total
Federal 2 5 4 13 0 24
Estadual 0 1 2 3 1 7
Municipal 0 1 2 0 0 3
Privada 1* 13 12 26 0 52
Total 3 20 20 42 1 86
Corpo Docente
CMB CB CR CI SC Total
Federal 4 15 2 3 0 24
Estadual 1 3 1 1 1 7
Municipal 0 2 1 0 0 3
Privada 2 18 22 10 0 52
Total 7 38 26 14 1 86
Instalações
CMB CB CR CI SC Total
Federal 0 1 1 22 0 24
Estadual 0 1 1 4 1 7
Municipal 0 1 0 2 0 3
Privada 0 10 9 33 0 52
Total 0 13 11 61 1 86
Legenda: Condições Muito Boas (CMB), Condições Boas (CB), Condições Regulares (CR),
Condições Insuficientes (CI) e Sem Conceito (SC)
* Escola confessional
Para realização do curso são feitos convênios com sindicatos da categoria de jor-
nalistas, universidades, empresas de comunicação.
Quanto ao currículo, o professor José Marques de Melo entende que ele deva
atender às necessidades local e regional em que os cursos estão situados. Ele justifica
dizendo que é na cidade onde fica o curso que os futuros jornalistas vão buscar o pri-
meiro emprego. José Marques de Melo, porém, faz um alerta aos professores que
precisam manter-se sintonizados com “as tendências nacionais/globais, desprovinci-
anizando a formação profissional, inclusive porque é legítima a aspiração dos jovens
profissionais em galgar postos de trabalho nas empresas que encabeçam as redes mi-
diáticas às quais estão vinculados os meios locais/regionais”.117 O professor propõe
que a escola faça um currículo cujo universo é a comunidade em que está localizada
mas sem se afastar do Jornalismo universal e das inovações tecnológicas, das trans-
formações sociais e mudanças econômicas. Ele adverte ainda que os cursos não preci-
sam ter longa duração. “Da mesma forma, convém pensar em estratégias de interco-
nexão entre graduação e pós-graduação, entre graduação e extensão, eliminando obs-
táculos pedagogicamente inconsistentes.”118
61
5.MELO, José Marques de. O ensino de jornalismo no Brasil. In: O ensino de Jorna-
lismo: documentos da 4ª Semana de Estudos de Jornalismo. São Paulo,
ECA/USP, 1972
9.SILVA, Luís Custódio da. Órgãos laboratoriais: da resistência aos novos caminhos
experimentais. In: Ensino de comunicação no Brasil: impasses e desafios. (org.)
José Marques de Melo. São Paulo, ECA/USP, 1987.
12.MELO, José Marques de. Poder, universidade e escolas de comunicação. In: Ideo-
logia e poder no ensino de comunicação. São Paulo, Cortez e Moraes, 1979.
20.http://www.estado.com.br/jornal/96/10/07/SIPAO7.HTM. 06/04/98.
28.Cadernos de Jornalismo nº 3. Aqui se ensina quem vai ser submisso e quem vai
explorar. Porto Alegre, Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Porto Alegre, se-
tembro de 1978.
63
29.Cadernos de Jornalismo nº 3. Aqui se ensina quem vai ser submisso e quem vai
explorar. Porto Alegre, Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Porto Alegre, se-
tembro de 1978.
30.Cadernos de Jornalismo nº 3. Aqui se ensina quem vai ser submisso e quem vai
explorar. Porto Alegre, Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Porto Alegre, se-
tembro de 1978.
36.SÁ, Adísia. Corpo docente para os cursos de Jornalismo. In: O Ensino de Jornalis-
mo: documentos da 4ª Semana de Estudos de Jornalismo. São Paulo, ECA/USP,
1972.
43.BUENO, Wilson da Costa. Seis propostas para ativar a reação contra censura e
alienação. In: Cadernos de Jornalismo nº 3. Porto Alegre, Sindicato dos Jornalis-
tas Profissionais de Porto Alegre, setembro de 1978.
47.MELO, José Marques de. O ensino do Jornalismo na batalha decisiva pela quali-
dade. São Paulo, Intercom 52: Revista Brasileira da Comunicação, janeiro a ju-
nho/85.
48.MELO, José Marques de. O ensino do Jornalismo na batalha decisiva pela quali-
dade. São Paulo, Intercom 52: Revista Brasileira da Comunicação, janeiro a ju-
nho/85.
49.MELO, José Marques de. O ensino do Jornalismo na batalha decisiva pela quali-
dade. São Paulo, Intercom 52: Revista Brasileira da Comunicação, janeiro a ju-
nho/85.
50.MELO, José Marques de. O ensino do Jornalismo na batalha decisiva pela quali-
dade. São Paulo, Intercom 52, Revista Brasileira da Comunicação, janeiro a ju-
nho/85.
66.MELO, José Marques de. Laboratórios de jornalismo impresso. In: Revista de Co-
municação, nº 19. São Paulo, Agora Comunicação Integrada, 1969.
67.MELO, José Marques de. Laboratórios de jornalismo impresso. In: Revista de Co-
municação, nº 19. São Paulo, Agora Comunicação Integrada, 1969.
70 – AGUIAR, Sonia. A peleja dos sofistas. In: Revista Imprensa, nº57. São Paulo,
Feeling, maio de 1992.
75 – Síntese dos parâmetros curriculares nacionais. São Paulo, Editora Didática Pau-
lista, 2000.
76 – Síntese dos parâmetros curriculares nacionais. São Paulo, Editora Didática Pau-
lista, 2000.
77 – Síntese dos parâmetros curriculares nacionais. São Paulo, Editora Didática Pau-
lista, 2000.
78 – BUENO, Wilson da Costa. Seis propostas para ativar reação contra censura e
alienação. In: Cadernos de Jornalismo nº 3. Porto Alegre, Sindicato dos Jornalis-
tas Profissionais de Porto Alegre, setembro de 1978.
79 – BUENO, Wilson da Costa. Seis propostas para ativar reação contra censura e
alienação. In: Cadernos de Jornalismo nº 3. Porto Alegre, Sindicato dos Jornalis-
tas Profissionais de Porto Alegre, setembro de 1978.
81 – AGUIAR, Sonia. A peleja dos sofistas. In: Revista Imprensa, nº57. São Paulo,
Feeling, maio de 1992.
83 – AGUIAR, Sonia. A peleja dos sofistas. In: Revista Imprensa, nº57. São Paulo,
Feeling, maio de 1992.
104 – DALLA COSTA, Rosa Maria Cardoso. Escola itinerante de jornalismo da Fe-
naj. Artigo apresentado pela professora na Intercom de 1998, realizada em Reci-
fe.
105 – DALLA COSTA, Rosa Maria Cardoso. Escola itinerante de jornalismo da Fe-
naj. Artigo apresentado pela professora na Intercom de 1998, realizada em Reci-
fe.
106 – BENDATI, Iára de Almeida. Teoria. In: Ensino da Comunicação. Porto Alegre,
Revista Abepec, junho de 1977.
110 – BENDATI, Iára de Almeida. Teoria. In: Ensino da Comunicação. Porto Alegre,
Revista Abepec, junho de 1977.
68
111 – BENDATI, Iára de Almeida. Teoria. In: Ensino da Comunicação. Porto Alegre,
Revista Abepec, junho de 1977.
112 – MELO, José Marques de. Ensino de graduação em Comunicação Social: para-
digmas curriculares. In: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação. São
Paulo, Intercom. janeiro/junho de 1998.
114 – Revista Imprensa, nº37. O círculo do giz. São Paulo, Feeling, setembro/90.
115 – AGUIAR, Sonia. A peleja dos sofistas. In: Revista Imprensa, nº57. São Paulo,
Feeling, maio de 1992.
116 – MELO, José Marques de. In: O Círculo do giz. São Paulo, Revista Imprensa,
nº37, Feeling, setembro de 1990.
117 – MELO, José Marques de. Ensino de graduação em Comunicação Social: para-
digmas curriculares. In: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação. São
Paulo, Intercom, janeiro/junho de 1998.
118 – MELO, José Marques de. Ensino de graduação em Comunicação Social: para-
digmas curriculares. In: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação. São
Paulo, Intercom. janeiro/junho de 1998.
3 JORNAL-LABORATÓRIO
Por outro lado, o estudante deve entender que o discurso jornalístico precisa se
balizar na checagem do fato para comprovar a sua veracidade. O Jornalismo labora-
torial jamais pode cometer inverdades. É atributo do Jornalismo divulgar o que é de
interesse público e não de interesse da empresa. É um complicador a mais para o es-
tudante que sonha trabalhar em um grande jornal, independente da sua linha editori-
al. Mas a escola não pode só se preocupar com o que o mercado oferece ou tem a ofe-
recer ao futuro jornalista e muito menos negligenciar o conhecimento científico. A es-
cola deve também se ater aos princípios básicos que regem o Jornalismo, aquele fiel
ao leitor e preciso no seu discurso. Deve formar um profissional sabedor e conhece-
dor de que fazer Jornalismo é assumir um compromisso com a comunidade, com os
70
direitos éticos e na busca incessante da democracia. O estudante deve desvincular
(sempre) o Jornalismo do negócio. No Brasil, não é uma tarefa fácil a ser cumprida
pelas escolas, porque, segundo o professor Manuel Carlos Chaparro, “o que temos
por aqui, em larga escala, mandando e desmandando, são editores testas-de-ferro,
apaixonados pelo poder que têm de controlar repórteres, em relação aos quais agem,
frequentemente, como censores e adulteradores de textos”.1
O professor José Marques de Melo mais uma vez reforça a validade do jornal-la-
boratório na formação da consciência profissional. “Formar jornalistas, sem que lhes
desperte o interesse pela análise crítica dos padrões vigentes na sociedade e sem que
lhes ofereça oportunidade de testar tais modelos em laboratórios e de criar alternati-
vas inovadoras, é motivo de frustração generalizada na área desde a década de 50.”13
Sudeste — São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro; Sul —
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; Centro-Oeste — Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Brasília; Norte — Amazonas; Nordeste — Paraíba, Pernambuco,
Sergipe, Ceará, Piauí, Bahia e Maranhão.
Por Estado: São Paulo — Santos, São Bernardo do Campo, Taubaté, São Paulo
(capital), Mogi das Cruzes, Sorocaba, Itapetininga, São José do Rio Preto, Bauru, Ma-
rília, Piracicaba, Ribeirão Preto, Campinas e Presidente Prudente. Rio de Janeiro
— Niterói, Rio de Janeiro e São Gonçalo. Rio Grande do Sul — Santa Maria, Pelo-
tas, Canoas, Porto Alegre, São Leopoldo, Passo Fundo, Caxias do Sul, Ijui e Santa
Cruz. Paraná — Curitiba, Ponta Grossa e Londrina. Santa Catarina — Florianópo-
lis, Itajai e Tubarão. Minas Gerais — Uberlândia, Belo Horizonte, Pouso Alegre e
Juiz de Fora. Mato Grosso — Cuiabá, Várzea Grande. Mato Grosso do Sul —
Campo Grande. Espírito Santo — Vitória. Paraíba — João Pessoa e Campina
Grande. Sergipe — Aracaju. Maranhão — São Luis. Piauí — Terezina. Bahia —
Salvador. Pernambuco — Recife. Ceará — Fortaleza. Amazonas — Manaus. Dis-
trito Federal — Brasília.
5 – MELO, José Marques de. Uma estratégia para salvar o jornal-laboratório. In:
revista Imprensa. São Paulo, número 97, outubro de 1995.
12 – MELO, José Marques de. In: Jornal-laboratório. Clélia Maria Garcia. Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC). Santos, UniSantos, 1983.
13 – MELO, José Maques de. In: Jornal-laboratório. Clélia Maria Garcia. Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC). Santos, UniSantos, 1983.
O jornalismo, que nasceu da arte artesanal dos prelos (antiga prensa de impri-
mir), é uma necessidade social e representa um meio de satisfazer o desejo do homem
contemporâneo de conhecer todas as coisas novas e interessantes que acontecem dia-
83
riamente no Universo. Sua característica principal é a atualidade. Inserido na comu-
nidade, ele é fundamental para sociedade e está constantemente ligado aos compor-
tamentos do governo. O jornalismo deve ser ético, pluralista e apartidário para sobre-
viver e caminhar com credibilidade no mercado competitivo de hoje.
Nos Estados Unidos, em 1971, a função social do jornalismo foi cumprida, quan-
do o juiz da Suprema Corte, Hugo Black, decidiu que não se podia censurar a impren-
sa nem em defesa da segurança nacional. Este é um trecho do seu voto em defesa da
função social do jornalismo: “Uma das obrigações primárias da imprensa é impedir
que o governo engane o povo.”16. Dentro desses princípios já mencionados, concluí-
mos que a função básica do jornalismo é servir de instrumento para incentivar o ho-
mem no caminho de sua plena realização.
A população não pode ficar à margem do jornalismo, mesmo aquela que não
sabe ler nem escrever ou aquela sem condições econômicas para poder consumir a
informação jornalística, cultural ou educacional. Todo cidadão, não importa a raça,
cor ou segmento social, político ou econômico tem direito à informação. Nos países
democráticos, este direito está assegurado na Constituição. No Brasil, a Constituição,
promulgada em outubro de 1988, diz em seu Capítulo I, parágrafo 24, que “é assegu-
rado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessá-
rio ao exercício profissional.”17. Neste particular, o jornalismo não pode privilegiar se-
tores da sociedade. A mobilização da informação jornalística tem de ser ampla e ir-
restrita.
O jornalista precisa ser criativo, ter iniciativa, investigar com racionalidade para
fugir das mesmices do dia-a-dia das redações mais preocupadas com as notas ofici-
ais. O jornalista não se pode dar ao luxo de agir subjetivamente em relação a pontos
mais delicados de um fato jornalístico porque assim o valor da notícia relatada por
ele não vai refletir o contexto do fato. Ou seja, o que ele transformou em notícia não é
verídico. É parcial ou mal-intencionado.
O jornalista tem que discutir ética todos os dias. Não importa o local, a hora ou
quem está ao lado. O fundamental é que em cada frase pronunciada, tenha critério e
consciência coletiva. Porque, do contrário, a notícia mal apurada é socialmente ina-
pagável. Para melhorar a relação entre jornalismo e sociedade, a ética precisa ser co-
locada em prática.
No Brasil a questão ética não é tratada com serenidade. O que prevalece é a Lei
de Gerson: levar vantagem em tudo. Infelizmente, a impunidade adquiriu corpo e se
tornou regra. Regra que levou o país ao obscurantismo que é alimentado pela turbu-
lência política.
92
O jornalismo tem que ser ético para não comprometer a estrutura social, políti-
ca e econômica de um país. Ele deve ser imparcial, equilibrado e objetivo ao reunir e
relatar os fatos. Ao gerar opiniões ou informações sobre os fatos, o jornalismo está
formando opinião pública. E é nesse processo que entra a conduta ética.
Mas nem sempre a mídia age com racionalidade para retratar o cotidiano. Um
exemplo da falta de critério no tratamento de um acontecimento diário foi o da Esco-
la Base, em São Paulo. A mídia, sem cruzar as informações divulgadas pela polícia e
pais de alunos e sem ouvir os dois lados do acontecimento, montou um contexto e
publicou em grande estilo sensacionalista que professores da Escola Base abusavam e
tiravam fotos eróticas de crianças. O resultado foi devastador, não para as crianças,
pais e moradores do bairro que destruíram a escola, mas para os donos que ficaram
abalados psicologicamente, perderam amigos, credibilidade, além de ser marginali-
93
zados. Foram condenados pela mídia e conseqüentemente pelos leitores que acredi-
taram na veracidade da informação. Além de negligência na apuração dos fatos, a mí-
dia, mesmo depois de comprovada ser falsa a acusação dos pais, não deu o mesmo
destaque dado quando “condenou” os donos da escola.
Não aceitar presentes das fontes de informação, não ceder às pressões dos
anunciantes ou da influência de grupos políticos, ser lícito, legítimo, rico em fatos
concretos e não ser omisso com a comunidade são princípios éticos que regulam os
valores morais no exercício do jornalismo. Para Augusto Nunes, ex-diretor de reda-
ção dos jornais O Estado de S. Paulo e Zero Hora, de Porto Alegre (RS), a adoção de
um código de ética, por si só, não imuniza nenhum jornal contra o risco de protagoni-
zar deslizes, escorregões ou mesmo delitos graves. “Mas sempre reduz a incidência de
casos de má-fé e reafirma o compromisso de agir corretamente. Sobretudo comprova
a disposição de revogar a crônica impunidade assegurada há tantas décadas pela
omissão dos chefes e pelo corporativismo dos jornalistas.”25
94
A crítica interna, depois, torna-se externa, deixa o estudante mais sensível etica-
mente a problemas que envolvam questões como exatidão, lógica e equilíbrio no rela-
to do fato jornalístico. O leitor torna-se mais consciente do papel acadêmico do jor-
nal-laboratório e da preocupação do próprio jornalismo com uma conduta ética e res-
ponsável.
Após a Revolução Industrial, no final do século 19, o jornal deixou de ser um ar-
tigo só de consumo da classe burguesa, ganhou padrão gráfico e se transfomou num
instrumento básico da comunicação de massa. Na verdade, se tornou um fenômeno
universal. Na medida em que a informação não mais atendia a uma classe social, co-
meçava a mobilizar o grande público e assumia o papel de observador da realidade.
a)Informativo
b)Interpretativo
c)Opinativo.
a)Informativo
a)Enquete
b)Entrevista
c)Nota
d)Notícia
e)Serviço (agenda)
b)Interpretativo
a)Reportagem
97
c)Opinativo
a)Artigo
b)Caricatura
c)Carta
d)Coluna
e)Comentário
f)Crônica
g)Editorial
h)Resenha
Resenha – caracteriza-se por ser uma apreciação dos produtos culturais com a
finalidade de orientar o leitor.
Para simplificar o texto jornalístico, o estudante deve construir frases curtas, ló-
gicas, afirmativas, precisas, estilo direto e de fácil compreensão. Evitar também pe-
ríodos longos e parágrafos a perder de vista. Na dúvida, o melhor arma contra frases
longas e parágrafos intermináveis é a pontuação.
Humberto Werneck, editor sênior da Playboy, diz que a beleza é uma arma para
capturar o leitor na primeira linha e levá-lo até a última. Se o caminho é este, nada
melhor que cada palavra ou expressão contenha o máximo de carga de significado.
Substantivos fortes e verbos na voz ativa reforçam a beleza do texto jornalístico, jus-
tamente com uma informação rigorosa e bem apurada.
Quando compra um jornal, o leitor está pagando por notícias corretas e preci-
sas. É sensível, inteligente e crítico, portanto é preciso dar a ele um pouco mais do
que supostamente está pedindo. Mesmo com a correria da vida moderna e a tendên-
cia da informação em tempo real, é preciso reservar espaço de reflexão para o leitor
se aprofundar mais.
A isenção deve ser atingida quando ao ouvir uma acusação, o estudante deve se
empenhar em saber a versão do outro lado. E, na elaboração do texto, dê a cada parte
o destaque merecido, nem menos, nem mais.
102
A impessoalidade significa, além disso, fugir ao intimismo, ao excesso de liber-
dade com o leitor. Deve-se evitar expressões: Perguntei ao jogador… Disse-me (nos)
Pelé… Chegou ao nosso Brasil… Eu ouvi o Ricardo Teixeira sobre a seleção…. Corre-
to: Perguntado sobre… Pelé diz que… Chegou ao Brasil… Para Ricardo Teixeira, a…
O você, dirigido ao leitor, não deve ser usado. Em lugar de Se você quiser assis-
tir ao show, compre logo o ingresso. Se interessar em assistir ao show, compre logo
o ingresso.
O estudante precisa ficar atento ao coletar dados porque, quanto mais elemen-
tos recolher, maior será o interesse do leitor pela notícia. É essencial que a notícia
seja rigorosa, completa e fundamentada sobre fatos e não sobre rumores. Ela deve ser
atual, abrangente, inédita, inusitada, incomum e de interesse público. O leitor quer
saber a relação de causa e efeito, o que está por trás da aparente realidade. Na verda-
103
de, a notícia é a ocorrência de um fato. Não questiona nem opina, afirma e informa.
Ela não investiga causa ou conseqüência, embora possa ser resultado de investigação.
Ela é uma das principais fontes de informação para o jornal, e está presente, di-
reta ou veladamente, na maioria das notícias ou das reportagens.
● Procure saber quanto tempo terá para fazer a entrevista. Se for pouco tem-
po, vá direto ao assunto;
● Não confie na memória, faça anotações, mas discretamente. Anote o que for
necessário e preste atenção no sentido da resposta. Muitas pessoas se inibem na
frente do jornalista que anota tudo, ou que está gravando.
● Não deixe que o entrevistado escreva suas respostas ou as dite para você.
Caso contrário, perderá o rumo da entrevista e a iniciativa. Você deve dirigir a
entrevista.
● Evite atritos com o entrevistado, seja natural, polido, cortês, sem afetação
ou subserviência.
● Por mais desordenadas que sejam as perguntas, o aluno deve ter consciên-
cia da seqüência do assunto.
● Para se obter resultado perfeito numa entrevista, ela tem que ser preparada
com antecedência.
● Em entrevistas curtas, o gravador não deve ser usado. Leva-se tempo para
tirar da fita e matérias curtas são requisitadas com pressa. Informações
anotadas são mais fáceis de serem trabalhadas.
O estudante, quando da elaboração do seu texto, tem de ter saber quem é o seu
leitor, para quem vai escrever e que tipo de texto vai apresentar: informativo, inter-
pretativo ou opinativo. Na imprensa diária brasileira encontram-se estas três catego-
rias, mas em maior quantidade o texto informativo, seguido do opinativo e alguns in-
terpretativos (reportagens). Numa revista semanal, como Veja, Época, IstoÉ, os tex-
tos são mais de interpretação dos fatos registrados na semana. Trabalha mais com re-
portagens, não necessariamente de investigação, mas aquela que aborda em profun-
didade os assuntos pautados pelos jornais impressos.
É esse que deve ser o perfil do jornal-laboratório porque não há como, princi-
palmente no Brasil, acompanhar a velocidade da informação, mesmo porque a fun-
ção do exercício laboratorial é formar o profissional que tenha o domínio pleno da
linguagem jornalística e não apenas da técnica da pirâmide invertida.
O texto para jornal-laboratório deve e precisa caminhar nessa direção tão bem
construída por Charles Dickens. A riqueza estilística não é simplesmente noticiar o
fato, está na contextualização, nos detalhes, nas contradições, na análise, nas reações
humanas, no inusitado, na observação participante – foi o que fez Dickens –, na in-
terpretação sob diferentes perspectivas. O aluno deve mergulhar nessa narrativa para
descrever com singularidade o fato de interesse universal.
Enquanto o mundo e o Brasil concentram suas atenções à queda das torres gê-
meas e a guerra entre Afeganistão e Estados Unidos, uma parte do extremo Norte do
território nacional vive em constante conflito social, econômico, político e armado.
Grandes reportagens foram publicadas em revistas e jornais brasileiros relatando
mais uma aventura norte-americana além fronteiras, mas raro foi aquele que contou
um pouco sobre o Brasil. Nesse mar de informações e contra-informações sobre o
episódio Osana Bin Laden, a revista Época fugiu da mesmice e publicou uma reporta-
gem de Eliane Brum, que, infelizmente, mereceu uma pequena chamada na parte su-
perior da capa do periódico, A Guerra do começo do mundo: a última fronteira. O
texto narra o cotidiano de um território desconhecido pela maioria do povo brasilei-
ro: Roraima. A autora usou do seu conhecimento de geografia, política, de história
contemporânea, ou seja, de humanidades, para descrever a saga do povo de Roraima.
Os dados comparativos ilustram bem o texto da reportagem e deixam o leitor familia-
rizado com o drama daquele Estado nortista. Esse trecho extraído da reportagem re-
vela uma faceta do Brasil: “Roraima é uma terra isolada, ligada ao resto do país ape-
nas por uma transfusão de recursos – intensa e de mão única – de Brasília para o Es-
tado. Mais perto de Miami que do Rio de Janeiro, a capital (Boa Vista, grifo nosso)
vive em crise de identidade. Quando um roraimense viaja, anuncia aos amigos: Vou
para o Brasil.” O relato continua: “Assim, isolado, maltratado até, e um tanto órfão,
Roraima vive a guerra do começo do mundo. E ninguém se importa. O Brasil não dá
importância a Roraima, mas Roraima importa-se muito”.34 A autora reportou a situa-
ção local incluindo personagens que fizeram e fazem a história de Roraima: o mi-
114
grante regional, nacional e extrangeiro; a saga dos aventureiros como a da mara-
nhense Cleonice Conceição, de Maurício Habert que sonha em dismistificar a fama
do pai Maurice Habert de ladrão e desertor da Primeira Guerra Mundial; do suíço
Walter Vogel, que se diverte plainando de ultraleve, é dono de 12 mil cabeças de
gado, 100 mil terrenos; e a guerra entre o Exército, os índios e a Igreja Católica. A ri-
queza estilística faz o leitor viajar no tempo e no espaço, dificilmente documentários
de televisão reportariam com sutileza e maestria o dilema de personagens comuns e
de um Estado em estado de alerta. A reportagem termina deixando transparente que
conflitos sempre vão existir na terra que tem 57% sob o domínio indígena: “…No nor-
te, os macuxis seqüestraram um par de botinas e uma boina dos militares para mos-
trar quem manda naquela quina do Brasil. Diante do ataque estrangeiro, o valente
general (Claudimar Magalhães Nunes) ameaça tomar os troféus de guerra na marra.
Não há dias comuns em Roraima.”35 Se uma das funções do jornalismo é colocar à
tona as contradições, o texto de Eliane expõe este contraste brasileiro.
4.2 Aluno-repórter
É com esse espírito de ter maior acesso ao fato jornalístico que o aluno-repórter
deve encarar a atividade profissional ainda na escola. É por meio da observação, no
local que pretende reportar, que colocará à tona as contradições sociais ou políticas.
“Daí por que pode ser chamado de observação-reportagem, já que apresenta certa si-
milaridade com as técnicas empregadas pelos jornalistas.” 37 Antônio Carlos Gil quis
dizer que a observação é um técnica de coleta de dados e independe para que fim será
usada.
Se, segundo Franz Victor Rudio, observar é aplicar os sentidos a fim de obter
uma determinada informação sobre algum aspecto da realidade, 38 o futuro jornalista
não pode abrir mão dessa técnica, secularmente utilizada pelo ser humano, com o ob-
jetivo de valorizar e enriquecer o texto jornalístico e ainda ganhar credibilidade junto
ao leitor. Mas observar abrange todos os sentidos do homem, não se resume a ver,
mas de examinar e interpretar, de ler documentos, de colher depoimentos. Estes co-
nhecimentos ajudam o estudante a compreender com maior abrangência o fenômeno
jornalístico. “A percepção, observação cotidiana se enriquecem, amplia-se a cosmovi-
são, assim como ampliam as narrativas”, ensina Cremilda Medina que tudo isso é
possível aprender por meio da reportagem.39 Luiz Maklouf de Carvalho, autor de Co-
bras Criadas, usou com propriedade a observação para contar a vida de menores de
rua que perambulam pelo centro da capital paulista. Para mostrar com precisão e ve-
racidade o fato, Maklouf passou 12 horas acompanhando de perto as aventuras, as
peraltices de sete crianças abandonadas pelos pais e pelo Estado. “Lá vão eles de
novo, a menina um pouco atrás. Entram no metrô Anhangabaú, atravessam as duas
pistas da 23 de Maio. Dois deles têm cola.”40 A cada linha lida o leitor mergulha no
mundo conturbado e violento de São Paulo como se fosse ele o observador-partici-
pante.
Prender a atenção da primeira até a última linha, ter originalidade, clareza e cri-
atividade, simplificar o cotidiano, mostrar os contrastes sociais sem perder o brilho
da narrativa são desafios constantes que o jornalista enfrenta para contar um fato
real rico em detalhes. A reportagem acentua a qualidade do autor e amplifica o uni-
verso do leitor. No entanto, para seduzir o leitor é preciso algumas técnicas narrati-
vas, nenhuma pode ser monótona, cheia de adjetivos ou cansativa. Muniz Sodré e
Maria Helena Ferrari classificaram a reportagem assim: a) reportagem de fatos (fact-
story), reportagem de ação (action-story) e reportagem documental (quote-story).41
Os três tipos ou modelos devem ser usados pelo estudante porque não privilegiam o
factual mas o desdobramento da notícia. Sendo, portanto, uma extensão do real ime-
diato, a reportagem constitui um gênero jornalístico que contribui na formação esti-
lística e conteudista do futuro jornalista. “Por isso, é a reportagem – onde se contam,
se narram as peripécias da atualidade – um gênero jornalístico privilegiado. Seja no
jornal nosso de cada dia, na imprensa não cotidiana ou na televisão, ela se afirma
como o lugar por excelência da narração jornalística. E é mesmo, a justo título, uma
narrativa – com personagens, ação dramática e descrições de ambiente – separada
entretanto da literatura por seu compromisso com a objetividade informativa.”42
Chama-se pauta tanto o conjunto de assuntos que uma editoria está cobrindo
como a série de indicações transmitidas ao estudante, não apenas para situá-lo sobre
um determinado tema, mas, principalmente, para orientá-lo sobre os ângulos a ex-
plorar no fato jornalístico, entrevista ou na reportagem. Toda pauta parte de uma hi-
pótese. É o roteiro mínimo fornecido ao estudante de Jornalismo. A pauta serve de
guia ao estudante. Para Clóvis Rossi, da Folha de S. Paulo, a pauta é o plano de vôo
para o desenvolvimento da reportagem.
Não adianta nada ser um bom criador de idéias e não saber se podem ser execu-
tadas. Formular perguntas é uma coisa, talvez até um ato mecânico, mas ter conheci-
mento sobre o assunto a ser pautado é outra história. A boa pauta é aquela que tem
um bom histórico que possa facilitar a compreensão do objetivo. O texto deve ser
leve, esclarecedor e até provocativo. Ou seja, aguçar a sua própria sensibilidade. A
pauta jamais pode ser um catálogo, um índice ou uma folha repleta de anotações ge-
néricas e dispersas. Na verdade, precisa ter uma metodologia que possa nortear e or-
denar o que se propõe a confirmar ou não.
Quando se tem uma boa pauta, a coleta de dados e a matéria se desenrolam na-
turalmente. A pauta é um roteiro que inclui o assunto, histórico, objetivo, justificati-
va, telefones de pessoas a entrevistar, endereços de locais que deverão ser procurados
e previsão para fotos, tabelas, gráficos, ilustrações, mapas ou box. Deve-se evitar a
formulação de perguntas. Ela inibe o estudante a refletir e analisar o argumento do
entrevistado. Na verdade, o estudante fica mais preocupado em fazer a próxima per-
gunta que já está programada e não presta a devida atenção na resposta do entrevis-
tado. Então, o fundamental é que faça o estudo aprofundado sobre o tema ou entre-
vistado e redija um histórico que o possa ajudar no encadeamento da reportagem ou
entrevista.
A pauta de um jornal-laboratório deve e precisa ser mais rica do que a dos ór-
gãos de imprensa diários. Nestes, quem define a pauta são os editores. O repórter, na
maioria dos casos, é um elemento passivo na discussão de pauta. Já em um jornal-la-
boratório esse processo deve e tem que ser diferente porque é um trabalho acadêmico
e precisa ser mais fundamentado. A pauta escrita e completa obriga o estudante a fa-
zer uma pesquisa antes: saber onde está a fonte, qual o seu telefone, a melhor angula-
ção na matéria, o que já existe publicado sobre o assunto etc.
Tema — saúde
Histórico — é uma pesquisa sobre o assunto, seleção dos dados mais impor-
tantes que possam auxiliar o estudante no direcionamento da matéria ou reporta-
gem.
119
Objetivo — especificar o direcionamento do assunto. É a angulação da matéria
ou reportagem.
No início dos anos 50, uma grande reforma no jornal Diário Carioca substituiu
o tradicionalíssimo nariz-de-cera pelo lead, recurso de estilo norte-americano no
qual as informações mais importantes e atraentes da notícia são colocadas no pará-
grafo inicial do texto, de modo a conquistar a atenção do leitor. O responsável pela
modernidade do jornalismo brasileiro foi o jornalista Roberto Pompeu de Sousa Bra-
sil.
Agora, se a notícia não for factual, por exemplo, uma reportagem sobre o des-
matamento clandestino na Amazônia, o estudante deve e pode lançar mão de outros
recursos de redação. A receita não é correta para todos os textos, mas é preciso domi-
nar a fórmula para saber quando não usá-la, substituindo-a pela originalidade, criati-
vidade e talento. Porém, o estudante não pode se esquecer que a exigência funda-
120
mental continua a de prender a atenção do leitor, e para isso é preciso escrever bem,
o que só se consegue lendo bem, e muito.
O lead deve ser claro, preciso e fiel ao público, não deve ser negativo, dúbio ou
de difícil interpretação, interrogar o leitor, ou no condicional e no gerúndio. O estu-
dante também deve evitar citações literárias, expressões. O lead deve ser afirmativo,
informativo e, quando possível, acentuar a ação.
O título:
● ter verbo de ação (no presente). Isso atualiza, não deixa a notícia envelhe-
cer. Quando o texto se referir a fatos distantes no futuro ou passado, usam-
se o pretérito ou o futuro.
Evitar:
● uso de termos indefinidos: vários, diversos, muitos, poucos, alguns etc. Es-
sas palavras dão margem a imprecisão.
● dividir palavras.
4.5.1 Impacto
Até a Segunda Grande Guerra, não havia uma padronização do lay-out da pági-
na. As matérias geralmente não eram tituladas. Os jornais não se preocupavam em
manchetar as principais notícias na primeira página para atrair o leitor mais desaten-
to. No decorrer dos acontecimentos da guerra, o modo de fazer jornal foi se modifi-
cando, principalmente nos Estados Unidos – onde nasce o jornalismo interpretativo,
o desenvolvimento da reportagem, com o reforço analítico e documental que procu-
rou situar mais precisamente o cidadão diante dos acontecimentos – e os critérios
passaram a ser outros. Aos poucos o jornal foi introduzindo títulos e manchetes, em-
bora longos, pois ainda não se havia determinado o espaço a ser ocupado por eles.
Não existe um modelo pronto e acabado para elaborar uma linha editorial labo-
ratorial, mas alguns tópicos devem ser incluídos porque há casos que o jornal-labora-
tório se transforma num boletim informativo institucional. Um dos tópicos recomen-
dados ao professor-responsável pelo jornal-laboratório é deixar bem claro que o veí-
culo laboratorial é de uso exclusivo do Curso de Jornalismo, em particular do aluno
que tem aonde se exercitar. O jornal jamais deve ser usado em benefício próprio (alu-
no) e da instituição. É bom registrar também que o aluno não pode usá-lo em defesa
de interesses políticos, econômicos, estudantis etc.
Outro tópico que pode ser incluído na linha editorial é quanto à distribuição.
Não é raro centenas de exemplares de jornal-laboratório ficarem encalhados na reda-
ção porque não houve a distribuição. Distribuir também é uma atividade acadêmica e
não tira o brilho jornalístico do estudante que entrega diretamente ao leitor um
exemplar do jornal-laboratório. Na verdade, a circulação do jornal não deve se res-
tringir à faculdade, porque só assim o aluno-repórter tem a oportunidade de divulgar
125
seu trabalho num universo maior, colocando em prática a teoria adquirida na sala de
aula.
Exemplo:
Embora o aluno não deva ser treinado à base da nota para o funcionamento da
produção e difusão do jornal-laboratório, é importante que o professor estabeleça cri-
térios de avaliação. Sem eles as etapas de produção e difusão raramente são respeita-
das pelos alunos, principalmente aqueles meramente tarefeiros, ou seja, que não se
preocupam com o processo ensino-aprendizagem, querem mais tirar nota do que
exercitar o jornalismo. Na verdade, o aluno precisa entender que a avaliação não é
um instrumento de poder do professor-responsável pela produção e difusão do jor-
nal-laboratório, nem ele pode usá-la como modelo de coação, inibição da criatividade
ou chantagem. O aluno tem de ser cobrado mas de público, ou seja, na frente de cole-
gas. O recomendável que o professor converse pessoalmente com cada autor, para
que ninguém fique constrangido.
É comum o aluno perguntar ao professor quanto que nota vai ganhar para cum-
prir as etapas de trabalho. Ele esquece que ganha sempre que produzir, e bem. Para
evitar reclamações e justificativas de última hora, o professor pode adotar os seguin-
tes critérios de avaliação: interesse pela futura profissão, disciplina, pontualidade,
originalidade na gestão da pauta e produção do texto, participação e sugestões, reu-
nião de pauta, qualidade do texto, ajuda no fechamento, distribuição.
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Porto Alegre, L&M Pocket, 1997.
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Porto Alegre, L&P Pocket,
1997.
BELTRÃO, Luiz. A imprensa informativa. São Paulo, Editor Folco Masucci, 1969.
BUCCI, Eugênio. O peixe morre pela boca. São Paulo, Scritta, 1993.
CASTRO, Ruy. Estrela solitária – uma brasileiro chamado Garrincha. São Paulo,
Companhia das Letras, 1995.
LINS DA SILVA, Carlos Eduardo. O adiantado da hora. São Paulo, Summus, 1991.
LOPES, Dirceu Fernandes, SOBRINHO, José Coelho e PROENÇA, José Luiz. (Org.)
A evolução do jornalismo em São Paulo. São Paulo, ECA/USP/Edicon, 1997.
LOPES, Dirceu Fernandes, SOBRINHO, José Coelho e PROENÇA, José Luiz. (Org.)
Edição em jornalismo impresso. São Paulo, ECA/USP/Edicon, 1998.
LOPES, Dirceu Fernandes, SOBRINHO, José Coelho e PROENÇA, José Luiz. (Org.)
Edição em jornalismo eletrônico. São Paulo, ECA/USP/Edicon, 1999.
MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo, Ática, 1986.
MELO, José Marques de. Técnica do lead . São Paulo, USP, 1972.
MORAIS, Fernando. Chatô – o rei do Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1994.
NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
REED, John. Dez dias que abalaram o mundo. São Paulo, Global, 1978.
RIBEIRO, Alex. Caso escola base: os abusos da imprensa. São Paulo, Ática, 1998.
ROSA, Guimarães João. Grandes sertões: veredas. Rio de Janeiro, José Olympio,
1965.
SACCONI, Luiz Antonio. Não erre mais. São Paulo, Atual, 1992.
SACCONI, Luiz Antonio. 1000 erros de português. Ribeirão Preto, Nossa Editora,
1990.
SQUIRRA, Sebastião Carlos M. Jornalismo online. Arte Ciência, São Paulo, 1998.
VENTURA, Zuenir. 1968 – o ano que não terminou. Rio de Janeiro, Nova Fronteira,
1988.
131
WAINER, Samuel. Minha razão de viver. Rio de Janeiro, Record, 1988.
5 – DINES, Alberto. O papel do jornal: uma releitura. São Paulo, Summus, 1986.
12 – DINES, Alberto. O papel do jornal: uma releitura. São Paulo, Summus, 1986.
13 – MELO, José Marques de. Para uma leitura crítica da comunicação. São Paulo,
Edições Paulinas, 1985.
16 – SILVA, Carlos Eduardo Lins da. Nos EUA, vence a imprensa. São Paulo, Folha
de S. Paulo, 1992.
25 – NUNES, Augusto. Zero Hora: manual de ética, redação e estilo. Porto Alegre,
RBS e C&PM, 1994.
28 – WITTER, José Sebastião. João do Rio levou a literatura ao jornalismo. In: Jor-
nal dos Jornais, nº19. São Paulo, Editora Jornal dos Jornais, outubro de 1999.
29 – PINTO, Tão Gomes. Antipático, mas competente. In: Revista Imprensa, nº163.
São Paulo, Imprensa Editorial, agosto 2001.
31 – WITTER, José Sebastião. João do Rio levou a literatura ao jornalismo. In: Jor-
nal dos Jornais, nº19. São Paulo, Editora Jornal dos Jornais, outubro de 1999.
32 – FUSER, Igor. (org.) A Arte da Reportagem. volume 1. São Paulo, Editora Scritta,
1996.
33 – FUSER, Igor. (org.) A Arte da Reportagem. volume 1. São Paulo, Editora Scritta,
1996.
34 – BRUM, Eliane. A guerra do começo do mundo: a última fronteira. São Paulo, re-
vista Época, ano 4, nº180, 29 de outubro de 2001.
35 – BRUM, Eliane. A guerra do começo do mundo: a última fronteira. São Paulo, re-
vista Época, ano 4, nº180, 29 de outubro de 2001.
133
36 – FOLHA DE S. PAULO. In: Jornalistas querem ‘entrar’ na guerra. São Paulo, Ca-
derno Mundo, página A14, 23 de outubro de 2001.
37 – GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São paulo, Atlas,
1989.
José Marques de Melo e Carlos Eduardo Lins da Silva confirmam que a primei-
ra tentativa de usar manual de redação no jornal brasileiro foi em Pernambuco, no fi-
nal da década de 20, quando o jovem jornalista Gilberto Freyre, recém-chegado dos
Estados Unidos, implanta em Recife uma stylesheet. Como diretor de A Província in-
centiva seus redatores a escreverem com naturalidade e simplicidade. Estabeleceu
um código de redação: seriam multados aqueles que chamassem pai de genitor; re-
cém-nascido de interessante petiz; bispo de respeitável prelado e assim por diante. 1 A
experiência de Gilberto Freyre durou pouco porque o jornalismo da época era artesa-
nal e amador. As empresas não pagavam e era impossível exigir textos padronizados
de redatores voluntários.
Em 1959, sob a coordenação de José Nabantino Ramos, foi implantado nas Fo-
lhas da Manhã, da Tarde e da Noite as Normas de Trabalho da Divisão de Redação.
“A experiência gerara o livro e o livro voltaria então a ser testado pela experiência.
Tudo deu certo. A elaboração das Folhas, e mais tarde a Folha de S. Paulo, ganhou
em eficiência e segurança, à proporção que era disciplinada por Normas de Trabalho
escritas. Demo-nos até o capricho de elaborar a nossa Carta de Princípios, isto é, o
caminho que escolhíamos, como jornalistas, para estimular o progresso político,
econômico, social e moral do povo brasileiro.”2 Aproveitando a experiência acumula-
da na elaboração das Normas de Trabalho e somados os 18 anos vividos na redação
das Folhas, José Nabantino Ramos se aprofundou no assunto e produziu um livro
com 305 verbetes, distribuídos em 13 grupos: imprensa e jornalismo, a empresa e
sua economia, organização da redação, organização do jornal, conteúdo do jornal,
ética profissional, publicidade, oficinas, comportamento do público, direitos e obri-
gações do jornalista, delitos de imprensa, entidades jornalísticas e disciplina legal
da profissão. Classificado como Jornalismo: dicionário enciclopédico, José Nabanti-
no Ramos assim justificou a sua obra: “Procedendo eu da advocacia, que se desenvol-
ve sob a disciplina de normas, sentia, como diretor de jornal, a falta de regras, tanto
para o trabalho diário, como para reger as relações do periódico com o meio em que
atuava. Estranhei profundamente que tudo isso se fizesse ao sabor da improvisação e
do critério de cada um.”3
136
O Diário Carioca foi o primeiro jornal brasileiro, na década de 50, a organizar,
em caráter permanente, normas de redação destinadas a padronizar o texto jornalís-
tico. O modelo stylebook foi importado dos Estados Unidos. O manual orientava o re-
pórter a ordenar a matéria, grifar números, usar corretamente o pronome de trata-
mento, maiúsculas, abreviações e pontuação.4 Era simples e compacto para a época.
O Novo Aurélio conceitua manual como o “livro que contém noções essenciais
acerca de uma matéria, assunto.”5 Uma das características do manual é reunir de for-
ma ordenada e de fácil manuseio, idéias, pensamentos, regras, normas, instruções e
recomendações sobre determinado assunto ou tema. “Além do conhecimento, de-
vem-se combinar capacidade de síntese e clareza para gerar leitura produtiva e indi-
cação de caminhos. Um bom manual tem também de se valer de conceituação utilitá-
ria e possibilitar o trabalho organizado.”6 Os manuais mais tradicionais e conhecidos
do grande público são aqueles de eletrodomésticos e após 1988, com a promulgação
da Constituição, nasceu o manual do consumidor: Exercício da cidadania. Ele é tam-
bém um roteiro de trabalho que permite resolver dúvidas e agilizar a produção.
O manual pode ser considerado também um guia com ilustrações, tabelas, gráfi-
cos. Serve para simplificar e esclarecer informações complicadas e de difícil entendi-
mento. Embora não seja a tábua de salvação, ele indica como fazer e o que fazer nos
momentos de dúvidas. Joaquín Estefanía, do jornal espanhol El Pais, define assim
manual de redação: “Por ello entendemos que han de existir unas directrices que
comprometan al periódico con sus lectores, una especie de control de calidad que de-
fina quiénes somos y cómo trabajamos.”7
O então diretor de Redação do Zero Hora, de Porto Alegre (RS), Augusto Nu-
nes, na apresentação do Manual de Ética, Redação e Estilo, argumenta que “a adoção
de um código de ética, por si só, não imuniza nenhum jornal contra o risco de prota-
gonizar deslizes, escorregões ou mesmo delitos graves. Mas sempre reduz a incidên-
cia de casos de má-fé e reafirma o compromisso de agir corretamente”.10
Todos têm cunho jornalístico e foram feitos para zelar pela qualidade do texto
informativo. Também foram feitos com a proposta de alertar o jornalista do cuidado
que deve ter ao apurar a informação para não comprometer o interesse público. Eles
139
nasceram da necessidade de rever os princípios éticos e colocam em prática o exercí-
cio de cidadania. Ao instruir o jornalista sobre qual é o caminho mais preciso, exato e
correto na produção de uma informação, o manual torna claro a responsabilidade
que o jornalista tem na consolidação de uma sociedade livre e pluralista.
5.3 Regras
A
Abertura – não a comece com aspas, gerúndio, para, se, interrogação, exclama-
ção, algarismos. O uso de declarações entre aspas na abertura do texto só é per-
mitido quando a frase é importante, surpreendente ou original. Exemplo: “Dei-
xo a Presidência com o dever cumprido”, foram as últimas palavras do presi-
dente Ernando Henrico de Viagem…
A abertura de uma reportagem não é um lead noticioso. Uma reportagem pode ter
como abertura uma observação do estudante. O clima do assunto,uma história
de interesse humano etc, independentemente da sua carga noticiosa imediata.
Entrada de lista telefônica: não transforme a abertura de sua matéria em uma relação
de nomes, entidades e endereços. Evite escrever assim: Os jogadores Edmundo,
Romário, Djalminha, Ronaldinho, Taffarel, Roberto Carlos e Dunga foram
dispensados da seleção porque Zagallo preferiu ficar com Onça, Gato, Kalé,
Guta, Lata, Zé Lalá, Luzão e Truz.
Advérbios – seu uso pode dificultar a interpretação do leitor. Eles são dispensáveis,
por exemplo: propriamente, obviamente, somente, calmamente, firmemente.
Afirmativa – a frase deve ser sempre afirmativa e o estilo direto. A recusa, a impre-
cisão e a ambiguidade devem ser sempre uma das preocupações do estudante
na redação do texto jornalístico. A seqüência lógica (sujeito-predicado-comple-
mento) facilitará sempre a fluência e compreensão da mensagem jornalística.
Ano – é mencionado de forma completa, sempre com algarismos. Não se usa o ponto
para separar as classes: 1998, 2000. O ano só é abreviado quando se refere a dé-
cadas: a década de 50, ou anos 80.
Anonimato, off the record ou off – só existem para proteger a integridade e li-
berdade das fontes.
Arte da observação – o estudante deve sempre observar com rigor tudo que ocor-
ra na cobertura jornalística. Ficar atento sobre o comportamento do persona-
gem ou protagonistas do acontecimento.
Assessoria – Use Assessoria de Imprensa, desde que o órgão tenha esse nome for-
mal. O jornalista é assessor de Imprensa.
B
Barra – (/) use a barra como elemento separador entre número e letra, letra e nú-
mero, letra e letra ou número e número. Exemplo: Lei número 10/98, S/A (so-
ciedade anônima), casa/10, lote/11.
Boato – não é fato jornalístico. O rigor de uma informação encontra-se nos fatos,
que devem ser checadas.
C
Cacoetes de linguagem – o estudante de Jornalismo deve evitar o emprego de ex-
pressões desgastadas pelo uso exagerado. Exemplo: via de regra, pavoroso in-
cêndio, precioso líquido, verdadeiro herói, ele era forte como um touro. Com
certeza, sem elas, o texto ficará mais objetivo, criativo e de fácil leitura.
Caixa Alta (CA) – o estudante não deve redigir o texto em Caixa Alta (CA). Exem-
plo: IEDA MARIA CERQUEIRA SILVA FOI AO BANCO DESCONTAR UM
CHEQUE DE R$2MIL…
Critérios – o jornalismo tem por finalidade informar a todos sobre os fatos de atua-
lidade. Ou seja, o que é verdadeiro e de interesse público é o objeto do jornalis-
mo. Para o estudante checar a realidade da notícia é importante atentar para os
seguintes critérios: 1) o grau de oficialismo; 2) o grau de pluralidade das fontes;
3) contrastar a notícia tal como é apresentada pelas fontes oficiais com a reali-
dade e o pensamento dos outros setores.
Cronometragem esportiva – usa-se o sinal (’) para minuto e (”) para segundo.
Exemplo: Zé sem Freio obteve o tempo de 5’22”.
Curto e grosso – escrever curto e grosso é não cortar nenhuma informação. É es-
crever o necessário sem perder a essência do fato e a qualidade da informação.
É abrir e fechar uma matéria sem adjetivar o tema.
D
Data – 24 de fevereiro de 1997. Escreva o ano sem usar ponto para distinguir o mi-
lhar.
Deixa que eu me viro – o estudante precisa tomar cuidado ao usar sua intuição na
hora do sufoco. É preciso preparar, ler, anotar, fazer um roteiro, apurar antes da
entrevista, reportagem e ouvir bastante. Na verdade, ele deve ler o suficiente so-
bre o assunto. A pesquisa é um passo fundamental para o estudante redigir um
bom texto.
Dias da semana – não abreviar. O correto é escrever por extenso e em caixa baixa:
segunda-feira.
Dicionário – para a prática do bom texto, o estudante não deve abandonar o dicio-
nário. O dicionário é o melhor amigo do estudante. Na dúvida, o dicionário é
para lá de fiel. É verdadeiro.
149
Direito de resposta – aquele que se considerar atingido por referências ao seu
nome tem direito de resposta. Solicitações de retificação são atendidas sempre
que o jornal-laboratório entender que houve erro na notícia, entrevista ou re-
portagem.
Dólar – é a moeda oficial dos Estados Unidos. O correto é escrever em Caixa Alta
(Maiúscula) a primeira letra Dólar. O símbolo é US$. Exemplos: US$11.
US$23,6 milhões. Só use o centavo quando a notícia exija detalhamento.
E
Editor – para agilizar o processo de produção e edição do jornal-laboratório e intro-
duzir o estudante nas atividades internas de uma Redação, cada turma terá seu
editor. Ele é nomeado pelo professor/coordenador do jornal-laboratório. Cabe
ao editor coordenar a reunião de pauta, selecionar matérias, titular e fechar
cada edição, mas sob a supervisão do professor. O editor deve sempre pensar na
data em que o jornal será publicado, na qualidade do texto (informações preci-
sas, texto objetivo, exato e imparcial). O editor de cada turma deve entregar as
matérias selecionadas com títulos, olhos, fotos, legendas e chamadas de primei-
ra página para o diagramador.
Editoria – Ver editoria agricultura, economia & negócios etc – Tópico Definições.
Endereço – sempre completo, nada de abreviar. Números que façam parte de no-
mes de avenidas, ruas, praças: escritos por extenso se compostos por um único
algarismo (Sete de Abril, 1200); quando o número for composto por dois ou
mais algarismos: com algarismos (23 de Maio, 500). Não use a palavra número
150
para designar numeração. Exemplo: Avenida Brasil, número 300, conj. e,
apart. 33. (errado). Avenida Brasil, 500, conjunto E, apartamento 33. (certo).
Espaço entre linhas – o texto deve ser digitado ou datilografado com espaço duplo
entre as linhas. Facilita a leitura e deixa espaço suficiente para que o professor
possa revisar o texto para avaliação e publicação. O ideal é o aluno também dei-
xar margens bem largas em cada lado da página.
Exclamação – (!) não é permitido o seu uso em manchete, título, olho, submanche-
te, subtítulo e lead. Exemplo: Brasil é sério!
Expressões – diz-se que, consta que, parece que, acho que referem-se a boatos e
não são notícias e os boatos não se publicam. Evite-as.
F
Falar errado – quando alguém fala errado, o estudante de Jornalismo deve corrigir
o erro, a não ser quando há motivo para mantê-lo — e então é sempre preciso
apontar o erro ao leitor.
Fotografia – é um recurso técnico para enriquecer o texto mas que não pode ser
manipulada. Ou seja, fotomontagem, principalmente em detrimento do interes-
se público. Exemplo: jornais sensacionalistas britânicos usavam de fotos mon-
tadas para realçar o dia-a-dia da ex-princesa Diana. O objetivo é vender ape-
nas mais jornal. No jornal-laboratório não é recomendável o uso desse artifício.
O estudante deve ter cuidado ao selecionar uma foto para ser publicada. A pu-
153
blicação de uma foto de outro jornal ou origem deve ter a aprovação do profes-
sor/coordenador. A reprodução de ilustração de enciclopédias, revistas, livros
deve ter o consentimento do professor/coordenador. Não selecionar fotos de
pessoas que não podem ser identificadas na legenda. Fotografia com imagem
ruim (fora de foco, por exemplo) só será publicada se, realmente, enriquecer o
texto. Exemplo: a foto do presidente caindo do palanque quando discursava.
Frases – curtas e objetivas. Usar sempre o sinônimo mais simples, mais conhecido.
Lembre-se de que quanto mais curta a frase, mais fácil para o leitor. Recomen-
da-se que o estudante coloque intertítulos. O uso do intertítulo divide a matéria
em capítulos e dá maior destaque ao que vem logo abaixo.
G
Gíria – no jornal-laboratório a gíria só é usada quando reproduz declarações textu-
ais. Exemplo: malandro, falô, meu irmão, camarada, mano.
H
Hífen (1) – as regras do emprego do hífen são numerosas e das mais complexas da
língua portuguesa. Selecionamos as menos complexas: Ante, Anti, arqui, auto,
extra, hidro, hiper, infra, inter, mal, multi, neo. pró, proto, pseudo, semi, so-
bre, sub, super. Na dúvida, recomendamos ao estudante consultar um livro de
gramática ou um dicionário da língua portuguesa.
I
Idade – não use idade: João Aparecido Batista, 25 anos. Cite a idade do personagem
só quando a notícia exija. Exemplos: Aos 25 anos de idade, Newton José Costa
155
se transformou no maior jogador de basquete do mundo. Aos 95 anos Araídes
Domingues Leal é o principal nadador do Clube Atlético Tiête.
Incidentes, brigas, discussões com fontes de informação – deverão ser sempre co-
municados ao professor/coordenador do jornal-laboratório.
Informação em off ou on – deverá ser sempre cruzada com, pelo menos, duas
fontes diferentes e independentes entre si.
Interrogação – (?) não é permitido o seu uso em manchete, título, olho, subman-
chete, subtítulo e lead. Exemplo: Brasil é sério? Uma casa em Paris ou um
apartamento em Londres?
J
Jornalismo de precisão – Ver jornalismo de precisão – Tópico Definições.
Jornalista – o estudante para ser jornalista não pode se esquecer nunca de que sua
missão é transformar o fato jornalístico em notícia de fácil entendimento para o
leitor. É uma função nobre, por isso não há espaço para arrogância ou linguajar
autoritário. O estudante precisa entender que o jornalista tem que ser didático,
pois ele é o intermediário entre o fato jornalístico e o leitor. O jornalista tem que
157
tornar acessível uma informação. Para isso, deve escrever de forma simples, ser
objetivo e descomplicado.
L
Lead (lide) – Ver lead – Tópico Lead.
Leitor – o jornal é dependente do leitor. Portanto, ele deve ser tratado com atenção.
Sem o leitor não há jornal que sobreviva. O jornal deve e é feito para o leitor e
não para grupos. A neutralidade é um requisito essencial para informar o leitor
sem deformações.
Leitor não é burro – o estudante precisa entender que o leitor, mesmo o leigo, não
é burro. Imaginar que o leitor não é inteligente é uma atitude perigosa e traiço-
eira. O leitor, mesmo o mais desatento, tem a sensibilidade suficientemente
aguçada para encontrar desvios, impurezas, informações inexatas no texto do
estudante.
Ler em voz alta – o estudante deve ler seu texto em voz alta. Nesta leitura ele per-
ceberá as repetições de palavras, rimas estranhas, frases longas que tiram o fô-
lego, adjetivos em demasia, erros de pontuação e concordância. Ler em voz alta
reduz a incerteza no relato do fato jornalístico. É sempre bom ouvir o que se es-
creve. E quando isto acontece, o estudante notará que o texto tem forma, tem
imagem, tem cor e tem cheiro. Ou seja, o seu texto tem vida própria.
M
Maiúscula – nomes, sobrenomes de pessoas, apelidos, profissões, lugares, regiões,
endereços, acidentes geográficos, prédios e monumentos históricos, empresas,
instituições culturais e profissionais, entidades, nomes de ciência e disciplinas,
pontos cardeais, organizações políticas, instituições ligadas ao Município, Esta-
do e União e suas subdivisões, departamentos e repartições. Também em
maiúscula nomes de impostos, taxas, períodos, episódios, momentos históricos
(Revolução Francesa), festas e datas religiosas, comemorações cívicas (7 de Se-
tembro), Igreja (a instituição religiosa), seleções, competições e federações es-
portivas, símbolos nacionais e nomes de ciências, acidentes geográficos, nomes
de rios, picos, montanhas, mar, oceano, ilha, lagos, estradas de ferro, rodovias,
estádio, bar, hotel etc. Exemplos: Wilson Aparecido Toneli, Pelé, Ministério da
159
Fazenda, Governo do Estado, Bandeira Nacional, Mar Morto, Bar das Onze,
Estádio da Vila Belmiro, Copa do Mundo, Presidência da República, Oeste,
Leste, Sul e Norte, Matemática, Ciência da Informação. Nota 1: no caso de no-
mes próprios acompanhados por um substantivo, escreve-se o substantivo com
letra minúscula (Caixa baixa). Exemplo: assessor de Imprensa, ministro Pelé.
Nota 2: quando o substantivo é incorporado ao nome próprio, escrevem-se os
dois com letras maiúsculas (Caixa Alta e baixa). Exemplo: Ministério da Fazen-
da, Bar das Onze, Avenida Paulista, Vale do Guaporé (RO), Rio Madeira, Go-
verno do Estado de São Paulo. Nota 3: Interior, quando substituir o interior de
São Paulo. Exemplo: O Interior tem o principal pólo agropastoril. Se não subs-
tituir, fica assim: O interior do Estado tem o principal… Nota 4: Estado é
maiúscula no sentido de unidade da federação e de nação.
N
Não escreva – né, num, pra, pro, exceto em citações. Palavras longas como incons-
titucionalidade. Ou frases longas, parágrafos longos, gírias, eufemismos ou pa-
lavras da moda. Quando citadas pelo entrevistado, o estudante de Jornalismo
poderá usá-las.
Nós – o jornal-laboratório não utiliza essa forma, exceto quando reproduz declara-
ções textuais. Exemplo errado: Nós entrevistamos… Nós ouvimos…
Número – a regra é escrever por extenso de zero a dez (duas horas depois da saída,
dez pessoas morreram); de 11 ao infinito, algarismos (1.101). Para números re-
dondos usam-se algarismos e palavras (12 mil, 22 milhões e 34 bilhões). Para
números quebrados até dezenas de milhares, algarismos: 15.559. Acima disso,
usa-se a fração: 31,6 milhões, 32,864 bilhões. Quando não for possível arredon-
dar, usam-se apenas algarismos: 22.887.665. As classes são separadas por pon-
to ou vírgula. Nota 1: os números, mesmo inferiores a dez, quando designam va-
lores econômicos, tempo esportivo, idade, hora, ângulo, peso, medida escre-
vem-se com algarismos. Exemplo: R$2, 9h, 2m... Nota 2: Mesmo que o número
162
seja superior a dez, quando iniciar frase ou oração e não for ordinal, escreve-se
por extenso. Exemplo: Onze é o número da camisa do Romário. Nota 3: o nú-
mero (ordinal) seguido de letra escreve-se em algarismo sem ponto. Exemplo:
O terremoto foi de10º graus na escala Richter. Silas Gabriel Zacarias venceu
no 10º assalto. O exemplo serve para denominar festivais, cursos, encontros,
conferências etc. Nota 4: Escreva com algarismos grupos de campeonatos, nú-
meros de camisas de jogadores. Exemplo: O Brasil ficou no Grupo 3 da Copa
do Mundo. A camisa 10 imortalizou Pelé.
O
Off – o estudante de Jornalismo deve evitar o off. Quando, realmente, a fonte não
pode ser citada, o estudante não deve recorrer a expressões genéricas como fon-
te fidedigna, fontes oficiosas, dignas de crédito. Elas não justificam o off e colo-
cam em dúvida a origem das informações coletadas. O correto, ou menos ruim,
é identificar a fonte que se recusa a ter seu nome publicado com palavras que
revelam sua profissão. Por exemplo: deputado estadual, líder sindical, religio-
so. Mesmo sem revelar o nome da fonte, o estudante não deixa o leitor desinfor-
mado.
Ontem – não use o advérbio de tempo nos títulos, porque uma das funções do jor-
nalismo é transformar o ontem no hoje. Correto: Brasil vence o Chile. Errado:
Brasil venceu ontem o Chile.
163
Opinião do estudante – não opine em matéria informativa, entrevista ou reporta-
gem. O estudante de Jornalismo deve opinar nos artigos. No jornal-laboratório
a opinião do estudante pode ser expressa no caderno de Opinião. Na matéria, o
estudante deve apenas informar, orientar o leitor.
Ortografia – sempre que tiver dúvida sobre a forma de escrever uma palavra, con-
sulte o dicionário.
P
Palavras impróprias – o estudante precisa ter o cuidado ao usar palavras para
“enriquecer” o texto que elabora. Na maioria das vezes algumas palavras, ter-
mos ou expressões são inadequados para definir o que o estudante imagina. Al-
guns exemplos: O estádio de futebol da USP está pedindo socorro. Na verdade,
o estádio não tem sentimento, não sente dor ou tem querer. Então, ele não pede
socorro. Ele precisa de manutenção, reparos, reformas etc. Outro exemplo de
uso de palavras que nada acrescentam ao texto. O gramado está desmilhingui-
do, atachado, destruído, juntamente com as arquibancadas que podem ser um
perigo iminente por causa da depredação. Virou uma miscelânea de palavras
sem valor ou correção gramatical e com ortografia errada.
Palavras ofensivas – não use palavras ou frases que ofendem uma comunidade.
Exemplo: deu uma de português.
Partido – com a primeira letra maiúscula quando for parte de um nome próprio.
Exemplo: Partido dos Trabalhadores (PT).
164
Passado imediato – é o que aconteceu nas últimas 24 horas.
Piada – nunca.
Polícia – se escreve com minúscula inicial salvo que forme parte de um nome com-
pleto. Exemplo: A Polícia Militar de Rondônia procura o suposto assassino do
líder seringalista Chico Mendes.
Povo – é um conjunto de pessoas que fala a mesma língua, tem costumes e hábitos
idênticos e afinidade de interesses. No Brasil o povo só aparece na grande mídia
nas páginas policiais ou como protagonista de invasão de terra, de conjuntos
habitacionais ou instituições governamentais. Por isso, uma das proposta do
jornal-laboratório é que o estudante mostre a vida das pessoas. Que mostre o
povo personalizado. Além de fugir do padrão jornalístico empresarial, o estu-
dante estará exercitando a cidadania.
Press-release – deve-se evitá-lo. Serve apenas como uma pista para um trabalho
jornalístico independente e imparcial. Ou pode virar uma pauta.
Preto – use para designar cor e não raça humana. Exemplo correto: A raça negra
predomina no basquete norte-americano.
Q
Queísmo – não abuse do uso da partícula que . Exemplo: O que você sabe é que o
Zezinho não tem mais aquele jeito de fazer gols e que os torcedores agora não
confiam mais no seu futebol que está cada vez pior. Muitas vezes ela pode ser
substituída por um ponto, vírgula ou dois pontos. Exemplo: O Zezinho perdeu o
jeito de fazer gols. Os torcedores deixaram de confiar no seu futebol.
R
Real – moeda oficial do Brasil. Escreve em Caixa Alta (Maiúscula) a primeira letra:
Real. O símbolo é R$.
Reprodução literária – use itálico quando citar parte de uma obra literária. Ex-
emplo: ... o jornalista autêntico tem o dever de não fornecer ao público o ópio
que ele pede, e sim a verdade de que ele sempre precisa... Alceu Amoroso Lima.
170
Responsabilidade – a omissão dificulta e atrapalha o desenvolvimento das ativi-
dades programadas. Fica, portanto, determinado que é de responsabilidade dos
editores e assistentes a seleção das matérias que serão publicadas e também co-
ordenar cada reunião de pauta. Ainda sob a orientação do professor/coordena-
dor, os editores e assistentes têm a função de solicitar e sugerir ao repórter o
complemento ou redução da matéria e também fotos. Os editores e assistentes
podem, sob a orientação do professor/coordenador do jornal-laboratório, titu-
lar, redigir chamada de primeira página e olho. Em caso de dúvida sobre o não-
cumprimento de qualquer atividade, o editor, assistente e repórter (estudante)
devem consultar o professor/coordenador.
S
SA – não é necessário usar a abreviatura de Sociedade Anônima cada vez que se cite
uma empresa. Exemplo: A Sputinik SA é a maior exportadora de café do país.
Correto. A Sputinik é a maior exportadora…
Serviço – caracterizado como informação de utilidade pública. Ele dever ser diagra-
mado no pé (final) da matéria e em itálico.
Sic – indica que um termo ou texto foi reproduzido fielmente, por mais estranho ou
errado que possa parecer. A palavra dever ser usada entre parênteses. Exemplo:
“O Sócrates é invendável e imprestável (sic)”, disse o presidente corintiano, Vi-
cente Matheus, aos dirigentes de clubes italianos interessados na compra do
jogador.
Suicídio – o estudante de Jornalismo deve ser prudente com informações sobre sui-
cídios, principalmente quando o personagem é menor de idade (18 anos). O cui-
dado é porque nem sempre o fato coincide com a versão.
T
Tablóide – formato de jornal. Ele tem a metade do tamanho do standard. O formato
tablóide é mais usado em Porto Alegre (RS). Exemplo: Zero Hora.
Telefone – número de telefone deve ser sempre antecedido pelo código de área en-
tre parênteses use hífen no prefixo: (17) 632-6681. A não ser quando o telefone
não exija DDD. Se se tratar de número do exterior, mencionar o código do país e
cidade: 39 (11) 562-9357.
Texto – deve ser redigido de forma clara. O texto tem de conter todas as informa-
ções corretas. O estudante de Jornalismo não deve esquecer números que pos-
sam ilustrar a matéria ou fatos que favoreçam a leitura. O texto para o jornal-la-
boratório é redigido em Caixa Alta e baixa (CAb). Exemplo: O ministro da Fa-
zenda, Edson Tadeu Cintra, garante que o Brasil tem condições de pagar a dí-
vida externa até o final do século 21.
Texto assinado – no jornal-laboratório todo texto deve ser assinado pelo estudan-
te. Se há mais de uma participação, a ordem de assinatura deve refletir a contri-
buição de cada um. Já o texto escrito em parceira, a ordem das assinaturas deve
ser alfabética.
Texto factual – é aquele que trabalha com o fato jornalístico a cada 24 horas. Nem
sempre é publicado nas páginas de um jornal-laboratório que dificilmente tem
periodicidade diária e portanto deixa a matéria velha.
Trocadilho – nunca.
174
U
USA – usa-se a sigla quando os Estados Unidos já foram citados no texto, sem espa-
ço e ponto entre as três letras.
V
Velocidade/hora – no jornal-laboratório deve ser grifada assim: 320km/h
Verbos – o estudante deve sempre usá-lo no modo indicativo, na voz ativa e nas for-
mas simples e afirmativas. As formas condicionais, os tempos compostos, as
passivas e as conjunções negativas prejudicam e desvalorizam o texto jornalísti-
co.
X
X – para indicar oposição, quase sempre em competições esportivas, usa-se o x mi-
núsculo: Santos x Ponte Preta.
5.4 Definições
A
Abertura – início de um texto jornalístico, no qual o autor expõe as principais infor-
mações da notícia. O objetivo é atrair e prender a atenção do leitor para o resto
do assunto e deve provocar impacto, curiosidade, ser um apelo à leitura. No jor-
nalismo impresso, a chamada grande reportagem exige detalhamentos criativos
175
para sustentar o interesse e o desdobramento da exposição. Um bom exemplo
de uma abertura criativa é a de um jornalista da Paris-Match que, ao montar o
texto do enterro de Joseph Stalin – dias após o funeral –, teve a idéia de telefo-
nar para a central telefônica de Moscou, para se informar sobre as condições de
tempo e iniciar sua reportagem descrevendo o amanhecer daquela data históri-
ca.
Agência de notícias – na verdade, são os jornais dos jornais. É ela quem fornece
informações de todos os tipos, por atacado, aos jornais. Dispõe de um amplo
sistema de comunicação, de sucursais e correspondentes que recolhem, elabo-
ram e difundem o fato jornalístico. É uma empresa de notícias que tem a finali-
dade de distribuir e vender notícias. Existem agências nacionais, internacionais
e especializadas. A pioneira no comércio internacional foi a Havas (França), em
1845. As que se destacam hoje no mercado são: Associated Press e United Press
(EUA), Reuters (Grã-Bretanha), France-Presse (França) e Tass (Rússia). A
Agência JB, do Jornal do Brasil, foi uma das principais do país.
B
Barriga – veiculação de uma notícia falsa. Para evitá-la, o estudante de Jornalismo
deve apurá-la com rigor.
176
Boneco – modelo de projeto gráfico de uma publicação.
Boxe – texto secundário que aborda aspecto específico do texto principal. Pode ser
interpretativo, opinativo, histórico. Pode ser cercado, em negrito ou utilizar de-
mais recursos gráficos. O importante é que complementa a matéria principal.
Ele tem a finalidade de dar leveza e agilidade à leitura, tornando-a mais atraen-
te.
C
Cabeçalho – nome do jornal, contendo também a data de publicação, local, editoria
número de página etc.
Caderno – conjunto de folhas que formam uma unidade do jornal. Exemplo: Ca-
derno 2 do Estadão.
Caixa Alta e baixa (CAb) – expressão que indica o emprego de letras maiúsculas e
minúsculas. Exemplo: Bandeira.
D
Deadline – Ver fechamento – Tópico Definições.
E
Edição (1) – é a tiragem do dia, semana ou mês de um jornal.
Editoria – é uma seção de trabalho ou equipes que formam a Redação. Cada edito-
ria é responsável pela cobertura de determinado campo temático. A instalação
das editorias varia conforme as necessidades de publicação.
Expediente – espaço para anunciar o nome do jornal, os nomes dos diretores, jor-
nalista responsável, conselho editorial, endereço para correspondência, gráfica
onde foi impresso o jornal.
179
F
Fato jornalístico – é a base do jornalismo. Ele segue os princípios éticos e interes-
se público.
Free-lancer – jornalista que trabalha por conta própria. Normalmente recebe por
matéria.
Furo – matéria de grande interesse, divulgada com exclusividade por um jornal. Nos
anos 90, a palavra furo foi substituída pela exclusiva.
G
Gancho – é o fato gerador da notícia, ou uma informação pinçada de um texto, que
pode gerar uma reportagem. O jornalista atento aos fatos e sensível a uma boa
leitura é capaz de pincelar boas informações para produzir uma reportagem. O
gancho pode ser extraído de uma nota em coluna social, classificados, concor-
rência pública, observação no cotidiano, nas ruas etc.
I
Informação-relatório – é aquela que não oferece ou apresenta novidade ao leitor.
Não noticia o novo, o contexto do fato, situações, personagens, objetos descri-
tos, que não organiza a narrativa que evidencia a mensagem jornalística.
J
Jabaculê ou jabá – são presentes oferecidos aos jornalistas, como instrumento de
relações públicas. No interior do Brasil as redações, principalmente em período
eleitoral e final de ano, são inundadas por garrafas de bebidas, agendas e convi-
tes para almoço, jantar e viagens turísticas. Evite receber esses presentes para
não se comprometer.
Janela – frase retirada da matéria para ressaltar, em meio ao texto, uma informação
na matéria. O texto, em negrito, é editado entre fios.
Jornalismo de precisão – termo usado por estudiosos alemães para definir o jor-
nalismo exato, neutro, objetivo, sem desvios e distorções que possam alterar a
realidade social ou o caráter do fato jornalístico. Para não descaracterizar a in-
vestigação jornalística, quando necessário para enriquecimento da reportagem,
o estudante deve usar métodos e técnicas científicas de pesquisa social para
proporcionar ao público-leitor maior entendimento do assunto publicado. O
chamado jornalismo de precisão utiliza-se da pesquisa, da análise de conteúdo,
da observação do jornalista e das experiências de campo na coleta e levanta-
mentos de informações sobre o fato jornalístico. Esses são os processos de ob-
servação e investigação, hoje distantes das redações. “O jornalismo de precisão
requer treinamento intensivo nas técnicas da ciência social empírica, que inclui
o levantamento de informações, sua análise e interpretação. A idéia dos adeptos
desse conceito de jornalismo é que, com isso, a reportagem objetiva já não con-
sistiria em fatos isolados, mas na inserção das informações num contexto teóri-
co que revelaria os antecedentes e as possíveis causas dos acontecimentos.”
(Michael Kunczik. Manual de comunicação: Conceitos de jornalismo: norte e
sul. São Paulo, ComArte, Edusp, 1997).
L
Lauda – folha de papel padronizada na qual o estudante de Jornalismo redige textos
que podem ser publicados pelo jornal-laboratório. Tem 20 linhas de 70 toques
cada. Total: 1400 toques. Nem todos os jornais têm o mesmo padrão de lauda.
O número de toques é variado.
182
Legenda – texto que ilustra a fotografia ou identifica lugares, monumentos históri-
cos, pessoas etc. Toda foto deve ter legenda.
Lei de Imprensa – mesmo com a Constituição de 1988 que diz em seu Artigo 5º,
Inciso 9, que é “livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e
de comunicação, independentemente de censura ou licença”, ainda está em vi-
gor a Lei de Imprensa, número 5250 de 9 de fevereiro de 1967, criada durante o
regime militar. Essa lei trata da forma de registro dos órgãos de comunicação,
dos crimes praticados por intermédio da Imprensa, do direito de resposta e da
responsabilidade civil e criminal pelos abusos cometidos.
Linha fina – refere-se a um texto curto sem ponto final que, abaixo do título, adian-
te um ou mais tópicos da matéria para estimular a leitura. Deve evitar repetir
palavras usadas no título. Ele deve estar amarrado ao título para proporcionar
uma leitura harmoniosa. Complementar o título.
M
Mancha da página – é a área útil do jornal-laboratório. Ou seja, é o espaço defini-
do para imprimir as matérias, fio-data, logotipo do jornal-laboratório.
Manchete – é o assunto mais importante da edição. Deve ser o resumo do lead. Ela,
mais do que nunca, é a fonte de leitura do jornal. Sem uma boa manchete, difi-
cilmente o jornal atrai o interesse do leitor. É o principal elemento de informa-
ção do jornalismo. A manchete serve para centrar a atenção do leitor para o
conteúdo do texto.
Matéria fria – quando o tema abordado não é factual. Exemplo: uma entrevista
com Pelé sobre sua vida, uma reportagem investigativa que retrata o trabalho
forçado em fazendas na região Amazônica. Não tem data para publicação.
183
Matéria quente – é factual, notícia do cotidiano. Exemplos: ACM é contra a indica-
ção de Serra para o Ministério da Saúde. Zagallo convoca Raí.
N
Nariz-de-cera – no jornalismo de antigamente era a abertura de uma matéria que
se caracterizava pela falta de objetividade. Ela não chama a atenção do leitor
para a leitura da matéria. Alguns jornais ainda o utilizam. É uma série de infor-
mações sem importância antes de chegar ao mais importante (lead) do texto.
O
Off – quando a fonte (entrevistado) passa ao estudante de Jornalismo uma informa-
ção de interesse público e não pode (ou não quer) ser identificada.
P
Pasquim – palavra pejorativa para designar jornal de má qualidade, panfletário ou
de curta duração.
Perfil – é um texto sobre uma personalidade, no qual o estudante procura fazer o re-
trato do entrevistado. Para traçar o perfil fiel do entrevistado, o estudante preci-
sa conhecer a vida da personalidade, observar seus gestos, modo de se vestir,
cacoetes, hábitos, ouvir pessoas amigas ou não, participar do convívio familiar e
cotidiano, visitá-los várias vezes, recolher fotografias antigas e recentes. Enfim,
184
manter um estreito relacionamento com o entrevistado mas sem se envolver
emocionalmente. O objetivo dessa convivência mais estreita é, simplesmente,
traçar o perfil de corpo inteiro do entrevistado sem prejuízo da isenção do texto.
Prêmio Esso – é o principal prêmio do jornalismo brasileiro. Sua menção num cur-
rículo soma pontos na vida profissional.
R
Redação – lugar onde o estudante de Jornalismo trabalha na produção e difusão do
jornal-laboratório. Ato ou maneira de redigir.
185
Regras – método de trabalho numa redação. Ou seja, critérios para uso de minúscu-
las, grafia, números, pesos, quantias etc.
Retrato – não passa de uma fabricação de álbum de família. Tudo que contém é es-
tático. Não há expressão. Não há liberdade nos movimentos ou no olhar. O re-
trato retrata um real montado e um personagem social, não universal. O retrato
é um clic que congela a construção de uma imagem fugaz ou um instante de
fama. Retrato é sinônimo de clichês. De transformar rostos em cores.
S
Segundo clichê – parte da tiragem do jornal cujo conteúdo é alterado, ou corrigido,
após o fechamento e circulação de uma edição. Exemplo: uma edição de segun-
da-feira foi fechada e distribuída depois das 23h30. Às 23h50, chega à Redação
a notícia da morte do presidente dos Estados Unidos. O caderno Internacional
pode ser alterado e a primeira página ganhar nova manchete.
Selo – recurso gráfico (pode ser uma foto ou desenho, gráfico) para marcar uma re-
portagem.
Submanchete – frase ou período sem ponto que aparece na página com menos des-
taque do que a manchete. Serve para dar outras informações. O corpo gráfico é
menor que o da manchete mas deve ocupar o mesmo espaço.
Exemplo:
187
Ronaldinho é contratado pela Inter
Subtítulo – frase ou período sem ponto que aparece no texto para mudança de as-
sunto ou destacar um novo assunto. Serve para dar outras informações.
Suíte – é a continuação de uma notícia publicada pelo jornal. A suíte precisa sempre
apresentar informações e angulações novas.
T
Texto-legenda – é a legenda* mais ampla mas sem parágrafo. Como a legenda,
pode ser uma chamada para o texto correspondente na página interna. De qual-
quer maneira, precisa conter as principais informações sobre o assunto.
Titular – é a arte de dar títulos às matérias. É preciso ler atentamente o texto para
encontrar palavras-chave que resumam o assunto para atrair o leitor.
V
Versão jornalística – a notícia (versão jornalística do fato ou acontecimento jor-
nalístico) se expõe à verificação pública. É algo verificável pelo leitor. Portanto,
o estudante não pode admitir que a versão única, aquele comentário de uma
fonte envolvida no fato, seja o ponto final do texto. A versão jornalística é supe-
rior ao boato ou a de apenas uma fonte de informação. O leitor não gosta de ler
apenas uma versão. Quanto maior o entrechoque de versões contraditórias,
maior reside o verificável. Ou seja, quanto mais versões, tanto mais verdades
terá o texto. A leitura do leitor reside em observar se o estudante colocou cada
versão lado a lado.
5.5 Siglas
A seleção das siglas foi baseada na amplitude que cada sigla representa ou re-
presentava. Ou seja, nem toda sigla é de interesse nacional. Uma sigla de um departa-
mento do Estado de Rondônia não tem representatividade no Estado do Rio Grande
do Norte. Então a escolha das siglas partiu do interesse comum. A inclusão de siglas
de empresas ou países que já não existem mais foi com a intenção de apenas regis-
188
trar, embora algumas delas ainda são usadas pela mídia, principalmente quando o
assunto é geopolítico.
A
ABA – Associação Brasileira de Aeromodelismo.
B
Badesp – Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo.
BB – Banco do Brasil.
Bird – Banco Mundial, organismo das Nações Unidas, com sede em Washington.
Também conhecido por Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvi-
mento. Por seu uso generalizado, pode-se aportuguesar.
C
Cacex – Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil.
D
DAC – Departamento de Aviação Civil.
E
EFE – Agência espanhola de notícias.
F
FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. Food and
Agriculture Organization.
G
GLS – Associação brasileira dos Gays, Lésbicas e Simpatizantes.
H
HQ – História em Quadrinhos.
I
Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis.
IR – Imposto de Renda.
J
JAL – Japan Air Lines. Viação aérea japonesa.
L
Lamara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.
M
MAC – Museu de Arte Contemporânea.
N
Nasa – National Aeronautics and Space Administration. Organismo norte-america-
no que pesquisa o espaço.
O
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil.
P
PC do B – Partido Comunista do Brasil.
PF – Polícia Federal.
PL – Partido Liberal.
PM – Polícia Militar.
R
Radiobrás – Empresa Brasileira de Comunicação.
S
S/A – Sociedade Anônima.
T
TAP – Transportes Aéreos Portugueses.
U
Ubes – União Brasileira de Estudantes Secundaristas.
UEFA – Union of European Football Associations. Entidade que cuida do futebol eu-
ropeu.
URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Sigla da antiga União Soviética.
V
Varig – Viação Aérea Rio Grandense.
Z
ZAP – Zachodnia Agencja Prasowa. Agência de notícias da Polônia.
O Brasil teve vários regimes de governo e presidentes das mais variadas tendên-
cias políticas. Desde a implantação da República em 15 de novembro de 1889, o Bra-
sil passou por várias crises políticas que derrubaram presidentes, tiveram governos
“relâmpagos” e outros se suicidaram ou morreram no poder. Mas o curioso é que De-
odoro da Fonseca, militar fiel ao Imperador D. Pedro II, foi chamado para liderar o
movimento armado cujo objetivo era por fim na Monarquia. E o povo, como acontece
até hoje, acreditou, mais uma vez, numa derrubada de Governo. A República consoli-
dou-se aos tropeços e em meio a golpes e eleições fraudulentas. Só governos provisó-
rios foram dois. O mais longo da história da República foi o de Getúlio Vargas, 44
meses. Vargas, presidente provisório, presidente constitucionalista, presidente do Es-
tado Novo e presidente eleito pelo voto direto, ficou indo e vindo ao palácio presiden-
cial durante 18 anos. No Estado Novo, ele governou por 105 meses. O Brasil teve ain-
da duas juntas, uma militar e outra governativa que ficou dez anos no poder. A Repú-
blica teve 36 presidentes, três governaram mais de uma vez ou em regimes diferentes
203
(Deodoro da Fonseca, Vargas e Jango). Mas nem todos foram eleitos pelo voto popu-
lar. A mais curta Presidência foi de Carlos Luz que governou de 09/11/1955 a
11/11/1955. A República teve também presidentes eleitos indiretamente, pelo Colégio
Eleitoral, – criado pelo Governo Militar. O último, Tancredo Neves morreu antes de
subir a rampa palaciana. Vale registrar que João Belquior Marques Goulart foi vice
de dois presidentes eleitos por partidos diferentes. São fatos que ilustram a história
republicana e deixam o brasileiro à margem do processo político.
Afonso Pena – de 15/11/1906 a 14/06/1909. Afonso Augusto Moreira Pena (Santa Bárbara/MG,
30/11/1847 – Rio de Janeiro/RJ, 14/06/1909). Bacharel em Direito, morreu antes do tér-
mino de seu mandato. Vice-presidente, Nilo Peçanha.
Junta Militar (almirante Augusto Rademaker, general Lyra Tavares e brigadeiro Márcio de Souza e
Mello) – de 31/08/1969 a 30/10/1969. Augusto Hamann Rademaker Grüewald (Rio de
Janeiro/RJ, 11/05/1905 – Rio de Janeiro/RJ, 13/09/1985); Aurélio Lyra Tavares (João
Pessoa/PB, 07/11/1905) e Márcio de Souza e Melo (Florinópolis/SC, 26/05/1906).
País Capital
África
Angola Luanda
Argélia Argel
Botsuana Gaborone
Burkina Uagadugu
Burandi Bujumbura
Camarões Iaundê
Chade Ndjamena
Comores Moroni
Congo Brassaville
Djibouti Djibuti
Egito Cairo
Gabão Libreville
Gâmbia Banjul
211
País Capital
Gana Acra
Guiné Conacri
Guinee-Bissau Bissau
Lesoto Maseru
Libéria Monróvia
Líbia Trípoli
Madagascar Antananarivo
Madeira Funchal
Malavi Lilongwe
Mali Bamako
Marrocos Rabat
Mauritânia Muakchott
Mayotte Dzaydzi
Moçambique Maputo
Namíbia Windhoek
Níger Niamey
Nigéria Lagos
Quênia Nairóbi
Reunião Saint-Denis
Ruanda Kigali
Senegal Dacar
Seychelles Vitória
Socotra Tamridah
Somália Mogadíscio
212
País Capital
Suazilândia Mbabane
Sudão Cartum
Tanzânia Dodona
Togo Lomé
Tunísia Túnis
Uganda Campala
Zaire Kinshasa
Zâmbia Lusaka
Zimbábue Harare
América Central
Bahamas Nassau
Barbados Bridgetown
Belize Belmopán
Bermuda Hamilton
Cuba Havana
Dominica Roseau
Guadalupe Basse-Terre
Guatemala Guatemala
Haiti Port-au-Prince
Honduras Tegucigalpa
Jamaica Kingston
Martinica Fort-de-France
213
País Capital
Montserrat Plymouth
Nicarágua Manágua
Panamá Panamá
América do Norte
Canadá Ottawa
Groenlândia Godthab
América do Sul
Aruba Oranjestad
Bonaire Kralendijk
Brasil Brasília
Chile Santiago
Colômbia Bogotá
Equador Quito
Guiana Georgetown
Paraguai Assunção
Peru Lima
Suriname Paramaribo
País Capital
Uruguai Montevidéu
Venezuela Caracas
Ásia
Bangladesh Dacca
Belarus Minsk
Butão Timfu
China Pequim
Cingapura Cingapura
Filipinas Manila
Indonésia Jacarta
Japão Tóquio
Laos Vientiane
Macau Macau
Moldova Kichinev
Myanma Yongon
Nepal Kathmandu
Tailândia Bancoc
Taiwan Taipé
Timor Dili
Vietnã Hanói
Europa
Albânia Tirana
215
País Capital
Alemanha Berlim
Andorra Andorra
Áustria Viena
Bélgica Bruxelas
Bósnia-Erzegóvina Sarajeico
Bulgária Sófia
Córsega Ajaccio
Creta Iraklion
Croácia Zagreb
Dinamarca Copenhague
Eslováquia Bratislava
Eslovênia Liubliana
Espanha Madri
Faeroés Torshavn
Finlândia Helsinki
França Paris
Grécia Atenas
Holanda Amsterdã
Hungria Budapeste
Islândia Reikjavik
Itália Roma
Iugoslávia Belgrado
Liechtenstein Vaduz
Luxemburgo Luxemburgo
Malta Valleta
216
País Capital
Mônoco Mônoco-Ville
Noruega Oslo
Polônia Varsóvia
Portugal Lisboa
Reino Unido da Grã-Bretanhae da Irlanda do Norte Londres(Escócia, País de Gales e Inglaterra formam a Grã-
Bretanha)
Romênia Bucareste
Sardenha Cagliari
Suécia Estocolmo
Suíça Berna
Vaticano Vaticano
Eurasia
Armênia Ierevan
Azerbaijão Baku
Cazaquistão Alma-Ata
Estônia Tallin
Geórgia Tbilissi
Letônia Riga
Lituânia Vilna
Quirguistão Bichkek
Rússia Moscou
Tadjiquistão Duchambe
Turcomenistão Achkhabad
Ucrânia Kiev
Uzbequistão Tachkent
Oceania
Austrália Camberra
Fuji Suva
Guam Agana
País Capital
Kiribati Bairiki
Nauru Yaren
Niue Alofi
Tonga Nukualofa
Tuvalu Funafuti
Oriente Médio
Afeganistão Cabul
Chipre Nicósia
Iêmen Sanaa
Irã Teerã
Iraque Bagdá
Israel Jerusalém
Jordânia Amã
Kuait Al Kuait
218
País Capital
Líbano Beirute
Omã Mascate
Paquistão Islamabad
Qatar Doha
Síria Damasco
Turquia Ancara
1 – MELO, José Marques de e SILVA, Carlos Eduardo Lins da. In: Sinal de mais: a
revisão e os manuais como supervisores do texto jornalístico. Trabalho de Conclusão
de Curso (TCC) de Mônica Manir Miguel. ECA/USP, 1990.
4 – MELO, José Marques de. (org.) Normas de redação de cinco jornais brasileiros.
São Paulo, Com-Arte/ECA/USP, 1974.
6 – MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. São Paulo, Loyola,
2000.
10 – ZERO HORA. Manual de Ética, Redação e Estilo. Porto Alegre, L&PM, 1994.
12 – GARCIA, Luiz. O Globo: Manual de Redação e Estilo. São Paulo, Editora Globo,
1992.
Periodicidade: mensal
Resposta: Sim, pois com esse instrumento o aluno tem a possibilidade de sen-
tir como funciona a redação de um jornal verdadeiro, o que o deixará preparado para
enfrentar o mercado de trabalho.
Resposta: Sim.
Resposta: Sim.
Resposta: Sim.
Resposta: Sim. Todo o cronograma é definido antes do início das aulas. Isso é
de suma importância para o andamento da produção e para que o aluno se programe
em função das outras disciplinas.
Resposta: Quem define são os alunos. Isso acontece no segundo ano, pois o
jornal-laboratório é produzido pelo terceiro ano.
Resposta: Sim. Permite que o aluno saiba o porquê de sua linha de trabalho.
223
Pergunta: O aluno deve contextualizar os textos jornalísticos laboratoriais ou
simplesmente relatar o fato? Por que?
Resposta: Deve contextualizar, pois relatar fatos ele fará no dia-a-dia de uma
redação. Já o jornal-laboratório é um espaço para experimentos, necessário para uma
completa formação.
Tamanho: Standard
Periodicidade: Mensal
Resposta: Sem teoria não existe prática criativa porque falta uma reflexão so-
bre o estado atual da arte. A melhor maneira da teoria servir para o processo de
aprendizagem consiste em acabar com o mito da formação pelo mercado. A maioria
dos meus alunos verifica ao final do curso que muitas das matérias publicadas pela
grande imprensa teria dificuldades de entrar no jornal-laboratório porque estão mal
feitas. O aluno aprende que somente terá lugar no mercado quando tem condições de
contribuir para melhorar o jornalismo atual. Quem não tem poder de inovação fica
de fora.
Tiragem: 2.500
Resposta: Deveria.
Resposta: Faço durante as aulas e não é suficiente, já que a pauta fica prejudi-
cada.
Resposta: Sim.
Resposta: O professor.
230
Pergunta: A teoria contribui no fazer jornalístico? De que forma?
Resposta: Acredito que não porque outros formadores de opinião podem ter
acesso à produção acadêmica, o que colabora na melhoria da imagem da instituição.
Resposta: Pelas reações, acredito que a maior parte dos alunos se sente moti-
vada.
Resposta: Acredito que sim. Mas, seja como for, começo o período explanando
sobre a disciplina, o jornal-laboratório e a sua função no curso.
Resposta: Sim.
232
Pergunta: Elabora anualmente o cronograma de atividades? Exemplo, dia de
reunião de pauta, fechamento etc? Por que e como?
Tamanho: Tablóide
Periodicidade: bimestral
Resposta: A formação dos alunos é uma junção de vários fatores. Eu diria en-
tão que o jornal contribui para esta "conscientização".
Resposta: Tenho 12 horas por semana. Seria suficiente se eu não tivesse come-
tido a ousadia de instituir o Impressão on line - semanal. De qualquer forma tenho 2
monitores que me ajudam no Impressão (impresso) e dois no Impressão on line.
Resposta: Sem sombra de dúvidas. Acho que é na produção, mais até do que
nas discussões teóricas que podemos de fato mostrar para o aluno como exercer a éti-
ca. Por exemplo: Só aceito que saiam matérias com entrevistas específicas para o jor-
nal e não com matérias "copiadas" da Internet.
Resposta: Esta é uma resposta difícil, pois quem teria melhores condições de
respondê-la seria o próprio aluno. O que posso dizer é que como existe uma avalia-
ção, então alguns alunos produzem porque do contrário seriam reprovados e outros o
fazem porque têm consciência de que assim vão poder exercitar o seu texto jornalísti-
co. De qualquer forma, posso dizer que quando o jornal fica mais bem produzido aca-
ba existindo um certo clima de euforia na turma.
Resposta: Ela é essencial, senão o aluno/jornalista acaba sendo refém das idéi-
as (teorias) dos entrevistados e ainda poderá ter dificuldades para interpretar certos
acontecimentos.
Resposta: O ideal é que sempre seja contextualizado, entretanto isso não é tão
fácil de ocorrer, pois os alunos não ingressam na Universidade com uma boa forma-
ção. Mas o professor não deve desistir e sempre incentivar essa prática.
Periodicidade: Mensal
Resposta: Nós temos um jornal de reportagens. Cada aluno produz uma pági-
na, da pauta à foto, o texto à diagramação e à editoração. Nossa intenção é imple-
mentar a produção de reportagens, e não necessariamente oferecer um jornal de con-
teúdo diversificado (em termos de público) ao leitor. A prioridade é o treinamento do
aluno e não a conquista do leitor, embora, em determinados casos, as duas coisas ca-
minhem paralelamente.
Resposta: O professor a definiu ao longo dos anos e ela está expressa em tex-
tos que acompanham a apostila oferecida ao aluno.
Resposta: Como já foi explicado, a cada aluno é oferecida uma página. Não te-
mos um jornal de notas. Temos um jornal de reportagens, onde a necessidade do
contexto está implícita, tanto na pauta como no espaço oferecido a cada texto.
239
Pergunta: A distribuição do jornal-laboratório deve se restringir ao universo
acadêmico ou não? Explique.
Tamanho: standard
Tiragem: 30 mil
Periodicidade: semanal
Pergunta: Sem dúvida. se você erra um nome, no dia seguinte vem a cobrança.
Se você escrever algo que não tenha procedência, a comunidade vai te cobrar... o
RRJ, até pelo brilhante trabalho feito pela Katu Nassar, editora que me precedeu,
tem uma baita credibilidade junto ao seu público.
Tamanho: tablóide
Periodicidade: mensal
Resposta: É claro que sim. Qualquer ferramenta que ajude o aluno a caminhar
da teoria à prática é fundamental para que esse processo funcione a contento.
Resposta: A função foi colocada nos primeiros dias de aula e, sempre que ne-
cessário, ao longo do curso. A maioria compreende isso, creio.
Tamanho: standard
Periodicidade: mensal
Resposta: Sim.
Resposta: Sim.
247
Pergunta: O aluno tem conhecimento sobre a função do jornal-laboratório na
vida acadêmica?
Resposta: Sim.
Resposta: Sim.
Resposta: Semestralmente.
Resposta: Os professores.
São dez anos na universidade fazendo jornal-laboratório, e outros tantos nas re-
dações, longe do eixo São Paulo-Rio. Quando comecei a relacionar jornalismo e ensi-
no, o meu primeiro objetivo foi transmitir o essencial da profissão sem a preocupação
didático-pedagógica, ou seja, levei o que havia assimilado na rua para a sala de aula.
Mais tarde, observei que era preciso distanciar o professor do profissional para não
repetir o discurso de jornalista-professor e para refletir melhor sobre o significado do
ensino de jornalismo na formação do futuro jornalista. O distanciamento provocou
em mim uma postura mais acadêmica, voltada ao fazer jornalístico. Embora o jorna-
lismo nunca perca o ato de informar, jamais deixará de ser um autêntico transforma-
dor social. Essa concepção de fazer do ontem o hoje de forma precisa, clara, transpa-
rente, verdadeira e real merece um tratamento diferenciado, exaustivo e aprofundado
quando o veículo for o jornal-laboratório. “O jornalismo tem que ser rigoroso na sua
prática mas não é uma ciência exata. Por isso muitos conceitos têm os contornos das
épocas que atravessam, são dinâmicos porque refletem a realidade em movimento”,
ensina Mar de Fonteuberta.1 E é esse movimento que deve existir ao fazer o jornal-la-
boratório. Não há dúvida de que a matéria-prima do jornalismo é a notícia, mas em
se tratando do processo ensino-aprendizagem, o cotidiano do ponto de vista profissi-
onal deve ser praticado de forma que permita ao aluno assimilar com singularidade o
conceito de jornalismo em suas várias etapas de produção e difusão.
● Pauta mais consistente, mais histórica, mais abrangente com inúmeras fon-
tes com visão ou olhar diferente sobre o mesmo fato jornalístico para real-
çar as contradições de idéias, ideologias políticas;
● Utilizar a internet como fonte de pesquisa, mas não como fonte primária;
● O aluno precisa estar comprometido com o seu tempo e com a sua gente;
● Lembrar ao aluno que sempre é bom ajudar alguém com aquilo que escre-
ve;
● Reforçar, como diz Ricardo Kotscho, que o jornalismo não é apenas uma
profissão, um meio para sobreviver, mas uma “opção de vida”;
● Deve estar sempre comprometido consigo mesmo, com o leitor, com a ver-
dade;
● Não deve esquecer que a denúncia pela denúncia, não leva a nada;
● Reforçar que a checagem da informação com pelo menos duas fontes é in-
dispensável;
Essas propostas estão inseridas no contexto mais amplo da luta pela melhoria
da qualidade do ensino no Brasil que, no caso específico do jornalismo, envolve a
busca de uma formação crítica/analítica aliada à cidadania e ao exercício profissional
com responsabilidade social, ética e busca da verdade. A aplicabilidade dessas pro-
253
postas depende da desburocratização da política laboratorial e da valorização do cor-
po docente.
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ANEXOS