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UMA GEME ALOGIA DoS A Save IS a nave”, Xe De PEDANTES, PEDAGOGOS E SaLAs DE AULA SEL , |[mty) CAKYUSU cto, Pe ee Doss, ) riran, SP Hovknmea, 2003. / Quando recebemos convite para escrever este livro, comecamos a tevisar tratados de pedagogia de outras épocas ¢ observamnos que na maioria deles definiam-se a pedagogia, seus tipos ou divisoes, as ciéncias auxiliates e as areas de aplicacéo. Quase todos consideravam a pedagogia como um saber que ca- bia integralmente neste esquema: para alguns, tenderia mais para uma ciéncia, e para outros, tenderia mais para uma arte. No entanto, etn todos os casos, constituia um corpo de conbeci- ‘nentos definidos, que bastava especificat e transmitir aos futu- 10s professores para que estes os pusessem em pritica Uma obra de Bernard Shaw, Pigmalido, express exata- ‘mente esta vistoda pedagogia. Em Pig humilde florista de rua, tem um encontro fortuito com dois atis- tocratas ingleses, Pickering e Higgins. Estes estudiosos da lin- gistica decidem fazer uma experiencia: reeducar a lorista para que fale-e se comporte como uma dama da sociedade. A idéia é “formnet as pessoas por. completo, até apagat Os VESTgiON de Sta ‘figem social. cultural.-Instalam Liza em stia cast Mii Ihe aulas didtias — tedricas e préticas, Os linguistas triunfam: Liza transforma-se em uma dama, casa-se comum jovern de boa familia (embora sem posses) e mantém um relacionamento pla- tonico com seu mentor, Higgins. Final feliz para a pedagogia Liza ama seus professores e estes a amam, por ter-se transfor. nado exatamente no que desejavam. ‘Vejamos outro exemplo literétio, Trata-se do conto in- famtil de Emma Wolf “Escola de Monstros". A autora narra a ‘A Lwvencao on Sate De Auta vida em uma escola onde Frankenstein ¢ Dracula, entre outros alunos, aprendem a comporiar-se como monstros. Emi certa oca- sido, um deles, querendo cumprir uma ordem ao pé da letra, destr6i as paredes da escola. Transformou-se em monstzo. Final feliz para a pedagogia? Voo® dird Com umm pouco de desconifianca, pode-se também per- guntarse nfo hé algo de monstruoso na Liza de Bernard Shaw, se ela também nfo aprenden a ser um monstro, colocando-se no Ingar que seu professor determinou e camprindo suas ardens 20 pé da letra, Espantamo-nos dante da mencao da,clonagem da ‘Jha Dolly, mas ndo nas assusta da Wiesma maneira essa ideia da «-pédagogia que quer replcar individu6s, mioldé-los e formé-los ~ medida que pretende doniinlos & caitiéeé-1os por com Certamente, a vontade de té-los sob controle-sté asso- ciada ao temor provocedo pela ffefitar um grupo de criaficas, cada uma com sua propria histé- ria, com desejos diferentes em uma sala de aula? Seremos cépazes de transmitirIhes alguma coisa, de conseguir que aprenclam al- ‘gua coisa? E se falharmos? E se utilizarem nossos ensinamen:, tos de maneita diversa daquela que pretendiamos? E se nem sequer nos escutarem? Esses temores so reais ¢ concretos, en tretanto, a intencZo de controls-los completamente néo contri- bbui senao para aumenté-los, porque diante de nosso fracasso — apesar de tudo, a vida sempre é mais complexa do que qualquer mecanismo de controle — agigantam-se ainda mais, Este limo pretende servir de apoio para que nos livre- mosdomedo de ensinare tanbem de aprender, dé ef, €€cohe= ceroutos mundos, Eprovavel qui ia pate de53 tees nos dcompanbe sempre, como a todo set humano; entretanto, oxalé a questo do controle e do medo de perdé-lo deixe de ser um dos 16 “quatro séculos, ou mesmo dois, ndo se falava nesses termos, rnoousho. bios mais importantes da interagao professor-aluno. Se a pedl gogia é um saber que ajuda os docentes a serem “bons” professo res, conveniente comecar por estabelecer como se define um “bom professor”, quem o define, como trabalha, antes de pensar- ‘mos em regras, divisdes e formas de transtnitir esse saber. Paraniés, ndo ha melhor maneira de abordar estas ques- t6es sendo através de uma visio histérica, Partimos do principio tuicoes queatiarain € pensarany em olitros contextos— alguns rsemelhianies a5 1105505, outros diferentes. inclusi- levar enr-comtararpsicolojgia infantil e as categorias e conceitos itilizados para falar sobre a.aprendiza- gem da crianca, que parece “natural” e “necesséria”, ¢ no enlanto un produto histérico: como sera visto nos capitulos a seguir, ba Percorrendo a historia da sala de aula e das formas de ensinar, procuramos esclarecer o fato de que muitas téenicas € palavras que utilizamos para nos referir ao que acontece na _ sala de aula vem_umn pasado, surgiram em situagdes concretas como respostas a desaflos ou problema’ espectficas, eque prot “vavelmente, quando a5 utlizamos Hoje em dia, ainda trazem parte desses significados, Compreender de onde surgem, de “aiuais estralégias e problemas fazem parte, como foram ou sio adas, e que efeitos causaram pode ajudar-nos a aliviar essa carga ¢ a assumir nossa tarefa como uma reinvencao propria das tradices que tecebemos. Embora nao voltemos a inventar a pélvora, também néo seremas clones de outros nem clona- temos nossos alunos. Pois, em ultima instancia, transmitir € APs A InVENGAO DA SALA OF AULA também abrir espaco para que o outro utilize de maneira dife- rente nosso saber e nosso desejo.de educd-lo,— para.quie-seja outro, € Nido ¢ individuo.-Como disse um psicanalista, que € fascinante “na propria aventura da transmissio € preci- samente o fato de sermos diferentes daqueles que nos precede- Tam, € que provavelmente nossos descendentes seguirio um caminho bastante diferente do nosso. (...) E, no entanto, (...) € nessa série de diferencas, que inscreversos aquilo que trans- mitiremos" (Hassoun, 1996, p. 17) 25~Gostariamos que este livro ajudasse a entender de vem o hébito dos alunos de Jevantat a iAo, formar fila ou. zat cademos, para poder avaliar se isto ¢ realmente o que quel mos lhesensinar,e assurnirmos essa deciso essa respons “apretider Ow deixar de apiender determinado contetido, mas tani in. de Sua TeAGO CoMmmautoridade;-com-o-seber-letradoxem—~ ‘getale comas demas, Alguns professgtes, temerosos desta res- ponsabilidade, acreditam que 9. melhor seja renunciat a trans- mitir alfoatisez atte Gleixar 380), ho intervit, como se co*n FSE to poder inerente, a_posicéo decente” Coftio argumentaremos adiante (Caruso e Dussel, 1996, Gp3)""o poder continua sendo, sem davida, constitutivo da relacaq professor-aluno; tira cultura da forma mais cor pacos de liberdade de que fala o psi ccurar seit do modelo de clonagem e py Tiossas vidas e nas vidas de outras pessoas. 18 Ietnooucio remos pela palavra que nos convoca, a vot ¢a 16s, aos encontrarmos nest lito. A palavra pedagogiateve sign’- fleados muito diferentes através dos tempos. Levando-se em con- sideracdo apenas os significados produzidos desde 1500 até os nioss0s dias, ou seja, na idade modema — cujas caracteri lisaremos no primeio c definigbes diferenciavam of eda que cria a crianga” 46 pedante)—"‘mestre entendido como 0 “aio ie ensina as criat $8 Covatribias Otozto-F6TI). Desse Modo, o pedagogo ew como um educador no sentido mais anipig do temas BigS Ga SomMeRLE UA PHOTEROT Ae Bitcargofngées que hoje ha A palavra pedagogia compartilha sua riz — ped: pe” aquele que anda a pé— coma palavra pedai que Eaquele que “SE di sabio”, aqiicle que jiietende-ser eradito. Isto revela prin- cipalmente o pouco prestigio que as pessoas letradas tinham na epoca, Esta ambigaidade fica bem “umm bom professor galés, um bom estudioso, porém muito pe- Gagogico (extratdo do Oxford English Dictionary de 1888). Ser “pedagogico” nio era, entdo, sindnimo de uma qualidade positi- va, € sim 0 contratio, © Diccionario de Autridades AK 17317 ylefne pedagogo como “qualquer umm que ande sempre.com out 0 leva amide “ ‘desejar ou The diz o que deve fazer", Neste caso, aparecema taiitd 3 sigifictto de "2" como 6 de conduair ou guiar como ago pré- pra, Entretanto, ja en{ 1788, 6 significado que conhecemos hoje aparece com mais intehsidade, A pedagogla aproxima-se daquilo 1. IMT Uno defini enton do pueua posers, hoje on desu, signin ‘neste que _ensino ramdtia ds conjes eo de cosa em so oes ‘A InVENGAO DA SALA De AULA que. denominamos “mmestre” ¢ deixa de ser a agi. de guia geral__, (Terreros e Pando, 1788, p.73). Surge no Sécul€19 aidefinicao de pedagogia como “a arte e a ciéncia de ensinar.e educar as crian- ger ear teser er UE HE NOs pace natura, €, 1a 1a ‘parece natural, € nia realitlade, : ‘uma invengio recente, dos tltimos séctilos (Rizzi Salvatori, 1996) 4 Tralisemosmias detalnadamtentee definicto moderna y<” de pedegogia. A pedagogia é uma ciéncia e utna arte; esté asso “)_ aligas "Nese caso, podése acrescenter que algurtias VeEsOeSCon- §} temporineas sistentam que a pedagogia nfo se ocupa unicmente SY das cratigas, Tas. que hi-também-uma-pedagogia-dos-adoles-~ yg cenies e uma pedagogia dos’adultos, Para analisar os compo- C@ ngttesdesordetinigao, & qual volteitos diversas vezes no de- £5 correr do liv, comegaremos pelo timo ponte: mig OF be peo : Qyve acordlo com o pedagogo Mariano Narodowsl, « ©” pedagogia moderna nasce com conceito de que a crianca deve Sse Lac Se doranice MMUINO Tempo 3S rian Gas corriai pelo po- ~ ‘voado, aprendiam espontaneamente ese vinculavam.a muitos adul- tos, em determimado momento (que o historiador Philippe Aries bilidade” poss Constante de ciidadés cont a erlang, e sux vigilanicia intensiva, permite a formagio ea estruturacao de um./ saber que justifica as razées para essas aces, suas finalidades € seus métodos: a pedagogia. Surge a disciplina universitaria, € Sur ‘Ge OF catediaticos, que afirmam que a ciéncia orienta aqueles > 20 ‘que ensinam. Analisemos também as consequéncias de “pedagogi- . adultos: ndo se trata apenas de pensar \3 _neles como _ pas ambtide subraele Tose ou tipo de vigilacia, com a idéia de que.dever ser cuidados com “maior esmero ¢ essiduidade. A modernidade talvez seja a época Gilt Gide diversas setoies da Sociedade vao-se “pedagogizando”: € preciso cuidar dessas pessoas, dizer-lhes o que dever fazer, colo- ciclas em instituigoes eduucativas, se possivel — lembre-se de que até hoje se diz que € melhor a crianga estar na escola do que brin- cando na rua—e dar-lhesregrasmais precisas(Narodowske, 1995). (22 pedagogta encamege-se do ‘énsiva’.e do ecicat.— Pode-se dizer que nao se ocupa someénte das “situacdes deensino” f — cotno, por exemplo, o ensino da esirutura e das fungdes do aparelho digestivo —, mas também da educacto, que é muito mais abrangente, As criangas sto educadas desde seu primeiro dia de vida: tenta-se, por imposieio, que obedecam a um ritmo, que dur- mam a noite, que cottam com certa periodicidade. Logo vem as ‘proibigdes diante de situagdes perigosas, vird o controle das “neces- sidades”, dévem também se acostumar @ comer outros alimentos *em determinadas horas do dia. A “educago” inclui preceitos com relacioaos palavrdes, a sexualidade, a ideologia, amancira de viver, compreensio e & critica aos meios de comunicag%o, entre muitas couutras coisas. Diz-se, inclusive, que a educacto nfo termina nunca, _-lma Yez, que. uta pessoa jamais estaré completamente educada. Desse modo, ainda que a pedagogia esteja diretamente relacioniada ‘coma escola, parece que também a excede, e muito, CG. Pex wtimo, dz que a pedagogle.¢ tonto uma ‘como uma “arte”, Por um lado, pretende esse presti- eee er L cagerine + ahr 1 “ 24a ‘A Iwvencgho 4 Sata oe AULA gioso rotulo de “cienuifica”, uma forma de conhecimento que pode ser comprovada, com regras, metodos de avaliacko € pa dides compantilhados. Sabemos que em nossas sociedades os 3” constituem uma profissao de grande prestigio, ainda que nem sempre recebam retribuigdes de acordo com esse pres- igio e muitos ndo entendam o contetido do trabalho cientifico. Portanto, a pedagogia quer ser tratada como ciéncia. Por outro lado, porém, a pedagogia-é-uma-atte, Vejamos: um professor pode ser muitoversado em diversas disciplinas, conhecer’o con- i A tettdo a ensinar, conbecer as diversas dificuldades de aptendiza- 8 gem, dispor de uma longa lista de métodos de ensino e de bons [ azamencs de diagndstico e de avaliagio, Entretanto, a ma- ‘1 } neira, o momento e a forma como utiliza seus conbiec \ _e3sa8 decigSes da pratica de ensine — S80 por si mes jermos por arte uma estrutu imo, a propria pedagogia ¢ ), informal — uma arte, um uso. Isto é, parece ierse tomado importante, perpétia, uma vez que acompaftia a vida inteita do individuo, e polimorfa, com muitas formas, uma vez que pode se encontrar em estado mais ou menos puro, como ocorte na escola, até ser mais difusa e implicita, como no caso dos meios de comunicacao. ~ 22 — como wm saber mais ~ iuitas formas e temas. Haveria inttmeras possibilida des, cada wma com sua énfase, suas virtudes e defeitos. Pode- tiamos realizar um estudo sistematico, um histérico, mai Jo na aprendizagem ou no ideal docente, entre muitas outras possibilidades. Os temas seriam intimeros € todos jun- tos formariam uma enciclopédia de varios volumes. Néo se pode ignorar, no entanto, que, de t tes.possiveis da pedag Gay bist6ria dos ultimos séculos, esta combinacZo"aiencia e-aTT” concentrou-se cata vez mais nos aspectas do ensino, na - atividade pedagogica dentro da escola (Benner, 1998). Alem isso, a pedagogia escolar provavelmente influiu para que muitas ve: “esaelevisio, alam bes, apesar de sua forga pro pria, se assemelhassem mais as escolas, Pensemos nos progra- mas infantis, que se preocupam muito com o entendimento das criangas, a tal ponto que As vezes as subestimam. Pensemos na ie que auilia nas tarefas de casa, oUt na educagao emt uma empresa, que se torna cada vez mnais escolar, uma vez que oferece cursos rapidos e jé nao se aprende sotnente com a experiéncia. Perisemos tos brinquedos “didaticos’ — por exemplo, nas pe- quenias carteiras escolares para criancas em idade pré-escolar, que vio educando e socializando na maneira de sentar-se, de postat-se pata esctever e olhar para a frente. Hoje em dia, ¢ impossivel pensar uma pedagogia ser aescola, Entreiaiito; dhitanté rites séciilos esse era exatamente (© caso, ¢ as pedagogias eram reflexos de como um pedagogo tinha que educar os principes e asctiangas de determinadas clas- ses privilegiadas, e nessas fungGes se confundiam 0 cuidado, 0 2374 A Inveicho on Sata DE AULA ensino, os medos e a vestimenta, Atualmente, as pedagogias es to concentradas, ¢ com razAo, na escola. parte Reece Eta 7 pedagogia ajudou a estruturar, a dar forma e.corpo as escolas Zomo as conhecemos. Formulod programas, idéias, eS Que Toran adapiados em maior ou menor gra, S rm nella PIOre fa, queremos expor a pecaoperenr ado eit ficionamento, Queremos associé-la a ‘uma série de materiais que mostrem como os pedagogos pensa- ram as salas de aula em siia €poca, 0 que propuseram € comnd estas proposias se relacionavam com realidades muito diferen- tes. Queremos mostrar que o conhecimento pode ajudar-nos no desalio que compartilharnos com Voots de enfrentar um grupoe fazé-lo de maneira responsével. Para darmos as boas-vindas & reflextio pedagogica, fo- calizaremos neste livro um exemplo de como o conhecimento pedagégico—essa ciéncia, essa arte —desempenhou ym papel * importante no momento de armar e dar um contorno a tum de nossos mais antigos conhecidos: asala de aula da escola elemen- tar. Neste trajeto da historia da sala de aula, wlvez fique mais claro por due « pedagogia Podia ser enténdida tanto conto Tae “Todo, aio ou acompanhianle.Queremros mostrar corto a Pedago-” ia tentoii dar forma & sala de aula, a disposigao do espaco, @ Talvez isso nos ajude a lidar com nossos temores e a nos apro- priarmos com decisao desse espago de acto. Paa tanto, desenvolveremos a idéia de que a sala de, aula elementar é uma invengéo do ocidente cristio, a partir de "T500;e UE nesse processo a pedagogia utilizou-se de tititas ar- simentigées diferentes para dar corpo e forma a este espaco. Isto nao significa que ndo existissem experiéncias pedagogicas antes 24 Seus rituais, costumes, modos.de tnteraghe-e-de-comunicacao.~ __ 7 Intaopucéo, desse pertodo; pelo contratioos gregos, os romanos, os primei- ros cristdos, 08 povos indigenas, todos idealizaram maneiras de transmitir conhecimentos e tiveram formas de ensino mais ou itucionalizadas. Conservamos muitas delas: os amau- tas incas, 0s sofistas gregos, a figura socratica da interrogacio mai- -7 Catica deixatanrtarcas no imaginario sobre o que ¢ ser um bom professor e sobre como se faz para ensinat. Entretanto, suas pieo- cupagées ¢ seus mundos eram mais distintos dos nossos do que 0s de 1500. Seus espagos educativos eram povoados por outras inquietagoes e temores. Certamente, nas praticas que surgiram por volta de 1500, havia muita influéncia das pedagoglas anterio- res, que eram, afinal, o conhecimento dispontvel pata homens e mulheres daquela époce, e nosso estudo ganar em profundida- ~~ Ge caso fizesse todas as conexdes possiveis tanto cém 0 passado como com o futuro. O argument poderia retroceder ainda mais, em uma cadeia infinita. Dizem os que sabe escrever que em algum lugat deve-se colocaro ponto final, dizer “cheguei até aqui", € € até aqui que chegaremos. Restringimos riosso trabalho & to- dermidade ocidental: em:primeiro lugar, porque acreditamos que esta a época em que.a maior parte das préticas pedagdgicas con- tempordneas foi estruturada; e, em segundo lugar, porque enten- demos que toda empreitada de escrita € pretensiosa e modesta 20 mesmo tempo, define certos problemas e pontos de vista, excluin- do outros, Diferentemente dos tratados de pedagogia a que nos referimos no inicio desta introducdo, nao consideramos que esta- ‘mos transmitindo um saber completo e absoluto, e sim que a pe- dagogia poce ser reescrita milhares de vezes, e em cada uma delas dizer algo diferente. O livro desenvolve um argumento basica- mente histérico. Os capitulos cobrem periodos da historia das mos cinco séculose as deserivolvem, focalizando o surgimen- to de priticas e teorias sobre como ensinat e a quem ensinat. A aveicho on SALA oF AULA Provavelmente seré util consultar livros de historia ¢ da historia da educacgo para ampliar alguns temas e para compreender me- hor as transformacées que mencio Inclutmos, jumto aos capiuulos historicos, dois pequenos ensaios sobre conceitos que nos ajudaram a compreender esta *biografia” da sala de aula da escola elementar: um sobre metafora e otitro sobre autoridade. Por ultimo, propusemos algumes perguntas sobre o fututo da sala de aula com relagio & sua historia. Como professores e alunos, estivemos, estamos e esta- remosna sala de aula por muito tempo, Entretanto, na agitacdo da rotina de aprender e de ensinai, nem sempre paramos para pensar qual realmente esta situagao, tao importante para nos definitmos como docentes e pedagogos. 0 fato de ocuparmos uma sala de aula néo s mmaticamente que a "habita- mos”. Quando alguém apenas “ocupa” um éspaco, trala-se de uma estrutura ja existente: méveis, rotinas, tudo esta lé e n6s espera. O docente mais experiente nos diz 0 que considera fim- damental para ser umbom proféssor-Se permanecermos com estas orientagdes, com a tradicao"que fids transmite a ext Cia dos outros (por mais valiosa que possa ser), estaremos “ocu- pando” a sala de aula de uma maneita passiva, na qual simples- nieiilé 10s acostumamos.a.coisas ja existentes. “Habitar” a sala de-aula significa formar esse espaco de acordo corn gostos, op- 60¢s, margens de manobra; considerar alternativas, eleger algu- shag ¢ descartar outtas: Habitar um espaco é, portant, Uma po sicdo ativa. Assim, este conivite nao sé egota no tena der sala'de tila, 18 tena ser uma convocacao para ativar nossas forcas no sentido de “habitar” o lugar que apenas “ocupamos"” Agrada-nos esta citacdo do poeta Oliverio Girondo: "A rotina tece diariamente uma teia de aranha em nossas pupilas. Pouco a pouco, nos aprisionam a sintaxe, 0 dicionétio, e ainda Tinoougéo que 0s mosquitos voem zumbindo, é preciso ter cora, chamé-los de anjos. Quando uma tia nos leva a uma visi primentamos todos, mas temos vergonha de apertar a mao do senor gato, e mais tarde, ao sentir vontade de viajar, pegaros uum bilhete de uma agencia de navegacdo em vez de translormar uuma cadeira em transatléntico” (Espantapéjaros”, citado em: Sar lo, 1988, p. 62). Para ser professor nao € preciso fazer as vacas voarem e rit dos cadernos — embora certamente nos caisse bem um pouco mais de poesia e de humor, E melhor considerarmos este sacudir das teias de aranha da rotina de Oliverio como um sinal de que podemos fyzer_outras-ceisas-com-o-que. mos a mao, ver de outta maneira os sinais da realidade, pensar de ma- neirg diferente, Pode-se tansformar a carteita estolar"eni um nigig te transporte para outros munid6s;colocanco-tos edit com outros saberes € qutras experiéiiias: Bfetivamente, su- pOe-se que esta sefa a tarefa da escola: integrar o individuo a outros tipos de experiencias ¢ cOdigos diferentes daqueles apten- didos em familia, Em parte, depende de nés que essa viagem seja prazerosa e que chegue a bom termo. Esperamos que este exercicio de reflexto pedagogica nos coloque de maneira diferente nesta situacdo e que facamos da sala de aula nosso “habitat”, nao no sentido animal de adap- larse a0 que jé existe, mas sim no sentido de ajudarmos a ga- nohar em autonomia e responsabitidade para que possamos nos comprometer com esta yelha conhecida qe é a sala de aula, que talvez seja 0 coracao educativo da cultura modemma. Oxala possamos levar o leitor a sentir o pulsar deste coracio, vivo e vital, através dest livro tie | SALA DE AULA? GENEALOGIA? DrFINIGOES PARA INICIAR 0 PERCURSO S: ‘UMA pessoa pergunta espontaneamente na rua o que é uma escola, pode receber muitasrespostas. Ein algumas delas, pode apa- recera sala de professores a biblioteca, os patios; em outas, a dite tora, o poreiro. Se persarmos em uma escola rural, alvez a figura dadiretora seja ao mesmo tempo aida professora,o patio tilvez seja | 0 campo 20 redor ea biblioteca, uma reivindicagio pendente ha --- anos, Entretanio, podemos quase garantir qie em todas as respostas aparecerd um lugar que todos conhecemos e que. surge como.o.nticleo, 0 element insubsitudvel da escola: a sala de aula. ‘A situagdo de sala de aula € conhecida de todos nos; € muito provavel, inclusive, que este Livro esteja sendo lido em tal situacio. Todos passamos por ela, e, como professores atuais ou foturos, continuaremos a fazé-lo, ¢ nfo apenas uma vez; pelo contrério, éstivemos e estamos na sala de aula pelo menos qua- tuo horas por dia, cinco dias por semana, nove meses por ano, durante muitos anos. Assim como acontece com uma pessoa aque passa grande parte de sua-vida em um hospital, a institui- cio, com sua estrutura, seus costumes ¢ seus hébitos, toma-se “natural” € marca nosso cardter. Entretanto, a sala de aula como a conhecemos hoje nao tem nada de “natural”, Talvez nos surpreenda reconhecer que wm ‘viajante do século 15 nao entenderia o que acontece em nossas escolas, como provavelmente também nao o entenderia um via- 2 OF. eee ! TA wveugdo a Sata oe Auta mo aparece em 5 (Extraldo de: D. Haman. Towards @ 30 A lwvencho 08 Sata De AULA _ goons oven salas disponibilizadas pel os 5 jante do faturo, do século 25%. Como mostram as figuras 1 (At pintura que representa uma escola da'época de Comeni Schifflere Winkeler, 1993, p.351),2 (sala deaula alema em 1575, i ow, sala de aulainglesa em1836, Hamilton, 1989, p. 104) e4 ( To, em: Coppelan, 1996), aquilo que conhecemos como “sala de aula” sofreu modificacdes,faito em Sua estrutura material (ha OF ‘mnizacao do espaco, na escolha dos locais, no mobiliatio € Tio snstrumental Pedagogico) como na esirubura de comunticayAy™ (GiemTala, onde Sia, Maro de comunicagtes). Deacordo com dados fomnecidos pelo pesquisador Da- vid Hamilton, o termo “sala de aula para ligées’ comecou a.ser—- utilizado na lingua inglesd no final do século 18 (Hamilton, 1989). ‘Ein castellano, por sua vez, o uso de “ela dé aula” ede Gra comm ao ensino universitario ha [dade Wed, coriservati- ~ do sen significado latiio de “local ctide 0 prbtessor ow eatecratt- im aos otucanttes a elertekare a disepliner quer professa’ * (Diccionario de Antoridades, 1726). Eneanto, Taio era Comm seu uso para referir-se ao recinto no qual teria lugar o ensino ele- mentar, o.qual; até aquele momento, era ministrado na casa do unicipio oa igreja, denominadas scholas (ert Tatim). A iciagao dos alunos por dade a aii incipient (o que iivestigaremos Tals ~jaliante neste capitulo), e, na maioria das vezes, todas as criancas recebiam 05 ensinamentos juntas, sob a tutela de um professor aque sabia apenas ere escrever, e que hesensinava os rudingnt ds primeiras letras, de célculo e de catecismo. Entretanto, difu- {2 Unbom exenpt desto cng que se procure em um syposo econo com nos ‘ntapossados 6 fle Noigeoe (Vincent er, sir, 1909), ue conto ohira ce maupo de eompenssesofetados pela paste tubo pa volo cb ono 1350. que por ‘exasa “span empleno séeulo £0. sO \ ogaigagdo do eine or grupos exclares dren _vezes por dade e ouras por seus resultados de apremaira propomos um exame dessa historia do surgimento e da consolidagéo da sala de aula como espaco edu- cativo privilegiad, procurando identificar as continuidades e as inovagdes nesse trajeto, compreendendo a logica de sua estrutu- ragio. Como se deve ter notado, falamos de "genealogia da sala de aula? e nao simplesmente de ‘hist6ria’, Sobre essa diferen- acto nos aprofuundaremos a segui __ HISTORIA GENBALOGIA Muitos de nds certamente conhecem a palavra genealogia a partir de “arvores genealégicas", que rastreiam os antepassaclos € nos fornecem um ‘tnapa” com informagdes sobre nassos anteceden- tes familiares, Por outro lado, este € um recutso utilizado no ensino das citncias sociais na escola primétia, quando se propoe as criangas que perguntem a seus avés e pais sobre sua origem e sua historia de vida. Este recurso permite abordar alguns temas, como a historia Toca, a historia do pats ou alguns fenomenos especificos, como a imigragdo (muitos desses aves foram imigrantes ou fhos de imi- sgantes), a partir de uma abordagern mais signifcativa para os alu- ros, uma vez que podem vincular estes fatos & sua propria historia, “Gal Parque e delnida como historia com perspectiva critica, ine genealogia parte de um problema ou conceito atual F'_"A Inypycao oa Sata ve Auta SALA DF AULA? GrutaLogin? Derinicors pana Inician o Pencunso uma mecanica, apenas ao acaso da luta” (Foucault, 1980, p. 20). Entre outias coisas, isto obriga a um posicionamento, a uma andlise das exclus6es realizadas, daqueles que venceram e daqueles que fo- ram derrotados nessas lutas. Afasta-nos da ideia de que os processos sfo inevitaveis e qué as coisas “aconteeeram porque sim, porque as- sim tinham que ser”. Hé 15 anos, Lito Nebbia cantava que "se a /istoria ¢ escrita pelos vencedores, isto quer dizer que ha outra hist6- via, 2 verdadeira historia; quem quiser ouvi, que ouca”(em relagio a vida de Eva Perén), Foucault acrescentariaa Nebbia que néo ha duas histotias, e sim muitas, dependendo do elabora uin “mapa” —ndo dos alitepassados, mas sim das lutas 2 dos C6iliios que configuraram o probleiia tl comes conte HA, certamente, muitos debates epistemolégicos ¢ his- ” toriogréficos dentro da filosofia e da histéria com respeito a estes “forcas presentes nia historia no obedecem mem aum destirio nema absoluto de que tudo resulta na mesina coisa — 0 que leva ao 10, a ndo acreditar em nada, ou seja, A desesperanca, Para 3. Miche Fourut (1081984) foun fisco,ntnadbr@ oto sol afos abate, pe ‘0 podem se fanart erquakodos em una metro cetemirod, 9 anerran errs 08 ‘mais farts ns aos sox ohananas do iin mete 0b sae. Grbora =e siemcttor em posrcspolowcs os Inhos prinibos de sv obra, podese ee que seus mois reressas fra) foros € 0 tavsimo(co co sober eos conheinaros © ‘e pode. conpiogia bias ec. eran enve gereologe e hse, que wk: ‘mos emncsso paraso,encarto-sean Wetshe 0 genecloga e ati (1971), rer ‘exc co § mana Mereka Jo Par. ao anal clpumes cos perssoes ob treba de Foxout no pecagog excemercare,gadk.seconsler\aFrq.2agh a xual, oe vel rarer Li, o suc, povere abjevecen, de anos. 4. Vex, par exeplo, Mowe (1997) ¢Fowcast (1960) sobre 0 robleno db paxpecvo 10 Imcmart ds esroer isto edb font de cssunk no pespeio om paras, 35 A hwvencho on San 08 AULA ‘vem ao mesmo ponto, ou que néo haja crtérios para hierarquiz4- las, ou para decidir qual nos parece mais “justa” ou “verdadeira’, apenas nos lembra que esta hierarquizagio ou decisio é um ato proprio (politico, diria Foucault), porque in 0 diante de uma realidade conflituosa e dinamica. Nao renuricia a -Conhecer a VerUade™- para TSO WlZA Todas a8 ferTamentas dos, historiadores — essa erudi¢éo minuciosa, paciente e cansativa de consultar arquivos e ler documentos. Sustenta, porém, que o que € Sjusto” e “verdadeiro” também deve ser questionado, pois essas delinigoes s20 produto de lutas ¢ conflitos espectficos, A SALA DE AULA COMO MATERIALIDADE, hia E COMO COMUNICAGAO Saber por que a sala de aula que conhecemos é como € ajuda-nos a ver quais decisoes foram tomadas rio passado e que* processos ocarreram pata chegarmos a esta, determinada confi- os Asia ce Nossa argumento Sepiraé que a sala de iio de um desenvol- —yimento qu quea salade aula é 0 recinito principal de niossa atividade docen- te, questioner o dbvio, ver por que esta opcio triunfou e quais opsdes foram excluidas pode contribuir também para pensat- mos outros caminhos para nossas praticas. Para abordar nossa geniealogia, queremos discutir pri- meito o que é a sala de aula, Ela tem, certamente, muitos ele- menos. Nao apenas os docentes € 03 alunos, mas também mo- biligtio, instrumentos diddticos, as questdes da arquitetura escolar, tudo faz parte da sala de aula, Os bancos escolares, as Jodsas tos cademos temuma histeriae uma especificidade pouco aonde as licoes implica também uma 20 resi ~-jeliida tanto pela arquitetura e pelo-robiliatio eScolaF como pelasrelagies de autoridade, comuicagio ehierarquia que apate- em na sala dala tal caiio-a comhecenios, € ie si0 Tao basicas “Tho momento déensinar que muitas vezes sam desapercebidas, Cog SE earactenaCsaComm aga da Ale AE ALA?) Sabemos que é uma comunicacao hierdrquica: suas Tegras NAO 340 definidas por todos, fi muitas @ decises fe tomades quando as HiaRCRS EOS prOTesOTES crtram na Sala de aula. Sabemos tamn- ‘bam que € iia TeIECAO que Tzo esta baseada unicamente no saber, que ndo trata apenas de quem sabe mais matematica, mas aque é uma relagao de poder: o docente, pelo simples fato de ser _--* professor, independentemesit de como ensine ou quanto ai : tenn mals poder do UES Changas para defini o que tansmitir £ ter Tmo € absoluio, uma vez due o ocente érsina em uma €3cola Tepid por les, opinides, plantos de etude ¢ OUtras cUIsAS, eet, ele Te O porter de delinir pallias dessa relupdo; de torn fa mals igualtanis mais varia- " chai TO ~@i, ou mais Untforime e hierarquica. Uma vee que a situacdo den ~easino plied uma complex situagdo de poder, consideramos que o ensino, como “condugao” da sala de aula, pode ser anatisado em rela- cto a conducdo das sociedades e dos grandes grupos. aan Kala de auld pode ser analisada como es entre sala de aulae EPs comnbuigs de Hanitn (1989). Clar (1969) ¢ Johnson (1098) soo robles pe esos reste sent. No mba co nosso Vebato, ota do codemo de Hes © 510 ‘hc na Figetna fl vobaboc por Sivino Guia (1997). TA Invengéo 04 Sata ot Auta opias que orientem 0 leitor em outras direcoes (a sala de aula como surgimento do individuo moderno ou como lugar de pro- fissionalizagdo docente, para citar alguns outros exemplos), mas acteditamos que esta é uma linha central na rellexio pedagégica a qual nem sempre nos encarregamos como educadores. Quai do um professor Ié 0 recibo de seu salario ou percebe a quant dade de instancias que estéo acima dele ¢ que decidem sobre sua tarefa (tninistérios, les, diretores, esp sar que nao tem poder algum. Esta estrutura do traces didrias ¢ os poucos sucessos tornam difi fessores pensar sobre o poder em geral e sobre seu préprio poder em particular. Em outro ponto, vimos como o poder é algo que esta em todos os lugares, ¢ onipresente; e como circula, se trans- forma e se consolida® Em seguida, tentaremos mostrar como fot construida essa estrutura de poder particular que € 0 ensino na sale” de aula, ese as formas da “lideranca” da sala de aula se relgclonam com as formas de “lideranca” na sociedade e na poltica. Tentaremos verificar se algumas caracteristicas do govemno das sociedades ‘modernas tém algo em comum com as formas do “governo das criangas", como alguns autores definiam a educagéo ha 200 anos. Se durante muito tempo se falou da sido porque houve ditaduras ou porque o totalitarismo também ~e-e“condugao”daaprendizagern existe algumas analogies. As vinculagdes entre governo e pedagogia foram ampla- Tmente disculidas por outros autores, entre eles o filésofo Imma ‘obre quem voltaremos a falar maig adiante. HA algu- 6 esse espeta, crsule nosso tobe artery, Cao ¢ Duss (1996) coptulo 3 sts), pode pen- SALA oF AULA? GENEALOGIA? DerimiGOES PARA INICIAN © PERCURSO, rmias décadas, quando Sigmund Freud — o fundador da psicand- lise — comegou a refletir sobre quando deve terminar a terapia psicanalitca,e tentou formula qual seria o ponto de maturidade da aco terapéutica, encontrou-se diante de uma questio ainda mais radical. Existe realmente esse momento no qual se pode afit- rar que uma pessoa esta curada? Freud responde provisoriamente que sim, e acrescenta; “Detenhamo-nos por tum momento pata garantir ao analista nossa sincera simpatia por ter que cumprislo com requisitos tio dificeis no exercicio de sua atividade, E até pareceria que analisar seria a tercera das profisses Impasse, em que se pode dar antecipadamente como certaainsufiiencia do resulta do. Asoutras duas, kd muito comhecidas, sao educar egovernar” (Freud 1937; 1986, p. 249; a parte em itaico foi destacada por nds). aco, que voltaremios a analisar no formular algo além do simples termina munca, que nenhum go- verni € para sempre, simplesmente porque nao existe gover no “completo” ou “perfeito”, ou que o firial de uma terapia lativo. O que a afirmagao de ~ Freud parece sugerir é que talvez educagao, psicandlise ¢ gover: no tenham estruturas SemelWantes. AS TES atividades propoem- se aimodificar oiidividuo em determinada direcdo, 20 mes. mo tempo, as trés enfrentam a dificuldade de molda-lo de. acordo com um esquetna prefixado — pois assim como nao existe goverto Totalimenté onipotente ¢ eficaz, que-consegue.. uid aquiloa que se prope também ndo existe m.processo. ediicativo que garanta totalmente que o produto final seja 0 ‘esperado, Bin nossa abordagem yenealdgica, proporemos que 5 problemas dareducesdo.sdo mais hem-compreendidos quandé as enfocamos como parte das relacdes de poder ede estruturas de ~-governio tae organ'zacdo da sociedade.

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