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See eee en ee ee ee ee ee ee ae ee ee ee ee, ae ee a oe, a | ee ee a a Po Boott , Woynn ©. Ac ierices oe Leg S2 - Linbeou 1490. Acvodios ; 2 9. O controle da distancia em «Emma» de Jane Austen Simpatia e Juizo em «Emma> cista instintiva eujos efeitos, alguns dos quais ele adiaitia se. rem excelantes, s6 se podiam explicar como «parte do seu inconsciente». B como se cla ese quedasse a pensar» sobre o de lavores, disse James, se «perdesse em devanieios» e, anhasse «as mathas que deixara cairs, com , em que abunda («Fiction and the Matrix of Analogy», Kanyon Review (Outono, 1949], nég. 540), Ninguém negaria que 0 romance est4 cheio de metéforas seméthantes, mas Schorer é, de certo modo, super-engenhoso na defesa da sua causa com certas Tmetéforas mortas, que Austen néo podia ter evitado sem circunvoluedes desastradas (esp. pag. 542). Mas a questo crucial ters, seguramente, que ser: O que ¢ precisamente que estas metiforas sobre a casa fazem, no romance? De ‘quem so 03 valores que, supostamente, revelam? lal moderna, em que provivel que o romancista nao ofereca assis directa resposta a esta pergunta, Schorer também ndo respon¢ eres, pacece quase implicar que Jene Austen se fe 20 ustlas «por exemplo, pag. 543). Mas o romance em ié claro. A do autor latelramente fidedigno, esta Comerciais sublinhados por Schorer séo apenas uma seleccio do que, ha Tealidade, é um rico grupo de males. E as opinides de Anne, expres: por ela propria, vém constantemente, oferecer orientagdo directa 20 Ieitor, © CONTROLE Dé: DISTANCIA EM «EMMA» 269. juizos contra ela sejam tempordrios, A simpatia dele reforca 2 nossa, mesmo enquanto critica; e of respeito que ela senie pelas stias opiniées, revelado na humilhaco que sente depois da critica, 6 um dos principais motivos por que esperamos que Emma se reforme. Tivesse Henry James tentado escrever um romance sobre Emma e cogitado, demoradamente, sobre o problema de con- tar a histéria dramaticamente, 0 poderia ter feito me- Thor. # obviamenite possfvel pensar Emma sem um Knightley actuando como raisonneur, tal como é possivel pensar The Golden Bowl, por exemplo, sem os Assinghams como ficelles que reflectem 0 que no é visto nem pelo Principe nem pela Princesa. Mas Knightley, embora receba menos espaco inde- pendente do que os Assinghams e nfo seja quase nunca visto por dentro, é claramente mais atil para os propésitos de Jane Austen do’ que uma ficelle com limitagdes realistas. Combi- nando o papel de comentador com o de herdi, Jane Austen tra- balhou com maior economia do que James; 'e, embora a eco- nomia seja téo perigosa como qualquer outro critério, quando aplicada universalmente, até James poderia ter aproveitado de um estudo mais atento das economias em que um personagem como Knightley pode resultar. como se James tivesse ousado tornar um dos personagens principais, por exemplo o Principe, num homem inteiramente bom, sagaz e sensato, um reflector completamente claro ¢ nfo parcialmente confuso. Como Knightley cedo ¢ estabelecido como completamente fidedigno, no precisamos de visdes dos seus pensamentos secre- tos, Ele ndo tem pensamentos secretos, excepto o seu profun- dissimo amor por Emma ¢ 0 citime em relagao a Frank Chur- chill. Os outros personagens principais tm mais a esconder; e Jane Austen entra ¢ sai das mentes com grande liberdade, escolhendo para os seus fins, 0 que revelar € 0 que reter. A aparente violagio de consis cia é sempre um servico consis- tente as necessidades particulares da histéria de Emma. As vezes, um desvio ocorre simplesmente para dirigir 0 nosso suspense, como a ocasiao em que Mrs. Weston sugere a pos- sivel unigo de Emma e Frank Churchill, no fim da sua con versa com Knightley sobre os efeitos perniciosos da amizade entre Emma e Harriet (cap. v). «A sua intengdo era, em parte, esconder tanto quanto possivel algumas das opiniGes favori- tas que ela propria e Mr. Weston tinham sobre a quesiéo. Em Randalls havia desfgnios para o destino de Emma, mas nao era desejavel que fossem suspeitados.2 Uma objeccio que se pode levantar a estes mergulhos selec- ives na mente que melhor sirva_os nossos propésitos imedia- tos é de que pode parecer um simples: trugue, estragando ine ee ee ee ee + cedores dos erros abismais que Emma prepara para 20 RETORICA DA FICCAO vitavelmente a iluséo de realidade. Se Jane Austen nos diz 0 que Mrs, Weston pensa, porque nao nos diz também o que pensam Frank Churchill’ e Jane Fairfax? Como é ébvio, € por- Que prefere criar um mistério e, para o fazer, tem que recusar, Erbitréria e conspicuamente, a concessio do privilégio duma visto interior a personagens cujas mentes revelariam demais. Mas ndo serd o mistérlo adquirido & custa de abalar a fé do Ieitor na integridade de Jane Austen? Se o que ela faz ¢, sim- plesmente, reter até mais tarde 0 que bem poderia relatar j4 ee caso o seu procedimento nfo seja ditado pela prépria natu- yeza dos materiais— porque havemos de levé-la a sério Se fosse requerida uma superficie natural em toda a ficcdo, ent&o esta objeccio seria valida. Mas, se queremos ler Emma hos seus proprios termos, nfio podemos responder & questao que realmente se pde em relacdo a estas deslocagbes por refe- réncia a principios gerals, Todos os autores retém, até mais tarde, aquilo que «bem poderiam> relatar ja. A questéo que se pde é sempre a dos efeitos desejados; ¢ a escolha de um efeito vem sempre banir muitos outros. Ha realmente uma questo que se pode por em relacdo ao uso do mistério em ‘Emma, mas 0 conflito nao é entre um fim abstract com que Jane Austen nunca se preocupou e o enigma falso que ela permitiu que a traisse. O conflito é entre dois efeitos que si ambos alvo do seu interesse. Por um lado, Jane Austen, quer fanter um certo sentido de mistério, enquanto pode. Pelo ou- tro, trabalha quanto pode para intensificar no leitor o sentido de ironia dramética, geralmente sob a forma de um contraste entre o que Emma sabe e 0 que 0 leitor sabe. Como acontece na maior parte dos romances, os passos dados para intrigar diminuem, inevitavelmente, a ironia dra- e, sempre que a ironia dramatica é intensificada atra- revelagdo ao Ieitor de segredos de que os da nao suspeitam, destréise, inevitavelment quanto mais tempo tivermos dividas em r Churchill, mais fraco sera o nosso sentido de contraste irdnico re a visio de Emma ea verdade. Quanto mais depressa penetrarmos as intengdes secretas de Frank Chui i serd 0 prazer que derivamos da observacéo da turas erréneas que Emma faz do comportamento dele, € me- nor 0 nosso interesse-no mero mistério da situacio, E todos nés, & segunda leitura, descobrimos novas intensidades de iro- ‘dramética resultantes da perda total de mistério; comhe- propria, mesmo aqueles que, & primeira leitura, decifraram quase to- dos os detalhes do mistério Churchill, encontram novas ironias. Mas ¢ ébvio que estas ironias poderiam ter sido dadas logo Aske oe © CONTROLE DA DISTANCIA EM «EMMA» coy & primeira leitura, se Jane Austen estivesse disposta a sacrifi car o seu mistério. Uma s6 frase em scu nome —«o seu noi vado secreto com Jane Fairfax»—ou uma breve visao inte- rior de um dos noivos teria sido suficiente para nos despertar para todos os toques irénicos. Assim, 0 autor tem que decidir se adquire mistério & custa de ironia, Muitos de nés considerardo, talvez, que esta escolha de Jane Austen 6 0 aspecto mais fraco do romance. Um lugar- -comum da nossa critica é que a literatura de peso gera sus- pense, nfo s6 em relagio a «0 que» mas em relacfo 2 «como». A mera criacio do enigma foi dominada por tantos escritores de segunda, que os esforgos de Jane Austen-nesse sentido pare cem tambéin de segunda. Mas aqui, temos igualmente que perguntar se a critica * pode ser feita efectiyamente pesando uma qualidade abstracta em relacao a outra, Haverd uma norma de ironia dramética ra todas as obras, ou entdo para todas as obras de um dado 0? J4 houve quem formulasse uma «lei de primeira e segunda leituran que nos digs, exactamente, quantos prazeres da pi- gina 1 devem dependér do nosso conhecimento do que acon- tece na ultima pagina? Pedimos, com razéo, que os livros a que chamamos grandes se continuem a manter de pé depois de muitas leituras, mas nao precisamos de Thes pedir que ofe- regam prazeres idénticos a cada leitura. As obras modernas, cujos atitores se orgulhem de elas nfo poderem ser lidas, mas sim relidas, poderao ser muito boas, mas nao ¢ 0 facto de s6 se poderem extrair delas prazeres secretos apds muitas leitu ras que as torna boas. Seja como for, mesmo que aceitéssemos as criticas rel vas aos esforgos de Jane Austen para ir enigma, o servi mais amplo prestado pela viséo interior é bem claro: os fachos de luz lancados por outras mentes impedem que nos deixemos cegar pelo britho de Emma. O Narrador Fidedigno e as Normas de «Emma» Se 0 objectivo desta obra fosse a simples clareza intelec~ tual em relagdo a Emma, seriamos obrigados a dizer que a ma- nipulacdo da visdo interior e 0 extenso comentario do Fided: Knightley so mais do que & necessirio. Mas nio_sio suficien- tes para conseguir um maximo de intensidade de comédia romance. © «préprio autor — nao necessariamente a Jane Aus- ten real, mas sim o autor implicito, representad ite livro por um nartador fidedigno — intensifica os efeitos, dirigindo 0 nosso progresso intelectual, moral e emocional. Desempenha, claro, prtead 22 RETORICA DA FICCAO maior parte das fungdes referidas no capitulo vil. Mas o seu papel mais importante é reforcar ambos os aspectos da vi dupla qué opera em todo o livro: a nossa visao interna do va- lor de Emma ¢ a nossa visio objectiva dos seus grandes defeitos. ‘O narrador comega Emma com uma magnifica apresen- tagGo simultfinea de Emma e dos valores em relagio aos quais ela tem que ser julgada: «Emma Woodhouse, atraente, gente e rica, com um lar confortdvel e disposicao alegre, pare- cia reunir algumas das melhores béne&os da existéncia; ¢ tinha vivido no mundo quase vinte e um anos com muito pouco que entristecesse ou irasse.» Este «pareciay 6 imediatamente re- forgado por reservas afirmadas mais directamente. «Os males s da situagao de Emma eram o poder de ter demais ao u dispor e a tendéncia para se sobrestimar; estas desvan- tagens ameagavam manchar muitos dos seus prazeres, No en- tanto, 0 perigo era, de momento, imperceptivel e, portanto, ela nfo tinka tais defeitos como infelicidade.» Nada disto poderia ter sido dito por Emma; e, se fosse mostrado através do seu consciente, ndo seria aceite sem ques- t&o, como tem que ser. Como acontece com a maior parte dos trés primeiros capftulos, isto é sum4rio néo dram que prepara, através do que, ostensivamente, é uma apresentagao dos personagens, o erro inicial de Emma com Harriet e Mr. El ton, Lando estes capitulos, vimos a saber muito do que tem que ser dito pelo narrador, mas este delega cada vez mais sumé- rio em Emma, a medida’ que se vai sentindo seguro de que vemos precisamente até que ponto podemos confiar em Emma. Quando abandonamos os «males reais» de Emma, sobre que fomos avisados, as perspectivas do narrador e de Emma coi cider: no podemos distinguir qual deles, por exemplo, aj sobre Mr. Woodhouse, que «os seus talentos néo poderiam nunca té-lo recomendados, ou sobre Knightley, que ele era «um homem sensato», «sempre bem-vindo» em Hartfield, ou mesmo que ena verdade, Knightley era um dos poucos que conseguiam ver defeitos em’ Emma Woodhouse, ¢ 0 tinico que the falava desses defeitos», Mas ha alturas em que Emma e 0 seu autor estio muito ntes um do outro; & a orientacdo directa do autor que ajuda o leitor a separar-se, ele préprio, de Emma. A excelente ironia da primetra descrico de Harriet, dada pelos olhos de Emma (cap. iii) poderia, sem diivida, ser intelectualmente -en- tendida por muitos leitores, sem o comentario preliminar. Mes, mesmo para os mais perspicazes, o efeito é certamente inten- sificado pela sensacao de estar 2o lado do autor, observando com ela precisamenté como o.juizo de Emma divaga. O que é talvez- ms ante &.que nés, leitores comuns © menos 4 © CONTROLE DA DISTANCIA EM «EMMA» m3 perspicazes, estamos j4 elevados a um nivel que nos permite ‘entender as ironias. E certo que a maior parte dos leitores nao notaria algumas das alfinetadas em Emma se 0 romance come- asse, como bem poderia ter sido comecado por romancistas sérios modernos,-com esta descriedo: [Emma] nao achava que houvesse algo notavel- mente inteligente na conversa de Miss Smith, mas con- siderava-a, no todo, muito interessante—nio era ti mida ao ponto de ser inconveniente, estava pronta a conversar—¢, ao mesmo tempo, nao se impunha; mos- trava uma deferéncia tio correcta e apropriada, pare- cla to agradavelmente grata por ser recebida em Hart field ¢ tao naturalmente impressionada por tudo quanto a rodeava, num estilo tio superior aquele a que estava habituada, que tinha que ter bom-senso e merecia en- corajamento. Serlhein dado encorajamento. Aqueles colhos azuis ternos ... nao seriam desperdicados na socie- dade inferior de Highbury ... Emma continua no mesmo tom, traindo-se a cada palavra, fazendo jorrar o sentido da sua prépria beneficéncia ¢ valor, Os amigos passados de Harriet, eembora boa gente, deviam es- tar a prejudicé-lan, Sem os conhecer, Emma sabe que eles nfo podem deixar de ser . E uma uniéo de virtude: de . ® s3es $80 de Wilson, «A Long Talk about je: 1920.1950 (Nova Torque, 1952). A ter cedente que exagerou a imagem da «2 ter comegedo @ sério com D. W, Han © CONTROLE DA DISTANCIA Ed «EMMAe mS Assim, dum modo geral, esie enredo oferecenos uma expe- que, A superficie, é semelhante A da maioria das tragi- comédias bem como a’da arte popular menos boa: somos levados a desejar coisas boas para personagens bons e, depo 05 nossos desejos, sao satisfeitos. Se dependéssemos de crit ros gerais derivados do tédio que justamente sentimos em relacdo a tais obras, rejeitarfamos tambem esta. Mas a dife- renga critica est, precisamente, na qualidade de valores a que se apela e na qualidade dos personagens que os violam ot concretizam, Todas as historiazinhas de casamentos do mundo nao deviam provocar em nés embarago emi relagdo ao prazer que sentimos no casamento de Emma e Knightley. mais que © casamento: é 0 direito desse casamento, como concluséo para todos os erros cémicos que ocorreram ‘antes. O bem inclu ‘ara Emma, a sua necessaria reforma e o resultante casamento. O casamento com um homem jnteligente, amigavel, bom ¢ atraente é a melhor coisa que pode acontecer a esta hero 6s leitores que nao sentem isso esto, na minha opinigo, muito longe de conhecer Jane Austen, sejam quais forem as suas ideias sobre a atitude da esolteirona azeda» para com o casamento. As nossas sensibilidades modernas esto sujeitas a irritarse com esta formulagéo. Normalmente, ndo gostamos de encon- trar fins perfeitos nos nossos romances —nem sequer no sen- tido de caperfeicoamento» ou terminagio que é, obviamente, 9 sentido intendido por Jane Austen. Recusamo-nos a act quando nos aparece: so testemunhas disso as muitas tivas de desmentir o sucesso de Dostoievski com Alyosha e o Padre Zossima em The Brothers Karamaz¢ Muitos de nds acham embaragoso falar de emogdes com base em juizos mo- rais, particularmente quando as emogdes sio de molde afirma- tivo. Emma é, de certo modo, moderna neste aspecto, 20 longo da maior parte do livro. Ela engana-se a si prépria em relagao ‘como em rela¢Zo a muitos outros assuntos im- portantes, Emma gaba-se a Harriet da sua indiferenga para com 0 casamento €, ao mesmo tempo, trai inconscientemente a sua visdo totalmente inadequada das fontes da felicidade humana. Austen», Scrutiny, VIN (Marco, 1940), 345.62. Embora res no prov im protesto 120 forte quanto (wide 4 Cri fiography, pag, 52, @ a sua cre jetembro de pareceme gue é a altura de 9 péndulo voliar a balancar: quando Tane Austen louva no coracio que eede>, o de o'louvar, embora seja'a mesma que, sem cedéncias de coracio, ataca violentamente 0 «édio reguladas, RETORICA DA FICCAO Se me conheco bem, Hai activa e ocupada, com muitos recursos independentes; € nfo vejo por ‘que motivo me faltariam ocupagoes aos quarenta ou cinquenta anos, quando no faltam aos vinte e um, As tarefas normais de vista, maos & mente das mulheres estar-me-o téo abertas ‘nessa al- tura como agora; sem qualquer variacSo importante. Se desenhar menos, lerei mais; se desistir da musica, farei tapecaria, Emma a fazer tapegarial Se ela se conhece bem! E quanto a objectos de interesse, objectos de afei- do que sfo, na verdade, um importante ponto de infe- rioridade, cuja falta 6,'realmente, o grande mal que se tem que evitar, se ndo se casar [mas que conces- so magnifica] no estarei nada mal, porque poderei olhar por todos os filhos da irma que tanto amo. E muito provavel que haja que chegue para oferecer to- dos 08 tipos de sensagao de que o avanco da idade pode precisar. Haverd que chegue para esperancas e receios; €, embora a minha afeico a cada um deles nao possa igualar a dos pais, adapta-se melhor as minhas ideias de conforto do que aquilo que é mais quente ¢ cego. Os meus sobrinhos! —hel-de ter muitas vezes uma so- brinha ao pé de mim (cap. x]. Sem entrarmos em solenidades—as passagens sio mare: vithosamente cémicas— podemos ver que o humor tem a origem em fontes muitfssimo profundas. De facto, s6 pode inteiramente apreciado pelo leitor que tenha atingido uma so de felicidade humana muito mais profunda do que as de «conforto», «falta» e enecessidade» de Emma. Uma visao que inclui n&o'sé casamento, mas 0 tipo de relago amorosa que io assenta, como a de Emma, no facto de a pessoa «amada» fazer as necessidades impreteriveis do outro. F © feito cémico deste repidio do casamento € conside- ravelmente aumentado pelo facto de Emma pensar sempre no cssamento como a melhor coisa que pode acontecer aos tros 2, de facto, encorajar inconscientemente a sua amiga Hz riet a apaixonar-se pelo homem que ela prépria ama sem saber. Assim, 0 delicioso denouement € 0 que quertamos, nio sé por que é supremamente bom para Emma, mas também porque constitui um desfecho dum cémico supremo para a total incom preenstio que Emma tinka de si propria e da sua condieao hu- mana, Para usar da linguagem esquemdtica do capitulo v, sa- © CONTROLE DA DISTANCIA EM «EMMA» m tisfaz tanto 0 nosso desejo prdtice de felicidade para Em como o apetite de qualidades adequadas a estes materiais art ticos, E, portanto, uma solugéo muito mais triunfante do que a que poderia ser dada por qualquer ‘um destes elementos, iso. Jadamente. A outra solugo mais importante do livro—o casa- mento _de Harriet como seu agricultor—reforca esta inter. pretaciio. O pecado de Emma contra Harriet foi muito mais grave do que as meras interferéncias duma alcoviteira. Destrair as hipéteses de felicidade de Harriet —hipdteses que depen- dem inteiramente do scu casamento—estd 130 préximo da maldade quanto wm autor ousaria levar uma heroina destinada a ser amada. S6 ri a hipétese de f Outros valores como dinheiro, familia e «consequéacias sao bastante reais em Emma, mas sé na medida em que con- tribuem para, ou sio dominados por bom gosto, justo juizo ¢ boa moral. $6 por si, o dinheiro pode fazer uma Mrs, Chur chill, mas tanto homem como mulher eseriam parvos em casar sem ele». A consequéncia sem senso pode fazer um Mr. Wood- house muito inconsequente; sem senso nem virtude pode fa. zer Mr. ¢ Mrs. Elliot de Persuasion, muito mais desprezi Mas ¢ agradivel de ter ¢ nfo faz mal, a ndo ser que se demasiado a sério, como faz a primeira Emma, Encanto ele. gancia, sem suficlente forca moral podem fazer um Frank Churchill; nfo sendo moldados pela moralidade podem levar & vileza de Henry Crawford de Man: Park ou Wicl de Pride and Prejudice, Mesmo as virtudes supremas inadequadas, isoladamente; boa-vontade por si fard uma Miss Bates cémica ou um Mr. Weston; 0 juizo sem suficiente boa. -vontade fara um John Kni ley cémico, e por af fora. Estou disposto a arriscarme a cair no lugar-comum ao fazer esta enumeracio, porque s6 assim se pode ver toda a fora da visdo global de Jane Austen. Existe aqui claramente uma ordem de valores muito mais detalhada do que a gute es- tava contida em qualquer filosofia piblica convencional da poca. Como € dbvio, poucos leitores contemporaneos de Jane Austen, e menos ainda nos nossos tempos, abordaram este ro. mance em acordo perfeito e detalhado com as normas do ate tor. Mas foram (e somos) levados a passar para o lado de Jane Austen, durante a leitura, Juizos Explicitos Sobre Emma Woodhouse Dissemos, de passagem, quase o suficiente sobre o reverso da medalha—o juizo sobre acces particulares enquanto rela- EE ee eae ae eae eS ae ee 28 RETORICA DA FICCAO cionadas com normas gerais. Mas temos que dizer algo sobre a cuidadosa

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