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SEGURANÇA E SAÚDE
(102 Páginas)
NOTA INTRODUTÓRIA
Ao longo dos Capítulos são apresentadas questões sobre os conteúdos ministrados que
visam ser um elemento estruturante das matérias a aprender, o que permitirá aos alunos
irem fazendo a sua auto-avaliação, isto é, comparar o nível de aprendizagem previsto
com o nível de aprendizagem individual obtido.
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ÍNDICE
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2 (I Parte)
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CAPÍTULO 3
2. CORRENTES DA ERGONOMIA 74
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
3. AUDITORIAS 96
BIBLIOGRAFIA 101
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ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURAS
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- CAPÍTULO 1 -
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Muitas das vezes relegadas para segundo plano, as condições em que o trabalho decorre
são um ponto chave para um bom rendimento no trabalho e para índices de satisfação e
motivação elevados por parte do executante. Da harmonia existente entre o tipo de
trabalho executado e o ambiente físico e humano em que o mesmo decorre, resultará as
condições de trabalho adequadas para as pessoas se sentirem bem nos seus postos de
trabalho.
Para Dessler (1997), o trabalho das pessoas é profundamente influenciado por três
grupos de condições:
• Condições ambientais de trabalho (iluminação, temperatura e ruído);
• Condições temporais (duração do horário de trabalho, horas extra, períodos de
descanso, entre outros);
• Condições sociais (organização informal, status, relacionamento, etc).
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HUMANAS TÉCNICAS
Características Físicas, Equipamentos,
CONDIÇÕES
DE
Constatamos assim, que os factores que contribuem para a melhoria das condições de
trabalho, provêem de quatro vectores:
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Nos finais da década de 20, com a Escola das Relações Humanas desenvolve-se uma
nova concepção da administração do trabalho e das organizações. A escola das relações
humanas e a emergência da psicologia do trabalho, constituíram o primeiro sinal da
necessidade da segurança e saúde no trabalho ser equacionada no contexto da gestão
de recursos humanos.
Uma oposição básica a Taylor que podemos assinalar refere-se à concepção do homem.
Para esta nova abordagem, passa a ser prioritário para motivar os trabalhadores, apelar
às motivações psicológicas e sociais, enquanto que para Taylor a motivação dos
trabalhadores era obtida satisfazendo as suas necessidades fisiológicas, através da
manipulação de recompensas materiais. Podemos mesmo dizer que Elton Mayo foi o
primeiro a conseguir demonstrar através de uma experiência realizada nos Estados
Unidos, que as condições de trabalho são determinantes para uma maior motivação e
satisfação dos trabalhadores e consequente aumento de produtividade, nomeadamente as
condições físicas, incidindo o seu estudo na relação da produtividade com a intensidade
da iluminação. Obteve como resultado, que havia uma correlacção directa entre a
produtividade e uma melhor luminosidade do local de trabalho. Outros dos factores
retirados desta experiência para o aumento da produtividade, foi a importância das
pausas durante o horário de trabalho, diminuição do horário de trabalho e o descanso ao
sábado, assim como a importância do bom relacionamento e interacção com os colegas
no posto de trabalho.
Nos fins dos anos 50, a revolução introduzida na gestão pelas correntes sócio-técnicas,
abre finalmente caminho para uma percepção integral de todos os factores de trabalho
(materiais, humanos e organizacionais), permitindo captar todas as dimensões para a
gestão da segurança e saúde no trabalho nas organizações.
Emery e Trist, defendiam que o trabalho tem uma dimensão técnica e uma dimensão
social que são inseparáveis, porque a natureza de um destes elementos tem sempre
consequência sobre o outro. A escolha de uma determinada tecnologia tem sempre
consequências humanas para as pessoas que trabalham com ela. Por exemplo, quanto
mais automática for uma máquina, mais monótono e desmotivante será o trabalho da
pessoa que o opera. Segundo Kovács (2000), a corrente sócio-técnica enfatizou o
carácter relativo de toda a situação organizacional, a qual podia ser alterada por
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Com a retoma económica e social do pós guerra, gradualmente e mais evidente a partir
dos anos 60, constata-se a insuficiência e os desajustamentos da prevenção correctiva
na segurança e saúde do trabalho, já posta em causa pela escola das relações humanas,
dando lugar ao desenvolvimento da prevenção integrada como forma de contribuição
para a eficácia organizacional.
Numa 1ª fase, ainda centrada nos factores materiais do trabalho, a prevenção integrada
evolui, mais tarde, no sentido da consideração de factores humanos e organizacionais
do trabalho, passando a desenvolver as metodologias de gestão da prevenção na
empresa (Montmollin, 1990). A prevenção evolui numa dimensão integrada na
estratégia de gestão da própria empresa, atentos aos objectivos económicos
(produtividade e disfunções organizacionais) e sociais (nova consciência do valor da
saúde) em causa.
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Werther (1996), estas condições são essenciais, quer para a melhoria da produtividade,
quer para o reforço da sua competitividade. Esta abordagem preventiva, tem como
marco histórico a Directiva Quadro 89/391/CEE, nas estratégias da União Europeia, que
no seu artigo 1º refere, “a presente directiva tem por objecto a execução de medidas
destinadas a promover o melhoramento da segurança e da saúde dos trabalhadores no
trabalho.(...), inclui princípios gerais relativos à prevenção dos riscos profissionais e à
protecção da segurança e da saúde e à eliminação dos factores de risco e de
acidente(...)”.
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De facto estudos então efectuados levaram à conclusão que não existia um quadro
minimamente harmonizado nessa matéria. Uma análise comparativa das leis e
regulamentos então existentes comprova que o conjunto da legislação de cada EM não
cobria todos os aspectos da organização de segurança e saúde.
Sistemas legislativos diferentes poderiam conduzir no espaço comunitário a diferentes
níveis de protecção da segurança e da saúde no trabalho e permitir uma concorrência
que se efectua em detrimento da mesma segurança e saúde.
OBJECTIVOS:
• Determinar os princípios e as medidas de carácter geral a aplicar na empresa, no que
respeita à segurança e à saúde dos trabalhadores, em todos os aspectos relacionados
com o trabalho, sendo da responsabilidade do empregador;
• Harmonizar prescrições mínimas a nível comunitário e constituir um padrão de
referência para os Estados Membros;
• Definir as responsabilidades dos intervenientes, particularmente, do empregador;
• Priorizar os princípios de prevenção;
• Assegurar a informação, participação e formação dos trabalhadores;
• Organizar a acção preventiva na empresa.
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Como anexo a este acordo foi aprovado o articulado que viria a constituir o Decreto-Lei
n.º 441/91, de 14 de Novembro, que definiu os princípios que visam promover a
segurança e a saúde no trabalho, transpondo para o direito interno a Directiva Quadro e
acolhendo na legislação nacional os princípios constantes na Convenção 155 da OIT.
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Ainda que em outros diplomas legais estejam definidos alguns conceitos, este decreto-
lei define entre outros os conceitos de trabalhador, trabalhador independente,
empregador, representantes dos trabalhadores, materiais de trabalho e de prevenção.
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A política de prevenção de riscos profissionais definida neste diploma tem por base:
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- Adoptar medidas e dar instruções para que em caso de perigo grave que não
possa ser evitado, os trabalhadores possam cessar a sua actividade ou afastar-
se imediatamente do local de trabalho, não devendo retomar o trabalho
enquanto persistir esse perigo, salvo em casos excepcionais desde que seja
assegurada a protecção adequada;
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A referida informação deve ser proporcionada aos trabalhadores nos seguintes casos:
• Admissão na empresa;
• Mudança de posto de trabalho ou de funções;
• Introdução de novos equipamentos ou alteração dos existentes;
• Adopção de novas tecnologias;
• Actividades que envolvam trabalhadores de diversas empresas.
Para tanto a consulta dos trabalhadores, ou dos seus representantes, é obrigatória sobre:
• A avaliação dos riscos para a segurança e a saúde no trabalho, incluindo os
respeitantes
• Os grupos de trabalhadores sujeitos a riscos especiais;
• As medidas de segurança e higiene do trabalho antes de serem postas em prática;
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• A lista anual dos acidentes de trabalho mortais e dos que ocasionem incapacidade
para o trabalho superior a três dias úteis, elaborada até ao final de Março do ano
subsequente;
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• Serviços internos, criados pela própria empresa, fazendo parte da sua estrutura e
sujeitos ao seu enquadramento hierárquico, e abrangendo, exclusivamente, os
trabalhadores que nela prestam serviço, e cuja criação é obrigatória nas seguintes
situações:
a) os estabelecimentos ou empresas com pelo menos 30 trabalhadores e que
exerçam actividades de risco elevado, que se encontram referidas na legislação;
b) As empresas com pelo menos 400 trabalhadores no mesmo estabelecimento ou
no conjunto dos estabelecimentos situados num raio de 50 km, qualquer que seja
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O empregador pode:
- Adoptar modalidades diferentes para cada um dos estabelecimentos da
empresa;
- Organizar as actividades de saúde separadas das actividades de segurança;
- Adoptar modalidades diferentes para cada uma das actividades.
O acordo pelo qual são criados os serviços interempresas e externos devem constar de
documento escrito, e o início da actividade da entidade prestadora de serviço deve ser
comunicada à IGT e à Direcção Geral da Saúde com os seguintes elementos:
- Identificação completa da entidade prestadora do serviço;
- Local ou locais da prestação de serviço;
- Data de início da actividade;
- Termo da actividade, quando fixado;
- Identificação do técnico responsável pelo serviço e, se for pessoa diferente,
do médico do trabalho;
- Número de trabalhadores abrangidos;
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Os resultados dos exames devem ser anotados em fichas próprias (Fichas de Aptidão
que devem ser arquivadas no processo do trabalhador e as Fichas Clínicas, que ficam
sujeitas ao regime do segredo profissional, só podendo ser facultadas às autoridades de
saúde e aos médicos da Inspecção-Geral do Trabalho).
Nos casos em que o trabalhador cessa a prestação de serviço deve-lhe ser facultada uma
cópia da sua ficha clínica.
Nas empresas em que o número de trabalhadores seja superior a 250, no mesmo
estabelecimento ou em estabelecimentos situados na mesma localidade ou em
localidades próximas, o médico de trabalho deve ser coadjuvado por um profissional de
enfermagem, com experiência adequada.
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Como referimos atrás, a publicação da Lei Quadro (Dec. Lei 441/91), veio introduzir no
panorama legislativo nacional diversos princípios algo inovadores relativamente a esta
temática. Um destes princípios foi o de pretender “institucionalizar formas eficazes de
participação e diálogo de todos os interessados na matéria de segurança, saúde dos
trabalhadores e ambiente de trabalho”.
É assim institucionalizada a necessidade absoluta de existir troca de informação entre
todas as partes interessadas nesta matéria – trabalhadores, empregadores, Estado,
populações, etc – como instrumento para a prevenção eficaz dos riscos profissionais.
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• Ministério da Saúde
Av. João Crisóstomo, 9 - 1000 Lisboa
http://www.min-saude.pt
Organismos de Prevenção
• Instituto de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
Av. da República, 84 – 5º - 1500 Lisboa
http://www.ishst.gov.pt
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Organismos de Inspecção
• Inspecção Geral do Trabalho
Praça da Alvalade, 1 - 1700 Lisboa
http://www.igt.gov.pt
Estatísticas
• Departamento de Estatística do Ministério da SST
Av. Rodrigo da Fonseca, 55- 1250 Lisboa
http://www.detefp.pt
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O IDICT foi criado em 16 de Junho de 1993, através do Dec. Lei nº 219/93. As funções
que lhe foram acometidas, estão expressas no art. 2º deste diploma, segundo o qual:
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- CAPÍTULO 2 -
(I Parte)
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1.1. DEFINIÇÕES
Trabalho
Para o direito, o trabalho representa uma actividade que é prestada a outrem, através de
certos modelos contratuais. Estes modelos podem reconduzir-se a dois grandes tipos:
trabalho subordinado (ou por conta de outrem) e trabalho autónomo (ou por conta
própria). Qualquer actividade produtiva pode ser prestada num ou noutro regime (não é
a natureza da actividade que determina o modelo mas sim o modo com ela é executada).
Saúde
Segundo a Organização Mundial de Saúde, Saúde é o completo bem estar físico,
psicológico e social e não só a ausência de doença ou enfermidade.
Perigo
Entende-se como perigo a propriedade ou capacidade intrínseca de um componente de
trabalho (materiais, equipamentos e métodos por exemplo) potencialmente causador de
danos.
Risco
Por risco entende-se a combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da
ocorrência de um determinado acontecimento perigoso. Trata-se, pois, de um conceito
que mediante determinadas assumpções, pode ser quantificado, o que, por definição não
acontece com o perigo.
Acidente
Por acidente entende-se uma ocorrência inesperada, indesejada e grave que origina
danos pessoais, materiais, económicos e sociais.
Acidente Grave
Por acidente grave entende-se um acidente cujas consequências se traduzem em danos
pessoais, materiais, económicos e/ou sociais particularmente valorosos.
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Incidente
Considera-se incidente (ou quase acidente) toda e qualquer ocorrência, de carácter
inesperado, indesejado e pouco grave (com danos pessoais, materiais, económicos e
sociais pouco significativos).
Doença Profissional
A doença profissional pressupõe a existência de danos (doenças e/ou patologias)
provocadas por uma exposição continuada e mais ou menos prolongada a um agente
causador da doença e/ou patologia presente ou relacionado com a realização do trabalho
ou com a permanência no local do trabalho. As doenças profissionais são objecto de
legislação específica na qual se definem todas as patologias susceptíveis de configurar
uma doença profissional.
Em termos formais:
Existe doença profissional sempre que as três condições que se apontam se verifiquem
cumulativamente:
a) O trabalhador tem estado exposto de uma forma contínua a um agente
causador da doença;
b) A situação resulta da sua presença no local de trabalho;
c) Entre a manifestação médica da doença e a sua exposição não decorreu um
período de tempo superior ao valor previsto na legislação em vigor.
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Sistema de Trabalho
É o cumprimento da realização de tarefas dentro de um Sistema pela acção conjunta do
homem com os meios de trabalho sobre o objecto de trabalho. O Sistema de Trabalho é
composto por: Tarefa; Entradas; Saídas; Homem; Meios de Trabalho; Processo de
Trabalho e Influências do Meio Ambiente.
Prevenção
Considerando o risco como a combinação da probabilidade e da(s) consequência(s) da
ocorrência de um determinado acontecimento perigoso, deve entender-se a prevenção
como a adopção de medidas que minimizam a probabilidade de ocorrência do
acontecimento perigoso. A Prevenção consiste, então, na acção de evitar ou diminuir a
manifestação dos riscos profissionais através de um conjunto de disposições ou medidas
a adoptar em todas as fases da actividade da empresa.
Prevenção Integrada
Os conceitos apresentados encontram-se interligados com a filosofia da Prevenção
Integrada ou Prevenção de Concepção, por oposição à Prevenção de Correcção. Daí que
cada vez mais se privilegia a intervenção a montante (para eliminar o risco ou, na
impossibilidade de o fazer, para o reduzir), tendo presente um número cada vez maior
de factores (organização do trabalho, planificação do trabalho, ritmos de trabalho,
monotonia de tarefas, concepção do posto de trabalho, cargas físicas e mentais do
trabalho, factores de natureza psicossocial).
Protecção
A protecção, em oposição à prevenção, visa reduzir, não a probabilidade de ocorrência
de acontecimento perigoso, mas sim a severidade das suas consequências, através da
adopção de medidas ou disposições consideradas adequadas ao fenómeno em causa.
Avaliação de Riscos
A avaliação dos riscos consiste no processo de detecção, identificação e quantificação
dos riscos para a saúde e a segurança dos trabalhadores decorrentes das circunstâncias
em que o perigo se manifesta no local de trabalho.
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QUESTÃO 1
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• Índice de Frequência;
• Índice de Gravidade;
• Índice de Incidência;
• Índice de Avaliação da Gravidade.
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A norma internacional em referência será objecto de estudo detalhado neste Manual.
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(Articulação entre os requisitos da Norma OHSAS 18001 para a definição dos objectivos (4.3.3).
Os objectivos definidos permitirão desenhar um plano de acção que uma vez operacionalizado,
permitirá ou não atingir as metas consideradas).
Objectivos (4.3.3.)
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QUESTÃO 2
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Acidentes de Trabalho
As avaliações económicas da gestão dos riscos, cinge-se desde os primeiros tempos a
análises dos custos directa e indirectamente associados à ocorrência de acidentes de
trabalho.
H.W. Heinrich em 1931, divide os custos dos acidentes de trabalho em custos directos e
custos indirectos.
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Em 1966, Frank Bird Jr. desenvolveu uma Teoria de Controlo de Perdas a partir da
análise de um conjunto de 90.000 acidentes de trabalho ocorridos numa siderurgia norte
americana durante 7 anos. A pirâmide de acidentes a que se chegou é a seguinte
(cf. figura 3).
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Uma análise mais abrangente permite alargar consideravelmente a gravidade dos custos
decorrentes da ocorrência de acontecimentos que alteram o funcionamento normal de
uma organização, quer se trate da ocorrência de acidentes de trabalho ou da afirmação
de doenças profissionais do foro da segurança e saúde do trabalho, quer se trate de
ausências ao trabalho, cujo âmbito, mesmo podendo estar relacionado com as condições
de trabalho, ultrapassa a esfera do local de trabalho, inserindo-se na complexa rede das
relações sociais.
Doenças Profissionais
No caso da afirmação de doenças profissionais existem necessariamente custos directos
a considerar, designadamente aqueles que competem ao único organismo responsável
em Portugal pela reparação dos danos emergentes da afirmação de doenças
profissionais: o Centro Nacional de Protecção de Riscos Profissionais.
Os custos indirectos envolvem, obrigatoriamente, algumas das rubricas contempladas
nos custos indirectos dos acidentes de trabalho, designadamente: os custos associados
ao tempo perdido na assistência médica prestada ao doente, os custos afectos ao
processo de averiguação das causas que estiveram na origem da manifestação da
doença, os custos de selecção e formação de um colaborador que possa substituir o
trabalhador “acidentado”, os custos devidos à falta de prática desse novo elemento, os
custos associados ao impacto psicológico causado sobre os restantes colaboradores, as
implicações nos níveis de produção e os seus efeitos ao nível do mercado, entre muitas
outras consequências indirectas, que no seu conjunto, configuram um peso elevado em
termos sociais.
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Absentismo
Os custos das ausências ao trabalho são, por natureza, indirectos, uma vez que as
implicações económicas desses acontecimentos se traduzem tipicamente nas seguintes
situações que são dificilmente quantificáveis:
a) Redução dos níveis e ritmo da produção, não só porque o trabalhador se
encontra ausente, mas também porque em determinadas situações pode
perder a aptidão para o desempenho da função com a mesma taxa de
sucesso;
b) Eventual necessidade de substituir (recrutamento e selecção, formação do
novo recurso humano) a pessoa ausente, devido a ausência prolongada ou
sistemática, por forma a assegurar o desempenho da função, entre outras
situações.
Os custos directos são, como se compreende, aqueles que resultam do saldo entre aquilo
que a organização economiza por ser averbada falta ao trabalhador e os custos
directamente afectáveis à não realização do trabalho em causa.
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- CAPÍTULO 2 -
(II Parte)
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ENTRADAS
TAREFA: Objectivo do ST
INFLUÊNCIAS DO
MEIO AMBIENTE
PROCESSO DE TRABALHO
HOMEM MEIOS DE
TRABALHO
SAÍDAS
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1.2.1. TAREFA
Uma Tarefa é uma solicitação dirigida ao Homem para executar funções com o
propósito de alcançar a meta desejada. Ela caracteriza o objectivo do ST.
1.2.2. ENTRADAS
As Entradas de um Sistema de Trabalho consiste, em geral, não só de objectos de
Trabalho, mas também de pessoas, informações e de energia que, em termos da Tarefa,
devem ser modificadas ou usadas quanto à sua condição, forma e posição.
A Entrada costuma ser dominada frequentemente “input”. As Entradas podem ser, por
exemplo, as matérias-primas, produtos semi-acabados, desenhos, ordens de serviço,
electricidade, ar comprimido, gás, mas também pessoas, como clientes, doentes, etc.
As Entradas principais do ST são designadas por Objectos de Trabalho. O termo
“objecto” não deve ser aqui entendido como coisa, mas sim na acepção de objectivo,
pois tanto pode ser uma coisa (peça a tornear) como pessoa (cliente por atender).
Uma regra geral a fixar é a de que todas as entradas de um ST dão sempre origem a
saídas.
Exemplos: aparelhos de televisão a serem empacotados e material de embalagem,
facturas, estrados, passageiros, etc.
1.2.3. SAÍDAS
Por Saída de um Sistema de Trabalho entende-se em geral, objectos de trabalho (todos
os materiais, bens, que são transformados ou usados para a execução de uma tarefa) mas
também homens e informações (são dados que iniciam processos ou que contribuem
para a sua execução) que, no sentido de Tarefa, foram modificados ou usados.
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1.2.4. HOMEM
A escolha da palavra “Homem”, ao invés da denominação de trabalhador, usada
frequentemente, deve-se ao facto de os métodos do Estudo do Trabalho poderem ser
aplicados, não só a operários na produção, mas também para todo o tipo de actividades.
Homem: elemento principal do ST, é quem dirige e actua em conjunto com os meios de
trabalho sobre as entradas para a concretização da tarefa.
Em St`s individuais há um único Homem, mas em St`s em grupo existirão dois ou mais.
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Os Meios de Trabalho são o conjunto dos meios de produção e dos meios auxiliares de
produção (vulgo ferramentas) por exemplo, equipamentos, máquinas, ferramentas,
dispositivos, e materiais auxiliares.
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Craveira
Escova de limpeza
Carrinho de transporte de chapas
• Processo de Trabalho: Levantar OS e desenho na secção de planeamento
Requisitar chapas de armazém
Requisitar broca, craveira e escova na ferramentaria
Verificar nível do líquido de arrefecimento (furadoura)
Fixar 1ª chapa na mesa da furadoura
Ligar furadoura
Efectuar 1º furo
Retirar chapa furada e colocá-la no carrinho
(....................., etc).
• Saídas: Desenho A35/12
OS preenchida
Aparas de alumínio
Líquido de arrefecimento usado
• Influências do Meio Ambiente:
(cf.)
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Exemplo:
• Físicas: ausência de ar condicionado; iluminação artificial de luz branca (500
Lux); ruído elevado resultante da furadoura e da proximidade de outras
máquinas; trabalho sempre na posição de pé.
• Psico-Sociais: nível salarial correspondente ao contrato colectivo de trabalho;
realização frequente de horas extraordinárias; bom ambiente social na empresa.
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TAREFA: _________________________________________________________
ENTRADAS: _______________________________________________________
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HOMEM: _________________________________________________________
MEIOS DE TRABALHO:____________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
PROCESSO DE TRABALHO:________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
SAÍDAS:___________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
INFLUÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE:
Físicas:____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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Psico-Sociais: _______________________________________________________
___________________________________________________________________
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o Limites de ofuscamento;
o Cor da luz.
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A avaliação dos riscos de trabalho deve ser efectuada tendo em vista 5 critérios:
• NATUREZA E PERIGOSIDADE
• LOCALIZAÇÃO
• TRABALHADORES AFECTADOS
• TEMPO DE EXPOSIÇÃO
• INTENSIDADE
Segue-se um exemplo:
Num determinado Sistema de Trabalho foi identificado um risco ligado a uma das
entradas. O Homem do Sistema deverá retirar, duma transportadora, uma peça de 60 Kg
que está a uma altura de 0,3 m do solo, passando-a para uma bancada com uma altura de
1 m e que se encontra a uma distância de 2 m.
Este risco identifica-se como do tipo SOBRECARGA MUSCULAR (peso excessivo e
postura incorrecta).
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Esta sobrecarga muscular pode provocar rupturas musculares ao Homem, ao nível dos
vários músculos que são chamados a actuar (das mãos, dos braços, das pernas, dorsais,
abdominais, etc).
Neste critério de avaliação dos riscos haverá que determinar, com exactidão quais os
trabalhadores e o seu número, assim como o de outras pessoas, que estão sujeitos a cada
risco identificado.
Aproveitando os dois exemplos já referidos anteriormente, no primeiro caso, tínhamos
um único trabalhador, mas no segundo, são afectados todos os trabalhadores e outros
que operam ou se movimentam no espaço em que se localiza o risco.
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3.1.5. INTENSIDADE
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No primeiro caso o risco foi eliminado pela alteração dos meios de trabalho e no
segundo pela alteração do processo do processo de trabalho. Em ambos os casos os
Sistemas de Trabalho forma substituídos por outros, porque se alterou um dos seus 7
elementos.
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Deve, entretanto, ter-se em conta que nunca poderá acontecer que uma medida de
prevenção, para eliminar um determinado risco, faça surgir outro, ou outros riscos, de
perigosidade idêntica ou superior.
Tome-se, como exemplo, o uso de protectores auriculares contra o ruído:
Se o nível de isolamento sonoro, pelo uso de certos protectores, for de 100% ou perto
deste valor, considera-se eliminado o risco do tipo CONTAMINANTE FÍSICO DO
AMBIENTE, mas, ao mesmo tempo, surgem vários riscos do tipo FACTORES DE
INSEGURANÇA como, por exemplo, a não audição de avisos sonoros dos meios de
movimentação (empilhadores, pontes rolantes, etc) ou das sirenes de alerta de fogo.
Sempre que não é possível eliminar determinado risco de trabalho, dever-se-á limitá-lo.
Limitar um risco de trabalho significa reduzir a probabilidade da ocorrência de
acidentes ou de doenças profissionais a ele ligadas.
Quando numa fábrica são colocados exaustores para a extracção de gases poluentes está
a limitar o risco de CONTAMINANTE QUÍMICO DO AMBIENTE relativo aos gases
produzidos.
Quando se limitam riscos de trabalho, estes continuam a existir, embora com menor
probabilidade de ocasionarem acidentes ou doenças.
Por este facto, é fundamental que também se limitem as suas consequências, isto é, se
atenuem, tanto quanto possível, as lesões que eventualmente surjam em resultado dos
acidentes ou doenças.
Quando um operário da construção civil coloca o seu capacete de protecção, não está a
limitar o risco do tipo FACTOR DE INSEGURANÇA, porque a sua possibilidade de
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ocorrer não diminui. Está, isso sim, a limitar as suas consequências no caso de um
provável impacto.
• DIRECTAS
• INDIRECTAS
• INFORMATIVAS
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• Protecção por fixação ao local, em que o trabalhador não pode estar na área de
risco (ex: as alavancas de accionamento de uma prensa estão afastadas do local
da prensagem);
• Protecção por interposição ou cobertura, de forma a que não seja possível que as
partes do corpo em risco possam ser lesadas, especialmente as mãos e pés (ex:
bainhas de serras de corte);
• Protecção por reacção de aproximação, em que através de sensores de área de
risco fica inacessível pelo trabalhador quando a aproximação é demasiada (ex:
interruptores automáticos que desligam as máquinas quando é realizada alguma
operação não prevista e que acarreta riscos).
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O segundo critério a levar em conta tem a ver com a capacidade da medida escolhida
em eliminar ou, se tal não for possível, em limitar os riscos ou as suas consequências em
caso de acidente.
Sendo assim, uma medida de prevenção é tanto mais eficaz quanto mais remota for a
probabilidade de ocorrência de acidente ou de doença ligada a determinado risco.
A Eficácia de uma medida não deverá, todavia, ser vista no imediato, mas também no
médio e longo prazo.
Qualquer medida de prevenção não deverá revestir dificuldades no que respeita à sua
compreensão ou acatamento por parte dos trabalhadores envolvidos. Sempre que tal
circunstância for perceptível, dever-se-ão aplicar medidas informativas ou formativas,
de forma a minorar a complexidade da medida tomada.
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Imagine-se que a empresa adquiriu novos meios de produção aos quais estão ligados
riscos do tipo FACTORES DE INSEGURANÇA . Os trabalhadores que com eles vão
operar deverão receber, para além da formação técnica indispensável, uma formação
sobre os novos riscos a que irão ficar expostos e a forma correcta como os encarar, em
termos de prevenção.
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O plano de prevenção deverá referir qual a sua duração global, bem como os prazos de
implementação das medidas de prevenção nele consignadas.
Isto equivale a dizer que qualquer medida de prevenção que conste do plano deverá
inserir-se num dos seguintes 3 tipos:
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Vejamos na prática, como a avaliação das acções de prevenção poderá ser realizada e
tomemos, novamente o caso da grua indicado em 3.1.2.:
No Plano de Prevenção (anual) elaborado, está prevista a instalação, no prazo de 1 mês,
do aviso sonoro que deverá actuar sempre que o braço da grua ou o seu sistema vertical
se movimentam. As características do aviso foram definidas (timbre e intensidades
sonoras) e foi prevista uma informação escrita aos trabalhadores sobre a nova medida a
ser tomada.
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QUESTÃO 3
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- CAPÍTULO 3 -
• CORRENTES DA ERGONOMIA
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A Ergonomia pode ser entendida como uma ciência que estuda a actividade
profissional, tendo como objectivo fundamental a adaptação da situação de trabalho
(existente ou futura), as capacidades e limitações próprias do indivíduo, perspectivando
o máximo conforto, segurança e eficácia e, consequentemente, maior e melhor
produtividade.
A Ergonomia não aparece como uma ciência isolada, mas sim como um corpo de
conhecimentos interdisciplinares com bases científicas na Fisiologia, Psicologia,
Antropometria, Sociologia, Medicina, etc, que ajudam a definir as reais limitações e
possibilidades do organismo humano.
Definir Ergonomia tem sido ao longo dos anos, objecto de reflexão de vários autores e
instituições. Ao analisarmos o conteúdo destas reflexões, verificamos que o objecto de
análise da Ergonomia é comum a todas elas, ou seja, o Homem em situação de trabalho,
necessitando para isso de bases pluridisciplinares. A maior dificuldade centra-se no
reconhecimento desta disciplina: ciência ou tecnologia? Mas também há quem a sinta
como uma arte, na medida em que aplica os conhecimentos recolhidos em outras áreas
científicas para transformar realidades existentes ou conceber realidades futuras.
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2. CORRENTES DA ERGONOMIA
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Foi nesta linha de pensamento que surgiu a segunda corrente da ergonomia, mais
recente e mais europeia, denominada Ergonomia da Actividade Humana.
Talvez por isso a considerem mais como uma tecnologia de que ciência.
Estas duas correntes da ergonomia não são de forma alguma contraditórias, antes pelo
contrário, a maneira como analisam, transformam ou concebem os locais de trabalho e
seus equipamentos, complementam-se. O objectivo da intervenção é que pode ser
distinto. O ergonomista tanto pode aplicar os seus conhecimentos sobre o Homem para
ajudar o projectista a conceber um determinado elemento de trabalho, como pode ser
abordado para analisar a actividade real dos operadores para modificar a organização
do trabalho.
Resumindo-se, trata-se:
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OPERADOR
“INTERFACE”
MÁQUINA/
EQUIPAMENTO
ESPAÇO DE
TRABALHO
AMBIENTE
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- CAPÍTULO 4 -
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Como se verifica, a maior parte dos princípios atrás descritos estão muito vocacionados
para a prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais. Contudo, a
empresa deverá preparar-se para a eventualidade dum acidente, cuja probabilidade de
ocorrência mesmo que seja baixa – e muitas vezes não o é – possa ter consequências de
gravidade elevada para a sobrevivência da empresa. Referimo-nos, por exemplo à
eventualidade de ocorrência de um incêndio, de uma explosão, de uma fuga de vapor
tóxico, de um derrame de um líquido poluente, etc.
Em termos genéricos, esta é uma obrigação claramente estabelecida no nº 5 do art. 4º do
Dec. Lei 26/94 de 1/2 (texto republicado pelo Dec. Lei 109/2000), segundo o qual:
“A empresa ou estabelecimento, qualquer que seja a modalidade de organização das
actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho, deve ter uma organização
interna que assegure as actividades de primeiros socorros, de combate a incêndios e de
evacuação de trabalhadores em situações de perigo grave e iminente, com a
identificação dos trabalhadores responsáveis por essas actividades”.
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O Plano deve especificar detalhes das equipas necessárias numa emergência. O modo de
actuação destas equipas de emergência deve estar suficientemente definido e claro.
Nos casos em que a organização prevê a necessidade de envolvimento de meios
externos, os detalhes da actuação deste deverão estar documentados.
Por forma a testar a eficácia do PEI, o nível de adestramento das pessoas envolvidas, a
operacionalidade dos equipamentos necessários e a prontidão das equipas internas e
externas, deverão ser efectuados exercícios de emergência segundo um planeamento
escrito. Os exercícios deverão ser executados de modo a dar o máximo de informação
acerca da prontidão da organização, e deverão sempre merecer uma análise da qual
surgirão, em princípio conclusões e recomendações. Por outro lado, para a
implementação do PEI é fundamental dar a formação adequada a cada um dos
intervenientes na acção, de acordo com a função que lhe é atribuída
A Coordenação da acção quando é implementado o PEI, deve ser feita a partir dum
local que funcione como Central de segurança. O local escolhido para esta função não
necessita de ser totalmente dedicado a esta função. Porém deve reunir as seguintes
condições:
• Possuir uma cópia do PEI;
• Possuir esquemas e diagramas da empresa (adicionais ao PEI);
• Possuir uma listagem de contactos em caso de emergência;
• Possuir espaço suficiente para as pessoas que estejam destinadas a estar nesse
local em caso de emergência;
• Possuir meios de comunicação com os locais da acção, com os controlos de
acessos, com os locais de concentração das equipas de intervenção, com o
exterior, etc.
• Possuir terminais de alarme.
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QUESTÃO 4
QUESTÃO 5
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Este diploma define os níveis de qualificação profissional para estes técnicos, de acordo
com os níveis convencionados na União Europeia, que são: Técnico Superior de SHT –
nível 5 (equivalência a licenciatura) e Técnico de SHT – nível 3 (equivalência ao 12º
ano).
É também tornada obrigatória a detenção dum Certificado de Aptidão Profissional para
o exercício destas profissões, cujos requisitos de acesso se resumem no quadro seguinte,
podendo constatar-se que foram consideradas diversas hipóteses, no sentido de
assegurar, por um lado, a possibilidade dos profissionais em exercício se adaptarem aos
requisitos agora estipulados.
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O Dec. Lei 110/2000, veio ainda definir um código deontológico que deve orientar a
actividade dos profissionais de SHT, contendo os seguintes princípios:
• Considerar a segurança e saúde dos trabalhadores como factores prioritários da
sua intervenção;
• Basear a sua actividade em conhecimentos científicos e competência técnica e
propor a intervenção de peritos especializados, quando necessário;
• Adquirir e manter a competência necessária ao exercício das suas funções;
• Executar as suas funções com autonomia técnica, colaborando com o
empregador no cumprimento das suas obrigações;
• Informar o empregador, os trabalhadores e seus representantes, eleitos para a
SHST, sobre a existência de situações particularmente perigosas que requeiram
uma intervenção imediata;
• Colaborar com os trabalhadores e os seus representantes, incrementando as suas
capacidades de intervenção sobre os factores de risco profissional e as medidas
de prevenção adequadas;
• Abster-se de revelar segredos de fabricação, comércio ou processos de
exploração de que, porventura, tenham conhecimento em virtude do
desempenho das suas funções;
• Proteger a confidencialidade dos dados que afectem a privacidade dos
trabalhadores;
• Consultar e cooperar com os organismos da rede Nacional de prevenção de
riscos profissionais (ver capítulo 4).
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QUESTÃO 6
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- CAPÍTULO 5 -
• CERTIFICAÇÃO
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Cada empresa deve gerir os seus riscos, definindo os padrões de Segurança que pretende
adoptar. Quer isto dizer que deve estar objectivamente definida uma política de
segurança, constituída por um conjunto de padrões que caracterizam um nível de risco
aceitável, que não deve ser ultrapassado. Esta fase deverá:
• Ser definida pela gestão de topo;
• Ser apropriada à escala da empresa;
• Incluir um compromisso de melhoria contínua (aposta na prevenção);
• Identificar os requisitos legais que condicionam a actividade da empresa / definir
os padrões a utilizar;
• Estabelecer os objectivos e metas;
• Ser documentada e divulgada a todas as pessoas de empresa.
1.2. Planeamento
1.3. Implementação
1.4. Verificação
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Nesta fase deverá ser criada uma metodologia para, periodicamente se equacionar a
necessidade de realizar eventuais alterações da política, objectivos e outros elementos
do sistema de gestão, à luz dos resultados das auditorias, alterações das condições e do
compromisso quanto à melhoria contínua.
I – INTRODUÇÃO
• Promulgação
• Objectivo e âmbito de aplicação;
• Lista de páginas em vigor;
• Manutenção do Manual;
• Lista de Distribuição;
• Lista de Abreviaturas;
• Glossário de termos;
• Referências bibliográficas.
II – SITUAÇÃO
• Caracterização da instalação e envolvente
o Implantação geográfica da empresa;
o Áreas sensíveis na envolvente;
o Implantação viária/ferroviária;
o Actividades e ocupações desenvolvidas na empresa;
o Descrição sumária dos processos;
o Caracterização de medidas de prevenção e protecção implementadas
(EPI´S, sistemas de extracção localizada, métodos de manuseamento e
armazenamento de substâncias perigosas, sinalização, sistemas de
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VI – CONTROLO DE DOCUMENTAÇÃO
• Definição do suporte dos registos de dados;
• Aprovação e emissão dos documentos e dados;
• Alterações / modificações dos documentos e dados;
• Gestão de registos.
O aparecimento internacional das normas OHSAS 18000 veio trazer algo de novo aos
conceitos de gestão empresarial, que estamos certos irá contribuir para a modificação de
mentalidades.
Caminharemos, no futuro, para os conceitos modernos de gestão integrada, tendo por
base a qualidade e estando suportada no ambiente e segurança. (cf. Triângulo da Gestão
Integrada).
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AMBIENTE SEGURANÇA
GESTÃO
INTEGRADA
QUALIDADE
Se analisarmos as ISO 9000, ISO 14000 e OHSAS 18000 e os seus objectivos podemos
concluir que elas se complementam.
Nestes moldes podemos afirmar que a gestão integrada promove este objectivo triplo.
3. AUDITORIAS
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QUESTÃO 1
Exemplo:
QUESTÃO 2
Esta situação, objectivamente, não pode deixar de ser considerada uma análise restrita e
pouco rigorosa, uma vez que na sua essência se restringe a uma abordagem de um
conjunto de indicadores que traduzem a ocorrência de sinistros sob diferentes
perspectivas: frequência, gravidade e incidência na população laboral.
QUESTÃO 3
É evidente que a solução encontrada não tem eficácia suficiente, pois um trabalhador,
pelo menos, não ouviu o aviso sonoro.
Haverá, logicamente que melhorar a medida posta em prática, de forma a garantir que
todos os trabalhadores da obra possam ouvir, claramente, o aviso sonoro de
movimentação da grua.
Caberá ao Técnico de Higiene e Segurança, eventualmente alertado pelo representante
dos trabalhadores para a SHST, encontrar a solução correcta.
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QUESTÃO 4
• Procedimentos de evacuação;
QUESTÃO 5
QUESTÃO 6
Pode frequentar a licenciatura de HST ou, visto que possui mais de 5 anos de
experiência, pedir a certificação por equiparação através de avaliação curricular.
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Bibliografia base
Lima, Paulo (2003), “Causas e Problemas dos Acidentes de Trabalho: A gestão das
Condições de Trabalho como possível Solução” in Revista Segurança, Lisboa, nº
151, pp. 45-51.
Bibliografia Complementar
Lima, Paulo e Fernandes, Paulo (2002) “Análise dos conteúdos das convenções
colectivas de trabalho (1997-2000): um estudo centrado nas políticas de saúde,
higiene e segurança no trabalho” in XII Jornadas Luso-Espanholas de Gestão
Científica, Actas - Volume VI: Organização de Empresas II, Covilhã, UBI.
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OIT (1997) Higher Productivity and a Better Place to Work, Genebre, OIT.
Pereira, Aurélio Paulino (1997) “Prevenção de riscos profissionais: que papel para a
informação?” in MQE, Forum Emprego, Formação e Trabalho, Lisboa, MQE.
Sites consultados
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