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1. Introdução
O período da história política brasileira que vai de 1889 a 1930 costuma ser
designada pelos historiadores como República do Café-com-Leite.
Na primeira República, a política funcionava na base da troca de favores. Na
economia, além da agricultura exportadora, predominantemente cafeeira, houve
significativo desenvolvimento da indústria. Ampliou-se o número de operários, que
organizaram os primeiros movimentos para lutar pelos direitos trabalhistas.
Em 1920, a economia brasileira era essencialmente agrícola. Quase 70% da
população em atividade trabalhava na agricultura. Nessa sociedade, havia nas
fazendas grande número de trabalhadores que recebiam salários miseráveis e, por
isso, dependiam dos coronéis, que exploravam sua força de trabalho. Mas os
poderes dos coronéis ultrapassavam os limites da fazenda, chegando também às
cidades. Os principais empregos e cargos estavam sujeitos à influência pessoal: na
prefeitura, na delegacia, na escola etc.
Campos Sales, político e fazendeiro paulista, foi o segundo presidente civil
da república e um dos principais responsáveis pelo sistema de alianças entre
governadores de estado e governadores federais.
Por meio de tantas alianças e fraudes, as oligarquias agrárias estiveram no
poder durante boa parte da Primeira República. Em São Paulo e Minas Gerais, elas
estavam organizadas em torno de dois partidos políticos: o PRP (Partido
Republicano Paulista) e o PRM (Partido Republicano Mineiro).
São Paulo era o primeiro estado em produção de café; Minas Gerais era o
segundo e destacava-se também pela produção de leite. Nasceu daí o apelido para
a aliança entre PRP e PRM: política do café-com-leite.
2.1 Economia
2.2 Café
Desde o início do século XIX até a década de 1930, o café foi o produto que
impulsionou a economia brasileira. Introduzido por Francisco de Melo Palheta ainda
no século XVIII, a partir de sementes contrabandeadas da Guiana Francesa, ficou
concentrado a princípio no Vale do Paraíba e depois nas zonas de terra roxa do
interior de São Paulo e do Paraná. Desde 1820, o café aparece entre os principais
produtos de exportação do Brasil. De 1840 até 1970, por mais de um século,
portanto, o café respondeu por mais de 40% do valor total das exportações
brasileiras, chegando há certos anos, a atingir 80% de seu total.
Em relação à economia da Primeira república: o café não foi a única
produção relevante e a própria economia cafeeira é bastante complexa, pois, além
das fazendas de café, comportam atividades comerciais, de transportes, bancárias e
outras de natureza urbana. Ainda assim, não se pode negar que o café foi o núcleo
em torno do qual grande parte da economia brasileira esteve articulada (direta ou
indiretamente) e também o fulcro da política econômica de todo o período.
A economia cafeeira em São Paulo foi o grande motor da economia
brasileira desde a segunda metade do século XIX até a década de 1920. Como o
Brasil detinha o controle sobre grande parte da oferta mundial desse produto, podia
facilmente controlar os preços do café nos mercados internacionais, obtendo assim
lucros elevados. Segundo Celso Furtado, o maior problema deste sistema
econômico era que, sendo o Brasil um país abundante em terras disponíveis para a
agricultura e em mão-de-obra subempregada, os lucros obtidos incentivavam novas
inversões de capitais no setor, elevando gradualmente a oferta de café a ser
exportado. Por outro lado, a demanda mundial de café tinha a característica de ser
inelástica em relação ao preço e à renda dos consumidores, isto é, o seu
crescimento dependia fundamentalmente do crescimento populacional dos países
consumidores. Assim, tinha-se uma situação de crescimento da oferta de café muito
superior ao crescimento de sua demanda, indicando uma tendência estrutural de
baixa de preços no longo prazo.
Em 1906, diante da previsão de safra extremamente elevada, que se tornou
claro o diagnóstico de superprodução: o Brasil exportava, em média, de 9 a 10
milhões de sacas de café por ano. A safra de 1906, prevista de 16 milhões de sacas,
atingiu cerca de 20 milhões, havendo ainda, no mercado, um estoque de 9 milhões
de sacas. A entrada da safra brasileira em meados de 1906 iria provocar o declínio
abrupto do preço do café e o agravamento da crise já em curso.
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2.3 Açúcar
O açúcar, que até 1830 era o principal produto brasileiro de exportação, foi
perdendo sua posição devida, basicamente, à concorrência do açúcar de beterraba
produzido na Alemanha, Bélgica e França. Além disso, a produção do açúcar de
cana em Cuba e Porto Rico, ex-colônias espanholas dominadas pelos Estados
Unidos, possuía tarifas preferenciais nesse país.
Diante da concorrência internacional, o açúcar produzido no Brasil passou a
ser vendido, cada vez mais, no mercado interno.
A quantidade exportada, cuja média anual era de 133 mil toneladas na
década de 1891-1900, reduziu-se, em 1911-1920, a uma média de 62 mil toneladas
por ano.
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2.4 Borracha
Ano Toneladas
1827 31
1880 7 000
1887 17 000
2.5 Cacau
1880 1 668
1890 3 502
1895 6 732
1900 13 131
1905 21 090
1915 44 980
1925 65 526
2.6 Industrialização
3.2 Café
3.3 Algodão
3.4 Industrialização
Porcentagem em relação
Ano
ao salário de 1944 (=100)
1951 53,0
1952 124,8
1953 101,7
1954 138,3
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Mesmo com tais problemas, a nova carta reintroduziu a população ao jogo político
nacional e garantiu o estabelecimento de princípios democráticos.
8. Anexos
8.1 ANEXO A - Tabela PIB X Inflação de 1964 a 2006.
ANOS PIB INFLAÇÃO
1964 3,4 92,1
1965 2,4 34,3
1966 6,7 39,1
1967 4,2 25
1968 9,8 25,4
1969 9,5 19,3
1970 10,4 19,3
1971 11,3 19,5
1972 11,9 15,7
1973 13,9 15,6
1974 8,1 26,9
1975 5,1 29,3
1976 4,9 38,8
1977 4,9 38,8
1978 4,9 40,7
1979 6,76 77,3
1980 9,2 110
1981 -4,25 95,2
1982 0,83 99,72
1983 -2,93 210,99
1984 5,4 223,8
1985 7,85 235,1
1986 7,49 65,3
1987 3,53 415,83
1988 -0,06 1037,56
1989 3,16 1782,89
1990 4,35 1476,71
1991 1,03 480,23
1992 0,47 1157,84
1993 4,67 2708,17
1994 5,33 1093,89
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9. Referências Bibliográficas
http://www.newton.freitas.nom.br/ 01/05/2008
http://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil 14/03/2008
http://www.planalto.gov.br 01/05/2208
http://economia.uol.com.br 03/05/2008
5. Televisão
Jornal da Globo exibido dia 02/05/2008
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