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02001 by Eade Lat Tao senor Cordes Ca Forine Diogo: Hse dS ig ani epee Ree: Mace Cocbo Iprani cuabame Sto Pao Ba aks nas de Cala a Don (Claws fie de Lee SP, Bal ‘Amen ie ao La, — So Pe aN 85.356.02055 1 la se 2. Hag Gag Wil ich Tryoast Cass eiepeai Tl. 0880 cop.193 1 Had Fl lent 198 Probes pedo tal x ci (infront al Dire asain ops VeldoriSianaSA "eon Main ‘Raimund Pos de Mahi, 305 ‘CEPO5165:200— Sto Pao Bea, ‘cl mani @scacor be Para Carina e Marco Antonio "Sea vende eo ero ne tivessem penetra tio radicalmente nesta flosofa, como ter sido possivel que ela doninasse to profunda ‘e duradouramenteo espito dos homens?” CConsderages de R, Hao sobre Moxon de Hegel: 1962, . 323 Sumario Pita 15 tule 1 © Bree introdusio erin da oso de Hegel 17 Tein 2 Sune 24 Primos 25 — [rs criticas ao sistema hegeliano 27 21, Candas yeininnes 27 22, Opabomada contig 29 25, Obama bale 45 24. Catan lbenno Aascris Sint Hid 5 25, Oped dagmatisne 62 205 Acari arts aig acre domdila 67 Tenaga 270 Simin 75 Pinos 74 ceitule 3 Oras Mla: Hele Nona Maan 75 3 32 55 54 Casirgi prininnes 75 ‘Alo Ret de at ae 76 Seligeossbesilitn 19 ge ds com a isa Raleio 106 Towinlaa 5117 Sie 20 Pinoy 121 Bison toe 15 & 45 4 45 46 Conia prsinies 25 Asuago al dpsguise 127 Dstrsmonets digo 145 Ain tia duds 10 Acne ein dition 105, Aca inom cio mesma 178 Tamiya 185 Senin 185 Prisimocaginio 187 Mind este 189 5 52 igs. Plo deal 18 Cong do care ido pesamte leone 53. O iittala stem 190 54. Outs pps dlr do stm bln mtn 18 Teil 5 205 Sono 205 apitale 6 Se Conclasia 207 Reet mbogrteas 211 Nas 225 ———Prefacio A oucas obs da Filosofia Moderna foram tio inflentes © 20 mesmo terpo ti contraditoviamentejulgadas quanto a deste pen ‘sulornassido em Stuttgart a 27 de agosto de 1770. O miimero de ulversitios de Georg Wilhelm Fedrch Hegel & pelo menos tio mpl quanto a quantdde de seus admiradore, Dest as pals amargas de um Schopenhauer até as consderagdeselogioss de in ‘meros defensores do hegeianismo estende-se uma vstaeheterog® ‘nen traci incerpretativa, Se o leitor desea situar o presente estudo nesse quad referencia entio certamente ele faz parte do primero grupo: pre= tenui realizar no apenas wma investigagio, mas uma investgagfo critica da ilosofiahegeliana, Mas que tipo de objego seria ainda possivel arescentar i inimerasconsideracbeseéticaselaboradas por ibsofs ds altura de tm Kierkeguant, de um Nietzsche ou de ‘um Fewerhach? O mew objetivo € mais modesto: nfo busco props mente funda novas bases para oenfrentamento do sistema de Hegel Partin’ desl tis nsugorado pela tradigio,procurando uni care fortdecerdiscurso:énispensivel a agio conjunta de mil plas vozesjar enfrente a solidez, sero interna, 20 menos aparen- teeexterm daguela flosofia, Veremos, to a, 0 quanto podemos ganhar contornande as murals da ipanente eine, nfiande-nos aoe poueos em seu interior, com o intito de langar as sementes da dkivida no neste ou naquele aposento mas ns suns proprias fundagGes, Esta a principal tarefa: elever as objegées ainda por demais esparsas, ‘entracas em uma angimentagio exterior 0 préprio discurso do ‘oponente, a uma eetva critica intern. Se “una eitica exer da Logica heen permanece sem valor", como afema L, Bey (1976, . 12), entio nie hi neste caso, melhor arma do que a escuta Hlevemas deixar 0 advesivio livre para usr de ss propa lings fem, devemos entregio A danca contagiante do jogo disk assim como entendide por Hegel —, devernos acompantlo na radicalizigo dese proprio diseurso para que, 40 im, ese mesmo i + se refute. Ess rma conheca de uma outradiltica obra dos antigos céticos na confrontagio cam o pensamento dogmatic, B © objetivo do presente es patbildade entre dois fos momentos da métado dato, as suas wo & a denncia de wma incom Alimensies critica e espsculativs, Por estar localiza no em uma zona prifériea mas no nceo Fndante do sistema, al impasse ter- rminaed por contamini como un too ‘o-empreendimento Fr bem-sucedido,teremos realizado uma ertica imanente & filosoia Phelan, cujo real significado seed exposto ji no capitulo pei, As objegSes inspradoras deste empreendimento seta apre- sentadasno capitulo segando: a denincas de necesitarismo, total tarismo politico e dogmatism, O confronto com o métado ocuparh 4 maior parte do preseateestudo, por se tratar ds fundagies do Sistema, ose, do lyse aproprio para realzarmos a sn erties, De inicio deseobriemosque a data hegeliana € una resposta aos Uilemas cle métovivdos por Kant, Fiete e Schelling no decorer 4 sss Alo Kdestismo Alem (cupitlo tree), e estaremos aptos a diag- tosis ates do impasse puoterior da proposta de Hegel. O cap tuo quarto abarcaréo tatamento cidadoso da concepsiohegeliana de método, clminande com a prova de sua autorelutago. ( capitulo quits visa eucidar as peculaidades do trnsito da Cua Lins Filosofia ds Natoreza edo Espirito, culdane lo de expangir a ete aos dnbitos mais emotos do sistema, Es crave esse capitulo con 8 apresentagio de outras propostas de leitura da flosofia hegeliana e seu questionamento, c Embora centrad em uma investiga do método, a presen ‘te obra pose ser compendia como um estudo dos fundamentos daliberdale humana, A Lig egeliana deve ser vista no apenas tomo tratado do mead, ms também e prinepalmente como teo- ria do ser ow Ontologh A partir de seu exame estaremos invest fanudo as condigées pesibiltadoras da agio Hive: a revelagio das smzelas da compreensihegtiana de mundo delxaré expostas as rafzes mesins do toalitarismo poltco. Pr sso as tr erties diversas & flosofin de Hegel expose tasacima—necesstarismo, ttalitarme edogmatismo —revelm- se sustentalas por uit pressuposto comum: 2 ertia logcidade {da Ide, enquanto prncipio do sistem, Justamente porque a 6 sgica da ldgia € uma logien da eliminagio da contingéneia, a Tiheedade individual wsulta tragads pelo processo necessiio de alesenvolvimento do espirito no mundo da cultura. Desse modo espero poder colaborarcomn os debates sobre o tema que & 0 cen- {uo das atengbes em volume recente publicado por P. Koslowski (1998), sb o titulo Asconspincias de heglianisa: lose, eliito pola na desu da madera, buscando una esposta ques ‘os em que medida ilosfia hegeliana pode ter respaldad for mas contemporineas de totalitaesmo politic? 6 capitulo 1, poe reve introdugao a critica da filosofia de Hegel RACIONALIDADE E DIALETHeA Em uma de suas defingdes plasivels, racinalidade ver sors capocilade de argument pr6 ou contea determinada opinio ‘0 tens. De um lado procuramos defender cere ponto de vista, iustificandow desley forms, dando razdes part sua aeeitacto, dle out argumentamos contrariamente a certs dias, tornando ‘explicit o motivo de sua recusa. Esse proceso de dat razoes pode cenvolver desde um simples e pouco eaborado afelo a suposigbes tidas per evdentes a a construgio de um ample sistema teico. Simples ou complesa a ativdade racional 36s plniica neste pro- ‘esto de mio dup cena tertativa de ps Se ess defnigio de racionalidade est de tndo modo core- in no estarfamos errados io afirmar: a azo €, 30 menos em ws lfesse construgo de determinadas iss sm cise coneepgies vas, sum de seus tragos Discos, dalética A génese mas remota desse term epous justamente no dutta, na dialéiea daldgiea dos antigos regs, a arte da discuss jogo angumentativo de defesa ‘eataque de determinadas teses, Embora no poses identificar scm mus esse conceit antigo de disltica com o método Flosohco laboralo por Hegel, quando o termo ganha sevtido onto ico designe ui tipo degen do desenvolvimento inerente a todas as coians, também piraesse autora azo é data justamente por ‘estar baseada nesta polaridade: no ado negativoreritco contrapoe- 60 lida positivo-epeculative do métode (Enz, 8, p. 168) Esse antagonism inerent A razio nie trax por sis conte iéncias indeseives. Muito pelo contri, justamente as propos tas de teduzir a racionalidale, em stan in esses dois movimantos opostosresultam em impasses. De fat, © ‘pelo constante& cantrargumentagio s podera ser dispensado {eo enconrssemes tim fundamento ultimo de certeza eapaz de sustentr os nosso ressupostos mais relevant, Para tant, cui faynos de relacionse entre ss alas em que acreditamos com © sim de rigor, tmas sustentando as outras, como elementos sntiplos configurando una nies e harmoniasa constragio, Uma s bisa, o Fundamento de sos sistema tério,fosse indubitavelmenteestabelecida. Todas ‘obra inabaivel por fim i ius restates eran tdas por certas na media em que ess ia basi “Tavis, ma busca des \ideifindamento, Fosse de Fato mune 8 divi, ansiada ida, calefamos reféns le ‘um impasse com ts “opgbes, um erilem jf desvendado pelos ntigos ction: par sustentr suposto cater indubltivel de nos ida mais isc, precisarfamos ou recorrer a uma nova idéia, que, para ser prov, exigiria a postlagio de ainda out por dante, em un races sem fim de justifieagio, ox apelaramos ‘uma afrmagio ex diniearazso de ser seria dala pela prépria fdgk-andamento, 04, por fin, deeretartamos a indubieabilidade des la sen rabies para tant, Ou se caefamos on em um reggesso sem fim nt angumentagio, ou em mi cneuaridade’, ow 991, p. 135s) Por autro lida se reduzissemos ative racional sua di menkio meramentenegativa, eno aluta peta refutagio de determi ads eos estariacondenada arbtaviedade: exqueceriamos nese sina em wins postara dogmstica (c.Albert, onto que tad contraposicio sensnt a uma determinada tee inca parte das vezes, aeitagio explicta ou implicita de um ponto de Is Asse NEN vista antago, © mals perta que podemos chegar de uma atitude ‘puramentenegativaé no contesto de refutago de dada teri, quando ‘simplesmente detecttnos wins sontadigio entre as proposigbes que a consituen, Mesmo aqui, no entanto,embora seja dispensivel 0 pelo « qualquer concep antaydnica externa 2 tori enticads, precsamos, sim, apelar is egas da gen, ejustamente através des se apelojustifcamos nosso ponto de vista recusando a teoria por feviroprincpin de io-sontraigio!. Outa postura possivel no on est de disput teresa pre simples recs do ponto de vista {de nosso oponent, sem mzbes pa tanto, ou sea, a adogio de wma vmatalattude, atte contraargumentativa dsesata. A dogo d ho entanto, ermina por coulis aquele que “argument” a um pa radoxal ceticinno dogestio: descobrimos aqui, para surpresa geral, {que oeético © 0 dogmticoeram uma ea mesma pessoa APROXIMAGAO AO IMPASSE-DA———————— DIALETICA HEGELIANA E venlade,contu, qu ese dois momentos ea argumenta- «Go poviem deixar de ser aperss opostos, harmonizives na prs ‘cotidiana da ativdide de conbecimento, tomando-se elementos in compatives por fim, postulalos contraditros de wna fsa teoria Ah raciomalidae, Bast, para snto,coneebermos um dos lads da stividade racional de tal forms que sa compatbiizago com seu ‘posto reste invvel, Ua citicdade senea de paretros para 0 julgumento ea possivelrefutagio de ideas € incompative com a ele Doragio postiva © construtiea de teoras. Do mesmo modo, a postage de una certeza iin &nabalivel, ondenads com est wo recurs a uate degaitica, como sabemos pela anise do trlema mencionao ain, ieompative com o pensaento crit. Hegel iio Foi cape de escapar dese desize, Por um ado, sequin a trdigio dinligiea os antigos, 0 autor compreendera a tacionalidade no contexto dessa aividade complementar de cons 19 tigi sctrmitin » viteidade, conscente que extava da impor nein da elaboragio de uma fllosofs cia, Por ato lado, ele onceberanio spenas-como possvel mas como a tori a canstitle ‘cio de um saer absoluto, coroado no projeto de wma autofun- damentago tina do stems de Filosofia, ese central de sa Cacia st Lin. Leva 38 ss derradetasconseqéncias, essa concepio conduziri. 2 incompauibildade da disléien consigo mesma, Deve ‘mos precisa oque significa exatamente ese impasse, onde ele ests enraizado © como termina por aetae todo o sistema Se esa tse central estiver comet, entio é possve uma tf Lagi do sister hegelano: a prova dese carter contradtérioe a necessidade dl ei io heel reabiltada no wontexto da mesma estutura metéica€ no & io. Isso 1 signifi que esta ou sul int nam poss ser preserva mas la no pole maser ito Alo mesmo sistema. A partir disso, poss afirmar que © projeto de uma mera correo de determinados pontos do sistema, preserva «lo sun estrutura dilétiea bases, como afirmet sida possvel na obra Pa meetin interna fla de Heese 1995, no € vide Minha tarefa primordial no € mais, portanto, apenas a realzagio {de uma ertca interna ao sistema hegeiano, mas. sua refutagio. O concetro pe * cRITICA Fol dito que a critica a Hegel pode dizer respeita ou & core ‘lo do sistema, mantendo ainda seus aicerces bisicos, ou 8 sua ‘eft, Masem que consist exatamente esa diversdade de pro- cedimentos ertios? Que outros tips de cites ao sistema poderiam ainda ser aventis? E, enfim, por que a refutagio seria © modo mais adequado de contraporse 8 filosofiahegeiana? 0 termo ‘eta tem origem no grego Art [fn], inl cando a arte mediante qual sabemos distinguiro verdadero do fats. Para Plato, o modelo dessa art era amautica dest mestre Séevates’. 20 racerstica da maigutca é transforma o process de pases at cen dwn avd pasiva, pur eccptio de informagber pro venientes de fora, env uma busca interior pela verdade: 0 alino re fete sobre seus prptios pressupostos, tematizando-o eiticamen te, procura tomar explicit © que, no Tundo, ele desde sempre sabe, emora ce mado vago, smpreciso, Designando esse método rellexivo, conceit “ertca’ permanecersassoiado durante longo ‘tempo, desde seu uso gia exten, pasando pelo penstento ceacollstco, endo até modermidade, 30 concelto de daltica! A (Cite dara pr de Kant, enquanto tebunal que trata djl sr a legitimiade das pretenses do conhecimento metalsico, ot sein, 0 conhecimento nfo baseado na mera observaio mas em cle- rmentosinerentes prea subjetividade e anteriores toda expe- rigneia, encontrar sew dpice em capitulo denominado “Dialer ‘Transeendent™. Em una prime instinin, eft sigiiajulgento ea Taio ce pretenses, Qual o resultado dessa avaiago, ou ej 8 dleterminada opinion teoria ser aeeita como verdadera ou rece sada como fala, a inkto no esté decid ‘Tendo isso em vista, levemos distinguir dos modos diversos em que pode se dar esse julgamento: como crite interna a extern, Enguanto no primeira «1sorealizanos a avaiagoTevanlo em conta apenas as Klas ace nw contesto do pensamentohegeliano, ‘pelo pedro adver o tematizanlras no dibito de wns teoria mais abrangente 2 qual elas poem serves, critica externa apelamos, em parte ou Iinegralmente a strc para vealizar julgamento. Psemios precisa ala ms essa defnigio desmembrando extern: ambos as tips de ert em dois subconjuntos: exe ‘tern forte ou fracs, Quando simplesmente eens o pensamen- to do aversirio sem atematigagioséia de seus presupostos bis- «os, estamos realizado cia externa no sentido fate do termo (4), Pademos, contd, partie da eonsideraciosérin das preaissas bsieas aceitas pelo opaente, mas julgandona fz de instnciasa par evel, fe wma teorn assent em pres 21 spostos divers, Neste caso, estariamoselaborando wma erica externa no sentido face do terme (b) Peo contr, a avaliagio pode ser ealizada sem apeo aqual- ‘quer instncia exten analiaamos a teoria critica com o intito de ‘nvestgar sin consitncin lie, Nio hd esse caso ape a elemen- tos extemos.o persament do adveriro, cee que se dscurs se ‘movimente dentro do imbito da argumentagio licae suas regras Ibisiees Esa erie, quando resulta na recus da teora clo oponente por inconssténci ea. ou. mais precsamente. por deteesso de ponulente praugio do mundo da culura Esta caacteisticaessencal da substincia tinea pregada por Schelling possuir em si ua processualdade intima que a faz transitar por asa diversas fases de sutoconstiuigio: exposigio de i mes como indiferengs de sujeito e objeto, instauragio da ‘duaidade syjstofobjto com a pro Tug dessa daidade com constituigio, em uma primeira fase, do servivo e, posteriormente, da reaidade humana proprlamente dita, ‘Aeicle prog de eas as coisas ¢ Binal compreendid no contexto de wm process de desenvolvimento que condiz ds natureza 8 clara. O processo de desenvolvimento & neces, osaecontecimentos se sce de modo inevitvele tudo io do munclo natural eres tora a natureza é aqua que deve acorer, segundo a legalidade intsinsecs & subst ‘ia nie, ocorter dle fat, Essa substincia pode ser conserad soluta ou nfnita "(.) no no mero sentido negtivo, porno ser Finita ou nao a0der ser fnita, mas no sentido positive, enquanto ela pode se fniiae(tornarse algo) e, a0 mesmo tempo, pode vtoro- sde toda a itu, novamente pore em evidéneia com suite (Mas justamente por iso, porque ess & sua natureza — nunca poser ser merimente objeto, ma ser sempre enecessariumente tam- Ihém sujeito —, uma vez 0 movimento inicio, ox posto 0 se in io, ele € ums processualdade necesirin” (Gesch, pp. 515-6) Essa cencepco de mundo comparitha com Espinosa adefest dh visi determinista propagada pela nova Fisica a eiéneia mate- rmatinada de Newton, mas procura de algum modo coneiie nossa compreensio do homem enquanto ser subjetivo com a dela que temos do mundo materi. Aaparenteincompatiildade entre men te e matéria poderia ser conciiada se as compreendéssemos como momentos divetsos de um sinico processo de desenvolvimento, 36 ssstmsoes nto Fuosoria Posmiva: | (05 LIMITS bo SISTEMA DA IDENTIDADE, A Filosofia da Mensdade tem sus versio decisiva no texto _hamado Apreantapode mar stone de lf, de 1801.0 proprio Schelling, por outro lo, seupard boa parte de sua maturidade na tentativa nfo de eeitar ras de impor laos limites essa coneep- ‘co determinista de muito, O que acorre neses anos deve, na verdad, ser explcndo 3 luz de win alteragio na concept teol6 sca do autor O jovem Schelling compartihara a doutrina panteista com Espinosa; Deus — eorcebido coma a substincia sini mencio- rd acim (identidade sosolita) — € imanente € ado canseen- presente em tudo 0 que hi, embora sem perdet, com isso, sa absoltidade ow infinitude, A legalidade ia dente a0 mundo, es rente ao mundo € 0 reprsentante losfico da ela mistica de uma divindde a governat os acontecimentos efornecer sentido & vida ho na, una concepsioelaborada como intito de eoneiiar ‘os resultados ca moderns cigneia natural com as erengas das mais antiga taigbesreligioss, ‘Gcorre que ess doutrina pantesta parca ao Schelling tar io despropositads”.O fidsofovoltara a seetar a teorin erst da ago do universo pela voxtade live de Deus, Seo mundo funciona de Fto do modo como o éeserevern os modelos deterministas, sua ‘origem € todavia contingente,condicionada como & pela decisio livre do evador de gerar tudo 0 existe, Portant, 6 ator nio deixa cle compreendero mundo real como resultado de um proceso necessirio de desenvolvimento nem modifica estturalgica dese process, © que lef &iteoduzie clas limites ae determinismo 20 apriorismo conthlos na Filosofia da Mdentidat, Vemos surg a0 lado da Flosoia Neativa, como fos denominada a Flosofia dt Ientidade pelo Schelling tari, uma Filosofia Positiva que a imi- ta, ceo compreender mais fundo as peculardads desea dis- 37 tincio entre Filosofia Postva © Negntiva de dois modes: suindo a perspectiva da Teoria da Conhecimento uo ponto de vista da Teo Fia do Ser ou Ontologia.Iniciemos pela Teoria do Conhecimento, ao o modo como Schelling pensaras imies do aprirismo «da Plosofia da Kenta. Foi dito ques Filosofia da Kdentidade defen a tese da gene ‘se detadas.as coisis por meio de um processo que conduz necessi- riamente de uma substincin origina indferencida (identade centresuiitoe objet) ao mondo natural e, deste realidad hum: na, Esse desenvolvimento no aleatrio, ma segue rigorosamente 6 plano inicial conto em poténeia na substincia Gini tana ‘ntuczn, Poi sofa deve ser capa de conhecer essa eglidade pra Jeterminarteoricament, a parti desseconhecimenta previo, ‘ que necessriamente ocorre ot acorrer no minal rel, Como Fisica, também o ibsof deve sr capa de prever ocomportamen- to firara dos acontecimentos a partir da compreensio de suas leis estruturadoras, no caso lei do desenvolvimento da substincia tin cee natureza e desta em cultura Segundo Sc ‘© conhecimento des Ie de desenvolvi- mento & priori ou sea, no est baseado na experiéncia ou obser- ‘age do mnie dos itos, mas resula de uma indagugio de outro Lipo. Como i ims, pro fidsofo est ei €idéntca tanto em ss expresso nos acontecimentos nature como na relidae human, i que # esincia de tod ax cols (a identidade absoluta) © ua atvidade so tineas. Ora, os fendmenos cultura so umm prodyto dla atvidade de pensamento, e 6 pensamento Inmano parece de Incc contraporse ao mail de ser dos eventos natura. Mas ati vidal organizadora de amas as reaidales — as eferas do pens mento humano © dos acontesimentos na naturezi — & uma e & pois substincia € dnics, Sendo assim, basta ao fidsofo ‘esaminaraintimidade ce su propria atvidade cle pensamento para recorlecer nel lei de desenvolvimento inerente dentate ab soluta, 0 sof écapar, com nso, de desvenslra pri, sem apelo 38 som A experiéncia, no apenas ientidade absolut, mas tudo 0 que cstinela implica, ot sea, sta exteriorizagio-em um mundo natu rail e seu desdolyramento quand da génese da realidad humana — cembora to o proceso permaneca uma pura investigagio tedrea. Atentativa de construi 3 His da Filosofia, Cabe aqui wm exemplo ‘apse de elacidar também onde resdem os limites da construcio ima teoria nfo empirica do mundo real no €estranha «4 prer do mundo segundo o Scheling taro. No inicio da Fosofia ‘Moderna, Descartes pretenders renovar as fundamentos de tos ss cigncias. Ele conch inicalmente qu os alicereesondeestavam estentals as ciéncas no pensamento medieval eram por demais| frageis. -natemiticn, Descartes pretenders construr um conheciment f- prado na clareza ¢ suposta certeza do conhecimento loséfico ainda mais cxato, uma nova Filosofia, uma eigneia das ‘inci capaz de estebelecer fandamentos Seguros, imunes 3d vida, a partir de onde toda as ciclas poeriam ser eonstrudas Pois hem, esse conhecimento fundamental tem de ser certo no deve estar baseao naexperigncia ou na observacio, A sensibiids dle ds vezes nos engara, vemos curv o galho posto agua que é de fato ret, observamos o Sol girar ao redor da Terra quando a verde € 0 opesto. Se a sensbilidade is ezes nos conduza ero, ‘bten- devemos enti seetila de vex como instrumento pars io de conhecimentacerto — ao menos assim pensiva Descartes. © conhecimento do unde deve partir, portanto, de uma fonte iors «partir da pura atividade de pensamento, astraindo-se de toda abservagio, deveramos ser eapazes de tornar explicit ins inatas, sementes de verdad ‘deriamos obter por derivacio idéias complexas © conguistar, 20 Fim, dlessasfundagbesinabalives e frei, toda a viqueza de uma nobre edifieagio. Mas essa aparentemente sla consteugho, esse verdadeiro sistema das eicins, nfo deizava de conter em si rachaduras. O priprio Descartes logo se aperccbera de um problema central de seu as simples parti das quis por 59) proviso, Se de Fato posuioos tas iss inate somos capazes de conhect-las le mado certo indubis rl, € 58 somos apts 8 Inferirdesss das simples toda uma concepeso de mundo, x po dems derivar todas as edna de mada Filesola, ainda assim resta a pergunta: coma saberemos sea esa concep rior dot da caracteristicas previstas pela teorit? Como sabere mot se, para além daguelareaidade-pensada ou daquele mundo ccnstrudo teoricamence, hum mundo reat de tragos utenteos? (Or, diriamos, basta abre os olhos e observa: sabres, ent, 56 cia Fundamental cha » de mundo correspond de fato uma realidad exte asidéins derivada ce nosso sistema do mundo de fata descrevem 0 ‘ue Iie ni fantasiasabstrusns. Ocorre que © proprio Descartes recur, como vimo, a sensiblidade como fonte de conhecimento porserenganadara, Descartes x6 cansegurs superar ess dificulda de pela postulagio de ui Deus bondaso, um cra responsivel pa instauragio de dias inatas em nossa mente ide que de Fato cerrespondem a coisas fora de nés, pois esse mesmo crador seria incapazde enganar sua cata cle modo to atoz, datandova ce pacidade de crer¢ impondodhe idéias inatas que para el ‘io certs €, 30 mesmo tempo, construindo um mundo no repre sentado corretamente ports ids Schelling chegara a uma conchisio patecida. A consteucio intciramente «priori da ealidade-pensada, ot sea, do sistema te rico que descreve o mundo em sua totalidade, € de fato possivel, mas contém em si um limit insupervel. Salem pela teora camo ‘© mundo € em todos os seus detalles, mas no semos qu ee de fro é ou existe. A investigago racial nos dé acess 30 principio escruturador da elidade (entidade absoluta), de onde podemos Aerivar todo 0 nosso conhecimento sobre o comportamento dos eventos reals (o plana de desenvolvimento ds identidade sbsoluta em natunezae, desta, er reatidade cultural), mas sua ealidade ou tea nos €suprimida no context da Filosofia da enti a Filosofia Negativa: sua telizagio x porque denomin Assen 0807, possivelabstraindo-s Ja questo Fundamental a respeto da exis tncia das coisas Conecemosa pri, sem observasio, ascosasem sunessine «em sua estruturaKigco-ontogcn om eglide imanente, mas rio em sua existéncia "Devese observar nese contexto que, em tod o eal das coisas stints devem ser conheckdas, (..) © que [irs] eum existent, qui sit, e que eas] ele quad st. Aquela— resposta & pergunta: » que é— garante-me o conhecimento da es sia da iso (.)- Mas outs, © conhecimento de que ea & isso ‘6 mero concelto no me garante, mas algo que es para além do mero conceit, ou sj, a existéncia” (Schelling, Offenb, pp. 659- 60). Ora, que algo exists, ss 4 sabemos pela experiencia ou obser ‘acio' ena ri, ese tipo de conhecimento faz parte de uma otra Filosofia que no dena de lado pengunta acerca da existén- cia das cot: a Blosoia Positiva ‘Acconseiicia pasa a Teor do Ser ou Ontologia dessa I rnitag da Filosofia Negi anda mais importance, Os iisofos tém razio segundo Schelling, ao defender uma concepgio det rminista do Universo, see enquanto so capazes de pr em seu devi td lugar a pergunta els origem desse mesmo mundo, Tad 0 que Ini € de fato resultado de wm longo processo de desenvolvimento neces que condi ds materialidade &ideaidade, dos sees ex: lusivamentefisicos aos sere isicos e espirituais que somos nis hhumanos, Mas, segundo o cacionismo, Scheling atrbu a orgem Alesse desenvolvimento uma causa primeira nio materia a dec so livre de Deus de rir relidade que conheceros, ut melhor, dar existncia as elementos primoliis ou poténcias esa Kien de desenvolvimento de onde adviré necessariamente todo 0 resto, Por outro al, a bere divin nao €irestita: Deus pode deci dlr rir ow no eriar @ mundo, mas no € capaz de optar entre tiversas coneepbes de mundo possives. O nosso muro mio € 0 melhor dos mundos possiveis, como queria Leibniz, pela simples taal de no haver pata aim dele qualquer outro mundo, weal ow 4l possivel(¢ Puhemans, 1995, p. 169,n. 17%), Masa escolha pela ‘rag ounto deste univers esta cargo de Deus, € a0 menos esse ato € comtingente € nfo necessri, no estando predeterminado em lugar gum. Ou sei, todo o processo de deslobramento neces sirio do mundo eel a pair dem principio é condicionaco exter: ‘namente por um ponto de partida contingente, por um ato que pode ou nio se eliza” Ourras crfticas DE ‘ScHeLtinG 4 HEGEL i vimos os motives da Schelling taro pra impor limites & ‘su Filosofia cla Mentidade, mas uss as inpicagoes dessa decisio arate sistema hegeiano? Ocorte que, pata Schelling, Hegel "(o) quer, no todo & no essencal, expor © mesmo sistema [da Identidade)(..)" (Ceseh,, p. 547). Ou sea, a filosofia hegeliana constava sibstancialmente da mesma eoncepgio de mundo deter minis © leveris, como a Filosofia da Kenia, encontrar em uma Flosfia Psiivs seu limite exterior ¢ intransponivel, Hegel deveriareaonecer que sua Ciuia dl Lil, mesmo contend um corret tara prior do mundo real, ainda asim sera ncaa de lar conta do suber cerca da existéneia tien das coisas. Mas Feel terla precenddo, inadvertidamente,extrapolat os limites de todo 0 conecimsto prior. Com isso, sua filosotia cary rem de uma concepeio deterministaiestitae, por isso, aporstca algo “mons ruoso", un mero “episéio" da Histria da Filosofia, nis palwras Ade Scheling (Gesch.,p. 544). Essa considerages sobre o problema ds com ngéneia, © a consoqienteexphctagio de vomited Schelling conte a pretensio universalism de sus ilosofia da Kdentidad, niga izes tan bm sobre outras de suas eriticas ao sistema hegeliano, No fundo, Hegel teria slotado 0 mesmo método da Filosofia da Klentidde, az. psscvms a todavia fuzendo dele wim mau uso, © que acaretara uma série de problemas: a) Em haga de econhecer 0 carter de mera pressoposici (, portanto,contingénca) de seu comego, a Lig teiathlo a pretense secomsttuircoono ina cignca iniiada a parti {dew ponto zor, de um vazio de pressuposto, Ela devera, enti, encontrar apenas no fim sua verdad, mas, como de fato est €presauposta desde i (nba sen ser explile toda), a obra termina, segundo Sebelling, em mi eireul dae! Da Selling sfirmar que se Sistema da Kdentidade ‘yoda contradigio dinétics, 86 0 resistr a esta pode um deter lo conceit (por exemple, "dia absolut’) apresentarse compro ‘adamente como princi Prtndo do reconhecimento e da tematizagioefetiva desse cemento negativa da dialétics hegeliana, as objecbes de Feuerbach tingem posigio de destaque entre as investigadas até agora: conti- _gue-sea posibildade de uma critica interna a0 sistema, No ree tums sein mus prestuposts asumidos pea asofiahegeiana, reas, pelo cont io, assumimos uma de suns reivindieagbes mais farvdamentais — exgéncia de que a dalética sejaefetivada como -nétodo critco, pretensto sem a qul a Liga no consegue se rell> 2ir camo micleo de justifeagio (no caso da dimensio critica da laléties, prov negativa) da dia Absoluta —, tia que a Lge, com ea, sistem hegeliano como um todo no foi copa de sistent até 0 fi essa mesma pretensio. A critica interna consta do reconhecimento desse presuposto cio decsiva procuramos mos: 6 summers ‘na Lipa e da perqunta: pode a dimensio exitca da dali ser manta até @ fim no prOprio sistema hegelinno? A resposta de Feuerbach, como simon, & nega, [No capitule quarto examinaremos em detathe a concepgio de método em Hegel, buscando expliitar até que ponte esse clemento originsvi da Wiakétiea — sua dimensio negativa ou er ‘ica — foi preservado ou nfo na Lip, até que ponto o sistema hhegtiano foi capa de dar conta da rlagio entre a absolutidade da dla — sua ctclaridae,instaurada pela dimensio especulativa «la dialécea —e se propria dimensso negativa, Veremos, por ou tro lao, em que medida as dua objegdescentais contra o sistema hhegliano —a acwragio de necesstarismo e dogmatisino — termi ‘nam convergindo em seu fundamento igieo-ontoligico, Oexame dessa possvelconvergéncia seri realizado no que see 2.6. A convergéncia das criticas: a importancia do estudo do método O vincuvo eNTRE as o8se¢des DE TOTALITARISNO E NECESSITARISHO. Se. Fraglidde das evticas de Schelling e Kierkeguand res ta justamente dese carter externo fort, ou sea, si recs & ‘ematizagio de elenentos cenrais da pensamente de Hegel entio ‘oss Finda deve ser elevar@ canfronto com o sistema a uma cfetiva critica interna eso ser posivel se diagnosticarmos o ponto fem comum das tris erticas mencionadas, ese pulermos demons: ‘rar em que medida esse elemento pode ser desenvolvido em dire io a wim posivl objec fmanente ou mesmo refutacia da siste sma, Mas qual seria ese ponto em comun? 67 Hisabemos quea presenca no real de um espaco para aconte- cimentos contingentes & condigio de posiildade para ocoeeen- cia de live-scolh, , quanto mais ample ese espago, maior 0 Am- bea resguanlaco para a agio livre, O que significa: a toda acho realizado de modo efetimente live (no sentido de'live-escoh corzespole um Sito do mundo real no qual hi presenca de acon- ‘ecimentos contingentes, Negar a presenga de fendmenos contin- sgentes em todo e qualquer Ambito do real implica negara realizagio 4 livreescolha de modo geal Sendo assim, a aeusigo da impos: ibis de livr-esatha 6 poe ser respondida a partir da estado ais ursamentl co tratamento hegelane do problema da conein- sncia. A wvaingio do problema do totaltaisme deve preceder a nile dh questio do necessitatsmo: 0 totalitarismo politico pode ser isto somo uma conseqléncia do necesiarismo ontolico. Isso io sigfica que, caso venhamos a descobrirum efetivo espago para acantecinentos contingentes na sistema, ateoria politica hegeliana star Hie da acusagio deter eiminado a Herdade de escola: @ presengae um mito de contingéncia no real €condigio neces ria mas niosuficiente para a vgéncia da iberdade, NECESSITARISMO E DOGNAHSMO- [A aqui fo cumpride 0 primeio passo:conhecemos o vin berade e a questio ontoliea la contingéncia, Devemos, agora, reallzar um segundo e mais com plicado movimento: mostra o vinculoestrito entre os conceitos de ‘contingénel’ “contradic! na Lika. Feito isso, mostrar em culo uri o problema polio da ‘que med aseritcas de necessitaris o-edogmatismo pressupsem ‘um problema mais basi inter Or, prim conceto de ‘contingénia’ vem sendo wend até aqui no contexta dla teore do ser ou Ontologia: ele diz respeito um determinado mov de ser dos acontecimentos res. Ao invers, © conceito de vista essa parece ina questo sem sentido, O 68 pases tn ‘contralgio"petenceelera dos problemas de métodor a detecgio de qualquer conteadigio em um sistema teico Teva 8 rejeigio 1, como vere, € mola propulsora da dimensio «vii da diltiea, Como problems to disares, relatives 0 modo de ser de acontecimentor reais eo mode de se proseler a0 come trie ow derrubar earns, paderom te algo em comm’? Tadavia, no contest da filosoia hegeliana esse divércioen- tre questies metodoldgicte ontoégieas nexistente. A Cina da Ligier &, como a Crt de azo part de Kant, 20 mesmo tempo um tratado de método e uma Ontologia —devemos recordar que Kant, wo final da Crt, tata sa Filosofia Transcendental como subse tut da antigt Metalsica Geral (Ontologia) (KrV, BRT), mesmo senudo esta una Oncologia idealists no conteato de uma Nova Metafisic, A Lépvtrata de quests, se quisermas,Kilco-ontolé seas. Mediante 6 estuds em detalhe da daléticaestaremos tam Ihe explictando as les bisleas qu, se indo Hegel, onganizam os mais eliversos dmbitos ee realidad, desde atividde abstrata do pensamenco até os elementos constitutivos do mundo natural eda realidade humana 0 vinculo entre metodo eteorkt do ser, ¢, portant, © ‘mbrieamente esrito dis eres citados cima, fcr totalmente cxplicito somente ao fim de noss anise da dltica, Por ra, pos- 0 spenasinttoduziroleior na abordagem ase relizada depos. A sialétca hegetiana tata do jogo de opostos que constitu tudo 0 que hi. O motor do procs dialético é, segundo Hegel, a contead- io. Mas o temo ‘contraicio’ ndo tem nesse contexto 0 mesen0 sign lo que possui na Ligiea esses. Esse € um ponto decisive para. compreensio de pensamento hegeliano, Pra esse autor, ‘om traigio” poss rts sentidos divesos insufeiéncia, isufiiéncia pera edisrupso (ou destruig), cada qual expressand carac: teristcasespectficns dos elementos que consttuem o jogo de opos com nlevorer da pres disk naufiéinia x acters de ca ent (coisa eu eonceito) 20 necessitar do vinculo com 69 seu eporte para consenmanse (permaneoer vive, na extn doe enn vos; permanecer com sentido, no caso de eoneetos). Onde esse vinculo deixa de ocorer a insufcinciadesenvolve-seem dsrupgion Esta, no entanto, €evitadla quando ocore a sintese ou unidade de ‘pasos. Sintese de oposts significa superagio da insufciénci, res peetiamente neuralizio de seu carter potencalmente disruptive, ou a volvias (entendida, no cxso de conceitos, spenss como perda de de sus capacklade de gerara destruigio das entidades en enti em ger cu ao menos de seu sent originate e, no aso Ao sr vivo, morte) ‘Como veremos, justamente a presenga de insuficiéncin na «seri do pensimento (no contesto da Cicada Lig, on melhor, Fito que ela em casos specifics, superada apenas provsora nest mesma esfer. , por sua vez, somente porque hi presenga de condig de possibiliade da vigeneia de contingéncia tum momento de contingéncia na esfera do pensaiento, & possivel dascatey signiiea que ambos os problemas, questio da continggne e 8 splica a dimensio extica da dali no ex ‘questo da citiclade do metodo, esto itinsamenteimbrieados ‘Mais detathes sobre ease asunto sero dados no devia no- mento, © importante, por on, €termos clareza sobre este ponto: tod 1 —que édiltica? A confirmacio ou ejeigio das objecbes a Hegel aris tratadns aq remetem a una nie questo bse si se possivel se oerecermos una respsta clara essa pergunta Terminologia- 2 a Abscluto, Usilo come adjtivo, 0 terma signifcyincndionae [Uns saber€ absoluto quando independe de condigbese, portant, rio pode ser posto em divi, abrauty. Quando substantivad, o terme denota o principio dy sistemas no caso de Schelling, 0 mesmo que identidade ab- Soluta; en) Hegel, singnimo de Idéia Absotuta, 70 sete nan Cini da Légion, Cr de Hogs {too esto das catsgorias e su relagies liens. Ese sistema de lente Ontologia, conten categorias express, por sa vez, a estrutura ordenador insita em tuxlo o gue hi (Idea Absotwta) CConceito, Em sentio amplo, 0 prdprio métode dilético em suas ‘ude dimensbes (f, Terminologi 4), a estrutura em movimento ‘manent ato 0 que. Quando realizado ou efetivad, 0 Conc to Idi, Em sentido especfco,tati-se do método como realizado ria Dontrina do Coneito, rm conteapasiio Dourrina do Ser (pr- mei parte da Lie) Doutrina da Essel (segunda pate. Conecimento posterior, Conhecimento.composto de propos ‘es jstificilas por meio da observa Conhecimento a prior Conhesimento basead em proposigoes justfcadas sem o pelo a observagio. Su ustifcagio pode ocorer, por exemplo, pelo recurs eras gins Contingéncia. Cortingente & 0 evento euja ocoréncia € possvel mas no necessria ele pode no ocorrer), ou a afrmagio cua ver dlse € possvel masnio necessiria (ela pode nto ser verdad). Dogmatismo, Es: Filosofis, nfo propriamente s attude deal sud que recuss oferecer arguments em defess de suas ida = alerigio evita Filosofia (Sistema} da Identidade. Designagio dada por Schelling | Filosofia esponsvel pla investigagio ca estrutura ondenadora ca, muito mals, incapacidade de expor cera opin a uma ‘do mundo, masincepsede trata a questo daexisténcia das costs, Por meio del, sabe nos coms ou oq so a cosas mas no que elas Filosofia Positiva, Filosofia responsivel, segundo Schelling, pela resoluco da questi porque as cose exstem? lain, ho Conceits efetivato om realizado a [dia Absoluta, Nio apen:s iltima das eategorias da Ciéncta da Légla, mas. proprio sistema categoria como um todo, Ea taliza ‘Gio mixima do Conceito, sia exposigo plen, desttuida de quai ‘quer condicionamentos externos Identidade absoluta. Na Hlosofa de Schelling substincia dnica Imanente 90 univers, dotila de uma High responsivel pela nese ds atureza ed mundo da cultura de desenvelvimento Intuigdovintuigao intelectual, Conhecimento mesa, diet, de algo. Ineuigio sensfvel: observagia de algo. Int apreensio dre de certasaf rmagGes venladleas somente por mela io intelectual: Le inguiigiabstata Literdade Lierseeoth, Escolha ente modossltemativos de condutaiual- mente posivee mas nto necessiios, Autonoma. No presente canteto, ago canforme ao que presereve «nuzo (sea racionalide humana ou rao enquant este tursondenadom do univeno (identidade absoluta em Schilling) Logica Modal. Disciplinarsponsivel pelo tratsmento da fungi olen ds categorias modais, como “necessidade’ comtingénci’ ‘possibile’ [Necessitarismo (determinismo). Concepgio segundo a qual to- dos os eventos do universo esto predeterminados por leis natura no havendo qualquer espa para acontecimentos contingentes, Objetividade/subjetividade, Em Scheling,equlvalnte A oposigio centre realidade edt, A subjetividade humana & uma expres so posterior e mais plena de uma Wealdade j insta nos eventos Ontologia. Teoria de tuo 6 que hi Proposigio. Airmagio que soe sr verdaira ou fal, ry pases .cem ‘Totalitarismo (politico). No sentido espeifio tematizado no presente livo, a eliminagio da possildade de live-ecolha pelos Individuos devido & subonlinacio d= sua conduta ao processo de desenvolvimento da Mdéia Absoluta, responsive pela instauragio necessira de certs aspectos ia reaidade sociale politica Suméeio— “Ties sio ws abjedes fundamertae a legal: sua concept de mundo pressupora a vigéncia de wan leglidaae apa de predeter minar todos os acontecimentos,comiss eliminand 0 espe p eventos contingentes(necesitarsm): por melo dessa elimina, sua filosfia seria responsivel pela inposibilidade da presenca de live-escolhaem geral por parte dosirdividuos, cas ages so tam. bem inca na esfera das eventos necessris (totalitarsmo); na sfera do pensamento, anulagio dacontingénea ests relacionada A recusa do earitercontingente da verdade de certas afirmagies, 0 ‘que invabliari «cites teorn egeiana — de uma teoin con {endo tiosomenteafrmagies necesaiamente venladeiras no po dlemos exter sus fsa, portato, sua reeusa apés avaliagho tor vel, Conelusio:apesa de yparentementedesconesas, 38 tres crticasrevelimse como sustenaas em apenas rma question ssencial, o problema da presenea ov no de wm espago para acor rnc contingentes nas esferas do sre do pensamento, Isso permite uificagio das ts acusages esa transforms ‘io em im nico cononte com Hagel. Ao compreenstermos que, no eontexto da ilosofiadesse autor. problema da contingénca ot explcitamente tematizado na Cinta da Lig, podemos eleva as cries inicio externa tm embatimanente ao sistema. O esti te vine entre o problems da contingincia eo conceit de “contr Aigo" em diatica toma imprescindwel o exame do método, 7 Préximo capitulo Compreensertadas as pecularidades da metadologia desen- ‘olvidar Hegel & posivel a partirdoestudo do desenvolvimento dos problemas de métedo no decosrer do Kdealismo Alemio. Os scessvosimpasses metddicos vidos por Kant, Fidtee Schelling exam de Hlegel a reforma nos fundamentos da Filosofia, dando origem 3 sua peculiar concepeio de dialtica 4 capitulo 3 7 ee —Ontologia e Método: Hegel e a Nova Metafisica 5.1, Consideracoes preliminares A INSERCAO DA DIALETICA-HEGELIANA No CoNTENTO DO IDEALISNO ALEMAO Em sua aba A gud daltie Igeians, M. Baum mostra sea favor de th do exame da bistria da formagio da prpri Filosofia de Hege, bstraindo-se para tanto do contexto mais abrangente do Talis iavestigagio da origem da diléties Feta através ‘mo Alemio, 0 autor justifea seu ponto de vista apelando a0 su- posto caritercrginale dnico da metodologiautlzada por Hegel “E de Fato possvel e mesmo inevitsvelremeteragénese da daltica Ihegliana também 8 nfl riineos; no ertanto, nenfimn dos pretendidos fundadores ou ia de fsofos antigos ou contempo cofundadowes a alta) sntencionon nem de longe ura tal eon cepsio do coneeito edo método da Filosofia, E, portant, legiino cc oportuo abservat a génese da dialtica hegliana a partir de si mesma e abstrr dagucles autores que no tinham de modo gum ‘objetivo deconsteuir uma dialética no sentido de Hee!” (1986, p5) De fato, os estudos realizados por meio dese ipa de invest {gc imanentesio no 56 lgitmes como, em miitos casos, fut Feros. Mas a afirmagio de M. Baum parece impress em pelo me ros um pontoa dsticaheeliana, sea em sua dimensio positiva ‘ou negatva, fo, sim, em grande media antecipads por Fchte © Schelling. Ese tlkimo chegs a denominaetardiamente 0 método “empregidlo em sua Flsofia da dentidade especificamente de prit- ipo de deenvlvinene (Gesch.,p. 524), mostrando 0 quanto esta antecipou afutura cancepgio processal do absolut elaborada nor Hegel. Por outro lado, também o tago negatvo-citicn da diate, a mnbérn havia sido antecipad, nso por Schelling, mas por Fichts. E certo {que a teoria do desewolvimento proposta por Schelling no tem todos os tagos posteiormenteexplicitados por Hegel e que Fichte seteriatica mais mareante da metadologa hegeiana, no havia conciliadoos dois momentos do método — a serem de rnominados posteriormente dimensées critica especulativa da ialéciea — em uma dnicaestrtara fundamental, mas no se pode near 0 cebito da diéticahegelinna para com tas autores. Sendo assim, deveros ter em mente que concepeia hegeliana de dalética Sé pode ser compreendi plenamente quando contextualzada na historia do desenvolsimento do problema do método no IMealismo Aledo. Bo que prewndo fazer. seguir 3.2. A Filosofia da Reflexao. de Kant a Fichte A Nova Meraristca: nevouugie NO METODO E NOS FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA A filosofia de lege! representa 0 Spice do tsbalho de uma seragiointeia de persaores eva meta eraafundagio de wma nova 76 somes aston “Metafisica, © pai dessa gerago 6, sem vida, Kant, quramos ou io engqudelo no esquems do assim chamado Kdealismo Alemio {o que fago no que segue™). Essa Metafisica renovada deveria supe- ‘aro dogmatismo insito nos stems osficos da tradi, espcil- mente nas tori ancora na suposico de entidades tanseenden- tes ao mundo natural, coma era 0.cas0 da Ontologia elissica Doggnatism, nese contesto, i diz spelt tanto a uaa inexpacle dk le mun, mains coneritee ro no ala "mando! "Des? sem uma investigagio prévia de nos capacklade de conhecer 0s supastos objetos por eles denotados. En sua contraposigio ao dogmatism, Kant tem em vista sobeetuo a filosofia de C. Wolff (1679-1754), ou melhor, uma de sas verses condensadas dfundida ra 6poca como manual dees tox, na qual o dedutivism wolfino, a tentativa de deduzir co hecimento objetivo a partir de proposes universalism ou prin- ipios suportados por ids motaisias, 6 ainda mais acentuado (cf. M. Want, 1924, pp, 50-1), Em vez de supor tas principios como certos enn problemitics, seria necessrio realize wma ee tics prévia do conhecimento humano.com o intuit de etabelecer ‘seus limites e possibilidades. Essa mudangs metédica vem arcorada em uma outa evolu io na Metafisc, ainda mals essencd: a renavagio de seus funda smentos. Se Meta tama cori do ser eonsiderado como autdnomo com relagio 20 su jes Realist, portanto ‘Metatiscn tem na subjeividade™ saasegltima e no Helisno a cin apresentar angumentos favor desta ous daquela concep tradicional etava ancorada sobretuco em Feito cognoscente — urna Met a Nowa posigioflséfiea correspondent, Ex. Kant, o nico mundo a que temos acesso€arealcade constituida pelos procestoscognitivos da 6m deste munco fenaménica haa nega, opacidde radical da coisi-em-sismesma, mente humans: para Se a Natusezs no € we ca0s mas um cosmos, um mundo ‘onlenado, iso nao ocore devido a reglaridades presences no con 7 portamento do muna mateval —se tals regulates, isso no podlemoe saber, A Natureza um cosmos porque o sr human, 20 itiplosfomecidos pela sensibiidade, win das Faculdades do sueito cognosente, termina por unifies de cor o.com determinadas eyes“. Tegslagie mais elevad da na ‘ure precisa resiirem ngs mesmos, quer dizer em nosso entend mento (.)" (Kant, Pro, p.78). A subjetividade nio € apenas 0 centro de uma renovacio epistemolégica, mas de uma revolucio ‘ontlégie idealist: o er emuante fens &consttuido plas les Fornecidas pela raz humana, Kavr e stus erinicos, —— Seguindo a linha inaugurada por Descartes, 0s Fildsofos do eatismo Alemsio encontrar nesse novo fundamen a possbili: dade da atvide critica universal inerente & Nova Metafisia:en- {quanto principio primeiroisimo da Ontologa,o nile Fundax dor da ordem do cosmos, nio se apresenta mais como elemento externa atividade de conhevimento, mas prépria subjetividade «sua capacidade legisla, nad impede o processo de esate 40 por ela mess, Nad pote imped o foto na reslizacio dessa tarts, “(.)poleapule que nto produ talent mento dt rtrd i mess no pode mantra, mas trace a por intr nbd razio (..)" (KEN. XX). Essa posibildade de uma auto- tematizagio do sujeto cognoscente, essa vellesvidade & 0 presai= posto de tds a Nova Metaisea, de toda a Metafisea Critica” arn os sucessores de Kant, apesar de sua obra estar altura Ae seu tempo, propiciando os undamentos da nova Filosofia sem (..", como dirs Hegel (WL, 5, p.59,n.), ea fo ineapz de realizar plenamente o projte de una Nova Metatsia. O postal Ao de wna coss-em-s a0 mesmo tempo descanhecida epressupos- tonecesivo para «a nio€possivel sem presenca de um material a er recebide pela 78 constitugto do conhecimento (que aexperién- sume ann sensbilidne) contradizi a exgtneia de citieidade do flosofar,ea falta cle um procedimento homogéneo e cao, aiada a difculdades ‘expeciicas na srgumentagio forecida na Cre, puna em ruinas «a revinleago de sitemtieidade inerente a qualquer teorn que se pretenda ssi Em 1792, no eélebre escrito Ameidemus, cematizade por Fiche em secensio no mesmo ano, GE. Schulze (1761-1833) re Ties a doom do exticlmo conten a loci kantiana,alertande co bretudo para o carter contraditéro da postulacio da coisx-emsi (cf M.Wundt, 1927, p96), Por outeo lo, as dficuldades mets dicas do pensaiento kantian sero cedo econhecidas: em Sobre es progress da Fibs (1969, pp. 50-1), antes, portanto, da publi ‘io da primeira versio da Dautrve dla Cnt de Fichte, Salomon “Maimon (1753-1800) chamari a atengta para o problema da mi irculridade na prova transcendental, o alemento argumentative riclear da Crit Examinemos de pert essa objec langada por Maimnon, decisva pata os desenvolvimentos posterieres do Idealism Alem, Kane haviarenegado, como vimos ima, a tentativa de importan- tes pensadores medievas de ancorat a Ontologia a teoria do ser ou «i realidade, em wma Teologia do transcendent, negando a possi bide de conhecimento de qualquer enidade situada para ‘lo mundo fenomenico, Mas ele manteye in elemento determinante fem alguns modelos elssios da Anta Metafsia: a tentativa de realizagio de wm conhecimento objetivo certo eindubitivee, por tanto, spridrco, no fundado nn expeiénss, Kant acreditava no sucesso da nora Fisica newtoniana na Leserigio covreta dos fendmenos naturals, mas sabia também, se- sindo David Hume (1711-1776), ue aspretensbes de necesida- dee universldade embutias em suas af magées bisicas nfo po- seria ser sustentadas a partir de qualqter prova empiric. Kant concede que toa indugio fornece apenas o indlcio de que pssie- mente — e jamais necessaiamente — as regularidades detectadas 79 em um grupo especifice de fendmenos possam ser thas por regu: ridades presentes em todas os fenémenos da natureza. De one provitia a justifleago do carter necessira e universalissimo das [eis undamentaisapresintadas por Newton? Como Aristtees, Kant concebe os sistemas tericos como constituids por afiemacbes expressas em proposes composts de sujetoe predicao, Se ciéncin éconstituida por sisters tear «cos dese tipo, entio 0 conhecimento de suns bases lgitimadonss deve niin pola exame da estrutura das proposigdes (ot juizo). [Alem de serem composts por sujet € predicad, as proposicies liferenciam-seenquants analitias on sintéticns, No primeira cas, pred ‘Go ao que jf est slo no aeresce fandamentalmente nada de novo em relic impicito no sujito, An afirmarmos “todos of ‘compos si extensos”, 0 medical que tens, Es proposiis om jzosanaliticns sio ventana prio, « justamente por iss, sio necessiase universal no precisamnos cla experiéneia para deteetar a verdade de tis juzos, pois undo 0 ‘ue precisamos& verti aqullo que j 1 acresce nla ao seit, visto 1 contid analitcamente no conceto ‘corpo! a idéin de exe nelescontido — deve- mos considera seo predicao apenas explicit 0 que est impliito no sjeito —« so 0s ena necessriamente verdadeios, poi in £ possivelsem ferro principio de nso-contraigio ri eles dena 10 de see verdadeieos. 1, por oute lado, 08 juzos sinttios, da tipos “este corpo esti cexperiénci pars decidir pela verdade ou falsiade da assercio, “Mas nio pose sero caso que todos os juizas sitios sejam falsidade ns sm movimento”. Ness nso, dependemos da emplrios, ao menos se considerarmos a eigneia newtoniana da me ‘rez coma contend juizos universal e necessriamente verde tos, Segundo Kan, a Fska neta tudo 6 que ocorte € sempre determinado anteriormente por wma causa (..)" (cf. Pao, p. 50) Ora, ese juizo no pode ser analitico, pois no predicsdo diz-se mais do que esta expresso no sujeito. Nao ana contér jiaos do tipo.) 80 semautsunai send anaitic,e ainda assim tendo yalidade universe necessi- "aes juizo tem dese sinttio a prt. Em ais jis da enc da natures 0 predicado acresce algo 20 sueto, propiciando a ex- pansio do conhecimento e, ainda asim, garantindo se carter ‘univer e necessrio, A Crt nz pure tina por intuit bs co responder esta questo: como tai julos so possi, se in necessdade no poe provirnem de measles gcas come o pri pio de nso-contradigio, em da observagio empiica? Segundo Kant, esses joigns si possveis porgue a subjeiv: dale proporciona estraturas tnscen ents — conceitoswniver sis 9 conexo ligica — que determinam a verdade necessria Ae ais uizos. Asa vendade io est sustentada, portanto, em ne ‘nhuim tipo de observagio empiria, mis na conformidade do juzo a clementos transcendentaispressupostos. A An via pecado ao também pressuporasestruturas transcendental sem esclarecer “(..) come nds ones a priori tals onctas, parades ders tabi determin se uso vida tou em vs objeto de too canhecnento em wera” (KAN, B 234). Mais do que a simples andlise de concitos emo “espago’e Yempo',enguanto condigbes Metatisica hae deposiildaledo conhecimento matemsiico pao ou no empiric, fe usa ¢ “eel, coma condigbes ge possibilidade da conheci mento puro dla natures, a Nowa Metalisien deveri forecer spre a legitimidae desses concetos, Era necessrio tanto legitimslos enguanto conceitos puros, emontandeos sua origem, sua fonte nasbjetividade—no caso de“espaco'e tempo, apresentiloseomo, boriginariamente, formas puras da intugo, ou sea, remeté-os fs culdade da sensbiidate —, como justiar sua validade como ase dle conhecimento objetivo a prio Mas €justamente na tentatva ce justificara vaidade desses nentos trnscendentais como concio de possibildade de cer tas ciéncos particulars, tarefareserada & assim chamad pre tramundntl que 0 problema da Grcul-dade apontado por Maimon ‘ganha forg, A objegio procede se conceermos o argumento a BI ‘iano realizado na Critic ds rato pura como um tipo de prov die ts mediante procedimenta regressivo-dedutiva, Citemos como exemplo procedimento que Kant adata na primeira exposgio trans cendental no contexto da Esttia (Crt de rz pura). Busea-se ese ponto provar espsco como forma pura da ineuigda sob a pressuposicio prévia de que a Geometsa contém proposicbessicé- teas ¢ prior. Segundo Kant, a Geometria€ uma ciéncia que “..) letrmna sintetamente potas propisades do espa” (KEV, B 40) Peryuntase, ent, “oque pri [mus er a rpreeta do epage ra gue, prt, sj asta cnhecinenta?™ (B40). Conc ‘io: 0 esp960"(.) pra ss so erginaramente ati.) Mas ee itu praia sr enna cm nds prion, om ea, antes de toda peepee oj)" 1B 401), £ fFcilconstataro carter notoriamente regressive do age ‘mento proposto por Kant: ee parte dem conhecimento dado vai na diegio de sas condigdes de possibildade (o procedimento pro= sressivo percorera © caminho inverse). Agora, possu esse ang ‘mento ui estrutura infeencial, ou sep, 0 lisofe quer dir a verdad de ceras condigbes de possibilidade da verdade de certo tipo de conhecimento aprrica? Sea resposta fr sim, entio a ang -entagio & circle. Vjams esse ponco em dette. Kant parte ea constatagio de que a Geometria determina o espa snteticamente 4 prin ele olerece, ent smgumentos que procurim sstentar © vinculo entre ess gnc ¢cortos elementos transcendent sem ‘9s quaisela ni seria posshel Segundo o autor, proposes sine sot so. pater ou «or, Como vimos anteriormente, ape as no segundo caso tos proposicbe sntéticas com carter un versal e necessiro, ees sé so possveis porque so Fundadas nao rns experincla, mas em centos elementos transcendentais ea pron fomnecilos pela subjtivide transcendental ‘Com esses pressuposts hsios da Filosofia Transcendental ‘anciana (que poderiam ser, de todo modo, questionados), alent ‘mon a primeien premise de argumente: que 9 espago ss uma for 82 pssemesausdiy, ma pra da into & condi necessh para a realizagio da Ge ‘ometia enguanto ciéncia caps de labor proposicoessintéticase «4 prior, A segunda premissa do argumento, ou se, que a Geome- tri contém proposigds sinttins pri, Kant protende obtéla de Fauex" A part dessa duas premissas, 0 Flisofo procurs, entio, infer « proposko que afirma o espaco ‘uma simples constatac com forma pura da intuigio como propasigio veradeira.O agg ‘cnto como ui tod teria a seguinte forma lige. Se a Geome ‘it contem proposigues sinteicas# pri, entao 0 espago € wna form pura da inti; 2. A Geometia contém proposiciessinté teas a prior 3. Entio,espago & uma forma pura da inicio. ‘© aumento como wim todo & cicular (ma circular), Isso porque, sea primeim premissa € vemadeira, enti a segunda remiss 36 pode ser obi com verdadia se pressupusermos de sala aconclusio como verdadeita— quea Geometria contém pro- posigdessintétcas «prior, iso 36 pode se estabelecde como ver 2 como forma pura dt Jnquigio — © ado podemos agors queser infrie daa eonclusso Aaleio se consderarmas o espa de rovamente como verdadera sem ma ciulridade (ef, H. Palmer, 1983). O mesmo se dem certos momentos da ded transcen- Mental das categoris. Kant afiema, por eremplo, em B 126:"(..) a valida objetiva da eategorias come conccitos a prior aseaese- no fit de que somente através delasa experincia (segundo a for ‘ma do pensamento) & possvel, Pois elas [a categorias) se referem recessuriamentee pris aos abjetos da experiéncia porque apenas através delas qualquer objeto em ger da experiéncia pode ser pen sado”. O angumento poderia er reconstuido do seguinte modo: 1 e nds (eres racionai) temos experince qualquer abjeto, em tio as eategoias tam validade objetvas 2. Nos temosexperiéncia Ae objeto; 3. Ene, as etegorias tm val dade objetva ‘Assim exposta, sem mais, a prova ¢ obscura, nio conchsiva, Por que seriam ascategorias to decisivaspara que exita expe cia de objetos? O que vem ser sau “experéncia’? Para tornar 0 83 argumento plausivel prciariamnos explicitar outros elementos ai pressupostos, isso 56 €possvel revelando concepgbes bisicas na Psicologia kantiana, Segundo 0 autor, a experiéncia € resultado de ‘uma colaboracio intima da sensildade edo entennento (ds das Faculdades da subjetvidade),sendo que arts tem nessecontexto apenas fungio reguladora (a idéia de mundo como 0 conjunto de todos os fenémenos, por exemplo, regula a préxis do clentista na tentativa de universalizagio de suas ceovias sobre fenbmenos nat rns) O processo de conhecimentoiniia na recep, pela sensibi- Tidade, do ma 21. ser waballado pelo entendimento, Fzendo uso do entendimento, eazamos juzos, unificand as percepgbes fem uma conscincia, que pode ser paeticular ow gera se, pata a unifiagio das percepgoes, pressupomos a conscincia particular enti o resultado € realigio de ulzossubjetivos, ni universas {juieosvalidos apenas pars thin ou para guns poucos); se press mos a conscncia universal, temos por conch jutzos objti- vos (vilidos no apenas para mim, mas para todas os sere racio- ais) e6 a pari dsse nivel temos propriamenteciprtnta(Pro, pp. 36. 61) ‘Mas s6 podemos realizar tai utzos uilizand categorias, ‘Agora podemos compreenier melhor por que as categoria si de fato condigio de posibildace da experiénca: elas sio parte da estrutura transcendental cue sustenta juzos objetivos univer: salmentevilidos.O argumento como um todo, apesr de sa com: plexdade, permanece regessivo, if que Kant Introd efetiv dade da experiéncia come base da prova (na expliitagio Feita a experiéncia $6 & possvel, sequindo 4 informagio da primeira premiss, sob a condi da verdad da segunda premissa endente da verde di conehisio: oamgument & cima, a segunda prenssss). Com valde objtiva das eateporas suportada ou dj circular. Como dirk Maimon: “(.) 4 Filosofia Critica no pode fazer aqui mais do que mostse que, para. a possibilidade da expe- "éncia em geral, no sentido em que ela toma a palave experi 84 SxS DA 0D «a, prinefpios sintéticosgeras (por exerplo, tudo tem uma eau +2) preisam ser pressupostos-e, a0 mesmo tempo, para a realidad (referencia « objetos)desses princpios, precisa pressupor a ex perignci como factam, ow sea els preci movers em un cons tante ciclo" (1969, p. 51)" ara eseapar da mi cireulardade mentendo aestruurareges- vada argumentagto, poderlamos proceder de dos moos. Poder mos recusaro carter dedutive do aumento, enfraquecendo a pro: ‘va: no temos masa pretensio de infereaverdade das condigbes de possiblidade, ms simplesmente matin. Ese paseo fot da por pesquisadores como M.Wunalt (1924, p. 411) eR. Bubnee rover, esse contexto, no equivaleria uma preva Tg, scltagio ne- cess de uma certaconclusio a parti ds aeitagio da verade de certs premises, as una matngde de Fundamentos de dirito que legiinsam dado ponto de vst: “No e trata aqui de um ab- cto de concontinci, [como aqua] que nm core provi [Be] ‘raz consigo para todo se racional, mas ea ndicagio (Nach) de ‘uma legtimagio” (Buibner, 1984, p. 65). Esse enfraquecimento da prova no permite, contul,o estabelecimento de um conhecimes tocerto indubitivel, 0 que édfclmenteconcilavel com a preven ‘io kantana: como 0 conhecimento univesalenecessariamente ver dddcito de cers cigncias particularespederia estar ancaralo em lementos transcendentais cj prova ne podria ser mais do que ‘um mostrar inconclasivo? Pderiamos, sina, rabalhar eom prova indirety se eenquan- to transcendental € concigio de possibildade de Addo conhecimento,entio aquele que considera esse conhecimento como verdadcito © nega sia condigio de possiblidade entra em contralgio;efutando nosso oponente, provamos inditetaente verdade de nosso ponto de vista temos de aceitar como verdadelra 1 proposicioindicativa de certacondigo de possibilidade®! A ‘tia solugto seria abandonar a estrutira egresiva © buscar a realizacio da prova transcendental no context de algum método 85 progressive, © proprio Kant wuniy sob a denominagio dedugde transcendental win varedade de mecanismos de provaincluindoto- «das esa alternativas a serem aprofundadas no decorer do Edealis: so Alemio®, (Os seguidores de Kant Igo se deram conta ds orgem do impasse na metodo transcendental Crt de rai pre tor xumentagio filséfiea Jependente de uma suposicio pré via acer da corregio de dador saberes particulars. A eigncia da ‘atueza precisa estar ancora em um saber transcendent ‘este era supost adequadl somente por er candigio posibiltadora sdaquelacitnca tia como certa Tao o esforco dos idealists por teriores seré no sentido de libertar &argumentacio flséfiea em ger de vinculos com instnciae no flosfias. Lugar destacado nesse contexto ocupari a obra de K. Ly Reinhold (1757-1823) que, apesar de sinda Fortemente vineulado «Kant, passa a exigir de seus contemporineos ma Flasoia mais sstematien do que a oferecida na Crier. Em 1789, este autor pu 1 Tentative de won no tern apace ane ele repre gio, seguida, em 1791, do esto Sabre a fndamenta do sabe ls ‘fier, que muito impresionara Fchte™, Segundo Reinhold, «toda “(.) ilosofia até agor, sem excego mesmo da kuntana, se servarmos coma ane, falta nada menos do que ui fudamente (1978, p. 3). A Critica rao pur 6 vista como propedéutica a um sistema de Filosofia ainda aser eonstruido (1978, pp. 69-70). © conhecimento verdadero devera estar Fundado em um princ- pio seguro, em una proposigic isiea nfo condicionala por ne inhuma outes propasich, coxcebida como condicionante ow determinant de todos os demals conceltos fundamentals da Flo sofa (1978, pp. 3534). Esse prin 6, segundo Reinhold, “proposgio da consciznca” (1978, p. 354). [Nasee aq o programa de uma nova reforma de método io primeno-itimo, absolute, Filosofia contra 0 procedimmento tpicamente utilizado por Kant, ‘ou sin, conten 9 método regressive, singe a eniggncin de realizar 0 86 semen OR sistema flosifico proyressivamente através da deducio de propost «es (ou, simplesmente,construgio de coneetos) a partir de um principio fundamental tio como certo e ndiitivel, Esse projeto cling, e,no que diz respeito 3 pretensio de cientficdade — concebida age como realizagio da Filosofia. particle um métod seguro —e, pineipalmente, auton ‘miedo flosofe, também por Hegel. Bra preiso concentrarse em ser segudo risa por Fichtee Se lum dco elemento, do se dxpersar na plualidade de principios, + partir dessa base soda, constrr o exo itera da clenca Fietrre: a constRugdo APRIORICA DA EXPERIENCIA Fichte€ um kantiano, e seu ponto de parti no poderia ser ‘outro: 0 mundo experenciado por cada wm de nds, a totalidade dos objets, uma realidad construida pelo prop sujet cognoscente, se hi oem neste mundo, se hi eis que determina 0 compor tamento dos objets, al rcem fo nssuradapelaprpria subjetive Ade, Mas Fichteradializar o dealismo kartano justamente com ‘0 ineuitodeelininr o dit de dogmatism tazido pela postulagio da coisvesi ns Crt da azo pre Para am dessa realidad pereebida, do mundo dos f hecl, aso vicuo puro e simples, ose nada. Se hé qualquer tipo de muro, este €0 mundo das representagies, constituila por ‘aula ui de nds quando reaizamos o ato de conhecer imnenos, no hd uma eaide deseo Por outro ldo, entre a totaidade das nossa representagoes percebemos alguns como contingentes ou dspensiveis: se afd te gallo ret nag ele aparece como al ort, mas julgo essa representagio com err ea descarte outratrepresentagies, pelo contrivo, so thlas por necessrias ou irecusveis se hi de fata seresvivove seta tals elements ots contigde possibilitalorss para presence vida, ento eses mesmos dementos — por xen 87 plo, presenga de interagao entre o ser vivo € 9 meio ambiente — io podem ser consideradcs como representacdesdispensiveis. Se compreendermos cada umadessas representagbes de objets “com ppanhadas do sentimento ce necessidade” — ou sea, tklas como io dispensiveis— como endiconadas por outs representagies, « ess por ainda outs, ert constataremos que a realilade-per ccbida ndo consta de ue sglomerada de represents inconexas: 19 mundo das representacies dein de ser apenas mundo e se trans- forma em tum cosmos, uma realdade ordenads, denominada por Fiche site de epity human, Como explicar a presenga de ondem necessria na realidade- Ppercebida? Ora, © munde das representa & resultado de una tv produtiva do pedro sueto cognoscente, essa pengunta eve er respondlla nso pe: investiga excusiva dos abjtos cons ‘ateulos por observagio. maspel extme acura da ative prox ‘or do priprio sujeto coguoscete, Lemibremas que, em Kant, as representacies necessiras — ou, mate precisnmnente, os juzos vill los universal e necessavimente—estavam ancora em wma cap bjetvidade wealizada sola pressupost io de certs elementos transcendentais, como as categoria de causa feito, Mas ess capacidade de sinese, por sua vez, depend de um emento ainda mais orginvio, assim chamad apoio trans ‘eoufatal se peu. A conscgncia a wnidde de qualquer objeto em cidade de sintese priprin 8 uma representa 5 & posive acompanhada de wns conscigneia Prva que 0 sujeto tem le st mesmo enqusnto uni no tempos porque econhego mim mesmo como unser permanente no decor rer do temps, e como 0 mesmo ser, posso ter consciénci de objets Fite radicaizar es posi kantianay se « unidade de ‘qualquer objeto supse a unidade do proprio seit cognoscente pro- porctonal pel stl vinculo a unieconscincia de objets autoconscénciaéa che ve de lei mano, O tor consideat conscigncia de si mesmo, entio a eucidasio desse 8 par a compreensio de tod 0 sistema do espirito hu 88 Assman sncrsitimo dese sistema de Filosofia auteconscnc emt inicioenofim do proceso de consign dare dad experiencia, Est 2 ico porque toda a atiidade do sito prncpiacom a consatagta de sia prdpiapresengn paras mesmo, Et a0 im, porque desde ocomegn a sit pecebe o proceso de prodgio do sudo de objetos como condigio neces par a satisigio dese ‘pul em dveio&autoonsegniaplenamente resid "Merk a ic li." [Observaat esol did Fhe (CEWL-1797,p. 422), Or, cada um de n6s 20 rele sobre st ‘mesmo, sbe-se nfo apenas como porta de conhecimento, mas também como capa de conhecer algo Temor aqui ts elomen- {OK nds mesmos, enquanto refltimos sabre nossa capacidade cognitiva, enquanto conhecemos objets, objets conheidos f uma e8 mesma subjetivdade — ou simplesriente eu, em termi nolo flehéeana — que, por um Ido, toms eonscnea de si enquanto ser cognoscente,e, por outro, conhece feivamente cer nc sh ed enquantoacompanhae central a Downe tos objetos. Toda autoconse da de uma conseigncia de objets, esta ates ste Ciéncia (Fiehte, ZEWL.-1797, pp. 457-8 Isso no significa, naturalmente, que a plenifcago da auto- conseigncia dependa da postulaglo de qualquer realidad indepen- dente do sujito cognoscente. A conclusio fchteana &exatamente Snversi eu no conhece as mesmo pang €aftadoprimeiramente pelos acontecimentos presentesem um mundo ster ale”, mas carter de esteriridade do mundo da experiéniae todo 0 mundo cexperienciad é porque hi autoconscincia, Tad realidad (e esta resumes, para ite, um ano pride) em si forma como em seus conte, ¢pradzide pla aubjeiviade como vm elemen- tonecessrio do process de efetivaio plea dasutocanscignca, Devernos compreenderdesse moo o express, embora ape ‘as impliitamente, no prinepio primeio-kimo de ted Doty eda Cita eres “(. oe opie no ea aoe doen vse nao «1" (W1.1794, p. 11D), considerado como sintese de outros dois 89 prinepios anteriones, “(1 ve pra esimpleaments, de mad Fi ria, seu pps", p. 98) ©") aoe € ope, pur ese (id, p 104). Segundo Fichte, "para slém desse ‘onhecimentonio vi nerhuma Filosofia; mas toda plement, nie iloofi an mental deve etooeder até ele e,enquanto faz iso, torna-se Dost tina da Ciencia. Tado o que deve ocoreer no sistema do espirito Jhumano precisa poder ser deduzido do exposto” (i, p. 110). Esse primelro principio nio et fundado, para além das duas propos ‘es refidat nntesinemerte. em near pepsin antvir: Te tase daexpressio do ato erginiio de autoconsciéncin 0 proprio et realiza a eposgio entre ewe nio-eu (entre o mundo da subjetiidade ‘©0 mundo dos abjetos) como momento necesirio do process ce sua génese como see plensente atoconselent, Ese ato primeira live — dat a primazta Ja azso prdtca em Fiehte —, mas cada elemento que dele segue éparte de um desenvolvimento necessri, jum dos elos de uma cagetafechads, do creulo que conduz da avtaconscneia anda iplcitamente considerada Asia expicitagio pln. Tas a demais proposigies (ou representagies necessiras) {que constituem o sistemadl experiencia nfo sho mais do que des- dobramentos dessa propesigo bisia, a ela daquilo que esti nla contido. A autocons:gncia no consta,entio, apouas do ato ‘msliato de toma de consciéacia de si mesmo por parte do eu, amastinpies também un nga presto de matur plenifca através da qual de a génese do mundo fenoménico, Diricunpapes pa METODOLOGIA FICHTEANA © procedimentoadotado por Fchte parece, & primeira vista, bastante simples e exitamente oposto aquele wtlizade preponde- rantemente por Kant partimos de uma eigncia determinada tid por cert, procurandaascender ao conhecimento vendadeira dos elementos tmmnscendentss que a possibilitam; pelo contri, 90) Iniciamos do ponto de vita flossfio ou transcendental, tomando ‘uma proposiio ses ou principio came ponto de pati, econo todo o sistema da experiencia est ne implica, ‘inferimos" dla xs demais proposes da Doutrina ds Cdncia, Se hi inca capaz thejulzos sintticosnecessrix univers, ela deveria ser consul ‘partir alo saber Rossin, e fo vice-versa. Tatas, portanto, de ‘um procedimenta claramente progres, ¢justamente esta eturn seri pelo proprio Fiehte em Suhre concn la Ponti da Cala. de 1794: 0 pinto da Dow vn da Gita deve sr considerado previamente como certo, 0 povlenco ser deduzide de nenluma proposisio superior, € “todas sdlemats proposes serio [ldas como] certs enquanto se puder mostrar que, de algum modo, elas so idntieas el; (.) todas as outros proposigies trio apenas uma certeza mediats, deduzida 2 partir dele (.)” (Beg, p48). Ao utlizarse de um procedimento progressiv, «filosofia de Fichte estaria, ento, live do problema dle ast ive dade que hava contyminado 0 gto transee dental antano, ‘Obervando-se com mals euiddo, conto, percebemos im portanteslifculdadesenfrentadas palo tipo de procedimento pro- posto por Fiche. Vamos & primeira dela: ora, se uma determinada proposigia sa Dontrine da Ciéula&condicionada por outa propo sigio, ganado as ceteza dest, sess, por sua vez, &condicio- ssi por dia rv pels pia, ste que toda as proposes testa sustentas eamparadas pea certeza de um principio pus mcitoiltino, se so € vena, enti onde se ampara a certeza do primeico prinpio? Como afrma o prprio ator, “el (0 principio precisa ser elaboradoe tido come certo antes de tol ligncto”| (ege, p41). Mas como podemos ter erteza do principio antes de tumos o sistema ou 3 Doutriaa da Ciéwie propriamente dts? i conhecemos ese problema, pois otratamas quando do exame da critica de Kierkegaa cair-em tm regeesso 0 infnito? da Hegel: como fundamentar a cgacla sem on Fide percebo essa difiuldade, tematizanlos em Sobre 0 p43), mas no fo superd-la nessecontexto nem nappa Darna aC primeira versio (1794), Una Filsofi que se quer eletivamente cx tiea mio pode es um sistema dt cincia que se que certo evil de modo a pri, € mesmo fandamento dem saber absolito (uma revindicacio cada -vez mals relorgada nas obra posteriores de Fichte), no pode depen comet da Dstrina da Cina (Be cae de ssentada en um mero postlae, assim como er we principio dala apenas presumidamente como ventadeiro, segundo problema € sinda mais grave. Se 0 prinefpio da autrina de Ceci,» sutoconsc nc, tem de ser dado come certo emi mesmo, independentemente da certeza de qualquer outs pro posigio do sistema, entio tem de exstir wim determinado ato de autoconscincia Al em que essa certeza se plenamente, Ocorre ‘que todo sto de avtaconsciénca AL explicito pressupte um nove ato de autoconseincin A2 no tematizade, de modo que a certeza el Econdicionada e dependente. Digamos que um determinado ato de autoconscgncia AI sea explictad e did como certo na sequinte proposicio: “Eu tenho consiéncia de que esto pensar agora em x". Ness proposigi, » es tem conseignci de si mesmo 1 si mesmo. Agora, para reali: zarmos esse ato de autoconsciércia precsamos de saida dstingie como ser pensunte: 0 eu € objeto pa ‘ent um er que tematiea (eu-sufito) eum en tematizad (ew-obje- to), € 490 6 é posse! se presupusrmes, de sata, um nov ato de utoconsincia (42) om que cepa dfrencag entre eset ecw objeto € ematzada efetirada. Agora das dus uma: ou este nove ato de autoconscincia (A2) é simplesmente suposto como cert, sem ser exlicitamentetematizado,rras entdo nossa tentativa de fundar ‘a certeza da autoconsigneia em AL € redundant e circular j que Ales sempre pressupomos a certeza da astaconscinca em AZ; os ‘9ato A2étematizadoexplcitamente, como into de torn preset now atode autoconseigncia A3,eeste soba pressuposigio de Ad,., mas isso 6 & passvel soba pressuposigio de win 92 sevens ou sea, consteuimos constantemente novos nes de utoconscién ‘la, eando em um regresso ao infnito (f.K. Dising (1995, p. 8s) K.Gloy (1990, p. 47s) O apeto A InTuGAo, =| INTELECTUAL De modo qucy3 primeira wet, ao colocar defintivamente a autoconscéneia como principio rimero-ltimo do sistema, ichte no resolve as graves difieuldades de fundamentagio jf presentes ha Filosofia Transcendental kantiana; pelo contro, o que era ain da um dilema ocasonal (ii que # mé Geeularidade podia ser contor nada ao evitaros o uso de procedimento regessivo"), tomna-se em Fichte ui problema constitutive ‘Averiade, no entanto € que 0 autor da Doutrna de Cita pereebeu cadoo isco de mt ciculridade em au teovia (ef: Henrich, 1967, p. 14, e Dising (199). Kaen 1797, ne Totti de uma Nowe Apres la Darina de Cita, lems o sepuinte earecimente: “Enquanto és consciente de qualquer objeto — seja ese [objeto] a pared que est ta frente — €5 conscente, como acabas de conce- dey, de teu pensamento dessa pare, esomeate enquanto és conse tented ti mesmo € possvel wma consciéncia da parede. Mas, para stares conscente dete prpro pensamento, preciss tomar consi nein de i mesmo. — Ti & —conscient de mesmo, armas; dite rencas necessaviamente 0 teu eu que poe daguele eu que € pensado ho pensamento, Mas, para que sj disso capi, € preciso novamen- te que aque que pens ej bets, naquee pensamento, dum pen- sar mais eleva, pars poder ser objeto da consign (.);preisare- ‘mos, ent, pata cada conscigncia uma nova emscitnci,cuj objeto Ea primein (consignee assim ao infrito,eentio munca podere- ‘mos aang una conscincia fetiva”(W1.-1797, p. 526), E Fichte jem 1797, multo antes, tanto, do que se cost: rma supos, mio apenas estava conscente dea difleuldade central 95 a durina da sutocorscigncia como havia proposto uma sterna- ‘iva para cla (embora ctamente também nfo destituia de proble ‘a: oat inca de antoconscicia, que consti 0 principio do ‘qual deduairemos ta a demas proposigbes do sistema da expe iene, tem de ser ums conseigncia imediata desi mesmo, e “wma int ("| (W1-1797, p, 528), Antigo intelectual, que ter pape to im portante em todas as obras posteriores do autor, aqui se presen ts como chave port excapar dos cilemas da Filosofia da Rees. consstnca desse tipo sigifca, em expresso cent “Tie dilemas ocorrem pela estratura mite da Fundament exiva: neste contexto,o eu obtém certea de si mesino como ser autoconsciente so tematizar © proprio ato de autoconseineis: 0 ‘evsujeito enconta-s fete no ex-objto, como em um espelho, ‘cadquitecerteza ao identificarse com ele, Como vinos, na enta 10,88 ato de relexiofressupe sempre uma nova cama de consciénei, © que conduz ou 8 mi crcularidade ou ao regesso a0 infinite, Ao insti a ida de ws autoconscieneta init Jo eu, Fchte escapa dos impsses da estratura reflesva mediats, Como afirana Dasing, “em ura tal unidade do serps imesinto doe ‘io existe neniuum porto de apoio para objecio de teracio inf nit, que part da diviio eda referéncia {miitua de sujeitoeobje co naautorreferéncia"(.995,p. 13) ‘A intuig intelectual é nda mals importante se a conside- armos como uma possivelalternativa ndo apenas para escapae da objegio de regreso ac infinito (assim como & acu cireularidade}, mas tambéim para superar a difculdade de Funda rmentagio do sistema de Filosofia da Nova Mé ciencia € 0 principio primeiroilimeo do sistema, entio sua certeza sea Seasutocons- tem de est funda em si mesma, ees et fundada na inuigio intelectual, Oe ita si mesmo como autoconsciente¢, dessa in ‘conseaiinia o desenvolvimento de 1a, e todas as demas proposigies sia ‘certs enquanto 0 pringpio primeiro-tlkimo & ele mesmo intultvs io primeira, segue con todo 0 sistema da experi 4 soem mente certo, Tatase de uma nova versio da solucio platOnico arsttGlica ao problema da furdamentagio da einai analisada nteriormente, A cansoidagio da intlgio intelectual como Fad mento da certeza do principio, no eran, nae axurse em 1797, mas sem obras posteriores™ Por oto lado, é claro que a pessuposicso da intuigo inte lectus, emora una alternativa possve os dilemas da Filosofia da Reflexio, ni € ive de objecdes, €Mé motivos suficientes para, 30 fim, rejcitla como sltermatva efetwa para a ralizagio da Nova Met de certezaimsstnta nie € tio obscum como as “verdadestransce ea fina, o que ver & ser ineuigio intelectual? Esse ato dentes® da Antign Metafisica, eae mera pressuposicio mio & wm to tio dogmtico quanto x mira ctexga em algo? Hegel insistent inadequacio dessa proposta fchteana ao dilema da fundamen Go, € com rato, Deveros enfatizar, no entant, que Fichte teve conscignca dos problemas da Flos’ da Reflexdo ¢havia propos tw pa eles uma resposta possvel, mesmo que problemstica, uma respost que ser aceita também peo jovem Schelling, embora r= jetada pelo Schelling taro O PROCEDIMENTO REGRESSWO-EM-FicHTE—— EA ANTECIPAGAO DA DIALETICA HEGELIANA Estariamos, todavia, fortemente enganados se, segundo 38 pistas oferecidas pelo proprio Fichte em Sobre 0 coneito da Dovtrinat tu Cenc, concuissemos que 0 praedimento utiizado em suas ‘obras éexclusivamente progrssivo. O que vemos, por exemplo, na Dautrina da Ciéneia de 1794 € uma sutilcombinagio de método regressive progressvo, ov, na concetuago preponderanteem Kant « seyuila por Flehte, métod ansliteoe sintético. Em oposigio a Kant, no entanto, 0 procedimento regressive nfo tem aqui, em mo mento algum,eariter de prova ‘Um dos esclarecimentos importantes ness sentide aparece na obra Filaments de toda & Doctrine da Citnia (W-1794), parse _gralo quarto, Fazse, nese contest a dstingko cara entre aatvis dade de autotematizagio daque e que eliza a Doutrina de Cinca, ‘oflisofo, ew atividade de posigio origina do prprio eu enquan. tw produtor do mundo dasreprezentagées.O fildsoto tem portarefa examina a sequéncia datos dh subjetividade mediante os quais todas as representagies sio construidas, Tis atos procedem por ‘posites alten, como vemoslogo so inicio da Dotrina dl Cincia na contraposigio estabelecida entre ev € neu. © procedimento adotado pelo filésof consta da ematizagio nica de wm certo ata ‘ético da subjtividade — por exemplo,aquele que garante a eet ‘agin da categorie —, eda procura subseqnente do ato antittico ‘seu produto (a extegoria‘no-e) sem o qu a construct da ese lo seria posse, “Mascomo poderiamos encontrar esse aposta sem dese pre sabilo como 0 oposto busado? A tematizagio de qualquer relago de opostos desde sempre prisupde uma sintse ji acontecida $6 pressuponul a sintese pode filésoo reconhecer esse elemento ‘como oposto com relagio aquee- Ou sea, o procedimento € aqui analitico (ou regressvo: parte-sede elementos muuament cond onados (eu € nio-ey), sempre pressuponda a ativkdade sintéica ‘mediante a qual a oposicio ralizada psd ser constituid aise do ‘condiconado ao condicionante A sinteseinstaurada entre eu nio- 1 €, no cao, 0 eu divs {de conter em si subjetividade © ‘objetvidade como elementos mutwamentelimitados, Fichte, no entanto, fiz questo de precisae sim ponte: o pro ceadimento & regressive uf no costexta da pesquisa realizada pelo flosofo, mas o ea propriamente dito, a subjetividade tematizada, procele sempre progressivamente, consituindo sinteses de opos. tos, Somente por meio das aghes sintties dessa subjetvidade pro sede fato que 0 elementos construidos sio verdadero: As aes ‘que sio expostas so sntticat; mas a reflexio que as expbe € anit 96 Asscaes 008 ta” (WL-1794, p 124). mesmo escarecimento aparece no artigo Comparago d sistema expsto pelo Senor Poe Sco com a Dow trina da Cigna, de 1795:"(.) apenas o procedinenta do soto &, em referéncia ao primeiv principio, analite, meso procedimento € a ago do eu subjacent investiga € sini” (Verg,p. 4440), leitorfamiliarizado com filosfia do Kealismo Alemso ‘no poder deiar de ver ness dislétia fichteana de tes, antitese «sintese a antecipagso da futura dialética de Hegel. Isso & ainda ait evidente re lovarimor em conta uno da contradigo na dial tea de Fiehte. Ainda na Dovtrin da Citcia de 1794, 0 autor di ‘ingue das direges diversas da pesquisa: priwiramente il6s0- fo postulao principio da Dowtrina da Ciencia encuante problemi, investgando todas as conseqigncias que se poe inferir de sua cetagio. Aes poucos, ele vai eliminanda peasamentos contra- ditrios que parecer resultae do principio, até encontrar “.) © ‘nico modo possve de pensaro que deve ser pena” (WI-1794, -219). 0 fildsolo investiga, portant, “posiilidades de pens mento” [Denkoigicbiten} (id, p- 219) e rejeitaaquelas alternati- ‘vas que contradizem 9 prineipio pressuposto, liminando contri Sigbes, 03 ato de pensamento coreto que deve resulta da posto so prin- plo. Posteriormente —e esta a segunda diegio da pesquisa partese do principio testabe rio de penscl, procutanda d panhar 9 processo de construgio da experiéncia: tatase a “de dlugio da representaso" (4, 227s) Esse uso criti da contradigio no contedo da problemat 2a do principio certamente€ outea importante antecipagio do or da Dounina de Cacia vai se aproximanclo do sinico ido econfirmaco edo nico modo procedimento hegeiano, Hi aqui, no entant, uma forte diferena lente ambos 0s fildsbfos: para ichte, as contredigdes so apenas ‘moos possveis mas inadequados de desenvoler aquilo que no principio est pressupost, so impasses surges a pesquisa real- “zl pelo fildsofo, mas no momentos nevitsves no transcorrer da 97 propria atividadedasubjetividade propriamente dts, De modo que esse proceso de elirinago de pensimentos contraditios na bus- eda ventise € um procedimento careto de averquacdo da legit niles Dotrnede Ciba enquant obra de wi determinado flgsofo, mas no & ele mesmo momento constitutive do desenvol- vimento do sistema do espfrito humane como tal: “Tada as possi bilidaces de pensinento expostas no decorrerde nossa investigagio (..) enum também fate de nossa conseléncia enquantofilosoivamos; sas eam fica produzcosatifialmonte, segundo as regs da refle- io, através ds espontaneidade de nossa capaciade de refiexao (11794, p. 219). Aiterenga csencal entre o procedimentos de Fichtee Hegel riz ais prof, Fite fz questo de sitio adokado pelo ‘sofa, que so encanta verde 40 enfentae as contedigbes © encanta neste pon si Aiferenciar entre © aacedimento regressive e limi possibldades de pensamento inadequadss, eo proced- mento proggessivo-dedutivo (ou melhor, construtivo) da subjetiv dave propriamente dit, Est sempre age de modo certo e segue, pattndo de wna igi intelectual de si mesma como ser auto ‘onscientee desohranco toes demals Bes que seguem neces salamentedesse sto orginirio, Hegel, como veremos em detalhe posteriormence, eas postulagio da intuigéo intelectual eomo insttuidora de uma certeza imediats do principio e incroduz 0 lemnento negativo di contradic disk no mao do desenvol- mento da propia Ia Absolut (o principio do sistem hegelano} _asuperacio de contiadigGes ni est mas reserva a atos de pens mento ni necesiros através dos quai ohildsofo investiga a subje tividade, ma inrente ao prdprio objeto investiga. Hegel bere sa Cz da Lig, oncleo lgico-ontos sco de en sistema, equivalente is Douteinas da Cigna de Fite, sles oposigo na resold entre o flgsofo como pesquisador e subjetivdade pesquisa, uma dualidade que pressupse, no Fund, tua contraposigio entre subjetividade individual e uma subjeti- 98 sere ian vida 9 vpriindvidusl ou sbsolta, Essa dulidade ser trata nna Fnomenolgie do esprit, obra respons vel pela elevacio do pesquisidordo ponto de vista do sensa comm (perspectiva da subjetividate individual) para o ambito do saber absoluto(perspectva da subjetvidade absoluta). Na Lig 0 pré- prio eu (spirit) absolvea —o equivalente hegeliano da subs- ‘inci dniew de Schelling — que se desdobra asi mesmo, e, se a8 contalgies apsrecem ein eu interior, ent elas no poem ser Vistas como umm mero conf de fildsofo, do pesquisitor com se objeto de peaqules, at comme wma sig do eeptito becky to consigo mesmo, a ser porele sanada. Veremos depois, por outro lado, quejustamente ness ponto reside o nGeleo da sporia do site ma hegeiano, enguanto a pressuposigo simultanes dle um saber absolute e conclusive da stvidade eritico-negstva de superagio de contradigoes no & mais da que a tentativa de conciliagto de elementos incompatives 3.3. Schelling eo saber absoluto Para ALEM bas pilaLssiies ba Fitosoria pa REFLEXAO. Em seu Sistema da ldentdade, Schelling entrar em con Fronto com os wsiduos de Flosoia da Reflexso ainda presente no pensamento fchteano. ‘Tayo tipico do procedimento sees & assentarse desi en aporgbes, em dulidades o sujeto cognos cente que reflec sobre sua capaeidade de conhecer objtos press pie de sida a oposigo entre sujeito e objeto, entre a sujetvidate © 0 mundo da experincia;o eu que realiza a Doutrine da Ciéula ‘ematizando-sea si mesmo ciferenciase, enquanto observadorcon- tingente do processo de corso da experigacia (enquanto et 99) empiric), do eu queconstitu tal proceso, 0 eu transcendental. 0 problems principal de uma Flosofia desse tipo, ao menos na pers pect dau que rivindics saber do abslaz ou do iendionado (e este &0 caso de Schelling, € su incapacidade de superar essas ‘oposigdes, sea, deeseapar do ponto de vista do relative, do cond onado — mesmo o ress &subjtividade transcendental (ou abso- uta) & sempre dependente da posta prévia da subjetvidade empiiia (ou fina) ‘© Jovem Scheling prope um caminho slternativn © H6so- {fo lever elevarse para além dessesdualismos. para um ponto em que ts Formas de oposig estariam dissolidas, Seno interior ls experincia (ou, oque é 0 mesmo, do mundo da representa), 0 sujito €inespa2 de adquisie conhecimento sem contrporse 20 ‘mundo dos objetos — ou, para situarmo-nos no ponto de vista do Fichteanismo: seo eu precisa de sada pressupor um nioveu a ele posto pars que a prpriaconstrugio da experiéncia seja pos sivel —, se Bnitude nfo pose ser deduzida ou construida a parti nitude a el conteaposts,entio precisamos encontrar ‘um higarem que ess préprns oposicoes entre ee nove, sujelto beta ins «objeto, into einfnito percam seu sentido, Esse lugar 0 ponto- sini ga [tudfrenzyuae] do saber absolute, onde subjetv ae objtividade si ities. Av colocanse do ponto de vista do saber absoluto, o fil6sofo ondon defiitivanente os limites da experiéncia. Com iss, Schelling afsst-se nip apenas de Kant, mas também de Fiche, cor reno 0 grave rio, como salentarel mais tarde, de se eolocar tam ‘bem fora do terreno da Nova Metafisin enquanto Hlostia eta, 0 aque forcar Hegel a uma reaproximagio ea um dilogo franco com 6 kantismo; isso porcue Fiehte, bem ou mal, considerara sempre © ‘undo construso emo rsidadeexperioncinds on repent pelos sere hamanos (osu ila a construgho de um “sistema do esp ‘to humano”: ef. Begr, p. 76). Everdade que ao deseartar a ida da 0 ponto de vista da deren entee ex € nio-eu (Fichte), entre enseiéncia de sie conscignci de objetos (Ceang); em segundo lugar, a subjetvidede examina a si mesma a partie da contraposigo de rms alteridade, logo, mdiatamente eso ‘mediatamonte™— como em Kant ¢ Fichte; em terceiro lugar, e mais Alecisivo: 0 procedimento filossfico &, a0 menos em um de seus momentos eritco, indretee regressivo — procede-se do condicio- nado em deco as sas condigbes de possibildade, como, em gran- de medida, em Kant e também em Fiche | proximidade a Fdhte € ainda maior se nos derimos cant da utlizagio em Hegel deargumentagio por reaugio so absunto, quando da refutagio de cals um dos pontos de vista tatados no Aecorer da Feameloie, cmo intita de encontr, poe i, na ges. Bem nome de uma filosofia et perspectva livre de cont sem nome da mas deeisiva de todas as wevindicagbes da Nova “Metafiscs, que Hegel erguese contra a postura adotada por Scheling el] no quer além do eriticsma nes de er Feito justiga sua tendzncia por meio de una “ivestigacio e prova da realdade clo eonhecimento™ (R, Hay, 1962, p, 233). Essa area ‘ritcn dl Filo, mesmo gu no no Sistem di Mente “Ele( anciano antes de tél investigadaplenamente, 3 115 dle Kant Fichte, represen, sim, a continaagio do projeto origins Fio de uma Metfisicn niodogmtiea como proposto pela Citi de ‘asto pura, Isso & assim tanto na xomenabyia do pits quanto, ‘como veromosem detalheposteriormente, na Ciuitda Ligien. Seam ‘0 dislog com a Filosofia ta Reflesto corre-se grave sco de um rmimersen para nwt dt Antign Metaiia, © Schelling estivers ito prximo dis, De todo mad, coma enfstiza Ha Hegel no quer ir pa ce Kane até que sua revindicago mais essencial — a exigéncia ‘tc — tena sido plenamente assegurads, Sua seta permanece send & realizngio da Filosofia como saber absol iden tidade. Tada 0 seu esforg> direcona-se para a construgio de um de ua Filo ‘o,s.efetvaco do projet de sistema proposto pela Blosofia di novo métado capa de sntetizar em um mesmo procedimente a sch Reflesioe sistematicidade doespinosisno Ae Scleing ss sigites snd, como vos, sa alkerago a pt citiidde a los pra concepeio do absolute: este pasa ser oncebido como wa totale diferencias, nici, meio e fim de ui process de esdo- bbramentomaente eracterizado por uma lie da diluigo negat va de antagonismos e autoconstragio da prpria identidde, S60 resolucio imanente dos dulismos carsctersticos da Blosofia da Re exio— como a oposigiownte subjevidadee objetividace, ein lividus e suprindividua, e entre todos os conevtes ontligics, ‘como finite € infinite — estaria 2 altura do elemento erica ‘sigh pra a constituigio de um Nova Metis, O mipasse pa piaética. HIEGELIANA ANTESIPADO “Toda a grandeza ea fralidade da Nova Metafsics, esden: tes ambas no coragio meso dos sistemas fosotcos, ou set, no Ambo das questes referees 30 método, terminam por desembo- «ar na concep de datiea proposta por Hegel. Em sua concep: 114 sss pom {0 de mundo converge eradicalizam-se duas vertentes ca Flos fia Moder dew i, critcidade emansal da atitude eleva dubitativa caracteristin do cag eartesiano, media pela res traci da Metfisia sm Kant eset aprofundamento em Fiete; dle out sistematiidadeabsoluta veil pel espinosimo — ‘também, por sua vex, 4 comtinukdade de wma dat dimensdes da Flosofia de Descartes, a énfase no apriorismo ena possbilidade da construgio tedrica do mando a partir do conhecimento seguro de dleterminados principios — ¢ mediada no s6 por Fichte, mas, so bret, pel Filesofia cla Wentidade de Schelling, Nio tho dfclmenteeatalogivel: cla busca, no fund, eoneiiagio de artigae vertentes antaginins dentro da pr prin daltia: 0 amo exticoiaicn, 4 mento no dewhorsocritico,¢ 0 rime sistemsticrespeculative da iicaplatdniea enquato céncia do neo Ki Que ess hedges do pensamento mnedero conviviam sual que a data hela Jeangs 0 maior reins o entre formas. «le modo pouco harmonias, isso se tornara claro pelo menos desde Kant: flésofo de Korigserg hava restringilo o procedimento ritco (e, na maior parte das vezs,regessivo} A propedética do Sistema da Razo Pura (sua primeira Crew), destinando 20 Sis tema propriamente dito 0 procelimento dogmitico © progressiva da Antiga Metafsica. © prprio Fiche, aquele que mais proximo esteve de wma reunificagio da atividade racional, de uma cone co de seus pals antagnicos, dferencinrs claramente entre o pro cedimento alive, negativo-ertco do ex do pesquisior so superar a contra Bes no processo de constituigio de sua tora do site: ‘a do esprito humano, ¢ este sistema emt si mesmo, construldo necessatiamente e de mado sbsolto pelos stor sintéticas do et supra-indvidual Seja Kant, ses ite, ninguén hava conseguido ‘ow mesmo pretend a unidade Gina das das dtecdes bisicas sl ravionaldade moder “Mesmo Hegel, em seus primeiros esbagos de sistem, cont Hos nas peleges de Jena de 1801/2, guardara uma nid distine 90 relatva autonomia ett as da attudes do pensamento mo- 115 demo: a criticidade ea sitenaticidade, Se a cigneia fundamental & rv nese contest, a Metafsiea — constanda do conbecime to especulativo da lei, partir da qual poderiamos construir 0 sistoma de Flosotia—, estuapareceantecipad por uma cgneia ne- _gwivocitca denomina Migica “(..) © conhecimento da razio, enguanto pertence & Ligcaé, portato, apenas um conhecimento rnegativo da mesma” (LM, p. 272); partir dessa crceita parte da Liles, ou sj, odo negatvo om anigidor da ado, sex realiza- «dv a transi para Filosofia venladeira ou para a Metaisie (.) (UM, p. 274), Essa Ligea mio €, portant, idéntica & Metaisca em seu sentido pleno,abarcande antes una trea toda especie: ela {eri a pretense“. elimina (riche) falsa Metascn dos sistemas Hosicos Himitades (.)" (IP. p. 263)". Desi ess poca sistema metafisco proposto por Hegel constawa, em sua base, de uma investiga dos conceitos univer sais 1 eategorias prestuposts em todo o conhecimento objetivo. Pisa Logica, enquanto cigncaintrodutéra, deveriatematizarpre- Viamente essis mesmns eategorias com o intuito nso de fornecer ‘um sistema categorial propramente dito, mas de pr em xeque wm

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