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PRIMEIRA PARTE
Capítulo I
4. a proposta deve ser baseada no modelo aberto de currículo, de modo que tenha
flexibilidade suficiente de adaptação em função do acelerado ritmo de transformação
dos tempos atuais, bem como se adaptar às características gerais dos alunos em questão.
Além dessas exigências, três aspectos devem ser considerados imprescindíveis:
“Os essencialistas, por seu lado, consideram que os objetivos devem ser extraídos de
uma análise da estrutura interna dos conteúdos de ensino, das áreas de conhecimento.” –
tal vertente é geralmente formada por especialistas adeptos à linha científico-
cognitivista.
A tendência sociológica, por fim, acredita que a fonte de informação principal para
selecionar os objetivos curriculares encontra-se “na análise da sociedade, dos seus
problemas, necessidades” imediatas e de suas características estruturais básicas.
Capítulo II
· a declaração dos seus princípios e objetivos gerais, bem como uma prévia prescrição
de sua aplicação operacional;
· a teoria educacional e a realidade do aluno e do meio ambiente que o cerca – o que irá
gerar a prática pedagógica observável no dia a dia;
· o planejamento educativo e a ação pedagógica;
· entre o que se prevê, ou seja, o que é prescrito, e o que realmente acontece em sala de
aula.
“(...) o crescimento pessoal é o processo pelo qual o ser humano torna sua
a cultura do grupo social ao qual pertence, de tal forma que, neste processo,
o desenvolvimento da competência cognitiva está fortemente vinculado ao tipo
de aprendizagem específicas e, em geral, ao tipo de prática dominante.”
1. uma pessoa educada é a que se desenvolveu, que evoluiu de níveis inferiores no meio
físico-social até a níveis superiores; ou
Cada uma dessas interpretações pressupõe uma ação pedagógica diferente e, portanto,
currículos diferentes. Dentro de uma civilização tecnologicamente avançada como a
nossa, a ação pedagógica deve potencializar as linhas naturais do desenvolvimento
cognitivo e afetivo, mais do que a aprendizagem específica o faria (Kohlberg).
“Do ponto de vista da alternativa que interpreta o crescimento educativo como resultado
de aprendizagens específicas, critica-se o enfoque congnitivo-evolutivo e denuncia-se o
caráter circular de seus argumentos: se as aprendizagens específicas introduzissem
modificações nos universais do desenvolvimento cognitivo (as estruturas operatórias),
estes deixariam de ser universais; o que os define como tais é precisamente sua relativa
impermeabilidade à influência de fatores ambientais específicos.”
César Coll considera que ambas posturas contêm parte da verdade, mas não concorda
com processos evolutivos e processos de aprendizagem “química puros”, vistos
isoladamente. Portanto, Coll confere ênfase à diferença entre Cultura e a Educação. A
Cultura engloba aspectos múltiplos: conceitos, linguagem, ideologia, costumes,
tradições, valores, crenças, tipos de organização familiar, econômica, social, etc. –
aspectos culturais estes que não podem ser ignorados na elaboração de um currículo. Já
a Educação, tanto no sentido formal quanto informal, designa o conjunto de atividades
em que um grupo propicia a seus membros a aquisição da experiência social
historicamente acumulada.
O CONCEITO DE CURRÍCULO
Que papel desempenha o currículo nas atividades educativas escolares? Qual sua
principal função ? A primeira função do currículo, sua razão de ser, é a de explicitar
claramente o projeto, o objetivo, as intenções e o plano de ação que preside as
atividades educativas escolares.
O Projeto Curricular deve igualmente levar em conta cada um dos grandes estágios do
desenvolvimento cognitivo teorizado por J.Piaget:
Deve-se levar em conta o que o aluno é capaz de aprender sozinho e o que necessita da
ajuda do professor. O ensino eficaz é aquele que considera o que já é significativo para
o aluno, respeitando o nível de desenvolvimento do mesmo, não o deixando jamais
acomodar, mas sempre o fazendo progredir em direção a novas “zonas de
desenvolvimento proximal”. Se o novo material de aprendizagem se relacionar de forma
substantiva e não arbitrária com o que o aluno já sabe, estaremos diante da
aprendizagem significativa. Se, ao contrário, o aluno se limitar a memorizar, sem
estabelecer relações com seus conhecimentos prévios, estaremos diante da
aprendizagem repetitiva, memorística ou mecânica (Ausubel, Robinson, Novak).
O Projeto Curricular proposto por Cesar Coll traduz uma visão do ponto de vista do
ensino e não propriamente da aprendizagem. O seu Projeto Curricular compreende
quatro capítulos: 1) que ensinar; como ensinar; quando ensinar; e que, como e quando
avaliar.
“os enunciados mais ou menos explícitos dos efeitos esperados em um prazo mais ou
menos longo e com maior ou menor certeza e interesse pelos educadores, alunos,
planejadores e responsáveis educativos, sem esquecer a sociedade na qual ocorre o
processo educativo.”
A partir dai, Coll estabelece que uma das tarefas do Projeto Curricular é:
Constam do Projeto:
A questão básica, diz Coll, é passar das intenções à formulação, ou seja, da formulação
das intenções à formulação (enunciado) dos objetivos. Possivelmente, a mais acurada
classificação das intenções educativas é a de Hamelina: 1) finalidade; 2) metas
educacionais,; 3) objetivos gerais: finais e intermediários; e 4) objetivos específicos ou
operacionais.
Por outro lado, Romiszowski enumera como vias de acesso à concretização das
intenções educativas: 1) o conteúdo, isto é, as matérias concretas, 2) as atividades e 3)
os resultados, considerando, numa especulação esquemática, três elementos: 1) o input
(conteúdo), 2) o output (resultado) e 3) o processo mecanismo que vai do input ao
output. Em sentido um pouco distinto, Bruner considera que os efeitos desejáveis da
educação não devem dar tanta ênfase aos conhecimentos específicos, mas, sim, à
aquisição de destrezas cognitivas.
Segundo Bruner, o aluno deve ser ensinado de tal forma que, no futuro, possa continuar
aprendendo sozinho, isto é, deve adquirir capacidade para identificar a informação
relevante, interpretá-la, classificá-la e relacioná-la com a informação adquirida
anteriormente. Para tanto, diz Bruner, sugere-se os seguintes objetivos educativos:
Para Schwab, a análise das matérias e de suas estruturas substanciais deve ser o
elemento orientador do planejamento do ensino. Já para Brugelmann, inspirado em
Eisner, os “currículos abertos” são os projetos de ensino que não aludem ao
comportamento final do aluno, limitando-se a indicar situações nas quais se realizará a
aprendizagem.