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‘MILTON SANTOS MANUAL DE GEOGRAFIA URBANA ‘Tradugéo de Antonia Dea Erdens ‘Maria Auxiliadora da Silva Prof? Fabio Contel FLGS61-GEOGRAFIA DA POPULACAO Texto 44 / QQ, COpias EDITORA HUCITEC ‘Sao Paulo, 1989 Capitulo 3 APOPULACAO URBANA. | Ocreseimento da populagdo urbana é muito mais ntido 6 ace- lerade nos paises subdesenvolvidos que nos paises desenvol dos. Assim, a populago urbana da Asia foi multiplieada por cinco na primeira metade do séeulo XX, enquanto que a da Europa e dos E.U.A., no mesmo perfodo, nem mesmo dabrou. ste crescimento diz respeito a cidades do todos os ta; manhos, Note-se que para as cidades grandes, » creseimento anual da populasdo é sempre superior a 3%, enquanto que rara- mente ultrapassa 1,3% nos paises industriais, Apenas algumas eomo’ ningrado com 39% ao ano ‘Moscou com 44% a0 ano Los Angeles com 5.6% ao ano — ects ultrapassaram esta taxa entre 1920 e 1960, enquanto as cidades grandes dos paises subdesenvolvidos freqientemente 0 eonseguiram eee Sto Paslo 51% por ano México 5.2% por ano Xangei 3.7% por ano i Pera Contin Continuo ‘Tianjin ‘8.8% por ano Hong Kong 40% por ano Poguim 1% por ano Xeniang 43% por ano Sacaria 5,8% por ano Cairo 1% por ano (1950-1960) [Salvo nas maiores cidades, estas taxas de erescimento da populagio urbana podem apresentar variagées bastante consideraveis de uma cidade a outra. Isto indica que ¢ preci- s0 levar em consideragio fatores e condigSes diferentes que presidem a formagdo da populayéo urbana: de um lado a situagao de origem, isto é, a antiguidade do fenémeno urba- x9; de outro, os fendmenos atuais que decorrem das ca- racleristicas demograficas ¢ econémicas dos paises subdesen- volvidos.| 1. 0 CRESCIMENTO DEMOGRAFICO (Se 0 conjunto dos paises subdesenvolvidos conhece um au- mento demografico notével, qualifieado como “explosdo de- ‘mogréfica”, a populagao urbana tem uma taxa de erescimen- to bem superior & do eonjunto dn populagéo, ‘A razdo desta diferenga é simples: enquanto a popula- ¢4o nao urbana cresce quase unicamente devido ao excedente dos nascimentos sobre as mortes, a populagdo das cidades recebe um contingente migratério macigo que é, por sua em- plitude, um fendmeno caracteristico dos paises subdesenvol “Alguns exemplos tomados na América Latina permite ‘medir a importéncia das migragdes urbanas, mesmo antes do pperiodo histérico que caracteriza o pés-guerra (ver p. 3 0 ereseimento devido 20 movimento migratsrio é, mui: tas vezes, superior ao ereseimento natural O crescimento natural 6 consequéncia de dois fendme- nos eonjugados: a) Um forte aumen b) Uma baixa s (CRESCIMENTO DA POPULAGAO URBANA ENTRE 1940 E1985 ‘Sduiowoosinai dude coopsinane tatond mises —— rt nema a9 a Cattle, 3p > & au a & 2 " % 10406180 Re % ® Sanings 8S 8 !Um e outro se referem ao conjunto dos paises subdesen- sos» sy emscuncs ds pragess da medicina eda ie em meios onde, a prinefpie, ndo se faz le nalalidade, Esta evlugao fo de grande imporives: ace tudo no que eoneerne & mortalidade infantil, muito importa. te nesses paises por causa da subnutrigdo ¢ da ma nurigeo, da falta de higene, enim, da pobreza, Tomemos Lima come exempla: ~ ee es Mortalidade Mortalidade infantil por Notalidade _ tod nse oo eee Boas toe oon on E um verdadeiro surto de crescimento natural Brazzaville, passou de 20% a 50%, entr 1950 oa ‘ % a 50%, entre 1950 a 1956, gra a este baby boom generalizade, — 10 crescimento natural especificamente urbano é muit nte urbane é muitas vezes superior ao da populagao total de uma ‘regio, Isto nao axas de natalidade sejam mais elevadas -se em considerapio, para vrentes caracteristicas demogréfi- cas da populagdo: piramide de idades, relagdo de sexo ete.) | aT Esta superioridade do ereseimenta natural aparece par- ticularmente na Africa. Tazas de erescimento natural Borkina 18% Bobo-Diulasso 25% M ae Bamaeo Ae fancia parece aumentar & medida que a cida- 2m Bangui, em 1955, 85% dos habitantes da cidade; em 1961, 67%. 0 cerescimento da populagto urbana se faz sempre em detrimento do campo ou das pequenas cidades. {0 movimento migratério em diregdo as cidades, muito freatiente em regides industriais, toma, num pais subdesen: volvido, a dimensto de um exodo rural em grande escala; sobretudo na América Latina e na Africa, ele esvazia o cam- po de seus elementos mais jovens e mais atuantes. Este fend- ‘meno, acreseentado a uma demografia dinimica, provoca um crescimento extremamente rapido das populagses urbanas que se compéem, assim, de uma forte proporsao de elementos nascidos fora da cidade (1).| ‘A origem desses migrantes varia muito: podem vir da regio cireunvizinha, de regides préximas oy mesmo de re- ides industriais. Por este motivo, distinguimos, logo de comego, dois grandes tipos de migragio que, por sua vez, sero subdivididos segundo suas formas e suas eausas, 2. AS MIGRACOES INTERNA S20 0s movimentos de populagio que se fazem nfo somente ‘num quadro nacional como regional. Se tomarmos Abidja como exemplo, eonsideraremos como migragdes internas tanto o ‘movimento dos baulés do norte da Costa do Marfim, como 0 dos mossis de Burkina para Abidja Do ponto de vista de volume, pelo menos, este fendmeno é mais constante ¢ mais importante na formagdo atual da populagéo urbanal E resultante, 20 mesmo tempo, da atragio 38 que a cidade exerce e da repulsio do campo, eausas que esto imbricadas e so muito importantes e, as veres, de dificil apreciagéi, Uma e outra tém razées econimicas, psicolégicas € sociolégicas,) {A recente explosdo demogréfica provocou um excedente de populago que néo encontra emprego suficiente na zona rural Assim, o pessoal dessa zona vai procurar trabalho em outros lugares, seja primeiro nas regides de plantapées, onde se tornam assalariados agricola, seja dirotamente nas cida- des [A esse fendmeno acrescente-se uma degradagdo geral da situagdo do campo, eausada pelo nivel insuficiente das téeni- cas agricolas, & medida que os investimentos se voltam na sua maior parte para as induistrias. A produgdo agricola no acompanha o aumento da populagao e pode mesmo retroagir quando 0s elementos mais ativos da populagdo — os jovens —migram,) (Uma outra razéo para a diminuizio da produgo de subsisténcia é devida ao sistema colonial de eultivo: orienta- do em fungao das culturas de exportagdo|tal uma grande drea para esse tipo de cultura, Parte do pessoal da terra a trabalhar neseas culturas, seja oferecendo contratos, sea distribuindo sementes gratuitamen- te, tudo isto em detrimento das culturas de subsisténcia, ‘As estruturas agririas so por si mesmas um fator de repulso, por eausa do sistema de latifiindio na América Latina. Por outro Indo, os melhoramentos podem provocar a emigragto, redi ‘méo-de-obra necessdria & produigao. (As causas psicoldgicas e sociolégicas de repulsdo da zona rural, como conseqiéncia das novas condigées econdmicas, so também importantes, sobretudo nas sociedades ainda ‘muito tradicionais, onde o impacto de uma eeonomia capita- lista moderna é ainda resente, como na Affica,, ( Nota-se, também, em certos casos, certo desaprego para com o trabalho manual, sobretudo o ligado & terra. Este fené- ‘meno, em muitos casos relacionado com a tradigio, deve-se também a os jovens “intelectuais” munidos de diploma vio trabalhar nas cidades: sua instrugio raramente tom a ver com suas as téonicas agricolas - 16 @ importancia da 39 atividades de origem ¢ nio os prepara para nenhum trabalho necessério no meio rural, {Os jovens procuram também fugir a rigidez e & esclerose do meio tradicional: na india, os “intocaveis" migram para as eidades, formando uma massa flutuante, sem emprego. Na Africa, om muitos casos, hé ainda a pritica do dote, ‘recursos s6 podem ser conseguidos com o trabalho rermunera- do nas cidades, Mas os mecanismos da economia cap inclusive as taxages por cabeca, tiveram um efeit Adrdstico, Estas razbes se misturam a todas aquelas que atraem os homens para as eidades. Entao, ¢ risivel atribuir 0 éxodo rural principalmente & atragdo psicclégica, como muitos ainda afirmam, ou simplesmente ao meio de vida melhor que a cidade ofersce, pelos servigos, sobretudo a educagio gratuita, ou a0 fato de que o nivel de vida na cidade é mais elevado do que o da zona rural,Trata-se, na maioria dos ¢a- sos, de uma urbanizagdo forgada, mesmo se a violéncia € masearada, 5. AS MIGRAGOES ESTRANGEIRAS F SUAS FORMAS ATUAIS| Esse tipo de migracao acompanha geralmente a penetragiio capitalista. E a chegada de homens de ragas diferentes da do pais que os acolhe, vindos geralmente de outros continentes ‘mais desenvolvidos. Essas migragGes so, muitas veves, liga- das a uma colonizagao politica ou econémica I Colonizaedo politica: quando espanhois © portugueses jaram cidades na América Latina e, mais tarde, quando eolonos europeus, depois de haverem instalado feitorias 20 longo da costa africana, decidiram explorar e organizar 0 ‘espago africano e consegientemente eriar cidades} [Migragées de ordem econémica: como a dos europeus em diregio & América do Sul nos séculos XIX e XX, a dos chine- ses na Asia de sudeste ou a dos sfrio-libaneses nas cidades costeiras da-Africa ocidental (perto de 10.000 na regido de Dacar) Estas migragiies estrangeiras podem ser consideradas ‘como migragses em diregdo & cidade, pis a maior parte dos estrangeiros vém nelas instalar-se, mesmo se passam algum tempo na zona rural 40 No Quénia, segundo o recenscamento de 1962, 6,6% da Dopulagao asia vive no campo, mas o grosso do eontingen- te, 93.4%, vive nas cidades. Os asidticos, como os sio-libane- 506, ocupam sobretudo fungées no comércio e em certos ser- vipos, Por isso, sua presenga no campo é rara. Quanto aos ‘europeus, sua maior participapao na economia rural do Qué- nia ¢ expressa por uma poreentagem mais alta na populago isto é, 37.5% contra 62,5% na cidade. Mas 0 eas0 do in apenas se reproduz em poucos paises como o Zimbd- arte do tempo, os europens, sejam comer- tradores ou industriais, fieam nas cidades Nos paises de colonizagdo recente, ha sempre predo- do pats colonizador, como é o exem- plo dos franceses nos pafses da Africa negra, No Zaire (anti. go Congo Belga), em 1957, na cidade de Lubumbashi (na époea Elizabethville, colonizada pelos belgas), 76,4% dos es- trangeiros eram belgas ¢ os demais italianos, gregos, ingloses, ranceses, portugueses ete. Os nastidos na Bélgica ocupavam atividades privilegiadas, enquanto os néo belgas eram geral- ‘mentg empregados, sobretudo no pequeno comérci. [Pode acontecer também que certas cidades tenham for- tes poreentagens de estrangeiros unicamente pelo fato de haver uma imigragdo de origem nao exatamente politica, mas eonémiea, B 0 caso de Cingapura, com 80% de populardo hyena das migrates va spud enn ra econémica. O progresso ceondmico de uma cidade airai estrangeiros e isso expliea| por exemplo, que 0s europeus Prefiram instalar-se ¢ investir em Abidja e no em Uagadu- ‘Bu: isto se deve ao fato de Abidja ja ter encontrado seu dina. ‘mismo econémieo enguanto, no’ momento, Uagadugu néo oferece perspectivas parecidas de crescimento, O mesmo fe- rromeno se dou em Gana, quando Cumasi, cidade do cacau, conheceu um progresso econdmico mais recente que Acra: © mimero de europeus aumentou muito mais rapidamente ‘que na capital, enquanto no perfodo anterior se dava 0 contrani, al ‘Acro Cunasi Buropeus Africanos Buropeus Africanos 148100100 100 100 ego 220250 550 300 Christian Gaulin nos mostra, também, como os chineses chegaram ao Camboja nos periodos de grande prosperidade: Entradas (entre 1928 e 1929) Saidas (entre 1928 e 1929) 50.452 pessoas 24.166 pessoas Atualmente, aparecen um novo tipo de migragao estran- geira, acompanhando a industrializagdo dos paises subdesen- volvidos. So as migragSes que chamamos de “deseendentes”, isto 6, a chegada de técnicos enviados pelas transnacionais ¢ grandes firmas dos pafses industrializados para assegurar a ‘mplantagao e o funcionamento de induistrias eriadas, em sua ‘maioria, com capital formalmente origindrio desses viltimos paises ou dependendo estreitamente deles, no eampo da pes: q ustrial. juanto mais recente e moderna 6 industriatizacio, mais aumenta a importancia dessas migragées. Blas so, em certos paises, atenuadas por um esforgo geral de nacio zagtio dos técnicos, mas esse esforgo muitas vezes nfo pode ser mantido pelas nagSes subdesenvolvidas.\ Este é 0 easo da Africa de lingua francesa: a industri zagdo comegou depois da Sogunda Guerra Mundial e, apesar de muito recente, apresenta um nivel tecnolégico muito ele- vado. Implantada em meio estranho a qualquer tipo de r zagio industrial (ao contrério da América do Si que apelar quase que totalmente para pessoal e téenicos es- trangeiros. E verdade que esses paises fazem o possivel para em- pregar sua prépria gente, Entretanto, como a industrializa- go aumenta e a modernizago se faz em ritmo muito aco Terado, cada ver cresee mais a distancia entre as necessida- des das industrias e o mimero de homens qualificados, 2 | | Esivangeiroe Migregio interna % de brasileiros emigrados para Séo Paulo na emigragao 3s20-1900 973.212 11.565 1% 3901-1905 193.732 965 58% 1991-1935 - ~ 58,1% 1961 - = 828% Na América Latina, onde o fenémeno das migragées estrangeiras foi enorme, embora mais antigo, constata-se uma diminuigao relativa do mimero de estrangeiros nas migra- ses em direpio as cidades, com exceao —e é 0 que acontece também na Africa — dos pafses recentemente industriali- zados, como a Venezuela, Em Sdo Paulo, no fim do séeulo XIX, a quase totalidade da populagtio que emigrava para a cidade era formada de estrangeiro: passam a liderar o fluxo migratério. embora nde tenha tido o mesmo tipo de coloniza- ‘20, conheceu a mesmo processo: so os na bbuem eada vez mais com a popalagao urbana, Assim, 05 cambojanas em Fnom Penh formavam: 42,5% da populagao urbana em 1941 66,5% da populagdio urbana em 1968 Em ndmeres absolutos: Ano Chineses las Cambojanos ‘Total iss 94.000 35.000 49.000 118.000 195862720 «58.000 230.700 364.420 Como em toda parte, essa evolugdo, em parte natural, 6 incentivada pelos governos que revelam preocupagées nacio- 1s. No Camboja, a lei de 13 de margo de 1956 reserva certas atividades somente aos cambojanos: 1950-1961: Dois tergos dos responsdveis pelos meios de transporte puxados a milo eram vietnamitas. Grande mimero de estivadores eram chineses. 43 1962: Todos os puxadores de transporte a méo jé eram cambojanos, assim como a maioria dos estiva- dores. ‘A formagio de populapao urbana, em todos os paises subdesenvolvidos, ubedece a um grande mimero de fatores, cormuns para todos eles. Isso, porém, ndo elimina fortes con. trastes na forma e no grau da urbanizagéo, Essas variagdes aparecem em escala continental e colocam em jogo uma série de fatores, tais como: ~ a antiguidade da urbanizagio a époea e a natureza da colonizagdo — 0 grau de indusirializagdo e de modernizagdo, isto 6, as formas de penetrapao capitalista na cidade e no campo. 4. A COMPOSIGAD DEMOGRAFICA DA POPULAGAO URBANA A composigao demogrifica da populagao urbana se apresenta variada, desequilibrada e em evolugdo répida. E um reflexo do dinamismo demogrético caracteristico dos paises subdesenvolvidos o da forte migeago em direrao as cidades, [@ Nacionatidades ¢ etnias As cidades dos paises subdesenvolvides exibem uma extraordindria mistura de nacionalidades e de etnias, Pri- teiro, por eausa da colonizagéo: os europeus eriaram cidades na América Latina, na Africa e na Asia e nelas se insta. Taram; desse modo essas cidades foram, de infeio, dominadas por individuos de nacionalidade estrangeira| ‘mento eeonémico, a industrializagdo, moderni de diversas nacionclidades so atraidas, Assim, no sécnlo XIX, as grandes correntes migratérias européias em dirego a América Latina formaram, com os espanhéis e port que ai se encontzavar, verdadeiro mosaico de etn ‘nos, poloneses, neses, afticanos etc., muitas ve- zes instalando-se em cavdter definitivo Mais recentemente, 0 atraso téenico eriado pelo progres- 80 da industrializagao nos pafses subdesenvolvidos eriou, para les, uma nova dependéncia em relagdo aos paises indusiria- izados. Desse modo, & criagdo de filiais das empresas nos 44 paises do centro, eorresponde a chegada de estrangeiros para ‘ccupar postos de directo e cargos de confianga, Junte-se a 48s0 que alguns estrangeiros chegam também para compor 0 ‘guadro da chamada “ajuda” e de “cooperagso téenica” dos paises desenvolvidos no Tereeiro Mundo. # 0 que acontece, por exemplo, as cidades de Africa, nde se véem americanos, alemaes, holandeses, suecos, fr ‘ceses, ingleses, soviéticos @ chineses, embora com residéncia ‘menos provisoria, Hé também o caso da multiplicagao de etnias do mes continente: é 0 caso, na Asia, de grandes centros cosmopol- tas como Cingapura.| Na Africa, a situagio é bem original: ‘Buaqué, na Costa do Marfim, tem sessenta a setenta grupos Ainicos diferentes e Pointe-Noire, no Congo, 137. [A Africa conta com grande quantidade de etnias, mas tom baixa densidade populacional. Assim, a urbanizagio e a necessidade de mao-de-obra provocada pelas conseqiiéncias da modernizagdo repercutem a grandes distAncias| Na cidade hha freqientemente separagao e, as vezes, até oposigdo de etnias, mas dentro de eada grupo existe uma forte solida- iedado: as pequenas comunidades locais acolhem os migran- tes reoém-chegados que sio seus “irmaos” do campo. Muitas vezes ha também especializagao profissional de cada etnia, Acontece também 0 caso de o éxodo se dar sobretudo atraves de uma etnia dominante no pafs ou na regido da cidade, como & 0 caso dos fungdo dos saldrios e 0 iteredmbio se torna mais dificil. A lei da origem, geografica cu étnica, se opie a lei do poder aquisitivo. I | 8) Sex-ratio As migragies modificam 0 sex-ratio das populagses ur- banas, mas em cada pais subdesenvolvido hé particularida- es, Nao se pode generalizar, por exemplo, dizendo que ha sempre mais homens que mulheres no meio urbano,|O que 6 io para a Asia ou Africa pode ndo sé-lo para a América tina, Enquanto na Asia e Africa hd, nas cidades, maior 45 ndmero de homens que de mulheres, o contrario se dé na América Latina, como mostram os exemplos a ‘seguir: Papilio de cidader demande 100.000 abiants ‘sia - Sri Lanka 128 homens para 100 mulheres Birmania 111 homens para 100 mulheres India 121 homens para 100 mulheres Arica Bangui 107 homens para 100 mulheres Conaeri 113 homens para 100 mulheres ‘cra 115 homens para 100 mulheres América Latina México 109 mulheres para 100 homens Indice nacional 101 mulheres para 100 homens AAs estruturas socisis tradicionais sto rigidas nos dois Drimeiras continentes. Os homens migram primeiro para as cidades, em busea de trabalho, e as mulheres 36 o fazem para juntar-se a eles. Na América Latina, isso acontece em mui ‘menor escala, pois existe também uma emigragao de mulhe- res que geralmente se empregam como domésticas (0 sex-ratio nao 6 uniforme numa cidade ou em todas as cidades de um mesmo pais; sua variagfo se dé segundo os bairros, a classe social, 0 tamanho da eidade ou 0 momento histirico, 4J6 vimos que no México existem 109 mulheres para 100 hhomens, no total. Mas, entre os imigrantes, a proporgto & de 121,6 mulheres para ‘100 homens, enquanto que entre os, camponeses ha 102 mulheres para cada 100 homens, Bm Dacar, nos limites urbanes, o sex ratio é equilibrado; no subtirbio, s40 106 homens para 100 mulheres e, om certos bairros, chega mesmo @ 116 homens para 100 mulheres. Isso se deve A escotha desses locais perifércos pelos imigrantes reeentes. 46 i 0 exemplo é idéntien para 0 Camboja, s6 que as va- riagdes da composigdo por sexo e idade é mais ligada a nacic- nalidades que a bairros. Em 1921, periodo de forte imigragéo chinesa em Fhom Penh, havia 8.316 homens para 3.580 mu- Theres; entre a populagdo urbana local o mimero era 8.910 homens para 8.131 mulheres. Nessa mesma época, havia 765 franceses, dos quais 287 homens e 194 mulheres com mais de vinte anos. Estas disparidades tendem a atenuar-se © mesmo a Aesaparecer quando a importancia da imigrapao diminui para total da cidade ou do seu centro, Pointe-Noive (na Repablica Popular do Congo) tinha: "em 1948 57 mulheres para 100 homens em 1954 82 mulheres para 100 homens Na cidade de Dacar, também, a composigo por sexo € ada, com o tamanho das cidades pode haver tarm- bémm uma variagio da proporgao de homens, como mostra 0 exemplo do Paquistao. idades de 10 a 20.000 hab. tam 123 homens para 100 mulheres, idados do 50 1 100.000 hab. tém 142 homens para 100 mulheres, cidades de mais de 100.000 hab. tim 136 homens para 100 mulheres, idades do 2.000. 5.000 hab, tim 102 homens para 100 mulheres, fades de 5.000 10.000 hab, tlm 113 homens para 100 mulheres iades de 10.000 a 20.000 hab. tem 101 homens para 100 mulheres 000 a 60.000 kab. tem 121 homens para 100 mulheres, ‘idades de mais de 50.000 hab, tlm 112 homens para 100 mulheres. Apesar de tudo que jé vimos, ndo podemos fazer desses cexemplos uma regra ge o) Est A-estrutura por idade da populagao urbana mostra tan- to o dinamismo como a atragdo exercida pelas cidades: so ra eter a cidades de jovens, onde a populapéo ativa se sobressail em Abidjd, 68,0% da populacto total tém entre quinze e 59 anos, enquanto que a média para o pais é de apenas 53%; em Dacar este mesmo grupo de idade representa 54% da popula- #40 total contra 62% para o pais; 43% da populaggo tém menos de vinte anos e apenas 4% ultrapassam os sessenta. Entre Dacar ¢ Abidjé hé uma diferenca: esta ultima, cujo desenvolvimento é bem mais recente e mais répido que o de Dacar, tem uma populapao jovem bem maior. O mesmo fendmeno se processa na América Latina: aqui, 2 populagto ¢ jovem, mas o sex-ratio para certas eategorias de idade, é, as vezes, o inverso. 4Jé dissemos que a populagao urbana tinha maior pro- Poryo de mulheres. Entretanto, nas classes jovens de 25 a 47 anos, a situagdo muda: Buenos Aires 120 homens para 100 mulheres Caracas 180 homens para 100 mulheres México 200 homens para 100 mulheres © nivel de desenvolvimento capitalista mais avangade tem a ver com a proferéneia pelas classes de idade mais Jovem, mais preparadas ou mais aptas para as novas tarefas. d) Natalidade ¢ mortalidade Acestrutura etdria da populagdo ¢ os indice de mortali- dade e natalidade so interdependentes, Sabemos, também, ide geral é menor na cidade que no eampo. Cidade Campo 26% 3% rior do Niger 1% 4% Este fato é explicado de duas manciras: a cidade oferece melhores condigdes de higiene e maior numero de servicos ‘médicos ¢ uma piramide de idade onde as pessoas idosas so ‘menos numerosas, 48 (GUINE: TAXA DE MORTALIDADE POR PADKA BTARIA Campo Cidade ‘Menos de 1 ano 284% 179% Lad anos 19% 1% 4014 anes Me ca 4224 anes 15% 8% 2A a 34 ance 15% 9% 34.9 44 anos 19% 8% 44.0 54 anos 25% 13% Pelas razées jd citadas, a diferenga quanto & mortalida- de infantil € muito importante. Note-se, também, que @ natalidade é menor na cidade ‘a0. maior niimero de homens e & presenga de forte 9s. A isso pode-se acrescentar certa le, 0 que 6, no campo, pouco comum. Quanto a fecundidade, suas taxas podem ser muito va- riveis e nao séo forgosamente inferiores is taxas do campo, Assim, no vale do Senegal, as mulheres urbanas de até 24, 25 anos sao mais fecundas que as do campo. A partir dessa fdade comega urbanas de fecundidade, sintomético da limitaeao da natalidade, que encontra suas ceaasas em situagées sociais desfavordveis, na cidade, mais que por motivos voluntérios ou malthusienos. 49 Capitulo 4 DEMOGRAFIA E ECONOMIA URBANA. AS ESTRUTURAS SOCIAIS 4, DEMOGRAPIA E ECONOMIA URBANA As caracteristicas da formacao da populagto urbana (migra- 80s e erescimento natural) que nos ajudaram a entender a estrutura demogréfica pormitem-nos também expliear sua estrutura evondmiea. Desse modo, 6 preciso estudar, succsci- vvamente, a origem dos recursos dos individaos e © chamado “grau de dependéncia” da populagio urbana e, em seguida, a procedéncia dessa mesma populagdo, suas atividades e suas fontes de renda, 4) Assalariados ¢ nao-assalariados Uma grande parte da forga de trabalho urbano é de niio- assalariados,iEm Guadalajara (México) 77,67% da populapio ativa € de assalariados, enquanto 22,3% néo 0 é, Estes mimeros podom ser mais precisos: mais da meta- de dos niio-assalariados ganham menos de 500 pesos por més, enquanto entre os assalariados apenas 44% ganham a mes- ma soma. Quase 20% de ndo-assalariados e 16% dos assala- riados ganham mais de 1.000 pesos por més. Deve-se, por- tanto, enearar com reservas a nogdo de assalariado (ver adin- te “As Estraturas Sociais”) | 0 Nacionalidade e profissdo Na distribuigdo das atividades profissionais existe a mesma heterogeneidade e a mesma complexidade que encon- tramos na composi¢go da populagéo urbana, Certas eatego- ias profissionais podem corresponder & nacionalidade ou A cetnia da populagio urbas Como vimos, esse ‘lizago podem ter razies histérieas; 60 exemplo dos siriolibaneses, indianos ou chineses que trabatham no eoméreio @ nos portos afrieanos asidtiees, atividade para eles tradicional. Mas ha, também, dentro de um mesmo pais, separagio de atividades por moti- vos de casta, como na fr ipo $6 comegou praticamente depois da Segunda Wwel tecnoldgico era jé bem elevado e a expansao lamente. Tudo isso aconteceu numa sociedade que estava na fase de artesanato e fabricagéo nilo-mecaniza- da e com baixo nivel de instrugdo.\A conseqiiéncia é que nas indistrias ha uma estrutura de atividades onde os estrangei- 0s oriundos dos Exemplo do Senegal: Diregio 18 “4 Quadros superiores, engenheiros 18 173 Contramestre 428 316 Empregado especializado 870 242 Operario 5414 6 Aprendiz, 658 = © Senegal é um pais que possui uma escolarizagdo rela- ‘tivamente boa, uma universidade eficiente e onde, também, a industrializagao ¢ relativamente antiga (comepou entre as 51 uas guerras). Quanto ao seu vizinho, a Mauriténia, o exem- plo 6 extremo: 0 pais ¢ pouco escolarizado, a industrializagao muito recente e de alto nivel teenolégieo. O exemplo abaixo refere-se & extragéo mineira, a partir de 1963, Quaadros superiores e contramestres 97% de estrangeiros ‘Emprogados qualificados 1% Operdrios qualiticados ne Bmprogados especializados 31% Operdrioe 3% Fora da industria, alguns servigos tém, também, uma alta poreentagem de estrangeiros, heranga do colonialismo, come 0 comércio, as profissdes liberais e o funcionalismo de modo geral ABIDJA: EMPREGO E NACIONALIDADE Africanos Estrangeiros 3% - 23,966 9% 1% 9% O1% 4% 8% 25% 378% ne Na América Latina, o problema de quadros e técnicas nas indistrias ndo é menos grave; a industrializapdo 6 mais , 0 que permitiu uma formagdo de méo-de-obra indus- ‘XX vieram de paises ja industrializados. Entretant rosas induistrias pertencem a estrangeiros e a técnica, que evolui cada vez mais rapidamente, obriga a recorrer ao es- trangeiro em quantidades notaveis. 52 ) Nacionalidade e renda Da distribuigdo profissional segundo a nacionalidade, decorro uma distribuiguo de renda nos mesmos moldes. subproletariado e o proletariado so compostos por migrantes saidos do campo. Sem uma formagio definida e, muitas vezes, sem trabalho certo no conjunto de populagio urbana, séo 0s menos favorecidos. Muitos néo encontram emprego o moram em favelas 0 oposto é representado pelos imigrantes, na maioria temporérios, que chegam de paises industrializados e com uum alto nivel de qualificagao; estes so 0s mais favorecidos. © saldrio pago a este tipo de imigrante ¢ muito alto. f 0 caso da indiistria siderdrgica da Venezuel Entretanto, num mesmo pais existem diferengas impor- tantes, Em 1959, o saldrio por empregado na indistria ma- nnufatureira privada, na Africa do Sul, era o seguinte: Europeus 883 libres: Africanos 165 libra, ‘Mas hé, também, em certos paises, uma burguesia da terra, formada, por tradiglo, de comerciantes, que se tornam industriais logo que possi Esse e outros fatos complicam o estudo das classes sociais na cidade dos paises subdesenvolvidos: isto serd o objeto de nossas prdximas observagSes. {2.as EstRuTURas socials ) Diferengas de renda na cidade estudo das relagdes renda-nacionalidade, no pardgra- fo precedente, nos fez tomar conseiéncia da existoncia de diversos niveis de renda dentro das cidades dos paises subde- senvolvidos,Bsse é um fato tao conhecido que nem vale a pe- ‘na insistir em sua andlise, A grande maioria da populagao urbana tem o mais baixo vel de vide, enquanto um niimero reduzido de pessoas tem altas rendas, 53 Em muitos paises, as camadas mais baixas correspon- dem, geralmente, & populagao formada de todos os migrantes vindos do campo e sem nenhuma qualificagio para trabalhos na cidade, A maior parte dos pobres nflo recebe salio fixo, vivendo de atividades inseguras, ocasionais, transitérias, mal pagas. Entre eles 0 desemprego, mascarado ou nfo, ¢ uma constante, Ocupando os postos mais importantes e mais bem pagos ‘no comércio e na indistria, assim como nas demais profis- bes e revelando, em relapso A classe precedente, uma enor- me diferenca de salirios, nos paises de urhanizapio recente estdo sobretudo estrangeiros, enquanto nos demais a elite da terra guarda avaramente os lugares mais prestigiosos e mais bem remunerados. Atualmente, no Egito, o saldrio médio do subproletaria- do € vinte e duas vezes menor que o salério dos quadros superiores, e e’te ultimo nove vezes mais allo que o saldrio médio do proletariado. Mas 0 proletariado e o subproletaria- do compsem 9/10 da mao-de-obra. Em Cuseo, no Peru, 1,5% Go total dos ativos constitui as classes alta e média da popu- lagao. No Congo as vendas anuais variam de 1 a 200. Bim toda parte, nos paises subdesenvolvides capitalis- tas, as disparidades de renda entre esses dois nfveis de popu- lagdo sto énormes, ( 8) Diferengus de consumo Essas duas eamadas bem definidas da populagéo tém poderes de compra diferentes. E o consumo varia em qualida- de, quantidade e em freqiéneia. As familias das duas eamadas da populagio consomem, freqtientemente, 08 mesmios bens ¢ servigos, na categoria dos consumos basicos, A diferenga est na quantidade, na qualida- de ena fregiéncia do consumo. Quem consome mais e melhor sfo evidentemente as classes de rendas mais altas, Mas as diferengas om relagdo as camadas inferiores néo séo as mes- ‘as segundo os bens consumidos, sejam produtos ou servig. Veja-se, por exemplo, o caso de Aracaju, no que toca consumo anual de produtos alimentares industrializados (em toneladas) (6): 54 Consumo Consumo da camada ‘slobal social com renda inferior Carne de boi em conserva ——(128,8, 32,3 Bebida engarrafada 149 eer Mantaiga 588.2 1220 Leite condonsado 90,5, 44 Leite em po 26,2 59,8 Suen de fratas 921 65 Banka 2823, 145 | Deve-seserescentar a isso a origem dos predutas eonsu- rides pela populagao: em muitos paises, os de renda mais alta preforem comprar prod ortados, As classes mé- dias existem, mas com tendéneia a viver & maneira das clas- ses mais abastadas, ao menos no que diz respeito a certos ti- os de consumo conspieuo eomd é 0 caso de automéveis, habi- tapdo e viagens, A isso se chamou de “efeito-demonstrasao” ©) Os dois circuitos de produgdo (7) A-essas diferengas de consumo correspondem diferengas da producto, Aos dois niveis de consumo correspondem dois cireuitos de produsao, Assim, existe um setor industrial moderno, ao lado de tum setor tradicional de pequenas industrias, artesanato coméreio; os bens, apesar de pertencerem & mesma categoria, nfo tém a mesma qualidade, nfo se destinam as mesmas classes de consumidores, nem seguem os mesmos cireuitos de. comercializagio. Pode-se comparar, por exemplo, a produgo e o consumo de calgados nos dois eircuitos no Marrozos, em 1963 (6): Ferris 2.500 60065803008 Aresonaio 2500 = — 3300 0 Observando-se o comércio urbano de Marrocos, nota-se que 08 sotores de tecidos, confecpses, calgados, tém 73% de ‘estabelecimentos sem empregados e 26% com um s6 empre- ado. [0 setor tradicional ¢ formado por um mimero muito grande de pequenas unidades de produsao e comerci que oferecem produtos a pregos baixos, mas cuja qui inferior & dos produtos do setor moderno. Entretanto, geralmente eles asseguram a cidade: — A totalidade de empregos criados pelas atividades correspondentes. — Um mereado local importante, que oferece um born rniimero de produtos de consumo intermedidrio as outras ati- vidades. — Relagées bilaterais com as zonas rurais, mul ras sob o plano econémieo. — Enfim, esses investimentos siio sobretudo endégenos. Por outro lado, o circuito moderno é, em realidade, in- corporado a economia mundial, importando tanto produtos de consumo intermediario para as atividades locais como produtos de consumo final. Ele recorre também ao capital estrangeiro, j4 que os investimentos, em geral importantes, \ dificilmente sa0 divisive licado- (d) 0 papel da populagdo urbana sobre o setor produtivo Os pafses subdesenvolvides estdo acostumados a um @xodo rural importante; as camadas da populardo de baixa renda se renovam de forma abundante, enquanto somente uma parte passa para o setor moderno, rAdmitiu-se que essa renovagio permanente de setores de populagdo ligados & produgio pré-industrial corre o risco de frear e de retardar o desenvolvimento do circuito moderno, ‘Mas, na medida em que evita a modernizagio total, assegura 1 absorpéo das carmadas neo-urbanas, chegadas recentemen- te do campo. Sob outro plano,\a populagao urbana tem efeitos econd- ‘micos cumulativos, pela elasticidade de sua demanda: devido as possibilidades de compra a erédito, as camadas de popula- sao de baixa renda chegam a consumir muito mais do que 56 deveriam permitir seus soldrios.[Esse consumo 6 também maior que o das popalagées ndo-urbanas do mesmo nivel, por causa da identidade entre lugar de produpio e lugar do con- sume, ‘Em conseaiiénca, gragas ao baixo prego de custo do nivel do produtor, também & maior acessibilidade (tempo, crédi- to, ete) o ndmero de consumidores tende a aumentar, Por outro lade, as classes media e alta da populagio tim tendéneia a consumir cada vez mais servgas pessoas. Bsses rio sio caros peo fato de que a degradagao do trabalho e seu mercado € sensivel. Alguns autores, porém, admitem que, dessa forma, as clases reas e médias dstribuem sua renda. ‘Assim, oestudo da populapto urbana nos fez chegar ao estado da economia urbana, Vimos de que forma a estrutura da populagao esta ligada & da economia urbana. TEntretanto, 6 difel, em muitas cases, estabelecer com precisdo se a populagdo é que cria a atividade ou se esta 6 aque permite subsistire se desenvolver uma tal estrutura da vopslagso,, O esludo do dinamismo do crescimento urbana deverd permitirnos colocar 0 problema de foram mais nitida, sem Guo, entretanto, pretendamos resolvé-lo defi 37 Capitulo 5 AS PROFISSOES E 0 EMPREGO NAS CIDADES estudo da distribuipdo sécio-profissional da populagao ur- bana nos pafses subdesenvolvidos choca-se com varios obs- téculos; alguns so ocasionais, outros derivam de problemas de base. \@) Problemas materiais AAs estatisticas so imprecisas, scbretndo para perfodos anteriores a 1950, mas o maior problema é a falta de homo- geneidade das mesmas; os documentos sfo raros e pouco si teméticos. [Um exemplo disso ¢ a disparidade di trativos das cidades cujo territsrio pode - ‘#80 rural ou no, que vive no campo, tomnando perigosas as comparagées entre cidades diferentes e necessério um estudo de campo. Os limites podem também variar no tempo, impe- dindo, assim, todo um estndo evolutivo. Outro exemplo: as estatisticas sécio-profissionais levam em conta as profissdes reconhecidas ou declaradas; na freqilente que uma pessoa se declare motorista ap porque tem uma carteira que Ihe da permissio de dirigir |6) Probtemas de base A dléssica divisso em setores primério, seeundério o terciério 'oF pesquisaderes oeidentais com baso nas 58 sociedades industriais, Esta classificagio nao leva absoluta- mente em considerapao as sociedades subdesenvolvidas em geral e seus segmentos urbanas em particular. | Assim, algumas categorias profissionais talvez pudes- , sem ou devessem ser classficadas numa outra categoria que no a atual; € 0 caso do artesto de Souk (Marroeos) que ven- de sua prépria produgdo: faz ele parte do setor secundéirio ou do tercidrio? Por outro Indo, em eada setor, ao lado de uma familia de indistrias ou servigos de tipo moderno, compardveis, com algumas reservas, & dos paises industriais, existe uma cate- ria mais “arcaica”, que, todavia, pode ter formagdio recent Por isso mesmo, nao esté de acordo comvos eritérios dl cos. Uma estrutura dual impéo-se a estratura funcional: no Peru “a colocagdo, na mesma categoria, do pastor de Puna, do peseador de anchovas e do mineiro de Torquepala nfo tem 0 rubrica 0 pequeno comereiante e o vendedor de uma grande Joja, © motorista de énibus e o arvieiro que guia uma tropa de ‘mulas ou de lamas" \Bstas explicagies metodolégicas p 4 problematiea do assunto; e trés direpdes de pesa impéem: ©) énecessério separar as caracteristicas especifieas desea estrutara s6cio-profissional das dos paises industriais da zona temporada, 4) sera que existe uma integragén ou uma ruptura de equilibrio, visto que as estruturas do tipo ocidental séo justa- postas ou sobrepastas as estraturas tradicionais? c) uma tltima nopfo tirada dos paises industriais pelos sécio-economistas é a relativa a funglo urbana; ser4 que este conceito € aplicavel As cidades dos paises subdesenvolvidos? hhaverd af uma espeviaizagdo func Se, porém, um estudo especulative néo chega a uma andlise pratica dos meeanismos de erescimento da populagéo, compardveis aos do erescimento do niimero de empregos, nao tom nenhum sentido. (Antes de dar detathes sobre cada uma das categorias, & necessério lembrar a originalidade, no momento bem conhe- cida, da distribuigao da popelapio entre os diferentes ramos 58 de atividades.|Pelo quadro da pagina 61, podemos comparar algumas estatisticas. [ — 0 setor terciério é predominante e, muitas vezes, | bastante consideravel (2 a 20%); — 0 setor secundério é inferior a 50% e muitas vezes a 40%, excepto feita a casos como Abadi, exemplo pico de uma cidade nova com forte teor industrial; —0 setor tertidrio € freqilentemente proximo dos 50%, ‘exceto nas cidades onde hé predominancia do setor primério, Entretanto, no momento, observemos a distribuigio — tratada com precistio — da populagéo de quatro cidades do ex-Congo Belga (Zaire): as diferengas so bem nitidas. Apé nas a antiga Leopoldville (Kinshasa) € compardvel & médi das grandes cidades que aparecem na estatistica da tabel cada uma das ontras trés cidades tem um setor de atividade predominante, revelando certa especializagdo funcional. Apesar de existir um grande nimero de cidades de cate- goria média que tém uma fungao predominante, nao traba- Tharemos aqui com esta categoria, mas tomaremos com mo- delo cidades com distribaipao tipica de atividades sécio-pro- fissionais seonepuogy | orSnnsrupy 12,5 % | 22.5% erouucoy, oupiouey, mapper opingsuog 2. AS ATIVIDADES DO SETOR PRIMARIO [As porcentagens de populagio do setor primério so as vezes } ont levadas. Nos paises industrializados, tal setor 6 representa- do por menos de 1%, enquanto nas cidades do mundo tropical tal indice vai de 2 a 20%, aparecendo mesmo casos aberran- tes como o de Jacarta, na Indonésia, que chega a 69%, No ‘momento atual, entrctanto, estas taxas tendem a baixar em todo o mundo, ‘Vemos tentar explicar essas taxas extremas, assim como a existencia de uma média elevada. Em Valencia, como em Jacaria, os limites territoriais englobam uma parte da populagao rural; no segundo caso, ‘uma zona agriesla densamente povoada (centro de Java), Mais tarde, estudaromos as ligapses da cidade com sua regio, | Mas nem sempre é fécil isolar o fonémeno urbano. No caso das antigas aglomerapies, a cidade é bem separada do cam- | Po, as ‘vezes até por muros: centro da Asia, China ete, Em 39% % 32% % 48% % ouppunaag 26% |16% (1) 65% 38 % 36% 33% % % % % % | expunge 28 % “4 5 32% i 53% 3 4 8 4 20 DISTRIBUIGAO SOCIO-PROFISSIONAL DA POPULACAO ATIVA EM ALGUMAS CIDADES TROPICAIS Grande Santiago (1952) Grande Caracas (1950) Bogota Grande Jacarta (1961) Abads (1956) ‘cra Cusco (estimativa) Manila (1956) Bangoe (1960) Grande Dacar Valéneia (1960) Medellin & (1) Inclui também pequenos comerciantes. 60 ‘varias cidades afticanas, entretanto, hd uma interpenetrapéo dos meios urbano e rural; é o easo de Pointe-Neire, Brazza- ville, ¢ até mesmo Dacar. Dessa forma, a alta porcentagem de populagao priméria pode refletir fielmente a fisionomia da cidade. Pode tratar-se de cidades minerais nas quais as taxas fregientemente ul- ‘trapassam 50% (na Bolivia, no Peru, em Shaba) ou de eidades habitadas por um certo mimero de agricultores (ou pescade- res) & compardveis as célebres “cidades de cultivadores” do sul da Italia ou da planicie da Hungria, como em Jacarta. Mas, pode-se falar em fato urbano propriamente dito? Preferimos nos referir a campos de trabalho ou a grandes vilas. Apenas as cidades com uma taxa moderada do setor primério podem nos interessar. Em Trujillo (100.000 hab,, norte do Peru) entre 30 ¢ 40% dos habitantes vivem nas grandes barriadas (favelas) dos arredores da cidade (11); 85% destes favelados tém uma atividade agricola, realizada nos arredores, Em Pointe-Noire (64.000 hab.) (12) a proporgio do setor primério nao é devida ao afluxo dos migrantes aumentando 0 mimero do tereidrio, mas é proveniente da absorgio de uma populagdo agricola muito arraignda a seu modo de vida, e in- clufda nos limites urbanos pela extensio territorial da cidade. Na regido urbana de Dacar (13), ou seja, na peninsula © setor primério representa 15%; so, de uma parte, agricultores eomprimidos num espago minimo em vir. rento da cidade e que se tornaram hortelaos e, de outro lado, pescadores. ARGENTINA: DISTRIBUICAO DA POPULACAO ENTIRE 0S DIFERENTES SETORES (14) Primévio Secundério ‘Tereiario Grando Buenos Aires 2h 45% 53% ++ do 100.000 habitantes 1% 32% 81% 50.000 a 100,000 habitantes 16 ¢ 21% 51% 20.000. 50.000 habitantes 39% 21% 40% 2.000 a 20.000 habitantes 52. 18% 30% ~ de 2.000 habitantes 64% B® 28% 2 | A existéncia de uma forte poreentagem de populagio’) primdria é devida ou a uma persisténcia de antigas ida- des ou a integrapdo da atividade priméria no cireuito da ‘economia urbana, Chamamos”a atengdo para esse fato, pois ole ird aparecer constantemente, no decorrer deste trabalho. No primeiro easo, a diminuigéo da populagdo priméria ‘segue passo a passo a modernizacéo da industria e o desen- volvimento tercidrio; quanto maior é a cidade, menor 6 a Porcentagem de populaedo primdria, como na Argentina. No segundo caso, dase a integragio e conseqtientemente uma certa estabilidade. 2. 0 SECUNDARIO E 0 TERCIARIO “PRIMITIVOS" (15): “SETORES DE REFOGIO" OU CELULAS DE BASE DA VIDA ECONOMICA? 4) Pequenas empresas (1. Se, de um lado, 6 fécil deserever in situ esta fragao da smente. Assim, o artesanato e 0 pe- vvezes considerados uma mesma ali vidade, sao freqientemente separades, ficando um no setor secunddrio e outro no tercidro. | | Sio profissdes que se caracterizam n&o sé por uma eon- contrasdo geogrdfica bastante freqiente (ferreiros,carpintei- 10s ete, nfo raro cada setor ocupando uma rua) como por um esfacelamento econémico extremo; na Costa Riea, por exem- plo, 85% dos estabelecimentos industriais urbanos tinham ‘menos de cineo operarios (16). Esta divisio do setor ¢ conse- «qdéneia, por um lado, de uma extrema especializagio de ta- refas, principalmente na Asia, onde a tradipéo turbano é muito antiga e, por outro, do poueo disper o artesdo ou o comersiante para se estal ppoquena cidade de Tumodi (Costa do Marfim), no artesanaio téxtil, cada um dos trinta e cinco alfaiates tem apenas um maquina de costura. Nos setores artesanais mais antigos e mais desenvolvidos, eomo a industria de eabre no Marrocos, 80% das unidades so empresas do tipo familiar (17). Apesar deseas caracteristicas economicamente desfavo- véveis, muitas dessas empresas se mantém © mesmo, em 63 certos casos, se desenvolvem. E 0 que acontece nas aglome- rages rurais, em via de transformagdo em centros urbanos. Por que, entio, 0 dinamismo de um setor que muitos consideram atrasado? & esse problema central que nos empe: nharemos em analisar. Entretanto, antes de lhe buscarmos as causas, é importante descrever o fendmeno e tentar distin- ‘guir uma tipologia das profissdes. 6) Os independentes ou autinomos Em Kinshasa (Zaire) em 1954 havia cerca de 50% de trabalhadores independentes no setor alimenticio, 16% no de confec¢éo e fabricagdo de caleados, 7% nos transportes, 7% na construgio civil, 5% nos divertimentos e 3,6% nas indis- trias de artigos de luxo (18). Uma distribuigdo como essa é bastante freqiiente e traduz a realidade. Em primeiro lugar, pela abundancia de pequenos restaurantes de ‘camelés” (obretudo no sudeste asiitico!, bem como de quitandas ¢ vendedores de frutas e legumes; segundo, por grande quanti- dade de barracas de pequenos alfaiates; terceiro, pela presen- $2, mais ou menos em toda a parte, de transportes puxados por homens, barqueiros em lagcas na Afriea (Abid), moto- ristas de tdxi e mecéinicos; om ultimo luger, pela importancia dos trabalhadores de construsao (marceneiros, pedreiros) que formam contingente mais elevado que no caso de Kinshasa Enfim, os profissionais do lazer e da produgao de lux0, que atendem a uma clientele rica, so proporcionalmente ais numerosos nas grandes do que nas pequenas cidades. ‘A estes trabalhadores independentes somam-se, nas estatistieas, os domésticos, cuja proporpo varia enarmemen- te, segundo a importaneia da classe rica e média e sebretudo da classe européia rica ou abastada nas sociedades coloniais ¢ exccoloniais, Na América Latina (19) so 20 a 25% dos cfetivos do tercidrio; em Lubumbashi (antiga Elisabethville, em 1950, 25% da pooulagao total do pat {Uma multiplicidade de empregos yu menos tempo- rérios € que chegam quase sempre aos limites da mendici- dade escapam a qualquer classificagdo; é 0 caso dos engra xates, catadores de lixo ete. | A partir da enumerapao acima, constatamos que, entre 64 essas atividades, umas atendem as necessidades de uma minoria afortunada, outras 4 massa da populagio. Segundo ‘um outro tipo de classificarao, alguns associam fungao de produgo mais fangdo de servigos (artesfos, barraqueiros, sonstrupSo, pequenas ofcinas mecinicas), enquanto outros no 0 fazem, Em fangio desses critérios é que se pode tentar determi- nar se tais atividades sto do tipo “parasita’, como se diz sempre, ou se esto integradas no eircuito eeonémico, de modo 1 desompenhar um papel “funcional”. ©) Domésticas e clientes ‘Trata-se de uma das maneiras das mais primitivas e, socialmente, das mais eonservadores, de redistribui produto nacional. Nos paises subdesenvolvides mai dos, 0s seus ganhos séo geralmente baixos, Nas sotiedades urbanas menos desenvolvidas, em particular na Asia, domés- ticas ou “clientes”, prestando pequenos servigos ao senhor, ‘io pagos em espécie, & maneira do campo. Deduz-se disso Aue 0 efsito de methora eondmicanesse tipo de aividades & nto, Por outro lado, os trabalhadores independentes, produ- zindo para as necessidades da aristocracia, recebem remune- ago em dinheiro, o que os coloea no mesmo caso dos outros artostos. @) As ‘profissdes menores’, artesanatos ou comércios | Sua multiplicagdo dé ume impressio de abundancia parasita, Uma andlise mais aprofundada prova que para isso do tém nenhum valor. Com efeito, elas fazem um papel de “setor refiigio” (21) ou melhor, “setor de acolhida” para a onda de eamponeses, vitimas do éxodo rural. Sao as seguin- tes suas “vantagens” — de inicio, nao exigem grande qualificagio profissio- nalj. a maior parte dos novos imigrantes 6 formada de analfa- betns, que s6 conhecem o trabalho da terra; — néo necessitam de um capital primitivo considerdvel, sobretudo os que exercem profissées ambulantes; 65 = eonseqiientemente, a elasticidade do setor € muito grande e marcada pela rapider pela qual os migrantes podem . encontrar trabalho: em Santiago, 80% dos migrantes encon- ‘tram trabalho em menos de um més; — a segunda conseqtiéncia é que, como ha imobilizagao minima de capital, esse setor oferece uma quantidade méxi- ‘ma de empregos, liberando, assim, somas utilizaveis em ou- tros setores. Na Argentina, por exemplo, entre 1945 e 1954 0 capital disponivel aumentava em 90%, enguanto o capital investido nos “servigos® continuava estaciondrio; —Jenfim, do mesmo modo que se adaptam a situagao geral de emprego e de capital, clas atondem as necessidades de consumo; apenas nos armazéns e quitandas pode-se com- prar a crédito, 0 que ndo acontece na loja moderna, onde 0 cliente é um desconhecido.\ — mas, decorrente mesmo do fato de as “profissées ‘menores” quase nao precisarem de investimentos, elas tém ‘pequena produtividade; iss0 impede a acumulagao e, portan- ‘to, num sistema de economia liberal, toda evolugo para am tipo modemo de coméreio ou de indiistria, Bssas profissées se ‘mantém, sem problemas, mas sem progresso, 0 que pode ser interpretado como sobrevivéncia num conjunto ecanémico jé areaieo; elas esto ameagadas diretamente pela corrente ge- ral de modernizago e néo se pode confiar na sua eapacidade de absorsio, por muito tempo, da massa de migrantes; faze. lo seria cometer um erro que traria conseqéncias graves, e) As “indiistrias servigos” e a construgdo Constata-se, porém, que certos subsetores comportam empresas de maior dimenséio, gragas ao seu creseimento mais ‘em estreita ligagao com 0 processo de urbanizagto e trializagdo tendem a libertar-se desse “equilibrio da pemtiria” (Referindo-nos & construgao, dissemos tratar-se de alivi- dade de equipamento cuja vitalidade 6, a0 mesmo tempo, e fator do creseimento da economia (segundo um velho ‘europeu “quando a construpdo vai bem, tudo vai bem’) J. Denis constatava que 0 desemprego na Africa central, em Mbandaka (Zaire), era muito baixo em plena fase 66 de constrago, enquanto que néo muito lenge, em Bangui, com todas as caracteristicas de completa estagnagto, era forte 0 desemprego. Segundo Samir Amin (22), na Costa do Marfim, entre 1959 e 1965, as importantes empresas de construgo tiveram seu volume de negécios aerescidos numa proporgéo de 1 23,5, enquanto nas empresas artesanais era maltiplieado or 5,5, conquanto para um valor adicionado proporcio- nalmente bem menor. 0 erescimento de pequenas empresas € ineontestavelmente o sinal de que a construgdo teve papel eriador quanto aos empregos e, ao mesmo tempo, contribui para.a acumulasio do capital Wuanto as indvstrias-servigos, como as oficinas de con- serto de veiculos, séo suscetiveis de transformar-se em ofici ‘nas metaltrgicas, servindo a uma gama de clientes cada vez maior, chegando até a alimentar as inddstrias modernas com dificuldades de aprovisionamento de pecas sobressalentes. ‘Mas, nesse caso, como no das pequenas profissées, num dado momento a produgéo chega a um estégio que nao pode ser ultrapassado por causa, geralmente, dos créditos baneé- ‘os ou da integragio num cireuito comercial Todavia, a partir do momento em que se realiza essa intégragdo (0 caso dos chapéus “panama” fabricados no Equador e vendidos nos Estados Unidos ou os plisticos de Hong Kong), 0 pequeno estabelecimento pode erescer, mas escapando a estreiteza do mercado local, expde-se aos riscos das flntuagées internacio- nais, ficando mais ou menos desprovido de meios de defesa, | J4 nos interrogamos sobre as causas da persisténcia ¢ também do crescimento dos setores chamados “primitivos” Cprimitivo” no significa “de eringlo antiga”). A resposta 6 complexa: — No conjunto, esses setores se mantém num eontexto xgeral de equilibrio da pemtiria; eles dao re ao problema do capital e da mao-de-obra, de porcentagem desta, para pequena porcentagem daquele. —Acconservagdo do modo de vida e dos costumes tradi- cionais contribui para alimentar sua demanda; ¢ o exemplo dos paises mugulman — Enfim, 0 proprio creseimento das cidades e o progres-| 80 das trocas permitem o desenvolvimento de atividades mai adaptadas as inovesses, | 6

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