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LIVRO ELETRÔNICO
RECIFE - PE
2009
VANESSA DA SILVA CAVALCANTE
LIVRO ELETRÔNICO
RECIFE – PE
2009
C376L Cavalcante, Vanessa da Silva
Livro eletrônico / Vanessa da Silva Cavalcante. – – Recife, 2009.
viii, 62 f. ; 28 cm
CDD 020
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
FOLHA DE APROVAÇÃO
LIVRO ELETRÔNICO
Banca Examinadora:
________________________________
Prof. Fabio Assis Pinho (Orientador)
_________________________________
Prof. Anna Elizabeth Galvão Coutinho Correia
_________________________________
Prof. Renato Fernandes Correa
Conceito Final:________
Recife – PE
2009
DEDICATÓRIA
Sou extremamente grata por ter sido a responsável por alimentar a minha paixão pela
leitura, através da série infanto-juvenil “Vaga-lume”; e, desde o início da minha trajetória
acadêmica, sempre acreditou na minha capacidade, me apoiando e estando presente em todos
os momentos da minha vida.
Sou o que sou hoje graças à sua dedicação, confiança, companheirismo, amizade,
crença e amor.
É garantido na história; e isso não na qualidade de substituto dos livros convencionais. Ao conhecer esses
softwares, independente das peculiaridades de cada um, o usuário/leitor, ao utilizá-los, vai perceber que
são tecnologias diferentes e com propósitos distintos, sendo que ele é quem pode decidir qual deverá ser
o formato de livro que deverá predominar (SANTOS, 2003, apud BENÍCIO, 2003, p. 58).
RESUMO
A proposta deste trabalho é estudar a inserção dos livros eletrônicos (e-books) em portais de
acesso público através de uma pesquisa bibliográfica, desde o surgimento da escrita e dos
suportes físicos de armazenamento do registro do conhecimento humano. Conceitua, define,
caracteriza e analisa as vantagens e as desvantagens dos livros eletrônicos, além de explicar a
respeito dos dispositivos de leitura (devices) e dos programas específicos para sua leitura
(readers). Aborda as diversas nomenclaturas existentes para a biblioteca universal –
biblioteca digital, biblioteca eletrônica, biblioteca virtual, entre outras. Descreve a atuação do
bibliotecário na biblioteca digital. Comenta sobre as bibliotecas digitais gratuitas: Projeto
Democratização da Leitura (PDL), de caráter colaborativo, em que grupos de voluntários
digitalizam e disponibilizam livros, revistas e apostilas, e Portal Domínio Público, cujo acervo
é formado basicamente por obras de autores falecidos há setenta anos. Discute a questão dos
direitos autorais na Web devido ao processo de compartilhamento de livros digitalizados.
The purpose of this work is to study the history ‘e-books’ through a bibliographic research. It
will be guided since the establishment of human writing and all physical tools that store the
registers of human’s knowledge. Concept, define, characterize and analyze the advantages
and disadvantages of the use of ‘e-books’. Besides that, it is offered comments about ‘devices’
and ‘readers’. It explains the variety of concepts to ‘Universal Library’ – such as ‘digital
library’, ‘electronic library’, ‘virtual library’ and so on. It describes the performance of the
librarian toward digital library. It comments about for free digital libraries are carefully stated:
Project Democratization of Reading (PDR) – in which groups of people voluntarily provide
digitalized books, magazines, hand-outs. Plus, we have the Public Domain Portal whose
collection of books are mainly composed by writers deceased around 70 years ago. Moreover,
it discusses the issue of ‘Copyright’ in the web due to the process of digitalized books
sharing. It profiles governmental projects that intend to minimize the web access social
exclusion in Brazil and the current situation of the publishing market.
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1
2 BREVE HISTÓRICO DOS REGISTROS DO CONHECIMENTO HUMANO..... 4
2.1 A escrita......................................................................................................................... 4
2.2 Livro impresso............................................................................................................... 5
2.3 Livro eletrônico (e-book) .............................................................................................. 7
2.3.1 Conceito................................................................................................................ 8
2.3.2 Definição .............................................................................................................. 9
2.3.3 Dispositivos eletrônicos de leitura (reading devices, e-books devices
ou e- readers) ......................................................................................................12
2.3.4 Softwares especiais de leitura (e-book readers ou readers).................................16
2.3.4.1 Adobe Acrobat eBook Reader .................................................................16
2.3.4.2 eRocket .....................................................................................................17
2.3.4.3 MobiPocket Reader .................................................................................17
2.3.4.4 MS Reader ................................................................................................18
2.3.5 Características, vantagens e desvantagens ...........................................................19
3 BIBLIOTECA DO FUTURO ........................................................................................23
3.1 Biblioteca universal .......................................................................................................23
3.2 Definição .......................................................................................................................28
3.2.1 Biblioteca Digital (BD) ou Biblioteca Eletrônica (BE) .......................................30
3.2.2 Biblioteca Híbrida (BH) .......................................................................................32
3.2.3 Biblioteca Virtual (BV) ........................................................................................33
3.3 Projeto Democratização da Leitura (PDL) ....................................................................36
3.4 Portal Domínio Público .................................................................................................39
4 DIREITO AUTORAL....................................................................................................40
5 A ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO NA BIBLIOTECA DIGITAL......................49
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................51
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................54
1 INTRODUÇÃO
“Ela disse em voz alta, com as palavras distribuídas por uma sala repleta de
ar frio e livros. Livros por toda parte. Cada parede era provida de estantes
apinhadas, mas imaculadas. Mal se conseguia ver a tinta. Havia toda forma
de estilos e letras diferentes nas lombadas dos livros, pretos, vermelhos,
cinzentos, de toda cor. Era uma das coisas mais lindas que Liesel Meminger
já tinha visto. Deslumbrada, ela sorriu à existência de uma sala daquelas!”
(ZUSAK, p. 123). 1
1
ZUSAK, Markus. A menina que roubava livros. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2007.
2
Impressão de livros por meio de caracteres em relevo.
2
da internet são os desafios para os bibliotecários desta nova era. No âmbito social, as
bibliotecas digitais facilitam no acesso a qualquer conteúdo disponibilizado na internet,
permitindo que escolas e universidades possam usufruir de materiais didáticos e livros
de literatura, por exemplo. Dessa maneira, todo esse material em formato eletrônico
poderá ser acessado de qualquer lugar que se tenha acesso à internet e, por isso, o
profissional deverá estar atento uma vez que a política de desenvolvimento de coleção
da unidade de informação estará influenciada por esse formato no qual as obras poderão
ser usadas, ou seja, cria-se uma coleção de livros eletrônicos.
Tem-se, então, definido o tema desta pesquisa que versa sobre os livros
eletrônicos. Para tanto, o problema da pesquisa indaga a falta de discussão com relação
à inserção dos livros eletrônicos em portais de acesso público e, consequentemente, a
negligência com relação aos direitos autorais e, em especial, a atuação do bibliotecário
nessa ambiência. A questão da pesquisa traz à tona a necessidade de identificar qual a
problemática da inserção do livro eletrônico nos portais de acesso público?
Desse modo, este trabalho tem como objetivo geral estudar a inserção do livro
eletrônico em portais de acesso público disponíveis na internet. Para alcançar o objetivo
geral foram considerados os seguintes objetivos específicos: descrever a inserção dos
livros eletrônicos nas bibliotecas digitais; escolher um termo apropriado para a
“biblioteca do futuro”; apontar vantagens e desvantagens do livro eletrônico; mencionar
o funcionamento das bibliotecas digitais gratuitas Projeto Democratização da Leitura
(PDL) e Portal Domínio Público; debater a questão dos direitos autorais na internet e
relatar a atuação do bibliotecário na biblioteca digital.
Portanto, a proposição deste estudo é saber como está sendo a inserção do livro
eletrônico em portais de acesso no meio eletrônico, identificando suas características,
onde as duas principais hipóteses são: que a inserção dos livros eletrônicos pode lançar
mão dos direitos autorais; e, o profissional bibliotecário deverá desenvolver outras
competências para atuar com esse tipo de material.
Com isso, essa pesquisa se justifica à medida que existem estudos incipientes
sobre a questão dos livros eletrônicos e, em especial, o impacto que eles provocaram no
mercado editorial e na internet, visto que “muita gente desconhece a existência dos e-
books e das possibilidades que eles podem oferecer a quem o utiliza” (BOTTENTUIT
JUNIOR; COUTINHO, 2007). Referente da escolha dos portais em análise (PDL e
Portal Domínio Público) foi motivada devido à gratuidade oferecida pelos mesmos, à
3
3
Transferência de um para outro computador – estando ambos conectados à Internet – de banco de dados,
softwares, sons, imagens ou qualquer outra informação, sendo, assim, uma nova forma de transmissão
(eletrônica) e de eventual distribuição de obras intelectuais protegidas pelo direito autoral ou de domínio
público (GANDELMAN, 1997).
4
2.1 A escrita
Mello Junior (2004), Oliveira (2004), Niederauer (2006) e Queiroz (2007) relatam
outros suportes: alabastro, alumínio, bronze, cera, cerâmica, cimento, cobre, estanho,
latão, látex, mármore, ouro, papiro, pergaminho, pedras, plástico, prata, tábuas de
madeira, rolos, in-fólios4, códex5, papel6, até transformar o formato impresso no
formato digital ou eletrônico.
4
Conjunto de folhas reunidas bem mais simples para usar e armazenar informações que os rolos. Seria a
forma atual de um caderno (FARBIARZ; NOJIMA, 2003).
5
A formatação do livro atual se baseia no códice (códex)
6
De acordo com Persona (2000?) e Oliveira (2004), o papel surgiu na China, por volta do século II a.C.
7
Livros escritos à mão, que eram copiados, decorados e encadernados no formato de códex.
6
relata que a edição dos livros se fazia por iniciativa de nobres e clérigos: editavam-se
missais e manuais de teologia e obras de luxo, isto é, apenas quem possuía
conhecimento e dinheiro tinha acesso ao livro. Segundo Villaça (2002), a função do
livro era de conservação e manutenção da palavra sagrada.
No entanto, a limitação do acesso à leitura diminuiu com a invenção e a
utilização da imprensa e da tipografia8 de Gutenberg, surgindo, como definiu Chartier
(1994), dois dos três registros da mutação do livro: a revolução técnica e a revolução da
leitura silenciosa. Paiva (2008) considera este invento como um marco na história da
humanidade, propiciando a primeira revolução da informação. Rodrigues (2000?)
considera o livro como um repositório da experiência contínua das civilizações e
veículo da escrita do pensamento racional e científico e da informação, além de ser o
principal instrumento de extensão da memória coletiva e importante meio de
comunicação de massa, além de ter sido o instrumento de libertação do homem na
Revolução Francesa (1789). Para Frossard (2000) e Silva (2000) ocorreu a
popularização do conhecimento, criação de bibliotecas públicas, afrouxamento da Igreja
como única protetora do conhecimento e o surgimento do leitor. Segundo Silva (2000?)
houve maior disseminação da leitura, deixando de ser um ato exclusivo do clérigo e da
alta corte, iniciando a comunicação em massa e a entrada do impresso no cotidiano da
população. Para Chartier (2005), a impressa facilitou a circulação dos textos, permitindo
aos leitores acesso a mais textos. Já Queiroz (2007) argumenta que com a invenção
reduziu o tempo de reprodução do texto e a diminuição no custo do livro.
8
Impressão com tipos ou caracteres removíveis, reutilizáveis e feitos de metal (DIAS, 1999). De acordo
com Oliveira (2004) os chineses foram os precursores da técnica de utilização da imprensa. No século XI,
um alquimista chinês criou tipos móveis, letras reutilizáveis e agrupáveis para formar textos.
7
O alemão Johannes Gutenberg (1390?-1468), por volta do século XV, “em posse
do conhecimento do papel, da tinta e da matriz” (OLIVEIRA, 2004), fez a primeira
impressão da Bíblia (FERRARI; DEODATO; PEREIRA, 2009). Permitiu, segundo
Correia (2000), que os textos sagrados, durante a Reforma Protestante, passassem a ser
traduzidos para a língua vernácula (antes só eram em latim) para serem acessíveis aos
fiéis.
Através da imprensa, originou-se também, no período da Revolução Industrial,
no século XIX, o surgimento da prensa metálica, prensa de rolos e a pedal e mecânica a
vapor, fazendo aumentar a produção editorial, a divulgação cultural e a importância das
bibliotecas públicas, com a função de democratização da leitura, formação de acervos e
socialização das camadas sociais (RODRIGUES, 2000?).
2.3.1 Conceito
9
Em português “Como poderíamos pensar”.
10
Em português memória extensiva.
11
Uma forma de texto que inclui links visíveis para páginas de texto ou de outras mídias, acessíveis
mediante o clique do mouse no link selecionado. Tecnologia pela qual se liga determinado texto, de uma
maneira não-linear, com outro texto, som e/ou imagens (GANDELMAN, 1997).
12
Abreviação de Personal Computer (computador pessoal).
9
Figura 1 – MEMEX
Fonte: Tolva (1999 apud DIAS, 1999)
Na figura acima, Dias (1999) explica que o MEMEX seria uma mesa com telas
translúcidas, com teclado, botões, alavancas e mecanismos de armazenamento, gravação
e projeção baseados no uso de microfilmes.
Allan Kay, outro cientista norte-americano, da Xerox Corporation, também teve
pensamento semelhante ao de Bush. Em 1968, ele previu a chegada, por volta da década
de 90, do Dynabook (CAVALCANTE; DUARTE, 2003?), que seria
2.3.2 Definição
13
Farbiarz e Nojima (2003); Procópio (2005).
14
Silva (2000).
15
Abreviatura de Personal Digital Assistant (assistente particular digital).
10
se 75% dos leitores pagassem pelo primeiro trecho do livro, ele soltaria o
segundo. Se a mesma proporção dos que baixaram o segundo capítulo
pagassem por ele, o autor soltaria a terceira parte. E assim por diante
(MARQUEZI, 2000, p. 78).
12
Como e-book tanto pode ser o texto eletrônico ou o aparelho para a leitura, o
termo dispositivos eletrônicos, neste estudo, é utilizado para a leitura dos e-books,
denominados em inglês como reading devices, e-books devices ou e-readers. Estes
equipamentos são portáteis, do tamanho aproximado de um livro comum e podem ser
transportados facilmente para qualquer lugar e armazenar centenas de e-books, sendo
que pode ser transformado em uma “biblioteca de bolso”.
Um dos primeiros dispositivos de leitura para e-books lançados foram o Rocket
e-book, da empresa NuvoMedia Inc., e SoftBook Reader, pela SoftBook Press, em 1998.
Ambos são capazes de armazenar em média 5.000 páginas, com textos, gráficos,
ilustrações e figuras (BOTTENTUIT JUNIOR; COUTINHO, 2007). Na Europa, a
França foi a pioneira, ao lançar o Cytale (antes Cybook), no Salão do Livro de Paris, em
março de 2000 (SILVA; BUFREM, 2001).
18
<http://www.terra.com.br/virtualbooks>
19
Leitor de livros eletrônicos (VELASCO; ODDONE, 2007). Silva e Bufrem (2001) denominam leitoras
portáteis.
13
20
[IMAGENS de readers], Ebookzine, [2009?]. Disponível em:
<http://www.ebookcult.com.br/ebookzine/galeria/paginaimagens.html>. Acesso em 20 out. 2009.
21
Marcadores de páginas.
22
Nome (marca registrada) de uma tecnologia que permite a conexão sem fio e de alta velocidade com a
internet através de ondas de rádio. Fonte: AISA. Dicionário Internet. 2009. Disponível em:
<http://www.aisa.com.br/diciona.html>. Acesso em: 20 out. 2009.
23
Rede sem fio de comunicação via internet.
14
Figura 4 - Flepia
Fonte: site G127
24
<http://www.ebookcult.com.br>.
25
Sistema de comunicação sem fio para conectar eletrônicos de consumo e computadores. Recebeu este
nome em homenagem ao rei viking Harald Blatand (ou Bluetooth, dente azul), que governou a Dinamarca
entre os anos 940 e 981. Fonte: CRUZ, Renato. Glossário. 2007. Disponível em:
<http://www.estadao.com.br/tvdigital/glossariob.shtm>. Acesso em: 20 out. 2009.
26
Universal Serial Bus: protocolo para transferência de dados para dispositivos digitais. Fonte:
Microsoft. Glossário de fotografia digital. 2002. Disponível em:
<http://www.microsoft.com/brasil/windowsxp/using/digitalphotography/glossary/default.mspx>. Acesso
em: 20 out. 2009.
27
LIVRO eletrônico com tela colorida sai por US$ 1 mil no Japão. G1, 2009. Disponível em:
15
<http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1049752-6174,00-
LIVRO+ELETRONICO+COM+TELA+COLORIDA+SAI+POR+US+MIL+NO+JAPAO.html>. Acesso
em: 20 out. 2009.
28
OS LIVROS do futuro já estão aqui, goste você ou não. Blog E-books Grátis, 2009. Disponível em:
<http://ebooksgratis.com.br/informacao-e-cultura/papo-cabeca/papo-cabeca-os-livros-do-futuro-ja-estao-
ai-goste-voce-ou-nao/comment-page-1/#comment-3465>. Acesso em: 06 ago. 2009.
29
Não constitui ofensa aos direitos autorais: de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso
exclusivo de deficientes visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o
sistema Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários (LEI n. 9.610, de
19/02/1998, artigo 46, inciso I, item d).
30
LEITORES de e-books para cegos próximos da realidade. Blog E-books Grátis, 2009. Disponível em:
<http://ebooksgratis.com.br/informacao-e-cultura/papo-cabeca/curiosidades-leitores-de-e-books-para-
cegos-proximos-da-realidade/>. Acesso em: 16 jun. 2009.
16
31
Software ou aplicativo desenvolvido para auxiliar na leitura de livros nas telas de computadores de
mesa, nas telas de computadores portáteis ou de bolso, ou na tela de dispositivos dedicados. Fonte: OS
MELHORES softwares reader para e-books. eBookZine, 2001. Disponível em:
< http://www.ebookcult.com.br/ebookzine/ebookreadersoftware.htm>. Acesso em: 08 abr. 2009.
32
Conjunto de instruções que definem o que o computador deve fazer; software (ACADEMIA
BRASILEIRA DE LETRAS, 2008).
33
Abreviatura de Portable Document Format (arquivo em formato digital).
34
Disponível para download em: <http://get.adobe.com/br/reader/>.
17
2.3.4.2 eRocket35
Criado e disponibilizado, gratuitamente, pela empresa norte-americana
Nuvomedia, simula o Rocket eBook na tela do computador, proporcionando a leitura de
livros no formato RB (Rocket eBook).
Figura 8 – eRocket
Fonte: Ebooks Brasil (2003 apud BENÍCIO, 2003)
35
Disponível para download em:
<http://www.rocketreader.com/download/RocketReaderDownload.html>.
36
Disponível para download em: <http://www.mobipocket.com/en/DownloadSoft/default.asp>.
37
Padrão dos e-books (SANTOS, 2009?).
18
4) MS Reader39
Desenvolvido e disponibilizado gratuitamente pela empresa norte-americana
Microsoft Corp., “dotado de tecnologia para segurança dos direitos autorais das obras
digitais” (UNIVERSIA, 2002). Benício (2003) comenta que permite a leitura de
arquivos no formato LIT40, e possui o software ClearType™41, que tenta fazer com que os
olhos do leitor não se cansem após horas de leitura, fazendo a tela do computador
parecer com a página de um livro, fornecendo a mesma resolução que há num livro
impresso (PROCÓPIO, 2005). O site Universia (2002) complementa, informando que
ele vem “equipado com uma ferramenta que melhora a resolução das letras na tela”. De
acordo com Santos (2009?), há “ferramentas exclusivas para quem pretende editar seu
próprio livro e distribuí-lo na Web”.
Figura 10 – MS Reader
Fonte: site Universia (2002)
38
Disponível em: < http://www.smartphone-freeware.com/pt/download-mobipocket-reader-v5-3-
582.html>. Acesso em: 23 out. 2009.
39
Disponível para download em: <http://www.microsoft.com/reader/downloads/pc.asp>.
40
Contração de literatura (BENÍCIO, 2003).
41
Disponível para download em: <http://www.microsoft.com/cleartype>
19
Silva e Bufrem (2001), Niederauer (2002), Villaça (2002), Mello Junior (2004),
Procópio (2005), Bottentuit e Coutinho (2007), site G1 (2009) e Pinsky (2009)
identificaram as principais vantagens:
20
42
Ligações ou conexões feitas entre nós em um hipertexto. Os nós podem ser trechos, palavras, figuras,
imagens ou sons no mesmo documento ou em outro documento hipertexto. (GANDELMAN, 1997).
21
43
Hard Disk (disco rígido). Local onde ficam armazenados os arquivos no computador.
44
Dispositivo de armazenamento constituído por uma memória flash, tendo aparência de um isqueiro ou
chaveiro e uma ligação USB permitindo sua conexão a uma porta USB de um computador. Fonte:
Wikipédia, 2009. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pen-drive>. Acesso em: 03 nov. 2009.
45
Conforme Ferrari, Deodato e Pereira (2009), a partir de outubro de 2009, o Kindle começou a ser
comercializado no Brasil; porém, a venda do aparelho é exclusiva no site da Amazon.com e é necessário
possuir cartão de crédito internacional.
22
46
RAPOSO, Anna Carolina. Vale-cultura pode beneficiar 12 milhões de trabalhadores. Blog Ebooks
Grátis, 2009. Disponível em <http:// ebooksgratis.com.br/informacao-e-cultura/noticias-vale-cultura-
pode-beneficiar-12-milhoes-de-trabalhadores/>. Acesso em 16 jun. 2009.
47
MACHADO, Maria Clara. Programa amplia inclusão de pessoas com deficiência ao converter
texto em áudio. Abrelivros, 2009. Disponível em:
<http://www.abrelivros.org.br/abrelivros/texto.asp?id=4046>. Acesso em: 25 jun. 2009.
48
Mais projetos de inclusão digital veja em: Inclusão digital: o papel do Poder Público. In: NAZARENO,
Cláudio et al. Tecnologias da informação e sociedade: o panorama brasileiro. Brasília: Plenarium, 2007,
cap. 4, p. 50-89.
49
Mais projetos de inclusão digital veja em: TAKAHASHI, Tadao (Org.). Sociedade da informação no
Brasil: livro verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. 153 p.
23
3 BIBLIOTECA DO FUTURO
incendiada pelo sultão Omar, no século VII (GIRON; RAVACHE; PEREIRA, 2006);
porém, o sonho da biblioteca universal excita as imaginações ocidentais e se torna
imaginável (CHARTIER, 1999).
Paul Otlet50 (1868-1944) também visualizou a sua biblioteca universal. Em
1910, foi inaugurado, em mais de 150 salas do Palais du Cinquantenaire (Palácio do
Cinqüentenário), na Bélgica, o Projeto Mundaneum, que tinha a função de reunir e
registrar todo o conhecimento da humanidade, em fichas catalográficas de 3” x 5”, todas
classificadas, utilizando a CDU (PAIVA, 2008). Pereira (1995) o chama de “um tesouro
e um instrumento” e explica que:
50
Junto com Henry La Fontaine, entre 1904 a 1907, desenvolveu a Classificação Decimal Universal
(CDU).
Em 1895, criou a Federação Internacional de Documentação e Informação – FID (PEREIRA, 1995).
51
Junto com Vannevar Bush, também é considerado um dos teóricos do conceito hipertexto.
25
Cunha (1994), Paiva (2008) e Cruz (2009) relatam que o projeto jamais saiu do
papel, pois Nelson “nunca conseguiu transformar sua ideia em produto, por falta de
capacidade de armazenamento de dados” (CRUZ, 2009).
O Gutenberg Project Texts (Projeto Gutenberg)52 também seguiu a tendência
dos demais projetos citados anteriormente (PINSKY, 2009). Criado e organizado, em
1971, por Michael Hart, destina-se a digitalizar, disponibilizar e distribuir textos
completos de livros da língua inglesa, em formato digital, que já fazem parte do
domínio público, como a Declaração de Independência dos Estados Unidos, a Bíblia,
obras de Homero, Shakespeare e Mark Twain. Paiva (2008) enumera que, em 2007, já
possuía 20.000 livros e mais de 10.000 através de parceiros.
Recentemente, em 21 de abril de 2009, foi inaugurada a World Digital Library
(Biblioteca Digital Mundial) da UNESCO53, cuja intenção é desenvolver uma biblioteca
digital com trabalhos de todas as partes do mundo, e visa digitalizar materiais raros e
únicos de bibliotecas e outras instituições ao redor do mundo e torná-los disponíveis de
forma gratuita na internet.
E não poderíamos deixar de comentar sobre a própria internet, afinal, ela
também é uma biblioteca universal, ou melhor, “um sistema de informação global,
52
<http://www.gutenberg.net>
53
<http://www.wdl.org/pt>
26
54
Rede da agência de projetos de pesquisa avançados (TAKAHASHI, 2000).
55
Também denominada “The Web” (Teia Mundial), define áreas (sites) na internet nas quais contêm
arquivos multimídia que executam cruzamentos de informações entre textos, sons, imagens e outros
documentos, usando um determinado software ou programa. (GANDELMAN, 1997).
56
Hyper Text Transfer Protocol (Protocolo de Transferência de Hipertexto). Protocolo padrão que
permite a transferência de dados na Web entre os servidores e os navegadores, através do cruzamento de
informações de uma página por intermédio dos links do hipertexto. (GANDELMAN, 1997).
57
Termo em inglês que significa “procurar”, “buscar”, “pesquisar”. Na internet, é o programa utilizado
para visitar as páginas dos sites em busca de informações. Conhecido também como navegador. São:
Internet Explorer, Mozilla Firefox, Opera, etc. (GANDELMAN, 1997).
27
58
NEUROTH, Heike. A sociedade do conhecimento e a biblioteca digital. Palestra apresentada na
Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, em 22 de maio de 2009. (Evento realizado pelo Centro
Brasil-Alemanha).
59
Para saber mais de projetos de bibliotecas digitais, acesse:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_digital>.
60
<http://www.oclc.org/americalatina/pt/global/default.htm>
61
<http://www.loc.gov/index.html>
62
<http://www.bnf.fr/>
63
<http://www.ndltd.org/>
64
<http://www.nypl.org/>
65
<http://www.europeana.eu/portal/>
66
<http://portico.bl.uk/>
67
<http://www.culture.fr/culture/bibliuni/engbu1.htm>
68
< http://laurin.uibk.ac.at>
69
< http://www.vascoda.de/>
28
3.2 Definição
(...) digitais ou virtuais são aquelas bibliotecas que, além de serem acessadas
exclusivamente via internet, também coloquem nas mãos de seus usuários
ferramentas típicas do meio digital que auxiliem e otimizem os clássicos
métodos de pesquisar, recuperar e produzir informações. São bibliotecas
vivas e dinâmicas, que podem se expandir indefinidamente através de seus
próprios usuários (PAIVA, 2008, p. 48).
70
<http://www.bibvirt.futuro.usp.br>
71
<http://www.teses.usp.br/>
72
<http://libdigi.unicamp.br/>
73
<http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/index.html>
74
<http://www.bn.br>
75
MASCARENHAS e SILVA, Fábio. Bibliotecas digitais: fundamentos. Palestra apresentada na
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 16 de outubro de 2006. (Evento realizado pelo
Diretório Acadêmico de Biblioteconomia).
29
a origem da palavra virtual vem do latim virtuallis, derivado de força, potência, e que
para a filosofia escolástica, virtual é aquilo que existe em potência, não em ato. Cunha
(1999) enfatiza que o termo biblioteca virtual é mais apropriado quando utiliza os
recursos de realidade virtual. Como considerar uma biblioteca virtual se nem ela mesma
possui um ambiente de realidade virtual? A nosso ver, o melhor seria classificar como
uma biblioteca digital ou eletrônica, já que ambas praticamente são sinônimos, quando
nos referimos ao documento impresso que foi digitalizado para ser eletrônico ou digital.
Lemos (1998 apud PEREIRA; RUTINA, 1999) define biblioteca virtual como
um local que possui praticamente todos os serviços de uma biblioteca tradicional,
porém, que existe apenas no lugar eletrônico. Zang et al. (2000) complementa que não
existe num ambiente físico, e é real, como acervo, quando podemos ter acesso físico ao
76
<http://prossiga.ibict.br>
34
funcionamento:
-credibilidade: estar sempre disponível para consulta;
-capacidade de resposta: não apresentar falhas na busca da informação;
-eficiência: sempre buscar fazer o melhor uso dos programas e
equipamentos;
-suportar o crescimento: de usuários, de informação e de serviços.
Logo, uma biblioteca para ser considerada virtual deverá ter um ambiente de
realidade virtual. Não adianta possuir diversos materiais de multimídia78 e textos
eletrônicos, se o seu ambiente não “imita” o de uma biblioteca tradicional, em que o
usuário poderá percorrer seus corredores através do mouse e se sentir dentro de uma
Matrix.
77
Nas telas do cinema, Matrix é um mundo de sonhos gerado por computador, o qual, por meio de uma
realidade virtual, simula o nosso mundo como é hoje. Fonte: IRWIN, William (Org.). Matrix: bem vindo
ao deserto do real. São Paulo: Madras, 2003.
78
Qualquer combinação de texto, arte gráfica, som, animação e vídeo transmitida pelo computador.
Fonte: VAUGHAN, Tay. Multimídia na prática. São Paulo: Makron Books, 1994.
36
79
<http://www.portaldetonando.com.br>.
80
No entanto, o site é descrito como uma biblioteca virtual. Contudo, não possui um ambiente de
realidade virtual e não condiz com nosso pensamento, já discutido, sobre a denominação biblioteca
virtual.
37
Esta obra foi digitalizada pelo grupo Digital Source para proporcionar, de
maneira totalmente gratuita, o benefício de sua leitura àqueles que não podem
comprá-la ou àqueles que necessitam de meios eletrônicos para ler. Dessa
forma, a venda deste e-book ou até mesmo a sua troca por qualquer
contraprestação é totalmente condenável em qualquer circunstância. A
generosidade e a humildade é a marca da distribuição, portanto distribua este
livro livremente. Após sua leitura considere seriamente a possibilidade de
adquirir o original, pois assim você estará incentivando o autor e a publicação
de novas obras;
81
http://www.dominiopublico.gov.br
82
Primeira página de um endereço eletrônico (GANDELMAN, 1997).
40
4 DIREITO AUTORAL
Piratas são eles, nós não estamos à procura do ouro (AMADEU, 2009, p.
73).
83
Cópia não autorizada de uma obra (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DIREITOS
REPROGRÁFICOS, 2009?).
41
direito autoral eram concedidos exclusivamente aos editores Além disso, a Igreja
também queria o controle sobre os textos, para, futuramente, poder punir os autores em
caso de heresia e subversão.
Em meados do século XVIII, Inglaterra (Copyright, de 1709) e França (Droit
d’Auteur, de 1791) tornaram consistentes as leis de direito autoral, que perduram até
hoje (GANDELMAN, 1997). Paula (2005) complementa que a partir dos séculos XVIII
e XIX os direitos autorais passaram a receber tratamento jurídico, pois a impressa
passou a circular de forma comercial com maior amplitude. O copyright começou a ser
reconhecido na Inglaterra por meio do Copyright Act de 1790, que protegia as cópias
impressas por 21 anos, contados a partir da impressão. Obras não-impressas eram
protegidas por apenas 14 anos. Porém, já em 1662, existia o Licensing Act que proibia a
impressão de qualquer obra que não estivesse registrada. Era uma forma de censura, já
que só se licenciavam livros que não ofendessem o licenciador. Na França, o Droit
d’Auteur assegura a primazia do autor sobre a obra e ao ineditismo (direito à
paternidade e à integridade de sua obra) e seus direitos são inalienáveis e se estende por
toda a vida do autor (MARTINS FILHO, 1998).
A proteção dos direitos autorais não está restrita apenas aos seus países de
origem. Manso (1987), Gandelman (1997) e Martins Filho (1998) noticiam os diversos
tratados internacionais assinados entre alguns países, incluindo o Brasil: Convenção de
Berna84 (09/09/1886); Convenção Universal (24/07/1971); Convenção de Roma
(26/10/1961); Convenção de Genebra (29/10/1971); Acordo sobre aspectos dos Direitos
de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio, que tratam do:
84
Segundo Manso (1987), os países membros da Convenção de Berna protegem os direitos do autor até
50 anos do falecimento do mesmo.
42
protege os direitos autorais para as obras literárias, artísticas e científicas. Martins Filho
(1998) e Castro (2000?) estudaram, em detalhes, todos os artigos da Lei de Direito
Autoral, explanando que o autor possui dois direitos em relação à sua obra: o moral e o
patrimonial. O primeiro garante ao criador o direito de ter seu nome impresso na
divulgação de sua obra e o respeito à integridade desta, além de lhe garantir os direitos
de modificá-la, ou mesmo impedir sua circulação, e são inalienáveis e irrenunciáveis
(não podem ser transferidos e nem renegados). Já o segundo, regula as relações jurídicas
da utilização econômica das obras intelectuais, garantindo-lhe poderes de usar e dispor
de sua obra, bem como de autorizar sua utilização por terceiros no todo ou em parte,
sendo que podem ser alienáveis (transferidos). Assim sendo, os autores complementam
com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), outorgada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, artigo 27, inciso 2
que cita: “todo homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor”.
Vários autores conceituaram, de maneiras distintas, o direito autoral. De acordo
com Martins Filho (1998), os direitos autorais lidam basicamente com a imaterialidade,
principal característica da propriedade intelectual. Para Gandelman (1997) o direito
autoral é uma ciência jurídica que está presente em quase todas as atividades do mundo
contemporâneo, sejam elas puramente criativas – produções artísticas, científicas,
publicitárias – ou apenas industriais. Manso (1987) é mais técnico, ao relatar:
direito autoral precisa ser reavaliada e adaptada para a Web. Silva (2000?) é da mesma
opinião e completa:
Aí está a polêmica: como fica a lei dos direitos autorais na Web? Ainda são
válidos para os documentos eletrônicos? Villaça (2002) afirma que as leis do copyright
do mundo material não se aplicam ao virtual. Bottentuit Junior e Coutinho (2007)
acrescentam que muitas pessoas acreditam que todas as informações disponíveis na
internet são de domínio público, porém esta prática é ilegal e quem pratica este crime,
quando denunciado, recebe punições e sanções. Martins Filho (1998) reforça, dizendo:
86
<http://www.e-commerce.org.br>
44
87
Lei n. 10.944, de 14/12/2004.
88
É facultado ao autor registrar a sua obra no órgão público definido no caput e no § 1º do art. 17 da Lei
n. 5.988/1973 (ARTIGO 19, lei n. 9.610/1998).
89
A proteção dos direitos de que trata esta Lei independente de registro (ARTIGO 18, lei n. 9.610/1998).
45
Violação Detalhes
Omissão do nome do autor na publicação
da obra, alteração desse nome ou sua
Ofensa ao direito moral do autor ursupação (indicação de outro nome, de
outra pessoa real ou imaginária, no lugar
do verdadeiro nome do autor).
Modificação ou alteração não autorizadas,
Ofensa à integridade da obra intelectual plágio, reprodução fraudulenta.
Publicação sem autorização do autor.
Direito de utilização econômica da obra
Fonte: Adaptado de Manso (1987).
46
Manso (1987) explica quais são os órgãos competentes que punem os infratores
e as devidas sanções:
90
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por
qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização
expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os
represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe
à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou
fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou
do direito dos produtos de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou
fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.
§3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou
qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em
um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto
ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do
produtor de fonograma, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (LEI n. 10.695, de 01/07/2003).
47
91
Gerenciamento dos direitos digitais.
48
os direitos autorais e ser fiel aos processos bibliotecários para a transição do formato
digital. Já Silva (2000) sugere o pagamento para obtenção de publicações eletrônicas,
permitindo a negociação entre internautas e editoras na aquisição de um e-book. No
entanto, ele acredita que é necessária a regulamentação do direito autoral, no entanto,
isso não resolve o problema de cópias ilegais na internet, até porque o princípio da rede
é disponibilizar informações gratuitas para todos, indo de encontro aos interesses de
diversos setores (SILVA, 2000?).
49
que o seu lugar estará garantido. Para Marchiori (1997), o bibliotecário é um provedor
da informação, especialista em redes do que um especialista em aquisição ou
catalogação, isto é, um gerente de informação da rede e ele será responsável na
participação da construção e do desenvolvimento das bibliotecas digitais
(RODRIGUES, 1995).
Os profissionais da informação, cada vez mais, deverão estar qualificados e com
habilidades para tomar decisões e saber trabalhar em equipe com outros profissionais de
outras áreas (RODRIGUES, 1995; CUNHA, 2003). Benício (2003) considera que o
bibliotecário deve atuar como agente democratizador do uso da internet, sem esquecer
seu papel social, evitando o crescimento da infoexclusão e facilitando o uso da
informação a um número maior de pessoas e enfatiza que o bibliotecário precisa mudar
a mentalidade de achar que o livro é somente o único instrumento de disseminação da
informação. Cunha (2003) complementa dizendo que o bibliotecário tem a função de
filtrar, organizar e analisar a informação adequada para seu usuário virtual. Para isso, o
bibliotecário precisa estar capacitado, buscando aprender e se aperfeiçoar a todo o
momento, sem medo de inovar (CUNHA, 2003). Dias et al. (2004) sugere que o
bibliotecário saiba executar, com habilidade e competência, atividades e processos sob
sua responsabilidade, com a qualidade desejada. Para Silva (2007), os bibliotecários
também precisam estar familiarizados com os sistemas de informação para poder
orientar, da melhor maneira possível, os usuários, simplificando e minimizando as
barreiras de usabilidade.
A sua atuação na biblioteca digital, segundo Velasco e Odonne (2007) deve ser
redobrada para conhecer melhor, refletir e avaliar as ferramentas disponíveis e
administrar o controle e o uso dos e-books, utilizando as atividades-meio para tal
processo, para facilitar à recuperação da informação desejada para cada usuário. Silva
(2007) sintetiza que cabe ao bibliotecário tornar claro o caminho do usuário, ou seja,
todas as vias possíveis de acesso devem ser conhecidas. Por isso, de acordo com
Ferreira (2003), é essencial o conhecimento e preparo do profissional na era da
informação para evitar o excesso de informação irrelevante e desnecessária, garantindo
“a informação certa, no momento certo para a pessoa certa” (CUNHA, 2003).
51
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
92
Fonte: FERRARI, Bruno; DEODATO, Lívia; PEREIRA, Rafael. Um livro que não acaba: como a
chegada do Kindle ao Brasil pode transformar para sempre o modo como nós lemos. Época, 2009.
Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI97883-15228-1,00-
UM+LIVRO+QUE+NAO+ACABA.html>. Acesso em: 06 nov. 2009.
52
mas isso não garante que o restante da população não possa adquiri-lo também. Para
2010, há a previsão do modelo brasileiro BR-100-NTX Braview, porventura permitindo
a redução do preço do aparelho para comercialização e aquisição.
Todavia, não adianta à existência desses aparelhos no mercado, sendo que a
questão do direito autoral não esteja resolvida e adequadamente adaptada para a
realidade atual, até porque, é através da Lei e de suas garantias que o escritor se sente
seguro e estimulado a produzir mais obras intelectuais. Também não podemos ignorar
que a democratização do acesso à leitura deve ser garantida a todos; por isso, é
primordial e necessária a existência de bibliotecas digitais gratuitas e colaborativas que
compartilham o conhecimento e a informação como o PDL e o Portal Domínio Público.
Ao se tratar dos portais de acesso estudados, notou-se diversas distinções quanto
ao tratamento do conteúdo disponibilizado. O Portal Domínio Público apenas
disponibiliza obras em formato digital de acordo com os artigos 41, 43 e 45 da Lei
9.610/98, que tratam de obras de domínio público após setenta anos da morte do autor e
de material previamente autorizado, nos casos de autores ainda vivos. Não obstante, o
site PDL, cuja proposta é a democratização da leitura de maneira gratuita, não segue a
lei dos direitos autorais, especificamente no artigo 29, nos itens abaixo, quando se
refere ao processo de digitalização, pois é necessária a autorização prévia e expressa do
autor para utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como:
I – a reprodução parcial ou integral;
IV – a tradução para qualquer idioma;
VI – a distribuição, quando não intrínseca ao contrato firmado pelo autor com
terceiros para uso ou exploração da obra;
IX – a inclusão em base de dados, o armazenamento em computador, a
microfilmagem e as demais formas de arquivamento do gênero.
Porém, já que a obra foi comprada legalmente e o usuário se ofereceu a
digitalizá-la voluntariamente e disponibilizá-la, mesmo tendo, no ato da compra do
material, garantido o direito do autor, esse procedimento não lhe dá o direito de colocar
essa obra na internet, de acordo com o artigo 37 da mesma lei:
REFERÊNCIAS
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