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Ano IV - Nº 1
Janeiro de 2010
DESTAQUES DO MÊS
EM FOCO
Copa do Mundo 2014 com
Conade, Conselhos
Acessibilidade
Estaduais e Conselhos
A Campanha da Acessibilidade vai priorizar as suas ações
Municipais vão discutir a
nas 12 cidades que serão sede da Copa do Mundo de 2014,
acessibilidade visando a
com o objetivo de fortalecer a mobilização e a
Copa do Mundo de 2014
sensibilização sobre o
assunto. Página 4
NOTÍCIAS
Regimento Interno do
Conade será revisado
para incorporar
regulamentação
envolvendo ética e outros
avanços Imagens dos projetos
dos estádios. No
sentido horário,
Maracanã (Rio de
Ministério do Turismo e Janeiro/RJ), Estrela
dos Reis Magos
Associação para (Natal/RN) e Beira-
Valorização da Pessoa Rio (Porto Alegre/RS)
com Deficiência (Avape)
apresentam cartilha
sobre turismo acessível
Cito parte do discurso do Presidente da Republica, para fazer uma reflexão sobre o conteúdo do
PNDH-3. O interesse meu por uma palavra ou uma vírgula do documento é diferente do interesse de
outras pessoas. Isso porque os meus valores são diferentes dos seus e estes por sua vez são
diferentes nas demais pessoas. E assim é em todo processo democrático. A importância que eu dou a
determinado ponto de um documento é diferente para cada um dos atores em uma democracia.
Segundo Nelson Rodrigues, a unanimidade é burra.
E é justamente por não ter unanimidade que o PNDH-3 ganha maior importância, pois as divergências
vão proporciona a discussão de seu conteúdo e na pior das hipóteses isso vai permitir divulgar o que foi
construído. Sem isso continuaremos onde estamos: muita gente criticando sem ao menos conhecer o
que foi escrito. Mas diante de todo questionamento, uma coisa não se pode negar: O PNDH-3 foi fruto
da participação social por meio do envolvimento da sociedade civil em todo o seu processo.
Estruturado em seis eixos básicos a partir dos quais são sugeridos objetivos estratégicos, diretrizes
e ações programáticas, o PNDH-3 foi o resultado das resoluções aprovadas na 11ª Conferência
Nacional de Direitos Humanos, em dezembro de 2008, bem como de intenso processo participativo
desenvolvido nos Estados, além de propostas aprovadas em cerca de 50 conferências nacionais
temáticas realizadas desde 2003. Além disso, realizaram-se, ainda, 137 encontros prévios às etapas
estaduais e distrital, denominados Conferências Livres, Regionais, Territoriais, Municipais ou Pré-
Conferências, e o documento foi objeto de consulta pública. Participaram ativamente do processo em
torno de 14 mil pessoas, reunindo membros dos poderes públicos e representantes dos movimentos de
mulheres, defensores dos direitos da criança e do adolescente, pessoas com deficiência, negros e
quilombolas, militantes da diversidade sexual, pessoas idosas, ambientalistas, sem-terra, sem-teto,
indígenas, comunidades de terreiro, ciganos, populações ribeirinhas, entre outros. Negar a
legitimidade desse processo é se contrapor a uma efetiva política de participação e controle social.
O PNDH-3 é uma Política de Estado e não de Governo. Ele ainda é um programa e não uma resolução.
Voltando ao discurso do Presidente Lula, precisamos trabalhar para que as intenções sejam
transformadas em direitos, e nisso temos um importante trabalho enquanto órgão superior criado para
EDITORIAL
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Boa leitura!
Denise Costa Granja, presidente do Conade
EM FOCO
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A
benefícios executados em uma cidade-sede
pós ouvir o
coordenador
da Comissão
de Comunicação
Social (CCS), Roberto
Tiné (Apabb), que
apresentou o
Relatório da Reunião
da CCS, o Plenário do
Conade reunido na
67ª Reunião
Ordinária, aprovou o
planejamento da
Campanha da
Acessibilidade,
objeto da Nota
Técnica
A Copa do Mundo, para o Brasil, começa agora e Deficiência, do Governo Federal, se torna
sua realização poderá deixar um legado de imperiosa. É de vital importância a ação
transformação efetiva das cidades-sede e conjunta e articulada dessas diferentes ações
municípios vizinhos. A Campanha Nacional da da Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
Acessibilidade, consciente da importância da Presidência da República, em busca do
desse momento, pretende reunir os Conselhos envolvimento dos diferentes atores de cada
Estaduais e Municipais de Direitos das Pessoas região: governos de estado, prefeituras, Clube
com Deficiência e todos os dos Treze, federações de
parceiros que já aderiram à futebol, clubes de futebol,
A questão da acessibilidade
Campanha na busca da clubes sociais, rede
beneficia diretamente um universo
transformação e adequação hoteleira, federação do
significativo de brasileiros. Segundo
efetiva das cidades-sede e comércio e de bares e
o Censo 2000, 25 milhões de
municípios vizinhos. A restaurantes, bancos
brasileiros possuem algum tipo de
proposta é formar uma rede nacionais e regionais,
deficiência e 17 milhões são idosos.
de apoio e acompanhamento teatros, cinemas, grandes
Além das gestantes, crianças,
dessas ações. empresas da localidade.
pessoas com mobilidade reduzida e
Objetiva-se um trabalho de
Agenda Social Direitos da obesas, os efeitos da Campanha
rede que possibilite a
Cidadania alcançam também os familiares,
construção de ações que
amigos e profissionais que convivem
Neste sentido, a interface promovam efetivamente a
com esse público-alvo.
da Campanha da acessibilidade na região e
Acessibilidade com as ações da Agenda Social possam também desenvolver a melhoria da
Direitos de Cidadania - Pessoas com qualidade da oferta de serviços para as pessoas
com deficiência, bem como o aumento da
empregabilidade delas nesses setores da
economia. Destaca-se que a Frente Nacional de
Prefeitos, entidade que já aderiu à Campanha
da Acessibilidade, terá um papel fundamental
na construção dessa ação conjunta.
das cidades que compõem a Frente, em especial por meio da cultura a divulgação da Campanha
as 12 cidades-sede da Copa do Mundo; da Acessibilidade e o envolvimento de forma da
promoção da discussão da acessibilidade no população em geral (o objetivo é que todos, de
grupo de trabalho das 12 cidades-sede; forma alegre e descontraída, tenham acesso à
promover a acessibilidade nos eventos da informação que deverá atuar como elemento de
Frente e nas campanhas e propagandas da mobilização da mudança de atitude); promover,
entidade; tornar o seu site acessível; promover, com o apoio do Conade e da Subsecretaria
com o apoio do Conade e da Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa
Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, cursos de capacitação e
com Deficiência (da Secretaria Especial dos sensibilização para funcionários e usuários dos
Direitos Humanos, da Presidência da teatros, bares e restaurantes; implantar,
República), cursos de capacitação e gradativamente, material em braile nesses
sensibilização para gestores e funcionários das espaços (folder informativo, programação,
prefeituras. cardápio); Apoiar a Conexão & Marketing no
projeto cultural “Concertos MPBR”, que
Clubes dos Treze e federações de futebol: pretende promover encontros musicais entre
divulgação da Campanha da Acessibilidade em artistas representantes de deferentes
seus campeonatos (regionais e nacionais); gerações, gêneros musicais e novos talentos da
incentivar os clubes a divulgar a Campanha e a música brasileira, sobretudo a de origem nas
tornar seus estádios acessíveis (ação regiões isoladas do Brasil.
prioritária nos estádios que sediarão os jogos
da Copa do Mundo); promover a acessibilidade
nos eventos e nas campanhas e propagandas da
entidade; tornar os seus sites
acessíveis; promover com o apoio
do Conade e da Subsecretaria
Nacional de Promoção dos
Direitos da Pessoa com
Deficiência, cursos de capacitação
e sensibilização para funcionários
e usuários da entidade e dos
clubes.
Foto do Plenário do Conade. Em primeiro plano, da pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
esq. para a dir. A conselheira Gecy (FBASD), Tânia
Mariza (MPS) Raimundo de Souza (MPS) e Elyria (ABNT), garantindo dessa forma o desenho
Credidio (MDS). universal e o acesso a todas as pessoas de
forma igualitária (acessibilidade arquitetônica,
de informação e de comunicação).
A Legislação Brasileira sobre Acessibilidade Histórico da Campanha
O Brasil é um país rico em legislações sobre os O lançamento da Campanha Nacional de
direitos das pessoas com deficiência. A Acessibilidade foi realizado durante a I
promoção da acessibilidade está assegurada na Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com com Deficiência, em maio de 2006 e, na
Deficiência, ratificada no Brasil com status de oportunidade, foi apresentada a marca, o
Emenda Constitucional (Decreto Legislativo nº slogan e o site da campanha
186, de 09 de julho de 2008) e promulgada pelo (www.sigaessaideia.org.br) e a revista da Turma
Decreto nº 6.949, de 25/08/09 (assinado pelo da Mônica com histórias sobre acessibilidade.
Presidente da República Luiz Inácio Lula da Posteriormente, foi lançado um vídeo educativo
Silva), as Leis 10.048 e 10.098 de 2000 e o que apresenta situações nas quais pessoas com
Decreto 5.296 de 2004, além do Estatuto do deficiência, idosas, gestantes e obesas
Torcedor (Lei nº 10.671/2003) que nos artigos enfrentam dificuldades em seu dia-a-dia.
13 e 27 também prevê o respeito ao torcedor
com deficiência. Já aderiram à Campanha da Acessibilidade
vários governos de estado,
prefeituras, órgãos públicos,
universidades, entidades privadas,
clubes e federações de futebol,
personalidades públicas e escola de
samba.
A
Comissão Provisória de Ética, criada O Regimento Interno em vigor foi elaborado
em novembro de 2009, apresentou o em 2005, e deverár passar por uma reforma
resultado do seu trabalho para o completa, buscando a modernização do Conade.
Plenário da 67ª Reunião Ordinária do
Conade. Criada originalmente para criar
um código de ética para ser seguido pelos
conselheiros do Conade, a comissão
apresentou a proposta de reformar o
Regimento Interno do Conade, incluindo,
entre outras melhorias, novas regras que
disciplinem a conduta dos conselheiros do
Conade. Essa sugestão suprime a
necessidade de criação do código de
ética, uma vez que o próprio Regimento
Inteno deverá contemplar o assunto.
O
O Conade vai oferecer traslado e alimentação
IV Encontro de Conselheiros será para todos os participantes e hospedagem para
realizado em Brasília de 25 a 27 de os representantes da sociedade civil. O IV
julho de 2010, e deverá contar com Encontro de Conselhos será composto de
800 participantes de todos os Estados palestras, mesas-redondas, oficinas e grupos
brasileiros. Cada conselho, seja ele estadual ou de trabalho para discussão dos temas que serão
EM FOCO
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A Mesa
O evento foi conduzido pelo presidente do CNDI, José Luiz Teles e pela presidente do
Conade, Denise Granja. Na mesa estavam presentes Izabel Maior, titular da Subsecretaria
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Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Perly Cipriano, titular da
Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos e Roberto Loyola, coordenador geral da
Política do Idoso, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), da Presidência da
República.
Foto do da mesa que conduziu a videoconferência. Da esq. para a dir. Roberto Loyola, (SEDH), Denise Granja
(Conade), José Luiz Teles (CNDI), Perly Cipriano (SEDH) e Izabel Maior (SEDH).
Em seu pronunciamento, Denise Granja lembrou que a defesa que o Conade fez ao PNDH-3
através da Moção de Apoio lançada pelo Conselho em dezembro de 2009 se refere ao
processo democrático que envolveu a criação do PNDH-3 e não ao seu conteúdo. Denise
lembrou, também, que o debate dos assuntos polêmicos só pode ser feito nas mesmas
instâncias democráticas que elaboraram o documento.
Roberto Loyola conclamou a todos que se debrucem nas 25 diretrizes existentes no PNDH-3,
com o objetivo de acompanhar o seu cumprimento. Já a subsecretária Izabel Maior enfatizou
que direitos humanos não se definem, pois eles são inerentes à pessoa. Basta nascer que já se
tem direitos. Defendendo o PNDH-3, Izabel lembrou que democracia não se sustenta sem
direitos humanos e que as divergências fazem parte de qualquer processo democrático, mas
que as divergências têm de ser discutidas nas arenas democráticas.
A
Moção de
Apoio foi
divulgada no
site do Conade e
distribuída por e-mail
para instituições e
personalidades ligadas
ao segmento, e
enfatiza o processo
democrático de
construção do
Programa. O PNDH-3
é resultado de uma
ampla participação
social por meio de
consultas onde
os diferentes segment
os da sociedade
brasileira, incluindo o
das pessoas com
deficiência, tiveram a
oportunidade de colaborar com a sua
Foto da conselheira Laís Lopes (OAB), apresentando
construção em diferentes fóruns democráticos. a Moção de Apoio ao PNDH-3 para o Plenário do
Destaca-se que essa revisão e atualização do Conade.
PNDH se deram por meio de legítimos espaços
de participação e controle social, o que Trata-se de uma Política de Estado e não de
envolveu principalmente os Conselhos de Governo. Nesse sentido, respeita o Pacto
Direitos e as conferências nacionais, estaduais Federativo e as respectivas competências dos
e municipais, realizadas em todo o país. Negar a diversos Poderes da República, sugerindo
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5. Assunto: Funcionário público que não consegue transferência. Encaminhamento: Tendo em vista que
não existia elementos para justificar a pretensão da interessada quanto à transferência de local de
trabalho em face de sua deficiência, o processo foi arquivado.
6. Assunto: Denúncia sobre inércia e omissão referente à incongruência de participação de pessoa com
deficiência em concurso público do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Encaminhamento:
Como não é atribuição do Conade apreciar ou deliberar a respeito de reclamações contra membros do
Ministério Público, o processo foi arquivado
7. Assunto: Inquérito Civil nº 53/2008, efetivo respeito de reserva de vagas para deficientes físicos nos
concursos públicos. Encaminhamento: Como a Procuradoria do Rio de Janeiro apenas informou ao
Conade que já tomou as providências cabíveis em relação à reserva de vagas para pessoas com
deficiência no município de Macuco, tendo ajustado o TAC com a prefeitura, o processo foi arquivo
sem apreciação do mérito.
GLOSSÁRIO
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A grafia de siglas obedece às regras ortográficas da lingua portuguesa. As principais normas são:
1. Sigla com até três letras deve ser grafada em caixa alta. OAB
2. Sigla com quatro ou mais letras e que seja pronunciada como se fosse uma palavra deve ser grafada em caixa
baixa, com exceção da letra inicial que deve ser maiúscula. Conade
3. Sigla com quatro ou mais letras e que só possa ser pronunciada letra por letra deve ser grafada em caixa alta.
SEDH
4. Toda sigla, independentemente do número de letras, em que algumas letras não correspondem à letra inicial de
cada um dos nomes que a compõem, deve ser grafada em caixas alta e baixa. UnB
5. No caso de órgãos estrangeiros, deve ser mantida a sigla do idioma original, porém grafada conforme as regras
anteriores. Unesco
6. Sigla de entidade com unidades regionais ou estaduais deve ser grafada com hífen seguido da sigla do estado
ou região. Apae-DF
7. As siglas, assim como as abreviaturas, não admitem a pluralização. As Apae
GLOSSÁRIO
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Comitê Editorial:
Denise Costa Granja (MC)
Roberto Tiné (Apabb)
Romeu Sassaki (CVI-Brasil)
Revisão:
Niusarete Margarida de Lima (SEDH)
Apoio:
Secretaria Executiva do Conade
Subsecretaria Nacional da Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Sistema Nacional de Informações sobre Deficiência (Sicorde)
Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade
(Apabb).