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A PRIMEIRA CÉLULA

10-02-2008

+ Marcelo Gleiser

MARCELO GLEISER,
é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover
(EUA) e autor do livro "A Harmonia do Mundo"

A primeira célula

Para entender a vida, temos de buscar a origem de sua


unidade

Aprendemos em biologia, numa das primeiras lições: a célula é a


unidade fundamental de um organismo, consistindo de uma
membrana circundando um núcleo que flutua em citoplasma.

Sabemos que células podem sobreviver por conta própria. Muitos


organismos microscópicos, como a ameba ou o paramécio,
consistem em apenas uma célula. Um vírus é uma entidade ainda
mais simples, mas que não é propriamente viva: consistindo de uma
cápsula feita de proteína e um interior com material genético, só
consegue se replicar quando está dentro de uma célula viva.

Portanto, podemos dizer que a célula é a unidade fundamental da


vida. Se quisermos entender a origem da vida, temos que entender
como surgiram as primeiras células.

Alguns cientistas estão tentando fazer exatamente isso. Em seus


laboratórios, procuram sintetizar uma célula primitiva, capaz de se
reproduzir e sobreviver por si mesma. Em ciência, a mesma
questão pode ser abordada de várias formas diferentes. No caso da
origem da primeira célula, existem três caminhos.

No primeiro, investigado no Instituto J. Craig Venter, cientistas


procuram uma célula mais básica: usando o micróbio parasita
Mycoplasma genitalium, responsável por infecções urinárias,
partem do mais complicado para o mais simples. O parasita tem
apenas 528 genes no seu DNA, dos quais muitos são supérfluos. A
questão é quais são eles e qual é o número mínimo de genes numa
célula capaz de sobreviver. O processo é lento: combinações de
genes são extraídas metodicamente e a célula resultante é testada.

Um dia os pesquisadores esperam chegar ao conjunto mínimo de


genes capaz de manter a célula viva. Uma vez que estes sejam
encontrados (se forem encontrados), o plano é recriar o DNA
sinteticamente. A tarefa é complexa: ninguém conseguiu criar um
DNA com centenas de milhares de unidades. Mesmo se o projeto
falhar, as técnicas que estão sendo desenvolvidas permitirão o
reparo e a reconstrução de material genético. Por exemplo, seria
possível criar uma célula capaz de converter detritos orgânicos em
hidrogênio combustível.

Críticos afirmam que esse procedimento não leva de fato à


resolução do enigma da primeira célula. Afinal, esse parasita
evoluiu durante centenas de milhões de anos para chegar ao seu
estado atual. Outro grupo publicou uma receita para a construção
de uma célula usando partes avulsas, como num kit de montagem
de aeromodelo. Nessa receita, o maquinário molecular responsável
pela vida seria baseado num genoma sintético com 151 genes e
mais algumas proteínas. Uma vez encontrado, esse material é
circundado por uma membrana de gordura (lipídios). Ao menos a
membrana foi construída com sucesso. E proteínas foram
sintetizadas em seu interior, o começo de algo semelhante à vida.
Mesmo esse processo usa moléculas modernas, produtos de
bilhões de anos de evolução. O desafio é começar do começo,
criando vida a partir do que não vive, como ocorreu na Terra há
aproximadamente 3,8 bilhões de anos. Um terceiro grupo, da
Universidade Harvard, vem tentando fazer isso: uma célula
consistindo de uma membrana e uma única molécula de RNA capaz
de se auto-replicar.

O desafio aqui é encontrar essa molécula. Estamos em


desvantagem: a vida teve centenas de milhões de anos para
realizar seus experimentos até encontrar a combinação certa. Por
outro lado, temos nossa curiosidade e o conhecimento acumulado
de centenas de anos de ciência. Com paciência e persistência, não
se surpreenda se, em algumas décadas, gerar vida no laboratório
virar rotina.
MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth
College, em Hanover (EUA) e autor do livro "A Harmonia do Mundo"
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1002200802.htm

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