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PREFÁCIO
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Neste sentido, para suprir a demanda de mercado e treinar profissionais que
desejam atuar como Assistentes Técnicos e Peritos Judiciais na área de meio
ambiente, foi desenvolvido este Curso de Perícia.
Nos últimos anos este Curso foi ministrado em diversas regiões do país tendo
formado centenas de profissionais com conhecimentos específicos para atuarem com
peritos na área de meio ambiente. Os conhecimentos e as técnicas apresentadas neste
Curso são a base para a prática da perícia ambiental, mas o contínuo
aperfeiçoamento e exercício profissional são fundamentais para o desenvolvimento
da atividade do perito, considerando a complexidade do assunto em questão.
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SUMÁRIO
2. DIREITO AMBIENTAL
2.1 Legislação Nacional
2.2 Órgão e Competências Legais
2.3 Leis e Normas Ambientais
2.4 Ação Civil Pública
2.5 Perícia Ambiental
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4.4 Conclusões sobre os Métodos de Valoração
6. ESTUDOS DE CASO
- REFERÊNCIAS
- ANEXOS
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1. ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
A tecnologia avançou tanto que nos dias atuais parece que não precisamos mais da
natureza para suprir nossas necessidades. Esta mentalidade resultou no desequilíbrio
ambiental que atualmente se manifesta através da poluição hídrica, poluição
atmosférica, erosão e contaminação do solo e outros problemas ambientais que
comprometem a nossa qualidade de vida.
Ecologia é a ciência que estuda os seres vivos e as suas relações com outros seres
vivos e com o meio ambiente. A palavra é derivada do grego é significa literalmente o
estudo da “casa” onde se vive. Para sobreviver na sociedade todos os indivíduos
precisam conhecer os seus ambientes, as forças da natureza, os vegetais e os animais
que os cercavam. Basicamente, os níveis de organização dos seres vivos, do mais
simples para o mais complexo, são mostrados no esquema abaixo.
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População
Comunidade ou Biocenose
Ecossistema
Ecossistema é o conjunto formado por uma ambiente físico (solo, ar, água) e os seres
vivos que nele habitam. Como exemplos de ecossistemas podemos citar os lagos, os
rios, os mares, os campos, as florestas, etc. É a unidade fundamental da Ecologia. No
ecossistema distinguem-se dois componentes, a biocenose e biótopo. A biocenose, ou
comunidade biótica é o componente vivo, ou biótico de um ecossistema. O biótopo
refere-se ao meio físico ou abiótico de um ecossistema, sobre o qual se desdobram a
vida vegetal e animal.
Equilíbrio Ecológico
Biosfera
As regiões habitadas da Terra, desde as profundezas do mar até os picos das mais
altas montanhas, constituem a esfera viva deste planeta, ou a biosfera. Ela é uma
camada quase contínua ao redor da Terra, interrompendo-se apenas nos desertos
extremamente áridos e nas regiões cobertas de gelo. Apesar de abrigar um imenso
número de seres vivos, a biosfera, cuja espessura máxima não chega a 20 km, é
relativamente fina se comparada ao raio de Terra que é de cerca de 6000 km.
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Habitat e Nicho Ecológico
O habitat é o local específico onde o organismo vive e, nicho ecológico é o papel que
o organismo exerce nesse local. Costuma-se dizer que habitat é o endereço de uma
espécie, enquanto que nicho ecológico é a sua profissão.
Fatores Ecológicos
Todo ser vivo sofre ação de vários fatores do meio ambiente em que vivem. Assim,
fator ecológico é todo elemento do meio capaz de agir diretamente sobre os seres
vivos, pelo menos em uma fase de seu ciclo vital.
Ação da Luz
A luz é o fator ecológico que permite a existência da vida na Terra. A luz atua pela
intensidade, tipo de radiação, direção e duração. Seu papel ecológico essencial é a
fotossíntese, bem como a indução de ritmos biológicos.
Fotossíntese
Temperatura
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ocorrem nas células são dependentes da temperatura. Muitas reações celulares são
catalisadas por enzimas, ajustadas para operarem em temperaturas que variam de 28 a
30ºC. Além disso, a temperatura define o clima de uma determinada região.
Limites de Tolerância
Ação da Água
Ação da Salinidade
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Fatores Edáficos
O solo é um meio bastante complexo onde existem seres vivos e numerosos fatores
abióticos influenciando tais como água, granulometria, porosidade, ar, seres vivos e
propriedades físico-químicas, principalmente, pH e salinidade. Os fatores edáficos
relacionados ao solo são húmus, lixiviação, erosão e laterização. O húmus é o
resultado da decomposição de detritos vegetais, rico em nutrientes, quem mantém a
textura e umidade do solo. A lixiviação é a lavagem do solo pela chuva, que por ser
rica em íons hidrogênio substitui os íons cálcio e potássio do solo, tornando-o ácido.
A erosão é a conseqüência da ação do intemperismo nas rochas. A laterização é a
remoção da sílica e enriquecimento do solo em óxidos de ferro e alumínio o que
impede a prática agrícola.
Alimento
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- LITOSFERA
A areia é um tipo de rocha sedimentar formada por grãos de quartzo e por outros
minerais. Pode ter diversas cores, dependendo do mineral predominante. As cores
mais comuns são cinza, amarela e vermelha. A areia é muito permeável à água,
deixando-a passar com muita facilidade. Quando um solo possui mais de 70% de areia
é chamado de solo arenoso.
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Os solos contêm um pouco de cada um desses materiais. Se forem nas proporções
adequadas constituem o solo agrícola. Essa proporções, em geral, são: de 60 a 70%
de areia, de 20 a 30% de argila, de 10 a 30% de húmus e de 5 a 6% de calcário, além
de elementos, como potássio, nitratos em pequenas quantidades e outros minerais em
micro quantidades.
Há locais, na desembocadura de rios para o mar, em que o solo sofre a ação das
marés, ficando sob a água, durante a maré cheia e exposta, durante a maré baixa. São
os chamados manguezais. Nestes sistemas a vida é intensa. Eles são tão importantes
que são chamados de berço da vida dos oceanos.
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- CONTAMINAÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO
- HIDROSFERA
Toda água livre que existe no nosso planeta compõe hidrosfera. Dessa água cerca de
0,001% está na atmosfera, 0,009% está nos lagos, rios e riachos, 0,625% está nas
águas de superfície e solo, 2,15% está nas calotas de gelo e geleiras e 97,209% nos
mares. Há um outro tanto de água em composição química com minerais, como é o
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caso da sílica. Assim, a água disponível para uso é apenas uma pequena parcela de
toda água existente no planeta.
Ao contrário do combustível fóssil e do solo, as águas doces são uma fonte renovável.
Se forem usadas de forma adequada e cuidadosamente conservadas, o ciclo
hidrológico global pode satisfazer as necessidades, atuais e projetadas, em uma base
sustentável. Contudo, problemas como o fornecimento de água doce e com a
qualidade da água são de importância imediata e fundamental para todos.
- DIMENSÃO QUÍMICA
- DIMENSÃO BIOLÓGICA
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espécies de vida fora da água encontram seu correspondente dentro dela. Algumas,
particularmente os insetos, podem viver diferentes estágios de vida tanto dentro como
fora da água. Cada categoria de biota tem um nicho particular, ou conjunto de
condições aquáticas, que lhe é mais adequado para o desenvolvimento.
- USOS DA ÁGUA
1. Uso físico direto pelo homem e seus animais domésticos. Usamos água para
beber, tomar banho, lavar e diversos usos domésticos. Para este caso os padrões
são severos. A água deve ser aspecto limpo, pureza de gosto e acima de tudo, estar
isenta dos perigosos e debilitantes microorganismos que flagelam as populações
urbanas dos séculos precedentes.
3. Uso psicológico como parte de nosso ambiente estético e cultural. Um belo lago
ou rio talvez não tenha serventia especial, mas se houver uma contabilidade
econômica, a água tem um valor definido porque o apreciador sente-se tão
satisfeito pela visão com acontece com o gosto da comida ou a cor da roupa. O
valor não pode ser medido simplesmente em dinheiro.
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- RECURSOS MARINHOS E BIODIVERSIDADE
As causas principais dos danos aos recursos marinhos são a poluição costeira vinda do
continente através do esgoto municipal, lixo industrial, escoamento urbano e rural,
desflorestamento continental, construção e crescimento em áreas litorâneas,
lançamento em grande quantidade de resíduos nos oceanos, sedimentos dos esgotos e
substâncias nocivas, derramamento de petróleo, plásticos descartáveis e a pesca
excessiva pelo uso de métodos agressivos.
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- ATMOSFERA
Toda a Terra está envolta em ar. Esse espaço nós chamamos de atmosfera. Muitos
seres vivos necessitam do ar para respirar. Além disso, o ar é o próprio ambiente em
que vivem algumas espécies de seres vivos. A camada de ar que envolve a Terra é
como uma casca de maçã, pois metade do seu volume está até 5,5 km de altura da
superfície, enquanto que 75% estão até 8,8 km e 99% até 30 km.
A atmosfera (do grego atmós, gás; sphaîra, esfera) da Terra tem espessura estimada
em 800 km. Ela é formada por gases, principalmente, o nitrogênio (78%), o oxigênio
(21%) e o argônio (0,9%), e por gases menores, entre eles o vapor de água e o dióxido
de enxofre, que totalizam apenas 0,1% do volume do ar atmosférico. Ela também
contém microrganismos e partículas sólidas, como cinzas vulcânicas e poeira.
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Os principais poluentes atmosféricos são o monóxido de carbono (CO), gás carbônico
(CO2), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), material particulado
(MP), hidrocarbonetos (HC), sulfeto de hidrogênio (H2S), ozônio (O3), dioxinas e
furanos, entre outros. Sabe-se ainda que esses poluentes podem ter maior ou menor
impacto sobre a qualidade do ar, de acordo com sua concentração na atmosfera e
condições metereológicas locais.
Considerando que o homem é diretamente afetado por tudo que acontece no meio
ambiente por fazer parte dele, podemos concluir que se o meio ambiente perece todos
perecem. Cada pessoa é produto do meio e a sua vida depende da qualidade da água
que bebe, dos alimentos que ingere, do espaço em que vive e do ar que respira. Surge
então a necessidade de se preservar e cuidar do meio ambiente. Observa-se que essa
responsabilidade do “cuidado” vai além do bairro, da cidade e mesmo do país em que
se vive, ele deve ser a conjugação de esforços a nível internacional para se viver o
presente e o futuro.
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As fontes naturais são aquelas em que a natureza é o agente produtor de energia. As
fontes artificiais de energia são as que incluem a ação do homem, incluindo geradores,
turbinas, reatores nucleares e baterias solares. Sob o ponto de vista do referencial
humano podemos identificar dois estados básicos da energia: potencial e cinético. O
primeiro significa energia armazenada disponível a qualquer instante, como a energia
gravitacional das águas represadas. O aspecto cinético ou dinâmico está associada a
massa em movimento.
- O HOMEM E A ENERGIA
• O homem primitivo sem o uso do fogo tinha apenas a energia dos alimentos que
ele comia (2.000 kcal / dia);
• O homem caçador (100.000 anos atrás) tinha mais comida e também queimava
madeira para obter calor e para cozinhar;
• O homem agrícola primitivo (Mesopotâmia, 5.000 a.C.) semeava e utilizava a
energia animal;
• O homem agrícola avançado (Noroeste da Europa, em 1.400 d.C.) usava carvão
para aquecimento, a força da água, a força do vento e o transporte animal;
• O homem industrial (Inglaterra, 1875) tinha a máquina a vapor e;
• O homem tecnológico (nos EUA, em 2000) consumia 250.000 kcal / dia.
Começando com o consumo de energia muito baixo de 2.000 kcal por dia, que
caracterizava o homem primitivo, o consumo de energia cresceu, em um milhão de
anos, para quase 250.000 kcal por dia. Este enorme crescimento da energia per capita
consumida só foi possível devido:
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Por outro lado, existe ainda uma enorme diferença entre o consumo per capita dos
países industrializados, onde moram 25% da população mundial, e dos países em
desenvolvimento, onde vivem os restantes 75%. Os EUA, por exemplo, com 6% da
população mundial, consomem 35% da energia mundial.
O consumo médio anual per capita no século XX foi de 75.000 kcal/dia nos países
industrializados e de apenas 9.450 kcal/dia nos países em desenvolvimento. Dentro de
alguns países há diferenças enormes no consumo de energia entre os ricos e os pobres.
A Figura 2 ilustra a evolução do homem no uso da energia.
- FONTES DE ENERGIA
H o m em
te cn o ló g i co
H o m em in d u s tr ial
H o m em a g r íc o la
a va n ç a d o
T r a n s p o r te
H o m em a g r íc o la
p r im itiv o In d ú s tri a e a g r ic u ltu ra
M o r ad ia e co m é rci o
H o m em c a ça d o r A lim e n taç ã o
H o m em p r im iti vo
0 50 1 00 1 50 2 00 2 50
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Tabela 3 – Fontes de energia, vantagens e desvantagens
FONTE OBTENÇÃO USOS VANTAGENS DESVANTAGENS
ESGOTÁVEL
Resulta de reações Produção de Domínio da Polui a atmosfera
químicas de energia elétrica; tecnologia para (gás carbônico,
fósseis, matéria-prima da sua exploração e enxofre,
Petróleo depositados no gasolina, do diesel refino; particulados, óxidos
fundo do mar e no e de produtos, facilidade de de nitrogênio);
continente. como plástico, transporte e colabora para o
borracha sintética, distribuição. aumento da
ceras, tintas, gás e temperatura.
asfalto.
Reatores nucleares Produção de Não emite Não há tecnologia
produzem energia energia elétrica; poluentes que para tratar lixo
térmica por fissão fabricação de contribuam para nuclear; a
Nuclear de átomos de bombas nucleares. o efeito estufa.construção das
urânio. Esta usinas é demorada e
energia aciona um cara; há riscos de
gerador elétrico. contaminação
radioativa.
Resulta das Produção de Domínio da Polui a atmosfera
transformações energia elétrica; tecnologia para (gás carbônico,
químicas de aquecimento; seu enxofre,
Carvão grandes florestas matéria-prima de aproveitamento; particulados, óxidos
Mineral soterradas. fertilizantes. facilidade de de nitrogênio);
Extraído de minas transporte e colabora para o
localizadas em distribuição. aumento da
bacias temperatura.
sedimentares.
Ocorre na Aquecimento; Emissão baixa Altos investimentos
natureza combustível para de poluentes; para o
associado, ou não, geração de pode ser armazenamento e
Gás Natural ao petróleo. A eletricidade, utilizado nas distribuição
pressão nas veículos, caldeiras formas gasosa e (gasodutos, navios
reservas e fornos; matéria- líquida; existe metaneiros).
impulsiona o gás prima de derivados um grande
para a superfície, de petróleo. número de
onde é coletado reservas
em tubulações.
RENOVÁVEL
A energia liberada Produção de Não emite Inundação de
pela queda de energia elétrica. poluentes, não grandes áreas e
água represada interfere no deslocamento da
Hidrelétrica move uma turbina efeito estufa. população
que aciona um residente; a
gerador elétrico. construção das
usinas é demorada e
cara; altos custos de
transmissão.
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FONTE OBTENÇÃO USOS VANTAGENS DESVANTAGENS
Eólica O movimento dos Produção de Grande Exige investimentos
ventos é captado energia elétrica; potencial para para transmissão da
por hélices movimentação de geração de energia; produz
gigantes ligadas a máquinas e energia elétrica; poluição sonora;
uma turbina que motores. não interfere no interfere em
acionam um efeito estufa; transmissões de
gerador elétrico não ocupa áreas rádios e TV.
de produção de
alimentos.
Solar Lâminas Produção de Não é poluente; Exige altos
recobertas com energia elétrica; não interfere no investimentos para
material aquecimento. efeito estufa; seu aproveitamento.
semicondutor, não precisa de
como o silício, são turbinas ou
expostas ao sol. A geradores para a
luz excita os produção de
elétrons do silício, energia elétrica.
que geram uma
corrente elétrica
Biomassa A matéria Aquecimento; Não interfere no Exige altos
decomposta em produção de efeito estufa (o investimentos para
caldeiras ou energia elétrica e gás carbônico seu aproveitamento.
biodigestores, O de biogás liberado durante
processo gera gás (metano). a queima é
e vapor, que absorvido
acionam uma depois no ciclo
turbina e movem de produção).
um gerador
elétrico
Os recursos esgotáveis são aqueles que, uma vez consumidos, não há como serem
repostos, uma vez que levaram milhões de anos para se formarem, como é o caso dos
combustíveis fósseis - petróleo e carvão mineral. Outros recursos esgotáveis, usados
para geração de energia, são os minerais físseis, usados em usinas nucleares. Os
recursos renováveis são aqueles que constantemente a natureza está repondo, como é
o caso de madeiras, carvão vegetal, extratos vegetais - óleos, açúcar, álcoois, entre
outros. Outros recursos, chamados renováveis, são aqueles disponíveis na natureza,
como a luz solar, a força das marés, a força dos ventos e a geotermia.
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- RECURSOS ESGOTÁVEIS
PETRÓLEO
- RECURSOS RENOVÁVEIS
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têm um potencial hidráulico estimado em 209 milhões de KW, sem considerar as
pequenas quedas que, incorporadas, poderiam produzir muito mais. A bacia do Paraná
possui a maior potência instalada, pois cerca de 70% de seu potencial já é aproveitado
hoje. Nela está instalada a maior Usina Hidrelétrica do mundo, ITAIPU, que significa
“a pedra que canta”. ITAIPU foi projetada para gerar 12,6 milhões de KW em 18
turbinas de 700 mil KW cada.
ÁLCOOL ETÍLICO
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como fonte de calor e para geração de energia fotovoltáica. O aproveitamento da
energia solar como fonte energética tem suas aplicações em aquecimento de água, de
residências, de estufas, ou refrigeração.
A energia eólica é aproveitada em pequena escala tanto como força motriz para
bombas (normalmente de água de poço ou nas salinas) como para geração de energia
elétrica, quando o cata-vento é acoplado a um gerador. Os problemas de ruído podem
ser contornados, com a implantação em áreas afastadas, mas os custos de implantação
ainda não foram devidamente equacionados.
O calor da região abaixo da Crosta Terrestre (manto) pode ser aproveitado tanto para
aquecimento direto, como para aquecimento de água com geração de vapor, com o
qual se pode movimentar turbo-geradores para produzir energia elétrica. Para ser
eficiente o sistema necessita operar com altas temperaturas, presentes somente em
grandes profundidades. O custo de perfurar e manter esses sistemas profundos ainda
está inviabilizando o uso dessa forma de energia.
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gás carbônico for alto, o gás tem baixo poder calorífico, o que ocorre normalmente.
Por isso não tem sido uma alternativa energética muito interessante.
Neste contexto, a Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos produtos surge como uma
opção real para a indústria e para a sociedade. A Análise do Ciclo de Vida de um
produto estuda a complexa interação entre um produto e o meio ambiente, e permite a
avaliação dos aspectos e impactos ambientais potenciais associados a fabricação de
um produto.
ACV compreende o estudo das etapas que vão desde a retirada das matérias-primas
elementares da natureza, que entram no sistema produtivo (berço), passando por todas
as etapas produtivas industriais e de consumo até a disposição do produto final
quando se encerra sua vida útil (túmulo). Esta análise é conhecida como from graddle
to grave ou do berço à sepultura.
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ACV contribui para a diminuição dos resíduos devido à redução do uso de energia e
de materiais, sendo também útil como ferramenta de marketing para a obtenção de
declarações e rótulos ambientais de produtos “amigos” do meio ambiente. Por esses
motivos, os fabricantes têm dado cada vez mais atenção às propriedades ambientais de
seus produtos como um meio de diferenciá-los e aumentar a fatia de mercado das
empresas.
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2. DIREITO AMBIENTAL
Considerando o objetivo deste curso, não se pretende nesta seção detalhar e esgotar
por completo este tema. Pretende-se apresentar de forma resumida as principais fontes
e informações básicas necessárias para a condução de uma perícia ambiental. Nos
anexos desta apostila encontram-se as principais leis, resoluções e normas abordadas
neste trabalho.
O Direito Ambiental por sua vez caracteriza-se por pertencer a uma pluralidade de
sujeitos não identificáveis, mas que pode ser exercido a qualquer tempo. Acima de
qualquer interesse está o da sociedade. É o que chamamos de Direito Difuso.
O Direito existe pelo homem e para o homem. Desta forma, todo o disciplinamento
intentado pelo legislador no âmbito de resguardar recursos naturais, vivos ou não,
deve ser feito, através da lente da equidade social. Enfim, é preciso que saibamos os
diversos aspectos, ou os vários sentidos, em que se fala de Direito Ambiental. Um dos
aspectos é o do meio ambiente propriamente dito, isto é, dos recursos naturais
existentes (ar, água, flora, fauna, etc.).
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temperatura, dentre outros são importantes. Assim, pode-se conceituar Direito
Ambiental como:
- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
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e) Princípio In dúbio pro natura: É uma regra fundamental da legislação ambiental,
que leva para a preponderância do interesse maior da sociedade em detrimento do
interesse individual e menor do empreendedor ou de um dado projeto.
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Tabela 4 – Análise comentada dos parágrafos e incisos do art. 225 da Magna Carta
Parágrafo / Inciso Comentário
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pode receber sanções penal, civil e administrativa.
O mais importante diploma legal brasileiro na área ambiental é sem dúvida a Lei no
6.938/81 com regulamentação no Decreto no 99.274/90. Essa lei materializa a
tradução jurídica da Política Nacional do Meio Ambiente.
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como multa, perda ou restrição de incentivos ou benefícios, a suspensão de atividades,
entre outras.
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• Conselho Estadual de • Justiça Estadual Ministério Público
Meio Ambiente • Polícia Judiciária dos Estados
ESTADO • Secretarias de M.A. • Polícia Militar (Promotores de
• Órgãos Ambientais • Polícia Florestal Justiça). Matérias:
(CETESB, FEMA) Todas que não é
interesse da União
• COMUM • Zoneamento
• SUPLEMENTAR - Poder de Polícia Urbano
Interesse Local, - Multar • Plano Diretor
Plano Diretor, - Licencias • Distrito Industrial
MUNICÍPIO (Câmara Municipal), - Fiscalizar • Parcelamento do
Art. 30, II da - Embargar Solo Urbano
Constituição - Interditar • Poluição Sonora
• Edificação
Art. 23 Constituição • Trânsito
• Lixo
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- ESFERAS DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
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aplicação da pena, desde que o infrator recupere o dano, ou de outra forma, pague seu
débito para com a sociedade.
- FLORA
- FAUNA
Em relação à fauna, a Lei no 5.197/67, trata deste assunto. Os animais são patrimônio
nacional, proíbe a caça profissional e veda o comércio de animais. O Código de Pesca,
Decreto – Lei no 221/67, pretende disciplinar cuidados acerca dos animais aquáticos,
pesca, suas modalidades, sanções, cuidados, entre outros.
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pode o cidadão fazer uso quando se sentir prejudicado. Esta Lei será tratada com
maiores detalhes na seqüência.
- LEI DE PATENTES
Uma lei polêmica foi a de no 9.279/96 que trata da propriedade intelectual, ou lei de
patentes. Ela se aplica tanto para produtos quanto para processos ou modelos de
utilidade. Proíbe o patenteamento de animais ou vegetais, autorizando apenas aos
microorganismos transgênicos se cumpridos os requisitos de novidade, atividade
inventiva e aplicação industrial. Internacionalmente os EUA, Japão, México, Austrália,
Canadá, Coréia do Sul, Panamá, Chile, Tailândia e Indonésia concedem direitos de
propriedade intelectual por patenteamento para plantas, animais e microorganismos
transgênicos e seqüências específicas de DNA. Na esteia da lei de patentes veio a Lei
no 9.456/97, a lei de cultivares (plantas advindas de melhoramento genético) e
propriedade industrial.
- CRIMES AMBIENTAIS
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- OUTRAS LEIS E NORMAS TÉCNICAS
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14.012 – Auditoria Ambiental – Qualificação para auditores ambientais
14.013 – Gerenciamento de Programas para AA
14.015 – Avaliação Ambiental das Instalações
14.021 – Rotulagem Ambiental definições
14.022 – Rotulagem Ambiental – Símbolos
14.023 – Rotulagem Ambiental – Testes e Verificação (métodos)
14.024 - Rotulagem Ambiental – Princípios de orientação e procedimentos
14.025 – Metas e princípios de rotulagem
14.031 – Avaliação de desempenho ambiental do SGA – relação ambiental
14.040 – Avaliação do Ciclo de Vida – Princípios e Orientação
14.041 – Avaliação do Ciclo de Vida – Análise do inventário
14.042 – Avaliação do Ciclo de Vida – Impactos
14.050 – Termos e definições
14.060 – Inclusão de aspectos ambientais em normas de produtos
Um grande avanço, sem dúvida, foi o advento da chamada Lei de Ação Civil Pública
– Lei No 7.347 de 1985, que atribui legitimidade ao Ministério Público e as Entidades
Civis (ONG’s) para ajuizar ações contra os infratores da legislação ambiental e de
outros direitos e interesses chamados difusos e coletivos.
Antes da Lei 7347/85 se uma empresa estivesse, por exemplo, poluindo o ar, somente
os vizinhos - confrontantes poderiam pensar em promover uma ação. Hoje a
sociedade tem o poder de ação, através do Ministério Público ou de alguma
associação criada para o fim de proteger o meio ambiente.
Esta lei tem como objetivo principal disciplinar a Ação Civil Pública de
Responsabilidade por Danos Causados ao Meio Ambiente, ao Consumidor, a Bens de
Direito de Valor Artístico, Estético, Histórico, Turístico e Paisagístico. Inovação que
também merece destaque é a instituição do Inquérito Civil Público, previsto no art.
8º, da Lei 7347/85, que pode ser instaurado pelo Ministério Público para apuração e
investigação de qualquer denúncia relativa a ofensa à direitos e interesses difusos e
coletivos, como é o caso da lesão ambiental.
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O Inquérito Civil Público é sempre presidido por um promotor de justiça, e para tanto
pode requisitar informações e documentos de qualquer entidade pública e privada,
assim como notificar pessoas físicas ou jurídicas para prestarem declarações sobre
fatos de que tenham conhecimento. O referido instrumento, de natureza inquisitória,
serve como base para o ajuizamento da Ação Civil Pública ou de outras medidas
judiciais cabíveis para a prevenção ou reparação do dano ambiental.
Desde a instituição dos diplomas legais acima citados e com o advento da Lei dos
Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), os tribunais dão conta de inúmeros processos
movidos pela coletividade, pelo Ministério Público, pelo Estado ou pelo particular no
exercício da proteção aos direitos individuais e coletivos na esfera do meio ambiente.
O dano ou a ameaça ao meio ambiente é o objeto principal destas lides.
Nas ações judiciais sobre o meio ambiente que se destaca a Perícia Ambiental.
Prevista no Código de Processo Civil (artigos 420 a 439 da Seção VII, Cap. VI – Das
Provas), a prova pericial é solicitada sempre que, na averiguação da verdade dos fatos,
faz-se necessária a atuação de profissionais com conhecimentos técnico-científicos
especializados. Na área ambiental as informações e documentos não bastam para
elucidar a lide, muitas vezes a averiguação da existência do fato danoso e dos efeitos
prejudiciais depende de prova eminentemente técnica que somente pode ser produzida
por profissionais especializados na área, é neste momento que se faz necessário a
perícia ambiental.
A atividade pericial em meio ambiente é regida pelo Código de Processo Civil, bem
como as demais modalidades de perícias. E, em razão da especificidade das questões
ambientais, esta atividade deve ser amparada na Legislação Ambiental vigente no
âmbito Federal, Estadual e Municipal.
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Logo, além dos requisitos morais e éticos inerentes a esta função, o Perito deve ser
capacitado tecnicamente no tema de meio ambiente a ele designado. Deve estar apto a
dirimir as dúvidas apresentadas através dos quesitos em fase processual específica e
preencher os requisitos legais exigidos no Código de Processo Civil (art. 145 e §s
seguintes).
Designado pelo Juiz, o Perito do Juízo atua como Auxiliar da Justiça assessorando o
juiz na formação de seu convencimento. Trata-se da pessoa de confiança do
Magistrado e produz ao final dos trabalhos o Laudo Pericial. A fundamentação do
Laudo Pericial e responsabilidade do perito sobre as informações prestadas por ele são
tratadas, respectivamente, no art. 429 e 147 do Código Processual Civil (CPC).
No laudo ou parecer técnico o que importa é a fundamentação técnica, que deve ser
calcada em elementos objetivos, analisados e interpretados por métodos adequados,
que conduzam a conclusões técnicas irrefutáveis. Inúteis, também, são as
considerações de ordem jurídica, que alguns peritos e assistentes técnicos se permitem
enxertar no laudo e parecer técnico, esquecidos de sua missão que é meramente
técnica, sendo esta tarefa exclusiva dos advogados.
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Sendo a prova pericial, a rainha das provas, tomamos a direção desta seara para suprir
as necessidades e expectativas de nossos clientes, buscando sempre mostrar e
defender seus interesses nas discussões técnicas jurídicas, o que se faz necessário
tomar algumas medidas de ordem prática na condução desta fase técnica do processo.
Como consideramos que moral e ética são condições inerentes ao exercício da função
do Perito Judicial, e dispensam qualquer tipo de questionamento, deparamos sim na
capacitação técnica e preparo dos profissionais, o que nos leva sempre a tomar vários
cuidados na condução dos casos, principalmente atuando como Assistentes Técnicos
em defesa de nossos clientes.
Sabemos, que a Prova pericial, como sendo a "Rainha da Provas", deve ser produzida
com muita atenção, zelo e competência, sob pena, depois de encaminhada ao juízo,
ver todo o trabalho perdido e interesses comprometidos, amargando assim, prejuízo
material e insatisfação do cliente final.
42
Assistência Técnica Judiciária é uma atividade que envolve, competência técnica,
interesse, trabalho, ética, comprometimento com as causas do interessado, e o mais
importante, vontade de sempre vencer. Sempre dizemos, antes da discussão de
qualquer matéria técnica, consulte sempre um perito da área.
- QUESITOS
- LAUDO PERICIAL
43
• Identificação do processo e solicitante da perícia;
• Identificação das partes envolvidas;
• Descrição do objeto da perícia;
• Apresentação da equipe de trabalho (perito e assistente técnico);
• Relação dos documentos e informações utilizados (fornecidos, leis e normas);
• Metodologia de trabalho adotada;
• Descrição do local da perícia;
• Data, hora e período de tempo das diligências;
• Descrição dos dados e informações disponíveis para fundamentar a análise e
as respostas dos quesitos da perícia em execução e as conclusões.
• Resultados e discussões
• Conclusões
• Identificação do perito ou assistente técnico, registro profissional, registro
geral, assinatura do profissional, data.
A seqüência apresentada trata de uma sugestão que na maioria dos casos não se tem
ou não são necessários todos os elementos abaixo listados. Para cada caso específico
são importantes os itens mais relacionados com o problema ambiental em estudo.
1. EXAME DO LOCAL
44
1.2. Situação Legal da Área: Verificar se a área é pública ou privada, a qual
unidade da federação pertence e se é considerada uma área de proteção
ambiental. Descrever sucintamente a que se destina e qual o seu uso atual.
2. DISCUSSÃO
2.1.1. Uso atual da terra: Constatar o uso atual da terra, dar o percentual utilizado
pela agropecuária.
45
2.1.2. Uso atual da água: Constatar o uso da água, bem como obras de engenharia
(canal, dique, barragem, drenagem). Verificar se ocorrem fontes poluidoras.
2.2.3. Perspectivas da evolução ambiental da área: Inferir sobre qual seria a evolução
da área com ou sem o empreendimento.
3. CONCLUSÃO
Ela deve ser elaborada de forma sucinta, mas sempre que possível, conclusiva,
abrangendo os aspectos ambientais anteriormente discutidos.
46
3. AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL
- IMPACTO AMBIENTAL
47
Impacto Ambiental
Evolução do Meio Ambiente sem Impacto
QA
ta to ti tf tc
48
- AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA)
49
ELABORAÇÃO DO EIA
50
e1) o meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos
minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime
hidrológico, as correntes marinhas; as correntes atmosféricas;
51
i) Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos
positivos e negativos, indicando fatores e parâmetros que devem ser
considerados, cronograma de implementação e instituições responsáveis.
- ELABORAÇÃO DO RIMA
52
e) A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,
comparando com diferentes situações de execução do projeto, bem como com
a hipótese de não realização do projeto;
- AUDIÊNCIA PÚBLICA
53
b) O EIA/RIMA são aprovados, pois atendem às exigências constantes na
legislação em vigor, mas a obra não é licenciada, pois causa impacto
ambiental significativo negativo à região;
- LICENCIAMENTO AMBIENTAL
54
- LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI)
Esta licença é solicitada após a obtenção da licença prévia. Nesta fase são
apresentados os planos e programas ambientais tais como: Planos de Controle
Ambiental, Programas de Recuperação Ambiental, Projetos das Unidades de
Tratamento de Efluentes Industrias, Programas de Gerenciamento de Risco. Os
documentos são semelhantes aos apresentados anteriormente, porém, adequados à esta
fase do licenciamento. Após obtenção desta licença o interessado poderá iniciar a
implantação da atividade.
55
3.3 TIPOLOGIA DOS IMPACTOS
56
Considerando que a perícia ambiental deve determinar o dano causado e a perda da
qualidade do componente ambiental analisado, parece adequado o uso dos métodos de
avaliação de impactos ambientais para orientar a investigação do dano, em uma
perícia ambiental. Inicialmente, podemos, por exemplo, determinar o grau de
importância de um conjunto de impactos negativos ocorridos no meio ambiente
devido a um acidente ambiental.
IP = ± [3I + 2E + M + P + R]
57
Tabela 8 – Fatores utilizados no cálculo da importância do impacto ambiental
SINAL INTENSIDADE (I) (dano)
- Em Projeto = P
- Em Obra = O IP = ± 1 x (3I + 2E + M + P + R)
- Em funcionamento = F
- Sem possibilidade = N
58
Tabela 9 – Metodologias utilizadas para eleboração de Estudo de Impacto Ambiental
MÉTODO DESCRIÇÃO APLICAÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS
Avaliações em
tempo curto e
Reunião de quando há Não fazem análise
Especialistas; carência de Rapidez sistemática dos
Método Ad Hoc criação de grupos dados Baixo custo impactos.
de trabalho
interdisciplinares A legislação Resultados com alto
vigente no país grau de
não permite sua subjetividade e
utilização como pouco fundamentas
método de AIA
Quase nunca
Como as Diagnóstico indicam a
Escalares escalares, ambiental, magnitude dos
Ponderadas incorporando o valoração dos impactos
grau de impactos,
importância dos comparação das Resultados
impactos alternativas subjetivos
Não identificam
impactos diretos
59
Não destacam
importância relativa
dos impactos
Não consideram a
dinâmica dos
sistemas ambientais
Subjetividade dos
Preparação de resultados
cartas temáticas
em transparência, Não quantifica a
síntese das Projeto lineares, Boa disposição magnitude dos
Superposição interações dos escolha de visual impactos
de Cartas fatores alternativas de
ambientais por menor impacto Não admite fatores
superposição das ambientais não
cartas ou mapeáveis, difícil
processamento no inclusão de
computador impactos sóciais
Considera a
Diagnóstico e dinâmica dos
Modelos prognóstico da sistemas Representação
matemáticos de qualidade ambientais, imperfeita da
computador que ambiental da interação entre realidade
Modelos de simulam o área de influência os fatores e
Simulação funcionamento impactos no Custo elevado
dos sistemas Comparação das espaço e tempo
ambientais alternativas –
cenários Tratamento de
grande
Projetos de quantidade de
grande porte dados
Conforme pode ser visto na Tabela acima existem diversas técnicas para o estudo de
AIA. Entre as citadas, vamos apresentar um estudo de caso das mais interessantes sob
o ponto de vista de perícia ambiental, pois permitem que os danos sejam valorados em
termos de importância, magnitude e alteração da qualidade ambiental dos fatores
ambientais.
60
podem impactar o meio ambiente. As interações entre os elementos na matriz são
mensuradas em termos de magnitude e importância.
Para cada célula de interação (elemento da matriz), coloca-se uma linha diagonal que
representa a interação entre a característica ambiental (linha) x ação (coluna). Em
seguida são atribuídos valores, na parte superior da linha diagonal, para o grau de
importância e, na parte inferior da linha diagonal, para o grau de magnitude, em todos
os elementos da matriz. Em seguida, todas os valores dos elementos da matriz são
somados nas linhas e nas colunas, obtendo-se o grau de importância e magnitude total
61
- MÉTODO ENVIRONMENTAL EVALUATION SYSTEM
62
Figura 4 – Sistema ambiental adotado pela metodologia EES
63
Figura 5. Funções de qualidade ambiental determinadas experimentalmente.
64
A diferença entre estes valores expressa em UNIDADES DE IMPACTO
AMBIENTAL (EIU), pode ser adversa (EIU negativo) ou benéfica (EIU positivo).
Note que no caso da perícia ambiental a EIU será sempre negativa. Em seguida faz-se
a agregação dos impactos pelas categorias. Sempre que se observa um impacto
negativo incidindo sobre um parâmetro ambiental crítico ou frágil, o método propõe
que o impacto seja assinalado para estudos mais detalhados.
O EES tem sido adaptado para outros casos, como por exemplo, na avaliação de
impactos ambientais em trabalhos de perícia ambiental. Na perícia ambiental, este
método permite a transformação de resultados subjetivos em escala numérica para
listar e ordenar os impactos ambientais. A perda da qualidade ambiental também é um
parâmetro interessante que pode ser determinado.
65
66
3.6 MÉTODOS E TÉCNICAS DE LABORATORIO
67
A classificação da qualidade do ar, através do índice de qualidade, é mostrada na
Tabela 12. Os equipamentos e técnicas usuais para amostragem dos poluentes em
chaminés e no meio ambiente são mostrados nas Figuras 6 a 8.
68
Figura 7. Amostrador de material particulado
69
- ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS
Oxigênio Dissolvido
Coliformes Fecais
70
Metais Pesados
São apresentados gráficos dos seguintes metais pesados cádmio, chumbo, cobre,
cromo total, mercúrio, níquel e zinco. Quando encontrados em áreas urbanas são
indicativos da presença de efluentes industriais (metalúrgicas, galvanoplastia,
indústrias químicas, curtumes, etc.). Em áreas rurais, os metais estão presentes em
fungicidas e outros tipos de agrotóxicos. Podem ser encontrados também em áreas de
mineração. Em alguns casos são decorrentes das características geológicas locais.
- MÉTODOS BIOLÓGICOS
- MÉTODOS GEOFÍSICOS
71
através de computador para se verificar a alteração das propriedades de condutância e
resistividade elétrica do terreno, indicando ou não a presença de contaminantes.
- ANÁLISES DE GÁS
72
Análise química
Após o perito ter feito uma seleção das amostras já no local, estas são devidamente
acondicionadas em recipientes e rotuladas para serem encaminhadas ao laboratório.
Nesta fase é muito importante que sejam definidos quais parâmetros serão analisados
para a amostra.
- MÉTODOS INSTRUMENTAIS
73
- ANÁLISE DOS RESULTADOS E DIAGNÓSTICO
74
4. INTRODUÇÃO A ECONOMIA AMBIENTAL
75
trabalho humano. A conseqüência teórica disso é que apenas o Meio Ambiente
Construído possui valor, o que é claramente inaceitável. Quanto à segunda, o valor
seria determinado no mercado, pela interação entre oferta e procura. No entanto, os
estudiosos dessa abordagem reconhecem as “falhas de mercado” na valoração do
Meio Ambiente.
A diferença é que os bens econômicos são regulados em grande parte pelo mercado e,
via preço, a oferta e a demanda destes bens são equilibradas. Ao contrário, os bens e
serviços ambientais não estão sujeitos à lei de mercado.
76
conservação ou utilização desse bem ou serviço. Considerando seu gosto e
preferências, cada indivíduo terá um conjunto de preferências que será usado na
valoração de todo e qualquer bem ou serviço, inclusive os ambientais.
O valor de uso refere-se ao uso efetivo ou potencial que o recurso pode prover. Como
por exemplo, o valor que os indivíduos estão dispostos a pagar para visitar um
parque ecológico ou para conservar determinadas espécies vegetais ou animais que
são utilizadas para a fabricação de remédios.
77
VET = valor de uso + valor de opção + valor de quase-opção + valor de existência
Fica claro que a valoração econômica do meio ambiente passa pelo cálculo do VET
para o bem ou serviço ambiental sob análise. Entretanto, o valor econômico total do
meio ambiente não pode ser integralmente revelado por relações de mercado. Muitos
de seus componentes não são comercializados no mercado e os preços dos bens
econômicos não refletem o verdadeiro valor da totalidade dos recursos usados na sua
produção. Não obstante, a teoria econômica tradicional indica que a solução dos
problemas de mercado, para bens e serviços ambientais passam obrigatoriamente
pelas decisões individuais dos consumidores.
78
DECISÃO DE VALORAÇÃO
ECONÔMICA DO MEIO
AMBIENTE
PRODUTOS AMBIENTAIS
- OBJETO DE VALORAÇÃO
a) um parque ecológico;
b) uma reserva mineral;
c) um passivo ambiental;
d) a perda de biodiversidade;
e) os danos à saúde decorrentes de ambiente poluído ou acidente ambiental;
f) as perdas de quantidade e/ou qualidade de produção.
79
Em cada caso, é necessário caracterizar adequadamente o objeto de valoração para
que não sujam equívocos quanto à interpretação dos dados, das análises e dos cálculos.
Essa caracterização, geralmente, envolverá informações sobre localização, épocas,
períodos, porte, abrangência, unidades de medida e elementos. De outro lado, tem-se
o agente valorador, geralmente uma equipe multidisciplinar, que se vale de um
suporte valorativo, constituído de métodos e técnicas disponíveis. A valoração
econômica compreende três tipos básicos:
Esses três tipos de tarefa estão muitas vezes relacionados, os métodos utilizados não
são necessariamente distintos, mas obviamente o objeto é de natureza diversa em cada
caso. Certamente, os principais resultados obtidos através da valoração econômica do
meio ambiente são as estimativas dos custos e benefícios ambientais que se
configuram de grande valia para o desenvolvimento sustentável.
- ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO
80
cooperam com recursos humanos e materiais para a sua gestão ambiental. Em termos
gerais, o benefício da conservação pode ser colocado como:
onde
81
outros residentes no país com esta mesma percepção. Para esta análise não será
considerada a categoria valor de opção, isto é, aquela valoração referente a bens e
serviços ambientais, de usos diretos e indiretos ainda desconhecidos e a serem
apropriados e consumidos no futuro.
Políticas Públicas: A contrapartida para estes benefícios, isto é, pelo lado custo, estão as
políticas públicas que dão o respectivo suporte técnico-administrativo para o objetivo de
manutenção desta área protegida. Dessa forma temos quatro principais grupos de ações
políticas os quais perfazem um documento denominado Plano de Manejo, conforme
descrito a seguir:
b) Manejo do Meio Ambiente: Aqui são lançados os custos e despesas com o apoio a
pesquisas e aplicação de metodologias em prol da manutenção do Banco genético in situ
e a geração de conhecimento científico.
Cabe salientar que este bloco de ações segue um modelo fundamentado na observação
do modo de vida destas populações tradicionais, com o aporte da ciência sociológica
norteando as demais ações de políticas. Em termos econômicos, a racionalidade consiste
em apoiar a estrutura predominantemente informal existente visando mais a organização
82
produtiva nas formas mais simples existentes do que a modernização, conforme
prescrevem os estudos sociológicos. A seguir são apresentados os resultados obtidos na
análise social de custo-benefício, sob uma perspectiva ecológica, do Parque Nacional do
Superagüi.
83
4.3 AVALIAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS
Apesar dos esforços realizados, os resultados obtidos com essas propostas ainda são
bastantes questionados na justiça, o que demostra a fragilidade das técnicas
desenvolvidas. Portanto, até o presente momento, não existe no país uma proposta
técnica, obtida através da metodologia científica, que possa ser utilizada de forma
generalizada para a valoração dos danos ambientais, o que representa um desafio.
Nesta seção, são apresentadas algumas técnicas utilizadas atualmente para a valoração
de danos ambientais, desenvolvidas no país e no exterior, que possibilitam uma
estimativa inicial do valor monetário do dano ambiental. Cabe observar que, em
muitos casos, mais de uma técnica pode ser utilizada para a valoração do dano.
Algumas técnicas podem ser aplicadas para avaliar diferentes tipos de dano, enquanto,
outras foram desenvolvidas de forma mais específica, como por exemplo, para
vazamento de óleo. Basicamente, nesta seção são apresentados os principais diplomas
legais que determinam a valoração do dano ambiental, os principais indicadores do
dano ambiental, uma planilha para a coleta de dados na constatação do dano e as
metodologia de valoração. Alguns exemplos de aplicação das técnicas de valoração
do dano também são apresentadas.
84
4.3.1 DEFINIÇÕES DE DANO AMBIENTAL
a) Valor
b) Avaliação Ambiental
85
A avaliação econômica dos danos ambientais, a partir dos dispositivos
legais, deve ocorrer, inclusive, no caso da irreparabilidade dos danos
ambientais (danos ambientais irreversíveis)
86
a) Lei No 6.838 de 31 de agosto de 1981 – Lei que dispõe sobre a Política
Nacional de Meio Ambiente;
Art 2o
A PNMA tem por objetivo a preservação e recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança e à
proteção da dignidade humana, atendidos os seguintes princípios:
Degradação Ambiental
Alteração adversa das características do meio ambiente (conjunto
de condições, leis, influências de ordem física, química e biológica
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas) .
Poluição Ambiental
Degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que,
direta ou indiretamente;
a) prejudiquem a saúde, a segurança, e o bem-estar da população;
b) afetam desfavoravelmente a biota;
c) afetam condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e;
d) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos
87
Inc IV do Art. 3o.
Poluidor
Pessoa física ou jurídica de direito público ou privado responsável
direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação
ambiental.
88
b) Lei No 7.347 de 24 de julho de 1985 – Ação Civil Pública
Art 3o.
A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer (recuperação
ambiental)
Art 4o
Ação cautelar
Evitar e prevenir os danos ambientais bem como aos demais
interesses difusos ou coletivos.
Art. 6o
Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a
iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre
fatos que constituam objeto de ação civil e, indicando-lhe os
elementos de convicção.
Art. 10
Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três)
anos, mais multa de ..., a recusa, o retardamento ou a omissão de
89
dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando
requisitados pelo Ministério Público.
Art. 13
Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado
reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por
Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério
Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos
destinados à reconstituição dos bens lesados.
Art. 18
Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas,
nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé,
em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
Parágrafo 3o
As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais
e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.
90
d) Constituição do Estado de São Paulo de 1989 ou de outros Estados
Art 192
A execução de obras, atividades, processos produtivos e
empreendimentos e a exploração de recursos naturais de qualquer
espécie, quer pelo setor público, quer pelo privado, serão admitidas
se houver o resguardo do meio ambiente ecologicamente
equilibrado.
Art. 193
O Estado, mediante lei, criará um sistema de administração da
qualidade ambiental, proteção, controle e desenvolvimento do meio
ambiente e uso adequado dos recursos naturais, para organizar,
coordenar e integrar as ações de órgãos e entidades da administração
pública direta e indireta, assegurada a participação da coletividade,
com o fim de:
...
XIV – promover medidas judiciais e administrativas de
responsabilização dos causadores de poluição ou de
degradação ambiental;
...
XX – controlar e fiscalizar obras, atividades, processos
produtivos e empreendimentos que, direta ou indiretamente,
possam causar degradação do meio ambiente, adotando
medidas preventivas ou corretivas e aplicando as sanções
administrativas pertinentes;
Art 195
As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, com aplicação de multas diárias e progressivas no caso
da continuidade da infração ou reincidência, incluídas a redução do
nível de atividade e a interdição, independentemente da obrigação
dos infratores de reparação aos danos causados.
91
e) Lei No 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 – Lei de Crimes Ambientais
Art. 15
São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
...
a) para obter vantagem pecuniária;
b) ...
c) afetando ou exposto a perigo, de maneira grave, a saúde
pública ou o meio ambiente;
...
Art 17
92
A verificação da reparação a que se refere o parágrafo 2o do art. 78
do Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano
ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz deverão
relacionar-se com a proteção do meio ambiente.
Art 19
A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,
fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de
fiança e cálculo de multa.
Parágrafo único
Parágrafo único
93
suas atividades, para o atendimento das exigências impostas pelas
autoridades ambientais competentes, sendo obrigatório que o
respectivo instrumento disponha de:
...
III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor do
investimento previsto e o cronograma físico de execução e
de implantação das obras e serviços exigidos, com metas
trimestrais a serem atingidas;
...
A partir destes indicadores de dano é possível realizar uma estimativa inicial do seu
custo financeiro, através da utilização de diversos modelos que serão apresentados na
sequencia. Cabe observar que a tarefa mais difícil para o perito é decidir quais
recursos e impactos ambientais devem ser considerados na perícia, como quantificá-
los, para então, valorá-los financeiramente. Na verdade não existe uma “receita de
bolo” para esta tarefa.
Uma recomendação útil para a realização desta tarefa é começar sempre com o mais
óbvio e simples, ou seja, com os impactos ambientais de maior importância e
magnitude que são mais facilmente identificados.
94
Tabela 13 – Indicadores de danos ambientais segundo fontes poluidoras
95
4.3.4 IDENTIFICAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS
96
Conforme pode ser visto na Figura acima, os danos ambientais são classificados
em dois tipos, A e B, em função da quantidade de informações e recursos
financeiros necessários para a sua caracterização.
Para ambos os tipos de dano, A ou B, as informações que devem ser coletadas são
a identificação do contaminante (quantidade, massa ou volume), duração da
liberação ou derramamento do produto, data do evento (dia, mês, ano e hora),
localização do acidente, condições do tempo no dia do acidente, extensão das
ações de resposta, extensão em dias e km2 de área afetada, condições de maré,
umidade, vento e temperatura local, temperatura da água, quantidade de sólidos
suspensos, velocidade de sedimentação dos sólidos, tipo de habitat, entre outros.
Após a coleta das informações, tão logo ocorra o evento, se faz o cômputo do
dados, com um programa de computador, para se estimar se a reparação dos danos
supera o valor de U$100.000,00 (cem mil dólares). A partir dos resultados obtidos
a autoridade decidirá entre duas opções: Escolha do dano Tipo A, limitando a
causa neste valor, ou que os danos devem ser avaliados e considerados do Tipo B.
97
Pré-avaliação: Notificar autoridade competente que deverá iniciar as atividades
de avaliação do cenário afetado pela coleta rápida de informações disponíveis
sobre o evento, para o estabelecimento do procedimento de avaliação;
98
PLANILHA DE AVALIAÇÃO DE ACIDENTE AMBIENTAL
3. Localização
UF Município
100
Danificadas Destruídas Total
7. Danos Materiais Edificações
Quantidade R$ Quantidade R$ R$
Residenciais Populares
Residenciais – Outras
Públicas de Saúde
Públicas de Ensino
Infra-Estrutura Pública
Obras de Arte
Estradas (km)
Particulares de Saúde
Particulares de Ensino
Rurais
Industriais
Comerciais
101
8. Danos Ambientais Intensidade do Dano Valor (R$)
Recursos Naturais
102
Fauna Sem Baixa Média Alta Muito Alta
Dano
Caça Predatória
Outros
103
Descrição dos Prejuízos Econômicos:
Abastecimento d’Água
Rede de Distribuição m
Estação de Tratamento (ETA) Unidade
Manancial m3
Energia Elétrica
Rede de Distribuição M watt
Consumidor sem energia consumidor
Transporte
Vias km
Terminais Unidade
Meios Unidade
Comunicações
Rede de Comunicação km
Estação Retransmissora Unidade
Esgoto
Rede Coletora m
Estação de Tratamento (ETE) Unidade
104
Gás
Geração m3
Distribuição m3
Lixo
Coleta toneladas
Tratamento toneladas
Saúde
Assistência Médica diária
Prevenção diária
Educação
Alunos sem dia de aula aluno
Alimentos Básicos
Estabelecimentos. Armazenadores toneladas
Estabelecimentos comerciais estabelecimento
105
12. Avaliação Conclusiva sobre a Intensidade do Desastre (Ponderação)
Critérios Preponderantes
106
Padrão Evolutivo do Desastre Gradual e Gradual e Súbito e Súbito e
Previsível Imprevisível Previsível Imprevisível
Conclusão
107
15. Informações Complementares
Nome:
Instituição:
Endereço:
Telefone:
e-mail:
ASSINATURA:
108
4.4 VALORAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS
I– ENFOQUES OBJETIVOS
DE VALORAÇÃO
II – ENFOQUE SUBJETIVO DE
VALORAÇÃO
d) Valoração Contingencial
Os métodos de valoração de danos ambientais apresentados na literatura são classificados
em dois grandes grupos, os métodos com enfoque de valoração objetiva e os métodos
com enfoque de valoração subjetiva.
Dentre as técnicas de valoração que existem serão apresentados aqueles estão sendo mais
utilizados para valoração de danos ambientais. Os métodos de valoração de danos
ambientais usualmente empregados são:
110
IMPACTO AMBIENTAL
sim Qualidade do Ar
Habitat e Água
Recreação
Valor Contingencial
Utilizar a
técnica de Valor Contingencial
mudança de
produtividade
Efeitos na Saúde Morte
Referência: Romanó, E., N., L., “Avaliação Monetária do Meio Ambiente”, Cad. Min.
Público Paraná, v.2, n.5, p. 143 – 147, jun. 1999.
1. INTRODUÇÃO
A pesquisadora Elma Romanó considera que a degradação ambiental seja uma alteração
adversa das características do ambiente e que a sua valoração é bastante complexa. Ela
cita que para se avaliar os danos ambientais devemos considerar todas as variáveis
relacionadas e buscar recompor novamente o ambiente impactado, como se apresentava
em sua forma original.
Dessa forma, a determinação contábil das atividades necessárias para recompor a área
afetada permitirá determinar a quantidade de recursos monetários necessários para se
implantar no local uma floresta. Devemos ainda lembrar que uma floresta levará no
mínimo trinta anos para se recompor, portanto, aos custos de recomposição estão ainda
associados com outras variáveis tais como o tempo e o clima, grau de degradação da
área, desmate procedido de fogo, destoca, ou ainda se a área sofreu inundação.
Diversos pesquisadores estabelecem hipóteses e modelos para verificar se é possível
avaliar monetariamente o patrimônio natural, se isso é legítimo, ou ainda se a natureza
tem preço?
Segundo Elma, o preço da natureza é ainda um conceito abstrato, mas de alguma forma
ele deve ser considerado na avaliação do dano ambiental. Para tanto, no modelo proposto
por Elma Romanó, o “valor da natureza” é associado ao chamado “Fator Ambiental’, que
é definido como sendo um valor fixo igual a 100% do custo de recomposição do meio
ambiente.
Assim, o valor total do dano ambiental será a soma do custo de recomposição do meio
ambiente afetado mais o “valor da natureza, calculado conforme citado acima. A relação
proposta pelo modelo de Elma tem a seguinte forma,
AV = (X + Y + Z + .....N) + FA
onde,
Assim temos,
Na perícia técnica ambiental requerida nas ações judiciais devemos sempre considerar
eminentemente a avaliação econômica de forma objetiva. No modelo proposto, a inclusão
do chamado Fator Ambiental tem como objetivo principal incluir a importância ecológica
da natureza e, estabelecer um procedimento padrão para avaliação do dano ambiental.
113
Segundo Elma, para todas as atividades degradadoras do meio ambiente é possível obter
os valores dos danos ambientais associados. Por exemplo, para a poluição dos rios pelo
lançamento de efluentes, pode-se considerar o custo de implantação dos sistemas de
tratamento dos efluentes, a contratação de empresa e técnico habilitado, análises físico-
químicas e o custo para implantação de projeto de despoluição. O exemplo abaixo ilustra
a aplicação da metodologia proposta.
2. ESTUDO DE CASO
Constado pelo Órgão Ambiental do Estado do Paraná, o uso do fogo para limpeza de área
em 6 ha de mata nativa que fazia parte da reserva florestal do imóvel.
114
devidos tratos culturais e combate a insetos (que não foi objeto de análise dentro dos
custos de recuperação)
1 ha ------ 10.000 m2
6 ha ------- x x = 60.000 m2
V 60.000 = 244,94 m
244,94 m x 4 = 979,79 m de cerca.
115
2.6.2.4. Custo dos palanques:
1 palanque = R$ 1,61
1,61 reais x 490 = R$ 788,90
1 muda ----- 4 m2
y ----- 10.000 m2 y = 2.500 mudas / ha
116
2.6.3.1. Custo da mudas:
117
2.6.3.4. Custo tratos culturais:
X = 400,00 (custo do arame) + 788,90 (custo dos palanques) + 3,80 (custo dos grampos)
+ 480,00 (mão-de-obra)
X= R$ 1.672,70
Y= R$ 10.750,00
Z = R$ 16.000,00 (mão-de-obra)
2.7.4. Total:
118
2.8. Avaliação Ambiental
3. CONCLUSÃO
Este cálculo poderá ser mais completo, incluindo os custos faltantes de combate à
formiga, adubação, volume de madeira que foi queimada na área. Dessa forma, nota-se
que o valor subjetivo torna-se objetivo, não deixando dúvidas na variável ambiental. A
valoração do dano ambiental realizado desta forma não produzirá divergências subjetivas,
mas apenas de custo, que varia de região para região. Outro fator que está pode ser usado
no calculo do dano é o custo das áreas por hectare da região, quando da inexistência de
dados de mercado. Neste caso se utiliza a mesma fórmula, mas, ao invés das variáveis
X,Y,Z, faz-se o seguinte calculo,
Este cálculo corresponde à área degradada que nem sempre coincidirá com os valores
calculados através da primeira forma, o que faz crer que o melhor método de avaliação é
o primeiro, uma vez que, pode ser aplicado em todas as situações e não deixa dúvidas
para nenhuma das partes nas ações ambientais. Cabe observar que quando é utilizado o
método de valoração dos danos em funcao do valor da área, geralmente, se utiliza um
valor menor conforme empregado em processos indenizatórios de áreas desapropriadas,
considerando o valor da terra nua, o que faz incorrer em erro.
119
MÉTODO DO DEPRN PARA VALORAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS
Referência: Galli, F., L., “Valoração de Danos Ambientais – Subsídio para Ação Civil”,
Série Divulgação e Informação, 193, Companhia Energética de São Paulo, CESP, São
Paulo, 1996.
I. INTRODUÇÃO
II. METODOLOGIA
Na sequência, para cada índice numérico, associado a cada aspecto ambeintal, é atribuído
um fator de multiplicação mostrado na Tabela 2. Assim, o perito ambiental obtém o
120
cálculo da indenização através do somatório dos fatores de multiplicação vezes o valor de
exploração, conforme mostrado pela relação abaixo,
Considerando que alguns bens degradados não têm valor de mercado estabelecido (como
por exemplo, atmosfera; ecossistema aquático, lençol de água subterrâneo), a
metodologia propõe a utilização do valor de recuperação do bem ou recurso lesado, para
o cálculo do valor do dano ambiental, conforme mostra a relação abaixo,
Neste caso, o perito ambiental deverá estudar e indicar qual será o método de recuperação
mais adequado para cada situação analisada (controle da poluição atmosférica,
recuperação da área desmatada, terraplanagem, etc.) e, a partir desta seleção, estimar o
custo da recuperação.
121
Tabela 1. Descrição e qualificação dos agravos associados aos dois tipos de danos e aos seis aspectos ambientais em análise
ASPECTO
AMBIENTAL TIPO DE DANO DESCRIÇÃO E QUALIFICAÇÃO DOS AGRAVOS
Impacto causado pela Toxicidade da Proximidade de Áreas protegidas Comprometimento Morte ou dano à Morte ou dano à Dano ao
emissão de gases, emissão centros urbanos do aquífero fauna flora patrimonio ou
partículas, agentes monumento
ATMOSFERA biológico, energia natural
Impacto causado por Toxicidade da Comprometi- Áreas protegidas Dano ao solo e/ou Morte ou Morte ou dano à Dano ao
compostos químicos, emissão mento do subsolo dano à fauna flora patrimonio ou
físicos, biológico, energia aquífero monumento
natural
ÁGUA Impacto na hidrodinâmica Morte ou Morte ou Alteração da Alteração da vazão Previsão de
( x 1,5) dano à fauna dano à flora classe do corpo / volume de água reequilíbrio
hídrico
Impacto causado por Toxicidade da Comprometi- Áreas protegidas Assoreamento de Morte ou Morte ou dano à Dano ao Objetivando
agentes químicos, físicos, emissão mento do corpo hídrico dano à fauna flora patrimonio ou comercializa-ção
biológicos e energia aquífero monumento
SOLO / natural
SUBSOLO Impacto na dinâmica solo Morte ou Morte ou Alteração na Dano ao relevo Previsão de
e/ou subsolo ( x 1,5) dano à fauna dano à flora capacidade de uso reequilíbrio
da terra
Áreas protegidas Espécies Espécies endemica Fêmeas Objetivando
Dano aos indivíduos ameaçadas de comercialização
extinção
FAUNA Impacto na dinâmica da Importancia Morte ou Alteração dos Previsão de
comunidade ( x 1,5) relativa dano à flora nichos ecológicos reequilíbrio
Áreas e/ou Proximidade de Reversão do dano Comprometimen to Comprometi- Morte ou dano à Morte ou dano à Dano ao
Dano à paisagem municípios centros urbanos do aquífero mento do solo - fauna flora patrimônio
protegidos subsolo monumento nat.
PAISAGEM Dano ao patrimonio Proximidade de Reversão do Comprometimento Comprometimen to Morte ou Morte ou
cultural, histórico, turistico, centros urbanos dano do aquífero do solo / subsolo dano à fauna dano à flora
arquit., artístico ( x 1,5)
Tabela 2. Índice numérico de qualificação dos agravos
1) AR
Os agravos descritos na linha Impacto na dinâmica atmoférica da Tabela 1, têm os
seus valores multiplicados por 1,5.
123
• Morte ou dano à fauna, decorrente do dano ao ar
¾ Comprovado = 2
¾ Suposto = 1
• Alteração da qualidade do ar
¾ Estado de emergencia = 3
¾ Estado de Alerta = 2
¾ Estado de Atenção ou péssimo = 1
2) ÁGUA
124
¾ Suposta = 1
• Comprometimento do aquífero
¾ Comprovado = 3
¾ Fortes indícios = 2
¾ Suposto = 1
125
• Alteração na vazão / volume de água
¾ Significativa = 2
¾ Não significativa = 1
3) SOLO E SUBSOLO
126
• Morte ou dano à fauna, decorrente do dano ao solo/subsolo
¾ Comprovado = 2
¾ Suposto = 1
• Objetivando a comercialização
¾ Atividade principal ou secundária = 1
127
4) FAUNA
• Ocorrência de Fêmeas
¾ Prenhas ou ovadas = 3
¾ Comprovada = 2
¾ Suposto = 1
• Objetivando comercialização
¾ Atividade principal = 3
¾ Atividade secundária = 2
• Importância relativa
¾ Espécie que não de reproduz em cativeiro = 3
¾ Espécie que se reproduz em cativeiro = 2
¾ Espécie criada comercialmente = 1
128
• Morte ou dano à flora, decorrente do dano à fauna
¾ Comprovado = 3
¾ Fortes indícios = 2
¾ Suposto = 1
5) FLORA
129
• Ocorrência de espécies endêmicas (baseado em literatura)
¾ Real ocorrência = 3
¾ Suposta ocorrência = 2
• Favorecimento à erosão
¾ Comprovada = 3
¾ Fortes indícios = 2
¾ Suposta = 1
• Objetivando a comercialização
¾ Atividade principal = 2
¾ Atividade secundária = 1
130
¾ Suposto = 1
6) PAISAGEM
• Reversão do dano
¾ Alto custo = 3
¾ Médio custo = 2
¾ Baixo custo = 1
131
• Comprometimento do solo / subsolo (estudar o aspecto solo/subsolo)
¾ Diretamente relacionado = 2
¾ Não diretamente relacionado = 1
132
1 - CÁLCULO DO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
• Previsão de reequilíbrio
• Dano ao relevo
• Previsão de reequilíbrio
133
- longo prazo .............................................. 3 x 1,5 = 4,5
• Previsão de reequilíbrio
• Importância relativa
• Previsão de reequilíbrio
134
e) Paisagem: Dano a Paisagem
• Reversão do dano
• Comprometimento do aquífero
Índice numérico = 3,0 + 3,0 + 3,0 + 2,0 + 2,0 + 2,0 + 2,0 = 17,0
135
2. CÁLCULO DO VALOR DE RECUPERAÇÃO
136
Quadro 1. Valor de recuperação da área degradada
2. Preparo do Solo
- Subsolagem D6 4h/ha 50,00 200,00 10 2.000,00
- Calagem Trator agrícola 3h/ha 16,00 48,00 10 480,00
- Gradagem leve Trat. agr.+ grade 3h/ha 16,00 48,00 10 480,00
3. Recomposição
Florestal
- Combate à 30ho-h/ha 1,40 42,00 15 630,00
formiga
- Marcação de covas 10ho-h/ha 1,40 14,00 15 210,00
- Coveamento 150ho-h/ha 1,40 210,00 15 3.150,00
- Adubação 15ho-h/ha 1,40 21,00 15 315,00
- Distribuição 25ho-h/ha 1,40 35,00 15 525,00
mudas
- Transporte Trator + carreta 3h/ha 16,00 48,00 15 720,00
material
- Plantio 75ho-h/ha 1,40 105,00 15 1575,00
- Replantio 30ho-h/ha 1,40 42,00 15 630,00
- Roçada Trator agrícola + 2h/ha 16,00 32,00 15 480,00
roçadeira
- Capina na linha 100ho-h/ha 1,40 140,00 15 2.100,00
- Adubação 15ho-h/ha 1,40 21,00 15 315,00
cobertura
4. Insumos
- Calcáreo 3t/ha 65,00 10 650,00
- Fertilizante 450kg/ha 0,51 220,50 15 3.442,50
- Formicida 12kg/ha 1,20 14,40 15 216,00
- Mudas 2.222/ha 0,64 1.422,00 15 21.342,00
- Mudas (replantio) 222/ha 064 142,08 15 2.131,20
137
INDENIZAÇÃO = Σ (Fator de multiplicação) x Valor de Recuperação
4. CONCLUSÕES
A valoração do dano ambiental tem sido uma das principais dificuldades na condução
da ação civil. Apesar da existência de diversos métodos de valoração de dano
ambiental, muitos deles são de difícil aplicação ou desconhecidos pelos peritos
judiciais e assitentes técnicos envolvidos com ações civis públicas.
Estimando-se que o volume total de lenha gerado com o desmatamento da área para
instalação do empreendimento seja igual a 2.820m3 e, que o valor de mercado do
produto seja de R$ 10,00/m3, temos R$ 28.200,00 (valor de exploração).
Considerando que o somatório dos agravos é igual a 74,9, temos que
138
emissão de gases de combustão dos veículos e máquinas, além das atividades
industriais. O somatório dos agravos é igual a 6,0 pontos e o fator de multiplicação
equivalente é 1,6.
b) Aspecto ambiental água: Considerando que deverá ser afetada diretamente pela
dragagem dos rios e indiretamente pelo efeitos causados por essa atividade como
alteração da turbidez, eutrofização, ressuspensão de metais pesados, entre outros. O
somatório dos agravos é de 15 pontos e, o fator de multiplicação é de 12,8. Segundo o
EIA/RIMA, pretende-se dragar um volume de 1.395.000m3, ao custo de R$ 2,10/m3,
teremos o valor total de R$ 2.929.500,00.
139
Considerando que a área do mangue impactada será de 6.000m2, estima-se que 24.000
indivíduos poderão ser afetados, totalizando um custo de R$30.000.
Somando todos os valores obtidos pelo cálculo de indenização dos recursos naturais
de forma individual temos o valor total da indenização de R$ 50.099.909,00.
140
MÉTODO DE VALORAÇÃO DE IMPACTOS EM UCS DO IBAMA
Referência: www.eco.unicamp.br/ecoeco/artigos/parceria/1.pdf
I. INTRODUÇÃO
141
deslizamentos; perda dos solos; aumento da taxa de nutrientes nos corpos aquáticos;
assoreamento dos rios; inundações na época chuvosa; diminuição do volume de água
nas nascentes, rios e lagos, durante a estiagem; desestabilização da relação
solo/água/biota; e degradação dos ecossistemas.
No caso das áreas onde são encontradas cisternas também ocorre poluição hídrica, por
conta de esgotos não tratados observados nas instalações. Além da poluição hídrica,
há também poluição causada pela deposição de resíduos sólidos, por conta do lixo
gerado pelos funcionários dos empreendimentos, podendo, inclusive, contaminar
lençóis freáticos e corpos d’água próximos aos locais das instalações.
142
IV. PROPOSTA METODOLÓGICA
O modelo inicialmente determina o valor total dos impactos ambientais causado pelo
empreendimento, pela seguinte relação,
A taxa de desconto (r) a ser aplicada, será definida pela Taxa de Juros de Longo
Prazo–TJLP estabelecida pelo Tesouro Nacional. Por exemplo, uma porcentagem de
12% será convertida, na fórmula, para 0,12. A divisão por r faz com que o somatório
dos valores atribuídos ao impacto ambiental, calculados em termos anuais, seja
expresso como a totalidade do valor dos impactos associados à permanência do dano
ao longo prazo.
A partir do valor total (VT) obtém-se o percentual de compensação, definido pelo art.
36 da Lei. 9985/2000, sobre o custo de implantação do empreendimento (CEMP). O
valor da compensação ambiental (VCEMP) é expresso pela seguinte equação,
143
DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO
AEMP = 4 F2 + 4 x F x (AE)½ + AE
onde,
144
CÁLCULO DO IMPACTO DE PERDA DE ÁREA (P1)
O valor desta parcela está diretamente relacionado à área impedida para fins de
conservação (área de influência do empreendimento) e com o custo associado à sua
substituição com área de igual tamanho, fora da unidade de conservação, que
permitiria a realização das atividades relacionadas a estes fins. Ou seja, como o
propósito é compensar uma perda do ecossistema suprimido pelo empreendimento, a
recriação de uma outra área o mais próximo possível da original perdida, com o
mesmo solo, clima, fauna e flora é adequado.
P1= AEMP x VV
onde,
AEMP = área de influência do empreendimento
Vv = valor venal médio
145
CÁLCULO DO IMPACTO SOBRE PERDA DE VISITAÇÃO (P2)
Seja pela beleza cênica ou pela possibilidade de contato direto com a natureza, as
unidades de conservação que permitem o uso público são bastante freqüentadas pela
população. Em virtude desta característica algumas UCs auferem recursos financeiros
através da cobrança de ingressos para visitação, o que em alguns casos constitui-se em
significativa parcela do orçamento da unidade.
P2 = (AEMP / AUP) x VI x VM
onde,
AEMP = área de influência do empreendimento
AUP = área de uso público da UC, de acordo com seu Plano de Manejo
VI = valor do ingresso
VM = visitação média anual com base, preferencialmente, nos últimos cinco anos.
146
A presença de empreendimentos de comunicação em áreas destinadas à produção dos
referidos bens implica na redução da sua produtividade. Quando o empreendimento
estiver localizado fora da área de produção de bens, considera-se que não acarretará
em impacto sobre a produção e comercialização dos mesmos. Deste modo, a parcela
não será incluída no modelo, pois terá valor nulo.
Para o cálculo desta parcela, utilizam-se os valores dos produtos potenciais que
podem ser produzidos pela UC (p/ex: potencial de produção madeireira sob manejo
sustentável), quando houver informações disponíveis já concluídas em estudos
desenvolvidos in loco, devidamente aprovados pelo órgão ambiental. Nestes casos
utiliza-se a equação,
147
n = quantidade de bens produzidos e comercializados na UC, em média, nos últimos
cinco anos
A valoração dos serviços de água prestados pelas UCs depende de informações sobre
a área da bacia hidrográfica afetada pelo empreendimento, o preço da água cobrado
para abastecimento e a vazão de água captada, se não houver captação de água na UC
considerada, esta parcela assume valor nulo. O cálculo desta parcela se dá através da
seguinte relação,
P4 = (AEMP / AB) x P x V
onde,
AEMP = área de influência do empreendimento
AB = área da bacia hidrográfica impactada dentro da UC
P = preço do metro cúbico de água cobrado para abastecimento
V = vazão anual da água captada para abastecimento
148
Alguns destes serviços são facilmente reconhecidos pela população, como o
suprimento de água proporcionado por florestas e regulação térmica gerada por áreas
florestadas próximas a ambientes urbanos. No entanto, inúmeros outros serviços
prestados pelos ecossistemas fogem à percepção imediata, mas são importantes para a
sociedade, dentre os quais podemos citar o refúgio de habitat para espécies
migratórias, base de cadeia trófica em ecossistemas abertos, sumidouro de carbono em
ecossistemas florestais etc.
Nestas situações, deve-se somar os valores dos serviços ambientais considerados (em
reais por metro quadrado por ano), que constituirão o fator VE (valor anual dos
serviços ambientais). Este fator deve ser multiplicado pela área de influência do
empreendimento (AEMP), resultando no valor da parcela. A determinação desta
parcela do impacto total é obtida com a seguinte relação,
P5 = VE x AEMP
onde,
VE = valor anual dos serviços ambientais
AEMP = área de influência do empreendimento
149
MÉTODO DE CARDOSO PARA AVALIAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS
INTRODUÇÃO
Nesta proposta são consideradas como variáveis quantificáveis todas aquelas que de
alguma forma são economicamente mensuráveis, como por exemplo, os investimentos
que foram não realizados para se previnir o impacto e se evitar a contaminação, assim
como, os custos do licenciamento ambiental quando inexistente. As variáveis
intangíveis são todas aqueles que não têm um valor de mercado estabelecido, como
por exemplo, o custo da morte de microorganismos como fungos e bactérias, entre
outras.
Para cada variável intangível, i, o método atribuí um peso que varia na escala
numérica de 0 a 4, em função da intensidade e duração do impacto. A escala de peso
proposta no método segue a seguinte ordem de valores:
150
α α
VERD = ∑ q n × ∑ in
n =1 n =1
onde,
151
ESTUDO DE CASO: Derrubada de mata nativa em área de preservação permanente
e extração de 56m3 de lenha.
Aplicada pelo Órgão Florestal do Estado pelo corte irregular da madeira, no valor de
R$10,00/m3 de lenha.
- diárias: q2 = R$50,00
- combustível: q3 = R$30,00
- 5 horas técnicas: q4 = R$ 50,00
152
Tabela. Determinação das variáveis intangíveis
Prazo do Impacto Ambiental
Classe e Subclasse n Curto Médio
Longo
Ambiente in Sem = 0 Baixo = 1 Médio = 2 Alto = 3 =4
Ar i1 1
Físico Água i2 1
Solo / Sed. i3 4
Biótico
Monera Bactérias i4 1
Protista Protozoários i5 1
Fungi Cogumelos i6
Animal Invertebrado i7 1
Animal Vertebrado i8 1
Arbóreo i9 4
Plantas Arbustivo i 10 4
Herbáceo i 11 4
Antrôpico Social i 12
Antrôpico Paisagem i 13 4
Economia i 14
Bem-estar i 15
Subtotal = 6 20
Total = 26
A Tabela acima indica que de um total de 15 variáveis, foram consideradas neste caso
apenas 11 variáveis intangíveis no cálculo do dano, sendo seis de baixo impacto e
cinco de impacto mais significativo, considerando o prazo de recuperação do
ambiente. Assim, temos que o somatório de todas as variáveis intangíveis é igual 26.
153
Uma vez determinadas as parcelas referentes as variáveis quantificáveis e intangíveis,
podemos calcular o valor econômico de referência do dano ambiental como sendo
igual a,
α α
VERD = ∑ q n × ∑ in = R$ 5.740,00 x 26 = R$ 149.240,00
n =1 n =1
1) Preliminares:
154
O custo do projeto de repovoamento do ambiente impactado, considerando o estudo
técnico, as horas de trabalho e outros fatores, foi estimado em aproximadamente
R$1.500,00. Assim temos,
Σ qn = q1 + q2 = R$ 59.000,00
155
VALORAÇÃO DE DANO AMBIENTAL DA QUEIMADA DE CANAVIAL
Referência: Mattos., M., K., e Mattos., A., “Valoração Econômica do Meio Ambiente
– Uma abordagem Teórica e Prática”, Ed. RiMa, Fapesp, São Carlos, SP, 2004.
INTRODUÇÃO
156
I. CÁLCULO DO VALOR DO DANO AMBIENTAL
onde,
VET = valor total do dano ambiental;
VUD = valor de uso direto;
VUI = valor de uso indireto;
VO = valor de opção e;
VE = Valor de existência.
O cálculo do valor de uso direto da cana-de-açucar pode ser obtido a partir da soma
dos valores obtidos pelo uso da palha, ou seja, a partir do seu potencial energético,
pela economia de água de irrigação, pela economia no uso de herbicidas, pela
economia de plantio e, pela utilização do bagaço da cana-de-açucar.
157
O valor potencial da queima da palha por hectare de cana-de-açucar plantada,
expresso em equivalente litros de álcool, é igual a,
158
1.4) Custo do Plantio
VUD = R$ 8.201,80 / ha
159
1.2 CÁLCULO DO VALOR DE USO INDIRETO (VUI)
Os dados da Tabela acima indicam que o balanço líquido das emissões da indústria
canavieira e uso do etanol é bastante favorável, uma vez que, pode-se evitar a emissão
de 12,74 x 106 toneladas de carbono por ano, o que representa 46,7 x 106 toneladas de
CO2 , ou seja, aproximadamente, 20% de todas da emissões de combustíveis fósseis
no Brasil. Atualmente, o valor da tonelada de carbono no mercado internacional varia
de US$5,00 a 165,00 (dólares americanos). Assim, podemos considerar que o valor da
parcela de uso indireto do dano, está diretamente relacionado com os 5.521 litros de
álcool, equivalentes ao potencial energético da queima da palha seca não efetivada,
mais o valor do sequestro de carbono. Assim, temos
160
VUI = (5.521 litros de álcool x preço do litro do álcool + valor do seq. de C)/ha
VET = R$ 14.561,80 / ha
1.4) CONCLUSÃO
Observa-se, que apesar das limitações da metodologia, este valor se for bem aplicado,
representa um recurso financeiro razoável para a recuperação do dano ambiental. O
estudo mostrou que a opção mais adequada seria destinar os resíduos da produção
agroindustrial à geração de energia e, a utilização do bagaço de cana como matéria-
prima para produção de produtos com maior valor agreagado.
161
MÉTODO DE VALORAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS DA CETESB
Referência: May., H., P., et. al. “Valoração Econômica da Biodiversidade”, Ministério
do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Brasília, BR, 2000.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por finalidade apresentar uma proposta de critério para valoração de
danos causados por derrames de petróleo ou de seus derivados no ambiente marinho.
Ele foi elaborado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(CETESB) atendendo à solicitação do Ministério Público Federal do Estado de São
Paulo.
A poluição causada pelos derrames de petróleo traz todos os prejuízos decorrentes dos
distúrbios causados às espécies apontadas acima, como a perda de biodiversidade,
além de prejuízos indiretos decorrentes da paralisação de atividades pesqueiras e da
queda da movimentação turística.
162
populações que dependem deste ambiente para sua sobrevivência, como as colônias
de pescadores, ou aqueles ligados ao turismo costeiro.
II. METODOLOGIA
Este modelo do tipo função exponencial, relaciona o valor monetário total dos danos
ambientais com o cinco aspectos relevantes, cada um deles, com seu respectivo grau
de importância. Os aspectos considerados relevantes no derrame de óleo no meio
ambiente foram o volume de óleo derramado, o grau de vulnerabilidade da área
atingida, a toxicidade do produto, a persistência do produto no meio ambiente e, a
mortalidade de organismos. O grau de importância atribuído na forma de um peso,
para cada aspecto ambiental considerado no modelo varia na faixa de 0 a 0,5.
Hipóteses do Modelo
163
- Volume Derramado
- Toxicidade do Produto
Para avaliar os efeitos dos agentes químicos sobre a biota aquática têm sido realizados
testes de toxicidade com organismos aquáticos. Através dos testes, é possível
conhecer as concentrações de poluentes que causam efeitos adversos na sobrevivência,
crescimento e ou reprodução de organismos aquáticos. A atribuição de pesos para este
item segue dois critérios. O primeiro está baseado na classificação da toxicidade
aguda da fração hidrossolúvel do petróleo derramado. O segundo critério está na
detecção de toxicidade em organismos teste.
A persistência do produto é uma agravante dos danos causados. Como regra geral,
quanto menor for a gravidade específica de uma substância, menor será a sua
persistência. Neste item, os produtos serão classificados de acordo com suas
propriedades físicas. Na ausência destas informações, serão considerados persistentes
164
todos os tipos de petróleo e seus derivados escuros e não persistentes, todos os
derivados claros.
- Mortalidade de organismos
A vida marinha pode ser afetada tanto pela natureza física (recobrimento / asfixia),
quanto pelos componentes químicos do produto (efeitos tóxicos). Como são
necessários estudos de acompanhamento para a avaliação de efeitos sobre os
organismos plantônicos e bentônicos, para este critério são avaliados os efeitos sobre
a mortalidade de peixes, aves e mamíferos, mais facilmente observáveis.
MODELO
A equação proposta pela CETESB para o valor monetário a ser pago pelos agentes
que causarem os danos decorrentes do derramamento de petróleo e que incorpora os
critérios supracitados tem a forma,
Neste sentido, visando uma maior penalização dos reincidentes, o modelo incorporará
um fator k , que aumentará infinitamente a partir de 2 (dois) em progressão
geométrica, toda vez que essa fonte ocasionar novo acidente. Assim, o modelo
proposto pela CETESB assume a forma,
Valor (US$) = k [10 (4,5 + x)]
165
onde k representa a penalização adicional imposta às fontes reincidentes e, varia no
intervalo de 2 a infinito, em progressão geométrica.
Avaliação
III. EXEMPLO
166
IV – Persistência = API = 30 = 0,5
V – Mortalidade de organismos = 0,0
IV. CONCLUSÕES
Não há nenhum comentário dos autores do modelo em relação ao resultado final deste
exercício. Seria interessante chamar a atenção para o que este valor significa em
relação aos valores cobrados atualmente, e também em relação aos volumes
financeiros movimentados pelos agentes infratores (fretes, valores dos navios, etc),
para um esclarecimento inclusive em relação à capacidade de pagamento.
Como já citado anteriormente, este trabalho procura estimar as taxas ambientais que
cobririam os danos decorrentes dos derramamentos de petróleo, ao mesmo tempo em
que serviriam para inibir estas ações. A valoração total dos danos não foi possível,
porque foram escolhidos critérios de maior visibilidade e de mais fácil aferição. Os
pesos adotados para cada critério parecem estar por demais arbitrariamente colocados
e é exatamente neles que se estabelece a valoração. Para esta proposta ser
implementada necessitaria de uma maior validação experimental, sob o risco de sofrer
inclusive reações pertinentes na esfera judiciária.
167
MÉTODOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS DE AVALIAÇÃO DE DANOS
- MUDANÇA DE PRODUTIVIDADE
Um estudo sobre a exploração florestal em uma área costeira nas Filipinas é mostrado
na Tabela 2.4.3 Neste estudo foi utilizado o enfoque de mudança de produtividade
para estimar a geração de receita por três atividades comerciais estabelecidas no
ecossistema costeiro: atividade de exploração florestal, atividade de pesca artesanal e
um centro de turismo recreativo. Considerando que a atividade de exploração florestal
afeta as outras (contaminação) foram comparadas às opções de continuidade ou não
da atividade, período 10 anos, com taxa de desconto de 10%.
Como pode ser visto na Tabela 2.4.3, a proibição da exploração florestal significou
maior receita bruta, US$ 42,7 milhões versus US$ 25,2 milhões com a continuação da
exploração florestal. A perda de receita devido a proibição da exploração florestal foi
menor que a receita advinda do aumento das outras atividades. Apesar dos resultados
obtidos, a indústria de exploração florestal tinha o direito legal de exploração e um
incentivo financeiro para fazê-lo.
168
Tabela 2.4.3 – Valor futuro e valor presente de receitas das atividades (US$ 1000)
OPÇÃO A OPÇÃO B OPÇÃO (A – B)
(sem exploração (com continuidade da
floresta) exploração)
Receita Bruta
Valor Atual
- PERDA DE RECEITA
Esta técnica é utilizada nos casos em que os impactos ambientais causam danos à
saúde. Para valorar os impactos dois caminhos podem ser seguidos: doença e morte.
No caso de doença, procura-se estimar as despesas médicas ocasionadas e as receitas
perdidas ou que deixam de ser obtidas. No caso de morte, avaliam-se os ganhos
futuros, ou seja, estima-se qual o valor perdido em razão do fato.
Quanto ao valor usado para a vida humana, este varia, segundo as companhias de
seguro em todo o mundo, entre US$ 100 mil e US$ 10 milhões. O uso desta técnica é
restrito, pois envolve questões éticas, como por exemplo, a vida humana ter um
determinado preço. Os resultados sobre o custo da poluição atmosférica em São Paulo
são mostrados na Tabela 2.
169
Tabela 2 - CUSTOS DA DOENÇA ASSOCIADOS À POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
Grande São Paulo
MORBIDADE RESPIRATÓRIA
Faixa Etária Gastos dias perdidos Renda média CD
hospitalares de trabalho (*) mensal total
0-14 8.100.408,22 0 0,00 16.200.816,43
15-59 5.989.939,15 141.708 772,10 19.274.036,56
60- 3.736.039,68 79.739 864,23 12.066.302,64
MORBIDADE CARDIOVASCULAR
Gastos dias perdidos Renda média CD
hospitalares de trabalho (*) mensal
0-14 nd 0 0,00 nd
15-59 10.275.887,10 54.069 772,10 23.334.858,49
60- 12.298.218,09 58.592 864,23 27.972.250,45
Valores em US$ para 1997
CD = (Gastos hosp. + (nr.dias perdidos * (renda / 30))) * 2
(*) número de internações vezes permanência média
Fonte: IBGE / DATASUS
DESPESAS PREVENTIVAS
- VALOR DA PROPRIEDADE
Esta técnica pode ser utilizada quando se deseja avaliar monetariamente a qualidade
ambiental de determinada área, ou seja, quando se deseja mensurar os preços
implícitos relativos às características ambientais da propriedade. Para tanto, assume-se
que o valor de uma propriedade (geralmente imóveis) é função do tamanho, do
material de construção, acessibilidade, localização entre outros atributos, bem como a
qualidade ambiental da região onde ela está inserida.
170
Para se obter uma estimativa do valor da qualidade ambiental da área, compara-se os
preços de propriedade em locais similares, sendo um com boa qualidade ambiental e o
outro não. O valor da diferença dos imóveis é considerado com sendo o “valor da
qualidade ambiental”. As limitações desta abordagem são: a) assume-se um mercado
imobiliário competitivo; b) demanda um número bastante elevado de informações e; c)
requer duas áreas com diferenças ambientais significantes.
Este método apresenta uma das idéias intuitivas mais básicas quando se pensa em
prejuízo; a reparação por um dano provocado. Assim, o MCR se baseia no custo de
reposição ou restauração de um bem danificado. Essa abordagem é utilizada nas
situações em que é possível argumentar que a reparação do dano deve acontecer por
causa de alguma outra restrição, como por exemplo, de ordem institucional. É o caso
do padrão de qualidade da água: os custos para alcançá-lo são uma proxy dos
benefícios que esse padrão proporciona à sociedade.
Considere um monumento que, devido à poluição do ar, teve que ser submetido a uma
limpeza com produtos químicos para recuperar as suas características anteriores. Na
função de produção desse monumento, existe o parâmetro qualidade do ar para que
ele se mantenha como um ponto turístico “atraente”. Esses gastos com todo o
processo de limpeza servem como uma medida aproximada do benefício que a
sociedade aufere por ter esse monumento “visitável” e como fonte de recursos.
171
- MÉTODO DO CUSTO DE VIAGEM
172
(NV) e o custo da viagem para a visitação do parque (CV), utilizando formulários de
perguntas. A Tabela 2.4.4 mostra os dados coletados.
40
36
32
28
24
(CV)
20
16
12
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(NV)
173
b) CV Máximo = 35 (pelo gráfico)
CV max
5 CV max 5
⎡ 0 ,3 ⋅ CV 2
⎤
VU = ∑ ∫ (10 ,5 − 0 ,3 ⋅ CV )dCV = ∑ ⎢10 ,5 ⋅ CV − 2 ⎥
i =1 CVi i =1 ⎣ ⎦ CVi
Em alguns casos, os mercados de bens ou serviços ambientais não existem, não estão
bem desenvolvidos e não existem mercados alternativos, no que resulta na
impossibilidade de valorar os efeitos ambientais de um projeto ou impactos. Uma
alternativa viável nestes casos é o uso de métodos de valoração contingentes (MVC).
A idéia básica do MVC é que as pessoas têm diferentes graus de preferência ou gostos
por diferentes bens ou serviços e isso se manifesta quando elas vão ao mercado e
pagam quantias específicas por eles. Isto é, ao adquiri-los, elas expressam sua
disposição a pagar (DAP) por esses bens ou serviços. O cálculo do valor econômico a
partir de funções de utilidade também pode ser feito através dos conceitos de
disposição a receber compensação (DAC).
Este modelo, primeiro confronta a pessoa com uma situação de ameaça de perda do
bem, forçando-a a decidir por uma determinada alternativa (uma opção de
contingência); segundo a opção é tratada como uma possibilidade de ocorrência;
174
terceiro depende da pessoa consultada e do número de pessoas. Basicamente, o
modelo busca descobrir o quanto às pessoas estariam dispostas a pagar para não
deixar de usufruir daquele recurso. O somatório do valor indicado por todos os
indivíduos consultados, no local de interesse, fornece um valor monetário para o
recurso que está sendo analisado, ou seja, é possível construir assim uma função de
demanda do recurso em questão.
175
obtida multiplicando-se a disposição a pagar média (DAPMi) pela população
encontrada na área recreacional no período da pesquisa. Essa proporção é calculada
baseada na percentagem de entrevistados que se mostram dispostos a pagar uma
quantia dentro do intervalo i correspondente a DAPMi. Com base nisso, a forma
funcional descrita por Eutrirack foi assumida no presente estudo, a fim de obter o
valor de opção da Praia do Cassino no RGS, a saber,
y
DAPT = ∑ DAPMi ⋅ (ni / N ) ⋅ ( X )
i =1
onde,
Tabela 2.4.5. Intervalo das séries de disposição a pagar, médias das DAP, número de
pessoas entrevistadas e população da Praia do Cassino na alta temporada (2001)
* - população total que reside na Praia do Cassino durante a alta temporada, dados da
Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento – SMHAD (2001)
176
DAPT, o valor de opção da Praia do Cassino foi de R$ 711.282,05, por mês, no
agregado. Porém, o valor de opção encontrado para a amenidade ambiental pode estar
de certa forma relacionado com o valor de uso, já que o questionário foi aplicado em
indivíduos que efetivamente usufruíram o recurso natural.
Neste método procura-se detectar qual o fluxo de custos acarretados por uma série de
fatores. Entre eles a qualidade ambiental. Por exemplo, num local de maior poluição
do ar as propriedades devem ter um valor menor que em áreas menos poluídas. Esta
diferença pode ser atribuída ao custo que a poluição acarreta
177
são: assume um mercado de trabalho competitivo e reflete somente a avaliação
privada dos riscos à saúde, ignorando a parte social.
178
citado, a relação erosão-perda de produção agrícola.
Note que o MDR é um método que trata a qualidade ambiental como um fator de
produção. Assim, mudanças na qualidade ambiental levam a mudanças na
produtividade e custos de produção, os quais levam por sua vez a mudanças nos
preços e níveis de produção, que podem ser observados e mensurados A técnica
utilizada neste método é a regressão múltipla. As aplicações mais comuns são
relacionadas aos impactos da qualidade do ar sobre a produção agrícola e aos
impactos da poluição sobre a pesca. Além desses, acrescentam os estudos relativos a
florestas e à qualidade da água de irrigação.
No caso da poluição atmosférica procura-se ter uma descrição dos danos (por
exemplo, taxas de morbidade e / ou mortalidade) causados pela poluição do ar.
Depois se procura identificar se esta relação existe através de métodos econométricos.
Identificada esta relação, podem-se associar os níveis de poluição com níveis de dano
na saúde. Posteriormente associa-se um custo a cada unidade de dano. Normalmente,
os trabalhos que associam níveis de poluição com taxas de morbidade e os custos
associados são as internações, os dias perdidos de trabalho, exames médicos,
medicamentos. Quando se relacionam com taxas de mortalidade, pode-se atribuir o
valor da vida humana.
Este modelo foi desenvolvido pelo Doutor Luiz César Ribas, em 1996, para o caso
florestal. Trata-se de um método simples e direto de valoração de danos ambientais
irreversíveis. A metodologia dos Custos Ambientais Totais Esperados (CATE) pode
ser, inicialmente, entendida como sendo a renda perpétua que a sociedade estaria
disposta a receber, em decorrência da indenização (pecuniária ou não) de determinado
179
tipo de degradação ambiental. A referida metodologia considera, ainda, a
possibilidade da existência de duas situações.
(Vd + Cd ⋅ Fi / d ) × (1 + j ) n
CATE I =
(1 + j ) n − 1
180
- DANO AMBIENTAL CONTÍNUO (CATE II)
Por outro lado, danos ambientais contínuos seriam aqueles tipos de degradação
ambiental periódico / repetitivo, com riscos ambientais vinculados de maneira
contínua (a exemplo do lançamento sistemático - diário / mensal / anual - de poluentes
atmosféricos ou, ainda, de águas residuais). Analiticamente,
(VC + Cd ⋅ Fi / d )[(1 + j ) n − 1]
CATE II =
j ⋅ (1 + j ) n
onde
Cd = Custos ambientais (valor presente) para fins de reparação dos danos ambientais
diretos, para efeito da consideração dos valores ambientais diretos, em unidade
monetária por unidade de área;
181
n = Período de rotação, horizonte de ocorrência dos efeitos ambientais no tempo
(normalmente, uma geração - 25 anos).
Note-se, ainda, que o fator Cd F i/d pode ser entendido como a totalidade dos custos
ambientais diretos e indiretos pertinentes a determinado processo de degradação
ambiental (consideração dos valores ambientais diretos e indiretos).
Tabela 2.4.6 – Fator e relação danos ambientais diretos (d) e indiretos (i)
FATOR (F i/d) Significado
1 relação de predominância inexistente de i sobre d
3 pequena predominância de i sobre d
5 significativa predominância de i sobre d
7 predominância forte de i sobre d
9 predominância absoluta de i sobre d
2,4,6,8 valores intermediários
182
Desta feita, o caráter de “irreversibilidade” da perda de sangue pelo paciente estaria
diretamente correlacionado com o tempo que o mesmo levasse para estancar a
referida sangria.
onde,
183
Observa-se que o raciocínio matemático acima apresentado é idêntico ao empregado
no sistema financeiro, por exemplo, quando da consideração da questão da dívida, do
montante principal e dos juros, principalmente quando se considera o caso do período
de inadimplência (a cada período de atraso do pagamento das prestações acrescem-se
os juros correspondentes ao mesmo período).
Este fato ensejaria a implantação mais rápida possível das medidas ambientais, o que
evidentemente seria extremamente interessante em termos de proteção ambiental.
184
CÁLCULO DO DANO AMBIENTAL
Vc = R$ 3.042.600,00
Cd = 53.476,50
F i/d = 9 (fator este imputado em face dos atributos ambientais existentes na área, bem
como em face da situação da não restauração de um quadro mínimo de “estabilidade”
ambiental da área, optou-se pela determinação da gravidade máxima)
185
Custos Totais Ambientais Esperados (CATE) = R$ 4.594.370,55
t
DAI = CATE [(1 + j) - 1]
0,92
DAI = R$ 4.594.370,55 x [ (1,06) - 1 ]
4.5 CONCLUSÕES
186
que é possível captar as preferências dos indivíduos através de mercados hipotéticos,
simulados através de questionários. Esse grupo é representado pelo Método de
Valoração Contingente (MVC).
187
5. MERCADO EXTRA JUDICIAL
Esta seção tem como objetivo apresentar o mercado extra judicial do perito ambiental.
Considerando a interdisciplinaridade da área de meio ambiente, existem diversos
campos de atuação para profissionais com diferentes formações profissionais, entre os
quais, Engenheiros, Geólogos e Geógrafos, Químicos, Biólogos, Advogados e
Sociólogos, entre outros.
188
contraídas perante terceiros, ressalte-se que nem sempre tais obrigações são contraídas
de forma voluntária, sendo que algum tempo atrás, podia-se afirmar que muitas eram
originadas de forma inconsciente, uma vez que os efeitos nocivos da exposição dos
resíduos das atividades econômicas não eram conhecidos, reconhecidos ou mesmo
divulgados.
189
5.2 ORIGENS DOS PASSIVOS AMBIENTAIS
Os passivos ambientais podem ter como origem qualquer evento ou transação que
reflitam a interação da empresa com o meio ecológico, cujo, o sacrifício de recursos
econômicos se dará no futuro. Assim temos:
190
Portanto, todos os gastos para a manutenção do gerenciamento ambiental devem ser
reconhecidos no período em que ocorrem e, da mesma forma, quando se toma
conhecimento de que o meio natural sofreu impacto nocivo em decorrência do
processo operacional é necessário procurar imediatamente informações técnicas que
subsidiem a determinação do valor da obrigação já existente.
− Qual o valor da perda de qualquer extensão de solo fértil por mês, em função
da deposição de produtos químicos resultantes da atividade econômica?
− Qual a elevação da referida perda se tais produtos se infiltrarem no lençol
freático da região?
− Qual o custo dos produtos químicos e da tecnologia capazes de recuperar tal
perda?
− Quais mecanismos podem deter o alastramento? Quais os seus custos?
− Qual o limite da responsabilidade da empresa sobre os danos permanentes
provocados na saúde da população local em decorrência da deposição
inadequada de resíduos tóxicos?
− Qual o custo da exaustão dos recursos naturais, em função da extração de
minérios, desmatamento de florestas entre outros?
− Qual o nível de descontaminação é requerido? (o quanto limpo é limpo?)
Desta forma, percebe-se que muitos dos reais passivos ambientais não serão
reconhecidos, seja porque não existem técnicas adequadas para identificá-los; seja
porque uma vez identificados não se consegue definir com segurança quem os gerou
efetivamente (Rio Tiete, quem é responsável? Desde quando? Quanto cabe a cada
poluidor?); seja porque não há tecnologia adequada para se recuperar o meio ambiente
de todos os danos provocados pelo homem; seja porque não se pode definir o
montante dos insumos que seriam utilizados para combater a degradação do meio
ambiente.
191
Assim sendo, o que estamos tratando como passivo ambiental restringe-se aos valores
que podem ser identificados e mensurados pelos conhecimentos técnicos já existentes
que, reconhecidamente, está longe de representar a degradação do meio ambiente
provocada pelo homem.
192
conhecimento, tecnologias e interesse, as empresas se mantiveram, e grande maioria
ainda se mantém, omissas em relação a tais obrigações.
193
Cabe salientar que no caso de empresas desativadas, resta à sociedade arcar com o
passivo ambiental deixado e suas conseqüências.
Os impactos difusos são aqueles de difícil constatação devido a sua natureza difusa,
pela limitada escala espacial em que ocorrem, pela brevidade temporal e pela sua
baixa intensidade e magnitude.
Posto acima, a cada tipo de impacto ambiental pode lhe corresponder um passivo
ambiental definido conforme mostrado a seguir.
194
PASSIVO AMBIENTAL EVIDENTE é a divida que a organização tem pelo
impacto ambiental facilmente identificável pela sua intensidade, magnitude,
detectabilidade, permanência, previsibilidade ou aqueles documentados pela
organização ou órgão competente.
195
programados que ocorrem durante um processo normal de produção e podem
ocasionar danos inesperados, prejuízos financeiros diretos (perda de produção e de
equipamentos), assim como, danos ambientais e perca de vidas humanas.
196
Tabela 14 – Acidentes internacionais importantes
197
O estudo e Análise de Riscos é uma atividade voltada para a determinação da
estimativa, qualitativa ou quantitativa, do risco, baseada em técnicas estruturadas para
promover a combinação das probabilidades de ocorrência e das conseqüências de um
acidente ambiental. Uma análise de risco pode prever uma série de possibilidades de
acidentes e propor medidas mitigadoras para evitar ou minimizar a suas
conseqüências. A Tabela 2.4.8 mostra os acidentes importantes ocorridos nas últimas
décadas e as suas conseqüências.
- PERIGO E RISCO
A freqüência pode ser expressa em eventos / ano, acidentes por mês. A conseqüência
pode ser expressa em fatalidades / evento, morte / acidente, R$ / evento. Portanto, o
risco é expresso em fatalidades / ano, dias parados / mês, R$ / ano.
Note que se um acidente gera uma morte a cada 1.000 anos o risco é igual a 1 x 10-3
mortes / ano; um outro acidente gera 1.000 mortes a cada 1.000.000 anos, neste caso
o risco é igual a 1 x 10-3 mortes / ano. Apesar dos dois cenários resultarem num risco
igual, o segundo caso deverá ser tratado com maior atenção considerando o dano
maior causado na comunidade.
A relação acima mostra que o risco pode ser minimizado, atuando-se na freqüência do
evento indesejado, nas conseqüências ou em ambas. A experiência mostra que os
grandes danos são normalmente ocasionados por eventos com baixa freqüência de
198
ocorrência acarretando em conseqüências relevantes. A Tabela 15 mostra o risco na
Inglaterra para diversas atividades.
199
desta primeira etapa indicam quais cenários devem ser investigados com maiores
detalhes através das técnicas quantitativas. As principais técnicas qualitativas e
quantitativas são as seguintes:
Assim de maneira similar seguimos por todos os ramos da árvore e determinados qual
será a freqüência de ocorrer todos os cenários hipotéticos testados. Por exemplo, a
freqüência do vazamento do gás amônia formar uma nuvem inflamável e ocorrer uma
explosão não confinada é calculada como mostrado abaixo,
F = 1,62E-4 x 0,999 x 0,2 x 0,95 = 3,1E-5, ou seja, 31 vezes a cada 1.000.000 anos.
200
ÁRVORE DE EVENTOS PARA VAZAMENTO DE AMÔNIA EM TUBULAÇÃO
INCÊNDIO 3,23E-6
0,999 EM NUVEM
0,05
0,2
EXPLOSÃO
3,1 E-5
EM NUVEM
0,95
FIGURA 14 – ÁRVORE DE EVENTOS PARA VAZAMENTO DE GÁS TÓXICO
201
Associando cada conseqüência, a um valor monetário, digamos US$ 10 milhões,
facilmente, chegaríamos ao custo anual dos acidentes gerados por este evento, que é
da ordem de (0,003 mortes / ano) x (custo da morte, $ 10.000.000) = US$ 30.000 /
ano.
Zona I - riscos acima de 10-5 ano-1; Zona II - riscos entre 10-6 e 10-5 ano-1; Zona III -
riscos entre 10-7 e 10-6 ano-1.
1E-02
1E-03
1E-04
1E-05
1E-06
1E-07
1E-08
1E-09
1 10 100 1000 10000
o
N de Fatalidades
202
5.8 AUDITORIA AMBIENTAL
A série ISO 14000, no seu processo inicial, identificou três tipos de auditoria.
Posteriormente, em reunião do grupo de trabalho da ISO, duas novas sugestões mais
específicas de AA foram incluídas, conforme mostrado a seguir.
203
análise de risco; fatores econômicos (medidas fiscais, redução de custos e energia, e
novos investimentos); fatores tecnológicos e cultura da organização.
204
5.9 DIAGNÓSTICO BÁSICO AMBIENTAL
1. Consumo de água;
2. Consumo de energia;
3. Consumo de matérias-primas;
4. Utilização de substâncias perigosas;
5. Produção de resíduos não perigosos;
6. Produção de resíduos perigosos;
7. Descarga de águas residuais;
8. Emissões para a atmosfera externa;
9. Emissões para a atmosfera interna;
10. Emissão de calor para o ambiente interno;
11. Emissão de ruído para o ambiente externo;
12. Emissão de ruído para o ambiente interno;
13. Contaminação do solo e águas subterrâneas;
14. Desempenho de sub-contratados e fornecedores e;
15. Concepção do Produto
205
5.10 EIA - RIMA E LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Para a realização desta tarefa utiliza-se, por exemplo, a matriz de significância dos
aspectos e impactos ambientais que podem ser ordenados segundo uma seqüência de
prioridade através de uma técnica ponderal, como por exemplo, a Técnica de Análise
Hierárquica de Processos. Um exemplo desta técnica, aplicada a posto de serviço
encontra-se em anexo desta apostila.
206
Então o Plano Básico Ambiental é o conjunto destes elementos, além de todos os
programas desenvolvidos para controlar a obra depois da execução, para monitorá-la.
Nesta fase, em paralelo, são concluídos os projetos técnicos de engenharia. Os
programas sócio-ambientais tem se caracterizado pela construção da discussão de
diversas alternativas tecnológicas visando tranqüilizar os moradores e atender a todas
as precauções possíveis, garantindo o funcionamento perfeito da operação. Os
principais programas sócio-ambientais que são, geralmente, detalhados pelo Plano
Básico Ambiental são os seguintes:
207
particulares, ou ainda por notícia de jornais. A partir daí, passa-se à fase de apuração
com a requisição de laudos e informações dos órgãos públicos tais como: Instituto do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, Órgão Ambiental
Estadual, etc., sendo tomadas todas as providências cabíveis de modo a chegar à
apuração.
208
o projeto não seja aprovado, deve apresentar sugestões para a solução do problema,
evitando-se, assim, delongas desnecessárias em prejuízo ao meio ambiente.
Uma vez que o envolvido concorda com todas as condições que lhe são previamente
apresentadas de acordo com a legislação, o Termo de Ajustamento de Conduta prevê
uma multa diária para o caso de descumprimento das obrigações que
espontaneamente foram assumidas pelo envolvido, caracterizando-se o TAC como
um título executivo extrajudicial e que poderá se transformar numa ação judicial de
execução para compelir o envolvido a cumprir as obrigações que espontaneamente
assumiu além da cobrança da multa referida que será revertida ao Fundo de Defesa
dos Direitos Difusos (FDDD).
209
- Laudo das Instalações Elétricas: É obrigatório pela NR10, deve ser elaborado por
um Engenheiro Elétrico que deve vistoriar minuciosamente as instalações elétricas da
Empresa e criar um relatório com as recomendações necessárias para solução de
possíveis problemas.
Após a vistoria, são analisados, por técnicos efetivos da Equipe Técnica, os aspectos
legais, observadas outras licenças apresentadas e/ou exigíveis, inserção e/ou
proximidade de Unidades de Conservação, consultado o mapeamento de vegetação
nativa (Olho Verde), análise da atividade / projeto x uso da terra e exarada a
manifestação conclusiva - favorável ou desfavorável - ao deferimento do solicitado.
• Número do processo;
• Nome do interessado / autuado;
210
• Nome / Localização da propriedade;
• Município;
• Data da vistoria e;
• Nome do Técnico, Número no Registro do Conselho Regional (CREA, CRB)
e Assinatura / Equipe Técnica.
1. Qualificação:
2. Histórico:
3. Caracterização da Região:
4. Dano:
5. Legislação:
6. Indenização:
211
• Para a estimativa do valor em dinheiro da indenização deve-se
considerar três aspectos:
7. Bibliografia
6. ESTUDOS DE CASO
212
6.1 – Laudo e Cálculo de Dano Ambiental Decorrente de um Depósito de Lixo
1 – APRESENTAÇÃO
2 – PRELIMINARES
Descrição sintética sobre aterros sanitários, apresentando estrutura física e partes que
compõem o aterro, diagrama básico de engenharia, sistemática de operação do aterro,
sistemas de tratamento do “chorume” e dos gases emitidos (metano), sistema de
monitoramento do lençol freático. Estimativa do tempo de vida útil do aterro e
sistemática de encerramento das atividades. Descrição dos impactos negativos e
positivos da instalação de um aterro de resíduos urbanos.
3 – PERÍCIA
A perícia se caracteriza como uma vistoria no âmbito do direito legal com nível de
precisão normal.
Motivos:
213
Proliferação de odores, moscas e ratos que alteram a qualidade de vida, a fauna e a
flora, no mínimo no entorno de 1.000 de distância do local em análise.
O Parecer do Engenheiro Agrônomo ........., concluiu que a implantação do pomar
será afetada, acarretando em custo maior devido à proximidade do depósito de lixo,
embora as condições de clima e solo sejam propícias para a atividade. O Parecer
desaconselhou a implantação do pomar devido à proximidade do lixão. Parecer
técnico e mapa em anexo.
As despesas para o cultivo da uva, pêssego, etc, dobrou após a instalação do lixão,
tornando anti-econômico o seu cultivo.
O lixão contamina a vertente de água que nasce a 50 metros do local e abastece a
propriedade dos Autores há 50 anos, cruzando as terras destes, tornando perigoso o
consumo, mesmo para animais e para uso agrícola.
Resumo:
214
separados por valos que impedem a passagem de qualquer detrito ou líquido para os
outros imóveis, como pode ser visto no local.
5 – QUESITOS E RESPOSTAS
Da Ré
Uma aterro sanitário bem projetado, conforme o projeto apresentado pela técnica em
saneamento ambiental Sra........na..... é uma das possibilidades de destino final para o
215
lixo urbano, embora como descrito acima nas preliminares, esta técnica está sendo
gradualmente abandonada devido ao fato do aterro ter uma vida útil curta, ser de
difícil operação e a resistência da população vizinha.
Um aterro sanitário, por melhor operado que seja, sempre causa dano ao meio
ambiente. Logicamente que quando bem operado, o dano é tolerável. Mas o
levantamento de pó, certo odor e poluição sonora são impactos que não podem ser de
todo eliminados. Isto significa que em parte, a qualidade ambiental é diminuída pela
redução das amenidades ambientais, isto ocorre através da redução do bem estar, um
dos fatores de dano indireto na avaliação ambiental e de alguma contaminação
esporádica da água do lençol freático. Esta avaliação somente poderá ser feita após a
entrada definitiva em operação e deverá ficar entre 2 a 5% a queda da qualidade
ambiental dos parâmetros acima. Adiciona-se ao dano de pequena monta acima, os
danos ainda remanescentes do impacto intermitente que são os danos continuados,
mesmo após a eliminação do elemento fonte. Este dano ocorre após muito anos (veja
metodologia CATE).
Sim muitas, pois a coleta seletiva serve para reduzir o volume de lixo e diminuir os
espaços onde possam as colônias de bactérias se instalar, com isto a carga orgânica
responsável pela formação do “churume’ e do odor diminui um pouco, pois as
216
bactérias levarão mais tempo para se multiplicarem. Isto será vantagem no caso de
uma camada de argila ser aplicada sobre a de lixo depositado diariamente. Cabe
salientar que este processo diminuirá em muito o risco de contaminação e redução do
bem estar da população. Por outro lado, a matéria orgânica degradada ocupará o
mesmo volume, portanto, se a coleta e tratamento do churume não for feita de forma
adequada, como está sendo feita agora, então para a água não trará nenhum benefício.
Saliento que o projeto apresentado à....... contempla a coleta e posterior tratamento do
“churume” em lagoas. A eficiência deste sistema somente será avaliada quando em
operação.
Quesito 05 – Para melhor avaliação dos fatos e uma análise mais apurada não seria
necessária, a realização de uma perícia feita por expert, mais específico do assunto
de meio ambiente?
Este laudo está sendo elaborado dentro do estado da técnica atual de meio ambiente e
com conceitos internacionais, ser ferir os diplomas legais a cerca do assunto no Brasil,
ou seja, CF art. 255, MP 1570-1.
Quesito 06 – Existe próximo ao local qualquer tipo de cultivo agrícola dos Autores?
Em caso positivo quais? E a que distância da sede da Usina de Lixo?
Sim existia próximo ao local da data da vistoria uma plantação de milho de mais ou
menos 30.000 m2 e um parreiral de aproximadamente 40.000 m2. O início das
plantações estavam a menos de 200 metros da sede da usina de lixo.
217
Quesito 08 – Como a usina operando dentro dos projetos de município, causará ao
meio ambiente, inclusive aos Autores algum dano?
Dos Autores
Quesito 01 – Qual a data que o Município instalou o depósito de lixo nas terras dos
Autores?
Não, o que existiu foi a Licença de Instalação acima referida, emitida em 1996 e,
como não foram tomadas todas as medidas necessárias, inclusive o pedido de Licença
de Operação, a mesma caducou um ano depois. É de salientar que a Usina só pode
operar depois de ter o Licenciamento de Operação, o que não existe.
218
para a implementação de medidas para a recuperação da área degradada e uso para um
Aterro Sanitário. A Prefeitura não cumpriu o prazo acordado e, em 13 de fevereiro de
2001 foi acertado um aditivo, com prazo final em 30 de maio de 2001. Todos os
prazos deverão estar cumpridos conforme a aditivo nesta data.
Pedido de Licença Prévia – LP ( importante indicar a área que realmente será usada);
219
A Prefeitura pediu licenciamento em 1996, como já jogava lixo no local, o
licenciamento foi de instalação. Como não cumpriu o prazo, a Licença de Isntalação
caducou. Continuou irregular até após muitos problemas, inclusive incêndios no local,
poluição, reclamações da comunidade, foi notificada pelo Ministério Público. Chegou
novamente a um acordo e assinou um TCA, que por sua vez também não cumpriu.
Novamente, em 13 de fevereiro de 2001, foi dado uma prorrogação com prazo final
em maio de 2001 para que todas às ações a serem tomadas sejam encerradas.
A não observância aos requisitos legais sempre traz danos à natureza, alguns
irreversíveis, principalmente, os serviços ambientais afetados. As áreas contíguas ao
lixão são as mais afetadas pois a pluma de contaminação é mais intensa nas áreas
próximas, diminuindo a medida que nos afastamos da fonte de contaminação. A água
é mais afetada em propriedades de nível inferior a fonte e a contaminação aérea pela
direção predominante dos ventos.
Quesito 08 – Quanto tempo seria necessário para a recuperação da área onde está o
depósito de lixo seguindo o procedimento exigido pela......... ?
220
Quesito 10 – Houve maiores gastos no custeio da produção das frutíferas, dada a
proximidade do depósito de lixo? Especifique (devido à incidência de moscas, ratos,
odor, etc..)
Houve maiores gastos de custeio devido as pragas originadas pelo depósito de lixo,
isto está calculado no item 6.
O cálculo foi feito no item 6 e foi baseado no custo direto ambiental para os 4 ha
plantados de viníferas e o custo de oportunidade para os demais hectares plantados,
baseado no princípio que existe a oportunidade de rendimento no restante das terras
com a cultura da qual a família e a comunidade dos arredores tem maiores
conhecimentos. Este custo é recomendável no caso de desapropriações de áreas
florestais e danos ambientais. O proprietário perde a oportunidade de produzir por
externalidades, às quais lhe impõem prejuízos sem lhe dar nenhum benefício. Os
beneficiários são os moradores da cidade, que não tem relação difusa com a
propriedade.
Quesito 13 – As áreas dos Autores estão num plano mais alto que as abrangidas
pelo depósito de lixo?
221
Conforme literatura, a pluma de um depósito de lixo pode atingir até 1.500 metros de
distância da fonte na direção predominante. Como foi comprovada por análise, a
contaminação atinge inclusive a água corrente da propriedade dos Autores.
Num raio de 1000 metros. Sendo que a edificação central não é o centro de
contaminação do depósito de lixo e sim a área localizada atrás do depósito de lixo, ou
seja, as pilhas formadas.
O dano ambiental foi dividido em Dano as Viníferas e Dano à Água. Para efeito de
desvalorização do terreno supõem-se que o dano ambiental calculado inclui as Perdas
de Desvalorização já que a propriedade perde em amenidades e produção. Para efeito
de produção, foi considerada a perda de produção por oportunidade ou Custo de
Oportunidade, pelo fato de não poder fazer.
6.1 – METODOLOGIA
O método utilizado para o cálculo dos danos ambientais à produção agrícola foi feito
para o dano à produção vinífera existente e para o custo de oportunidade de produção
de viníferas. Salienta-se que o custo de oportunidade é passível de cálculo neste caso,
pois a região é de aptidão para o cultivo de viníferas.
222
O valor médio de produção é de 1.698,83 kg/ha, baseado nos dados do município. O
valor encontrado é a divisão de produção média de 43.300.000 kg/ano pela área do
município que é de 254,88 km2.
Estes limites foram usados como valores limites de interpolação. Com o valor do
Dano estimado, é calculado o valor dos Custos Ambientais Totais Esperados (CATE)
para os danos intermitentes e contínuos.
- Área plantada: 4 ha
223
• Custo de formação: 0,07 R$ / kg x 1,4 (aumento de custo) = 0,098 R$ / kg
(foi considerado um aumento de 40% no custo de formação pelo uso de
mais defensivos agrícolas e mão de obra na aplicação);
• Diferença entre o custo normal de formação e manutenção e o custo de
formação e manutenção após a instalação do aterro de lixo = 0,098 – 0,070
= 0,028 R$ / kg.
Não foram consideradas as outras culturas, devido ao fato de ter sido calculado o
Custo de Oportunidade para a área onde não existem viníferas plantadas. Observa-se
que o CO e o dano as viníferas foram calculados baseados em índices de
produtividade média por hectare, que normalmente é abaixo do que uma propriedade
produz. Isto se deve ao fato de que, da área do município, deveria ser descontado a
área urbana, estradas, galpões, residências rurais, florestas, etc. Portanto, o valor é
bastante conservativo.
224
utilizando como referencia as análises de laboratório dos parâmetros mais
significativos do meio físico analisado e de valores de literatura. Objetivo: Calcular o
dano a partir do Índice de Qualidade Ambiental (I Q A)
225
CÁLCULO DO ÍNDICE DE QUALIDADE PARA ÁGUA POTÁVEL E PARA
DESSEDENTAÇÃO ANIMAL
226
- CÁLCULO DA QUALIDADE DA ÁGUA POTÁVEL
- pH
- DBO5
Para o valor de Namoniacal = 1,1 é > que 0,02 e 0,08, (I Q A)N amoniacal = 0, ou seja, 0%
Função: (IQA)NT = - 2 NT + 21
227
- CALCULO DO IMPACTO AMBIENTAL (UIA)
Por definição,
UIA = (UPI) x (I Q A)
228
Para a faixa de consumo de 42 m3 / mês, o custo é de R$ 1,77 / m3, conforme a
referência da Companhia de Água, portanto o dano direto a água será de,
* Limpeza de curral/ potreiro / galinheiro = 100 l / dia, neste caso não será
considerado como dano, pois a qualidade da água se presta ao serviço de limpeza.
Dano Direto Água Dessedentação: 96,725 m3 / ano x R$ 1,77/ m3 = 171,20 R$/ ano
229
6.4 – CUSTOS DE DANOS JÁ EXISTENTES
Custo Ambiental Total = Custo do Dano Total as Viníferas + Custo Total Dano Água
Supondo que a partir de maio não haverá mais degradação significativa do sitio, ou
seja, a usina irá funcionar dentro dos padrões com impacto tolerável, com taxa de
juros 4% ao ano e n = 25 anos (uma geração) temos,
230
(Vd + C d ⋅ Fi / d ) × (1 + j ) n
CATE = = (5.772,90 R$ / ano x 2,6658) / 1,6658 = R$
(1 + j ) n − 1
9.238,44
Supondo que a partir de maio não entre em operação a usina de lixo, teremos,
(VC + C d ⋅ Fi / d )[(1 + j ) n − 1]
CATE = = (5.772,90 R$ / ano) x 1,6658 / 0,1066 = R$
j ⋅ (1 + j ) n
90.211,03
Devido a este fato, conclui-se que o dano ambiental total de origem ambiental
causado à propriedade dos Autores é o seguinte:
231
Caso 2. CATES (contínuo)
8.0 – CONCLUSÃO
232
- REFERÊNCIAS
DIREITO AMBIENTAL
-MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo: Meio ambiente
e consumidor e outros interesses difusos e coletivos. 7ª ed.SP: Saraiva, 1995.
233
-SILVA, Geraldo E. do Nascimento. Direito Ambiental Internacional: meio
ambiente, desenvolvimento sustentável e os desafios da nova ordem mundial..
RJ : Thex, 1995.
-Gilpin, A 1995 – Environmental Impact Assessment (EIA): cutting edge for the
twenty-first century. Cambridge University Press.
234
ECONOMIA AMBIENTAL
235
-IBAMA. Roteiro metodológico de planejamento: Parque Nacional, Reserva
Biológica e Estação Ecológica. DIREC, 2002 c.
-MAY, P.H. Economia Ecológica - aplicações no Brasil. Rio de Janeiro, Ed. Campus
Ltda,1995, 179 p.
-OLIVEIRA, R.R., ZAÚ, A.S., LIMA, D.F. RODRIGUES, H.C. e AMORIM, H.B.
Formulação de custos ambientais no Maciço da Tijuca (Rio de Janeiro, Brasil).
Oecologia Brasiliensis, vol. I: Estrutura, Funcionamento e Manejo dos
Ecossistemas Brasileiros, 1995,pp. 557-568.
236
-RUITENBEEK, H. J. Evaluation Bituni Bay: some practical lessons in applied
resource valuation. In: Fifth Biannual EEPSEA Workshop. Economy and
Environmental Program for Southeast Asia (EEPSEA),1995.
237
QUESITO PARA ANÁLISE DE QUESTÕES RELATIVAS A DANOS
AMBIENTAIS
10. Quais as reações que podem ocorrer com os metais pesados em contato
com os ácidos húmicos e fúlvicos da matéria orgânica, bem como com os
minerais que compõe o solo? E na presença de ambiente como a área de
várzea, o que poderá acontecer?
238
ecossistemas diretamente e indiretamente afetados. Existiam espécies de
animais que são considerados ameaçados de extinção próximos as áreas
da empresa?
13. Com relação à pesca, existem pessoas que utilizam a pesca artesanal nas
regiões afetadas pela poluição? Existe um pesque-pague vizinho a uma
das áreas?
239
23. Valorar os danos causados ao meio ambiente, em valores matemáticos.
24. Quais os danos à saúde humanos, causados por intoxicação por produtos
como: borras, solventes, resinas, borras galvânicas, e outros que estavam
armazenados no local?
32. Qual a vazão que atinge os rios próximos à empresa na época de maior
cheia?
240
36. Proceder a coleta de amostra de sedimentos dos rios, seguindo-se análise
sob os seguintes parâmetros: metais pesados e outros componentes dos
produtos armazenados na empresa. Em anexo, deverá ser apresentada,
comparação com art.21 da Resolução do CONAMA no 20 de 1986.
241
material, avaliações, perícias, fotografias, espécies, obras, serviços,
manutenção, honorários profissionais, etc.), totalizando-as ao final.
47. Que medidas preventivas deveriam ter sido implementadas para evitar os
vazamentos e derramamentos de produtos armazenados nos depósitos da
empresa e os danos ambientais?
50. Qual a destinação final que foi dada ao material (resíduo) contaminado,
retirado das áreas?
242
CURRICULO VITAE RESUMIDO
Dados Pessoais: Georges Kaskantzis Neto, Engenheiro Químico, casado, dois filhos, Professor
Adjunto da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Centro Politécnico, Jd. Américas,
DEQ/ST/UFPR, CP 190111, CEP 81531-970, Curitiba, PR, e-mail: kaska@ufpr.br. Idiomas:
Inglês, Grego, Espanhol. Afiliado ao CREA, IEP, ABEQ. Fone: 41 33613202 (com.), Cel: 41
99738095. Atualizado em 06/04/2005.
243
ENGENHARIA DO PARANÁ (IEP), CEFET-PR, PROMOTORIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DO
PARANÁ, PROMOTORIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS, SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ, TRINÁCRIA LTDA, MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO
PARANÁ, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INEP, PARTIDO.
Trabalhos Publicados: Até o momento publicou cerca de 50 trabalhos técnicos e científicos nas
áreas de engenharia química e meio ambiente, em congressos, jornais e revistas científicas,
seminários nacionais e internacionais. Atualmente, orienta alunos de doutorado, mestrado e
especialização nas áreas de Engenharia Química, Engenharia Ambiental, Bioprocessos e
Tecnologia de Alimentos.
Consultoria: Consultor nas áreas de Engenharia, Processos Químicos e Meio Ambiente, presta
serviços de Perícia Ambiental, Auditoria Ambiental, Diagnóstico Ambiental, Avaliação de
Passivos Ambientais, Implantação de Sistemáticas de Boas Práticas Ambientais em Pequenas e
Médias Empresas, Avaliação e Otimização de Processos Industriais, Avaliação e Elaboração de
EIA/RIMA, Análise de Riscos e Conseqüências de Acidentes Ambientais, Modelagem e
Simulação do Transporte, Acúmulo e Dispersão de Poluentes no Meio Ambiente,
Desenvolvimento de Programas de Educação Ambiental, Avaliação e Valoração Econômica de
Impactos e Danos Ambientais, Diagnóstico e Implantação de Gestão Municipal na Área de Meio
Ambiente.
244