Ao Tranquito - Aureliano de Figueiredo Pinto e Noel Guarany
Por meio tant da idia ao tranco do pingo bueno, pito um crioulo no escuro. Linda noite... penso... penso... O orvalho do cu imenso aroma do campo maduro. Vem de guri, esta mania de que sofri repreenso, de andar soltando na voz as cousas do corao, quando voam pirilampos. De andar falando sozinho, de andar cantando baixinho na solido destes campos. Meu pingo, trocando orelha, atento a qualquer perigo vai, tranqueando sem receio. E, s vezes, nem masca o freio, s pra escutar o que eu digo: MILONGA MISSIONEIRA Noel Guarany Quando canto uma milonga, eu creso uns metros de altura Nem o minuano segura, alma e cordas que ressonga Minha mirada se alonga quando larga cada verso O amargo e o triste disperso num lrico manotao Cada sentena um balao, nas coisas do universo Com a milonga nasci, l nos pagos missioneiros Pajador e guitarreiro do meu rinco guarani Amar a terra aprendi com minha guitarra na mo Conheci muita lio que nos nega a sociedade Mostrengos de faculdade tentam nos dar mas no do Milonga que vem da pampa, de nobre estirpe gaudria Hora triste hora sria que na Amrica destampa Nos palacetes se acampa, nasce e vive dos galpes Redemoneando iluses na alma dos cruzadores Onde os poetas e cantores extravasam iluses Essa prenda nacional, quando te evoca o surenho E nas mos de algum nortenho que vem da banda oriental No Brasil meridional s a lrica bandeira Quando em rondas galponeiras um pajador missioneiro Num sapucai de guerreiro te evoca de mil maneiras E muitos tentam fazer, chorando o que eu fao rindo Se cantar tudo bem lindo, se tocar vejam pra crer Quem duvidar venha ver um missioneiro trovando Sem querer estou louvando a terra em que nasci O meu rinco guarani que eu hey de morrer cantando