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TEORIA GERAL DO DIREITO

PRIVADO

TEORIA GERAL DO DIREITO:

O Direito é um discurso de convencimento, com base em argumentos (são


produtos do raciocínio para se fazer entender o que esta sendo dito) que tentam
provar o quão certo esta esse discurso. Podemos ver o Direito como um sistema,
onde os elementos componentes são independentes, e ao mesmo tempo se
integram entre si, se mexer em um todos os outros são atingidos. O sistema do
direito pode ser considerado Diketrópico, pois tem uma tendência para a justiça
(o nome Diketropico tem origem na deusa grega Dike, que tentava fazer justiça
através do convencimento), e Autopoiético, pois cresce por si mesmo (o direito
cria a si mesmo).
Os elementos constitutivos do sistema do Direito são em ordem
hierárquica:
Valores: ideais inatingíveis porém, idealmente justos:
• Igualdade;
• Liberdade;
• Segurança jurídica;
• Justiça: visa tratar igualmente os iguais e desigualmente os
desiguais. É o principal valor e os outros estão todos abaixo, porem
no mesmo plano.

JUSTIÇ
A

IGUALDA SEG. LIBERDADE


DE JURIDICA

Princípios: regras muito amplas que servem de base para outras ilações
(deduções), princípios são baseados em uma racionalidade ou lógica. Ex.:
Ninguém pode transferir o que não tem. Ou então frases de conteúdo ético. Ex.:
Não cobiçar a mulher do próximo. Estes são exemplos de princípios jurídicos,
donos de uma regra de caráter amplo, e um conteúdo bastante variável, que não
possui muita discussão, mas não são os mesmos dos princípios gerais do Direito.
Obs.: Princípios Gerais do Direito: É um grupo de pensamentos pertencentes
à escola positivista. Visões do Direito:
• Jus naturalismo: o direito existe, pois é uma revelação divina,
que parece com normas emanadas por um ente superior. Ex.: os
mandamentos de Moises. Com o passar do tempo esta escola
evoluiu e ela se transformou em “racionalismo”, o Direito
é produto do raciocínio humano, ou o Direito é produto da
razão;
• Jus positivismo: o Direito nada mais é que regras que a classe
dominante impôs, direitos impostos, colocados por outras
pessoas para serem exercidos;
• Jus Historico-Sociologico: o Direito é um produto da evolução
Normas: Norma é uma palavra polissêmica, multisignificativa. São
proposições que tem na sua simplificação uma estrutura especial ou bimembre
(dois membros). Todas as normas quando reduzidas chegam a uma Hipótese
Normativa (se e quando acontece algo), que estipula um fato possível, os
filósofos a definem como um antecedente da lei e é representada por: Se e
quando acontece algo=>gera uma conseqüência (efeito, eficácia, sanção). Ex.:
Se alguém mata alguém deve haver prisão de seis a doze anos/ Se alguém nasce
com vida ele ganha personalidade. A norma é uma construção intelectual, uma
interpretação da lei, que trata todos como iguais, quando alguém desrespeita
uma lei, é preciso interpretá-la, compreende-la, criando uma norma que vai
mostrar a maneira como a lei deve ser aplicada. As normas criadas fazem parte
da jurisprudência, quando um jurista precisa decidir algo, ele busca na
jurisprudência para ver como que outros juristas procederam em situações
antigas semelhantes. As normas duram ate que alguém construa outras
melhores e, todos nos somos capazes de melhorar as normas. Não existem
normas obrigatórias, quando alguém as desrespeita, sofre uma sanção
(conseqüência). Exemplo de criação de diferentes normas a partir de uma
mesma lei: no caso do Crime de Sedução, a lei é a mesma de 50 anos atrás,
porem hoje é interpretado de maneira diferente. A função do advogado é
convencer o juiz de que ele esta certo, justificando normas. As normas jurídicas
podem ser publicas (quando contidas na lei, sentenças e atos administrativos), e
privadas (quando nos contratos).
Conceitos Básicos: para obter coerência no sistema do Direito é necessário
fixar conceitos básicos, isto é muito importante para obter uma coerência entre
valores, princípios e normas. Os fatos quando acontecem devem ser vistos com
uma visão de Direito. Ex.: A batida (peixada) de Marau. O sistema visa o
equilíbrio das relações sociais, a homeostase social (equilíbrio no movimento),
não se deve esquecer que a sociedade também esta em movimento. O sistema
também visa à divisão equitativa dos bens do mundo, de modo que terminem
aas classes sociais. O Direito é incompatível com a força, aonde há força não há
Direito e vice-versa. O Direito tem uma sanção, somente no Direito Penal, alguns
autores dizem que o Direito é sancionativo (CUIDADO), O Direito não tem
conotação de castigo, somente uma parte do Direito tem essa característica, o
Penal, isso não pode fazer defini-lo como um todo.
Fontes do Direito ou Fontes das Normas Jurídicas: a compreensão da
natureza e eficácia das normas jurídicas pressupõe o conhecimento das suas
fontes. O Direito tem sua origem nas leis, nos costumes, na jurisprudência, e nas
doutrinas.
1. Costume: repetição de uma norma não escrita ao longo do tempo é
uma norma que passa de boca em boca pela tradição. Ex.: Apedrejar
a mulher adultera. É muito semelhante à norma. O costume só pode
servir como fonte do Direito e construir uma norma quando não há
lei para regular o acontecimento ou atitude por isso diz-se que tem
instrução supletiva. O costume só tem validade se tiver mais de cem
anos.
2. Jurisprudência: a sentença de um juiz muda de um lugar para o
outro. A sentença é um discurso de convencimento diluído em
relatório, argumentação e decisão. As decisões dos juízes são
baseadas no conhecimento dele e nada mais são do que a
construção de uma norma. Ao recorrer a uma sentença, a sentença
vai para o tribunal de justiça, este é formado por três juízes
(chamados de desembargadores), estes juízes julgarão novamente o
caso e darão uma nova sentença, chamada de acórdão. O conjunto
das decisões dos tribunais, “os acórdãos”, forma a jurisprudência.
Ex.: a jurisprudência do Rio Grande do Sul são os acórdãos julgados
no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, porém as sentenças
emitidas por este Tribunal são pouco usuais, ou seja, não são usadas
para se formarem normas, pois tem menos força.
3. Doutrina: são trabalhos feitos sobre a matéria, executados pelos
juristas, ou estudiosos do tema. Silvio Rodrigues, por exemplo, é um
dos estudiosos que formam as doutrinas do Direito.
Obs.: a diferença entre Doutrina e Teoria esta em que a primeira engloba os
conjuntos de idéias que não se submetem apenas as regras da lógica ou a prova
dos fatos, mas se apresentam estreitamente vinculados com aspirações,
sentimentos e preferências, já Teoria representa os complexos de idéias ou
noções que se sujeitam aos critérios lógicos e a verificação dos fatos com
possibilidade de revisão e melhor ajustamento a realidade.
4. Lei: é uma fonte escrita em um papel, emanada pelo poder
competente. Começa por um político, alguém que representa uma
parcela do povo e propõe um projeto de lei, os demais discutem
propõem emendas, suprimem, aprovam ou desaprovam o projeto de
lei. Depois de aprovada a lei, ela vai para as mãos do chefe do poder
executivo que pode aprovar (sancionar), ou vetar parcialmente ou
totalmente a lei. Havendo veto a lei volta novamente para a câmera
que vota em derrubar o veto, essa votação deve possuir no mínimo
2/3 do quorum, ai a lei é promulgada, que é a certeza que o projeto
de lei cumpriu todos os passos anteriores, devendo então ser
publicada para que todos aqueles que tenham interesse em
conhecer as leis possam ter acesso. Todos nos somos obrigados a
saber ou no mínimo ler as leis. Publicar não significa imprimir e sim
torná-la conhecida por todos. A lei sempre pretende regular
comportamento. A lei é somente o ponto de partida, igual a todos os
outros pontos para formar a norma. A lei é um texto sujeito a
interpretações diversas, uma simples frase diz coisas diferentes a
cada um. A política persegue o poder a lei serve a política. A partir
da data de vigência é que a lei passa a ter validade. A lei é um
conjunto ordenado de regras que se apresenta como um texto
escrito. Caracteriza-se por ser estatal, geral, e permanente. Estatal,
no sentido de ato do Estado, pelo seu poder legislativo; obrigatória,
porque se impõe a vontade dos destinatários, que a devem observar
e respeitar, sob a pena de sanção; geral porque se dirige a todos e a
cada um indeterminadamente; permanente porque dispõe para o
futuro, em princípios sem limitação de tempo. A lei é assim, um ato
do poder legislativo que estabelece normas de comportamento
social. Pra entrar em vigor, deve ser promulgada e publicada no
Diário Oficial.

Publicação

Este período ate que a lei entre em vigor se chama


VACATIO LEGIS
4.1. A VACATIOS LEGIS é um tempo para que a lei possa ser estudada.
Ex.: Código Civil Art. 2044. Redação: “Art. 2044. Este código entrara
em vigor um ano após a sua publicação.” A própria lei devera fixar o
tempo da vacatio legis. Na maioria das leis diz que na data de
publicação ela entrara em vigor. Se na lei constar nada, deve se
basear sempre no que diz o Art. 1° da Lei de Introdução ao Código
Civil (LICC). Redação: “Art. 1°. Salvo disposição contraria, a lei
começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias depois de
oficialmente publicada. § 1°. Nos estados estrangeiros, a
obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 (três)
meses depois de oficialmente publicada. § 2°. A vigência das leis, que
os governos estaduais elaborem por autorização do Governo Federal,
depende da autorização deste e começara no prazo que a legislação
estadual fixar.”
4.2. A lei deixará de vigorar:
4.2.1. Se for uma lei provisória, ate o prazo que ela determina;
4.2.2. Somente outra lei a modifica ou a extingue. Troca-se uma lei
velha por uma lei nova. A modificação da lei se chama revogação.
Tipos de revogação:
4.2.2.1. Ab-rogação: modificação total ou extingue lei velha;
4.2.2.2. Derrogação: modifica somente uma parte.
4.2.3. Como pode ocorrer a revogação:
4.2.3.1. Expressa: a nova lei no seu texto especificadamente a lei,
ou parte da lei que sara revogada;
4.2.3.2 Tácita: pode ocorrer:
4.2.3.2.1. Incompatibilidade: a lei nova é incompatível com a lei
velha. Ex.: na primeira diz que as paredes são amarelas, na segunda
diz que as paredes são vermelhas;
4.2.3.2.2. Por tratamento geral da matéria: tem uma lei que diz
que as paredes são amarelas, outra diz que o teto é preto e ai é
publicada uma lei que disciplina tudo (teto, chão, paredes...), esta
lei termina com todas as outras.
4.2.4. No Código Civil Art. 2045. Redação: “Art. 2045. Revogam-se a
Lei n.° 3071, de 1.° de Janeiro de 1916 – Código Civil e a primeira
parte do Código Comercial, Lei n.° 556, de 25 de junho de 1850.”
Ai nos temos uma ab-rogação expressa do código de 1916, e faz
uma derrogação expressa do Código Comercial.
4.2.5. “Revogam-se as disposições ao contrario”, encontramos em
tudo que é lei, sempre no final da mesma, é uma “Apêndice

4.2.6. Repristinação: é a ressurreição de uma lei morta, é o cumulo


da preguiça.

LEI DE 1977 LEI


DE 1988 LEI DE 1999
Revogou Revogou

REPRISTINAÇÃO

Interpretação: interpretar é colocar em palavras mais compreensíveis


aquilo que o texto legal diz. É traduzir aquilo que esta contido no texto
legal. Alguns autores dizem que é descobrir o que esta escrito, isso ESTA
ERRADO. Interpretar é traduzir aquilo que esta contido no que esta escrito.
Tipos de interpretação:
1. Hermenêutica: é a ciência que estuda a interpretação. É a arte de
interpretar o que esta escrito. As frases são entendidas conforme a
carga cultural que nos temos. (ler sobre Hermenêutica –
Maximiliano, A interpretação e aplicação do direito). Ex.: no direito
penal há o crime de sedução que antigamente era considerado um
crime, hoje porem não se considera a sedução um crime.
2. Processos de interpretação de leis:
2.1.Processo Sistemático: não se isca um artigo, tem que ter em conta
todo o sistema, a norma não pode ser incoerente e assistemica
(fora do sistema);
2.2.Processo Teleológico: a distancia, o fim, observa-se a finalidade da
lei, que há de ser interpretada com coerência por quem elabora a
lei;
2.3.Processo Literal ou Gramatical: é a mais falsa, também chamada
de lexical, gramatical, seduz os indultos, deve-se ter muito
cuidado, é muito traiçoeira, Se pega o dicionário e pesquisam-se
cada palavra, “ta aqui na lei, escrito!”;
2.4.Processo Extensivo: o significado deste texto tem uma
abrangência maior que o significado literal. Ex.: Código Civil de
1916 Art. 2°. Redação. “Art. 2°. Todo homem é capaz de direitos e
obrigações na ordem da lei.”, nesse caso subentende-se a palavra
homem, por um ser humano;
2.5.Processo Restritivo: significado menor que a lei aplica que o
sentido literal. Ex.: A palavra arrendatário no estatuto da terra;
2.6.Processo Declarativo: coincidência o resultado da interpretação
com a lei;
2.7.Processo Jurisprudencial: tem por base os acórdãos do tribunal;
2.8.Processo Doutrinário: se baseia nas obras e estudos de certos
autores;
2.9.Processo Autêntico: se uma lei for incoerente ao sistema, ela pode
ate ser eficaz, mas não será efetiva, portanto, será repelida pelo
sistema;
10 Processo Historico-evolutivo: as mesmas expressões tem
significado diferentes em lugares distintos com o passar do tempo.

TEORIA GERAL DA RELAÇÃO JURIDICA

Norma e Fato Jurídico: a norma é, na sua estrutura simplificada, composta


de duas partes: a hipótese, que descreve os fatos, os eventos naturais ou as
condutas humanas relevantes para o Direito, e a conseqüência, que engloba os
efeitos ou o efeito que, se e quando verificado esse fato ou essa conduta, devem
ser produzidos no mundo jurídico.
Quando, na realidade, há um evento ou uma conduta coincidente com a
descrita na norma, acontece o fato jurídico (lato sensu). Esse evento natural ou
esse comportamento humano da vida real que contem os elementos previstos na
norma denomina-se suporte fático, e a conseqüência que daí advém denomina-
se eficácia. O conjunto do suporte fático + a eficácia denomina-se FATO
JURIDICO.
Usaremos hipótese e conseqüência a nível normativo e suporte fático e
eficácia a nível jurídico.
Obs.: Fatos são acontecimentos da vida real, por exemplo, um acidente de
carro, o descumprimento de um contrato, uma infração dos deveres conjugais,
um desrespeito a propriedade, o nascimento de uma criança, a maioridade, e
etc.
Ora, sendo o fato jurídico produto da norma que é bimembre
(hipótese+conseqüência), há também que ver o fato jurídico em duas partes, a
do suporte fático que determina sua existência jurídica e o da eficácia que
determina o conjunto de resultados que esse suporte deve produzir. A primeira
parte chamará de Plano da Existência e a segunda de Plano da Eficácia do fato
jurídico.

Plano da Existência
(verificamos se um fato se tornou fato jurídico)

Norma jurídica
(hipótese normativa+conseqüência)
Fenômeno da
Fenômeno da
Juridicização Fato Subsunção
(Suporte fático)

Fato Jurídico

Plano da Eficácia
(a conseqüência do fato)

Nasce nascimento
Fato Jurídico Modifica Relação Jurídica modificação de
direito(s) subjetivo(s) e/
Extingue extinção ou
dever (es) jurídico(s)

Fatos Jurídicos como já vimos estão previstos nas normas de direito, são
acontecimentos que produzem efeitos jurídicos, e causam o nascimento, a
modificação ou a extinção de relações jurídicas e de seus direitos. O fato jurídico
do nascimento de uma criança representa também o nascimento de uma nova
relação jurídica. As primeiras relações jurídicas de um bebê são a relação de
parentesco com a mãe (o bebê tem o direito a amamentação e a mãe o dever de
amamentar), e a relação entre a criança e o Estado, onde este lhe garante o
direito à vida.
Relação Jurídica: nem todas as relações de homem a homem entram no
domínio do Direito, ou seja, nem todas são suscetíveis a serem determinadas por
uma regra de tal gênero, podemos distinguir três casos de relações entre
pessoas: uma relação esta inteiramente dominada por regras jurídicas, outra
esta somente em parte, e outra escapa delas por completo (a propriedade, o
matrimonio e as amizades podem servir como exemplo dos três casos
respectivamente). A relação jurídica entra no primeiro dos casos, é a relação
social disciplinada pelo direito, onde um sujeito é titular de um poder, e o outro,
titular de um dever. Representa uma situação em que duas ou mais pessoas se
encontram, a respeito de bens ou interesses jurídicos. Art. 1°. Redação: “Art.1°.
Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.”
Também podemos citar como exemplo de relação jurídica: a relação de
consumo, entre consumidor e fornecedor, a relação de parentesco entre
descendentes do mesmo ancestral, a relação locatícia entre locadora e locatário,
a relação de condomínio entre os co-proprietários de uma coisa, a relação de
responsabilidade civil solidaria entre os que praticam um ato ilícito, a relação que
existe entre os herdeiros de um mesmo falecido, etc.
Simplificando, Relação Jurídica é a relação entre duas ou mais pessoas com
referencia a um “objeto”, onde um é o Titular do Direito Subjetivo sobre este
objeto e o outro o Titular de dever. Vide esquema a seguir.

Titular de Direito Relação Jurídica


Titular de Dever P P
1 2
Direito Subjetivo
Interesse
de Propriedade.
Ex.: o professor
Mateiro e dono OBJET Exemplo do Livro: Exemplo do
de um livro os titulares de Empréstimo de
O dever são Dinheiro: o titular
indeterminados: do dever é uma
O professor emprestou
Relação todos os alunos da pessoa
dinheiro a uma aluna,
Absoluta determinada: uma
ele tem o Direito
colega
Subjetivo de receber o
dinheiro de volta. Relação
Relativa

Tipos de Relação Jurídica:


• Absolutas: quando a relação é oponível “erga omnes” (contra todos),
ocorre quando a vinculo entre uma determinada pessoa, Titular do
Direito Subjetivo, e o resto da humanidade, que seriam os Titulares
do Dever. Ex.: o professor tem o direito de propriedade de um livro,
e este deve ser respeitado por todos, é dever de todos.
• Relativas: é a relação entre o Titular do Direito Subjetivo e o Titular
do Dever. São oponíveis a pessoas especificas, ou seja, os Titulares
do Dever são pessoas determinadas. Ex.: no caso de um
empréstimo, é feito um contrato, acordo, onde uma das partes tem
o direito de exigir à quantia de volta e a outra o dever de pagar.
Os lados da Relação Jurídica:
• Direito Subjetivo (Direito) um lado: é a possibilidade que o direito
regulamenta ou me concede, de exigir de alguém determinado ou de
todos, um determinado comportamento. O Direito subjetivo pode ser
classificado de duas maneiras: a primeira o divide quanto à
oponibilidade, em relativo e absoluto. Dizem-se absolutos, os direitos
com eficácia universal que devem ser respeitados por todos (obrigação
passiva universal), o Titular do Direito Subjetivo pode opô-los a
qualquer pessoa. E relativos são os direitos com eficácia circunscrita a
determinadas pessoas.

Numerus Clausus (fechados), definidos em


12+2
Reais Prevalecem em relação aos obrigacionais
Absolutos Atributo da Prevalência ou da Seqüela
Personalíssimos Decorrem da Personalidade

Direito Subjetivo
(quanto à oponibilidade)

Apenas alguns são


registrados
Obrigacionais ou de Crédito
Relativos Numerus Apertus
(ilimitados)
Pessoais Parentesco

A segunda classificação divide os Direitos Subjetivos quanto à


patrimonialidade. Os patrimoniais podem ser avaliados diretamente em dinheiro
(livro, casa, etc.), enquanto os não-patrimoniais não têm valor algum em dinheiro
(saúde, honra, direito a vida, liberdade, etc.).

Reais
Patrimoniais
Obrigacionais

Direito Subjetivo
(quanto à patrimonialidade)
Personalíssimos
Não-patrimoniais
Pessoais

Direitos Reais: são os que se exercem direta ou imediatamente sobre os


bens materiais, coisas. Existem 12 Direitos Reais (devem preexistir antes de
serem registrados, não podem ser criados na hora da decisão) registrados (são
regras gerais registraveis, não são todos nem é sempre) no atual Codigo Civil de
acordo com o Art.1225. Redação: “Art.1225. São direitos reais: I – a propriedade;
II – a superfície; III – as servidões; IV – o usufruto; V – o uso; VI – a habitação; VII –
o direito do promitente comprador do imóvel; VIII – o penhor; IX – a hipoteca; X –
a anticrese; XI – a concessão de uso especial para fins de moradia; XII – a
concessão de direito real de uso.” E mais outros dois que deixaram de existir na
reforma do Código Civil de 2002, mas que continuam valendo para os casos em
que antes de 2002 foram aplicados, são eles: Art. 674 do Código Civil de 1916: “I
– a enfiteuse e VI – as rendas expressamente constituídas sobre imóveis.” O
atributo da Prevalência ou da Seqüela, a que os direitos reais são submetidos
determina que o Titular de um direito real possa reavê-lo a qualquer momento
onde quer que ele esteja.
Direitos Obrigacionais ou de Credito: O direito obrigacional atribui a
alguém a faculdade de exigir de outra determinada prestação de cunho
econômico. Exemplo: direito de exigir o pagamento de uma nota promissória (O
direito contra uma pessoa). O direito obrigacional pode nascer de um delito, de
um contrato, da lei (impostos), de uma declaração unilateral de vontade, da
Responsabilidade Civil etc., algo impalpável.
• Dever Jurídico: é a necessidade imposta pelo direito (objetivo) a uma
determinada pessoa ou a todas de observar determinado
comportamento. É uma ordem, um comando, uma injunção dirigida a
inteligência e a vontade dos indivíduos. Pode ser classificado em:

Ônus

Sujeição
Dever Jurídico
(lato sensu) Obrigação

Dever Jurídico (stricto sensu)

TEORIA DOS SUJEITOS DA RELAÇÃO JURIDICA

Elemento subjetivo das relações jurídicas são os sujeitos de direito.


Sujeito de direito é quem participa da relação jurídica, sendo titular de
direitos e deveres. São sujeito de direitos as pessoas físicas ou naturais, isto é, os
seres humanos, e as pessoas jurídicas, grupos de pessoas ou de bens a quem o
direito atribui titularidade jurídica. Os animais não são sujeitos. São coisas e,
como tal possíveis objetos de direito (o direito protege-os para garanti-lhes a sua
função ecológica, evitar a extinção de espécies ou defende-los da crueldade
humana).

TUDO AQUILO QUE EXISTE, DESDE QUE SEJA RERECONHECIDO


POR UM NOME

PESSOA
=ENTE PERSONALID
ADE
+

SER IDEIA(S) COISA(S)


HUMANO

PESSOA PESSOA
NATURAL JURIDICA
A possibilidade de alguém participar de relações jurídicas decorre de uma
qualidade inerente ao ser humano, que o torna titular de direitos e deveres. Essa
qualidade chama-se personalidade jurídica, e os que a têm, pessoas.
Pessoa é o homem ou entidade com personalidade, ou seja, que pode ser
titular de direitos e deveres. Existem dois tipos de pessoas:

Naturais ou Físicas

Pessoas

Jurídicas

Pessoa Natural: ou pessoa física. Aparece no momento do nascimento com


vida, quando um bebe nasce com vida ele se torna uma pessoa natural, ganha a
personalidade, e a partir desse momento ele tem direito de viver. A conquista da
personalidade (afirmar que uma pessoa tem personalidade é o mesmo que dizer
que ela tem capacidade para ser titular de direitos) da pessoa natural é dividida
em duas partes:
• Capacidade de Direito ou de Gozo: é a possibilidade, de ter ou de ser
titular de direitos subjetivos, contem potencialmente todos os direitos
de que o homem pode ser sujeito, e é indivisível, irredutível e
irrenunciável. Ex.: uma menina ganha uma medalhinha de sua tia ao
nascer, ela se torna titular de direito subjetivo sob essa medalhinha.
• Capacidade de Fato ou de Exercício: só se obtém aos dezoito anos,
quando a pessoa natural pode exercer por si só os seus direitos. Ex.: a
menina cresceu, e aos treze anos, decidiu por vender a medalhinha,
mas como ela é menor de idade ela ainda não tem Capacidade de Fato
para exercer o seu direito por si só.
Obs.: De acordo com o Código Civil Art.1°. Redação: “Art.1°. Toda pessoa é
capaz de direitos e deveres na ordem civil.” O Art.2°. trata do da aquisição da
personalidade. Redação: “Art.2°. A personalidade civil da pessoa começa do
nascimento com vida; mas a lei põe salvo desde a concepção os direitos do
nascituro.” O nascituro enquanto esta na barriga da mãe tem direitos potenciais,
que passam a direitos subjetivos a partir do seu nascimento com vida. Ex.: A mãe
esta grávida de três meses, e o seu marido vem a falecer, a partilha dos bens do
falecido, só ira acontecer após o nascimento da criança, pois se esta nasce com
vida tem direito a uma parte da herança, que é o que defende o Art.2° do Código
Civil quando diz que “... a lei põe salvo desde a concepção os direitos do
nascituro.”, ou seja, o bebe quando estava na barriga de sua mãe tinha direito
potencial sobre uma parte herança, que viria a ser sua quando nascesse, e para
defender seus direitos a lei não permite a partilha antes de seu nascimento.

Concepção Nascimento

Morte A partilha dos bens


do Pai deixados pelo pai fica
suspensa ate o
nascimento
da criança.
A Capacidade de Fato se inicia normalmente aos dezoito anos como
estabelece o Art.5°. Redação: “Art.5°. A menoridade cessa aos dezoito anos
completos, quando a pessoa fica habilitada a todos os atos da vida civil.” Porem
há maneiras de se obter antes de completar essa idade a capacidade de fato,
como diz o parágrafo único do Art.5°. Redação: “Art.5°. Parágrafo único: Cessara
para os menores a incapacidade: I – pela concessão dos pais, ou de um deles na
falta do outro, mediante instrumento publico, independentemente de
homologação judicial, ou por sentença do juiz ouvindo o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos; II – pelo casamento; III – pelo exercício de emprego
publico efetivo; IV – pela colação de grau em curso de ensino superior; V – pelo
estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,
desde que em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha
economia própria.”
Modos de obtenção da capacidade de fato:
• Casamento: em qualquer idade antes dos dezoito, os casados
obterão a capacidade de fato, mesmo que se separem logo a seguir,
ou um deles venha a falecer, não terão a capacidade de fato
cassada;
• Emancipação: quando o pai ou a mãe vão ate o tabelionato e
declaram que querem emancipar seu filho ou filha maior de
dezesseis anos. O tabelião redige a declaração em papel, e em seu
nome garante a autenticidade do documento, que se torna
instrumento publico, e é averbado no assento de nascimento
daquela criança.
• Pelo exercício de emprego publico efetivo: no momento em que um
menor toma posse em um emprego publico efetivo, a plena
capacidade civil, não esta mais sujeito ao pátrio poder. E seus pais
não são mais responsáveis por seus atos. É difícil de conseguir a
capacidade de fato por funcionalismo, porque a maioria dos
concursos exige que o candidato tenha dezoito anos ou mais.
• Pela colação de grau em curso de ensino superior: embora tal
preceito, corresponde a absoluta justiça, é hoje de certo modo
obsoleto, sendo praticamente impossível juridicamente, alguém
graduar-se de fato antes dos dezoito anos, com os ensinos
fundamental e médio durando onze anos e o ensino superior no
mínimo três.
• Pelo estabelecimento civil ou comercial, com economia própria: a
iniciativa do menor nesse sentido revela maturidade adequada para
obter a Capacidade de fato. Pois tem ele também a necessidade de
fazer negócios, e quem daria créditos a alguém que ainda não
pudesse fazer (assim seria se ele não tivesse a capacidade de fato
ainda). E ainda o menor que já trabalha e se sustenta, deixa de
depender exclusivamente dos pais.
Enquanto a pessoa natural não tem capacidade de fato, ela é representada
pelo pai ou pela mãe, no caso de falta dos dois o juiz nomeia um tutor (só tem
tutor quem não tem pai e mãe. O tutor é para menores de idade. O curador é que
representa aqueles que tiveram a Capacidade de Fato cassada).

Tipos de representação (atuar, agir em nome de outro), formas de


suprimento da incapacidade:

Representação Stricto sensu Absolutamente Incapaz

Assistência Relativamente Incapaz


Representação
Lato sensu Tutela
Ou Para aquele que teve cassada a
Cap. De Fato.
Curatela
Contrato pelo qual uma pessoa da
autorização a outra
Mandato para agir em seu nome. Ex.:
Advogado/Cliente.

Classificação das pessoas naturais ou físicas:

Nascimento 16 anos 18 anos

Absolutamente Incapazes Relativamente Capazes


Incapazes
Representados Podem vir a perder
a sua Capacidade de Fato
Assistidos

• Absolutamente Incapazes:
Redação: “Art.3°. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente
atos da vida civil: I – os menores de dezesseis anos; II – os, que por enfermidade
ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática
desses atos; III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua
vontade.
“... menores de dezesseis anos.”: a lei entende que o ser humano, ate
atingir essa idade, não alcançou ainda o discernimento para distinguir o que lhe
convém ou não, impedindo que atue pessoalmente na vida jurídica. É
representado pelo pai ou pela mãe, no caso de falta dos dois, por um tutor
nomeado pelo juiz.
“... enfermidade ou deficiência mental.”: incluem-se todos aqueles que por
defeito psíquico, não podem reger a sua pessoa e seus bens. Mas para um
deficiente mental ou enfermo ser incluído no rol dos absolutamente incapazes,
um processo de interdição deve ser aberto pela pessoa interessada, onde se
supre a incapacidade com uma representação de curatela. O juiz nomeia um
curador para ser o representante do deficiente.
“Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a sua
vontade.”: como no caso acima, uma pessoa da família ou amigo entra na justiça
com um processo de interdição, e o juiz nomeara alguém para ser o curador
dessa pessoa, ate que ela volte ao seu estado normal.
• Relativamente Incapazes: são assistidos. Participam de alguns atos da
vida civil, acompanhados, e podem dar a sua opinião.
Redação: “Art.4°. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à
maneira de os exercer: I – os maiores de dezesseis anos, e os menores de
dezoito; II – os ébrios naturais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência
mental tenha o discernimento mental reduzido; III – os excepcionais, sem
desenvolvimento mental completo; IV – os pródigos.”
“Os maiores de dezesseis, e menores de dezoito anos.”: a lei, neste caso,
admite que o indivíduo já tenha atingido certo grau de desenvolvimento
intelectual, que, se não basta para dar-lhe o inteiro discernimento de tudo que
lhe convém nos negócios, chega, entretanto, pra possibilitar-lhe atuar,
pessoalmente na vida jurídica.
Nos demais casos, dos que tem discernimento reduzido, os excepcionais e
os pródigos, alguém da família ou amigo, deve entrar na justiça com uma aça de
interdição parcial. Nesse caso a pessoa não é proibida de fazer tudo, apenas de
fechar negócios e de tomar decisões importantes, nos quais ela é acompanha por
um curador que o juiz nomeia.
• Capazes: Aos dezoito anos completos, acaba a menoridade, ficando
habilitado o indivíduo para todos os atos da vida civil. Quando um
deficiente mental atinge a maioridade, sua Capacidade de Fato deve ser
cassada total ou parcialmente, dependendo do grau da doença, porque
a sua vontade não e confiável. Ai vem à ação de interdição e a
nomeação de um curador para ela.
A personalidade que o individuo adquire ao nascer com vida, termina com
a sua morte. No instante me que expira, cessa sua aptidão para se titular de
direitos, e seus bens se transmitem aos seus herdeiros. O desaparecimento ou a
ausência, depois de certo tempo tem os mesmos efeitos que a morte. Código
Civil do Art.6°. ao Art.8°.
Redação: “Art.6°. A existência da pessoa natural termina com a morte;
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a
abertura de sucessão definitiva.” “Art.7°. Pode ser decretada a morte presumida,
sem decretação de ausência: I – as for extremamente provável a morte de quem
estava em perigo de vida; II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito
prisioneiro, não for encontrado ate dois após o termino da guerra. Parágrafo
único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente pode ser
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença
fixar a data provável do falecimento.” “Art.8°. Se dois ou mais indivíduos
falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.”

Pessoas Jurídicas: são conjuntos de pessoas ou de bens, aos quais o direito


empresta personalidade jurídica, e ao contrario do que acontece com as pessoas
naturais a ordem jurídica disciplina o surgimento desses grupos, que atuam na
vida jurídica com personalidade diversa daquela das pessoas que a compõe. Ex.:
um contrato entre o Banco do Brasil e a Santa Casa de Misericórdia, ambos são
pessoas jurídicas, formadas pela junção de varias pessoas naturais.
Características das pessoas jurídicas:
• Capacidade de direito e de fato, própria;
• Existência de uma estrutura organizativa artificial;
• Os seus membros possuem objetivos comuns;
• Possue patrimônio próprio e independente do de seus membros;
• Seus atos constitutivos são registrados nas repartições competentes.
A formação da pessoa jurídica exige elementos de ordem material,
basicamente, uma pluralidade de pessoas, um conjunto de bens, e uma
finalidade especifica, e elementos de ordem formal, que são um estatuto e um
registro em órgão competente.
As pessoas jurídicas são classificadas em:
• Pessoas Jurídicas de Direito Privado: se constituem de acordo com
objetivos específicos de seus membros. Podem ser divididas em:
➢ Associações: Redação: “Art.53. Constituem-se as associações
pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.” A Constituição Federal garante a liberdade de
associação para fins lícitos (CF. Art.5°. XVII), liberdade essa que
se concretiza na criação das pessoas jurídicas denominadas
associações, que são formadas para a realização de fins não
lucrativos. Caracterizam-se pelo seu aspecto eminentemente
pessoal (Universitas personarum), e tem origem romana. Não há
entre os componentes das associações, direitos e obrigações
recíprocas. Também não há intenção de dividir resultados, sendo
os objetivos altruísticos, científicos, artísticos, beneficentes,
religiosos, educativos, políticos, culturais, esportivos ou
recreativos;
➢ Sociedades: Redação: “Art.62. Para criar uma fundação, o seu
instituidor fará, por escritura publica ou testamento, dotação
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser a maneira de administrá-la. Parágrafo
Único: a fundação somente poderá constituir-se para fins
religiosos, morais, culturais ou de assistência.” São formadas por
duas ou mais pessoas naturais que reúnem bens ou serviços para
o exercício de atividades econômicas e partilha de resultados.
Seu objetivo é sempre de natureza lucrativa, visa sempre o lucro.
Como as associações caracterizam-se pelo elemento pessoal, mas
diferenciam-se em vários aspectos. Enquanto a sociedade tem
fins econômicos, a associação tem fins ideais; por isso, na
constituição da sociedade é necessário um patrimônio, enquanto
nas sociedades não o é. Por outro lado, nas associações, as
normas que as regem, de habito, são cogentes, enquanto nas
sociedades, quase sempre dispositivas; nas sociedades existem
direitos e obrigações recíprocos, o que não ocorre nas
associações; e somente as associações podem ser reconhecidas
como de utilidade publica. As sociedades dividem-se em civis e
mercantis. Civis quando seus fins não se realizam pelo exercício
do comercio, como, por exemplo, as que se constituem para o
exercício de certas profissões, para o uso de uma coisa, etc.
Mercantis quando a atividade econômica se desenvolve pelo
exercício do comercio. Em uma sociedade com apenas dois sócios
e um deles morrer , o sócio sobrevivente tem seis meses para
encontrar outro sócio (Subsidiaria Integral), caso contrario a
sociedade termina.
➢ Fundações: fundação é um complexo de bens que assume a
forma de pessoa jurídica para a realização de um fim de interesse
publico, de modo permanente e estável. Decorre da vontade de
uma pessoa, o instituidor (não possui sócios) e seus fins, de
natureza religiosa, moral, cultural, ou assistencial são imutáveis.
Sendo produto de uma liberalidade, os credores ou herdeiros do
instituidor podem anulá-la se lesiva aos seus interesses. Seu
funcionamento é fiscalizado pelo Ministério Publico. As fundações
podem ser instituídas por particulares ou pelo Estado e, neste
caso, não perdem a sua natureza privada.
• Pessoas Jurídicas de Direito Publico: estas por sua vez se
dividem em:
➢ Pessoas Jurídicas de Direito Publico Externo: são os Estados da
comunidade Internacional, como a Santa Sé, as organizações
internacionais, como a ONU, FMI, GATT, BIRD, FAO, UNESCO,
OMS, e etc.
➢ Pessoas Jurídicas de Direito Publico Interno: a União, os Estados, o
Distrito Federal, os Municípios, os Territórios, e as autarquias. A
União é o nome por que se designa a pessoa jurídica de direito
publico que é o Brasil, a República Federativa do Brasil formada
pela união indissolúvel, dos Estados, e Municípios, e do Distrito
Federal. Significa isso que os estados brasileiros não são
independentes, tem autonomia, isto é, capacidade de
autogoverno, mas não tem soberania. Os Estados são as unidades
federadas que formam a União. Distrito Federal é a sede do
governo federal, não tendo autonomia, mas exercendo funções
próprias dos estados e municípios. Os municípios são entidades
territoriais, cidades ou vilas com liberdade de autogoverno
(autonomia política, administrativa, e financeira), dentro dos
limites constitucionais. Seu objetivo é a realização de interesses
locais.
Obs.: A personalidade da pessoa jurídica, não se confunde com a
personalidade das pessoas naturais que a compõe. O acionista de uma
organização bancaria não se confunde com esta, o sócio tem personalidade
diferente da associação ou sociedade. Assim no caso de divida da sociedade,
estas não são dividas dos seus sócios. Quando as dividas de uma sociedade são
decorrentes de uma fraude a justiça ordena a desconsideração da pessoa
jurídica.

Civis
SOCIEDAD
Mercantis
DE DIREITO
PRIVADO ASSOCIAÇ

PESSOA
FUNDAÇÕE
JURIDICA

União
DE DIREITO INTERNO
Cada um dos estados
PUBLICO
Cada um dos municípios

Cada um dos estados estrangeiros


EXTERNO reconhecidos no país.
Organizações reconhecidas (ONU, etc.)

TEORIA DO OBJETO DA RELAÇÃO JURÍDICA

Relação jurídica é o vinculo entre pessoas com referencia, nexo a um


objeto.
O Objeto da Relação Jurídica pode ser constituído por uma ou mais coisas
ou bens, ambas as expressões não se distinguem na linguagem jurídica, são
sinônimas, usadas indistintamente. Os termos coisa ou bem são polissêmicos,
isto é abrangem tanto o que é corpóreo, quanto o que é incorpóreo, o que é
material e o que é imaterial, o que é tangível e o que é intangível.
Quase tudo no mundo pode ser objeto da uma relação jurídica, tornando
mais fácil se fazer uma lista do que não pode ser objeto de uma relação jurídica:
• A pessoa que pelo seu próprio conceito é titular de direitos, não é
referencia de um direito, pois pessoa tem personalidade, a não ser que
se trate em partes como a honra, daí sim pode vir a ser objeto de uma
relação jurídica. O corpo humano também não pode vir a ser objeto de
uma relação jurídica, exceto que seja também em partes como a doação
de rins, ou depois de morto, um cadáver pode vir a ser objeto de uma
relação jurídica;
• As coisas incomensuráveis: são aquelas que o homem comum não pode
medir (mesmo que a ciência possa). Ex.: o homem comum não pode
medir o ar atmosférico como um todo, ou os oceanos como um todo,
portanto estes não podem ser objetos da relação jurídica. Exceto pelo
fato de porções limitadas destes (ex.: uma garrafa com água do mar.)
que podem ser objetos de uma relação jurídica;
• Coisas muito pequenas (ex.: um grão de areia.). Mas há casos como, por
exemplo, um cientista que descobre um átomo novo, este pode vir a ser
objeto de uma relação jurídica;
• As coisas inalcançáveis: os planetas, os astros em geral não podem ser
objetos de uma relação jurídica.
O que pode ser objeto de uma relação jurídica: tudo aquilo que se pode
submeter ao poder dos sujeitos de direito, como instrumento de realização de
suas finalidades jurídicas. Os principais seriam:
• Coisas materiais (corpóreas) ou imateriais (incorpóreas);
• Comportamentos humanos. Ex.: prestação (pagar o dinheiro que pegou
emprestado de outro);
• As habilidades, um clube não compra um jogador de futebol, compra as
habilidades dele;
• Partes renováveis do corpo humano como cabelo e unha;
• Ate alguns órgãos, como os rins que podem ser doados, não vendidos,
em certas condições;
• Partes da personalidade: honra, nome, e etc.
• Outros direitos do direito podem vir a ser objeto da relação jurídica. Ex.:
João era proprietário de um imóvel e o alugou a Pedro. João em outra
relação esta devendo uma quantia em dinheiro de um empréstimo que
fez junto a Carolíngio. Para pagar o determinado empréstimo ele sede o
direito de receber o aluguel a Carolíngio, que a partir desta data e por
um determinado período tornou-se titular do direito de João.
As coisas no mundo que podem ser objetos de relação jurídica são
inúmeras. A finalidade do direito é dar conseqüência a determinados
comportamentos.
Enquanto não se leve uma coisa do mundo real ao mundo jurídico esta é
res nullius, ou seja, coisa nenhuma.
É impossível que o Direito tenha uma regra para cada coisa que se diz
comum, ele vai agrupá-las determinando causas e conseqüências. Os bens, que
são os formadores do objeto da relação jurídica, são agrupados de acordo com
suas semelhanças, a sua natureza, a relação com outros bens, a pessoa do
respectivo titular, e a possibilidade de comercialização, a classificação usada
atualmente vem desde Napoleão.
Classificação das coisas do mundo:

Considerados em si mesmos;
BENS Considerados reciprocamente;
Considerados quanto à titularidade.
Obs.: Inalienabilidade: em principio todos os bens podem ser apropriados e
alienados, há, entretanto importantes exceções: como no caso dos bens públicos,
onde a inalienabilidade é objetiva e declarada por lei; Impenhorabilidade: bens
que não podem ser penhorados; Incomunicabilidade: é uma clausula de
testamento, onde o pai que deixa a terra para o seu filho, mas quando este se
casar, independente do regime de bens o cônjuge não tem direito a nada.
Coisas Simples e Coisas Compostas: entende-se por coisas simples tudo
aquilo em que quando visto não se identificam as partes integrantes. Ex.: quando
eu vejo um cavalo, vejo apenas um animal, nada alem disso, com uma arvore é a
mesma coisa. Coisas Compostas: são aquelas em que se podem identificar
nitidamente as partes integrantes. Ex.: um Bem imóvel, eu posso identificar com
clareza o solo, a casa (esta não é coisa, é parte do bem imóvel que é a coisa), as
arvores, o espaço aéreo. Tamanho não é critério para diferenciar coisas simples
de coisas compostas.
Partes Integrantes e Partes Componentes: partes integrantes definem-se
como aquilo que eu posso distinguir em determinada coisa. Ex.: quando eu
diferencio a casa no bem imóvel. Partes componentes não podem ser
distinguidas. Ex.: em uma xícara de café eu não posso diferenciar o leite do café.
Acessão: A acessão é o fato jurídico stricto sensu que se caracteriza pela
união permanente de duas ou mais coisas formando um todo indissociável.
Então, no suporte do fato jurídico denominado acessão, estão presentes: duas
(ou mais) coisas, a união dessas coisas e a permanência dessa união. Na acessão
está presente a idéia de aderência permanente, a união inseparável de duas ou
mais coisas. Dessa união resulta que a separação traria dano, fratura,
modificação ou destruição de uma das coisas. Pela acessão, as coisas unidas
deixam de ser coisas para passarem a ser partes de uma só coisa. Isso é
importante que se fixe: pela acessão, as duas (ou mais) coisas tornam-se uma só
(pelo que não pode haver coisa principal e coisa acessória). A acessão tem o seu
oposto na discessão (decessio) ou distração, com o significado de separação ou
dissociação. A discessão das partes acedidas acarreta prejuízo, dano ou
deterioração. O edifício construído - aderido fisicamente ao solo - torna-se, com o
solo, uma só coisa; a árvore - não destinada ao corte - aderida ao solo torna-se
com este uma só coisa; a ilha fluvial que apareceu naturalmente no rio é um só
imóvel com o prédio a que adere. Não é o caso dos frutos naturais, por exemplo,
que podem ser destacados, sem que haja deterioração quer da coisa principal, o
solo com a árvore quer da coisa acessória, a fruta; não é o caso dos frutos civis
(rendimentos) que nada afetam a qualidade jurídica da coisa principal, o capital,
por exemplo, quando destacados; não é o caso, ainda, das benfeitorias que
sendo despesas (impensae) podem ser separadas (pela titularidade) do bem
principal pela vontade das partes ou da lei. O que o Direito faz, pelo fato jurídico
da acessão, é precisamente manter essa unificação (unidade e unicidade) da
coisa que aderiu a outra e que não podem separar-se sem deterioração de uma
delas. Se as coisas unidas não têm, originariamente, o mesmo proprietário, a lei
dá várias soluções, mas nenhuma delas faz retornar aquele bem uno e único a
ser mais que um. Acessão não é a coisa, repetimos, é o fato jurídico da união
inseparável: a construção torna-se com o solo uma só coisa pelo fenômeno
jurídico da acessão porque aderiu física e juridicamente; assim como se diz que
não há acessão (união) quando a construção não tem caráter de permanência,
de definitividade, como, por exemplo, "as construções ligeiras, que se levantam
no solo ou se ligam a edifícios permanentes, e que se destinam à remoção ou
retirada, como as barracas de feira, os pavilhões de circos, os parques de
diversões que se prendem ao chão por estacas, mas que para própria utilização
devem ser retirados e conduzidos para outro local”. Acessão é, portanto, um
evento relevante para o Direito sobre o qual incide a norma jurídica. Esta pode
ser construída nos seguintes termos: se e quando se verifica a união inseparável,
com caráter de permanência, de duas (ou mais) coisas, o proprietário de uma
das coisas torna-se proprietário do todo.
Outras formas de acessão (de bens moveis):
➢ Especificação: se da mediante a transformação de matéria prima em
espécie nova pelo especificador. A espécie nova não poderá retornar
ao seu estado primitivo, pois a ação humana porta definitividade. O
problema da especificação consiste em saber a quem pertence a
propriedade da coisa nova. A boa-fé ou a má-fé do especificador
será fundamental a elucidação do caso concreto, de acordo com os
artigos 1269 a 1271 do Código Civil. Redação: “Art.1269. Aquele
que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie
nova, desta será proprietário, se não se puder restituir a forma
anterior.” “Art.1270. Se toda matéria for alheia, e não se puder
reduzir a forma precedente, será do especificador de boa-fé a
espécie nova. §1. ° Sendo praticável a redução, ou quando
impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé, pertencera ao
dono da matéria-prima. § 2. °Em qualquer caso, inclusive da pintura
em relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho
gráfico em relação à matéria prima, a espécie nova será do
especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da
matéria prima.” “Art.1271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos
artigos 1269 e 1270, se ressarcira o dano que sofreram, menos ao
especificador de má-fé, no caso do §1. ° do artigo antecedente,
quando irredutível a especificação.” Ex.: madeira em estatua, bloco
de folhas em livro e etc.
➢ Comistão: é a mistura de coisas secas ou solidas, pertencentes a
diferentes donos, sem que possam ser reparadas e sem que se
produza coisa nova, mantendo-se a natureza originaria das mesmas.
Ex.: café de duas qualidades;
➢ Adjunção: trata da justaposição da coisa solida a outra, de tal modo
que não possam mais ser separadas sem a deterioração do bem.
Ex.: anel de brilhantes;
➢ Confusão: diz respeito à mistura de duas coisas liquidas de
diferentes pessoas, nas mesmas condições. Ex.: vinhos de duas
espécies.

Bens considerados em si mesmos: podem ser classificados em:


• Bens Móveis e Imóveis: Encarando os bens em si mesmos, e tendo em
vista o fato de serem ou não suscetíveis de se mover, o legislador
distingue os bens moveis e imóveis, sendo inadmitida a modificação de
seu regime jurídico pelo exercício da vontade particular.

Imóveis
Bens Considerados Bens fungíveis e infungíveis
em si mesmos Bens consumíveis e Bens inconsumíveis
Moveis Bens deterioráveis e Bens duráveis
Bens de produção, Bens de uso, Bens de
consumo
Bens divisíveis e Bens indivisíveis
Bens singulares e Bens coletivos

➢ O Código Civil traz em relação aos bens imóveis, a seguinte


redação: “Art.79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe
incorporar natural ou artificialmente.” O solo é o único bem
imóvel por natureza, com sua superfície, acessões e adjacências
naturais, ou seja, o solo e tudo quanto se lhe incorpora mediante
coesão orgânica, como os minerais e as arvores. O solo também
pode ter incorporado a ele edifícios e construções, por efeito do
trabalho do homem, são estas as acessões físicas. “Art.80.
Consideram-se imóveis para todos os efeitos: I – os direitos reais
sobre imóveis e as ações que os asseguram; II – o direito a
sucessão aberta.” O Art.81 trata dos bens imóveis por disposição
legal, sendo estes bens incorpóreos. Ex.: os direitos imobiliários e
as respectivas ações, o direito a sucessão aberta.
Obs.: no direito a sucessão a aberta, se encontra em suas fases a
diferença entre as três partes do direito: no momento da morte,
os bens do morto ou suas dividas se sucedem aos seus herdeiros
e legatários (por testamento), e assim se tornam proprietários
destes (SEASINE), ainda sem saber quem é dono de que, ou seja,
todos são donos de tudo, tem o direito subjetivo sob os bens
adquiridos. Quando ocorre a partilha, os bens são divididos e cada
novo proprietário tem então seu direito consumado. Enquanto o
pai estava vivo, os filhos têm sob a herança um direito potencial,
esperam herdar algo. Se receberem sua herança com o pai ainda
vivo, diz-se no mundo do direito que o pai doou em vida seus
bens aos filhos. Se alguém quiser ceder ou transferir seus direitos
hereditários deve ser através de escritura publica.
“Art.81. Não perdem o caráter de imóveis: I – as edificações que,
separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem
removidas para outro local; II – os materiais provisoriamente
separados de um prédio, para que nele se reempreguem. O fato
de uma coisa estar separada do bem não faz perder o Carter de
imóvel. Ex.: o dono de uma casa manda para o concerto uma
janela estragada, e antes desta ficar pronta, o dono vende a casa.
O novo dono terá direito aquela janela porque faz parte do bem
imóvel. Outro no caso de uma garagem que foi desmanchada e
serão utilizados os mesmos materiais para reconstruí-la.
Obs.: As partes integrantes de um imóvel: um bem imóvel terá sempre, como partes
integrantes essenciais, o terreno (o solo delimitado, ou superfície), o espaço aéreo, e o
subsolo aproveitado, pelo menos. Construções (casas, edifícios, muros, cercas), plantas
(arvores, arbustos, jardins, cercas vivas) desde que permanentes, constituem-se também
em partes integrantes do bem imóvel. São partes do bem, não são coisas. Coisas eram os
tijolos, as pedras, a areia, o cimento, o ferro, as telhas, as mudas de arvores ou de flores,
por exemplo, antes da fixação ordenada: empregando-se na construção ou no jardim,
passando a serem partes do bem imóvel. Portanto se não são coisas, não podem ser bens
acessórios, porque se acessórios fossem poderiam se separar da coisa principal, ou
poderiam ter titularidades diferentes.
➢ Bens móveis são todos os bens que não estão ligados ao imóvel
por acessão. De acordo com o Código Civil são bens moveis.
Redação: “Art.82. São moveis os bens suscetíveis de movimento
próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da sua
substancia ou da destinação econômico-social.”Ex.: animais,
plantações temporárias (soja, milho, etc.), árvores para corte,
pomares que de tempos em tempos são substituídos, e etc. os
bens moveis com movimento próprio são denominados
semoventes e os outros são coisas inanimadas, estes pertencem
aos bens moveis por sua natureza, no entanto há também os
bens moveis porá efeito legal. Redação: “Art.83. Consideram-se
bens moveis para efeito legal: I – as energias que tenham valor
econômico; II – os direitos reais sobre objetos móveis e ações
correspondentes; III – os direitos pessoais de caráter patrimonial
e respectivas ações.”ex.: o penhor sobre jóias é um exemplo de
direito real sobre bens moveis, já os direitos pessoais de caráter
patrimonial são representados pelos direitos obrigacionais. São
ainda moveis os materiais destinados a uma construção enquanto
ainda não utilizados, e os decorrentes da demolição de um prédio
conforme o Art.84 do Código Civil.
Diferentes classificações dos bens móveis:
Bens Fungíveis e Bens Infungíveis: fungíveis são os bens suscetíveis de
substituição por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, que não
provoquem alterações na relação jurídica. Ex.: feijão, soja, cacau, dinheiro, e etc.
Infungíveis, são os bens moveis que são insubstituíveis. Ex.: depositei o meu
primeiro salário no banco, e por alguma superstição desejo receber as mesmas
notas de volta quando for retirar o dinheiro, ou seja, nesse caso o dinheiro se
tornou um bem infungível. Mas como saber a diferença? Para classificar um bem
como fungível ou infungível é preciso sempre analisar a relação jurídica a que ele
pertence. A fungibilidade não é propriedade natural da coisa, mas qualidade
alterável pela vontade do homem, conforme, o fim que tenha em mira ao formar
a relação jurídica.
De acordo com a fungibilidade:
Regular (infungível)
O deposito pode ser
Irregular (fungível)

Comodato (quando é de coisa infungível ou


imóvel)
O empréstimo pode ser
Mútuo (fungível)

Redação: “Art.85. São fungíveis os moveis que podem substituir-se por


outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.”
Bens consumíveis e Bens inconsumíveis: o que faz um bem ser consumível
ou não é a sua utilização. São consumíveis os bens cuja existência termina no
primeiro uso, perde a sua substancia, deixando de ser o que é. Ex.: cenoura ao
ser ingerida, um livro depois de vendido, e etc. Inconsumíveis são os bens que o
seu uso não implica na sua extinção, ou desaparecimento, são as coisas que
suportam o uso continuado, repetido. Ex.: um livro.
Redação: “Art.86. São consumíveis os bens moveis cujo uso importa
destruição imediata da própria substancia, sendo também considerados tais os
destinados a alienação.”
Bens deterioráveis e bens duráveis: consideram-se deterioráveis as coisas
que passam por um processo de perecimento progressivo pelo seu uso ou pelo
decurso de tempo. Duráveis são aqueles bens que não são destruídos pelo
simples uso normal. Ex: aparelhos eletrodomésticos, computadores e etc.
Bens de uso, bens de consumo, e bens de produção: bens de produção são
aqueles com a destinação de produzir algo. Ex.: a terra, as águas, as floretas, as
minas, os combustíveis, as energias, as usinas, as fabricas, a navegação, a
maquinaria industrial e agrícola, e etc. Bens de uso são
Bens divisíveis e bens indivisíveis: Redação: “Art.87. Bens divisíveis são os
que se podem fracionar sem alteração na sua substancia, diminuição
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.” “Art.88. Os bens
naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou
por vontade das partes.” Os bens divisíveis são as coisas que se pode fracionar
ou partilhar, sem que haja perda de substancia, desde que nenhuma lei,
convenção ou a natureza proíba. Denominam-se indivisíveis as coisas que não
podem ser fracionados ou partilhados, quer por sua natureza, por disposição da
lei ou convenção. Os bens indivisíveis podem ser: a) Indivisíveis por substancia.
Ex.: mesa; b) Indivisíveis por lei: a lei proíbe a sua divisão. Ex.: em Passo Fundo a
lei proíbe a existência de terreno com menos de 10 metros de testada. Portanto
um terreno de 12 metros, não pode ser dividido em dois de 6 metros.
Semelhante é a lei que estipula a fração mínima de parcelamento de imóveis
rurais em dois hectares, tornando impossível, por exemplo, a partilha de um
pedaço de terra de dez hectares entre seis irmãos que o receberam de herança.
Estes terão de partilhar a terra, e viver em regime de condomínio.
Obs.: a convenção também torna terrenos indivisíveis. Ex.: um pai pode deixar
em testamento ou doar em vida uma fazenda aos filhos, com o caráter de
indivisibilidade, e os irmãos deverão mante-la assim por no mínimo cinco anos,
pra poder dividi-la entre eles. Outra clausula do testamento pode ser a
incomunicabilidade: os filhos podem se casar com qualquer regime de bens, mas
quando eles tiverem sua herança, essas terras não passaram ao cônjuge.
Somente interessa se um bem é indivisível ou indivisível quando nos
temos na relação jurídica mais que um titular de direito subjetivo.
T+T T

LIVR
O

Bens singulares e bens coletivos: na venda de um enxame de abelhas,


quantas abelhas o apicultor deve entregar? Quando o objeto da relação jurídica é
um enxame, dizemos que é um bem coletivo, ou universalidade de fato, que é
um conjunto de bens da mesma espécie que o direito considera como uma coisa
só, ou seja, considera como um todo. Ex.: uma vara de porcos, um enxame, um
cardume. Vender uma vara de porcos não é a mesma coisa que vender 38
porcos.
A diferença entre universalidade de fato e universalidade de direito, apesar
de a lei considerar ambas como um conjunto de bens, uma coisa só, esta no fato
de que na primeira todos os bens são da mesma espécie, ao contrario da
segunda que são de espécies, de naturezas diferentes, mas que para o direito se
considera como uma coisa só (herança, massa falida, patrimônio, fundo de
negocio).
Jose vende 20 ovelhas de sua fazenda Santa Helena para Marcio, e um
rebanho de ovelhas da fazenda Santa Hermenêutica para Flavio. Ocorreu uma
tempestade na noite anterior a Jose entregar as ovelhas para ambos restou
apenas duas ovelhas do rebanho, e duas daquelas 20 que foram prometidas a
Marcio. Quanto à venda do rebanho que é um bem coletivo, uma coisa só, sem
numero determinado, não haverá problemas, pois Jose vendeu um rebanho e
duas ovelhas ainda formam um rebanho. Em relação às 20 prometidas a Marcio,
Jose terá prejuízo, pois se trata de um bem singular, tem um numero
determinado de elementos, e ele terá que arcar com as 18 ovelhas que faltam.
Redação: “Art.89. São singulares os bens que, embora reunidos, se
consideram per si, independentemente dos demais.” “Art.90. Constitui
universalidade de fato a pluralidade dos bens singulares que, pertinentes à
mesma pessoa, tenham destinação única. Parágrafo Único: os bens que formam
essa universalidade podem ser objetos de relações jurídicas próprias.” “Art.91.
Constitui universalidade de direito o complexo das relações jurídicas, de uma
pessoa, dotadas de valor econômico.

Bens considerados reciprocamente: é preciso se ter dois bens como


objeto da relação jurídica, com um nexo de causal, natural, econômico ou jurídico
entre eles, ou seja, alguma espécie de relação entre os bens, mas que nem
sempre é jurídica. O objeto da relação jurídica é composto por duas partes: o
Bem Principal e o Bem Acessório. A própria denominação desses bens (bens
considerados reciprocamente) já pressupõe a existência de duas coisas, a
reciprocidade pressupõe duas coisas no mínimo, e que haja entre elas uma
relação ou vinculo de dois sentidos. Por outras palavras, não há bem principal
sem que haja, pelo menos, um bem acessório em relação ao qual aquele outro é
considerado, no objeto da relação jurídica, o principal; assim como, não há bem
acessório que não pressuponha a existência de um bem principal ao qual se
subordina juridicamente. Em suma, não há principal sem acessório, nem
acessório sem principal. “Art.92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata
ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.”
Enquanto o bem principal e os bens que lhe são acessórios pertencem ao mesmo
proprietário, não tem sentido classificá-las, apenas no momento em que passam
a fazer parte de um negocio jurídico de transmissão. A principal característica da
coisa acessória é a possibilidade de não acompanhar ou não a coisa principal,
através de uma declaração de vontade, ou seja, é a declaração de vontade que
pode ou não manter a reciprocidade que exista no mundo real ou que preexista
por disposição negocial ou imposição legal.
Acompanhar significa seguir, não precisa ser fisicamente, mas receber o
mesmo tratamento jurídico, exceto se houver disposição ao contrario. Ex.: Mauro
compra uma ovelha de João, e quando vai buscá-la a recebe tosquiada, de
acordo com as regras dos bens considerados reciprocamente, a lã (bem
acessório) deveria seguir a ovelha (bem principal). Como não houve nenhuma
disposição com relação a isso no contrato acima, Mauro tem direito a lã. Pois o
bem acessório segue sempre o principal exceto se houver disposição ao
contrario.
Bens principais: critérios usados para diferenciar o bem principal do
acessório:
➢ Pelo valor econômico: sendo principal o de maior valor;
➢ Pelo tamanho ou grandeza: sendo principal a maior;
➢ Pela complementaridade, pela adição ou pela superposição, na
medida em que a coisa principal vem se juntar à acessória;
➢ Pelas presunções da lei: a lei em alguns casos soluciona a
questão, determinando qual é o bem que deve ser considerado
principal;
➢ Pela ordem de prioridade ou anterioridade no tempo.
As propostas são, portanto diversas, com preponderância do critério
econômico.
Bens acessórios: Classificação dos bens acessórios:

Naturais
Frutos Artificiais
Civis

Produtos
Bens acessórios Necessárias (para conservação)
Benfeitorias Úteis (para melhorar)
Voluptuárias (por mero capricho, para
embelezar)
Pertenças

Convencionais

Frutos: são os bens acessórios que derivam da coisa principal, e se


constituem de uma vantagem periódica ou sazonal. Ex.: a produção de uma
fabrica, o leite em relação à vaca, a laranja em relação à laranjeira, os juros e
etc., todos estes bens acessórios se separam da coisa principal sem causar
danos. Os frutos dividem-se em: Naturais: são os que se renovam
periodicamente, em virtude da força orgânica, natural da própria coisa, como as
crias dos animais, as frutas das arvores, e etc.; Artificiais: se renovam
periodicamente devido à intervenção do homem sobre a natureza, como a
produção de uma fabrica; Civis: são rendas, frutos, provenientes da utilização da
coisa frutífera, como os juros da caderneta de poupança.
Produtos: são os bens acessórios que se derivam da coisa principal, sem
periodicidade, devido à ação do homem sobre a natureza. Ex.: os minérios em
relação à mina e etc.;
Benfeitorias: são despesas realizadas em função de uma coisa, por causa
de uma coisa já existente. Denomina-se benfeitoria a despesa realizada e não,
propriamente, o que é feito com essa despesa. . Muitos juristas dão, com
propriedade, o conceito de benfeitoria como sendo a despesa ou obra feita na
coisa principal, mas, no conceito, a palavra obra aparece no sentido erudito ou
clássico de trabalho, e não na acepção de construção ou edificação. A polissemia
ou ambigüidade que a palavra obra encerra atualmente tem levado alguns
autores a equivocadas concepções de benfeitoria, como aquelas que consideram
uma edificação como benfeitoria do terreno em que está implantada. Diz-se
benfeitoria a despesa realizada para conservar, melhorar ou embelezar uma
coisa já existente e que, com esta, tem uma relação de acessoriedade. As
benfeitorias distinguem-se dos demais acessórios, porque elas supõem uma
construção já existente, uma plantação já feita, servindo para conservação ou
melhoramento da coisa principal, ou de recreio ou deleite das pessoas que dela
se utilizam. Quando limitamos o conceito de benfeitoria ao de despesa, temos
em mira solucionar, desde logo, alguns problemas que se levantam quando, a
nosso ver erroneamente, se a considera o melhoramento em si mesmo.
Dissemos que as coisas acessórias o são porque podem ser separadas daquela
considerada principal e, sendo a benfeitoria coisa acessória, deve, em princípio,
seguir tal regra. Se considerarmos a benfeitoria o próprio melhoramento, não há
como, fisicamente, a maior parte das vezes, separar, sem estrago, o
melhoramento introduzido da coisa principal. E, aí, ou se abre exceção à regra
das coisas acessórias ou, como Orlando Gomes, abaixo citado, constrói-se um
pensamento rebuscado de difícil aceitação.
Acontece, porém, que as benfeitorias, via de regra, aderem à coisa principal
por forma que se torna impossível ou extremamente dificultoso separá-las.
Outras, que, materialmente, comportariam separação, não podem ser levantadas
sem detrimento da coisa. Apenas algumas suportam retiradas sem perda do
valor próprio e sem sacrifício do bem principal.
Nestas condições, o direito do possuidor aos melhoramentos introduzidos
na coisa muda qualitativamente de conteúdo, quando obrigado a restituí-la.
Converte-se, necessariamente, em direito ao valor da benfeitoria. Não podendo
conservar a coisa acessória, quando absorvida pela principal, o possuidor fará jus
ao equivalente em dinheiro.
Mas a separação é jurídica (não é física ou material): separa-se pela
titularidade, ficando a coisa principal no objeto de uma relação jurídica diferente
da relação jurídica em que fica a coisa acessória, deixando ambas de ter essa
classificação pela extinção da reciprocidade.
Obs.: A benfeitoria pode não seguir o bem principal? Na linha de
pensamento que se defende, o possuidor de coisa alheia tem direito ao
equivalente em dinheiro porque benfeitoria é gasto de dinheiro ou de trabalho,
pensamento, aliás, na linha do direito romano que a designava por impensa, ou
seja, precisamente, despesa. Ao proprietário cabem, em princípio, as despesas
de conservação do bem; no caso de locação desse bem, por exemplo, as
despesas de conservação tanto podem continuar a ser do proprietário quanto
podem passar a ser de conta do locatário. Podem, portanto, ter a mesma
titularidade da coisa principal ou terem titularidades diferentes: as benfeitorias,
como bens acessórios, podem não seguir a coisa principal. E, com esse exemplo,
verifica-se a possibilidade de distração ou discessão, sem que essa separação
cause qualquer estrago ou deterioração, seguindo, portanto, a regra geral das
coisas acessórias. . Mesmo as despesas efetuadas pelo proprietário, para
conservação, melhoramento ou embelezamento da coisa, são benfeitorias, com a
diferença, contudo, que essa obra não tem qualquer efeito jurídico significativo.
Interessa ao Direito a solução do conflito que possa surgir entre o proprietário da
coisa principal e aquele que efetuou a benfeitoria - possuidor, depositário,
detentor -. Se a despesa, como coisa acessória, foi feita pelo não-proprietário,
aplica-se a regra geral: o acessório segue o principal, tendo em atenção,
contudo, se há convenção em contrário ou se há lei especial que derroga a regra
geral. Obra da natureza não é despesa. A benfeitoria exige, por conceito, a
intervenção humana direta. Também não é benfeitoria, nem coisa acessória,
aquilo que se traduza em especificação, ou seja, aquilo que seja simplesmente
obra, trabalho, como: a pintura em relação à tela, a escultura em relação à
matéria-prima, a escritura e outro qualquer trabalho gráfico, em relação à
matéria-prima que os recebe. Devemos verificar aqui a aplicação da regra: salvo
disposição contrária, o acessório segue o principal. Na verdade, se nada estiver
estabelecido, a despesa pertence ao proprietário do bem conservado, melhorado
ou ornamentado. A disposição contrária pode ser estabelecida em contrato ou,
na falta de estipulação contratual, pela lei. Em certos casos - lei das locações
urbanas, Estatuto da Terra - as partes contratantes têm a faculdade de alterar os
elementos naturais contratuais que são, assim, derrogáveis.
As benfeitorias podem ser classificadas em:
• Necessárias: têm por finalidade preservar ou conservar o bem em
que tal despesa é efetuada, e sem alteração da coisa principal. Ex.: a despesa
com a pintura de um automóvel que corra o risco de corrosão pela ferrugem; as
despesas com a guarda e a conservação da coisa depositada; a despesa com a
vacinação ou a medicação de animais; a despesa com a colocação de adubos
para manter a fertilidade do solo; a despesa com a substituição de telhas
quebradas (ou de qualquer outro material de construção danificado); a despesa
com substituição de fios de arame farpado em uma cerca ou a substituição de
um moirão apodrecido;
• Úteis: a benfeitoria útil aumenta ou melhora o uso da coisa (o uso da
coisa, não a coisa em si mesma) havida como principal. Note-se que a benfeitoria
útil não aumenta a coisa, como alguns autores parecem referir: o aumento é
qualitativo e não em quantidade, ou em volume. A benfeitoria útil facilita o uso
da coisa. Ex.: a despesa com a recolocação das cadeiras de um auditório, em
nova disposição, para dar maior funcionalidade à circulação das pessoas, ou a
abertura de uma porta para a garagem, facilitando o seu acesso (essa porta de
caracteriza por ser apenas uma passagem, uma abertura na parede, sem a
colocação de porta);
• Voluptuárias: são as despesas realizadas por mero de leite, para
embelezar, por luxo, servem apenas para gozo ou regalo de quem as faz. Ex.: a
despesa com a pintura de uma casa (de um apartamento, de um muro, de uma
janela) simplesmente por não se gostar da cor anterior (e não por necessidade
de conservação); a despesa com a substituição de azulejos (de mosaicos, de
ladrilhos) por não gostar dos anteriores. Não são exemplos de benfeitorias
voluptuárias a construção de piscina numa residência particular, a feitura de um
campo de futebol, construção de quadra de tênis ou de piscina numa casa
particular, a colocação de uma estátua num jardim, a compra de uma estátua
para decorar o hall de uma casa, assim, como não são benfeitorias úteis, a
edificação de garagem numa casa, instalação de aparelhos hidráulicos ou
sanitários modernos, construção de uma garagem, a instalação de aparelhos de
ar condicionado, as plantações temporárias ou permanentes, e também não são
benfeitorias necessárias uma cerca de arame farpado para defesa da terra
cultivada, colocação de cerca de arame farpado para proteger a agricultura,
colocação de cerca, obras de canalização de águas pluviais para evitar a
concentração das águas.
Pertenças: as coisas acessórias móveis, individuadas, destinadas a auxiliar,
proteger, conservar, servir ou aformosear outra coisa considerada a principal.
Redação: “Art.93. São pertenças os bens que não constituindo partes
integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao
aformoseamento de outro.” Entendemos a pertença como espécie do gênero
bem acessório, mas ela não segue a regra geral de que o acessório segue o
principal, ou seja, as pertenças não seguem a coisa a cujo serviço estão postas.
O artigo 94 do Código Civil brasileiro prevê a necessidade da declaração de
vontade, ou a previsão da lei, ou as "circunstâncias do caso", para que a
pertença ou as pertenças sigam o bem principal. Redação: “Art.94. Os negócios
jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo
se o contrario resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstancias
do caso.” O traço de causalidade entre a coisa considerada principal e a pertença
tem natureza material, econômica e permanente. A coisa acessória (stricto
sensu): a) necessariamente, mantém ligação material com a coisa principal; b)
está em relação à coisa principal, em situação de dependência; c) é parte
constitutiva e integrante do todo. A pertença: a) pode manter vínculo material
com a coisa principal, mas este é irrelevante, porquanto decisivo é o liame
econômico, como se verá mais adiante; b) é independente da coisa principal,
quanto à sua existência e função; c) uma vez extinta a relação de
pertinencialidade, não há prejuízo quanto à essência e função do todo. São
caracteres da pertença: 1º., um vínculo, que pode ser material ou ideal, mas,
sempre intencional, por ser estabelecido pelo que faz uso da coisa e o constitui
pelo fim em virtude do qual a põe a serviço da coisa principal; 2º., um destino
duradouro e permanente da coisa principal, e não apenas destinação transitória;
3º., uma destinação de fato, isto é, concreta, de modo que a coisa fique
efetivamente ao serviço da outra, a principal.
As pertenças podem ser objeto de direitos especiais, ou seja, as coisas
colocadas ao serviço de outra podem ser objeto de direitos de outro titular que
não o proprietário da coisa dita principal. Por aqui se vê a possibilidade de
distração ou discessão da coisa acessória, separada da coisa principal, sem que
haja estrago, deterioração ou prejuízo de qualquer delas.
As pertenças não são partes integrantes (essenciais ou não-essenciais),
ante os conceitos que adotamos. "É parte constitutiva ou integrante aquela que
completa uma coisa; é pertinência aquela que só presta serviço a uma coisa
completa. Exemplificando, o telhado de uma casa é parte integrante da casa e,
portanto, do imóvel porque, no modo usual de ver, não se concebe a casa sem o
telhado; a antena parabólica da casa será pertença do imóvel; a espada pode
não ter bainha (pertinência), mas não pode estar sem punho (parte integrante).
Pertenças são as coisas que, tendo também uma individualidade distinta,
são colocadas ao serviço de outras duma maneira permanente, ficando-lhes
subordinadas e aumentando o seu valor e utilidade. As pertenças, ou permitem
um melhor uso da coisa principal, ou a tornam mais agradável ou mais bela, mas
não pode dizer-se que essencialmente a completem, como a completam as
"partes integrantes". Não formam uma parte constitutiva do todo e, com maioria
de razão, podem de ele ser separadas sem afetar a sua função econômica. O
vínculo que as prende à coisa principal, podendo também ser material, todavia
não o é tanto, nem tão íntimo, como o que prende a ela a parte integrante,
podendo ser inclusivamente um vínculo intelectual. Exemplos: o testo em relação
à bilha, a moldura em relação ao quadro, e os utensílios agrícolas, o vasilhame
da adega, a prensa do lagar, com relação ao prédio a cujo serviço se destinam,
etc.
São alguns exemplos de pertenças: nas explorações agrícolas, são
pertenças do prédio rústico, os animais empregados na cultura e nos transportes
rurais - rebanhos, manadas, animais domésticos, peixes dos tanques -, os carros
de transporte dos produtos e os instrumentos, utensílios e máquinas agrícolas;
na exploração industrial, são pertenças das fábricas ou das oficinas, todas as
máquinas, aparelhos e ferramentas, os veículos destinados ao transporte dos
produtos; na exploração comercial, são pertenças dos estabelecimentos, os
balcões, estantes, balanças, cofres, mobiliário de escritório, as roupas, os
equipamentos e as mobílias dos hotéis; são pertenças das casas de habitação, os
espelhos e quadros, as estatuetas, os pára-raios, os lustres; são, ainda, pertenças
dos templos, os sinos, as imagens e os paramentos; são pertenças dos
estabelecimentos públicos ou privados de ensino, o material científico dos
gabinetes e laboratórios, as estantes e os livros, os quadros didáticos.
Obs.: móveis embutidos são partes integrantes do imóvel, portanto não
podem ser vendidos separadamente. Ex.: Box do banheiro, um armário
embutido, e etc.
Convencionais: geralmente ocorre com contratos e testamentos, é um
acordo de vontade. Entre os dois a uma acessoriedade. Por exemplo, o mutuo é
um empréstimo de bens fungíveis (dinheiro), cuja garantia pode ser um bem
imóvel, através da hipoteca que é um direito real de garantia convencional em
relação ao mutuo, então neste caso podemos dizer que não há hipoteca sem
mutuo, a hipoteca é acessória do mutuo, ou seja, se não fosse emprestado
dinheiro que seria o mutuo, não seria necessário se estabelecer uma garantia
(imóvel), neste caso a hipoteca. O mutuo pode existir sem a hipoteca, mas esta
não existe sem o mutuo.
Obs.: hipoteca é sempre garantia de coisa imóvel e penhor de coisa móvel.

MUTUO
PRINCIPA
L
ACESSÓ
HIPOTE RIO
CA
Bens considerados quanto à titularidade: dependendo de quem é seu
titular um bem pode ser publico ou privado. Bens públicos são os que pertencem
às pessoas jurídicas de direito publico interno: a união, os estados, o distrito
federal e os municípios. Redação: “Art.98. São públicos, os bens do domínio
nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito publico interno; todos os
outros são particulares, seja qual for à pessoa a que pertencem.” Os bens
públicos dividem-se em:
São as coisas cujo acesso é
aberto a todas as pessoas. Ex.:
praias, praças, estradas, e etc.
De uso
Afetados comum Servem para o desempenho da
De uso função publica. Ex.: prédios
especial onde estão localizadas as
repartições, o trator da
Bens Públicos Estes imóveis são inalienáveis, e prefeitura, e etc.
precisam de lei especial aprovada
pelo legislativo pra alienar. Compreendem moveis e
imóveis do patrimônio da união,
estados e municípios, como:
Não-afetados Dominicai estradas de ferro, terrenos da
marinha, terras devolutas, e
s etc. também são considerados
bens dominicais aqueles que o
governo recebe em doação,
Não possuem destinação como pagamento de impostos
especifica. A sua alienação não atrasados. o estado leiloa esses
depende de lei especial, depende bens para ser ressarcido do
somente de uma lei genérica.
Ex.: os frutos cultivados em uma
escola agrícola.

• Praias: espaço de areia entre o mar e o inicio da vegetação continental,


as praias são de so comum, às vezes não coincide com as terras de
marinha.
• Terras de marinha: é uma faixa de terra paralela ao mar de 33 metros,
chamada de areia mar media de 1932 (criou-se uma linha no ponto em
que a maré estava em 1932, e a partir daí, tudo que estiver a 33 metros
dessa linha é considerado terras de marinha.
Início da vegetação

33 m Terras de marinha
33 m

Mar
Linha ate aonde vai a
praia

• Terras devolutas: devoluto é o particípio do passado do verbo


devolver/devolvido, resoluto/ resolvido. Grosso modo são terras
devolvidas. Na época do descobrimento do Brasil, as terras brasileiras
eram da coroa portuguesa, a coroa cedia o uso, não a propriedade para
alguém, que em troca deveria cumprir duas coisas: produzir e povoar se
não o fizesse a terra tinha que ser devolvida. Toda terra deve estar
registrada, do contrario são consideradas terras devolúteis. Com uma
ação discriminatória as terras se tornam um fato jurídico e com a
sentença do juiz, elas serão registradas.
• Terrenos baldios: são terrenos a serviço da comunidade. Ex.: a
comunidade pode tirar lenha.

TEORIA DO FATO JURÍDICO


Plano da Eficácia Plano da Existência
Normativo
Nível

Norma =
Hipótese Conseqüênc +
Jurídica Normativa ia

Incidência Incidência
Real
Nível

Fato Suporte Fático


(parte relevante
do ato) +
conseqüência
com a Fato Coincidência
Jurídico
Jurídico
Nível

Nasciment Modificaçã Extinção


o o

Relação Aquisição
Jurídica
Modificação direito(s) subjetivo(s) e/ou dever (es)
jurídico(s)

Extinção

Norma e Fato Jurídico: a norma é, na sua estrutura simplificada, composta


de duas partes: a hipótese, que descreve os fatos, os eventos naturais ou as
condutas humanas relevantes para o Direito, e a conseqüência, que engloba os
efeitos ou o efeito que, se e quando verificado esse fato ou essa conduta, devem
ser produzidos no mundo jurídico.
Quando, na realidade, há um evento ou uma conduta coincidente com a
descrita na norma, acontece o fato jurídico (lato sensu). Esse evento natural ou
esse comportamento humano da vida real que contem os elementos previstos na
norma denomina-se suporte fático, e a conseqüência que daí advém denomina-
se eficácia. O conjunto do suporte fático + a eficácia denomina-se FATO
JURIDICO. Usaremos hipótese e conseqüência a nível normativo e suporte fático e
eficácia a nível jurídico.
Ora, sendo o fato jurídico produto da norma que é bimembre
(hipótese+conseqüência), há também que ver o fato jurídico em duas partes, a
do suporte fático que determina sua existência jurídica e o da eficácia que
determina o conjunto de resultados que esse suporte deve produzir. A primeira
parte chamará de Plano da Existência e a segunda de Plano da Eficácia do fato
jurídico.
Obs.: Fatos são acontecimentos da vida real, por exemplo, um acidente de
carro, o descumprimento de um contrato, uma infração dos deveres conjugais,
um desrespeito a propriedade, o nascimento de uma criança, a maioridade, e
etc.
Incidência normativa e subsunção: diz-se que um fato se subsume a norma
quando corresponde completa e rigorosamente a descrição que ela faz dele, ou
seja, subsunção é quando ocorre na experiência concreta um fato que se
enquadre na previsão de determinada norma, reproduzindo-lhe a hipótese. Já a
incidência normativa , como o próprio nome diz, ocorre quando a norma incide
sobre o fato, por exemplo, quando um jovem atinge a maioridade, independente
de sua vontade a norma que diz que no momento que um jovem completa
dezoito anos ele se torna maior de idade, vai incidir sobre ele.
O fenômeno da juridicização: suporte fático: composto o seu suporte fático
suficiente, a norma jurídica incide, decorrendo daí a sua juridicização. A
incidência é, assim, o efeito da norma jurídica de transformar em fato jurídico a
parte do seu suporte fático que o direito considerou relevante para ingressar no
mundo jurídico. Somente depois de gerado o fato jurídico, por força da
incidência, é que se poderá falar em situações jurídicas, e de todas as demais
espécies de efeitos jurídicos (eficácia jurídica). Não é possível falar de eficácia
jurídica (relação jurídica, direitos, deveres...), antes de ocorrida a eficácia legal
(incidência). Resulta daí que, nem a norma jurídica sozinha, nem o fato sem a
incidência, se podem atribuir qualquer efeito jurídico. O fato, enquanto apenas
fato, e a norma, enquanto não se realizarem seus pressupostos de incidência
(suporte fático), não tem qualquer efeito vinculante relativamente aos homens. O
fenômeno da juridicização é, portanto, a maneira pela qual um fato real entra no
mundo jurídico. São poucos os fatos que “fogem” desse fenômeno, mas há
alguns, como por exemplo, o nascimento de um peixe no oceano. Não é um fato
relevante para o direito, é um fato ajurídico ou neutral, portanto, não é
juridicizado. Já o nascimento de um peixe em um aquário que tenha dono, é um
fato jurídico ou juridicizado, pois se o aquário tem dono o peixe também o tem,
envolvendo assim um ser humano e um bem na relação jurídica.
Plano da Existência: ao sofrer a incidência da norma jurídica juridicizante, a
parte relevante do suporte fático é transportada para o mundo jurídico,
ingressando no plano da existência. Neste plano que é o plano do Ser, entram
todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos. no plano da existência não se cogita
invalidade ou eficácia do fato jurídico, importa apenas a realidade da existência.
Tudo aqui, fica circunscrito a se saber se o suporte fático suficiente se compôs,
dando ensejo a incidência. Naturalmente, se há falta, no suporte fático, do
elemento nuclear, mesmo completante do núcleo, o fato não tem estrada no
plano da existência, donde não haver fato jurídico.
O casamento realizado perante quem não tenha autoridade para casar, um
delegado de policia, por exemplo, não configura fato jurídico, e simplesmente,
não existe. não se há de discutir, assim, se é nulo ou ineficaz, nem se é preciso
ser desconstituído judicialmente.
A existência do fato jurídico constitui, pois, premissa de que decorrem
todas as demais situações que podem acontecer no mundo jurídico.

Modos e circunstancias Suporte Fático: aquilo


que se
de como aconteceu repete em todos os fatos
da
mesma natureza
Plano da Eficácia: o plano da eficácia é a parte do mundo jurídico onde os
fatos jurídicos produzem os seus efeitos, criando as situações jurídicas, as
relações jurídicas, com todo o seu conteúdo eficacial representado pelos direitos
e deveres, pretensões e obrigações, ações e exceções, ou os extinguindo.
Podemos concluir que os fatos jurídicos são as fontes ou fatores das
relações de direito. as relações de direito são o efeito jurídico de certas causas
que, na Teoria Geral do Direito Civil, tomam o nome de fatos jurídicos.
Toda relação de direito nasce, conserva-se, transefere-se, modifica-se, ou
extingue-se, em virtude de um acontecimento capaz de produzir o seu
nascimento, a sua conservação, a sua transferência, a sua modificação, ou a sua
extinção. A esse acontecimento é que se da o nome de fato jurídico.
Fatos Jurídicos, portanto, são os acontecimentos em virtudes dos quais as
relações de direito nascem, se conservam, se transferem, se modificam, ou se
extinguem. e agora podemos fazer a classificação dos fatos jurídicos:
Classificação dos fatos jurídicos: os fatos jurídicos, como já vimos, são
acontecimentos previstos em norma de direito, em razão dos quais nascem, se
modificam e se extinguem relações jurídicas. São todos e quaisquer eventos
sobre os quais incide a norma jurídica, e a estes fatos jurídicos daremos o nome
de Fatos Jurídicos lato sensu, pois estamos falando dos fatos jurídicos em sentido
amplo.
A seguir veremos um esquema que mostra a divisão dos fatos jurídicos
lato sensu, de acordo com a existência ou não de vontade na hipótese
normativa:

1. Fatos Jurídicos (stricto sensu)


Independem da vontade humana

Fatos Jurídicos 2. Atos-fatos Jurídicos


(lato sensu) Quer um resultado e obtém outro

3a. Atos Jurídicos (stricto


sensu)
Manifestação de vontade
3. Atos Jurídicos (lato sensu)
3b.1 Contratos
Tem vontade. 3b. Negócios Jurídicos 3b.2
Declaração
Declaração de vontade
unilateral de

vontade.

Fatos Jurídicos stricto sensu: são acontecimentos da vida real que são,
simplesmente, eventos da natureza, são eventos naturais, que ocorrem sem a
intervenção direta do homem. São acontecimentos sobre os quais a norma
jurídica incide e em cujo suporte fático não há a intervenção direta do homem.
Ex.: a morte por suicídio é um fato jurídico stricto sensu, apesar de não parecer.
Mesmo que a pessoa teve a intenção de se matar, ao direito não interessa isso.
As nossas normas interessam simplesmente que uma pessoa morreu e que a
morte é conhecida. Não importa se a pessoa morreu por suicídio, homicídio,
morte natural ou acidente, importa apenas que a pessoa morreu que se conhece
essa morte, e que para o Direito essa morte é um fato stricto sensu. Assim
também é o caso do nascimento com vida, é um fato jurídico stricto sensu, pois
ao Direito apenas interessa que nasceu, e nasceu com vida. Não importa saber
se nasceu branco ou preto, de noite ou de dia, importa apenas se nasceu e com
vida, outros exemplos: maioridade, decurso de tempo, aluvião, avulsão,
desabamento de um edifício em razão da tempestade, naufrágio de um navio em
virtude de um maremoto, e etc.
Atos-fatos Jurídicos: são acontecimentos do mundo real onde a vontade do
sujeito esta dirigida para um fim, mas o resultado é outro. São fatos jurídicos lato
sensu, ora tidos como fato jurídico stricto sensu, ora como atos jurídicos. Ex.:
alguém faz uma caminhada na praia, encontra uma conchinha e a pega para si, a
pessoa não tinha intenção (vontade) de ir à praia para pegar uma conchinha, o
ato de pega-la para si é denominado ocupação. Redação: “Art.1263. Quem se
assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo
essa ocupação defesa por lei.” Outro exemplo de ato-fato jurídico: uma pessoa
natural esta cavando um buraco para plantar uma arvore e, ao abrir tal buraco
encontra uma panela com ouro e torna-s proprietário desse tesouro, é
considerado um ato-fato jurídico porque a vontade da pessoa esta dirigida para
um fim (o de plantar um arvore) e o resultado obtido é outro (achou um tesouro).
Redação: “Art.1264. O deposito de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não
haja memória, será dividido em igual entre o proprietário do prédio é quem achar
o tesouro casualmente.” “Art.1265. o tesouro pertencera inteiro ao proprietário
do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro
não autorizado.” “Art.1266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será
dividido entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele
mesmo for o descobridor.”
Obs.: tanto a ocupação como o achado de tesouro são considerados meios
de aquisição de propriedade móvel.
Atos Jurídicos lato sensu: são os eventos que somente acontecem com a
intervenção do homem, ou seja, o homem provoca a ocorrência desses
acontecimentos. São os acontecimentos cujo suporte fático exige a intervenção
do homem, a presença da vontade humana. Os atos jurídicos lato sensu se
dividem em atos jurídicos stricto sensu e negócios jurídicos que, por sua vez,
dividem-se em contratos e em declarações unilaterais de vontade. Ex.: a compra
e venda é um ato jurídico, porque através da norma, vemos que para que haja tal
contrato é necessária a presença de vontade humana tanto no sentido de
comprar, como no de vender.
Então o elemento nuclear que diferencia os fatos jurídicos stricto sensu dos
atos jurídicos é a presença de vontade do homem. E como sabemos se um
determinado evento exige a intervenção direta do homem, a presença da
vontade do homem? Através da norma. Porque o que juridiciza o fato é a
incidência da hipótese normativa sobre ele. Então, é a hipótese normativa que
vai dizer se determinado acontecimento é ato ou fato, se exige ou não a
intervenção do homem, e quais os elementos que coincidem com o suporte
fático. Não é na realidade que descobrimos se um acontecimento é ato ou fato, e
sim no Direito. Repare-se que nos atos jurídicos lato sensu há a presença de
vontade e, principalmente, nos negócios jurídicos. Enquanto nos atos-fatos a
vontade é uma e o resultado obtido é outra, nos atos jurídicos ela corresponde
absolutamente ao resultado que vai ser obtido.
Distinção entre os dois tipos de vontade é o critério de classificação dos
atos jurídicos lato sensu. Vamos a um exemplo clássico:
1º. Um sujeito tem um par de sapatos velhos, não os quer mais e o joga
fora pela janela;
2º. Outro sujeito também tem um par de sapatos velhos, e ao invés de
jogá-los fora, simplesmente, declara (oral, escrita ou gestualmente no caso dos
surdos-mudos) a todos de maneira bem clara que não quer mais os sapatos.
Qual a diferença entre um ato e outro? A diferença esta na expressão da
vontade de cada sujeito: o primeiro manifestou sua vontade por um
comportamento e o segundo declarou a sua vontade. Chamaremos o primeiro
ato de Manifestação da Vontade, feita através de um comportamento e o
segundo de Declaração de Vontade, sendo uma manifestação qualificada de
vontade.
A regra geral dos atos jurídicos stricto sensu é que eles tenham a simples
manifestação da vontade, enquanto que nos negócios jurídicos normalmente
será exigida uma declaração de vontade. Ex.: o domicilio é um ato jurídico stricto
sensu, cujo suporte fático exige a residência com animo de permanência (suporte
fático do domicilio = residência + animo, intenção, vontade). para podermos
dizer que o domicilio é um ato jurídico stricto sensu, basta a simples
manifestação de vontade do individuo em ter o seu domicilio em determinado
lugar, ninguém declara aonde quer morar. O comportamento da pessoa (sair e
volta para casa, dormir em casa...) determina o domicilio dela. Ela não precisa
declarar sua vontade de domiciliar em certo lugar, basta o seu comportamento, a
sua manifestação de vontade. Agora a compra e venda, é um negocio jurídico,
mais particularmente um contrato. Normalmente, para realizar um contrato de
compra e venda, não basta à simples manifestação de vontade, é necessária
uma declaração de vontade. Mas é claro que esta é uma regra geral, pois há
muitos contratos que não exigem uma declaração de vontade. Por exemplo, num
contrato de transporte: o passageiro assume um comportamento (manifesta a
sua vontade) de entrar num ônibus. Sem duvida há um contrato entre a
companhia de ônibus e o passageiro, cabendo a companhia levar o passageiro ao
destino escolhido. Para isso, no entanto, o passageiro não precisou declarar a sua
vontade de querer chegar ao destino; bastou ele manifestar sua vontade
entrando no ônibus. O comportamento do passageiro é o que chamamos de
Conduta Social Típica, a qual substitui a declaração de vontade, tendo, porem, a
mesma eficácia desta. Portanto, a simples manifestação de vontade ou a conduta
social típica podem substituir a declaração de vontade em certos negócios
jurídicos.
A classificação dos fatos jurídicos leva em conta o Plano de Existência dos
fatos, ou seja, leva em conta os elementos do suporte fático dos fatos. é uma
classificação segundo o momento em que os fatos jurídicos são juridicizados,
conforme o momento em que os fatos da vida real tornam-se jurídicos.
Sabe-se que os fatos são jurídicos quando os elementos do suporte fático
desses fatos coincidem com aqueles previstos na hipótese normativa das
normas.
A esses elementos do suporte fático daremos o nome de Elementos do
Plano da Existência ou elementos existenciais. Se o conjunto dos elementos do
suporte fático de um fato estiver incompleto, esse não será um fato jurídico ou
então outro fato que não é o qual procuramos.
Veremos a seguir, um esquema que faz a divisão dos elementos
existenciais:

Gerais todos os fatos possuem


Elementos essenciais
Elementos Particulares
do Plano
da Elementos naturais
Existência

Elementos acidentais

Os Elementos Essenciais são aqueles dados que formam a estrutura do


fato e sem os quais tal fato não existe. Tais elementos são inderrogáveis, sendo
que sem eles, a relação jurídica, não se estabelece. Faltando um dos elementos
essenciais, o fato não tem consistência, NÃO EXISTE. Os elementos essenciais se
subdividem em: elementos essenciais gerais e elementos essenciais particulares.
Elementos Essenciais Gerais: são elementos comuns a todos os fatos, ou
seja, que aparecem em todos os fatos jurídicos. São eles o sujeito, o tempo, e o
lugar.
• O Sujeito: como referencial ou como agente. Como referencial,
quando o homem é apenas uma referencia, como nos fatos jurídicos stricto
sensu, onde independem da intervenção direta do homem. Como agente quando
é o homem o sujeito ativo da relação jurídica, como é o caso dos atos jurídicos,
que somente ocorrem com a intervenção humana.
• O Tempo e o Lugar: são os elementos filosóficos. Todo evento ocorre
num determinado momento histórico em um determinado local geográfico, numa
coordenada geográfica. Mas ressalta-se para que não se confundam tempo e
lugar, com data e local específicos!
Por fazerem parte de todos os fatos jurídicos lato sensu, os três elementos
acima citados não precisam estar previstos na norma jurídica.
Elementos Essenciais Particulares: são os elementos peculiares a cada tipo
de fato jurídico,
Obs.: Nota-se que em todos os negócios jurídicos à vontade aparece como
elemento essencial particular.
Ex.1: Da avulsão (Art.1251). Em primeiro lugar, separemos a hipótese
normativa da conseqüência jurídica nessa norma:
Hipótese Se e quando, por força natural violenta, uma porção de terra
se destacar de um prédio e se juntar a outro; Conseqüência Deve (poderá) o
dono do primeiro reclamá-lo do segundo.
Se e quando A deve ser C (Sistema da Imputação Jurídica).
Quais os elementos essenciais particulares do fato jurídico stricto sensu
chamado avulsão?
São eles: 1º. Dois prédios; 2º. Uma porção de terra; 3º. Uma força natural
violenta; 4º. O deslocamento de um prédio para outro.
Se faltar um desses elementos essenciais não teremos uma avulsão.
Podemos ate ter outro fato jurídico, mas não teremos o que queremos que seja, a
avulsão. Por exemplo, se for um trator que deslocou uma porção de terra de um
prédio para o outro, não teremos avulsão, pois esse tipo de deslocamento é
artificial, e não por força natural violenta. Falta, pois um dos elementos do
suporte fático da avulsão, que é a força natural violenta.
Obs.: cabe também lembrar que os dois prédios devem ter proprietários
(sujeitos como referenciais elementos gerais). Se os prédios “não forem de
ninguém”, não haverá consistência jurídica, e conseqüentemente, não será um
fato jurídico lato sensu, mas sim um fato jurídico inexistente (que só existe no
mundo real). Nesse caso a norma não incide sobre o fato, não juridicizando
também o fato.
Ex.2: Contrato de compra e venda (Art.481 e seguintes do CC).
Os elementos essenciais particulares para que ocorra a eficácia de tal
contrato são: 1º. A coisa; 2º. O preço; 3º. A vontade (o consentimento).Nos
negócios jurídicos a vontade sempre aparece como elemento essencial
particular.
Ex.3: A Troca (Art. 533). Qual a diferença entre a compra e venda e a
troca? O elemento que esta presente na compra e venda e não esta na troca que
é o PREÇO. Na troca o sujeito entrega uma coisa e recebe outra de mesmo valor
ou de valor equivalente. Nota-se que isso não esta escrito no artigo que se refere
à Troca. Por isso, admite-se que o Direito é bem mais amplo que o Código e que
nem tudo aquilo que incide sobre o fato esta escrito nas normas jurídicas. Muitas
vezes busca-se a hipótese normativa fora da lei.
Então, já vimos que para que haja juridicamente um fato, é necessária a
observância dos Elementos Essenciais Gerais e Particulares.
Elementos Naturais: decorrem da lei, são aqueles elementos peculiares ao
negocio em questão. Os elementos naturais decorrem da própria natureza do
fato, e é a lei que determina quais são essas qualidades naturais, suas
conseqüenciais e efeitos. Sua existência é admitida ate prova em contrario: são
normalmente derrogáveis ou alteráveis, mas dependendo da lei, esta impõe
(apesar do principio de autonomia das vontades) certa rigidez, não permitindo as
partes de alterarem ou eliminares a responsabilidade ou os efeitos decorrentes
dos elementos naturais. São aqueles que decorrem da lei ou da natureza do
contrato sem precisem ser declarados como, por exemplo, o dever do vendedor
se responsabilizar pelos vícios redibitórios e pela evicção.
Elementos Acidentais: são os elementos particulares de cada negocio
jurídico. Podem ser ou alterações dos elementos naturais ou clausulas que se
acrescentam ao acordo de vontade.
Portanto, todos os fatos, para serem jurídicos, têm que entrar no Plano de
Existência, ou seja, tem que obedecer a todos os elementos: essenciais, naturais
e acidentais do suporte fático.
Depois de entrarem no plano da existência, passam para o plano da
eficácia, onde vão determinar os comportamentos (obrigação, permissão ou
proibição), juntamente com a incidência da lei, ou seja, vão determinar o
conjunto de efeitos daquela norma.
Plano da Validade: somente os fatos jurídicos, em cujo suporte fático deve
ser encontrada a vontade humana é que transitam pelo plano da validade. E os
negócios jurídicos exigem a presença de vontade (que é um elemento subjetivo).
Por isso, para os negócios jurídicos, há entre o Plano da Existência e o Plano da
Eficácia, outro plano que é o Plano da Validade.
Todos os demais fatos jurídicos ( que não são os negócios jurídicos),
passam diretamente do Plano da Existência para o Plano da Eficácia, eles não
tem a camada da validade.
Apenas os negócios jurídicos passa pelo Plano da Validade, pois o Direito
precisa assegurar-se da qualidade da vontade humana. Então, o Plano da
Validade é um plano de adjetivos, de qualidades, de qualificações.
Para existir basta o fato ter um sujeito como referencial ou agente. No
Plano da Validade, não é qualquer sujeito, pois ele deve ter algumas qualidades.
Então, os Requisitos da validade, que é aquilo que a lei exige para dar segurança
aos negócios jurídicos, são:
1º. Perfeição da declaração de vontade;
2º. Capacidade da(s) parte(s) + legitimação;
3º. Licitude do objeto (possível);
4º. [Forma].
Exige-se na perfeição da declaração de vontade, que a declaração seja
completa, acabada, isenta de defeitos e falhas. Quanto à pessoa reparem que
não é qualquer pessoa, mas a pessoa capaz, pois é a capacidade que qualifica e
que limita a abrangência de “pessoa”. A capacidade a que nos referimos é a
Capacidade de Fato, pois a capacidade de direito não pode ser limitada. Também
deve somar-se a capacidade de fato, a legitimação da pessoa, pois é necessária
a ausência de impedimentos, restrição que a lei impõe a uma pessoa em dadas
circunstâncias.
O objeto do negocio jurídico precisa ser licito. Precisamos agora de duas
explicações: 1ª. A palavra “objeto” nem sempre quer dizer “coisa”, pois pode ser
também: “objetivo, finalidade, destinação”. Enfim, o objeto da relação jurídica é o
alvo dos interesses reconhecidos pela lei (é o objetivo “olhado” pelo sujeito); 2ª.
A palavra “licitude”: diz-se que algo é ilícito, quando causa prejuízo ou dano.
Pode-se dizer então, que licito é tudo aquilo que a lei permite ou não proíbe. E é
claro que licitude que licitude do objeto também importa na sua possibilidade.
Ex.: se o objeto for a lua, será um objeto ilícito, pois é impossível.
O ultimo requisito da validade é a Forma. é uma exceção, por isso fica
entre parênteses. Chama-se forma do negocio jurídico, a solenidade que é
preciso cumprir para que o negócio jurídico seja valido. É uma exceção, pois, é
certo que a maior parte dos negócios jurídicos não requer forma. Fazemos todos
os dias negócios jurídicos sem exigência de formalidade, como é o caso da
Conduta Social Tipica (que não precisa nem de declaração de vontade).
Mas excepcionalmente, a alguns negócios jurídicos, a lei requisita forma,
ou seja, exige uma solenidade. Se a forma não for obedecida nesses negócios,
tais atos não serão validos. Ex.: contrato de compra e venda de um imóvel, exige
formalidades como, que o contrato seja feito por meio de instrumento publico, no
Tabelionato. Se não for cumprida essa formalidade o contrato será invalido.
Então, a lei diz quando o ato jurídico precisa de forma. Se precisar, o ato
deve cumprir tal forma. O Plano da Validade, pois requer a perfeição da
declaração de vontade; a capacidade dos sujeitos e a legitimação do mesmo; a
licitude e a possibilidade do objeto e a forma (esta em casos raríssimos) nos
negócios jurídicos.
Plano da Eficácia: é a parte do mundo jurídico onde os negócios jurídicos
produzem seus efeitos. E agora, vamos falar dos pressupostos, dos fatores e dos
efeitos da eficácia.
Os pressupostos da eficácia são, normalmente, a existência e a validade. A
regra geral diz que quando o negocio jurídico é existente e válido, pressupõe-se
também que ele seja eficaz. Portanto para ser eficaz, o negocio precisa de dois
pressupostos: ser existente e ser valido.
Mas, alem de pressupostos, a maioria dos negócios jurídicos requer
Fatores de Eficácia. Esses fatores mudarão de acordo com cada caso. Portanto a
maior parte dos negócios jurídicos precisa de outro fato jurídico stricto sensu,
para que este produza os efeitos normais do negocio jurídico. Um exemplo é o
testamento: o fator de eficácia para o testamento seria a morte. a regra geral é
que, se existente e valido o negocio jurídico é eficaz. Mas o testamento também
requer a morte do testador para começar a produzir os seus efeitos normais.
Então, alem da validade e existência do testamento, é preciso m fator eficaz (a
morte do testador) para que o testamento entre no Plano da Eficácia. Concluindo
a eficácia requer normalmente, pressupostos (existência e validade), e ainda um
ou mais fatores (fatos jurídicos que permitam a realização dos efeitos).Ainda, no
Plano da Eficácia, temos os Efeitos Jurídicos, que são a aquisição, a modificação e
a extinção de direitos.
Sabemos que há negócios jurídicos inexistentes que são aqueles que têm
apenas a aparência de juridicidade, mas realmente não entram no mundo
jurídico, pois lhe falta um elementos do suporte fático. Existem também os
negócios jurídicos existentes, validos e eficazes (é a regra geral). Estes têm os
elementos existenciais do suporte fático, cumprem os requisitos da validade e
produzem os efeitos normais dos fatos jurídicos. Ex.; o casamento de um homem
e uma mulher capazes, sem impedimentos dirimentes, e realizado perante
autoridade competente. Também há os negócios jurídicos, existentes, inválidos e
ineficazes. São aqueles que possuem todos os elementos existenciais do suporte
fático, mas não preenchem todos os requisitos da validade e não produzem os
efeitos normais dos fatos. Ex.: uma compra e venda feita por um incapaz
pessoalmente; o negocio jurídico existe, tem o preço, a coisa, e a vontade; porem
falta um dos requisitos da validade, que é a capacidade de fato do sujeito, e
dessa maneira podem ate ser produzidos outros efeitos, mas não os normais.
Existem os negócios jurídicos existentes, validos e ineficazes. Ex.: o testamento
tem todos os elementos existenciais, que são o testador e os bens disponíveis
para serem testados; é valido, pois foi feito por uma pessoa capaz, legitimada,
etc.; porem é ineficaz, pois não há transmissão de propriedade, mesmo depois de
cumprida a forma do ato. Para haver eficácia, é preciso de outro fato jurídico: a
morte do testador. Portanto, esse negócio é ineficaz ate a morte do testador.E,
há ainda os negócios jurídicos existentes, inválidos e eficazes. É uma exceção,
pois só se conhece um caso desse tipo de negocio jurídico: o casamento putativo.
Quando um homem casa com uma mulher (com todos os elementos existenciais
e cumpridos todas as formalidades do ato, produzindo os efeitos normais de um
casamento, mas depois de cinco anos, aparece outra mulher dizendo que
também é casada com ele. o segundo casamento existiu (foi realizados com
todas as formalidades), mas foi invalido (pois faltou ao noivo um requisito de
validade, que é a legitimação, uma pessoa casada não pode se casar
novamente), porém é eficaz (pois ocorreram todos os efeitos normais de um
casamento, como por exemplo, a legitimidade dos filhos, a partilha dos bens, e
etc.). embora inválido o segundo casamento, ele produziu todos os efeitos de um
casamento valido, e esposa terá os seus direitos da mesma maneira.

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