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CAPA IMPRESSA EM PAPELCARTÃO ART PREMIUM NOVO 250g/m2, TERMOLAMINADA

COM FILME PROLAM® FOSCO E APLICAÇÃO DE VERNIZ UV ALTO BRILHO COM RESERVA

www.embalagemmarca.com.br

RFID: PROMESSA DE REVOLUÇÃO • O DESAFIO SOCIOAMBIENTAL


Ano VI • Nº 57 • Maio 2004 • R$ 9,00
Por que qualidade contagia?
C onvivo há vinte anos
com o universo da
embalagem, tempo em que
térias-primas e transforma-
dores aos usuários, presta-
dores de serviços e consu-
e pela credibilidade de EM-
BALAGEMMARCA. São de
testemunhos que demons-
ganhei amigos e bons moti- midores – se impôs nível tram a percepção dos dife-
vos para manter esperanças de exigência de qualidade renciais que transformaram
num Brasil melhor. Não igual ao vigente nos países a revista no principal refe-
obstante parecer que cami- desenvolvidos. Qualidade rencial editorial da área de
nhamos sempre contra o não é contagiante apenas embalagem no Brasil.
vento, é impossível achar por modismo. No mundo Alguns observam que con-
que o país não tenha um atual, em que as fronteiras correntes tentam nos imi-
No mundo atual, bom futuro quando se vê o comerciais se ampliam, ao tar, o que é bom para todos.
em que as fronteiras nível de qualidade atingido mesmo tempo que as bar- Não será pelo fato de que
pelo setor de embalagem, reiras alfandegárias (decla- nos copiam que ousaremos
comerciais se
similar ao que há de mais radas ou não) são reforça- apresentar a revista como
ampliam, mas se
avançado no mundo. das, qualidade é fator de “líder do setor”. Mas ter
reforçam barreiras Ora, embalagens não exis- sobrevivência. Por isso to- imitadores diz muito nesse
alfandegárias tem como um fim, mas, dos tentam alcançá-la. sentido. Sem acomodação,
(declaradas ou não), entre outros objetivos, Na convivência a que me preparamos mudanças para
qualidade é fator como fator de integração. referi no início tenho tido breve. Aguardem.
de sobrevivência. Se alcançaram tal padrão, também o prazer de rece- Até junho.
Por isso todos significa que toda a cadeia ber cumprimentos pela
tentam alcançá-la – dos fornecedores de ma- qualidade editorial e visual Wilson Palhares
maio 2004
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br

Reportagem

8 ARTIGO
Além da consciência
limpa, responsabilidade
20 MAKING OF
Lançamento de colônia
feminina da marca
redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
flavio@embalagemmarca.com.br
Guilherme Kamio
socioambiental garante O Boticário exigiu guma@embalagemmarca.com.br
crescentes vantagens sinergia no projeto Leandro Haberli Silva
leandro@embalagemmarca.com.br
competitivas de embalagem
Diretor de Arte
Carlos Gustavo Curado

14 REPORTAGEM
DE CAPA
Reivindicando o direito
arte@embalagemmarca.com.br

Assistente de Arte
José Hiroshi Taniguti
de cuidar da própria
Administração
aparência, homens Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
ampliam participação no Eunice Fruet (Diretora Financeira)
mercado de cosméticos Departamento Comercial

30 LOGÍSTICA
Etiquetas inteligentes,
baseadas na radio-
comercial@embalagemmarca.com.br
Karin Trojan
Wagner Ferreira

freqüência, começam Circulação e Assinaturas


Marcella de Freitas Monteiro
a ser testadas por assinaturas@embalagemmarca.com.br
cadeias produtivas Assinatura anual: R$ 90,00
nacionais Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
com a cadeia de embalagem.

A capa desta edição foi impressa em


Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2,
termolaminada com filme Prolam®
38 MARCAS
AmBev: mais um
capítulo da
Filiada ao

Fosco e recebeu aplicação de verniz UV desnacionalização dos


alto brilho com reserva.
patrimônios brasileiros
Esta revista foi impressa em Papelcartão Art Premium
Novo 250g/m2 (capa) e papel Image Mate 90g/m2
(miolo), fabricados pela Ripasa S/A Celulose e
6 Cartas 41 Inovação Papel, em harmonia com o meio ambiente.
A opinião, as sugestões e Blister que dispensa selagem é Impressão: Congraf
as críticas dos leitores opção para pequenas empresas

24 Cachaça 42 Display EMBALAGEMMARCA é uma publicação


mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
Duas marcas lançam embalagens Lançamentos e novidades – e
Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
caprichadas de olho no exterior seus sistemas de embalagens Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
28 Decoração 46 Panorama
Filiada à
Pastilhas Valda adotam rótulos Movimentação na indústria de
in-mold em seus potes plásticos embalagens e seus lançamentos
www.embalagemmarca.com.br
36 Reciclagem 48 Painel Gráfico
FOTO DE CAPA: STUDIO AG

O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é


Nova alternativa em equipamento Novidades do setor, da criação resguardado por direitos autorais. Não é permi-
de coleta de embalagens usadas ao acabamento de embalagens tida a reprodução de matérias editoriais publi-
cadas nesta revista sem autorização da Bloco
40 Identidade 50 Almanaque de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
matérias assinadas não refletem necessaria-
Milani reformula embalagens e Fatos e curiosidades do mundo mente a opinião da revista.
associa “carinhas” ao seu logotipo das marcas e das embalagens
importância da proteção do design ções. A seção de que mais gosto é Al-
das embalagens, por meio do Pedido manaque, em que se pode ver como
de Patente de Registro de Desenho eram marcas e embalagens antigas.
Industrial (DI) no Instituto Nacional Carlos Alexandre Luz
da Propriedade Industrial (INPI). Estudante, Pontifícia
Pedro Renato Kawski Universidade Católica do Paraná
Consultor de Negócios Curitiba, PR
Porto Alegre, RS
Inflação de feiras
Prazer e interesse

C ongratulo-me com a operosa


E xcelente o editorial sobre o pro-
blema das feiras (“Xepa, nem de gra-
Proteção do design equipe de EMBALAGEMMARCA pelo ça”, EMBALAGEMMARCA nº 56,

A tuo na área de Propriedade In-


dustrial, prestando consultoria e as-
alto nível com que é editada a revista,
agora entrando em sua 57ª edição.
Leio-a desde o primeiro número, de
abril/2004), que afligia os meus tem-
pos de diretor de empresa, tendo de
lidar com a já existente pulverização
sessoria a empresas no campo de ponta a ponta, com prazer e especial dos eventos. São demais, e as pres-
marcas e patentes. Utilizo-me de in- interesse. São matérias e informações sões para que em todos eles a indús-
formações sobre lançamentos de pro- importantes para o mercado, além tria esteja presente causam muito
dutos, embalagens, novo design e das novidades publicadas sempre em constrangimento. A solução são as fu-
tendências de mercado que EMBALA- primeira mão. A ampla cadeia produ- sões, com a diminuição do número e
GEMMARCA divulga. A leitura da re- tiva que envolve o setor de embala- uma sensível melhora na qualidade
vista relacionada a minha área de gem está sempre presente em artigos desse eventos. Parabéns pela cora-
atuação me diferencia perante as em- e entrevistas feitos com profissiona- gem e pelo pragmatismo ao falar de
presas concorrentes, pois quando es- lismo. Parabéns. Continuem assim. É uma grande realidade que, além dos
tou junto de um cliente posso dar um prazer ler EMBALAGEMMARCA, constrangimentos, acaba também tra-
idéias, participar, me integrar e cola- sempre criativa. zendo prejuízo para os negócios da
borar com ele no sentido de buscar Carlos Caprara indústria. Para todos nós é importan-
seu crescimento. Tenho divulgado a Caprara Publicidade Ltda. te e animador ver um editor de revis-
revista para empresários aqui do Rio São Paulo, SP ta longe do “muro”…
Grande do Sul, fornecendo seu ende-
reço e site e aconselhando-os a co-
nhecê-la. Como sugestão, penso ser
G ostaria de elogiar a revista e o
site de EMBALAGEMMARCA pela qua-
Luiz A. Duff Azevedo
Filatelista (ex-diretor da
Wheaton Brasil)

"
interessante uma reportagem sobre a lidade e pela quantidade de informa- São Bernardo do Campo, SP

Assinatura por 1 ano com 12 exemplares (grátis uma edição de Luxo ou um Almanaque especial)
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artigo

Por Nivaldo Manzano*

os últimos anos, a adoção de correto. Quem produz, utiliza e consome

N sistemas integrados de gestão


levou as empresas a incorporar
a questão ambiental como um
desafio associado ao controle interno, à
embalagens tem todas as razões do mundo
para levar em conta essa nova realidade, si-
tuação que pode ser ilustrada com a entrada
da norte-americana Wal-Mart no mercado
conformidade legal e às certificações vo- europeu. Ela encerra lições pedagógicas
luntárias. Nesses termos é que se formula- para a estratégia empresarial brasileira. Ao
vam as implicações da sustentabilidade. se inteirar da notícia, um gerente de com-
Em curto espaço de tempo, porém, o pras de uma das maiores cadeias de super-
desempenho ambiental das empresas pas- mercados britânicos comentou: “Se inten-
sou a ser associado na percepção pública à tarmos competir com o Wal-Mart em preço,
questão social e econômica, induzindo a vamos perder”. Em vez de competir em
uma maior exposição dos empreendimen- preço, alguns supermercados britânicos op-
tos aos riscos sociais, ambientais, éticos e taram pelo caminho da competição em res-
econômicos. Em conseqüência, os produ- ponsabilidade social e ambiental.
tores de bens de consumo, o atacado, o va- A tendência espraia-se por toda a União
rejo, os consumidores – enfim, a cadeia de Européia, como diferencial competitivo, e
embalagem – encontram-se perante um tem como diretriz o green paper da UE so-
novo desafio. bre Responsabilidade Social. É nessa opção
Torna cada vez mais evidente que, além — das novas políticas e práticas corporati-
das regulamentações e certificações volun- vas socioambientais de importadores e va-
tárias, são necessários novos instrumentos rejistas europeus — que se instala um novo
para melhorar o desempenho socioambien- desafio, começando pelo agronegócio bra-
tal, mediante maior participação, colabora- sileiro de exportação, antes de este ter supe-
ção e transparência no processo de tomada rado o problema crônico do protecionismo
de decisão. Passou-se a considerar como clássico, e estendendo-se a todos os seg-
sustentável o negócio economicamente viá- mentos envolvidos na pretensão de vender
vel, socialmente justo e ambientalmente lá fora produtos com valor agregado.

8 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


O que está em questão na aposta de va-
rejistas europeus de alimentos e fibras, um
dos grandes potenciais de exportação do
Brasil, é uma nova visão do processo de
agregação de valor por parte da empresa,
neste limiar do século XXI. Como observa
um estudo da Association of British Insu-
rers (2002), o consumidor, tanto quanto
saber da utilidade competitiva oferecida
pelo produto, está interessado em saber o
que o produto agrega em termos de quali-
dade de vida.
Ou seja, do ponto de vista financeiro, o
valor patrimonial dos ativos tangíveis (mer-
cadorias) representa atualmente uma parce-
la muito menor e decrescente do valor pa-
trimonial total, que inclui também e princi-
palmente os ativos intangíveis, de valoriza-
ção exponencial. É sabido que um número
crescente, embora relativamente pequeno,
de consumidores dispõe-se, por exemplo, a
pagar mais por um café orgânico ou por
uma embalagem efetivamente reciclável. E
a rede do comércio justo, ou solidário (fair
trade), cresce nos mercados desenvolvidos
a uma velocidade muito maior do que a mé-
dia de crescimento desses mercados – cerca
de 35% ao ano.
Uma tal visão não está associada apenas
à percepção do consumidor, mas também à
de instituições financeiras e companhias de
seguros, que desde o final dos anos 90 pas-
saram a incorporar em sua análise de risco
a dimensão do risco socioambiental. Na
realidade, essa nova visão está associada
virtualmente à expectativa de todos os pú-
blicos de interesse — consumidores, clien-
tes, fornecedores, investidores, governos,
comunidade, ONGs, comunidade científica
e gerações futuras. Equivale a dizer que a
noção de risco mudou — e o mundo brasi-
leiro dos negócios apenas começa a se dar
conta disso.
Os diversos públicos de interesse não
têm a mesma percepção das implicações da
mudança. Assim, por exemplo, enquanto os
ativistas acolhem a diferenciação competi-
tiva, mediante a sustentabilidade, como
uma estratégia adequada, varejistas temem
perder clientes por eventual repasse de cus-
tos mais elevados. Mas o que ocorreu de
fato é que o varejo britânico acedeu em sen-
tar à mesa e negociar com os fornecedores
processos e padrões de sustentabilidade gências socioambientais. Não paga prêmio
para hortigranjeiros e carnes. Tais compro- por isso ao produtor.
missos vão além dos requisitos da confor- A Tesco não está sozinha. A Sainsbury’s,
midade legal e das certificações voluntárias, outra grande rede supermercadista inglesa,
para incluir, por exemplo, o bem-estar ani- também se decidiu por uma estratégia de
mal e o desempenho social e ambiental. fortalecimento da imagem mediante asso-
Não é arriscado supor que a abrangência ciação a exigências de desempenho so-
desses compromissos deverá em futuro re- cioambiental, para além das certificações
lativamente próximo estender-se a outros voluntárias e da conformidade legal. A mar-
itens além daqueles, abarcando mesmo pro- ca Sainsbury’s deve atestar que as espécies
dutos processados em geral. e os seus habitats não se encontram amea-
Um sinal de alerta para o agronegócio çados. Na mesma linha de fortalecimento
brasileiro exportador, especificamente, é a da credibilidade e da imagem, a Sainsbury’s
importância que o ambiente empresarial eu- exige de seus fornecedores implementação
ropeu vem atribuindo à adoção, em 1999, de programas locais de conservação da bio-
do Euro Retailer Produce Working Group diversidade. Da mesma forma, a rede Wai-
(Eurep), que estipulou um conjunto de re- trose investe no lançamento de um selo que
comendações para a Good Agriculture oriente o consumidor a distinguir entre um
Practice (GAP). O protocolo GAP tende a alimento produzido de modo sustentável e
se converter no padrão da indústria segura- outro, de modo convencional.
dora para o setor. O GAP consiste num Todas essas iniciativas estratégicas as-
compromisso por parte dos produtores em sentam no pressuposto de que o desempe-
adotar o Manejo Integrado de Produção, nho socioambiental, para além das certifi-
protocolo que estabelece normas voluntá- cações voluntárias e da conformidade legal,
rias de adesão sobre a saúde e o bem-estar traz consigo o condão de criar vantagem
do trabalhador rural, sobre a vida silvestre e competitiva ante a expectativa de cresci-
sobre a conservação dos recursos naturais. mento acelerado do número de consumido-
A expectativa dos ativistas e dos públi- res interessados em comprar produtos de
cos de interesse, em geral, é que as normas cadeias sustentáveis.
e as práticas estabelecidas no Good Agri- Além de todas as implicações estratégi-
culture Practice se universalizem, atingindo cas, nesse cenário projetos de embalagem
também as cadeias do agronegócio que ex- devem levar em consideração o desafio da
portam para a União Européia. Ou seja, o gestão socioambiental como um novo fator
que se pretende com o GAP é uma melho- de decisão de compra pelo consumidor.
ria na gestão socioambiental do agronegó-
cio em escala global. Ou, como diz o presi-
dente da Eurep e diretor de uma rede ingle-
sa de supermercados, Nigel Garbutt, “as no-
vas disposições tendem a gerar enormes be-
nefícios ambientais”.
Isso, porém, não é tudo. Para algumas
redes de supermercados europeus, a ade-
quação aos padrões do Eurep não basta. Al-
gumas delas estão buscando obter vanta-
gens competitivas de desempenho so-
cioambiental ainda mais exigente. Assim,
por exemplo, a Tesco inclui entre suas exi-
gências junto ao fornecedor, para conformi-
dade do produto aos padrões de seu selo * Nivaldo
Nature’s Choice, adesão a programas vo- Manzano é
consultor e
luntários de redução no uso de agroquími- diretor da Cema
cos, energia e água, além das demais exi- Socioambiental

10 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


CONGRAF

12
CONGRAF

13
reportagem de capa

No filão da vaidade
Indústrias de cosméticos e de embalagens avançam na esteira dos cresc
Por Leandro Haberli

bserve-se as prateleiras do ba- tos outros galardões cobiçados mundo afo-

O nheiro ou o nécessaire de um
homem adulto urbano, consi-
derado “moderno”, em dia com
as atuais tendências culturais e comporta-
ra, o país é palco do peculiar Word of the
Year, espécie de Oscar lexical criado pela
Sociedade Americana do Dialeto para esco-
lher o mais significativo vocábulo surgido a
mentais: para horror dos mais conservado- cada ano no idioma anglo-saxão.
res e “machões”, ali poderão ser encontra- Na última edição do concurso, os pro-
dos, além das tradicionais loções pós-barba fessores e lingüistas concluíram que o ter-
e dos indefectíveis desodorantes, variados mo metrossexual foi, disparado na frente, o
perfumes, cremes de rejuvenescimento, es- melhor neologismo de 2003. Oficialmente
foliantes, tinturas para cabelo. Cosméticos criada pelo jornalista inglês Mark Simpson,
que até poucos anos habitariam exclusiva- num artigo inspirado no famoso capitão da
mente as cômodas e as bolsas de mulheres seleção de futebol de seu país, David Bec-
hoje integram o dia-a-dia de representantes kham, a palavra teria sido a mais relevan-
do “novo padrão heterossexual masculino te criação semântica do ano passado
urbano”, os chamados metrossexuais. por designar o tal de “novo padrão
O próprio surgimento do neologismo heterossexual masculino urbano”,
expressa a dimensão das mudanças que cuja principal característica seria
vêm ocorrendo no universo masculino, e “eleger a própria aparência como obje-
é difícil imaginar que tivesse outra origem to de adoração”.
que não o inglês, via Estados Unidos. Terra A inventividade do repórter britânico
do Oscar, do Pulitzer, do Grammy e de tan- e o narcisismo de celebridades que se esfor-

STUDIO AG

CONSUMO MASCULINO NO MERCADO DE HIGIENE E BELEZA EM 2002


Produto Faturamento (em milhões de reais) Crescimento (em relação a 2001)

Colônia 394,75 28,9%


Pós-barba 76,12 15,9%
FONTE: ABIHPEC

Spray/Pump/líquido (desodorante) 234.031 8,6%


Aerossol (desodorante) 54.316 20.1%

14 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


masculina
entes cuidados de homens com a própria aparência

çam para causar impacto com layouts repa- se no campo comportamental “esse novo
ginados a cada aparição pública podem não padrão masculino” despeja mais uma pá de
ter tanta importância assim. Mas o surgi- cal sobre velhos estereótipos machistas, no
mento, neste início de século, de um novo mundo dos negócios ele já começou a in-
modelo masculino, cuja preocupação com a corporar significados bem mais tangíveis.
aparência vai contra o que se convencionou Embora nada ainda indique que os ho-
chamar de sujeito desleixado, parece real- mens estejam perto de rivalizar com as mu-
mente palpável, e por razões que para mui- lheres no quesito gastos com tratamentos
tos vão além de mera egolatria. estéticos, há novos e diferentes levantamen-
tos sugerindo que essa disparidade vem
Gastos masculinos em alta amainando nos últimos anos. Para citar um
Independentemente dos motivos, nos dias deles, pesquisa feita no ano passado pela
de hoje um número crescente de homens empresa 2B Brasil Marketing Research &
parece reclamar o direito de investir e cui- Consulting mostra que o homem brasileiro
dar de seus visuais sem que sejam discrimi- utiliza atualmente de 10% a 20% de sua
nados ou hostilmente criticados por isso. E renda com gastos em saúde e aparência, e
que nos últimos cinco anos a procura mas-
culina por cosméticos e tratamentos de be-
leza cresceu quase 20%.
No caso específico dos cosméticos, o
aumento da demanda masculina parece es-
tar se dando em duas frentes. Acompanhan-
do os ventos favoráveis que fizeram a recei-
ta líquida da indústria brasileira de higiene
pessoal saltar de 5,9 bilhões de reais em
1998 para 11 bilhões de reais em 2003, num
crescimento médio superior a 6,5% a cada
exercício, segundo a Associação Brasileira
da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria
e Cosméticos (Abihpec), vem crescendo de
um lado o consumo de produtos tradicio-
nais masculinos, como perfumes, desodo-
rantes e cremes e loções de barbear (ver
Linha de Cuidados
quadro na página 30). bricantes estimam que essa participação
para o Homem, do
Por outro andamento, vem ocorrendo não ultrapassava 10%. Outro dado que faz O Boticário: creme
nas gôndolas de cosméticos masculinos pensar: segundo a Abihpec, hoje um em anti-idade dividindo
notável profusão de itens capazes de deixar cada cinqüenta brasileiros usa algum tipo espaço com loções
pós-barba
qualquer machão à moda antiga de orelha de cosmético para retardar o envelhecimen-
em pé. São depilatórios, cremes faciais, hi- to. Há cinco anos essa relação era de um
dratantes, loções anti-ruga, esfoliantes, géis para cada 500 homens.
de limpeza e tantos outros produtos de be- “Os homens perceberam que uma boa
leza oferecidos para homens que dispensam aparência não ajuda apenas a fazer sucesso
à sua aparência atenção similar à que um tí- com as mulheres”, diz José Bacellar Júnior,
pico aficionado por automóveis dedica à la- diretor da 2B Brasil Marketing Research &
taria de seu xodó motorizado. Consulting e responsável pela pesquisa
Somando-se essas duas correntes – a Adonis Report sobre vaidade masculina (o
dos produtos habituais e a dos lançamentos, nome Adônis faz referência ao herói grego
por assim dizer, rompedores de tabus –, o que se caracterizava por sua rara beleza).
público masculino corresponde atualmente “Estar em paz com o espelho também pas-
a mais de 15% do consumo paulista de cos- sou a ser importante para prosperar nos ne-
méticos, segundo levantamento do Sindica- gócios e, por que não?, para ter uma carrei-
to da Indústria de Perfumaria e Artigos de ra respeitada”, acredita.
Toucador no Estado de São Paulo (Sipa- Explorando tal percepção, mais e mais
tesp). Há pouco mais de cinco anos, os fa- fabricantes de cosméticos têm investido no

Eles também querem se livrar dos pêlos


Dentre os cosméticos que crescente número de esse mercado parece mais maduro do que aqui,
homens consomem, talvez a categoria que chame mas fabricantes nacionais de cosméticos já des-
mais atenção seja a das loções depilatórias. É pertaram para o novo filão. É o caso da Bio-
verdade que muitos tiram os pêlos por questões Estética, que lançou a Loção Depilatória Depil
que ultrapassam a preocupação estética – Flash nas versões spray (120ml) e roll-on (70ml).
nadadores, por exemplo, precisam ter o corpo A curiosidade do produto fica por
liso para aumentar a agilidade na água. Mas tam- conta de sua embalagem secundária,
bém parece inegável que cada vez mais adeptos que poderia ser chamada de “bissexu-
do culto à aparência impecável, os metros- al”. É que em cada uma das frentes, o
sexuais, lançam mão de inovações farmacêuticas cartucho cartonado ressalta um gênero
para se ver livres de indesejáveis apêndices fila- de consumidor. Sem distinções nesse
mentosos da pele. sentido, os frascos são feitos de
Como era de se esperar, nos Estados Unidos polipropileno (PP) pela Spil Tag.

16 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


crescente filão da vaidade masculina, con- nos últimos anos percebemos que eles re-
solidando um ciclo de novidades e investi- criaram seu estilo, passando a manifestar de
mentos que já revela boas oportunidades forma mais direta o desejo de se cuidar”,
para a cadeia de embalagens. Uma das evi- analisa Tatiane Puppi, responsável pela área
dências disso está no fato de as linhas mas- de comunicação da empresa O Boticário.
culinas de higiene pessoal e beleza serem Segundo ela, dos cerca de 650 produtos que
cada vez mais amplas, demandando solu- compõem o portfólio da marca, aproxima-
ções variadas de acondicionamento. damente sessenta são destinados aos consu-
midores masculinos hoje. “Os homens ain-
Recriando estilos da estão longe de consumir a mesma varie-
Bom exemplo dos benefícios dessa diversi- dade de cosméticos que as mulheres, mas
dade pode ser visto na Linha de Cuidados em algumas categorias eles já despontam
para o Homem, de O Boticário, que conta como um mercado muito interessante.”
com sistemas de acondicionamento tão dis- A nobreza e a diversidade de apresenta-
tintos quanto bisnagas plásticas, embala- ções da linha Nivea for Men, outra reconhe-
gens com válvulas pump, frascos squeeza- cida grife no segmento de cosméticos mas-
ble e cartuchos cartonados. Composta em culinos, também dá uma boa medida das
boa parte por itens de barbear, a linha foi re- oportunidades que essa fatia do mercado de
centemente dotada de um produto bem higiene e beleza passou a representar para
mais delicado, o Hidratante Protetor, que, as empresas ligadas à indústria de embala-
além de filtro solar e hidratante facial, foi gens. É verdade que, segundo a Nivea, to-
desenvolvido para suavizar os efeitos da das as embalagens dos nove itens que com-
idade na pele masculina. põem sua família masculina são produzidas
“Sempre nos preocupamos em oferecer fora do Brasil, principalmente na Alema-
fórmulas específicas para os homens, mas nha, sede da matriz da empresa. Mesmo as-
Cada vez mais diversificados, cosméticos
masculinos, como os da linha Nivea For
Men, também apostam em diferenciação
pela embalagem. No detalhe, cartuchos
metalizados e aplicações de hot-stamping

sim, o caso serve no mínimo de inspiração Muito menos excêntricos do que esfo-
para quem planeja lançar produtos de per- liantes e depilatórios masculinos, os perfu-
sonal care para homens sofisticados, ou de- mes para homens também vêm abrindo
senvolver embalagens para esse nicho. campo para apresentações nobres. Para
muitos fornecedores de embalagens, isso
O apelo da sofisticação mostra que os fabricantes de colônias se
Basta dizer que muitos dos itens que levam conscientizaram de que a embalagem de
a chancela Nivea for Men possuem requin- seus produtos pode exercer até mais in-
tados acessórios e acabamentos de embala- fluência na decisão de compra do que as
gem. Toda a linha after shave, por exemplo, próprias fragrâncias. Polêmicas à parte, não
é vendida em frascos de vidro de 100ml, faltam casos ilustrando o atual requinte das
acondicionados em cartuchos cartonados apresentações de perfumes nacionais.
guarnecidos com marcações brilhantes. O No filão das colônias masculinas, um
Fluido Após Barba, um dos três itens que exemplo bem recente é o do perfume Natu-
compõem essa família, vai além, e é encon- ra Homem, que foi lançado nacionalmente
trado em estojo celulósico inteiramente la- em março último. Com tampas da TPI Mol-
Nas chancelas
minado com papel metalizado azul, mesma plastic, válvulas da Seaquist Valois e cartu-
masculinas da
cor da embalagem interna de vidro. Já a li- chos de papel cartão impressos pela Igel, a Avon, substituição
nha facial, composta de gel de limpeza e gel nova colônia masculina da Natura vem em de potes por
esfoliante, vem em bisnagas plásticas com frasco de vidro da Saint-Gobain, cujo for- bisnagas. Frascos
squeezable e
chamativas aplicações de hot-stamping. mato, à guisa de um prisma, evidencia o aplicadores roll-on
“Até pela crescente segmentação do tom azulado da fragrância. Outro destaque mantêm presença
mercado de cosméticos masculinos, uma
das tendências de embalagem no setor é
justamente a exploração de acabamentos
sofisticados”, reforça Fábio Yassuda, dire-
tor-comercial da C-Pack, fabricante de bis-
nagas plásticas que compartilha com outros
provedores desse sistema de acondiciona-
mento o atendimento a importantes proje-
tos no segmento de cosméticos masculinos.
Um dos clientes é a Avon, que, segundo
Yassuda, substituiu em novembro de 2003
os antigos potes pelas atuais bisnagas plás-
ticas em alguns produtos das linhas Avon
On Duty Men e Individual Blue, duas de
suas vedetes nas gôndolas de cosméticos
masculinos.

18 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


Criada em 1998,
linha Natura
DIVULGAÇÃO

Homem recebeu
novo perfume
(à esquerda),
com frascos da
Saint-Gobain e
válvulas da
Seaquist Valois

dessa embalagem é uma gargaleira metálica


prateada, na qual a marca Natura Homem é
impressa em baixo relevo.
Essa nova colônia na verdade integra
uma ampla linha de produtos da Natura, que
surgiu em 1998, quando a empresa acen-
tuou a estratégia no mercado masculino.
Dela também fazem parte itens como o gel
após barba Natura Homem, com frasco so-
prado pela Sinimplast e tampa também da
TPI Molplastic, e o gel espumante para bar-
bear Natura Homem, cuja lata, dotada de
sistema propulsor do tipo aerossol, é produ-
zida pela Exal, com tampa da Cária.
Além de refletir a já comentada mudan-
ça comportamental masculina, a versatilida- C-Pack
(11) 5562-8671
de com que os principais fabricantes de cos- www.c-pack.com.br
méticos buscam atender ao público mascu-
lino prova, sob o ponto de vista das gôndo- Exal
02322 496-226
las, que as diferenças que separam consu- www.exal.com
midores e consumidoras vêm mesmo cain-
do. Nesse aspecto entra em cena outro deta- Igel
(51) 3041-8300
lhe que ajuda a entender o progressivo con- www.igel.com.br
sumo masculino de itens de beleza.
Trata-se da ampliação dos pontos-de- Plásticos Cária
(11) 3872-3122
venda desse tipo produto. Explica-se: num www.caria.com.br
país considerado machista como o Brasil,
muitos homens ainda acham embaraçoso ir Saint-Gobain
(11) 3874-7482
a uma loja especializada para comprar um www.sgembalagens.com.br
cosmético. Mas, com a ampliação dos
Seaquist Valois
PDVs, o acesso aos produtos parece cada
(11) 4141-4344
vez mais facilitado. www.seaquistclosures.com
Seja como for, os homens brasileiros de
Sinimplast
fato se preocupam mais com a aparência. (11) 4061-8300
Na pesquisa Adonis Report, 53% dos entre- www.sinimplast.com.br
vistados assumiram-se vaidosos. A conti-
Spil Tag
nuar assim, num futuro próximo os homens (14) 425-1003
deixarão de rezingar da demora de suas es- www.spiltag.ind.br
posas para se arrumar antes de sair, e passa-
TPI Molplastic
rão eles a reivindicar mais tempo para che- (11) 5541-8990
car todos os detalhes diante do espelho. www.tpinet.com.br
making of

Folha plástica
O Boticário explora outono com nova embalagem inspirada na natureza
e há uma ocasião em que as

S mulheres não são discrimina-


das por tomar atitudes consi-
deradas tipicamente masculi-
nas, ela pode ser atribuída ao uso de
perfumes. Talvez nem haja pesquisas
de mercado indicando o fenômeno, mas
mesmo quem não vive o dia-a-dia da
indústria de colônias sabe que muitas
consumidoras assumem, sem o menor
receio de preconceito, a preferência pe-
las fragrâncias originalmente criadas
para seus maridos, namorados, noivos,
pais, irmãos, tios, avôs, amigos...
Como se quisessem reverter esse
(“desvio de”) comportamento em au-
mento de vendas, cada vez mais fabri-
cantes de perfumes vêm criando e
adaptando para o público feminino suas
marcas de fragrâncias masculinas. Um
recente lançamento que reforça essa
impressão é o do desodorante colônia
Arbo Feminino, de O Boticário. O pro-
duto chegou ao mercado como uma ex-
tensão de sua versão masculina, que ha-
via sido lançada em 2002 num conjun-
to especial de embalagem.

Apelos mantidos
Naquela ocasião, o perfume, cujo nome
significa árvore no idioma auxiliar es-
peranto, chamou atenção pelos frascos
de vidro com detalhes frontais em alto-
relevo simulando vasos lenhosos –
aquela estrutura tubulosa das folhas,
através da qual circulam a seiva e os
minerais que as raízes da planta retiram
do solo. Na recém-lançada versão femi-
nina, os apelos da natureza continua-
ram a ser explorados visualmente na
embalagem, não se limitando aos ingre-
dientes e às características aromáticas
STUDIO AG

da fragrância.
Desta vez, porém, os símbolos am-
bientais não foram referidos na textura Em forma de folha, embalagem tem tampas alusivas a vasos lenhosos

20 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


do frasco. Se a primeira embalagem era
retangular, agora o conjunto tampa/re-
cipiente de vidro foi concebido para ad-
quirir o formato de uma folha de árvo-
re. Assim, os frascos, que têm a inscri-
ção da marca Arbo gravada em alto-re-
levo na parte inferior frontal, apresen-
tam uma particularidade em relação à
maioria das embalagens utilizadas in-
dustrialmente: eles não têm uma base
centralizada.

Em busca de equilíbrio
Para que esse detalhe não interferisse
na estabilidade do produto, Renato
Massara, gerente comercial e de marke-
ting da vidraria Wheaton Brasil, que
atendeu o projeto, explica que diversos
mock-ups e estudos técnicos precisa-
ram ser feitos para que a embalagem
apresentasse o equilíbrio e a estabilida-
de dimensional necessários. Assim, no
corpo do molde escolhido, embora as
formas não sejam simétricas, a massa
de vidro distribuída ao redor do eixo
central apresenta peso compatível, e a
embalagem fica em pé sem nenhum
problema.
Superada a etapa de definição do de-
sign do vidro, os profissionais respon-
sáveis pela embalagem do desodorante

Lançada em 2002, versão masculina tem


frascos com texturas em alto-relevo:
inspiração para o novo briefing
DIVULGAÇÃO
colônia Arbo Feminino passaram a se
FOTOS: STUDIO AG

Ombro do frasco foi projetado com onda para dar


preocupar com a criação de um efeito encaixe com a tampa: sinergia entre a vidraria Wheaton
de prolongamento da tampa no corpo e a Augros, provedora do sistema de fechamento
do frasco. “Esse briefing exigiu uma
grande sinergia entre os técnicos vidrei-
ros e os responsáveis pelo sistema de
fechamento do produto”, diz Massara,
compartilhando os créditos com o time
de desenvolvimento da Augros, compa-
nhia de origem francesa especializada
em sopro e injeção de embalagens plás-
ticas, que forneceu as tampas do novo
perfume.

Como uma goiva


Feito a partir da resina Surlyn, da Du-
Pont, o sistema de fechamento incorpo-
rou as saliências em formato de vasos
lenhosos que no primeiro lançamento eficiente para evitar vazamentos, a ros-
da marca Arbo aparecem na superfície ca ocasionaria problemas de manu-
do vidro. Para obter esse efeito, a solu- seio”, diz o executivo. Motivo: a cavi-
ção, diz Mauricio Carini, gerente co- Augros dade da válvula, centro rotacional da
mercial da Augros, foi desenvolver uma (44) 262-6688 tampa, não ocupa a metade do corpo da
www.augros.com.br
ferramenta que, como uma goiva escul- peça, o que comprometeria o giro e a
pindo a madeira, pudesse riscar as ra- Kingraf praticidade de abertura da embalagem.
nhuras diretamente na cavidade metáli- (41) 333-5366 A integração de idéias e sugestões
orçamento@kingraf
ca do molde da tampa. “Nosso próprio foi novamente necessária para contor-
diretor técnico criou esse instrumento, Rexam nar a situação. “Tivemos que desenvol-
e fez os desenhos que aparecem na tex- (11) 4525-0396 ver em conjunto com a Wheaton a onda
www.rexam.com.br
tura da tampa e a aplicação do polimen- do ombro do frasco”, diz o executivo da
to artisticamente”, ressalta Carini. Suzano Augros, referindo-se ao degrau de cer-
Um último desafio do desenvolvi- 0800 555100 ca de 5mm que, além de servir de pe-
www.suzano.com.br
mento das tampas foi prover um siste- destal ao pescoço do frasco, dá encaixe
ma de encaixe que se adaptasse ao om- Wheaton à tampa. “Nessa etapa o projeto foi pra-
(11) 4355-1800
bro dos frascos e garantisse a vedação. ticamente conjunto, pois tínhamos que
www.wheaton.com.br
Essa etapa foi inevitável por que, como pensar nas medidas e nas variações de
informa o gerente da Augros, não seria altura que se adaptassem ao frasco e à
interessante moldar uma rosca às pare- tampa”, acrescenta Carini.
des internas da tampa. “Ainda que seja A embalagem, que ainda conta com
válvulas da Rexam e cartuchos impres-
sos pela Kingraf em papel cartão Su-
premo Alto Alvura (350g/m2), da Suza-
no, começou a ser desenvolvida em de-
zembro último. Cerca de quatro meses
depois, no início de maio, o produto já
estava sendo distribuído às franquias
da marca O Boticário. O curto espaço
de tempo prova que, além de resulta-
dos harmoniosos e chamativos, a
união de forças pode gerar projetos
Sofisticação
é reforçada pela ágeis e que sigam à risca o briefing
textura da resina transmitido pelo marketing da in-
Surlyn, da DuPont dústria usuária da embalagem.
22 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004
cachaça

Para exportar
De olho no exterior, duas marcas capricham nas embalagens
nquanto grande parte de produto- Altec no sofisticado, que vem virando moda. Já a

E res e engarrafadores de cachaça


alimenta devaneios de exporta-
ção, acreditando que seus produ-
tos conquistarão apenas pela suposta quali-
11 5611-7393
www.altec.com.br
CIV
11 3272-4484
www.civ.com.br
fabricante paulista quer conquistar não só o
consumidor brasileiro e o europeu, mas
também o americano.
Para isso, seu produto, indicado para o
dade a preferência de consumidores estran- Owens-Illinois preparo de drinques com diferente frutas,
11 6542-8000
geiros, superando uísques, conhaques e www.cisper.com.br
como sugerido nos rótulos auto-adesivos
vodcas, alguns trabalham o ponto crucial Guala Closures
transparentes com efeito lupa, tipo no-label
que é a embalagem. Com vistas ao exterior, 11 4166-2400 look, fornecidos pela Prodesmaq, é apresen-
mas também ao segmento interno de cacha- guala@gualaclosures.com.br tado numa larga família de garrafas, provi-
ças premium, acabam de ser lançadas duas Prodesmaq das por CIV, Owens-Illinois e Saint-Gobain.
19 3676-9300
novas marcas, a Segatiba e a Caipipira. www.prodesmaq.com.br Além de recipiente dose única de 50ml, a
A primeira vem à luz pelas mãos do em- Saint-Gobain Caipipira vem nas medidas de 700ml,
presário Marcos de Moraes, o filho do “rei 11 3874-7482 750ml e 1000ml. A de 700ml destina-se ao
www.sgembalagens.com.br
da soja” Olacir de Moraes que se notabili- varejo europeu, a de 750ml, ao americano,
zou pela montagem e venda do site Zip.Net enquanto a de 1 litro atende às exigência lo-
à Portugal Telecom por 365 milhões de dó- cais de diferentes países: é a única aceita em
lares. Apostando na apresentação, o empre- pontos de dose na Europa e nos Estados
sário encomendou à vidraria Cisper, agora Unidos, onde pode também ser vendida em
denominada Owens-Illinois do Brasil, uma lojas. Os fechamentos são adaptados às pre-
embalagem exclusiva que lembra uma gar- ferências de diferentes consumidores: todas
rafa de vinho tinto tipo bordalesa de 700ml, as medidas levam tampa de rosca de alumí-
com o pescoço prolongado. A rotulagem é nio da Altec, e a de 1000ml terá também fe-
um conjunto de auto-adesivos no qual se chamento tipo Guala, da Guala Closures.
mesclam efeitos lupa e fosco e processos

DIVULGAÇÃO
como flexografia, serigrafia e sobreposição
de filmes. O fechamento é por rolha, com
acabamento em plástico (branco para a ver-
são envelhecida, preto para a branca) e cáp-
sula antiviolação. A cachaça, engarrafada
pela Cereser, é comprada de produtores da
região de Ribeirão Preto (SP). Com exceção
da vidraria, identificável no fundo da garra-
fa, os fornecedores não foram revelados.

Ambição maior – Com produção própria


de cana-de-açúcar e de aguardente, o que
lhe garante uma bebida regular e de qualida-
de totalmente controlada, a Caipipira revela
ambição exportadora de seu fabricante, a pi-
racicabana BBL Brazilian Beverage & Lic-
quor, aparentemente maior do que a de Mo-
STUDIO AG

raes. Com seu produto apresentado em gar-


rafas de 700ml, o horizonte da Sagatiba por
enquanto não vai além do mercado europeu Sagatiba e Caipipira exploram o efeito
lupa, com rótulos tipo no-label look
– o que não é pouco – e ao consumo inter-

24 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


decoração

Nova cara aos 100


Pastilhas Valda ganham rótulo in-mold em seu centenário no Brasil
uase paralelamente à comemoração do cen-

Q tenário de sua criação, cerca de dois anos


atrás, as pastilhas Valda ganharam nova
embalagem. Seu fabricante, o Laboratório
Canonne, resolveu substituir o tradicional estojo de fo-
lha-de-flandres, que acompanhava o produto desde seu
nascimento, por um plástico. Agora, em 2004, ano que
marca cem anos de vida de Valda no Brasil, outra signi-
ficativa mudança na principal embalagem da marca está
em curso. Os estojos da bala medicamentosa estão ga-
nhando nova decoração, mais burilada, resultado da
adoção de rótulos in-mold – aqueles indeléveis, aplica-
dos nas embalagens no momento de sua fabricação, di-
retamente no molde de sopro ou injeção.
Sustentáculo dessa mudança é a linha dedicada à de-
coração in-mold montada nas dependências da flumi-
STUDIO AG

nense Garboni, tradicional provedora de tampas plásti-


cas e fornecedora dos recipientes plásticos que o labo-
ratório utiliza desde a descontinuação dos recipientes cedores locais dos rótulos para in-mold, normalmente
metálicos. Recentemente, como mostrado em reporta- feitos de BOPP, para estipular um parceiro definitivo.
gem anterior de EMBALAGEMMARCA (nº 48, agosto de A intenção da empresa, agora, é difundir os apelos do
2003), a Garboni resolveu investir em in-mold para pe- in-mold, fazendo aumentar a carteira de clientes na
ças injetadas, e o projeto com a Valda é o primeiro em área de potes decorados com os rótulos permanentes.
larga escala com esse processo. “Não se trata de mera “Nossos focos são a indústria farmacêutica, pela abun-
alteração, mas de um upgrade, uma vez que a rotulagem dância de cremes em estojos e potes, os cosméticos e
anterior era feita por impressão tampográfica, um méto- até alimentos, como balas e confeitos”, sintetiza o pro-
do limitante”, comenta Daniel Pereira de Souza, da área fissional da Garboni. Um novo cliente, no além-mar,
comercial da Garboni. Ele observa que o in-mold pro- já foi conquistado: um fabricante africano das pasti-
porciona decoração nobre, de alto apelo de marketing. lhas Valda, que viu a nova embalagem, gostou e já as
está importando.
Fim do vaivém
Destaque é que, nesse pulo-do-gato, os custos para o In-mold também na Mack Color
cliente não acompanharam a diferença de qualidade en- Mais conhecida por sua para a tecnologia em ali-
tre os métodos de rotulagem antigo e novo, como seria carteira de soluções auto- mentos, cosméticos, brin-
de se supor pelo senso comum. Ocorre que a Garboni adesivas, a paulistana quedos e em produtos
não possui tampografia em seu parque, o que a obriga- Mack Color acaba de domésticos injetáveis.
anunciar a entrada no Uma das primeiras incur-
va a remeter os antigos potes para um terceiro, que de-
mercado de rótulos sem sões da Mack Color em
pois os devolvia para, aí sim, serem entregues ao labo-
adesivo, desenvolvidos in-mold, aliás, é justa-
ratório. “Com a eliminação dessa logística complexa,
especialmente para a tec- mente a nova embalagem
repleta de manuseios, o custo do novo pote praticamen- nologia in-mold. Segundo das pastilhas Valda. Ela é
te empata com o do antigo”, afirma Souza. “Também a coordenadora de mar- uma das fornecedoras
vale lembrar que, como temos embalagens acabadas já keting Silvia Xavier, a em- dos rótulos que a Garboni
na fase de injeção, quase não há perdas.” presa vê oportunidades vem utilizando.
Nesses primeiros meses de produção da nova em-
Garboni Mack Color Sandretto
balagem, feita numa estação de injeção da Sandretto, (24) 2244-3300 (11) 6195-4466 (11) 4652-0100
a Garboni trabalhará com um leque variado de forne- www.garboni.com.br www.mackcolor.com.br www.sandretto.com.br

28 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


logística

Na era do rádio
Etiquetas inteligentes prometem revolucionar cadeia de suprimentos
Por Guilherme Kamio
ouco mais de um ano para

DIVULGAÇÃO – SCHREINER
P cá, as etiquetas inteligentes,
que permitem o rastreamen-
to e a identificação de produ-
tos por meio da radiofreqüência (RFID),
como aqueles já utilizados em certas lo-
jas para impedir furtos, se transforma-
ram em pauta obrigatória nas reuniões
das grandes indústrias mundiais. O bulí-
cio acerca desses dispositivos aumentou
sobretudo depois que grandes redes va-
rejistas internacionais anunciaram pla-
nos de implementá-los – o da americana Exemplo de etiqueta
Wal-Mart, que exigiu de seus cem maio- inteligente: um microchip
armazena dados e
res fornecedores o uso dessas etiquetas
circuitos impressos
até 2005, se tornou emblemático. Às ré- nas bordas são a antena
deas dessa movimentação, o varejo
tornou em ordem do dia o que até então possíveis querelas futuras do varejo. In-
era tratado pelo grosso do setor produti- dústrias, principalmente os braços lo-
vo como coisa a se pensar amanhã. cais de multinacionais, de olho nas ex-
Esse tipo de requisição do varejo periências bem-sucedidas de suas matri-
ainda não se espraiou ao Brasil, mas zes, vêm acordando para o fato de que
nem por isso o assunto vem passando as etiquetas inteligentes podem lhes ser
em brancas nuvens para uma boa parte um trunfo competitivo. Portanto, sair na
do empresariado local, que não quer ser frente é um handicap que vale muito.
pega despreparada quando a tecnologia
inevitavelmente desembarcar por estas Adoção em três níveis
bandas. Debates sobre RFID têm au- CHEP está Há um consenso entre analistas de que a
inaugurando seu
mentado no país, e não só com a inten- sistema de pool de
adoção das etiquetas inteligentes, em
ção de promover uma antecipação a paletes com RFID nível mundial, se dará em três etapas, a
consolidar-se gradualmente. “Primeiro
elas serão empregadas em paletes, de-
pois nas caixas de despacho e, num pra-
zo maior, quiçá a partir de 2008 ou
2010, em cada item ou embalagem indi-
vidual”, explica Wagner Bernardes, ge-
rente de marketing da Seal, empresa que
oferece pacotes de soluções em RFID
no mercado nacional, integrando hard-
ware e software necessários à instalação
da tecnologia – basicamente, as etique-
tas em si, que carregam um poderoso
micro-chip com tamanho de uma cabe-
DIVULGAÇÃO

ça de alfinete, os leitores de informação


e os programas de gestão de depósito.

30 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


Por ora, o cronograma estipulado por da mão-de-obra, precisão de informa-
quem acompanha a tecnologia está em ções e maior velocidade na expedição.
dia, com um número crescente de em- “Ao término do projeto-piloto, em outu-
presas adiantando a execução do pri- bro, faremos uma avaliação dos resulta-
meiro nível. Os benefícios que as eti- dos. Nossa idéia é levar a tecnologia
quetas inteligentes integradas aos pale- para outras fábricas da companhia”, co-
tes oferecem são agilidade e maior efi- menta Leonardo Rubinato, gerente de
ciência operacional nos processos logís- projetos de supply chain da Unilever.
ticos. Um exemplo prático: no desem- Mais um indício de que a implemen-
barque de mercadorias nos armazéns, tação do RFID em paletes promete cha-
centros de distribuição e nas docas dos coalhar as cadeias produtivas num curto
entrepostos, os receptores com antenas prazo vem da multinacional de origem
lêem as etiquetas automaticamente – australiana CHEP. Ela acaba de anun-
sem necessidade de uma captura visual, ciar que está apta ao trabalho com eti-
como acontece com os atualmente hege- quetas inteligentes nas suas famosas
mônicos códigos de barra –, e as infor- operações de pool de paletes – sistema
mações nelas contidas podem ser geren- criado pela própria CHEP, no qual ela
ciadas praticamente em tempo real por entrega os paletes às indústrias, os
softwares dedicados. acompanha até o varejo e os recolhe de-
Esse tipo de procedimento já está pois de sua utilização. A CHEP obteve
acontecendo na divisão de higiene e be- resultados positivos em seu Projeto
leza da Unilever desde o início de abril, RFID, testado no ano passado através
num projeto-piloto na linha de produção do rastreamento de 250 000 paletes do-
de sua fábrica de Indaiatuba (SP). Trata- tados de etiquetas inteligentes, que cir-
se de uma parceria com a Seal, segundo cularam por 34 indústrias e 2 000 pon-
Bernardes uma iniciativa pioneira na tos-de-venda no estado da Flórida, nos
América Latina. Cerca de 1 500 paletes Estados Unidos.
estão recebendo etiquetas e seis empi- O projeto consumiu cinco anos de
Projetos da
lhadeiras, os leitores de radiofreqüên- estudos e 20 milhões de dólares. Victor
Unilever com RFID
cia. Assim, a companhia anglo-holande- no exterior estão Mendes, CEO mundial da CHEP, aposta
sa espera ganhar 12% em produtividade em níveis mais no vento a favor do RFID. “A etiqueta
na distribuição de seus itens, com me- adiantados, já com chip armazena quantidade imensa-
chegando às
lhor controle dos estoques, otimização embalagens mente superior ao código de barras”, ele
lembra. Ademais, as etiquetas inteligen-
tes podem receber novos dados remota-
mente, sem intervenções diretas.

Caixa do futuro
As vantagens em relação aos códigos de
barra, aliás, prometem fazer da afixação
das etiquetas inteligentes em cada em-
balagem unitária dos produtos do varejo
de alto giro uma tendência irreversível.
Nesse cenário, cada produto etiquetado
– em outras palavras, cada embalagem –
teria uma identificação própria, e não
DIVULGAÇÃO – TIBBETT & BRITTEN

genérica, como acontece hoje com os


códigos de barra. Seria uma espécie de
certidão de identidade de cada produto.
“Diria que esse é o uso com maior ape-
lo do RFID, pois permitiria, entre outras
coisas, o monitoramento on-line do es-

32 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


coamento das gôndolas e a identificação digos de barras no funcionamento dos Chep
(11) 3371-0333
de quais locais precisam ser remunicia- supermercados. Nesse cenário futurísti-
www.chep.com
dos e com quais produtos”, afirma Ber- co, a massificação das etiquetas inteli-
nardes, da Seal. Rubinato, da Unilever, gentes traria uma transformação signifi- EAN Brasil
0800 11 0789
confirma que a intenção da companhia é cativa para os caixas. www.eanbrasil.org.br
chegar no futuro à etiquetagem indivi- Através da radiofreqüência, o carri-
dual de cada mercadoria. nho do consumidor seria lido por ante- ECR Brasil
(11) 3838-4520
Tal quadro, no entanto, ainda é re- nas, e, em seqüência, dispositivos im- www.ecrbrasil.com.br
moto, pelo alto custo inerente à adesão primiriam o recibo para pagamento. Se-
maciça à tecnologia, nova e, portanto, ria dispensada a necessidade de utiliza- Seal
(11) 3874-3998
cara. O gargalo a ser enfrentado é o cus- ção dos scanners para a leitura dos pre- www.seal.com.br
to unitário das etiquetas. “Ainda não se ços. Quem sabe, até de trabalho humano
justifica a inclusão de uma etiqueta que nos check-outs: dispositivos de radio-
pode custar um ou dois dólares num freqüência poderiam ler chips instala-
item que custa centavos”, resume Ber- dos nos cartões de crédito do consumi-
nardes, da Seal. “Mas o preço das eti- dor, fazendo o pagamento automatica-
quetas vem caindo substancialmente mente. Tudo ainda permanece nas bru-
nos últimos meses, o que é um alento.” mas das predições. “O certo é que, no
Entre especialistas, a expectativa é a de final, as vantagens do RFID não se res-
que o custo unitário de cada etiqueta tringirão à cadeia produtiva”, prevê
caia para cerca de 0,05 centavo de dólar Bernardes, da Seal. “Com maior econo-
entre cinco e oito anos. mia e mais agilidade na cadeia de supri-
De forma mais radical, já há quem mentos, os consumidores, na ponta,
especule sobre a aposentadoria dos có- também serão beneficiados.”
DIVULGAÇÃO – TIBBETT & BRITTEN

Leitores portáteis ou
em forma de portal
garantem gestão
precisa de depósito
com radiofreqüência

Auxílio que vem a calhar


No projeto-piloto da Unilever com a estudo para auxiliar empresas inte- presas nas áreas de indústrias, dis-
Seal com as etiquetas inteligentes, ressadas. A associação ECR Brasil, tribuição, varejo, exportadores e
vem sendo utilizado o padrão EPC por exemplo, criou um comitê espe- provedores de solução.
(Electronic Product Code, ou código cialmente centrado na tecnologia Entre as dúvidas mais freqüentes
eletrônico do produto), com tecno- RFID, formado por representantes das empresas está a indagação se
logia RFID de 900 Mhz. Como é na- da indústria, do varejo, de consulto- os investimentos feitos em códigos
tural que muitos profissionais da in- rias e de fabricantes de acessórios de barras serão invalidados com a
dústria, do varejo e das companhias e de etiquetas para a implementa- chegada do RFID. Na opinião da
de distribuição não estejam avizi- ção da tecnologia. Por sua vez, a maioria dos especialistas, os dois
nhados a esses termos técnicos EAN Brasil criou os Grupos de Tra- padrões conviverão por bastante
que permeiam o uso das etiquetas balho EPC, centrados na importante tempo. “Temos um grande desafio
inteligentes, algumas entidades na- discussão da padronização da nova pela frente”, resume Sérgio Ribinik,
cionais criaram comitês e grupos de tecnologia. Eles estão abertos a em- CEO da EAN Brasil.

34 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


EmbalagemMarca é uma revista dinâmica, sintonizada com
as novas tecnologias aplicadas às mais diversas embala-
gens. Com sua diversificada gama de assuntos, Embalagem-
Marca é publicação de grande interesse para os profissionais
do setor. As principais tendências, os lançamentos de produ-
tos, as novas aplicações e novos materiais de embalagem:
tudo o que é novidade em embalagem está na Embalagem-
Marca, explicado e analisado pelos mais conceituados pro-
fissionais da área. Por isso, aqui na Bombril, a revista é lei-
tura obrigatória para quem trabalha na área de embalagens.

Os maiores e melhores fabricantes de embalagens do mer-


cado também estão em EmbalagemMarca, o que faz dela
uma fonte de consulta para quem quer encontrar bons for-
necedores.
reciclagem

Sucateira high tech


Aumenta a oferta de coletores automáticos de embalagens usadas
os últimos anos as máquinas

FOTOS: DIVULGAÇÃO
N vendedoras, ou vending ma-
chines, se multiplicaram em
estações de metrô e outros
pontos de grande concentração, oferecen-
do desde chocolates, refrigerantes e
snacks a livros de bolso e até refeições rá-
pidas. Tal propagação inspirou o surgi-
mento de novas aplicações para esses
pontos-de-venda mecânicos. Uma delas
está atrelada ao conceito de reverse ven-
ding machine (RVM), que prevê a utiliza-
ção de equipamentos automáticos como
ponto de recolhimento de embalagens
usadas.
Já difundido na Europa, esse tipo de
tecnologia pode se tornar eficaz dentro do
esforço destinado a aumentar os índices
de reciclagem e a coleta seletiva de lixo
no Brasil. É nisso que aposta a Tomra,
empresa norueguesa especializada em
processos de reciclagem de latas de alu-
mínio e garrafas PET, que está trazendo
ao Brasil, através de sua subsidiária local,
a Tomra Latasa Reciclagem, o modelo
HCp 83, sua mais nova RVM.
Fabricada na Noruega, essa sucateira
high tech é equipada com ferramentas
responsáveis por compactar as embala-
gens, podendo receber uma lata de alumí-
nio a cada 1,33 segundo e uma garrafa
PET a cada 2 segundos. Paulo Abreu, di- Funcionário da pode ser colocado em postos de gasolina,
Tomra Latasa
retor de novos negócios da empresa, diz insere garrafa PET
em estacionamentos de shopping centers
que, graças à velocidade de compactação, no novo modelo ou até dentro de supermercados”, exem-
a HCp 83 é ideal para ser instalada em lu- RVM trazido pela plifica o diretor da Tomra.
empresa ao Brasil
gares de alta circulação de consumidores.
“Além disso, ela é dotada de um leitor Marketing ecológico
óptico que comanda a separação do mate- Embora seja uma novidade no Brasil, a
rial por cor e tipo”, informa o executivo. HCp 83 foi instalada pela primeira vez
Os equipamentos podem armazenar nos Estados Unidos em 2002. Por lá, algu-
até 5 000 latas ou 1 500 garrafas PET. mas unidades são decoradas com motivos
Com aproximadamente 1m de profundi- lúdicos criados para ensinar às crianças a
dade, 80cm de largura e 2m de altura, importância da reciclagem. Já para os
eles ocupam espaço semelhante ao das adultos, lembra Abreu, uma maneira con-
vending machines tradicionais. “Por isso sagrada de incentivar o uso das RVMs é a

36 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


emissão de cupons de descontos a cada
embalagem inserida.
A estratégia já está em prática em al-
gumas das unidades de um outro modelo
de RVM da Tomra, o CCA-II, que foi ins-
talado em pontos de coleta de quatro ca-
pitais brasileiras: Rio de Janeiro, Salva-
dor, Brasília e Belo Horizonte. “Os cu-
pons podem ser trocados por mercadorias
nos checkouts, ou ainda ser revertidos em
doações para o Programa Fome Zero”,
informa Sônia Manastan, gerente de mar-
keting institucional do Pão de Açúcar,
rede que conta com quinze unidades de
RVM da Tomra espalhadas nas lojas da
bandeira Extra.
Além de evidenciar as possibilidades
tecnológicas para a coleta seletiva, as
RVMs ajudam a mostrar a partir de tais
iniciativas que campanhas de conscienti-
zação ambiental não são as únicas ma-
neiras de fazer crescer os volumes de re-
síduos sólidos reaproveitados. Afinal, a
oferta de vantagens ao bolso de quem co-
labora com a reciclagem pode gerar re-
sultados tão ou mais satisfatórios do que
a também necessária comoção ecológica.
O ambiente agradece.

Tomra
www.tomra.com.br
(11) 2103-8000

Com dimensões semelhantes às de uma


vending machine, coletores automáticos
podem emitir cupons de desconto em
shopping centers e supermercados
marcas

Todas as pombas do
Wilson Palhares*
entre os ingredientes da cultura de um Esta digressão toda vem a propósito do mal discuti-

D povo, ela própria componente da expressão


de sua nacionalidade, destacam-se freqüen-
temente produtos de consumo e suas mar-
cas. Exemplos recorrentes dessa verdade, a Coca-Cola
do episódio da venda do controle acionário da AmBev
para uma multinacional belga. A quem interessa, além
do próprio cantor e das marcas em disputa, saber se
Zeca Pagodinho “traiu” a Schincariol ao trocar a con-
e o McDonald’s representam de forma inconfundível a dição de garoto propaganda da nova marca da empresa
cultura e a própria nacionalidade dos americanos do pela cerveja Brahma, seu “amor de sempre”? Indepen-
norte, assim como o champagne simboliza a cultura e a dentemente da questão da transferência do controle
nacionalidade francesas, e o canivete multiuso sintetiza acionário da cervejaria, sem dúvida afeta a todos nós
a idéia de nação helvética. Por aí vai. A associação de imaginar que, ao conquistá-lo, a empresa compradora
produtos/marcas a países/nações vai longe, e cada um talvez não perceba o valor cultural que as marcas tradi-
pode servir-se à vontade no almoxarifado das próprias cionais da AmBev possa ter para o público brasileiro,
lembranças. um dos primeiros colocados no ranking mundial dos
Por repetitivo que seja citar, nosso país padece de bebedores de cerveja. Para quem está de fora da transa-
deprimente ausência de marcas fortes, símbolos de ex- ção fica difícil deixar de lamentar a própria impotência
celência, produtos de consumo de reconhecido valor e a frustração ao ver novas marcas brasileiras, construí-
agregado e que tenham de alguma forma a “marca Bra- das ao longo do tempo com incentivos oficiais e isen-
sil”. Geralmente, o mundo reconhece como sinônimos ções fiscais, serem entregues numa troca argentária, no
de Brasil o samba, o futebol e o trio praias-sol-mar, as- roldão desnacionalizante.
pectos mais ligados à natureza e ao comportamento da Por mais que os controladores sejam donos de um
população do que a seu engenho industrial e à sua cria- empreendimento, marcas tradicionais pertencem tam-
tividade mercadológica. bém ao público que as adota, da mesma forma que o
Por incompetência sobretudo neste último campo, o nome, o distintivo, as cores e outros símbolos de um
país perdeu para a Colômbia a condição de referência clube de futebol não pertencem aos cartolas que o diri-
mundial como produtor de cafés finos, que agora se es- gem, mas a todos seus torcedores, numa trajetória cu-
força para recuperar. Os japoneses quase nos usurpam mulativa no tempo. Historicamente, a adoção carinho-
o direito de usarmos comercialmente o nome de um sa dos símbolos (entre eles as marcas) pelo “povo” con-
produto típico da Amazônia, o cupuaçu (cuja patente tribui para formar a “nação corintiana”, a “nação fla-
para uso do nome perderam em seu país, mas detêm na menguista”, a nação brasileira.
Europa). Quem tem a parte do leão nas vendas da ca- No caso de marcas comerciais históricas, essa rela-
chaça mais consumida na Alemanha é o engarrafador
local, que registrou para si, na Europa, a marca expor-
tada daqui a granel.
Tirando-se commodities como soja e minério de fer-
ro, há quem desconheça que saem daqui incontáveis
outras matérias-primas e ingredientes que, transforma-
dos, vão diariamente à sua mesa (e às mesas de consu-
midores em incontáveis outros países) com marcas em
nada ligadas ao Brasil. Em termos de produtos de con-
sumo com valor adicionado identificados como típicos
do Brasil temos pouco a mostrar. Quando temos, acaba-
ILUSTRAÇÃO: HIROSHI TANIGUTI

mos vendo o raro trunfo fugir para mãos estrangeiras.


Assim acontece por contingência econômica, às vezes
por imprudência. E há ocasiões em que o oportunismo
e a cegueira para a sustentabilidade do negócio obscu-
recem a percepção do que o país tem de valor a parti-
lhar com o mundo.

38 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


pombal
ção de apropriação pelo público tem o sutil agravante
de que a entidade provedora daqueles benefícios – o
governo – age em sua benemerência dispondo de di-
nheiro do contribuinte. Em suma, pode-se dizer que,
salvaguardadas possíveis e raríssimas exceções do
que se poderia chamar de self made brands, marcas
comerciais construídas historicamente são patrimônio
nacional.
Em geral, mais do que patrimônio apenas senti-
mental, há nesse abrir mão das marcas um importan-
te dado econômico, que é o custo de sua construção.
Mas os donos das grandes marcas em países de eco-
nomia subalterna, muitas vezes adventícios no negó-
cio, não levam em conta o que move o comprador:
“Para que construir se há quem vende pronto?”. É
dessa maneira que, como no poema, “uma a uma vão-
se todas as pombas do pombal”.
Assim é que no pacote se foram a Antarctica, a
Brahma, incontáveis marcas de outros produtos tradi-
cionais e, menos lembrado no noticiário, o único com
sabor e mística – da Amazônia, hoje referência de
proa no imaginário mundial – para enfrentar comer-
cialmente a marca líder global de refrigerante. Quem
sabe, agora sim, o velho Guaraná Antarctica ganhará
finalmente o planeta? Será bom para a Intebrew, que
em sua sede sabe-se lá onde, receberá lucros e royal-
ties de consumidores do mundo inteiro. Inclusive dos
brasileiros.

* Editor da revista EmbalagemMarca


identidade

Milani e as “carinhas”
Tradicional símbolo da marca passa a fazer parte da logomarca
ode-se dizer que um produto é O xarope de groselha tradicional é dis-

P tradicional quando permanece


vivo no imaginário de várias
gerações. Quem foi criança no
Brasil a partir da década de 1950 natural-
ponibilizado no mercado em dois tipos de
embalagens: garrafas de vidro com capaci-
dade para 900ml, fornecidas pela Owens-
Illinois do Brasil (Cisper), e garrafas plásti-
mente associa a palavra groselha à marca cas de PET, para 500ml, sopradas pela Pa-
Milani. Muitos são até capazes de cantar o nizzon Plásticos. A Milani anuncia, entre-
jingle usado nos comerciais do produto. Alcoa tanto, que deve adotar, em breve, garrafas-
(11) 4195-3727
Hoje patrimônio da Wessanen, a marca www.alcoa.com.br padrão fornecidas pela Amcor. Nos dois ca-
surgiu em 1955, pelas mãos de uma famí- sos, as tampas são fornecidas pela Alcoa. A
Amcor PET Packaging empresa não divulga o fornecedor dos rótu-
lia de imigrantes italianos, os Milani.
(11) 4589-3000
Cerca de dez anos mais tarde, nasceu los, impressos em papel couché no sistema
aquele posteriormente transformado em Owens-Illinois do Brasil off-set, alegando que freqüentemente faz
(11) 6542-8000
símbolo da marca: as três “carinhas” sorri- cotações com diferentes empresas.
www.oidobrasil.com.br
dentes, que passaram a ser incorporadas ao O produto possui ainda duas variantes:
rótulo do produto. Recentemente, pesqui- Packing Design a versão light do xarope de groselha, acon-
(11) 3168-9195
sas e testes de mercado confirmaram que o www.packing.com.br
dicionada só em garrafas plásticas de meio
consumidor de fato se identifica com a litro, e a versão pronta para beber, apresen-
marca Milani associada a esse ícone, razão Panizzon Plásticos tada em embalagens Tetra Pak de 200ml.
(54) 292-9100
suficiente para a empresa incorporar as fi- www.panizzonplast.com.br Aproveitando-se da força da marca Mi-
guras à logomarca. As embalagens foram lani, a Wessanen possui uma linha de sucos
redesenhadas pela Packing Design para à qual há pouco incorporou o oitavo sabor,
abrigar a nova logomarca tangerina (os outros são caju, maracujá,
bem como os dizeres “Ori- uva, abacaxi, goiaba, manga e tomate). To-
ginal” e “desde 1955”, com dos os sabores vêm em garrafas de vidro de
o intuito de reforçar a tradi- 500ml, produzidas pela Owens-Illinois do
ção do produto. Brasil, e têm tampas da Alcoa.

A partir da esquerda, o xarope de groselha em garrafa de vidro de 900ml e


em PET de 500ml; na Tetra Pak de 200ml, a versão pronta para beber;
e, em garrafa de vidro de 500ml, o novo sabor da linha de sucos da Milani

40 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


inovação

Maleta popular
Blister que dispensa selagem é opção para pequenas empresas
s blisters fabricados por va- ração manual é eficaz, gasta pouco tem-

O cuum forming, processo no


qual laminados plásticos são
aquecidos e depois moldados
por meio de sucção de ar, já fardam uma
po e torna o preço final dos itens muito
mais em conta.”
Variados produtos são alvos da nova
embalagem. Entre eles, brinquedos, fer-
falange de bens de consumo no mercado ragens, ferramentas domésticas, eletroe-
nacional – principalmente aqueles co- letrônicos, cosméticos e componentes
mercializados em gancheiras. Pequenas e elétricos. A fim de facilitar ao máximo a
médias empresas, entretanto, sempre sen- aquisição da Maleta pelos clientes meno-
tiram na pele certa marginalização em re- Dreco res, a Dreco resolveu flexibilizar a quan-
(11) 3208-1345
lação a esse tipo de embalagem, normal- www.dreco.com.br
tidade mínima do pedido e disponibilizar
mente fornecido somente em volumes de- exemplos de aplicação e orçamentos ins-
graus acima de suas necessidades e de- tantâneos em seu website. “Vale ainda
pendente de máquinas seladoras caras lembrar que, com um computador e uma
para a realidade dos micro-negócios. impressora doméstica, o cliente pode até
Atenta a esse quadro, a paulistana mesmo produzir a composição gráfica
Dreco, na seara dos blisters desde 1972, promocional a ser colocada no interior de
trabalhou pouco mais de dois anos num seu blister”, diz Salib.
projeto inovador, que está sendo comer-
cialmente lançado agora: um blister que
dispensa equipamento e mão-de-obra es-
pecializada para o seu fechamento, e que
apresenta diversas possibilidades de tra-
balho em termos de formato.
Batizado de Maleta Pronto Box, o in-
vento está inicialmente disponível em
quatro formatos básicos, que podem ser
utilizados tanto na posição horizontal
quanto na vertical. “A embalagem é pa-
dronizada, mas o cliente é quem decide a
posição dentro da área da maleta e tam-
bém o formato da cavidade plástica que
aloja o produto. Tudo isso sem nenhum
custo de ferramental”, destaca Jacques
Salib, fundador da Dreco e engenheiro-
pai da novidade.
O fechamento da Maleta é feito ma-
nualmente, sem complexidade. Isso, po-
rém, nas palavras de Salib, não implica
em uma selagem comprometedora, mais
suscetível a violações nos pontos-de-
venda. “O mecanismo criado para a
substituição da selagem convencional di-
ficulta ao extremo a abertura e não dani-
STUDIO AG

fica a embalagem”, ele garante. “A ope-

mai 2004 • EMBALAGEMMARCA – 41


Nova Baden Baden em vidro Porções individuais
A cervejaria Baden Baden Red Ale. A Nestlé lança os biscoi- tende direcionar os lança-
coloca no mercado a Gol- A nova cerveja é uma pil- tos Bono, Negresco, Pas- mentos para o canal food
den, cerveja dourada vol- sen de corpo médio. O satempo e Salclic em em- service em geral.
tada para o público femini- processo de baixa fermen- balagens individuais. As novas embalagens do
no. A cervejaria já possui tação conhecido por “la- Com a novidade, a empre- Bono, Negresco e Passa-
a Pilsen Cristal, a Stout ger” oferece um sabor sa amplia suas alternati- tempo trazem três biscoi-
Dark, a Premium Bock e a leve, com final adocicado vas de locais de venda, tos cada, exceção ao Pas-
que lembra especiarias em função da melhor por- satempo Leite, que vem
como a canela. A Golden tabilidade das embala- com seis unidades. As
chega para atender as gens e da possibilidade embalagens são fabrica-
preferências específicas de venda fracionada dos das pela Itap em BOPP,
das mulheres no que se re- produtos. Em razão des- com design da Future-
fere a sabor, aroma e cor- ses fatores a Nestlé pre- brand.
po. Esta segmentação tem
como objetivo atender a
um nicho de mercado que
não possui um produto di-
ferenciado.
O produto é comercializa-
do em garrafas de 600ml
fabricadas pela Saint Go-
bain. Os rótulos são da
Soft Color e as tampas da
Tapon Corona.

Vestuário cheiroso
Os apelos de uma roupa perfumada já não revertem
oportunidades apenas para a indústria de sabão em
pó. Também explorando a necessidade de vestuário
cheiroso, a Reckitt Benckiser está lançando o Bom Ar
Fresh Sachet, odorizador de ar para pequenos am-
bientes. O produto conta com uma cápsula plástica
que pode ser fixada por um auto-adesivo a gavetas,
guarda-roupas, armários, sapateiras e malas de via-
gens. O recipiente é dotado de micro-janelas ajustá- Bala de coco em PP
veis que permitem o contro- A produtora gaúcha
le da intensidade da de candies Boavis-
fragrância, que pode tense acaba de lan-
durar até trinta dias. çar um novo produto
O sache refil é feito da linha de balas
pela Inapel, e o esto- mastigáveis Bongutti:
jo cartonado em que Bongutti Coco. As
o kit é vendido é da embalagens foram
gráfica Ibratec. criadas pelo departa-
mento de artes da
Boavistense e são
produzidas em PP
pela Implasul.

42 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


Olhos em embalagens exclusivas
Resultado de dois anos de pes- Os frascos em PET são produzi-
quisas, a Sakura Nakaya Alimen- dos pela Polipet, com exclusivida-
tos está apresentando ao merca- de para a Sakura.
do uma linha com três molhos
prontos para o uso. São eles o
Molho Yakissoba, Molho Teriya-
ki e Molho Tonkatsu, que têm
como base o conhecido mo-
lho de soja Sakura. Os pro-
dutos vêm prontos para ser
utilizados diretamente nas re-
ceitas, sem a necessidade
de adição de nenhum outro
ingrediente.
Os rótulos foram projetados
pela Komatsu Design e são
impressos pela Gráfica Rami.

IMPERMEABILIZANTE EM
EMBALAGENS DE AÇO
A Tintas Universo aumentou recen-
temente a sua linha de produtos ao
lançar um impermeabilizante inco-
lor à base de resina acrílica, a Re-
sina Acrílica Universo.
Indicado para a impermeabiliza-
ção de áreas externas e internas
de pedras naturais, tijolos à vista,
concreto aparente e pisos cimenta-
dos em geral, o produto é encon-
trado em embalagens de aço (latas
de 900ml e galões de 5 litros), for-
necidas pela Prada.

Lindoya Verão gela no multipack


Procurando atender às necessida- dos copos na própria embalagem.
des de seus clientes e consumido- A nova embalagem está disponível
res, a Lindoya Verão traz mais uma para 48 unidades e fracionada
inovação ao mercado de águas mi- para consumo doméstico com 24
nerais. A tradicional caixa de pape- unidades.
lão que embala os copos de 200ml
e 305ml foi substituída por bandejas
de polietileno expandido, envoltas
por um filme termo-encolhível. A
embalagem é produzida pela Ter-
motécnica. A mudança traz benefí-
cios como maior economia de espa-
ço e empilhamento por metro cúbi-
co, apresentação do produto como
display e a exposição e refrigeração
Latas personalizadas
Convocada pela Coca-Cola para criar as melhores fotos selecionadas. A lata cria-
embalagens de divulgação da campanha da para esta fase terá apenas uma ver-
Kuat Abra a Kbça, a Oz Design criou la- são, com a estampa da melhor foto.
tas e rótulos tendo por base o conceito Os rótulos são fornecidos pela PP Print e
da própria campanha, que aposta no fi- pela Mazda e as latas pela Rexam, Lata-
lão “se tornar celebridade”. sa e Metalic.
Foram desenvolvidas embalagens dife-
renciadas para as duas fases da campa-
nha. Para a fase teaser, foram criados
uma lata e um rótulo para convencer o
consumidor a participar da promoção,
que consiste em tirar uma foto com Kuat
em uma situação inusitada, e enviar para
a Coca-Cola. Para a segunda fase foi
desenvolvido um novo rótulo que será
adaptado para 40 versões, com as 40

Misturas em stand-up pouch


O Moinho Paulista res. O novo produto é xas de papel-cartão,
está lançando Nita apresentado em fabricadas pela gráfi-
Cook, sua linha de stand-up pouches, ca Romiti. O layout
misturas para bolo em produzidos pela J.F. das embalagens é da
nove diferentes sabo- Camargo, e em cai- GSB2 Design.

Embalagens de açucar remodeladas


O Atelier do Açúcar, empresa que projetado pela Trust Propaganda
trouxe do exterior o açúcar em tor- para destacar a embalagens nas
rões, remodelou suas embalagens. gôndolas dos supermercados.
As novidades são os cubos de As embalagens são fabricadas
açúcar coloridos, que lembram ba- pela gráfica Unicolor em papel-car-
las de goma. O novo design foi tão Supremo 250g/m2 da Suzano.
Engajamento Segurança com PS delaminável
Para colaborar com o Programa Para auxiliar no combate à pirataria, vel. Fabricado pela italiana Ritrama, o
Fome Zero, a ABPO – Associação às violações e a outras práticas ilícitas, material é indicado para a confecção
Brasileira do Papelão Ondulado a CMY está apresentando um novo de etiquetas de segurança e de lacres
doou 380 000 caixas ao Governo componente de sua linha de materiais de garantia, possuindo um mecanismo
Federal, para o acondicionamen- de segurança, o Poliestireno Delaminá- que o faz se autodestruir caso haja ten-
to de alimentos. “Já nos com- tativa de violação. Ele possui trata-
prometemos a doar 1 milhão de mento para receber impressões fle-
embalagens”, diz o presidente xográficas, serigráficas e térmicas,
da entidade, Paulo Sérgio Peres. alta resistência a produtos químicos
e já é comercializado com adesivo
Engajamento 2 acrílico base água, de altíssimo
A paulistana KS Kaixas, produto- tack. Pode ser encontrado nas di-
ra de caixas personalizadas mensões 1m x 250m ou 0,5m x
para corporações, apoiou a Apae 50m, na cor branca perolada.
Care Music, evento musical que (11) 3331-0577 • www.cmy.com.br
buscou levantar recursos para a
Associação de Pais e Amigos dos Os premiados da Latincan 2004
Excepcionais.
A Associação Latino-Americana de brasileiras que ganharam prêmios
Fabricantes de Embalagens Metáli- nas suas respectivas categorias:
Merck muda
cas e Envasadores está divulgando Categoria Vencedores – Vencedor
O americano naturalizado ar-
gentino Carlos Sasse é o novo os nomes dos vencedores da Pre- supremo: Rexam Beverage Can
diretor da área química da miação Latincan, feita durante sua South America (Produto: Smirnoff
Merck Brasil. Ele será respon- 11ª Conferência Anual, realizada em Ice); Três peças alimentos: Brasila-
sável, em São Paulo, pelos de- março último em São Paulo. Este ta (Cappuccino Faraó); Três peças
partamentos de Especialidades ano, participaram do evento 49 fabri- bebidas: CBL (Caipirinha Veritas);
Químicas e de Reagentes da cantes de embalagens, representan- Linha geral: Cerviflan (Sherwin Wil-
empresa. do 12 países, e 96 fabricantes de liams); Tampas & Fundos: Cerviflan
equipamentos e serviços, represen- (Sherwin Williams). Alta Recomen-
Crescimento... tando 16 países. A premiação é feita dação – Especialidade/Decorativa:
Nome forte em sistemas para
em reconhecimento aos esforços WS Real Print (Produto: Hershey do
embalagens assépticas cartona-
dos fabricantes latino-americanos na Brasil); Tampas & Fundos: Brasilata
das (caixinhas), a SIG Combibloc
busca de inovação e qualidade. (Neugebauer); Linha geral: Compa-
fechou 2003 com vendas mun-
São as seguintes as companhias nhia Metalúrgica Prada.
diais de 1,058 bilhão de euros,
12,7% a mais que em 2002. O nú-
mero de caixinhas vendidas Terphane promove concurso
também registrou um aumento A fornecedora de filmes de poliéster templa três categorias: Inovação,
de 13,6%, passando de pouco Terphane está promovendo um con- numa avaliação do valor percebido da
mais de 10 bilhões de unidades curso a fim de divulgar ao mercado embalagem pelo consumidor final;
para 12,1 bilhões. inovações em embalagens que utili- Tecnologia, que avalia o valor e bene-
zem seus produtos em diferentes tipos fício do produto ao longo da cadeia; e
...Inclusive por aqui de estruturas e aplicações. O I Prêmio Stand-up Pouch, categoria especial
Em 2003, a SIG Combibloc tam- Terphane de Embalagem está aberto que avaliará somente esse formato de
bém ampliou negócios na Améri- a toda a cadeia de embalagem, de embalagem. As inscrições poderão ser
ca do Sul. Dois clientes de peso transformadores a usuários, passando feitas de 20 de abril a 05 de junho de
conquistados foram a chilena por agências de design. A entrega dos 2004, sob uma taxa de 100 reais para
Cafra (Cooperativa Agrícola e prêmios será no final do V Evento Téc- cada trabalho inscrito. Maiores infor-
Leiteira de Frutillar), em leites e
nico Terphane Stand-up Pouch, no dia mações podem ser obtidas diretamen-
11 de agosto de 2004, na sede da te com a Terphane.
sucos, e a argentina Alimentos e
APAS em São Paulo. O Prêmio con- (11) 5503-3951 • www.terphane.com.br
Bebidas Cartellone, em vinhos.

46 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


Retrospectiva do
varejo em livro
A ACNielsen acaba de lançar a publi-
cação “Tendências ACNielsen 2004”,
que traz uma retrospectiva do consu-
mo nos últimos dez anos, abrangen-
do 170 categorias auditadas regular-
mente pela consultoria. Na nova edi-
ção há ainda uma exclusiva análise,
contendo os diversos impactos das
movimentações econômicas sobre o
Estojo monegasco consumo, elaborada pela LCA Con-

laureado sultores. Entre as principais informa-


ções contidas na publicação estão
Leonardo Gejão Santos, Eugenio
variações e os números absolutos de
Fainer Tonon e Agostinho Felício
volume e de valor, alocação por tipo
Filho, todos estudantes de design
de loja e investimentos publicitários
da Unesp, arrebataram o primeiro
em cada categoria, além dos consu-
lugar na edição regional para a
mos per capita de 52 categorias em
América do Sul do prêmio Monaco
diversos países, que, comparados
Luxe Pack Design Award. O projeto
aos brasileiros, possibilitam análises
laureado foi o estojo de maquia-
de potencial de consumo. O livro es-
gem Modernity in Monaco. Com
tará disponível também numa versão
corpo feito em ouro branco de 18
multimídia, em português e em inglês.
quilates, a embalagem possui es-
www.acnielsen.com.br
pelho envolto por uma cúpula
transparente. Aberta, simboliza a
noite do principado, com formato
que remete aos arcos e palco da
ópera do Cassino Monte Carlo.
Após o uso, o estojo pode se trans-
formar num porta-jóias. O prêmio,
promovido pela Luxe Pack Sur
América e organizado pela ADG –
Associação dos Designers Gráficos
do Brasil, foi concedido durante a
3a edição da Luxe Pack São Paulo
– Salão da Embalagem dos Produ-
tos de Luxo, ocorrido nos dias 17 e
18 de março em São Paulo.
www.luxepack.com

Tri na reciclagem de latinhas


Pela terceira vez seguida, o Brasil é lí- 2003 foram recicladas, o correspon-
der mundial de reciclagem de latas de dente a um volume de 112 000 tonela-
alumínio entre as nações nas quais das de alumínio ou a cerca de 8,2 bi-
essa atividade não é obrigatória por lei. lhões de latinhas. É um recorde mun-
Um levantamento conjunto da Abal – dial no ramo. Segundo a Abal, um fator
Associação Brasileira do Alumínio e da que contribuiu para o crescimento do
Abralatas – Associação Brasileira dos índice em 2003 foi o aumento da parti-
Fabricantes de Latas de Alta Reciclabi- cipação das cooperativas e da base de
lidade acaba de apontar que 89% das coleta.
latas de alumínio vendidas no país em www.abal.org.br • www.abralatas.org.br
Bom gosto não tem data Guerra da atualização
A expectativa provocada pela aproxi- A Corel está apostando de forma agres-
mação do ano novo faz de dezem- siva no conceito de upgrade competitivo.
bro o mês oficial de lançamentos de Para incentivar as vendas do recém-lan-
calendário. Mas no meio corporativo, çado CorelDraw 12, a empresa está ofe-
onde as folhinhas se tornaram uma recendo 45% de desconto aos usuários
maneira de divulgar novas linhas de de aplicativos gráficos concorrentes,
produtos, há quem prefira distribui- como Photoshop, Ilustrator e Freehand.
las numa época em que o réveillon e A política de desconto se estende tam-
as perspectivas do próximo ano dei- bém a clientes de versões antigas de
xaram de ser assunto. No Brasil produtos do seu próprio portfólio, como
essa tendência conta com a adesão Corel Draw, PhotoPaint e Corel Painter.
da Ripasa, que tradicionalmente lan- Com o desconto, a atualização da suíte
ça seu calendário mercadológico no de softwares gráficos passa a custar
início do outono. Neste ano, a em- 799 reais. “Não se trata de uma promo-
presa explorou a folhinha, apresen- ção, e sim de estratégia comercial”, defi-
tada no último dia 31 de março, para ne Pedro Fontes, country manager inte-
divulgar a marca de papel couché rino da Corel no Brasil. “Queremos au-
Image, cuja variedade de gramatu- mentar a base instalada abrindo mão de
ras foi recentemente ampliada. (O uma parte de nossas margens.”
produto passou a ser produzido nas www.corel.com.br
versões 90,105,115,130,145, 170, 0800-141212
210 e 240g/m2). Para a edição
2004/2005 de seu calendário, a Ri-
pasa homenageou o compositor
Mais uma novidade
Adoniran Barbosa, e convidou 12 ar- resplandecente
tistas plásticos e fotógrafos para A VSP Papéis Especiais está lançando
ilustrar, com temas ligados ao uni- uma nova marca de papel com brilho me-
verso poético de São Paulo, os pôs- tálico e efeitos iridescentes. Batizada de
teres de cada mês. Glitter, a linha foi projetada para o desen-
www.ripasa.com.br • 0800-160606
volvimento de embalagens de produtos de
luxo, e conta com acabamento nacarado
Parceria solidificada e texturizado. Criado no Brasil, o produto
A Comprint anunciou a venda de e identificação de produtos. “O apresenta, segundo a VSP, menor custo
mais uma impressora digital HP bom desempenho e a alta quali- em relação à maioria de seus concorren-
Indigo ws2000. Terceira unidade dade demonstrados pelas primei- tes. A linha possui sete cores (Azul, Pre-
comercializada pela empresa no ras unidades vendidas no Brasil to, Iridescente, Verde, Vermelho, Pink e
país, a máquina foi adquirida em nos impulsionaram a investir no Amarelo), e pode ser solicitada em folhas
março último pela Asterisco Artes equipamento”, diz Roberto Ribei- avulsas ou laminadas a cartonados.
Gráficas, especializada na con- ro, executivo da Asterisco. Mar- www.vsppapeis.com.br • 0800-550833
versão de rótulos e etiquetas celo Zandomenico, engenheiro
auto-adesivos para embalagens de vendas da Comprint, acres-
centou que a “aquisição solidifica
a parceria com a HP e o suporte
técnico oferecido pela Comprint
para os usuários de equipamen-
tos da linha Indigo”.
www.comprint.com.br
(11) 3371-3371
Zandomenico (à esquerda) e
Ribeiro, da Asterisco: mais uma www.etiquetasasterisco.com.br
HP Indigo ws2000 instalada (11) 295-2200

48 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004


Ampliando os domínios do hot stamping
A Etirama anunciou o lançamento tratos com largura máxima de
de uma impressora plana que alia 260mm, e a área das aplicações de
aplicações de hot stamping a hot stamping pode chegar a
recursos de corte e dobra. 320mm x 235mm.
O produto conta ainda com um sis- www.etirama.com.br
tema de leitura ótica denominado (15) 223-3332
Mega Torque
eletrônico, que,
segundo sua
fabricante, é
responsável
pela precisão
das operações
de repasse e
corte. A máqui-
na aceita subs-

Diferencial para acerto


A fornecedora de rótulos e etiquetas mia de tempo e redução de riscos
auto-adesivas Mack Color acaba de de problemas no processo, uma vez
adquirir para seu parque gráfico um que é possível simular o acerto que
Cromalin Digital, da DuPont, última será feito em máquina já no mate-
palavra em equipamentos para pro- rial final de impressão. A Mack Color
vas contratuais. Ele garante maior diz ser a primeira empresa do seg-
fidelidade na visualização do resul- mento auto-adesivo nacional a ad-
tado final de cores nas impressões quirir a tecnologia.
em flexografia, letterpress, off-set e www.mackcolor.com.br
demais sistemas e garante econo- (11) 6641-4499

Vedete das exportações de celulose


A Cia. Suzano de Papel e Celulose zano, a demanda externa pelo papel
está apostando no mercado america- cartão branco vem aumentando a
no para ampliar suas exportações de cada ano. Em 2003, ele diz, 90% das
papel cartão. A empresa, que embar- exportações brasileiras de papel car-
cou 87 000 toneladas do material em tão referiam-se aos cartonados de
2003, ou 34% de suas vendas exter- cor branca. “Há menos de dois anos,
nas naquele ano, pretende multiplicar essa participação era de cerca de
as remessas acentuando a oferta de 60%.” Para que o crescimento pros-
papel cartão branco. Rogério Ziviane, siga, os potenciais clientes norte-
diretor de exportação da Suzano, ex- americanos precisam manter os in-
plica que esse tipo de cartonado, cu- vestimentos nos processos de adap-
jas superfícies podem ser revestidas tação de suas máquinas para o car-
contra gordura e umidade, é voltado tão feito com celulose de eucalipto,
à produção de embalagens mais so- árvore cujas fibras são curtas. “O pa-
fisticadas. “E os Estados Unidos são pel cartão produzido nos Estados
o maior mercado do mundo para pro- Unidos é feito de fibra longa”, com-
dutos de maior valor agregado”, com- para Ziviane. “Daí a necessidade de
pleta o executivo. Ainda de acordo investimentos em máquinas.”
com o diretor de exportações da Su- www.suzano.com.br • 0800 555100
Almanaque
Na briga desde o começo Um sogro de
A Dolly parece mesmo gostar de frigerantes dietéticos, amparadas
“briga de gente grande”. Hoje em numa lei, datada de 1973, que muita visão
ação na justiça contra a Coca- proibia o uso de adoçantes sintéti- Não fossem uma casualidade e
Cola, não é a primeira vez que a cos em bebidas – reflexo de estu- um sábio conselho, aquela que
fabricante nacional de bebidas en- dos da década de 60 que aponta- é hoje um colosso em bens de
tra num qüiproquó judicial. Em vam efeitos deletérios dessa “adi- consumo, a Procter & Gamble,
1987, impetrou ação contra nin- tivação”. A favor da Dolly, porém, não teria surgido. Em meio à
guém menos que o Governo Fede- contavam o fato de que pesquisas corrida rumo ao Oeste dos Es-
ral. Na época, autoridades nega- posteriores desmistificaram essa tados Unidos, na primeira me-
ram à Dolly o registro de seus re- questão e ainda um curioso para- tade do século 19, o inglês Wil-
doxo: enquanto bebidas dietéticas liam Procter e o irlandês James
eram banidas, gelatinas, pudins, Gamble acabaram ficando no
chocolates, sorvetes e vários ou- caminho, em Cincinnati, Ohio.
tros produtos com açúcares artifi- O primeiro para cuidar de sua
ciais eram liberados. Não deu ou- esposa, Martha, que logo viria
tra: em 1988, o Poder Judiciário a falecer, e o segundo para con-
bateu o martelo a favor da engar- valescer, pois adoecera na jor-
rafadora, que logo lançaria a linha nada. Na comarca, Procter
Diet Dolly, marca pioneira em re- abriu uma pequena fábrica de
frigerantes dietéticos no Brasil. velas, e Gamble, uma de sabão.
Coisas do destino: os imigran-
O Dia das Mães tes não se conheciam, mas se
frustrou sua genitora casaram com duas irmãs, Olivia
Nascida numa pequena cidade da Virgínia e Elizabeth Norris. O pai das
Ocidental, nos Estados Unidos, a filha de
pastores Anna Jarvis iniciou, em 1905, um
moças os convenceu a se asso-
movimento para instituir uma data co- ciarem, e, em 1837, como um
memorativa em homenagem às pequeno negócio familiar, nas-
mães. Era um juramento que ela cia a P&G – hoje presente em
havia feito no leito de morte à
sua mãe, Ann Marie Reeves Você sabia que Omo... 140 países e dona de mais de
Jarvis, que tivera a idéia origi- …É a junção das iniciais de Old
300 produtos, que abastecem
nal do feriado. Cinco anos mais
Mother Owl (“velha mãe coruja”),
cinco bilhões de consumidores.
tarde, em 1910, o Dia das
nome original do produto? William Procter
Mães foi incorporado ao calendá-
rio de comemorações da Virgínia …Veicula anúncio de revista ou
Ocidental, no dia 26 de abril. Em comercial de TV no Brasil em
1914, o então presidente americano, todos os dias do ano?
Anna Jarvis
(acima) e Woodrow Wilson, unificou a data em todos
…Foi o primeiro detergente em
sua mãe, os estados, estabelecendo que ela deveria
Ann Marie ser comemorada sempre no segundo do- pó lançado na cor azul, em 1957,
mingo de maio – sugestão da própria por causa do hábito brasileiro
Anna Jarvis. Rapidamente, mais de de usar anil para realçar o
quarenta países aderiram à data.
branco das roupas?
Anna, porém, ficou frustrada
com o fato de o dia ter se torna- …Utiliza, anualmente, 365 James Gamble
do mote para explorações do milhões de embalagens? Se em-
comércio. Em 1923, ela entra- pilhadas, as caixas formariam
ria com uma ação judicial para
uma fila de 98 000 quilômetros,
cancelar o Dia das Mães, mas
não obteve sucesso. A mãe da distância suficiente para dar duas
festiva data morreu em 1948, aos voltas e meia ao redor da Terra.
84 anos, sem nunca ter tido filhos.

50 – EMBALAGEMMARCA • mai 2004

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