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A Sra. Margarida solicitou parecer sobre a compra de um terreno feita por seu falecido marido. O parecer conclui que a transação era inválida porque a vendedora nunca foi proprietária do terreno, caracterizando uma "venda a non domino". Como resultado, a compra deve ser anulada e a Sra. Margarida tem direito a reaver os valores pagos.
A Sra. Margarida solicitou parecer sobre a compra de um terreno feita por seu falecido marido. O parecer conclui que a transação era inválida porque a vendedora nunca foi proprietária do terreno, caracterizando uma "venda a non domino". Como resultado, a compra deve ser anulada e a Sra. Margarida tem direito a reaver os valores pagos.
A Sra. Margarida solicitou parecer sobre a compra de um terreno feita por seu falecido marido. O parecer conclui que a transação era inválida porque a vendedora nunca foi proprietária do terreno, caracterizando uma "venda a non domino". Como resultado, a compra deve ser anulada e a Sra. Margarida tem direito a reaver os valores pagos.
Parecer n 1/LKRL Interessado: Margarida Assunto: Anulao de negcio jurdico
EMENTA:
Senhora Margarida,
Trata-se o presente de consulta formulada pela Sra. Margarida, que
solicita manifestao acerca de compra e veda efetuada no ano de 2008 por seu marido Rodolfo, de um terreno situado na estrada de Manacapuru e desmembrado da Fazenda Maria, mediante a contraprestao de R$ 10.000.00 (dez mil reais), 2 (dois) carros e mais 10 (dez) parcelas de R$ 500,00 (quinhentos reais). Aps o falecimento do Sr. Rodolfo, Margarida obteve informaes de que a referida transao, na realidade, tratava-se de um golpe, inclusive noticiado pelos jornais locais. Diante disso, a Sra. Margarida tentou, por inmeras vezes, entrar em contato com a Sra. Marcela (vendedora do terreno), porm, no obtendo sucesso. Em seguida, descobriu-se que tal vendedora jamais foi proprietria do terreno alienado. o relatrio. Inicialmente, faz- se mister a anlise acerca da validade do negcio jurdico realizado, ou seja, da compra e venda, objeto de anlise neste parecer. Nesse sentido, verifica-se que o nosso Cdigo Civil, em seu art. 104, dispe
sobre os requisitos de validade do negcio jurdico, dentre eles, a licitude do
objeto, seno vejamos: Art. 104. A validade do negcio jurdico requer: I - agente capaz; II - objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel; III - forma prescrita ou no defesa em lei.
De acordo com o dispositivo em comento, para que os negcios jurdicos
sejam considerados vlidos, alguns requisitos devem ser preenchidos, constituindo-se como essenciais para sua formao. A no observncia desses comandos traz graves consequncias para o negcio celebrado entre as partes, ensejando a aplicao das teorias das nulidades ou anulabilidades do negcio jurdico, a depender do caso em concreto. Caracteriza-se como "venda a non domino", aquela realizada por pessoa cuja
qual no possui a propriedade do bem a ser alienado. princpio
comezinho do direito que somente pode oferecer venda aquele que o
proprietrio ou legtimo representante da coisa. Verifica-se, portanto, que se trata de negcio jurdico que envolve objeto ilcito, ensejando a nulidade deste, vez que resta ausente um dos requisitos imprescindveis de formao do negcio jurdico. Corroborando com tal entendimento, assevera o ilustre jurista CLVIS BEVILQUA que " o objeto vendido deve ser prprio do alienante ou de algum que o haja autorizado a vend-lo (...). Perante a legislao ptria, a venda de coisa alheia nula, tendo o comprador de boa-f ao para haver perdas e danos"(Direito das Obrigaes. Edio Histrica. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1977, p. 304).
Diante de todo o exposto, foroso reconhecer que a interessada,
herdeira em concorrncia com seus filhos foi lesada pela venda simulada por parte da Sra. Marcela, visto que esta obteve um locupletamento ilcito causando prejuzo ao patrimnio daquela, em virtude do golpe sofrido pelo "de cujus".