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IDENTIDADE REGIONAL E LUTAS SIMBLICAS

[O processo de construo de uma identidade regional envolve a produo de representaes


mentais, ou seja, esquemas de percepo e de apreciao, e a produo de representaes
objetais (emblemas, bandeiras, mas tambm obras literrias, pinturas, etc.), ou seja,
estratgias de manipulao simblica cujo objetivo determinar a representao mental que
os outros tm da regio.
As lutas em torno da definio da identidade regional (origem, sotaque, etc) so um caso
particular das lutas de classificao, uma vez que se trata de lutas pelo monoplio da
definio das imagens mentais que tornam possvel a identidade e a unidade do grupo.
A regio uma realidade social no sentido de ser o produto de uma imposio arbitrria que
traduz um determinado estado das relaes de fora materiais e simblicas dos agentes e
instituies envolvidos nas lutas de classificao.
O discurso regionalista um discurso performativo com o intuito de impor uma nova
definio das fronteiras e de fazer reconhecer a regio. A eficcia simblica desse discurso
consiste em trazer existncia a coisa nomeada servindo-se do poder de revelao e de
construo exercido pela objetivao no discurso. O poder quase mgico desse discurso reside
no efeito produzido pela objetivao e oficializao da particularidade, do carter distintivo da
coisa nomeada.
As representaes que os agentes sociais tm das divises da realidade contribuem para a
realidade das divises regio como, maneira como Durkheim define a religio, uma
iluso bem fundamentada.
O regionalismo um caso particular das lutas simblicas em torno da definio da
identidade social. O discurso regionalista traduz a revolta da provncia contra a dominao
do centro. Nas lutas em torno da definio da regio, os agentes encarregados da produo
simblica se dividem em partidrios e adversrios do poder local. A posio desses agentes no
campo intelectual/cultural nacional est na origem das suas tomadas de posio sobre as
relaes entre o nacional e o regional: o interesse pelo regional, pelo local, pode ser uma
estratgia de investimento num mercado simblico mais restrito, em que a concorrncia
mais fraca; pelo contrrio, o interesse pelo nacional caracteriza a produo simblica de
agentes cujo capital econmico e cultural est mais ligado ao poder central/federal.]
(BOURDIEU, O poder simblico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009, p. 107-132)

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