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O documento analisa o poema "Ó sino da minha aldeia", de Fernando Pessoa. Resume as características estilísticas do poema, incluindo adjetivação, determinantes, advérbios e sons que criam um sentido de saudade e tempo não linear. O poema usa o som do sino para evocar memórias do passado e fundir passado e presente.
O documento analisa o poema "Ó sino da minha aldeia", de Fernando Pessoa. Resume as características estilísticas do poema, incluindo adjetivação, determinantes, advérbios e sons que criam um sentido de saudade e tempo não linear. O poema usa o som do sino para evocar memórias do passado e fundir passado e presente.
O documento analisa o poema "Ó sino da minha aldeia", de Fernando Pessoa. Resume as características estilísticas do poema, incluindo adjetivação, determinantes, advérbios e sons que criam um sentido de saudade e tempo não linear. O poema usa o som do sino para evocar memórias do passado e fundir passado e presente.
Anlise do poema sino da minha aldeia, de Fernando Pessoa
Tema: o passado A "aldeia" surge como espao de intimidade, metfora da interioridade do poeta. A "alma" concentra os momentos temporais - a audio do som como que uma sntese dos momentos vividos, feita pela memria. O tempo pessoano constitu do por uma srie de momentos que no se excluem, que aparecem em simultneo, na sua memria - a saudade traz o passado, que se torna presente. A associao "alma" / tempo impli ca a abolio do tempo cronolgico, instaura-se um tempo subjetivo, que condi ciona a vivncia da realidade.
Caractersticas estilsticas: Adjetivao Os adjetivos "dolente" e "calma" remetem para a durabi lidade do som, que no se apaga na memria do poeta. sino da minha aldeia,/Dolente na tarde calma,/Cada tua badalada/Soa dentro da minha alma. O adjetivo "lento", associado ao vocbulo "soar", no verso "E to lento o teu soar", insere a constatao de uma unidade de fragmentos temporais que no adquirem uma significao prpria, enquanto momentos isolados. Os determinantes Os determinantes possessivos traduzem a interao "alma" / tempo, a perceo temporal encarada de uma forma subjetiva. Metaforicamente, estes sugerem, igualmente, a unio espao exterior/espao interior. "Cada tua badalada" - espao exterior / "Soa dentro da minha alma" - espao interior O advrbio O advrbio remete para a saudade - o tempo anterior absorve o presente; at o futuro tem a dimenso de passado. "Que j a primeira pancada / Tem o som de repetida." O vocbulo "errante" (que apresenta um valor adverbial, porque remete para a forma como o poeta "passa") aponta para a ideia de que o som da badalada do sino uma criao do prprio poeta, que lhe acrescenta a sua carga emocional - o som remete sempre para a mesma sensao (a saudade). O nome O nome "cu", no verso "Vibrante no cu aberto" sugere a qualidade no mensurvel do tempo pessoano. Este o ni co espao fsico que aparece, mas cuja amplitude surge atravs de sugestes da vibrao do som, que se perde no ar.
Publicado em http://port12ano.blogspot.com por Antnio Alves As formas verbais As formas verbais, no presente do indi cativo, indicam uma vivncia passiva do momento, pela recordao saudosista do passado.
O grupo preposicional A arbitrari edade das relaes temporais estabeleci das sugerida atravs do grupo preposicional, indicado pela preposio, que seguida de nomes abstratos. "Cada tua badalada/Soa dentro da minha al ma./(...)/Soas-me na alma distante."
A pontuao A pontuao, no final do verso, produz um ritmo lento, arrastado, que remete para o prolongamento do tempo passado.
As sonoridades: a aliterao - Aliterao dos sons (d) e (l) na primeira estrofe " sino da minha aldeia, / Dolente na tarde calma," A aliterao sugere a distncia temporal, pelo prolongamento da sonoridade das consoantes. A lquida (o som l) associa-se imagem do cu, que se confunde, pela imensido, com a gua, imagem invertida do mesmo, uma vez que o mar o local onde as formas se espelham. - Aliterao do som (t) na segunda estrofe "E to lento o teu soar, / To como triste da vida," "Mergulhar" no tempo passado, atravs da evocao da imagem do sino, pressupe, numa primeira fase, uma imagem visual que , posteriormente, substituda pelo som da badalada - imagem auditiva - que provoca a aliterao do som (t) na segunda estrofe. - Aliterao do som (s) na terceira estrofe "Quando passo, sempre errante," A aliterao significa que o som permanece, para o poeta; viver o presente implica, para ele, lembrar o passado. -Aliterao do som (t) na quarta estrofe "Vibrante no cu aberto, / (...) / Sinto a saudade mais perto." O som perpetua-se indefinidamente - o passado absorve o presente.
Ao longo do poema, verifica-se a predominncia da vogal aberta (a) e dos sons nasais, que apontam, respetivamente, para a intensidade da inscri o que as imagens do passado tm na alma do poeta e para a consequente entrega a essas imagens, o que pressupe a passividade face ao tempo presente - esta ideia sugerida pelo arrastamento rtmi co provocado pelos sons nasais. Vogal aberta (a): aldeia, tarde, calma, badalada, alma, soar, pancada, mais, passo, passado, saudade; Sons nasais: dolente, dentro, lento, pancada, som, tanjas, quando, sempre, errante, mim, sonho, distante, vibrante, longe, sinto.