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ua ous | 3 Modelo Classico pba Introdugao modelo classico considera que: @ as forcas de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno emprego, Isic & no ponto em que se igualam a oferta € a procura de mio-de-obra: corresponde a dizer que hi completa flexibilidade de precos ¢ satérios; © como o nivel de atividade e de emprego est determinado automaticaments pelas forgas de mercado, a quantidade de moeda afeta apenas o nivel gers) de pregos ‘fica dizer que as varidveis reais, bem como os pregos ‘elativos, nZo si afetadas pela politica monetiria (hipotese da neutralidade i da moeda)y; a demanda agregada ndo é um fator determinante do nivel do produto; ¢ ‘valida a chamada Let de Say: “a oferta era sua propria procura” Para mostrar esses resultados, dividimos o capitulo em quatro partes: na primeira deduzimos a oferta agregada clissica; na segunda deduzimos & ‘demands agregada: na terceira mostramos o papel desempenhado pela taxa de juros para equilibrar wefeine a demanda agregada, na quarta, mostramos 0s impactos de diferentes politics econdmicas no modelo. ‘Devemos destacer que no existe qualquer autor ou obra do periodo dito léssice (antes de Keynes) que formalize o modelo macroecondmico na forms que seBue, D Sit an yoc textos de Macroeconomia caracterizam como modelo cléssico ¢ na realidace ia 4 junclo da contribuiglo de diversos autores isolados. Como virios 10 capitulo jabodut6rio, na verdade 0 chamado modelo cldssico utilizado nos principais livros texto inefacroeconomia diz respeito 20 modelo neocidssico, que se baseia na hipétese de racionalidade dos agentes econdmicos. BPaeboa qd Oferta Agregada Classica Podemos partir da seguinte definigio: a ¢ ‘A oferta agregada corresponde ao total de produto que as empresas e familias iodo de tempo, a wr estado dispostas a oferecer em um determinado peri determinado padrao de precos. ‘A oferta 6 realizada por um sem-nimero de empresas, produzindo milhoes d= ‘mas que, gracas 4 Contabilidade Nacional. mercadorias especfficas na economia, podemos reduzi-las numa tnica mexcadoria: © produto agregado. Assim @ oferte gid Rbdage 88 MACROECONOMIA BASICA: DETERMINAGAO DA RENDA NACIONAL ="#zada diz qual serd o produto ofertado, a quantidade de producdo que seré fomecida +5 empresas em conjunto, para cada nivel de pregos. Como existem muitas empresas, ama delas nZo tem poder para influir nas condigGes de mercado, isto é, afetar os »s (tanto dos produtos como dos fatores de produgdo), sendo cada firma indivi- iente tomadora de precos. Para deduzirmos a oferta agregada, temos que analisar como se determina 0 de producao para catia empresa individual e, por agregacio, obté-la para a ~ =omia como um todo. Produzir significa adaptar a natureza, por meio da combinago de fatores de edo, 8s necessidades humanas, Para gerar produto, portanto, as empresas se ‘zam de capital (méquinas, equipamentos, edificios etc.) e trabalho, de acordo com = dada tecnologia. Esta relagio entre quantidade produzida e a utilizagio de fatores + Producdo com uma dada tecnologia ¢ explicitada na fungio de producio: Y=FKND = produto; estoque de capital utilizado; quantidade de trabalho (horas-trabalho) utilizada; ¢ = nivel tecnolégico, NZS \ definidas num dado periodo de tempo. Considerando que nao haja desperdicios, isto é, que as empresas sejam cients, a funedo de producdo mostra o maximo de produto que pode ser obtido para 2 dada combina¢o de capital e trabalho, com uma dada tecnologia. Supondo que as esas possuam 0 mesmo nivel tecnol6gico, esta também sera a fungao de produgio “22 a economia como um todo, pois nesse caso basta somar a quantidade utilizada de ital e trabalho por cada uma das empresas, ou seja, olhar estoque de capital ¢ Salho da economia como um todo, para detetminarmos o nivel de produto. Algumas hipdteses importantes devem ser destacadas quanto a fungao de produgao. == primeiro lugar, 0 produto aumenta tanto com a utilizagao de maiores quantidades de iquer um dos fatores de producdo (capital ¢ trabalho} como por melhorias tecnolégicas, seja, a produgdo responde positivamente a alteragées em qualquer uma das varidveis que - termina. Em segundo lugar, para uma dada tecnologia, a funcZo de producio apresenta os constantes a escala, isto é: =F (GK, zN) Ou seja, se 0s fatores de produedo Ke N forem multiplicados por z, 0 produto cambém seré multiplicado por z. Por exemplo, se pretendemos duplicar a producéo, ‘emos dobrar a utilizacao dos dois fatores de producio, dada a tecnologia. Com isso, obtemos uma outra caracteristica importante da fungao de produgio: smarmos um dos fatores de prochucdo como fixo, esta funciio apresentard rendimentos rginais decrescentes em relacdo ao fator variavel, isto é, aumentos marginais em -senas um dos fatores levaré a incrementos cada vez menores no produto. Ou seja, a wiutividade marginal de cada um dos fatores € decrescente. A produtividade sarginal de um fator de producdo ¢ definida como o incremento da produgéo corrente do aumento de uma unidade do fator, tomando os demais como fixos. Dentro da Teoria da Producdo, fundamentada em principios microecondmicos, sarto prazo é um perfodo de tempo no qual o estoque de todos os fatores de produgio, 220s um, esto dados, assim como o nfvel tecnolégico. Assim, considerando o trabalho =>mo nico fater variavel, podemos ilustrar a funcao de producao da seguinte forma FUNGAO DE 90 Y=F(N) A Predulvidads Varginal do. Trabaiho| cortesponde a indinacéo da rea tangen- te 8 fungio de producdo em cada um de| cus pontos. N MACROECONOMIA BASICA: DETERMINACAO DA RENDA NACIONAL Figura 3.1. Funcdo de producdo agregada. ‘Temos, nesse caso, que 0 nivel de producao depende da quantidade utilizada do fator trabalho, dado o estoque de capital ¢ o nivel tecnolégico: Y= FW) Percebemos na Figura 3.1 as duas caracteristicas destacadas: (i) a produgto aumenta conforme aumenta a utilizacao de trabalho; ¢ (i) 0 incremento de producao decorrente da utilizagGo adicional de trabalho € cada vez menor. A. produtividade marginal do trabalho € obtida pela inclinacdo da reta tangente & fungao de produgo em cada ponto. Notamos que quanto maior a quantidade utilizada de trabalho, menor seri a produtividade marginal deste fator, dado 0 estoque de capital e a tecnologia. Portanto, a produtividade marginal do trabalho é positiva, mas decrescente. Se ampliarmos 0 estoque de capital ou melhorarmos a tecnologia, a funco de produgao desloca-se para cima, isto é, com uma mesma quantidade de trabalho, passamos a obter mais produto. Com isso, a produtividade marginal do trabalho serd maior, Considerando 0 curto prazo em que, em nosso aso, apenas a quantidade de trabalho pode ser alterada, percebemos que a producio ou oferta agregada passa a depender exclusivamente de quanto € utilizado deste fator. O nivel de emprego (utilizagio) do fator trabalho é determinado no mercado de trabalho, em que a demanda 6 realizada pelas empresas que 0 utilizam na producio, a oferta pelos individuos (familias, trabalhadores) que 0 possuem, Cabe, entio, detalhar um pouco mais a demanda e a oferta de trabalho. Consideramos um mercado do tipo concorréncia perfeita, isto é, um grande riimero de empresas, que nao conseguem afetar nem 0 preco dos produtos que vendem nem 0 preco dos fatores de produeo, no caso o trabalho. As firmas contratarzo mio-de-obra de acordo com o objetivo de maximizacao do lucro. Assim, podemos deduzir a demanda de trabalho a partir deste comportamento maximizador. lucro das empresas corresponde A diferenca entre suas receitas com a venda da produgio € 0s custos para gerar 0 produto, Lucro = Receita Total - Custo Total Lucro = PY - (WN + RK) onde: W = salério nominal por unidade de trabalho N, R = custo por unidade de capital K, P= prego do produto ¥. Bt Como 0 produto (¥) é funcao da utilizagao de trabalho temos: Lucro = P F (N)~ WN - RK ‘Como estamos considerando um mercado em concorréncia perfeita, as empresas “22 decidem nem sobre o prego (P) que vendem seus produtos, o qual para elas 6 um ==0, nem sobre 0 saldrio que pagario ao trabalho. A deciso da empresa restringe-se ~ Banto contratar de méo-de-obra (N) ¢ determinar quanto produzir, de modo a obter To maximo, ou seja, deve-se maximizar a funcdo lucro em relacio a N. ‘Maximizando a fung%o lucro anterior, chegaremos as seguintes condicdes: a on PRe-W=0 o F, = & de Fy € a derivada primeira de F(N). Ou seja: a maximizacio de lucto pela empresa implica que ela contrate “abalhadores até 0 ponto em que a produtividade marginal do trabalho PMgN ou Fy ale 0 salério real W/P. Assim, a produtividade marginal do trabalho representa a Frépria demanda de trabalho pela empresa. Como destacado anteriormente, a produ- ‘vidade marginal do trabalho ¢ decrescente, Assim, para que a firma utilize mais bbalho, o salério real deve diminuir acompanhando a reducao da PMN, ou seja, a “uantidade demandada de trabalho (N“) possui uma relacdo inversa com o salério real. e(W we Graficamente, temos: wy P ee a | Como a PMgN 6 decrescente, para ' que haja mais contratagdes de tra- |_Batho, sald rea deve reauzi-s, Né = PMgN N Figura 8.2. Demanda de miio-de-obra no modelo cléssico, Note que consideramos o salério real como preco relevante do trabalho para a ‘empresa cm sua decisao de quanto demandar de méo-de-obra. Para firma, é irrelevante qual seja 0 salério nominal, em termos monetérios, pago ao trabalhador, pois 0 que interessa ¢ 0 custo da mao de obra cm termos de produto. Da condigao de maximizagao do lucro, como Fvé a PMEN, temos que o salério monetirio para a empresa corresponde 20 valor da produtividade marginal do trabalho (P x PMgN). Se o salério nominal MODELO CLASSICO 91 rescer, mas o prego recebido pela empresa por seu produto crescer na mesma magnitude, 0 custo da mao-de-obra ndo ser alterado, logo nao modificaré sua ‘quantidade demandada de trabalho. A demanda de trabalho refletindo a PMgN € obtida com base na fungio de Producdo. Desse modo, as mesmas variéveis que afetam a posicio da funcio de producao determinardo a posi¢ao da curva de demanda por trabalho, ou seja, aumentos no estoque de capital ou methoras tecnolégicas, por exemplo, deslocario a demanda de trabalho ara a direita, significando que as empresas estardo dispostas a contratar as mesmas Quantidades de trabalho a um sakério real mais elevado. OFERTA DE Quanto a oferta de trabalho, esta é realizada pelas familias. A questo agora é ‘TRABALHO determinar como a oferta de horas de trabalho pelos individuos é afetada pelo salétio real, Devemos notar, novamente, que, aceitando que os agentes no sejam mfopes (no Sofrem de ilusio monetiria), a deciséo de quanto trabalhar nao seré afetada pelo saldrio nominal percebido, mas pelo poder de compra recebido pelo trabalho (salério real) A decisio de quanto trabalhar corresponde & escolha de como alocar as horas do dia entre trabalho e lazer. O trabalho ndo gera nenhum prazer, apenas a renda necessiria para poder consumir ¢ obter a satisfaao decorrente do consumo de mer- cadorias. J4 0 lazer gera utilidade (satisfacao) por si mesmo. Cada hora que o individuo dedica ao trabalho é uma hora a menos de lazer que ele possui e vice-versa. Assim, a decisdo de quanto trabalhar decorre da maximizaco de uma fungao utilidade, cuja “cesta” de bens & composta pela renda (consumo de bens) e pelo lazer - é a deciséo \ipica de um consumidor. O salario real corresponde ao acréscimo do consumo de bens para cada hora adicional de trabalho, ou, por outro lado, é o eusto de oportunidade do lazer (0 quanto se sacrifica de produto para obter lazer). Alteragdes no salério real possuem dois efeitos sobre as decisbes dos individuos: efeito substituigao e efeito renda, Considerando um aumento do salério real, ocorreria © seguinte: pelo lado do efeito substituigso, o lazer esté ficando relativamente mais caro, com o que diminui a procura por lazer e aumenta a oferta de trabalho. Por outro lado, pelo efeito renda, um aumento no salério real significa que os individuos esto mais ricos; logo, demandario mais produtos e mais lazer. Assim, a inclinagdo da oferta de trabalho depende de qual dos dois efeitos & predominamte, pois uma elevacdo do salario real tende pelo efeito substituicdo a ampliar a oferta de trabalho, mas pelo efeite renda tende a diminuir. Por simplicidade, suporemos que 0 efeito substituicio se Sobreponha ao efeito renda, ¢ que a curva de oferta de trabalho seja positivamente inclinada em relagao ao salirio real. Dentro do pensamento clissico, a curva de oferta de trabalho reflete a chamad: Desutilidade Marginal do Trabalho (a perda de utilidade decorrente de dedicar mais horas a0 trabalho e menos ao lazer), ou seja, mostra quanto deve ser o satario real parz induzir 0 individuo a abrir mao do lazer dedicando esse tempo ao trabalho, Notemo: que, para o desenvolvimento desta andlise, utilizamos uma hipétese bem pouco realiste 6s individuos podem alocar livremente seu tempo entre trabalho € lazer, ou seja, c= individuos tém liberdade para escolher quantas horas por dia irdo trabalhar. A observarmes 0 que efetivamente acontece, percebemos que a eseolha do individuo ¢ ¢- aceitar a jornada de trabalho oferecida (mimero de horas estipulada) ou no aceitar emprego, ou seja, a alocacdo temporal jé aparece determinada, 1. De acordo com vérios auores, a curva de oferta de trabalho chega a determinado ponto em que ‘una inflexao, tomando-se neeativamente inclinada. Esta mudanga decorre do fat d que, com t em certa quantidade oferecida de abalho, « indviduo esti com to poweas horas de laze que. ‘qualquer elevazdo na renda, ele preferira consumir mais lazer a ampliaro mimero de horas trabalhoc> 92 MACROECONOMIA BASICA: DETERMINACAO DA RENDA NACIONAL Nesse sentido, chamando N de oferta de trabalho ou de méo-de-obra, temos: | Figura 3.3 Oferta de trabatho positivamente inclinada, Por simplicidade, podemos considerar para exposicao uma oferta de trabalho Gada, independente do salério real: uma jornada fixa de trabalho e certo mimero de pessoas em idade de trabalho (populacdo economicamente ativa); naultiplicamos essas duas varidveis ¢ temos a oferta independente do salario. Esta curva vertical de oferta de trabalho ndo alteraria em nada os resultados obtidos. Assim: ne conforme mostra a Figura 3.4 seguinte: w am Figura 3.4 Oferta de trabaiho vertical. Uma ver determinada a oferta ¢ a demanda de trabalho, basta analisar 0 funcionamento do mercado de trabalho com a junezo de seus componenies, para determinarmos 0 nivel de emprego ¢ 0 salério real. Sendo o mercado de trabalho do tipo concorréncia perfeita, isto 6, com um grande niimero de ofertantes (desconsiderando a existéncia de sindicatos, por exemplo, fixando precos) ¢ um grande nimero de demandantes (nenhuma empresa possui poder de fixar 0 saldrio que iré pagar, ou seja, nenhuma tem poder de monopélio ou oligopélio), temos: sempre que houver excess de oferta de trabalho, haverd queda no salério real (o que se faz com queda no salario nominal a dado nivel de prego) e, sempre que houver excesso de demand, havers ‘aumentos do salério real. Isso garantira que o mercado atinja um nivel de salario real no qual a oferta de mao-de-obra se iguale 4 demanda. Ou seja, neste nivel de salério, todos que quiserem trabalar encontrado emprego, ¢ as empresas encontrario oferta suficiente de trabalho para atender sua demanda. EQUILIBRIO NO MERCADO DE ‘TRABALHO NO MODELO cuAssico MODELO CLASSICO 93 OFERTA AGREGADA NO MODELO 94 MACROECONOMIA BASICA: DETERMINACAO DA RENDA NACIONAL i (SN Excesso de demanda de trabalho N ‘Assim, quando o salir rel esiver acima do nivel de equlibro, haveré exces de oferta de trabalho, o niimero de horas de trabalho oferecidas pelos trabalhadores seré ‘maior do que o demandado pelas empresas, caracterizando uma situagio de desemprego (W/P),, Com isso, 2 concorréncia entre trabalhadores para obter, empisote Tevaré & edugdo dos salétios, reduzindo a oferta e ampliarido a demanda até que as duas (quantidades se igualem, em um nivel inferior de salrio real (W/FYe Se o salétio real AUiver abaixo do equilibrio, haverd excesso de demanda por trabalho (superemprego) (W/P). Com isso, a concorréncia entre as firmas para consegtit trabalhadores levard oe mento do salatio real, ampliando a oferta de trabalho e diminuindo a demanda, até ‘que as duas quantidades se igualem (W/P)e. Portanto, considerando um mercado de trabatho em concorréncia perfeit, ete dewerminard o salario real (W/P)e ¢ 0 nivel de emprego de equlfbrio Ne ‘onde todos, que estejam dlispostos a trabalhar neste nivel salarial obterao empsregos ou salério nominal, por exemplo. Se tivermos um aumento no preco recebido ‘as empresas pot seus produtos, por exemplo, isto ampliaré a demanda de trabalho, endo excesso de demanda por trabalho, 0 que provocaré elevagao do salério nominal, que se recomponha o salério real de equilibrio, Portanto, a oferta agregada é inelastica = nivel de precos, o que significa que a curva de oferta é vertical (a quantidade produ- independe do prego), conforme grafico 3.7. SEE Eee eee eee eee eee i OA Ye=¥p PoE eee ee ere eee eee eee eee Figura 3.7 Oferta agregada de pleno emprego. Na Sigura acima, Yp € a renda ou produto de pleno emprego € Yr & a renda ou produto de equilibrio. Alieragies na oferta s6 podem ser obtidas por mudangas que afetem as variaveis -eais da economia, afetando o mercado de trabalbo: elevagdes na produtividade marginal ‘do trabalho (actéimulo de capital ou inovago tecnolégica que desloquem, por exemplo, 2 demanda de trabalho para a direita) ou que mudem a oferta de trabalho (mudancas opulacionais, economias de guerra com campanhas pro-trabalho etc.). Demanda Agregada Classica Definindo-se a Demanda Agregada como a relagéo entre a quantidade deman- dada'de bens ¢ servicos ¢ 0 nivel geral de pregos, podemos derivar a demanda agregada no modelo classico com base na teoria quantitativa da moeda, apresentada no capitulo anterior.” Como foi visto: MV = PY TNo Apéndice B, apresentamos uma formulacso alternativa da demanda agregeds clisica, partido da Lei de Walras, chegando aos mesmo resultados, MODELO CLASSICO 95 M = aquantidade de moeda, V = avelocidade-renda da moeda, P= onivel geral de pregos, € ¥_ = arenda ou produto real (PY entdo € 0 produto nominal ou monetério) Vista como uma equaedo de equilibrio do mercado monetario, ela mostra que a oferta de moeda € igual & demanda de moeda € que a demanda ¢ proporcional & quantidade do produto real Y. ‘A teoria clissica, em sua versio mais rigida, supbe ainda que a velocidade-renda da moeda é constante, Com Vconstante, e dada a oferta de moeda M, temos uma relacdo, inversa entre o nivel de precos P e o produto real Y. Graficamente: DA,=(M,, V3) _»y Figura 3.8 Demanda agregada no modelo classico. Ou seja, para determinada oferta de moeda (Ms), quanto maior o nivel de pregos P, My menor o estoque real de moeda (%) . para satisfazer &s transagdes, ¢, eonsegiiente mente, menor a quantidade de bens ¢ servigos a ser demandada Y. ‘Ampliaedes na oferta de moeda deslocam a curva para direita, ou seja, para ‘qualquer nivel de precos, 2 quantidade demandada se ampliard, caso a oferta de moeda seja maior. My >My DA, (My, Yo) DAg (Mo. Yo) ____! ——> y Figura 3.9. Efeito de um aumento na oferta de moeda sobre a demanda agregada. A questo que se coloca é: que papel tem, afinal, a demanda agregada por produtos no modelo cléssico? Conforme destacado ao discutirmos a oferta agregada, a quantidade produzida pelas empresas independe de varisveis nominais, sendo determi- 96 — MACROECONOMIA BASICA: DETERMINAGAO DA RENDA NACIONAL = pela tecnologia e pelo estoque de fatores. Dessa forma, a demanda agregada nfo sn tator determinante do nivel de produto da economia, Siio as condicdes de oferta 2 determinam o nivel de produto. Se 0 produto reat é dado pela oferta, a tnica varidvel determinada pela demanda nivel de precos. Como a posicao da curva de demanda é determinada pela oferta de ‘eda, concluimos que, no modelo cléssico, politicas monetirias expansionistas am- ~-am a demanda e, como a oferta € dada pelas condigdes reais, as tinicas variéveis das pela moeda so as nominais (precos). Nesse sentido, a demanda ndo se constitui, no modelo classico, uma restri - :Xpansio da oferta, E 0 mundo da chamada Lei de Say, segundo a qual “a oferta cria propria procura”. De acordo com esta, toda a renda criada no processo de produgao sia gasta, de forma a adquirir toda producto. Ou seja, nZo seria possivel uma situagio + insuficiéneia generalizada de demanda, ou, como colocado pela Lei de Walras, zesso de demanda global da economia seria nulo. Para que a Lei de Say seja vilida, « asidera-se que s6 haja demanda de moeda pelo motivo transagZo, como explieitado jormente a0 deduzirmos a demanda agregada. Toda a renda ganha pelas pessoas apenas na compra de bens e servigos. Ou seja, a Lei de Say no prevé demanda -z moeda pelo motivo portflio, j que nao supde algum tipo de especulacdo financeira, Resumindo: dada a oferta de moeda e o nivel de produto definido pela oferta regada, a demanda agregada apenas determina o nivel de pregos da economia, eragoes na demanda agregada, em decorréncia de alteragdes na oferta de moeda, -penas mudam o nivel de precos da economia, sem qualquer impacto sobre o produto veal. Graficamente: Figura 3.10 Zfeito de wn aumento da demanda agregada sobre 0 produto e 0 nivel de precos. Uma ver determinado o nivel de precos no mercado de produto, determina-se © salério nominal compativel com 0 salario teal de equiltbrio (W/P); no mercado de srabalho. Figura 3.1 Deverminagao do saldrio real. MODELO CLASSICO 97 DICOTOMIA Existe no modelo clissico uma separagio entre o chamado lado real € 0 lado GLASSICA: A monetario da economia. As varidveis reais - produto, nivel de emprego, saldrio real, MEMERAMIBADE, —precos flativos et. ~ no sto afetadas pela quantidade do ‘moeda, que apenas determina DA MOEDA NO ‘as varidveis nominais - pregos € salario nominal. Esta é@ chamada dicotomia chassica, MODELO Gque mostra a chamada neutralidade da moeda, Esta separacio confere um papel ‘CLASSICO totalmente passivo para a demanda agregada ‘A politica monetéria s6 teré alguma influéncia sobre vari weis reais caso baja alguma imperfeigao nos mereados, 0 que ndo € considerado ne modelo cléssico. principal caso de imperfeicao de mercado € 4ex téncia de rigidez dos saldrios nominais, see g. os salérios nominais serem inflexiveis para baixo (s6 podem aumentar), Considere que o governo introduza uma legislasio de salario minimoo¥ qi oe sindicatos newociem contratos de trabalho fixando o salrio nominal. Dado © este de moeda e srivel de pregos, caso estes fatores resultem em um sario real acim do equilibrio, fato provocara desemprego no mercado de trabalho e, porianso, um nivel de produto baivo do potencial. Para resolver essa questo, o governo pode se valer da politica smoneréria, expandindo a oferta de moeda para que, via elevacao dos Preco®, Se cortoa aalérig real, levando 2 economia novamente 20 equilfbrio de pleno emPr°> "Assim, apenas supondo salérios nominais rigidos, a politica monetitia pode ter efeito real, Entretanto, 0 modelo classico supte completa flexibilidade de pregos € salérios. ‘Para mostrarmos como a demanda se ajusta a oferta, analisaremos na seqténcia o mercado financeiro e o papel da taxa de juros neste modelo, Poupanca, Investimento e 0 Papel da ‘Taxa de Juros no Modelo Classico Veremos neste t6pico que o consumo, a poupanca e 0 investimento agregados ependem fundamentalmente da taxa de juros no modelo cléssico. OFERTA DE © fluxo de recursos que se direciona para a aquisigio de titlos na econeinit FUNDOS: corresponde a parcela da renda no consumida pelos agentes econdmicas, ou soja, 2 POUPANGA poupanga. Para os fins da anélise que se desenvolverd, tomas indiferente para os RORESABAWNO resultados qual teori de consumo (e, por conseguinte, de poupanga) seré considerada. ‘MODELO Se consideréssemos, por exempio, 0 consumo como funsdo exc'usiva da renda e, cLASSICO portanto, também a poupanga, feriamos no modelo clissico wn nivel ja determinado de poupanca, pois o nivel de produto é sempre dado, én nivel de pleno emprego, © que torarin a oferta de fundos no mercado financeiro independente do preco dos titulos ou da remuneracio da poupanca Podemos, no entanto, considerar a decisao de alocasao da renda entre poopie fe consumo como uma escolha intertemporal entre consumir hoje OW Ne futuro. « endendo a poupanca como uma transferéncia de poder de compra a0 |r do tempo. ou seja, 0 ndividuo, ao poupar, somente o faz para consumir no futuro. O sacrificio 20 consumo presente exige um “premio pela espera”, isto é, 0 individue poupara se puder constmir mais no futuro do que consuimiria hoje, Assim. & poupanga depende de tamanho do prémio pela espera, isto é, da taxa de juros, que remuneraré a poupanca de fhaividuo. Quanto maior a taxa de juros mais caro sero consumo presente terms ‘je consumo futuro, portanto, maior o estimulo & poupanca. Assim, femos: Ss so cHcn 98 MACROECONOMIA BASICA: DETERMINACAO DA RENDA NACIONAL 20 ise 2 do 2 do os S = poupanca agregada C = consumo agregado 7 = taxa real de juros. A poupanea varia positivamente com a taxa de juros, enquanto o consumo vado (corrente) apresenta uma relagio inversa com a taxa real de juros. Como as pessoas poupam visando um maior consumo fururo, ninguém guarda ~-spanga na forma de moeda, uma vez que esta nfo rende juros, canalizando-a calmente para a aquisiodo de titulos. Assim, o volume de poupanga corresponde & Serta de fundos no mercado financeiro. Quanto maior a taxa de juros, maior seré a sntidade ofertada de recursos. Dessa forma, a funedo poupanca serd crescente, em Sacdo d taxa de juros. Jia demanda por fundos ¢ realizada basicamente por aqueles que desejam investir ‘manda pot investimento). O investimento, como visto, corresponde ao acréscimo do ‘oque de capital na economia com o objetivo de ampliar a producao futura. A decisdo de investimento, assim como a decisdo de contratar mais trabalhadores las empresas, segue a légica da maximizago de Iucro pelas mesmas. O reiorno Sscorrente de uma unidade a mais de capital corresponde ao valor da produtividade ‘marginal do capital (quantidade adicional de produto gerado por uma unidade mais, £2 capital vezes 0 preco do produto). O custo do investimento & a taxa de juros que se raga para obter o empréstimo para a aquisicao do bem de capital; ou 0 custo de portunidade (taxa de juros) em que o detenttor de recursos incorre por nao aplicar sua oupanga em titulos e imobilizar esses recursos na produeao, ‘Como discutido para 0 fator trabalho, a produtividade marginal do capital ambém € decrescente. Ou seja, investimentos adicionais trazem um retorno cada vez. senor em termos de produto, Dessa forma, para que 0 investimento se amplie, isto é, para que as empresas utilizem mais capital, 2 taxa real de juros deve se reduzir, Portanto, 2 demanda de recursos no mercado financeiro é inversamente relacionada com a taxa zeal de juros. Entéo, temos que 2 demanda de investimentos (a fungio investimento) 0 modelo classico é dada por: T=10) sendo: 7 = demanda de investimentos r= taxa real de juros. I, < 0, €a derivada primeira da funcao Notemos, novamente: apesar de a taxa de juros, assim como 0 salério, ser expressa ‘2m termos nominais, por exemplo, 10% ao ano sobre um capital de R$ 100,00, ou seja, iomando ernprestado hoje RS 100,00, devemos devolver daqui a um ano os RS 100,00 gue foram emprestados mais R$ 10,00 como juros pelo empréstimo (ou no caso do aplicador, aplicando R$ 100,00 hoje obterd R$ 110,00 daqui a um ano). O que interessa, tanto para o tomador de empréstimos como para 0 aplicador & o que estes juros representam em termos de produto, ou seja, seu valor real, como vimos no Capitulo anterior; devemos entio diferenciar taxa nominal de juros, que expressa a remu- neracao monetéria sobre um dado capital, € a taxa real de juros, que corresponde & taxa nominal descontada a variago de pregos no perfodo, Assim, temos: S=SMe T=1H sendo 7 — taxa real de juros. DEMANDA DE FUNDOS: DEMANDA DE (VESTIMENTOS NO MODELO CLASSICO MODELO CLASSICO 99 = Se Figura 8.12 Equilibrio entre poupanca e investimento no modelo clésico onde re, Jee Se sio 0s valores de equilibrio da taxa real de juros, dos investimentos ¢ da poupanca agregada. elo exposto, percebemos, em primeiro hugar, que a taxa de juros é vista, nesse remporais dos jndividuos e pela produtividade marginal do capital, ou seja, nao € afetada pela politica monetiria, Assim, a politica monetdria, ao afetar o nivel de precos, pode afetar a taxa nominal de juros, mas nao a real, € como tal ndo afeta as decisoes de poupanca ¢ snodelo, como uma varidvel real determinada pelas preferéncias inter investimento na economia. [Em segundo lugar, como 0 mercado financeiro é também do tipo concorréneia a flenibilidade da taxa de juros garante que a parcela da renda que nao € Consumida sera investida, validando a Lei de Say, ou seja, que niio haja obstéculos do Indo da demanda a determinacio do produto. Se a taxa de juros estiver acima da taxa de juros de equilibrio, que iguala poupanca e investimento, a press4o dos poupadores pela aquisiglo de titulos fard com que esta se reduza, ampliando o investimento © Giminuindo a poupanca até que estas se igualem. Por outro lado, se ela estiver abaixo cera excesso de demanda por recursos (demanda por investi- mento maior do que a poupanca) fazendo com que os investidores pressionem a taxa de per da taxa de equilforio, ha jjuros para cima até que o mercado se equilibre Equilibrio entre Oferta Agregada e Demanda Agregada no Modelo Classico © equilibrio no mercado de bens ¢ servigos ¢ dado por: Oferta Agregada = Demanda Agregada ou Considerando apenas 0 consumo ¢ 0 investimento, temos que DA=C+I Assim, no equilfbrio: y=c+l 100 MACROECONOMIA BASICA: DETERMINACAO DA RENDA NACIONAL. Conforme descrito, tanto © consumo como o investimento dependem da taxa Se juros. Entdo: Y= Cn) +i) Pela defini¢do de poupanea temos que: S=¥-C = sebemos que: S= 50) Portanto, decorre que 0 equilfbrio macroeconémico é obtido quando: Sir) = I) Ou seja, a taxa de juros tem a funcio de equilibrar mercado de produto. Como dissemos anteriormente, esse resultado nao depende de qual teoria de =msumo, ou poupanca, seja considerada. Por exemplo, supondo © consumo como cago da renda corrente, Y=CH +1) Como o nivel de renda € dado (a pleno emprego), o nivel de consumo também dado e como tal, 0 nivel de poupanca S = Y- C(¥). Assim, o equilib eudendo da taxa de juros, que teria que se ajustar para que o nivel d igualasse ao nivel dado de poupanga, conforme destacado na Figura 3.13 Ko SI Figura 3.13 Equilibrio no modelo classico, dado em nivel de poupanga. Percebe-se, portanto, a importincia da taxa de juros para se atingir 0 equilibrio mhacroeconémico, no modelo clissico, Introduzindo o Governo e a Politica Fiscal no Modelo Classico Ao considerar 0 governo e a politica fiscal, devemos notar que os impostos arrecadados pelo goyerno subtraem a renda do setor privado e como tal diminuem suas 6099 -lespesas, enquanto os gastos do governo so elementos adicionais de demanda na MODELO CLAssico 101. economia, Considerando 0 governo como um agente exégeno, tanto a arrecadaeao de impostos (T) como os gastos puiblicos (G) sero tomados como varidveis exogenas (dadas), \ © equilibrio, agora, passa a ser dado pela seguimte igualdade: ! Y=C+I+G i Suponhamos que a decisto de consumo pela coletividade depende da renda dispontvel que resta apés 0 pagamento de imposios, (Y~ 7), € a taxa seal de juros (7). Temos entio: c=cY-Tn ec S= 9-7) ‘A arrecadagdo de impostos é parcela da renda subtraida ao consumo que, para manter a igualdade entre demanda ¢ oferta agregada, deve ser gasta pelo governo. (0 equilibrio no mercado de produto passa a ser dado pela seguinte igualdade SW-EN+THIM+G Assim, no referencial grifico utilizado até o momento, poderiamos incluir os impostos na curva de poupanca, ¢ 05 gastos do govemo como elementos adicionais de demanda de recursos junto com o investimento. Por serem valores determinados exogenamente, nio afeiam 2s inclinacbes das respectivas curvas, apenas a posi¢io das mesmas. Assim, quanto maior a arrecadac3o de impostos pelo governo mais para a direita estard a curva de oferta de recursos no mercado financeiro, e quanto maior o Volume de gastos piblicos, mais & direita estar a curva de demanda por recursos. Teriamos a seguinte situagao: Figura 3.14 Equilibrio no modelo classico, com governo. Podemos ainda redefinir 0 conceito de poupanca desmembrando-o em poupanca 7 pibblica © poupanga privada. A poupanga ptblica, nesse caso, corresponde 8 diferencia entre a arrecadagao de impostos ¢ os gastos do governo (T'~ G). Dessa forma, a oferta : de recursos no mercado financeito corresponderia & chamada poupanga nacional, que € 3 ‘a soma da poupanca privada com a poupanga publica. 102 MACROFCONOMIA BASICA: DETERMINACAO DA RENDA NACIONAL SW-GH+TslH+G SW -DN+T-G Sp + Sg =I) 1) onde Sp é a poupanga do setor privado e Sg = T- G éa poupanga publica, A poupanca nacional ou poupanca interna ¢ dada por S = Sp + Sg. Vejamos 0 impacto da politica fiscal neste modelo. Consideremos inicialmente «um aumento dos gastos piiblicos. Nesse caso, a curva I + G desloca-se horizontalmente a magnitade do aumento dos gastos piblicos, passando de I + Gp paral + Gi. Assim temos: S+T 1+G, Figura 3.15 Ejeito de um aumento dos gastos piblicos no modeto classico. O aumento dos gastos puiblicos provoca uma elevacio na taxa de juros, devido - 2 uma maior pressio sobre os recursos existentes pela ampliagio da demanda. Este aumento nas taxas de juros provoca tanto uma redueo no investimento privado no ‘montante AJ, pois se necessita de uma maior produtividade marginal do capital, como uma elevago na poupanga de AS, ou seja, uma queda no consumo de mesma magnitude, uma vez que o consumo presente ficou relativamente mais caro em rela¢o ao consumo futuro, Assim: AG = - (AC + AD Percebemos, portanto, que o aumento do gasto piblico, apesar de pressionar injcialmente a demanda, nao levou a um aumento da renda (produto), pois nao afetou nem as condigdes tecnolégicas nem a dotacdo de fatores de produgio. Ou seja, apenas provocou uma alteracao na composicao da demanda, elevando a participacdo dos gastos piiblicos em detrimento dos gastos privados.(ceducdo do investimento ¢ do consumo). Esse fendmeno & conhecido como/érowding-out, ou efeito-deslocamento, Caso 0 governo adotasse” uma politica de reductio de impostos, sem ser acompanhada de redugao dos gastos, os impactos seriam semelhantes. A poupanca nacional se reduziria devido & queda na poupanga publica, pressionando a taxa de juros para cima e reduzindo o nivel de investimento, Note, porém, gue, neste caso, 0 consumo se ampliara, uma vez que aumenta a renda dispontvel no setor privado, Caso 0 consumo rio se ampliasse e toda redugo de impostos se transformasse em poupanga, a curva de oferta de recursos nio se deslocaria, mantendo inalterada a taxa de juros. Pereebe-se que aumento da taxa de juros decorre da ampliagao do consumo possibilitado pela MODELO CLASSICO 103 queda dos impostos, sem gue este fosse acomparhado por reduedo dos gastos pices ‘hesin para adeguar a demtanda & oferta agregada, 0 investimento tem que se rez De qualquer forma, a introdugdo do governo e da politica fiscal no modelo cldssico provoca ma recomposicio da demanda agregada, via taxa de jaros, mas no afetn a produgdo agregada, que sempre se encontra em equilfbrio de pleno empreso, Comentarios Finais Do exposto até aqui, conchuimos que no modelo cléssico a demanda possai um papel totalmente passivo na determinacao do produto. A politica monetiia afeta apenas lado monetério, sem ter qualquer impacto sobre as variiveis reais da economia hipstese da neutralidade monetiria). A politica fiscal, por sua vez, apenas alter @ composigdo dos gastos, isto é, a composigdo da demanda, mantendo jnalterada a oferta. Dessa forma, concluimos que nao existe qualquer forma do governo afetar 0 nivel de emprego ou de produto da economia. Isso nem se consttui uma necessidade, ‘uma ver que a economia sempre se encontra em equilfbrio de pleno emprego. ‘A possibilidade para 2 existéncia de desemprego neste modelo decorre das chamadas imperfeigdes de mercado, como, por exemplo, a existéncia de sindicates tentando fixar niveis de salérios incompativeis com a condicao de equilibrio de mercado de trabalho, mas que sio hipéteses nao consideradas no modelo classico. Assim, deixando 0 mercado funcionar livremente, ¢ eliminando as possiveis imperfeig6es, no existe espaco para politicas macroeconsmicas por parte do governo. Como veremos no capitulo seguinte, esta posicdo foi fortemente criticada por Keynes, Exercicios Resolvides 104 MACROECONOMIA BASICA: DETERMINAGAO DA RENDA NACIONAL 1. (Anpes ~ 1994) Considerando © modelo (neo)cléssico ¢ a teoria quantitativa da moeda, responda verdadeira ou falsa (©) O aumento da oferta de moeda pode elevar o nivel de emprego, mas provocs tensdes inflacionérias, Resposta: FALSA. Se considerarmos a existéncia de mercados livres do tipo concorréncia perfeita, inclusive © mercado de trabalho, a resposta é FALSA, pois {ano trabalhadores como empresas atuam no mercado de trabalho de acordo com ¢ salério real (ndo possuem iluséo monetéria), Desta forma, determinar- saldrio real de equilibrio que iguala oferta e demanda de trabalho (nivel de plene cemprego), com 0 que o nivel de emprego s6 podera ser afetado por modifieacoes nas Variiveis reais (tamanho populacional, preferéncias renda-lazer dos traba- Thadores, produtividade marginal do trabalho etc). Assim, a mudanca no estoque de moeda s6 provocaré alteragdes nos precos. (1) Um chogue adverso de oferta, em uma economia com oferta monetéria fixs, provoca uma queda no nivel de emprego e elevacao do nivel de pregos. Resposta: VERDADEIRA. © choque de oferta funciona como uma redugio da produtivided: ‘marginal do trabalho, deslocando para baixo a demanda de trabalho, com iss Teduzindo 0 nivel de emprego de equilibrio. Assim, a quantidade ofertada <= reduz, e como oferia de moeda permanece inalterada, a demanda agrezac permanece na mesma posigio. Pela teoria quanti perceber que, com um menor produto, a economia ajusta-se com uma eleva: dos precos. Assim, é VERDADEIRA a afirmacao. 2) 0 desemprego independe da situagio da demanda agregada, sendo voluntirio € resultado da negativa dos trabalhadores em aceitarem menores salérios reais: Resposta: VERDADEIRA. "Assumindo que os mercados so do tipo concorréncia perfeita, o mercado de trabalho sempre determinard um nivel de saldrio real que equilibre oferta temanda de trabalho. Como vimos, tanto a curva de demanda como de oferta Ge trabalho sao determinadas por varidveis reais. A demanda agregada apenas Gefine o nivel de precos da economia, sem qualquer impacto sobre as varidveis reais: emprego, produto, saldrio real ete. <3) Maior propensio a poupar da sociedad redus. taxa de juros, mas nada pode ser ‘afirmado em selagao ao investimento, pois este depende, também, do nfvel de ocupacdo da capacidade produtiva. Resposta: FALSA. No modelo clissico, o nivel de poupanca acaba determinando o nivel de investimento, com as oscilagdes da taxa de juros garantindo que a demanda de jnvestimento se igualara a oferta de poupanca. Assim, a0 ampliar-se 0 nivel de poupanga da economia, com cetteza se ampliard o investimento, pela queda na taxa de juros. Anpec ~ 1992) Considerando © modelo neocléssico de determinazao do nivel de htividade, emprego, precos ¢ salérios envolvendo, entre outras, as hipdteses de concorréncia perfeita, ajuste instantaneo de salirios e pregos e validade da teoria quantitativa da moeda. Responda, entio, verdadeira ou falsa. (0) Quando 0 progresso técnico torna o fator trabalho mais produtivo, entdo o nivel de emprego aumenta, desde que a oferta de trabalho reaja positivamente 20 salério-real. Resposta: VERDADEIRA. 1 progresso técnico desioca para cima a funcdo de produgao ¥ = ftN) Como a produtividade do trabalho s¢ eleva, isto desloca para cima ¢ para direita S demanda de trabalho, pois as firmas estardo dispostas a pagar um salario real ais elevado para obter a mesma quantidade de trabalho (W/P. PMN). Thtim, caso a oferta de trabalho seja positivamente inclinada, a maior demanda por trabalho Tevaré a um aumento do salario real de equilfbrio ¢ a uma maior uantidade ofertada de trabalho; assim, no novo equilibrio o nivel de empres® send maior. Neste caso, a produeo scr maior tanto pelo progresso técnico, pelo deslocamento da funcao de produgao, como pelo aumento do empres Caso a oferta de trabatho fosse dada, isto é, insensivel ou inelstica 20 sakrio real (curva de oferta de trabalho vertical), © progresso técnico, ao deslocar a fingdo demanda de trabalho, levaria apenas a elevagdo do salério real, mas o nivel de emprego ndo se alteraria, (1) Quando o progresso técnico tornao fator trabalho mais produtivo,entio o salirio real aumenta. Resposta: VERDADEIRA. Conforme discutido no item anterior. (2) Quando o progress téenico torn o fatr trabalho mais produtivo, entZo o nivel de precos cai. Resposta: VERDADEIRA. (0 progresso técnico eleva o produto, como vimos anteriormente, Const derando a teoria quantitativa da moeda: MV = PY, se 0 estoque de moeda ¢ sua Velocidade de circulacao estiverem constantes, o aumento do produto implicard fa queda dos pregos. Ou seja, ao ampliar-se a oferta (deslocé-ta para dire oferta agregada vertical), mantida a mesma demanda agregada, 30 nivel prevalecente de pregos haverd excesso de oferta; isto levard & queda dos preos, para ampliar a quantidade demandada e igualé-la com a oferta. ios MODELO CLASSICO (3) Uimaumento na oferta de moeda aumenta na mesma proporgio o salério nominal ‘endo tem qualquer impacto sobre 0 nivel de emprego. Resposta: VERDADEIRA. TConsiderando que o nivel de exprego c o saério real sto determinados no mercado de trabalho, no ponto de intersegio da demanda de erabalho, av Feflete a produtividade marginal do trabalho (varifvel read. ¢ & oferta de {eabalho, que tanto pode ser considerada fixa como refleinde a desutilidade marginal do trabalho, ou sendo positivamente inclinada em elagio a0 salério real, percebe-se que variaveis nominais néoafetam a dete: ‘minagao do emprego. epee ampliag da oferta de moeda, dada a oferta agregada vertical, pens Ievard’ A elevagio dos pregos, conforme exposto pela teoria quanitava da vera ge o saldrio nominal € dado, isto levaré A redugéo do salitio real, ¢& aeneenso de demanda no mercado no trabalho, Para manter 0 silério real no mesmo patamar, 0 salério nominal teré que se elevar na mesina proporgio que SD estoque monetirio € os pregos, de modo a manterse o equiibrio no mereado Ge trabalho, com o que 0 emprego nao sera alterado. Observacio: a politica monetéria s6 afetard o nivel de empreee 5 conside- farmos a existéncia de contratos de trabalho que fagama com que ae cabirios nominais sejam rigidos. Nesse caso, uma clevacio fo estogue de moeda elevari 0s preens, os quais, ndo sendo eompanhados por aumentos nos salarios nominals, levario & queda do salrio real e& ampliago do emprego. Caso contranios temos a neutralidade monetiria. Exercicios Propostos 1. Mositeos efeitos de uma elevagdo dos impostos nao acompanhada Pot Wis elevagio dds gastos sobre o nivel de produto, emprego, saétio real, pregoss Akt de juros investimento, no modelo clissico. Mostre o impacto no mercado de trabatho da introdugao de uma contribuigdo sobre wMfotha de pazamentos reealhidas pelo emprezador, supondo o modelo clissico. 3, Mostre os efeitos da inirodugdo de um subsidio ao investimento sobre a taxa de juros, no mercado cléssico. 14. Mostve os impactos de ua politica monetaria expansionista sobre 0 produto, salario real e pregos, dentro do modelo cléssico. 5, Deduza a curva de demanda por capital, investimento, partir da hipotese de maximizagao de Iuero das empresas, supontlo © modelo cléssico REFERENCIAS = ACKLEY, G. Teoria ‘macroeconémica, $30 Paulo : Pioneira, 1989- BIBLIOGRAFICAS MANKIW, N. G. Macroeconomia. Rio de Janeiro : LTC, 1995. SHAPIRO, E. Andlise macroecondmica. Sao Paulo : Atlas, 1988 106 MACROECONOMIA RASICA: DETERMINAGAO DA RENDA NACIONAL Apéndice A AQUESTAO DO DESEMPREGO Dissemos 20 longo da exposiggéo do modelo cléssico, que, com o mercado atuando livremente, no haveria desemprego, com a economia sempre operando a pleno emprego. A tinica possibilidade para a existéncia de desemprego no modelo classico seria a presenga de imperfeicOes no mereado, como sindicatos que procuram fixar 0 salério acima daquele que equilibra o mercado de trabalho. © fato de trabalharmos com a nogdo de pleno emprego nio significa que a todo instante todos os trabalhadores estarao cocupados, Neste apéndice, discutiremos alguns conceitos de desemprego. A taxa de desemprego corresponde relac&o entre 0 nfimero de pessoas que sejam capacitadas e estejam disposias a trabalhar ¢ ndo encontram emprego, em relagdo 0 total de pessoas aptas e interessadas em trabalhar. Note-se que, por esta definicao, exclui-se da categoria de desempregados aqueles individuos que, apesar de estarem desempregados, nao estejam procurando emprego. Assim, nas medidas de desemprego em geral desconsideram-se aquelas pessoas que nfo realizaram qualquer entrevista nas tiltimas quatro semanas, por exemplo, o que caracterizaria que a pessoa no esta procurando emprego. As pessoas que esto fazendo “bicos” para sobreviver, mesmo sem possuirem um vinculo empregaticio formal, também, em geral, nfio so consideradas desempregadas, pois esto auferindo renda. Existe uma série de medidas diferentes para o desemprego, de acordo com as consideragées que sc faz do que seja 0 desempregado ¢ do que significa disposicao a obter emprego. O Brasil possui as categorias desemprego aberto, desemprego oculto, cic. As taxas da Fundacio Seade/Dieese, por exemplo, nfo coincidem com as do IBGE, assim por diante. Esta diversidade acentua-se ao compararmos diferentes paises. A taxa de desemprego € uma relagdo entre um estoque de individuos que em um dado momento estejam sem ocupacdo, frente a0 estoque total da forga de trabalho. ‘Varios autores, para analisar os motivos que afetam esta relagtio, usam 2 metéfora da “piscina” do desemprego. Os fatores que causam a entrada nessa piscina so: dispensas temporétias do trabaiho (com futura recontratago: é um desemprego tempordrio); entrada na forca de trabalho em busca do primeiro emprego; demisséo (faléncia de empresas, contragdes cfelicas etc). ‘As saidas se devem As readmiss6es dos temporariamente dispensados, & criago de novos empregos e & aposentadoria ou abandono da forca de trabatho, Para efeitos tedricos, consideramos trés definigées de desemprego: © desemprego friccional, decorrente de reajustes ou movimentos setoriais ou regionais da estrutura produtiva e do deslocamento da mao-de-obra; © desemprego Voluntirio, no qual o individuo nfo quer trabalhar a0 salario vigente; © desemprego involuntirio, no qual o individuo, apesar de aceitar trabalhar 20 salério vigente e mesmo abaixo deste, ndo consegue emprego. © desemprego que o modelo cléssico descarta € 0 chamado desemprego involuntitio. Fle pode ser definido como a existéncia de pessoas dispostas a trabalhar a0 nivel de salério vigente no mercado, mas que mesmo assim nao conseguem. Como vimos na construgdo do modelo cléssico, 0 desemprego involuntério é impossivel de ocorrer a partir das hipéceses do modelo, pois segundo este, em havendo excesso de oferta de trabalho, o salério se reduzira até quea oferta e demanda de trabalho se igualem, de tal modo que todos que estiverem dispostos a trabalhar ao saldrio de mercado encontrardo oportunidad. MODELO CLASSICO 107 Esse 6 0 primeiro ponto de discérdia do modelo clissico com keynesiano, que discutiremos no capitulo seguinte, Veremos que, ne modelo keynesiano, a producao é determinada pela demanda no mercado de bens; se esta estiver deprimida, mesmo hhavendo pessoas dispostas a aceitar redugGes salariais para conseguir emprego, mas se os empresarios no tiverem expectaliva de vender 0 produto, ndo contratarao m: pessoas, abrindo-se entio a possibilidade para 0 chamado desemprego involuntirio. (© desemprego considerado no modelo clissico € o chamado desemprego friccional, ou desemprego de pleno emprego. Ele corresponde a uma situacio em que, mesmo havendo oportunidades para todos aqueles que desejam trabalhar ao salario vigente, as pessoas muitas vezes tem que se adequar a estas oportunidades, ou seje, pode haver discrepancia entre os empregos que S40 oferecidos ¢ as qualidades ou habilidades ‘das pessoas, 0 que pode se dar tanto em termos de conhecimento como pelo fato das pessoas estarem localizadas em regides erradas. Assim, por exemplo, 0 advento dos ‘microcomputadores fez com que o trabalho de datilografia ficasse tecnologicamente obsoleto, Enquanto por um lado gera-se, inicialmente, um grande contingente de datilégrafos desempregados, por outro lado amplia-se a procura por digitadores, programadores etc. ‘A. questdo neste sentido nfo € a falta de emprego, mas 0 fato de que os trabalhadores ndo estio preparados para a nova fungdo requisitada. Este desemprego persistiré enquanto as pessoas treinam ou adquiram as novas habilidades requeridas Este tipo de desemprego friccional também & chamado de desemprego estrutural, causado pelo rapido desenvolvimento tecnol6gico, que tende a marginalizar a parcela da mio-de-obra que nao tem habilidades para acompanhar as mudancas. Outro exemplo de desemprego friecional refere-se a uma mudanca geogréfica das oportunidades econdmicas. Suponhamos que em dado instante as oportunidades na indvistria de Sao Paulo comecem 2 desaparecer, mas simultaneamente cresca a procura por trabalhadores nas culturas de frutas no vale do Sao Francisco. Inicialmente, uma parcela da miio-de-obra em Sio Paulo estar desocupada, mas tdo logo esta se mude para a regido da fruticultura voltaré a estar empregada. Outra possibilidade, chamado desemprego friccional, & aquela situagdo em que o trabathador, depois de perder ou deixar 0 emprego, escolhe outra oportunidade. Assim, mesmo em uma situagdo de pleno emprego, sempre haverd uma parcela da forga de trabalho desocupada por questdes de mudancas tecnologicas, regionais, da atividade produtiva, que requer readaptaces dos trabalhadores 4s novas oportunidades, ¢ tem um cardter temporirio para este trabalhador. Como veremos adiante no livro, muitos autores definem o desemprego friccional como taxa de desemprego de pleno emprego, o que parece contraditério nos seus termos, como a taxa natural de desemprego. Esta corresponds & taxa de desemprego compativel com a austneia de inflagio. Para combater esse tipo de ‘desemprego, o friccional, 0 governo pode, por exemplo, criar centros de qualificagao dos trabalhadores que busquem retreind-los as novas demandas exigidas no mercado de trabalho. Um outro tipo de politica refere-se a criagio de uma agéneia publica de cemprego que reunisse todas as informagGes sobre as novas oportunidades, diminuindo (08 custos de transagdo para o trabalhador procurar um novo emprego, ¢ mesmo evitasse ‘que este nao tivesse acesso as informagoes. O terceiro tipo é 0 chamado desemprego voluntario ou desemprego de espera. Este desemprego decorre do salrio real situar-se acima daquele que equilibra omercado de trabalho, Note-se que no referencial do modelo clissico, este tipo de desemprego indo poderia persistir, uma vez que, considerando mercados perfeitos, o salrio real teria que se reduzir até que 0 desemprego fosse eliminado. Assim, este tipo de desemprezo 56 pode emergir de imperfeicdes do mercado que tornam o salério rigido, ¢ impedem {que 0 desemprego seja eliminado pelo mecanismo de pregos. Dentre as principais causas fa explicar a rigidez salarial e, portanto o desemprego de espera, destacam-se 108 — MACROECONOMIA BASICA: DETERMINACSO DA RENDA NACIONAL interferéncia dos governos com legistagées do tipo salirio mfnimo, a existéncia de sindicatos e as negociagdes coletivas que retiram a concorréncia do mercado de trabalho, argumento do chamado salério-eficiéne Quanto ao salério minimo, se estiver fixado acima do nivel de equilibrio do mercado, gerard um desestimulo a contratagdes por parte das empresas e estimulard uma maior oferta de trabalho, levando a emergéncia do desemprego. Note-se que, de acordo com a teoria econémica, o salério real reflete a produtividade marginal do trabalho. Diferenciando o mercado de trabalho entre trabathadores experientes e inexperientes, pode-se perceber que, no caso dos primeiros, a produtividade deve ser maior do que no caso dos segundos, uma vez. que jé foram treinados e possuem as habilidades necessérias para a execucio das atividades. Assi n, segundo alguns estudos realizados para os EUA, a legislacao de saldrio minimo nao tende a afetar 0 emprego na categoria de homens adultos qualificados que, em geral, recebem saldrios maiores do que o minimo. Contudo, essa legislagao tende a afetar fortemente 0 mereado de trabalho de adolescentes, que ainda ndo possuem experiéncia e, portanto, uma baixa produtividade. Assim, o salério minimo tende a situar-se acima daquele que equilibraria 0 mercado, uma vez. que os custos que as empresas possuem com o treinamento desta mao-de-obra deveria ser : considerado salério, Com isso, 0 desemprego de espera tende a ser significativo nessa categoria de ingressantes no mercado de trabalho, dificultando a obtencao do primeiro emprego e, no caso, de mao-de-obra desqualificada, Quanto ao chamado salério-eficiéncia, esta teoria tenta mostrar que 0s traba- Ihadores que ganham mais s4o mais produtivos, o que pode ser explicado por melhores padrdes de satide dos trabalhadores (diminui mimero de faltas, eleva a produtividade do trabalho etc.), melhores incemtivos (permanéncia no emprego - diminui custo de treinamento e recrutamento; estimalo 4 boa conduta - zelo pelo equipamento, menor mimero de defeitos etc., o que se obtém pelo medo de perder o emprego), obtencdo dos melhores funciondrios (alega-se, por exemplo, que com baixos salarios s6 ficam os piores funcionérios, que no conseguem obter outros emptegos, o que é chamada de selecdo adversa). Assim, existem uma série de explicagGes para justificar, pelo lado das empresas, porque estas nao diminuem os satérios pagos, mesmo na existéncia de desemprego, ou seja, porque elas se sentem atrafdas a pagar um saldrio maior que o do mercado." se + Essa anilise deveria ser complementada com oa a ‘empresas de setores concorrencias teriam condicdes de adotar este tipo de polit ‘bastante difundida em empresas lideres, em secores oligopolizads, lise do mercado de bens. Dificilmente pequenas a, Esta pritica é MODELO CLASSICO 109 Apéndice B A DEMANDA AGREGADA CLASSICA A PARTIR DA LEI DE WALRAS ara deduzirmos a demanda agregada classica, podemos alternativamente partit da chamada Identidade de Walras, de acordo com a qual 0 somat6rio dos excessos de demanda de toda a economia é necessariamente igual a zero, ou seja, se em algum. rercado existe excessa de demanda positivo, havera, outro mercado (ou outros) nos quais haverd excesso negativo, compensando o primeiro. O corolério desta afirma ‘comhecido como Lei de Walras, diz que em wm economia em que existam n mercados, se n-I mercados estiverem em equilibrio, 0 n-ésimo mercado também estard. Consideremos quatro mercados: mercado de produto; mercado de titalos; mercado de moeda; mercado de trabalho; econ as seguintes hipéteses: i. a demanda por trabalho é uma demanda derivada, isto €, no é demanda final (trabalho s6 € utilizado como intermediario para produzir bens © servigos finais). Com isso, podemos excluir esta demanda por parte dos individuos (como vimos no item anterior, as empresas demandam trabalho para gerar a produgio). Assim, os individuos realizarao demandas apenas por produto, moeda ¢ titulos; ¢ ii, as pessoas nao rasgam dinheiro e titulos. ‘Vamos considerar inicialmente que cada agente econdmico i receba uma renda nominal igual a Ri, tal que a renda total da economia seja o somat6rio da renda de cada agente individual. Como vimos na parte de Contabilidade Nacional, o valor da renda nacional é igual ao valor do produto nacional (PY), uma vez. que a valor do produto se cesgota na remuneragao daqueles fatores de producdio envolvidos em sua geragdo. Assim: R=DR-P-Y Dadas as hipéteses de que os individuos néo demandam trabalho, pois esta no 6 uma demanda final e nem rasguem dinheiro e titulos, temos que estes agentes deverao alocar sua renda na demanda de produtos, moeda (alterando seu estoque) ¢ titulos (também alterando o estoque).* A demanda total por produto é o somatorio de todas as demandas individuais, o mesmo valendo para os titulos e para a moeda, Dessa form: ‘+ -Devemos notar que tanto titulos cco moeda so variéveis estoque (viqueza), enquanto a demand € tum fluxo, Assim, demanda adicfonal por moed e ttulos significard alteragdes finais nos respectives esque. 110 MACROECONOMIA BASICA: DETERMINACAO DA RENDA NACIONAL BENE er eee ee eee ee eee ee eee eee eee ere sendo ¥% = demanda por produtos, B4 = demanda por titulos & ‘M° = demanda por moeda. Como toda renda nominal devera ser alocada em um destes trés mercados, teremos: R= PY? + AB‘ + AM* Isto é, 08 individuos destinam a renda ou para adquirir bens e servigos (produto) ‘ou para aumentar o estoque de titulos ox de moeda. Como: R= PY PY? + AB‘ + AM = PY segue-se que’ POY ¥) san! Fam =o | A variagdo no estoque desejado de moeda corresponde & moeda que se deseja possuir ao final do perfodo (4°), menos aquela que os agentes possufam no infcio, (M").. Assim: AM“ = M¢-M° e P(Y’-¥) + ABS + M4-M"=0 Supondo que 0s bancos fixem @ taxa de juros, e adquiram a oferta excedente de tinulos a esta taxa, convertendo-os em moeda conforme o desejo dos agentes, teremos que a oferta de moeda ser determinada como contrapartida do mercado de titulos, ou seja, as alteracdes na oferta de moeda em um dado periodo sero iguais as mudancas no estoque de titulos desejados pelos agentes. De acordo com a chamada Conexao Wickselliana, segundo a qual os bancos compram 0 excesso de titulos criando moeda,** temos: Voltando & condigao de equilibrio dos mercados, ternos PY’-Yy +M*-M=0 Pot - ¥) =~ (M4-M) ‘Assim, 0 Valor do excesso de demanda por produtos € exatamente igual ao valor do excesso de demanda por moeda com sinal invertido De acordo com a Teoria Quantitativa da Moeda, vista no capitulo anterior, | ‘temos que a demanda por moeda proporcional a0 produto nominal, uma vez que demanda-se moeda basicamente para realizar transagbes. Dessa forma: ‘M! = kPY (Demanda de moeda para transagées) onde: inverso da velocidade renda da moeda, ou coeficiente marshalliano, ** Devide 20 economista austiaco Knut Wicksell MODELOCLAssIco 111 Como vimos, o valor de k pode ser considerado constante no curto prazo, pois & determinado basicamente por fatores institucionais. como grau de concentracio vertical da producio, pelos intervalos de pazamentos, pelo grau de desenvolvimento do sistema financeiro etc. Fazendo k = 1, temos: M“= PY Substituindo na condi¢ao de equilibrio P(Y!-Yy+M*-M=0 temos: APY‘ = M Dessa forma, dada a oferta de moeda (M) ¢ a yelocidade tenda da moeda, a equacio quantitativa pode ser interpretada como uma funcdo de demanda por produtos.. Quanto maior o nivel de pregos, menor seré a demanda, e o inverso para menores niveis de pregos. Temos assim, a Curva de Demanda Agregada no modelo clissico, obtida com base na Lei de Walras. DA, = My Vs 112 MACROECONOMIA BASICA: DETERMINACAO DA RENDA NACIONAL

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