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Uso de imagens SRTM na elaboração de mapas de solos na região do

vale do baixo Rio Iaco, Acre, Brasil (1)


N. G. BARDALES (2), J. L. LANI (3), E. F. do AMARAL (4), A. W. F. de MELO (5), E. A. ARAÚJO (6) &
J. F. ROSADO (7)

RESUMO – A Shuttlle Radar Topography Mission As imagens orbitais, para sensoriamento remoto,
(SRTM) é uma missão que colocou em órbita em começaram a ser produzidas a partir de julho de 1975 [1]
fevereiro de 2000 a nave espacial Endeavour, ao longo Com isso, os levantamentos pedológicos obtiveram uma
de 11 dias, utilizando a técnica da interferometria de ferramenta valiosa para a caracterização dos solos. O uso
uma passagem, foi imageada 80% da superfície de imagens orbitais, assim como as fotografias aéreas que
terrestre, compreendendo os paralelos de 60° N e 56° permitem a estereoscopia, são indispensáveis para geração
S, fornecendo modelos tridimensionais com amplitude de informações imprescindíveis a uma excelente
da grade de 30 metros (SRTM 1) e 90 metros. Estes caracterização de áreas a serem mapeadas.
dados facilitam e muito a obtenção de cotas O uso de sensores remotos em levantamento de solo
altimétricas que são estreitamente relacionadas com as aumenta a precisão da discriminação edáfica, além de
classes de solos, permitindo gerar rapidamente diminuir os custos do projeto [2]. Os métodos
unidades fisiográficas da área estudada. As imagens convencionais, geralmente, são mais caros, trabalhosos e
foram registradas e classificadas em classes de altitude demorados, quando comparado com as modernas técnicas
(m), foram geradas curvas de níveis de 30 em 30 m, de mapeamento [3].
sendo elaborado o mapa fisiográfico e em definidas as A interpretação visual de imagens orbitais apresenta
classes de solos a partir destas imagens e levantamentos resultados bastante satisfatórios, com a possibilidade de
pedológicos. Com o auxílio das análises físicas, estratificação de ambientes em áreas homogêneas,
químicas e morfológicas foram definidas as ordens de permitindo o planejamento integral das atividades de
solos e classificados até o nível de série. Os solos campo e com isso diminuindo o número de observações,
descritos e mapeados foram desde solos pouco que ocasiona redução dos trabalhos de levantamento e
desenvolvidos, como Gleissolos (9%), Cambissolos classificação de solos, com aumento da precisão dos
vérticos (7%) e Vertissolos (15%) que representa a traçados de limites entre unidades de solos [4]
segunda ordem de solo dominante na área de estudo, Assim, de acordo com [5], a maior parte das
até solos mais desenvolvidos como os Argissolos informações pedológicas podem não vir diretamente das
(12%) e Luvissolos (30%), que representa a classe imagens, mas sim de informações associadas, além dos
dominante na área. A utilização de dados SRTM em trabalhos de campo e do conhecimento do pesquisador. No
levantamentos pedológicos dinamiza o processo entanto, com mapas preliminares de solos produzidos
metodológico como um todo, aumentando a eficácia através de sensores multiespectrais, é possível acelerar os
das coletas de dados a campo, reduzindo o tempo de processos de levantamento de solos de uma região em
execução, diminuindo custos financeiros e aumentando considerável extensão, podendo adicionar características a
a qualidade e a precisão do mapa final. A associação de serem obtidas de cuidadosa análise das propriedades das
imagens Landsat, SRTM e fotografias aéreas permitem imagens [3].
comparar e analisar dados altimétricos, ressaltando os A missão STRM (Shuttlle Radar Topography
aspectos texturais e ambientais, melhorando e muito os Mission) colocou em órbita em fevereiro de 2000 a nave
dados cartográficos e definição de classes de solos. espacial Endeavour, ao longo de 11 dias, utilizando a
técnica da interferometria de uma passagem, foi imageada
Introdução 80% da superfície terrestre, compreendendo os paralelos de
60° N e 56° S, fornecendo modelos tridimensionais com
As feições geológicas e geomorfológicas, assim
amplitude da grade de 30 metros (SRTM 1) e 90 metros
como os solos têm estreita relação com o relevo. A
(SRTM 3) [6]. Missão esta realizada em conjunto pela
obtenção de imagens que representem as formas de
NASA (National Aeronautics and Space Administration) e
uma determinada área, em escalas compatíveis com os
NIMA (National Imaging and Mapping Agency), dos
levantamentos de solos, pode ajudar de maneira
Estados Unidos, com participação das agências espaciais
bastante relevante a elaboração de mapas temáticos
DLR (Deutsche Zentrum für Luft-und Raumfhart), da
(solos, geologia, geomorfologia) de forma a facilitar
Alemanha, e ASI (Agenzia Spaziale Italiana), da Itália [7].
bastante os trabalhos de pedólogos e demais
Como resultado da missão SRTM tem-se um conjunto
pesquisadores para as mais determinadas áreas da
de imagens com pontos de altitudes conhecidas, dispostos
ciência.
em uma grade horizontal, e com espaçamento uniforme [8].
Isto permite a confecção de unidades fisiográficas de curvas de 30 x 30 m, sendo elaborado o mapa fisiográfico
solos, geologia, geomorfologia, criação de mapas com da área de estudo. A partir deste mapa foram geradas as
variações de relevo (altimetria), facilitando bastante a manchas de solos com auxílio dos perfis coletados quando
obtenção de mapas temáticos. do trabalho de campo, identificando assim as classes de
A principal vantagem da utilização de imagens de solos. Após essa análise fisiográfica o mapa foi escaneado e
radar (SRTM) deve-se ao fato de não serem obstruídas digitalizado em tela, sendo exportado na extensão
por cobertura de nuvens, o que é muito comum na “shapefile” para posterior georreferenciamento e
Amazônia. Além disso, a possibilidade de aplicação em identificação das manchas fisiográficas, que foram
diferentes comprimentos de onda permite descrever definidas a partir das cotas altimétricas e redefinidas como
características estruturais da vegetação e biomassa [9]. unidade de mapeamento, tudo em ambiente ARCGIS 9.2.
Apesar de todos os pontos positivos citados, os dados Com os trabalhos de campo (abertura de perfis e coleta de
SRTM apresentam alguns problemas, tais como: amostras extras com tradagens) e definição do modelo
valores espúrios (positivos e negativos) nas pedológico da área a ser mapeada, coleta de altitudes
proximidades do mar e áreas onde não são encontrados através do Sistema de Posicionamento Global (GPS) e
valores. também georreferenciamento da rede hidrográfica e ramais
O objetivo deste trabalho foi elaborar mapas e estradas que compõe os ambientes de estudo, utilizando o
temáticos, dentre eles o de pedologia, a partir de mesmo aparelho (GPS). A base cartográfica utilizada foi
imagens SRTM (Shuttlle Radar Topography Mission), obtida a partir do Zoneamento Ecológico Econômico do
testar sua acurácia através de levantamentos Acre (ZEE/AC) em escala 1:100.000. Através destes
pedológicos. procedimentos, possível elaborar o mapa de solos na escala
Palavras-Chave: SRTM, Rio Iaco, Sena de 1:250.000.
Madureira.
Resultados e Discussão
Com o auxílio das análises físicas, químicas,
Material e métodos mineralógicas e morfológicas foram definidas as ordens de
A área de estudo foi intensamente percorrida tanto solos e classificados até o nível de série, de acordo com o
por estradas (verão) quanto por rios e igarapés (período atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solos [10], a
das chuvas), para identificar os ambientes e a partir destas informações foi possível gerar os mapas de
distribuição espacial das classes de solos que ocorrem aptidão agrícola (ou agroflorestal) das terras.
na região de estudo. Está localizada na Amazônia O mapa de declividades obtido a partir da
ocidental, no município de Sena Madureira, Estado do classificação visual da imagem SRTM, compreende ao
Acre, a oeste da sede municipal, na BR 364, no sentido entorno da sede municipal de Sena Madureira, com uma
Sena Madureira – Manoel urbano, com uma área total
área de 149.316 ha.
de 149.316 hectares. Para a delimitação da área de
Por fim são apresentados na Figura 2 o mapa final de
estudo, após os trabalhos de campo, com abertura e
solos da área estudada, obtida a partir de classificações
descrição de trincheiras (perfis), utilizou-se o ambiente
de Sistemas de Informações Geográficas (Arc Gis® visuais das imagens de radar SRTM. .
9.2). A partir das interpretações do relevo associados às cotas
Como o modelo digital de elevação imagem SRTM altimétricas (SRTM), foram determinadas as unidades de
(Shuttlle Radar Topography Mission), coletaram-se solos, com os dados SRTM gerou-se o modelo fisiográfico
informações topográficas de aproximadamente 80 % da da área de estudo, a fim de determinar com maior
superfície terrestre, formando o primeiro banco de facilidade e agilidade os diferentes tipos de solos, aliados
dados globais de informações topográficas digitais, aos perfis descritos e coletados em toda área.
estes dados topográficos são de domínio público, Os solos da região do vale do baixo Rio Iaco foram
podendo ser acessadas no site: caracterizados, estudados e classificados de acordo com
“<http://seamless.usqs.gov/>”. O potencial de uso critérios e características diferenciais que permitiram a
dessas informações topográficas para levantamentos de separação dos mesmos em várias classes taxonômicas e
recursos naturais é muito grande. unidades de mapeamento. Como estes solos são oriundos
As imagens “brutas” (Figura 1) foram registradas de rochas sedimentares, principalmente siltitos e argilitos,
e tratadas, com o intuito de eliminar as depressões sendo que na sua maioria predominam argilitos com
espúrias (buracos negros) permitindo a partir destas concreções carbonáticas e gipsíferas e grandes quantidades
correções, sua classificação em níveis de altitudes do de fósseis de vertebrados e invertebrados, apresentam
terreno em estudo (Figura 1), estas técnicas foram
desde pouco desenvolvidos, como Gleissolos (9%),
realizadas respectivamente pelos softwares Envi 4.2 e
Cambissolos vérticos (7%) e Vertissolos (15%) que
ArcGis 9.2.
representa a segunda ordem de solo dominante na área de
As imagens topográficas têm resolução espacial
de 90 x 90 m e apresenta certa precisão altimétrica, estudo, até solos mais desenvolvidos como os Argissolos
com escala de 1:150.000. (12%) e Luvissolos (30%), que representa a classe
A partir de classificada a imagem SRTM (Figura 1), dominante na área (Figura 3). As características peculiares
foi feita a interpretação visual da mesma e gerada que os diferenciam dos demais solos da Amazônia são: (1)
alta fertilidade natural, (2) altos teores de alumínio BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO 6, Manaus,
1990. Anais. São José dos Campos : INPE, p.169-775.
trocáveis, (3) alta capacidade de troca catiônica, e (4)
ocorrência de Vertissolos. Este conjunto ocorre, [5] ALSDORF, D.E.; MELACK, J.M.; DONNE, T.; MERTES, L.A.K.;
HESS, L.L.; SMITH, L.C. Interferometric radarmeasurements of
sobretudo, pelo pedoclima mais seco em decorrência da
water level changes on the Amazon flood plain. Nature, v. 404,
baixa permeabilidade dos solos e sedimentos, pela letters, p. 174-177, 2000.
atuação de argilas expansivas (2:1).
[6] CHIEN, P. Endeavour maps the world in three dimensions.
Em razão desta alta fertilidade natural, Geoworld, n. 37, p. 32-38. Abril 2000.
principalmente pela presença de cálcio, os Argissolos
[7] SANTOS, P.R.A. do; GABOARDI, C.; OLIVEIRA, L.C. de.
Vermelho-amarelos eutróficos com argila de atividade Avaliação da precisão vertical dos modelos SRTM para a
alta (Ta) são classificados atualmente como Luvissolos, Amazônia. Revista Brasileira de Cartografia, n. 58/01, Abril 2006,
pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos [10], p. 101-107.
e representam uma grande proporção na área de estudo, [8] LOPES, E.E. Uso da Geotecnologias para geração de cartas
imprimindo um forte potencial agropastoril nesta área. temáticas do Município de Manuque – MG. COBRAC 2006,
Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário – UFSC,
Florianópolis – 15 a 19 de outubro, 2006. p. 1-8.
Conclusões
[9] SILVA, B.S.G. Uso da grade de elevação (SRTM) na interpretação
de classes de vegetação em áreas alagáveis. Anais 1° Simpósio de
A obtenção de mapas temáticos a partir de imagens Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, Brasil, 11-15
de radar SRTM foi bastante proveitosa, principalmente Novembro 2006, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p. 386-
394.
pela facilidade em se desenvolver modelos digitais de
elevação, e classes de relevo. [10] EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisas de Solos. Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos.
A associação de imagens Landsat, SRTM e
2006. 306 p.
fotografias aéreas permitem comparar e analisar dados
altimétricos, ressaltando os aspectos texturais e
ambientais, melhorando e muito os dados cartográficos
e definição de classes de solos.
A análise fisiográfica e geração de classes de
declividade se ajustam quase que perfeitamente com as
classes de solos, principalmente porque levam em
consideração as classes de relevo, que caminham lado a
lado com as ordens de solos.
Para a definição do mapa final de solos, é de
fundamental importância os trabalhos de campo para
reajuste e definição exata das unidades pedológicas,
trabalhos estes que levam em consideração, abertura de
trincheiras (perfis) e tradagens por toda área de estudo,
além das análises químicas e físicas, fundamentais na
definição da nomenclatura dos solos de acordo com o
atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.

Referências

[1] WESTIN, F. C.; FRAZE, C. J. 1976. Landsat data, its use in a


soil survey program. Soil Science Society of America Journal,
40:81-89.
[2] SINGH, A. N.; DWIVEDI, R. S. The utility of LANDSAT
imagery as an integral part of the data base for small-scale soil
mapping. International Journal of Remote Sensing. v.7, n.9,
p.1099-1108, 1986.
[3] GHERARDI, B.; FARIA, L.E.O. de.; COOPER, M.;
VALIANTE, T.C. 2005. Caracterização dos Solos da Estação
Experimental Agrozootécnica Hildegard Georgina Von
Pritzelwits com o uso de imagens orbitais e aéreas.
Universidade de São Paulo – USP/ESALQ, Piracicaba-SP. p.
1-8.
[4] [19] VETTORAZZI, C. A.; COUTO, H. T. Z. 1990. Análise
da exatidão de classificação em solos obtidos da interpretação
de imagens orbitais em duas escalas. In: SIMPÓSIO
Altitude (m)

112 - 150 169 - 185 202 - 248

150 - 169 185 - 202

Figura 1 – Imagens SRTM não classificada (bruta) e classificada respectivamente.

Figura 2 – Mapa de solos da área estudada no baixo vale do Rio Iaco, Sena Madureira, Acre, Brasil.

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