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Os Indicadores
para
para as
empresas
as Empresas
Indicadores para
as Empresas
A Fundação Santander Central Hispano não se
responsabiliza pelas opiniões emitidas
pelo autor deste caderno.
Perante este estimulante envolvimento das empresas, independentemente da sua dimensão, objecto social
e posição, às formas de gestão relevantes para a sustentabilidade, o Banco Santander quis dedicar esta
publicação aos indicadores de sustentabilidade para a empresa.
Com esta publicação pretendemos, tanto manifestar o nosso apoio e reconhecimento às entidades que já
estão a trabalhar de forma relevante para a sustentabilidade, como motivar as que ainda não iniciaram este
caminho para que o empreendam com ânimo e decisão. Para todas elas, esta Publicação recolhe uma
extensa e actual informação que acreditamos ser de grande utilidade e interesse.
A realização desta publicação esteve a cargo de José Luis Blasco, um profissional idóneo para cumprir com
sucesso esta missão. O resultado foi, como o leitor verificará, para além de proveitoso, altamente motivador
e preciso. A Fundação Santander Central Hispano deseja homenageá-lo e agradecer-lhe o seu excelente
trabalho. Agradecemos também, de forma especial, a Allen L. White o facto de ter tido a gentileza
de o prefaciar. O seu prestígio e saber, enriqueceram sem dúvida esta Publicação.
Esperamos que os leitores retirem destas páginas alguma utilidade e que as mesmas os motivem, ou que
os certifiquem, na necessária viagem até à sustentabilidade.
Prólogo..................................................................................................................................... 6
Apresentação............................................................................................................................. 8
Verificação................................................................................................................................79
06
Nesta Publicação, José Luis Blasco capta Numa demonstração inesquecível de intelecto,
habilmente a riqueza, o valor, o compromisso dom e amplitude, teceu uma crítica cons-
dos indicadores de sustentabilidade e a cria- trutiva dos indicadores e com múltiplas fa-
ção de relatórios. Recordo uma reunião cetas que a audiência aplaudiu e agradeceu
do GRI em Boston, há vários anos, quando profundamente.
o programa estava nas fases de desen-
volvimento iniciais. José Luis apresentou-se, Esta Publicação é outro exemplo do entusias-
a meu convite, perante um grupo de em- mo e conhecimento que José Luis traz a este
presas, sociedade civil, Governo e outros aspecto tão crítico da responsabilidade
stakeholders para criticar alguns dos primeiros empresarial. Graças ao seu esforço, as empre-
indicadores que tinham surgido do processo sas serão melhores cidadãos, melhores orga-
GRI. nismos de ajuda aos stakeholders e o público
melhor controlador do futuro global.
Durante os últimos cinquenta anos, as em- O seu conteúdo inclui inúmeras fontes
presas cresceram de forma grandiosa e foram de informação que analisam boa parte dos
entrando nas nossas vidas. Para competir conceitos tratados. Muitas delas, além
a nosso favor, tiveram de fazer avançar de referências, são fonte permanente de co-
a tecnologia, que tanto precisam para nos nhecimentos que os interessados, nesta
surpreender sistematicamente. As suas matéria, poderão ter em conta no futuro.
marcas fazem parte do nosso estilo de vida,
utilizamo-las para que digam coisas de nós,
formando parte dos sonhos materializados
de muita gente. Mas as diferenças são cada
vez mais facilmente imitáveis e necessitam,
para serem reconhecidas, de uma imagem
própria, e o que é cada dia mais importante,
um comportamento próprio semelhante
à nossa forma de pensar, inclusivamente
capaz, de actuar a favor das crenças dos seus
próprios clientes.
observando assim que existem três tipos décadas. Da mesma forma, se as orga-
de valores a preservar: nizações ou as regras impedissem que as
empresas se desenvolvessem, a dimensão
• Valor económico: Criação de riqueza com económica tornar-se-ia débil, uma vez que
valor monetário transaccionável no mer- as empresas deslocar-se-iam para outros
cado. locais, tornando impossível o equilíbrio.
• Valor ambiental: Criação de biodiversidade
com valor de carácter permanente para
o equilíbrio dos ecossistemas.
• Valor social: Facilidade de acesso aos di-
reitos fundamentais, com valorização
dos direitos do ser humano.
Vector
Económico de Sustentabilidade
(económico,
Dimensões do vector da
ambiental, social)
sustentabilidade Ambiental
Social
para este caso, o programa de acção “mais de forma adequada e são muitas vezes
sustentável” será o que desenvolve de forma utilizadas pelas administrações locais para
prioritária o crescimento económico, da forma justificar programas de acção municipal
mais inócua para o meio ambiente. a curto prazo, em vez de directrizes para
o desenvolvimento adequado.
Esta questão não está isenta de polémica.
As condições culturais e sociais de cada A análise de desvios (gaps) entre as condições
comunidade num determinado território fazem de partida e as condições relevantes para
com que este ponto “ideal” seja diferente a sustentabilidade poderia ser considerada
e que inclusivamente se modifique com como diagnóstico e as acções que promo-
o tempo. Este aspecto é importante, já que veram estes equilíbrios poderiam ser
existem detractores do desenvolvimento consideradas como promotoras da sustenta-
sustentável que pensam que este modelo bilidade. Quando falamos de projectos
é pernicioso, enquanto utilizado como pretexto de desenvolvimento sustentável, entendemos
de desenvolvimento ou inclusivamente como que são projectos que permitem avançar na
agente homogeneizador global do sistema direcção do modelo e, portanto, tratam
de desenvolvimento ocidental. de diminuir o diferencial entre a situação
de partida ou da prática comum e a situação
Por isso, devemos pensar que as comuni- ideal. O cálculo desta linha de base deve
dades devem definir o seu modelo ideal como permitir-nos avaliar se um projecto promove
já considerado na definição da Agenda 21, o desenvolvimento sustentável, observando
desenvolvida na Cimeira do Ambiente como esta influência no seu caminho até
e Desenvolvimento celebrada no Rio de Janei- ao ideal sustentável concebido.
ro (Brasil) em 1992.
2
Innerarity, D. (2004): La Sociedad invisible, Espasa Calpe. 3
Estudo disponível em www.wbcsd.org
companheiros de grupo - obviamente partes empresas são encaradas, não como a causa
interessadas - para que a actuação conjunta dos problemas, mas como importantes fontes
seja harmoniosa. de soluções, por parte das organizações
governamentais e não governamentais.
Desta forma, os agentes que operam nos mer-
cados, as administrações, as ONG ou os ci- A partir da Cimeira Mundial para o Desen-
dadãos como consumidores e utilizadores volvimento Sustentável desenvolveram-se
de bens, têm responsabilidades no projecto numerosas iniciativas que tratam de juntar
final. Um projecto sustentável no qual parece esforços de diferentes agentes sociais, com
que nada se encontra comandado já que, o fim de trabalhar de forma coordenada em
como disse do nosso tempo Freeman, modelos de desenvolvimento sustentável.
“nobody is in charge” (ninguém está a coman- Muitos deles são citados nesta Publicação,
dar nem é o único culpado ou benfeitor), mas mas neste ponto devemos destacar a iniciativa
é a interacção, a nossa banda de música, do WBCSD e a sua Comissão de desenvol-
quem produz a música resultante. vimento de comunidades sustentáveis
(sustainable livelihoods). Nas páginas rela-
Daí a importância da acção conjunta tivas a esta Comissão encontra-se um
dos agentes sobre o terreno, acções coorde- interessante compêndio de iniciativas con-
nadas de dois ou mais agentes que permitem juntas (www.wbcsd.org).
resultados que envolvam uma produção
de bem-estar sustentável de maior velocidade. Em Setembro de 2005 e 2007 tiveram e terão
Processos catalizados por agentes com- lugar as revisões dos acordos alcançados
plementares trabalham conjuntamente, para a consecução dos objectivos do milénio
desenvolvendo dimensões da sustentabili- e da Cimeira Mundial para o Desenvolvimento
dade. Sustentável de Joanesburgo e poderão ser
observados os progressos realizados neste
As parcerias foram um dos principais sucessos campo. Os eventos podem ser consultados
da Cimeira Mundial para o Desenvolvimento em www.un.org.
Sustentável celebrada em Joanesburgo em
4
2002 . Na referida Cimeira observou-se, pela
primeira vez, todos os agentes como parte
da solução, em vez de causa de problemas.
Foi com especial interesse que se viu o pro-
tagonismo que teve o mundo dos negócios.
A alteração produz-se quando é estabelecido
um clima de confiança mútua, em que as
4
Denominados “acordos tipo II”, as parcerias entre Governos e actores
da sociedade civil, incluindo as empresas. Exemplos de parcerias
podem ser encontrados nas páginas resumo da Cimeira Mundial para
o Desenvolvimento Sustentável em www.un.org
Significado empresarial do
conceito “sustentável” As empresas têm demasiado poder e
responsabilidade ou apenas respondem
às pressões do meio envolvente?
A empresa como “unidade de organização
dedicada a actividades industriais, comerciais
ou de prestação de serviços com fins
lucrativos”, vem sendo o ponto central do po- 49%
Total mundial
der empresarial e a fonte de riqueza das 49%
38%
Muitos factores se alteraram nos últimos Médio Oriente 52%
tempos: a concorrência aumentou conside-
ravelmente e diminuíram as possibilidades
de criação de vantagens competitivas Respondem às pressões
persistentes. A generalização do capitalismo Demasiado poder e responsabilidade
popular, onde os fundos de pensões de todos
nós movimentam já quase uma quarta parte
do mercado mundial de acções da bolsa,
a necessidade da marca para obter confiança, Segundo este estudo realizado pelo
veja-se o fenómeno das franquias, a libera- Fórum Económico Mundial (World
lização dos mercados, o grandioso aumento Economic Forum), os cidadãos europeus
da dimensão das grandes empresas, unidos pensam que as empresas têm
ao rápido desenvolvimento dos meios de co- actualmente demasiado poder e
municação globais, a ligação que permite responsabilidade, enquanto que os norte-
fazer uma difusão global de qualquer facto a m e r i c a n o s a c re d i t a m q u e e s t a s
de uma parte a outra do planeta, etc., fizeram respondem às pressões de terceiros.
com que o mundo dos negócios e as empre-
(i) Para encontrar mais informação sobre este assunto consulte
sas façam parte do quotidiano e em conse- a secção de responsabilidade empresarial em www.wef.org
Fala-se de empresas que não têm pátria Produto Interno Bruto 2001 em milhões de dólares
definida, que respondem a interesses que
Áustria 255.900,00
o cidadão comum que compra os seus pro-
Grécia 226.000,00
dutos, trabalha nelas ou que se encontra Suécia 255.400,00
à sua volta não compreende, mas que está Suíça 251.900,00
cada vez mais convencido do seu poder, Portugal 188.775,00
tornando assim as suas responsabilidades Noruega 183.000,00
paulatinamente maiores. Dinamarca 174.400,00
Finlândia 151.200,00
Marrocos 134.600,00
Definitivamente, algumas empresas alcan- Irlanda 126.400,00
çaram um crescimento que muitos rotulam Eslovénia 39.410,00
de especulativo, que na mudança de século Costa Rica 37.970,00
com a explosão das empresas tecnológicas Paraguai 29.930,00
e os escândalos financeiros deram lugar Lituânia 26.530,00
Honduras 18.790,00
a uma observação à lupa de qualquer acção
levada a cabo pelas empresas, em qualquer Fonte: Banco Mundial 2005
parte do mundo.
Tudo isto se agravou pela maturidade de mui- A focalização dos gestores evoluiu,
tos mercados, naqueles em que a captação durante a segunda metade do século XX,
de vantagens competitivas se torna cada vez da atenção única do desejo dos accio-
mais difícil. Nesta procura falamos de novos nistas em aumentar os seus dividendos,
empresários que encontram novas formas à necessidade de contar com as regras
de compromisso com a sociedade, que tratam do meio onde uma legislação, cada vez
de criar valor com activos mais difíceis mais madura, faz com que as empresas
Gerações empresariais
Ecoeficiência Económico
Segurança Social
Responsabilidade
empresarial
Com a finalidade das agendas das empresas, atractivas, são factores de sucesso evidentes
de marcado carácter económico e as de ou- que geram novas oportunidades de negócio
tros actores sociais, denominados “partes e diferenciação.
interessadas”, “grupos de interesse” ou
“stakeholders” sejam não só compatíveis, mas
também sinérgicas. As empresas distinguiram O carácter local do desenvolvimento
no desenvolvimento sustentável um conceito sustentável
de gestão de grande utilidade.
A extensão da responsabilidade empresarial
As empresas começaram a ter consciência ao longo da cadeia de valor é real. Ligações
dos benefícios produzidos pela adopção distantes na geografia fazem parte principal
de estratégias que pensam no bem-estar do negócio como nunca antes tinha sucedido.
da sociedade que servem. Viram no conceito Desde uma pequena empresa até à maior
“desenvolvimento sustentável” uma fonte das multinacionais, são poucas as empresas
de vantagens competitivas persistentes, que capazes de se absterem deste fenómeno.
se apoiam nos benefícios que contribuem Podemos dar o exemplo de uma pequena
para as dimensões deficitárias do vector oficina de reparação de electrodomésticos,
de sustentabilidade. uma loja de alimentação ou uma loja têxtil
e em todas elas, seguramente, verificamos
Estes benefícios podem ser observados a cur- que a maior parte dos bens negociados, foram
to ou a longo prazo. Na maior parte dos casos, fabricados a vários milhares de quilómetros
quando falamos de benefícios a curto prazo e igualmente, que o seu pessoal, é cada vez
da aplicação de estratégias de susten- mais de diversas proveniências.
tabilidade estamos a falar de gestão do risco.
É a identificação e correcta gestão dos intan- Se falarmos da empresa que trabalha para
gíveis que oferece às empresas a possi- um desenvolvimento sustentável, teremos de
bilidade de obter uma maior vantagem considerar o “efeito borboleta” da acção das
competitiva perante os agentes de mudança empresas quando actuam no mercado. No
do mercado. entanto, a focalização sustentável perde-se
à medida que vai aumentando o âmbito
A correcta definição da estratégia da empresa espacial considerado. Desta forma, quando
permite evitar desequilíbrios no vector ampliamos o foco, as dimensões do desen-
de sustentabilidade, desequilíbrios que dariam volvimento sustentável emergem cada vez
lugar a conflitos que poderiam ocasionar mais complexas e por isso precisamos que
problemas para continuar a operar numa zona, as acções/programas tenham necessa-
ou problemas de reputação com graves riamente três dimensões (económica, social
consequências. A longo prazo, os benefícios e ambiental) para poderem ser consideradas
económicos são consequência clara de uma externamente como sustentáveis. Não
gestão sustentável; o envolvimento com devemos esquecer que as acções são
a sociedade em que se opera, a eficiência consideradas sustentáveis em função da sua
na gestão dos recursos ou condições laborais sociedade e das necessidades da mesma.
Por isso, a acção social de uma empresa, os seus produtos. Empresas que fazem parte
num determinado lugar, pode ser parte da cadeia de valor de grandes ciclos
de uma estratégia de sustentabilidade vasta produtivos, mas que localmente são motores
que englobe outras acções noutros lugares de desenvolvimento especialmente valiosos.
e uma vez analisadas as dimensões do vector Um número crescente de PME's está
de sustentabilidade da comunidade local a valorizar nas formulações de contratos
objecto, considera-se que esta acção é a a sua capacidade de diminuir riscos para
mais adequada para impulsionar o equilíbrio a empresa cliente, riscos que poderiam derivar
sustentável nessa envolvente em particular. de incumprimentos laborais ou práticas am-
bientais incorrectas. Pequenas empresas
capazes de reforçar o compromisso e os va-
O comportamento sustentável de uma lores dos seus clientes.
organização é a soma dos seus compor-
tamentos sustentáveis em cada uma das
comunidades em que opera e não da
PME's inovadoras
acção indiscriminada em que conside-
ramos dimensões do desenvolvimento
A capacidade de inovação é um activo que
sustentável.
parece não ser considerado quando falamos
de pequenas e médias empresas. A capaci-
dade dos pequenos negócios para apresentar
Importância para as pequenas soluções de maior eficiência do que os siste-
empresas mas standarizados são de grande interesse,
especialmente quando se tratam de melhorias
A realidade local do desenvolvimento no serviço ou na exploração de recursos
sustentável deve ser tida em consideração locais. Podemos encontrar casos deste tipo
do ponto de vistas das PME's. Estamos em experiências clássicas como o turismo
habituados a pensar que a responsabilidade rural, mas também em experiências bem
empresarial é um movimento reservado sucedidas nos serviços financeiros através
apenas às grandes empresas quando, de microcrédito a empreendedores locais,
no entanto, estas são sustentadas no tecido determinados sistemas de regalias ou novos
das pequenas e médias empresas. serviços de reciclagem e reutilização.
Modelo EFQM Modelo de qualidade total para empresas promovido pela European Foundation
for Quality Management. www.efqm.org
Ethical Trading Initiative Iniciativa para o estabelecimento de códigos de conduta para o desenvolvimento
de melhorias das condições de trabalho das cadeias de abastecimento.
www.ethicaltrade.org
Global Reporting Initiative (GRI) Directriz para a elaboração de relatórios de sustentabilidade. www.globalreporting.org
Dow Jones Sustainability Capitalização bolsista de empresas avaliadas como sustentáveis. www.sustainability-
Índex FTSE4Good indexes.com www.ftse.com/ftse4good/index.isp
Transparency International Organização responsável pela melhoria das condições de transparência dos
mercados e fortalecimento das instituições. Ver iniciativas como EITI.
www.transparency.org
EBI Empresas do sector petrolífero que procuram diminuir o impacto dos trabalhos de
exploração e produção. www.theebi.org
Uma vez iniciado o processo, o primeiro es- que o papel sustentável das organizações
forço implica a participação de outros realiza-se a nível local e está muito ligado
departamentos e portanto, a implementação à actividade da empresa. Por isso é necessário:
de mecanismos de colaboração para a obten-
ção da informação com os benefícios que isto • Identificar localmente os riscos associados
acarreta, com a finalidade de romper para a empresa, se esta não contribuir ou
a “delimitação” dentro da organização. impedir o desenvolvimento sustentável das
comunidades em que opera.
Estes exercícios permitem-nos avaliar riscos • Identificar as vantagens competitivas
e oportunidades das organizações de forma de carácter permanente que permitam
geral e corporativa. No entanto, temos referido a diferenciação no panorama competitivo.
SA 8000
AA1000
5
Consultar www.accountability.org.uk . A comissão de responsa-
Percentagem de respostas
bilidade social de AECA publicou no mês de Maio de 2005 um
Fonte: Banco Mundial documento sobre esta matéria que pode ser consultado em www.aeca.es
6
“Castelhano” na versão original
Nível de Âmbito da
Sinais Expectativas
maturidade responsabilidade
Sistema de
Evidência
compromisso
Fonte: KPMG
Como temos verificado, o principal objectivo Os aspectos identificados nos testes podem
de efectuar testes de materialidade encontra- ser classificados em quatro grupos:
se na oportunidade de identificar os aspectos
que a empresa deve ter em consideração na • Vantagens competitivas. Primeiro grupo que
altura de analisar a concepção da sua estra- contribui com vantagens competitivas
tégia de responsabilidade empresarial. evidentes, já que a sua gestão correcta
gera, por exemplo, eficiências na gestão,
Esta identificação dos aspectos é fundamental como podem ser grande parte dos aspectos
e é a base, por um lado, da concepção es- ambientais. Outros não são tão evidentes,
tratégica e por outro, do sistema de indicado- já que podem oferecer vantagens competiti-
res de sustentabilidade da empresa. vas diferentes apenas se trabalhar em toda
a organização. Mas em todo o caso estas
Se a análise for efectuada exclusivamente a vantagens são tangíveis e quantificáveis.
nível corporativo, a informação será valiosa • Vantagens potenciais. Segundo grupo
para estabelecer programas de acção que sobre o que a empresa pressente que
reforçam as vantagens competitivas da gera vantagens competitivas, mas des-
empresa e a sua posição global, reforçando conhece quais e não está em condições
também o sistema de informação e o de quantificá-las.
enquadramento da organização. • Riscos potenciais. Um terceiro grupo é
formado pelos aspectos que por não serem
Por outro lado, se esta análise for efectuada controlados podem ser fonte de problemas
a nível dos territórios em que opera, será para a empresa. Nesta secção incluem-se
muito mais apertada e portanto, mais útil no aqueles aspectos dos testes relacionados
momento de estabelecer parcerias com com o cumprimento legal, código ou expec-
detentores de capital, para estabelecer planos tativas, especialmente quando se considera
de crescimento de capitais identificados. que o comportamento da nossa empresa
não é líder no sector. Esta categoria poderia
subdividir-se em função de diferentes graus
Identificando o importante de importância do risco.
• Risco/oportunidade baixa. Não se verifica
que estes aspectos possam envolver
Os testes de materialidade ofereceram-nos vantagens ou riscos para a empresa, já que
um resultado sobre os aspectos que podemos se consideram inócuos para a organização.
considerar materiais. O desafio seguinte é Os aspectos que compõem este quarto
como converter estes aspectos em indicado- grupo podem ser derivados de matérias
res que nos permitam desenvolver estratégias que sejam consideradas inerentemente
de duplo resultado, ou seja, que permitam superadas (por exemplo, uma certificação
por uma norma de qualidade).
Quando se classificam os resultados do teste e por outro, as acções reactivas que são ne-
de materialidade nestes aspectos, podem-se cessárias para manter a salvo a reputação da
construir mapas de relevância para as empresa.
organizações, nos quais se mapeiam os temas
que, de facto, têm maior importância para
cada empresa.
7
O termo accountability é traduzido e utilizado como prestação de contas
Processos Internos Condições de contratação Plano de verificação externa % dos fornecedores cobertos
de fornecedores. O sistema das condições de trabalho pelo sistema;
de gestão garante as dos fornecedores de % de incumprimentos;
condições de trabalho nos primeiro e segundo nível. Contratos anulados depois do
locais de trabalho dos Rotura das relações incumprimento de planos de
nossos fornecedores. comerciais com os acções correctivas.
fornecedores que não
cumprem.
Aprendizagem e tecnologia Atenção aos aspectos Formação de compradores. Número de horas de formação;
relevantes da função social Formação de fornecedores. % do grupo de compradores
da empresa. Conhecemos de Observatório de formado;
forma dinâmica os materialidade dos aspectos % dos fornecedores formados
compromissos que temos sociais. Revisão de processos.
com a comunidade.
Aspectos Preocupações
corporativos globais
Aspectos Preocupações
significativos sectoriais
a nível do sector
Aspectos Preocupações
identificados locais
como principais
para o equilíbrio
sustentável local
Aspectos locais
Consideram a materialidade dos aspectos locais,
recolhidos ao nível da empresa
colaboradores, administrações locais, vizinhos e envolvente.
recursos naturais, transporte, boa governação Uma segunda via é orientar a identificação
e parcerias globais. de aspectos de responsabilidade empresarial,
baseando-se numa análise das expectativas
(i) Pode encontrar mais informação sobre estes indicadores na
Comunicação do Comissário Almunia aos membros da Comissão
das partes interessadas, consideradas prin-
Europeia, SEC(2005) 161 final, de 9 de Fevereiro de 2005. cipais para a organização.
Número
de aspectos Podem-se contabilizar em mais de seiscentas
as iniciativas de diferentes tipos e focalização
Riscos que tratam de estabelecer aspectos e indica-
dores em matéria de desenvolvimento
Nível Local Nível Sectorial Nível Global
sustentável. Existem diferentes trabalhos que
desenvolvem as intersecções, no que se refere
a aspectos de diferentes iniciativas inter-
Por último, devemos ter em conta aspectos nacionais.
que são considerados de carácter global. A
gestão de determinados recursos ou a re- O compêndio de iniciativas de indicadores de
percussão sobre o cumprimento dos direitos sustentabilidade encontra-se em:
humanos tem carácter global. Este é o caso www.iisd.org/measure/compendium/searchi
de iniciativas como o Global Compact, os nitiatives.aspx
objectivos do milénio ou o Global Reporting,
que permitem aderir o nosso sistema a Nesta referência podem procurar-se as
consensos globais, que por sua vez nos possi- iniciativas existentes, desde o nível global ao
bilitam informar e gerir os indicadores de local, em diferentes âmbitos. É uma das
forma estandardizada e, portanto, comparável. iniciativas mais completas sobre o tema.
Muitas têm sido referidas neste trabalho, além
A utilização de indicadores a nível local, das citadas, destacam-se as cinco seguintes:
relativos à empresa e aos riscos e oportunida-
des sustentáveis para o negócio afasta-nos, • Indicadores de desenvolvimento sustentável
no entanto, do objectivo de comparabilidade. das Nações Unidas. Sistema de 58 indica-
Os consensos sectoriais ou globais (iniciativas dores chave:
proxy), permitem avançar na identificação de www.un.org/esa/sustdev/natinfo/indicator
aspectos chave e portanto na comparação. s/isd.htm
Principais aspectos sociais que as empresas têm em consideração nos seus relatórios
de responsabilidade empresarial. Estudo internacional sobre relatórios de responsabilidade
empresarial da KPMG (2005)
Tema % Tema %
Tema % Tema %
Altruísmo 74
Programas de educação e formação 65 Fundações 47
Implicação de empregados (voluntariado) 58
Programas médicos 40
Sida/HIV 29
Projectos de fornecimento de água 11
•Objectivos:
Quando o importante são as necessi- http://www.un.org/spanish/millenniumgoals
dades básicas das comunidades em • Indicadores:
que operamos: Objectivos do milénio http://www.undp.org/spanish/mdgsp
/mdgtablesp.pdf
Em Setembro de 2000, dirigentes de todo •Recursos e referências úteis:
o mundo reuniram-se na sede central das http://spanish.millenniumcampaign.org
Nações Unidas em Nova Iorque com
o propósito de fixar uma ambiciosa
agenda, que tivesse como finalidade
paliar as principais carências que Voluntariado corporativo
impedem o desenvolvimento dos países
mais pobres. A este respeito fixaram-se Uma interessante prática emergente é a
os conhecidos como “Objectivos do ligação entre as pessoas da empresa e
milénio”. as contribuições sociais que esta leva a
cabo. As empresas tratam de fazer
Estes objectivos compreendem: reduzir participações aos funcionários, mediante
para metade a pobreza extrema e a fome; a sua contribuição, com tempo remunera-
conseguir o ensino básico universal e a do em acções de voluntariado corpo-
igualdade entre os sexos, reduzir a mor- rativo. A empresa apoia geralmente estas
talidade de menores de cinco anos e a acções com contribuições monetárias e
mortalidade materna, em duas terças em espécie através das horas cedidas.
partes e em três quartas partes respecti- As ONG locais ficam beneficiadas por
vamente; travar a propagação do HIV/ contar com pessoal qualificado para
/SIDA e o paludismo e garantir a susten- realizar acções e fundos para o
tabilidade do meio ambiente. Também desenvolvimento de projectos. Os funcio-
compreendem o objectivo de fomentar nários da empresa que participam
uma associação mundial para o desen- voluntariamente, consideram, geralmente,
volvimento, com metas para o apoio, o estas acções como incentivadoras e
comércio e o alívio da carga das dívidas. capazes de desenvolver novas com-
petências, que também são úteis para a
Uma característica interessante destes empresa.
objectivos é que se encontram traduzidos
em indicadores quantificáveis, que são Pontos-chave para o estabelecimento de
seguidos anualmente em todo o mundo, programas de voluntariado corporativo:
com os quais se constituem valiosas
referências para a execução de progra-
Comunicar através de um
Tipologias de informadores
relatório
8
Os trabalhos destes anos, realizados pela Shell, aparecem citados
em inúmeras publicações. Recomenda-se a visita às páginas web da
empresa onde são detalhados os princípios de reporting e o caminho
empreendido. Tem especial interesse a ferramenta “Tell Shell”, onde
a empresa faz participações aos visitantes da web, dos comentários
que lhe chegam sobre o seu comportamento, de forma directa e sem
filtros. Visite Tell Shell Forum em www.shell.com
Os investigadores deram conta de como essa tabilidade. Esta fase é muito importante, já
comunicação com o meio se circunscrevia a que gera compromissos concretos aos quais
noticias ocasionais por bons ou maus motivos. a empresa tem que responder.
Quando os momentos maus começaram a
superar os bons, a empresa percebeu que a Enquanto a informação pública se baseia na
situação começava a parecer um interrogatório análise documental, no seguimento de pa-
constante e que era necessário informar o drões ou directrizes, no benchmark com os
que se realizava no dia-a-dia, para poder competidores ou na criação de valor pela em-
contrariar a perda de confiança motivada por presa nas dimensões da sustentabilidade, os
episódios esporadicamente maus. compromissos que se adquirem, poderemos
dizer que são unilaterais. Nestas questões, é
Começaram a proliferar os relatórios e com a empresa que, por vontade própria, assume
isso a divulgar informação sobre a criação de compromissos que ao não cumpri-los defrau-
valor em numerosas acções que se realizaram
na empresa e que não aparecem de forma
habitual nos meios de comunicação. Este Lost in Translation
movimento foi seguido por múltiplas em-
presas, e muitas delas apoiaram com fotos e Uma das perguntas que habitualmente
papel couché comportamentos que mais tarde se fazem às empresas é como denominar
foram considerados reprováveis, com a conse- o relatório.
quente gradual perda de confiança do público
e portanto, dos relatórios. Uma primeira dificuldade que encontram
é que os termos, como vimos nos
A empresa tratou de melhorar a credibilidade primeiros capítulos, distam de estar
das suas acções sustentáveis, verificando amadurecidos e portanto encontramos
externamente os dados que incluíam nos alguma dispersão.
relatórios, tratando assim de diferenciar
aqueles que encontravam no relatório um Os relatórios de sustentabilidade e de
subterfúgio e não a prestação de contas de responsabilidade empresarial respondem,
um compromisso. geralmente, aos princípios das directrizes
GRI e seguem padrões semelhantes,
Este conceito de prestação de contas é um ainda que com diferente nome e
conceito chave quando falamos de reporting. orientação.
Trata-se de oferecer uma visão cabal dos
aspectos que merecem ser conhecidos pelas Outros nomes utilizados são: Relatório
partes interessadas, isto é, dos aspectos que de cidadania empresarial (Ford, Exxon
denominamos materiais. Mobil ou Microsoft), Responsabilidade
social (Gap), Stakeholders Report (BC
Como vimos, a participação é um elemento Biotech, filiais de BHP Billiton ou
chave tanto da fase de análise como da departamentos da administração britânica
implementação de uma estratégia de susten- e norte-americana), entre outros.
World Resources Measuring Up. Para um marco de informação ambiental empresarial www.wri.org
Institute comum
World Business Informação sobre emissões de gases de efeito estufa. Esta iniciativa
Council for inicia as suas actividades em 2000 www.ghgprotocol.org
Sustainable
Development
medida os nossos esforços, podendo a infor- esperam de nós? Mas sendo este um pro-
mação dividir-se em duas secções: cesso longo e dispendioso, pode parecer-nos
inútil quando, uma vez terminado, nos depa-
ramos com partes interessadas que têm mais
Sistemas internos sinais de identidade comuns, por âmbito
territorial que pela sua procedência.
Trata-se de informação não financeira ligada Esta questão, que parece lógica, não é comum
às consequências das decisões que a empre- na análise que as organizações levam a cabo.
sa toma no meio e pretendem oferecer sinais No âmbito local, encontramo-nos com admi-
claros de incentivo para comportamentos nistrações locais, vizinhos, organizações
sustentáveis. Desta forma, encontramos ambientais ou sociais, à volta de uma mesma
quadros indicadores de sustentabilidade e instalação, preocupados com o nosso com-
sistemas de remuneração por objectivos das portamento em aspectos mais semelhantes
pessoas da organização ligadas a estes, entre entre si. Quanto maior é a empresa e a sua
outros. dispersão territorial, maiores são as diferenças
entre as expectativas das suas partes interes-
sadas no âmbito local e global.
Sistemas externos
Communication on Progress, um
Tratam de identificar pessoas individuais, que relatório sobre o cumprimento dos
denominamos partes interessadas, em compromissos do Global Compact
diferentes colectivos. Tradicionalmente, estes
grupos de interesse repartiam-se por entida- Anualmente, todas as empresas assi-
des colectivas (accionistas, fornecedores, nantes do Global Compact das Nações
Unidas têm de tornar público, e incluir na
meios de comunicação, administrações, etc.).
página web do Global Compact em Nova
Esta divisão levanta problemas de identifi-
Iorque, os progressos das suas empresas
cação das expectativas. Por exemplo, se na implementação e na aplicação dos dez
identificarmos as organizações não gover- princípios do Global Compact.
namentais como partes interessadas,
deveríamos perguntar quais são e onde se Este relatório é a constatação formal que
encontram. Uma vez identificadas, deveríamos as empresas avançam no sentido que se
averiguar quantos sócios têm, que influência comprometem e o tornam público, sendo
possuem, com que conhecimentos contam recolhidos todos os relatórios de pro-
avaliar o nosso comportamento, que interes- gresso na página web do Global Compact:
ses perseguem, como elegem os seus www.unglobalcompact.org
dirigentes, qual é a coerência dos seus
comportamentos, como são financiados e
depois a pergunta mais complicada: com Uma organização ambientalista global pergun-
quem devemos falar para sabermos o que tará pela actuação da empresa em matéria
de alteração climática, enquanto que uma com um relatório baseada no GRI, é porque
local questionará sobre a contaminação do desejamos por exemplo mostrar compromisso,
rio numa determinada região. O investidor registar tendências, despertar admiração, e não
que avalia o comportamento ambiental da porque a directriz reflicta os aspectos mais
empresa fá-lo a nível global embora também relevantes para as nossas partes interessadas.
o preocupe as alterações climáticas, enquanto
que a administração local se preocupa com
o rio ou com os resíduos gerados. Um sistema Como seleccionam as empresas
o conteúdo dos seus relatórios
de informação adequado deve ter em
de responsabilidade empresarial
consideração que, para construir de modo
simples relações que nos tragam informação
e confiança na organização, estas devem ser
Referências % de relatórios
construídas em função das necessidades de
informação mais homogéneas, as quais se Directivas da GRI 40
encontram em primeiro lugar a nível territorial. Consulta com os grupos de 21
interesse
Partes Interessadas Respostas Outros (Por ex. leis e normas 18
nacionais)
Locais Diálogo Orientações empresariais 3
Alertas A Norma A1000 <1
Comissões consultivas Avaliação de riscos <1
Sectoriais Conferências e
comunicações Estudo Internacional KPMG sobre relatórios de
Estudos de percepção responsabilidade empresarial 2005.
Observatórios
Benchmark (i) www.kpmg.es
Criação de relatórios
Na procura da comparação e o desafio
de XBRL Poder-se-ia dizer que existem três gerações
de relatórios de sustentabilidade ou responsa-
As previsões, na revisão das directrizes bilidade social empresarial. Esta classificação
GRI, que verão a luz em 2006, levam a é um reflexo do grau de integração do conceito
um padrão mais fechado da directriz de sustentável na estratégia da empresa.
2002. Neste caminho, está a trabalhar-se
num software que permita a compa-
tibilidade da nova directriz GRI com a Primeira geração
linguagem XBRL (extensible Business
Reporting Language), que está a surgir
com força na informação empresarial. Os relatórios de primeira geração caracteri-
zam-se por uma estrutura fragmentada, reflexo
Trata-se de uma meta linguagem pro- da colocação de valor de comportamentos
veniente do XML (extensible Mark up da empresa que até agora não se reflectiam
Language), que permite emitir e receber em nenhum relatório. Esta primeira geração,
digitalmente a situação financeira ou sem integração, é um reflexo da versão 2002
qualquer outro tipo de informação de da GRI, onde a integração de indicadores é
forma normalizada, facilitando a sua distri- muito limitada. Estes relatórios necessitam
buição e utilização. O sistema facilita a de recolhas de dados muito trabalhosas, já
comunicação de relatórios completos em que as pessoas que os elaboram seguem,
vez de utilizar parcelas. Desta forma é geralmente, padrões que obrigam o relato de
possível procurar num documento XBRL indicadores, que não contam com sistemas
e retirar conceitos individuais que permi- de acompanhamento adequados.
tam análises particulares.
Nesta geração de relatórios apenas se
A XBRL é uma organização internacional diferenciam no índice os comportamentos
sem fins lucrativos, que procura o ambientais, sociais e económicos, seguindo
desenvolvimento profissional dos negócios o padrão da Directriz GRI. Outra forma de
que permita uma mudança no sistema focalizar relatórios de primeira geração é
de informação que as empresas oferecem, segmentar a informação por grupo de interes-
não por ser uma nova linguagem mas se, de forma que a organização da empresa
por oferecer uma nova forma dos sis- responda por departamento aos indicadores
temas, anteriormente independentes, se da directriz.
entenderem.
Tendências
• Defina qual é a sua visão e o seu com-
As principais tendências nos próximos anos promisso com o desenvolvimento
poder-se-iam resumir em cinco: sustentável de forma ambiciosa,
contudo realista.
• Normalização, com uma aceleração da • Identifique os destinatários dos rela-
aplicação de padrões globais cujo principal tórios, defina porque são importantes
exponente será o GRI. Teremos novos desen- e as suas necessidades de informação.
volvimentos sectoriais, novas directrizes e • Descreva as políticas, os sistemas e a
protocolos técnicos que permitirão uma maior organização existente para a gestão
homogeneidade no momento de estabelecer dos aspectos não financeiros.
o sistema de indicadores para as grandes • Descreva os impactos e desafios ma-
empresas. teriais, ambientais e sociais que tem o
• Consolidação da linguagem que é utilizada seu sector e a sua empresa.
nos relatórios, com o que se gerará uma maior Materialidade.
confiança nos textos e na forma de proceder. • Analise as respostas que a sua empresa
Os sistemas de recolha de informação serão desenvolveu para os ditos desafios,
chave para oferecer versatilidade e modos bem como os sistemas que as gerem.
de proceder homogéneos. Obtenha informação dos indicadores.
• A verificação será convertida num padrão • Descreva as principais iniciativas que
necessário a curto prazo. a sua empresa tem colocado em mar-
• Emerge com força a necessidade de uma cha para mitigar os impactos e promo-
regulação para a realização de relatórios. Na ver melhorias.
Europa têm-se generalizado legislações • Analise os custos, investimentos e resul-
obrigando as empresas a relatar. tados que as melhorias têm reportado.
• Integração dos relatórios corporativos das • Descreva as metas e objectivos que a
empresas apenas num relatório para inves- sua empresa estabeleceu para o próxi-
tidores e relatórios concretos para outras mo ano.
partes interessadas, bem como relatórios de • Procure uma forma efectiva de apre-
filiais e subsidiárias. sentar o seu comportamento de forma
clara e que atenda às necessidades de
informação das partes interessadas.
Conselhos para uma organização que Este é o momento de recorrer, se assim
se está a iniciar na elaboração de se considera, aos padrões de informa-
relatórios * ção sustentável.
anteriores devem separar-se das incorridas O GRI está a trabalhar num protocolo técnico
pela consolidação dos dados. Em muitos que auxilia o debate sobre qual o âmbito mais
casos, isto leva-se a cabo uma vez por ano adequado para determinar o limite de reporting
e de forma manual. O estabelecimento de de uma empresa. Esta directriz estabelece,
procedimento de validação ao longo da cadeia de forma simples, uma metodologia em cinco
de responsabilidade é importante no momento passos, baseada em critérios de significância
de estabelecer controlos internos relativos a e controlo por parte da entidade relatora de
esta informação. cada uma das actividades que realiza.
Estes aspectos acentuam-se em empresas que Estas práticas podem conduzir a confusões,
estão a modernizar os limites para áreas de já que existem organizações que as exibem
influência da empresa na cadeia de valor. Um como verificações de informação contidas no
caso interessante pode ser encontrado no relatório, quando apenas se tratam de
relatório de sustentabilidade da BP 2003 comprovações de requisitos de cumprimentos,
(www.bp.com), no qual se reportam os dados que o GRI denominou na directriz 2000 in
das emissões de gases de efeito estufa da accordance, aos quais se circunscrevem
empresa e dos produtos que comercializam, aspectos formais da elaboração dos mesmos.
em comparação com as emissões totais deste
tipo de gases. Para poder clarificar esta questão, a Global
Reporting Initiative desenvolveu, em 2004 uma
Agradecimentos
Os Indicadores para as Empresas é impresso em papel Inaset Plus Offset 100g/m2, produzido pela Portucel, empresa
certificada pela NP EN 9001/2000 e NP EN ISO 14001/1999