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O que é a Magia?
O que é um Mago?
Mago, feiticeiro e bruxo - Das diferenças
As Três Faculdades
Das cores da magia
Outras divisões
Da importância do silêncio
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O que é magia? O que é um mago?
Para explicar essa grandiosa Arte Científica tomarei emprestadas as explicações dos mais antigos e
tradicionais estudiosos.
”A Magia, de um modo geral, nada mais é do que a arte de causar EFEITOS VISÍVEIS a partir de
CAUSAS INVISÍVEIS”.
(Eliphas Levi)
Muitos outros autores retratam de igual forma. Na verdade, nesse ponto primário é algo realmente
bastante simples e ate mesmo intuitivo.
“A Magia, em suas várias formas, é portadora da Sabedoria do Criador que se revela àquele que
se dedica a conquistar a Arte Mágica. Ela é uma auxiliar indispensável à construção de nosso
Templo Interior.
Aos que buscam a Magia, como Caminho Iniciático, devemos lembrar que Deus não se revela a Si
Mesmo, exceto quanto o Deus Interior já se tenha revelado a nós”
(Extraído de Manual Mágico de Kabbala Prática - ALI A´L KHAN S:. I:., Pág.17)
Acredito sinceramente que estes mestres não deixam dúvidas sobre o que é a magia. Claro, existe
muito o que se falar sobre a magia, suas ramificações, modus operandis, etc. Mas em nossa
abordagem básica nos deteremos aqui.
Assim sendo, um Mago é alguém que dedica sua vida ao auto-conhecimento e o conhecimento de
todas as coisas. Muitos “buscadores” duvidam, pois não obtém resultados rápidos, alguns temem o
ridículo, outros são meros curiosos. A estes é minha obrigação dizer: Desista! A Grande Obra requer
todo seu tempo e vida, disciplina e harmonia. Para se obter resultados satisfatórios e livres da ilusão
e da dúvida leva-se muito tempo, é algo tão distante, que uma mente vacilante se perderá por muitas
vezes ate conquistar um fim por demais caótico e triste, talvez algo pior que a morte...
Mas Aquele que deseja ardente e sinceramente obter o perfeito entendimento das coisas deve se
lançar de cabeça, e com muitos anos de estudo e prática será vitorioso. Mas entenda aqui, que, de
fato, requer muita dedicação e disciplina, mas não entenda com isso Fanatismo, não digo para se
privar de vida social, sexual, etc. Pelo contrário, um mago deve estar acima da vida mundana de
modo que consegue tirar proveito de tudo que é bom e natural e viver em harmonia com tudo a sua
volta, seu planeta e seus semelhantes, e ainda continuar suas pesquisas em silêncio.
Mais à frente falarei sobre o silêncio.
Ainda devo levantar outra questão. Por mais de uma vez ouvi jovens iniciantes dizerem: “- Não
preciso de livros, sigo meu coração!” É muito bonita essa frase, mas, do que adiante seguir um
coração vacilante, talvez repleto de vícios, sem instrução, nem disciplina... O que estaria seguindo
com este coração? Outros preferem criar seus próprios ritos e “filosofia”, isso é bom, é criativo,
mas, porque “reinventar a roda”? sendo que os sábios nos mostram o caminho, seria orgulho,
preguiça de estudar...?
Porém os problemas do buscador ainda não foram todos expostos, e nem todos poderão ser, mas na
medida do possível posso citar mais um importante obstáculo.
É comum ver pessoas que se interesse apensa pela teoria ou apenas pela prática. A Filosofia Oculta
pode ser positiva para qualquer um, iniciado ou não, mas as teorias de processos na magia só levam
à dúvida, ou a aceitação de verdades falhas e meias-verdades, quando não por vezes à loucura.... E
se, como dizem “A prática leva à perfeição”, mas somente a prática leva à uma armadilha de uma
perdição incalculável, ate mesmo para as pessoas que rodeia este praticante. Além do mais, é
considerado pelos mais antigos um desrespeito para com a tradição.
É certo, e bem entendido que o homem nada faz nessa vida sozinho. Tão pouco foi criado para ser
sozinho. O fato de ler, pesquisar, de esta aqui hoje, dispensando um pouco de tempo para uma
pesquisa saudável, de livre vontade, testifica isso. E juntos, certamente poderemos criar novas
possibilidades... creio eu.
As Três Faculdades
* Filosofia Natural - Ensina a natureza das coisas que estão no mundo, explorando e investigando
suas causas, efeitos, tempos, lugares, maneiras, eventos, o todo das partes, etc.
* Filosofia Matemática - Ensina a conhecer a quantidade dos corpos naturais, que se estendem em
três dimensões, bem como a conceber o movimento e o curso dos corpos celestiais.
* Filosofia Teológica (ou Divindade) - Ensina o que é Deus, o que é a mente, uma inteligência, um
anjo, um demônio, a alma, a religião, o que são as sagradas instituições, os ritos, templos,
observações e santos mistérios: ela nos instrui também acerca da fé, dos milagres, das virtudes das
palavras e números, as operações secretas e os mistérios dos selos.
Outra derivação da magia (muito difundida) é a bruxaria, a mais conhecida é a Wicca. Alguns
seguidores da Deusa dizem ser impossível ser cristão e mago ao mesmo tempo, alegam que só se
pode servir de um único Deus (ou Deusa no caso). O Tema é tratado no filme As Brumas de Avalon
(The Mists of Avalon) de 1979, obra escrita por Marion Zimmer Bradley em quatro volumes.
Mas segundo estudiosos da área, chegou-se à conclusão (não oficial, ou mesmo aceita) de que A
Deusa é de fato o planeta, Gaia, ou a Alma do Mundo, e Deus seria o criador, gerador, e ainda
existiria o Cosmos, que seria o intermédio, formando a Trindade Sagrada, um todo, único. Talvez o
Cosmos fosse o Deus Cornífero da wicca... talvez... melhor não entrar em detalhes.
Evidentemente, cada qual segue o que lhe aparece mais compatível, de maneira que, seja qual for a
tradição estará trabalhando com as mesmas forças naturais.
Bem, quanto ao Mago(a), creio que não resta nenhuma dúvida. Basta salientar que é aquele
indivíduo que se utiliza tanto da prática quando da teoria e da filosofia oculta, que busca o
equilíbrio, e o auto-conhecimento. Outro ponto importantíssimo é que antigamente a magia e a
religião eram uma só, em algum lugar da história houve uma separação (e me refiro a um período
anterior a Cristo), tal como houve a separação da química e da física. De qualquer modo posso
afirmar que um mago é um ser religioso.
*(Aqui cabe uma nota do dicionário: Religião, do latim: “re-ligare”, que significa “religar com”,
“ligar novamente”. No caso, se refere à divindade).
Sobre o feiticeiro( a), podemos dizer que é aquele que usa da magia sem saber realmente o que está
fazendo, tão pouco teria uma filosofia sólida. Nem se quer precisa ser alfabetizado para ser
feiticeiro. Geralmente um individuo vil, confuso, por vezes iludido por espíritos inferiores (mesmo
que ele não saiba de suas presenças). Mas também pode ser uma boa pessoa, que carece de
instrução.
O Bruxo( a) é aquele que segue a bruxaria, que é uma religião que se utiliza da magia. Um bruxo
pode ser tanto um mago quanto um feiticeiro (geralmente trata-se de um feiticeiro).
é importante agora definir o tipo de magia, muito se tem dito sobre isso, e cores foram criadas;
Magia Branca, Negra, Vermelha, Verde, etc... Um arco-íris de possibilidades. Alguns praticantes
tem profunda aversão a rótulos. Porem! é importante classificar, e dar nome às coisas, pois aquilo
que não tem nome não pode existir. Mas também é importante saber do que se trata tudo isso, e seus
limites. Veja, Magia Branca é, teoricamente, a Magia realizada para fins benéficos e elevado, por
meios honestos e justos, e a Magia Negra seria feita para todo e qualquer finalidade, ate mesmo
para fins egoístas, mas podendo aplicar em coisas boas também, como uma cura não autorizada,
atrapalhando o processo natural (Um exemplo tosco, mas é apenas para ilustrar). O que difere uma
da outra é apenas a intenção do mago (algumas formas ritualísticas também, mas deve compreender
que a força, o poder utilizado é sempre o mesmo). Quanto às outras cores, como Magia vermelha
(para o amor) e Verde (Natural), realmente não precisariam de nomenclaturas, muitos nem se quer
aceitam a divisão de magia branca e negra, o que dizer destas outras?
Outras Divisões:
Alguns acreditam que a magia não se divide simplesmente em "branca" ou "negra", egoísta ou
altruísta, e outras definições de cunho moral. Dividindo-se sim, em; Dogmática e Pragmática.
Dogmática; é a forma de Magia que faz uso de símbolos alheios aos pessoais, simbologia essa
díspar daquela pertencente ao subconsciente do operador. Como pantáculos de invocação, rituais de
evocações etc. Fazendo referência a forma de Magia ensinada nas obras tradicionais do assunto.
Pragmática; é a que faz uso apenas dos símbolos pessoais, do fator de ressurgência atávica
(baseando-se em analogias), do simbolismo presente no subconsciente do operador. Um exemplo
disso seria as tradições de voodoo, e de influência à distância, tipos mais simples de feitiçaria por
dispensar conhecimentos alheios, fazendo uso somente do poder do operador.
Da importância do silêncio:
Estamos chegando ao final, resta apenas falar sobre o silêncio.
“Seja você quem for que deseja estudar esta ciência, mantenha-se em silêncio e guarda sempre nos
armários secretos de seu peito religioso essa santa determinação; pois (como dizia Mercúrio)
divulgar ao público um discurso tão repleto da grande majestade do divino é um sinal de espírito
irreligioso.”
(Extraído de Três Livros de Filosofia Oculta – H. C. Agrippa, Pág.591)
Há cinco razões para o silêncio, ou circunspeção, em torno da doutrina sagrada dada por Hermes. A
Primeira, citado por Agrippa, é que a divulgação de coisas sagradas para mentes profanas as polui.
A Segunda razão para o silêncio é que as mentes profanas não conseguem compreender uma
doutrina sagrada, caçoam daqueles que a pregam e são incitadas a cometer um mal ainda maior.
A Terceira razão é que ele permite que a iluminação divina da doutrina se manifeste. “E agora meu
filho, não fale, mas guarde um silêncio solene; e assim a misericórdia de Deus virá sobre nós”.
(Extraído de Corpus Hermeticum)
A Quarta razão para o silêncio é simplesmente a futilidade de se tentar expressar o inexprimível.
A Quinta e ultima razão para o silêncio envolve uma proscrição contra a tradução das doutrinas para
outras línguas, porque as próprias palavras são sagradas e personificam poder: A tradução distorce
muito o sentido dos escritos e causa muita obscuridade.
De modo que grande parte do conhecimento só é passado oralmente ainda.
Agora você poderia me questionar: - Mas não esta você a errar em divulgar tais coisas? Afinal,
você quebrou o silêncio.
Ao que posso lhe responder; Sim, sou culpado! Mas vejamos, mais especificamento do que sou
culpado. A primeira razão para o silêncio, “a profanação”, já se tornou inevitável, a tal ponto que
perdeu o sentido, e as coisa realmente sagradas não se corrompem por tão pouco. A Segunda razão
diz respeito mais direto às discussões, e tu nunca me verá discutindo com um profano coisa alguma,
e aqui não peco. A terceira, trata-se de um silêncio interno e individuo, de coisa pessoais, as quais
não expus aqui, e nunca o farei. A quarta razão também não pode ser, pois só me manifesto por
escrita, de modo que lê quem quer, e quem não compreende não fará diferença alguma. A quinta
razão é a mais clara, de fato, aqui a grande problema, a palavra escrita possui grande poder, mas não
tanto quanto a falada, de modo que nunca se equipara, e por vezes falha. E certamente falhei em
alguns aspectos aqui. Mas é a única forma de alcançar pessoas como você que leu ate aqui.
Mas, com isso não me justifico, apenas analiso, pois a culpa ainda existe. De mesma forma que
existe aos escritores citados. A isso dá-se o nome de “mal necessário”. Aquele que puder entender
entenderá.