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Alvalade > Campo Grande > S.João de Brito > S. João de Deus
Secção de Alvalade > FAUL > Partido Socialista > www.psalvalade.eu > Secção de Alvalade
Eric Shinseki
págs. 13 e 14
Na Secção
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dede
Alvalade
Alvalade Março de 2007
7. Alguns camaradas têm levantado questões, além dos temas que já infelizmente, figuras de interesse nacional pelas piores razões, como
abordámos, pertinentes que gostaria de resumir e lhe transmitir, o que considera que eles comportaram nesta matéria? Subscreve as opções
é feito do trabalho ao nivel da juventude e do desporto? O que se tomadas? Diferencia também a "importancia" do caso EPUL do caso
passa com a Cultura? Para que foi criada a Lx-Desporto? "Bragaparques"?
Julgo que a cultura sofre de um problema evidente de reduzida capacidade Quando se trabalha com qualquer pessoa, como eu trabalhei junto a esse
financeira do executivo, por um lado, e de uma política municipal que até há veradores ao longo deste ano e meio, criam-se sempre relações, com mais
bem pouco estava mais concentrada na lógica do “hardware” ou menos empatia, é certo, que pelo menos a mim criam algum
(equipamentos, obras, projectos) do que na do “software” (programação, condicionamento em opinar livremente sobre comportamentos individuais.
conteúdos, criatividade). Ou seja, além de dinheiro falta estratégia e Não tenho dúvidas em afirmar que houve erros graves nas decisões
criatividade para existir uma política municipal no sentido integrado e nobre políticas, e esses erros são imputáveis a esta maioria PSD, tanto no caso
do termo. Idênticos problemas sofre o desporto, se bem que existam EPUL e “Bragaparques” como no Vale de Santo António, LisMarvila, Plano
situações graves neste pelouro ao nível ainda primário dos próprios de Alinhamento e Cérceas da Avenida da República, entre outros. Nessas
equipamentos e da sua gestão. A Lx-Desporto, em teoria, visava dar alturas fiz o que me competia politicamente como oposição e, em alguns
resposta a ineficácia da actuação municipal através de uma flexibilização casos, actuei mesmo judicialmente no cumprimento de um dever e agora o
dos processos de contratação (não só de recursos humanos e materiais sistema judical pronunciar-se-á, não me cabendo diferenciar a “gravidade”
mas também de parcerias público-privado e concessões); porém, por dos casos. Apenas entendo, politicamente, que enquanto a decisão
enquanto ainda não saiu do “papel”, muito por culpa da própria situação pessoal de suspensão do mandato da vereadora Gabriela Seara é
financeira. Quanto à juventude, na minha opinião os problemas essenciais inatacável, apesar de geradora de muitos problemas, já a não revelação da
não passam pelo próprio pelouro com o nome mas sim pelo funcionamento sua condição de arguido, por parte do Vice-Presidente, é no mínimo
integrado de várias políticas da câmara, do urbanismo e da habitação ao censurável e ainda não se sabe se tal sucedeu com o conhecimento do
estímulo ao empreendedorismo e à qualificação, da qualidade do espaço Presidente. Por último, sendo aplicável a presunção de inocência até
público e da mobilidade urbana à qualidade de vida em geral. Não acredito trânsito em julgado da sentença, a valoração processual e
numa revitalização populacional da cidade nem no incremento da sua consequentemente política dada à condição de arguido não é a mesma
competitividade e atractividade perante os jovens através do antes ou depois de existir acusação, como sucede com um dos casos,
funcionamento isolado e ineficaz de um pelouro chamado juventude. apesar de, naturalmente, eles poderem ter “gravidades” criminais
diferenciadas apesar das fases processuais em que cada um se encontra
8. Sabendo que qualquer cidadão é inocente até prova em contrário neste momento.
mas tendo em conta que vereadores como a Gabriela Seara e Fontão
de Carvalho são figuras públicas da nomenclatura lisboeta e agora, (continuação na página seguinte...)
> Em Destaque
Secção de Alvalade
JANTAR TERTÚLIA
Mário Lino
28
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
de
Março Restaurante Passarola (SNPVAC) Av. Gago Coutinho, n.º 90, Lisboa
2 0 h 0 0 Reservas: M ari a O tíl i a (TLM . 914 607 278) Antóni o M i guel (TLM . 965 072 132)
G uedes Vaz (TLM . 914 55 6 969) Paul a G ui m arães (TLM . 969 060 810)
(17.00 € ) M anuel a Cabeç adas (TLM . 967 083 357)
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técnica, coerência política e absoluta honestidade dos fundamentos e das posições Coutinho é uma mulher qualificada, competente, honesta e leal. Conhecem-se muitas
que tomei ao longo deste mandato, em especial nos momentos em que houve pessoas assim?
“divisões” ou “actos individuais” no Grupo do PS, como na oposição que fiz (com Isabel
Março de 2007 5
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querem vingar no século XXI não se devem preocupar tanto com a atracção Mlopes@ispa.pt
de grandes empresas (porventura geradoras de trabalho pouco
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Alvalade Março de 2007
Durante a visita chamou-se a atenção para vistas relevantes que, de vários pontos da
Falar da Cidade
1 área percorrida, se alcançam. Citem-se o convento e a igreja de Nª. Srª. da Penha de
França, a colina de S. Gens com a sua capela de Nª. Srª. do Monte, o convento e a
igreja de Nª. Srª. da Graça, o castelo de S. Jorge. Do jardim do Torel tem-se acesso ao
magnífico panorama da parte da cidade que se situa a poente da Av. da Liberdade, do
topo norte do Parque Eduardo VII até ao Terreiro do Paço, ao Tejo e à outra banda.
O primeiro objectivo da visita foi chamar a atenção para o facto de a cidade, uma
qualquer cidade, ser sempre constituída por sinais da história, a grande história e a Duarte Nuno Simões, Arquitecto
pequena história local, a que correspondem soluções espaciais específicas, pelas
transformações de uso que nela ocorram, pelo aparecimento de novas actividades e o
desaparecimento de outras.
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No dia 5 de Janeiro, decorreu o II.º Jantar de Reis do PS-Alvalade, sob organização do secretariado da Secção.
Estiveram presentes quase 100 militantes, triplicando-se o número de participantes face ao jantar realizado no ano anterior, o que contribuiu para que um
maior encontro entre camaradas, num clima de emoção verdadeiramente extraordinário.
Este jantar, iniciou-se com uma recepção a todos os participantes através de um porto de honra servido no bar do hotel, a que se seguiu um jantar onde as
surpresas marcaram verdadeiramente presença, uma vez que o secretariado lembrou-se de presentear todos com uma pequena oferta em alusão às
três prendas dos reis magos e para o encerramento reservou ainda a entrega de um bolo rei individual para ser desfrutado em casa. Trataram-se é um
facto de pequenos gestos, mas o seu simbolismo e humanismo, são fiéis testemunhos da família socialista que se levanta novamente em Alvalade.
No decorrer do jantar o nosso secretário-coordenador, o camarada Miguel Teixeira felicitou todos os presentes e deixou palavras de agradecimento e de
empenho, apresentando um a um cada membro da equipa.
A opinião dos camaradas era única, tratou-se de um encontro verdadeiramente excepcional.
Próximo JANTAR
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JANTAR TERTÚLIA
Mário Lino
28
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
de
Março Restaurante Passarola (SNPVAC) Av. Gago Coutinho, n.º 90, Lisboa
2 0 h 0 0 Reservas: M ari a O tíl i a (TLM . 914 607 278) Antóni o M i guel (TLM . 965 072 132)
G uedes Vaz (TLM . 914 55 6 969) Paul a G ui m arães (TLM . 969 060 810)
(17.00 € ) M anuel a Cabeç adas (TLM . 967 083 357)
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Provavelmente haverá que abdicar de alguma coisa que, por ser do início dos anos
cinquenta, lidava com premissas bem diferentes das actuais. Estou a falar da largura
Vamos voltar a este assunto que, sem dúvida, se apresenta como um dos mais de determinados passeios que bem poderiam ser amputados de um ou dois metros
importantes a condicionar a vida dos habitantes das nossas Freguesias. para permitir, em certos locais, o estacionamento em espinha, potenciador de uma
melhor circulação e impeditivo da “segunda fila”. Embora haja sempre quem discorde
Importante e complexo. Com efeito, as variáveis em jogo são imensas e penetram seria, talvez, pacífica a reacção da generalidade das pessoas e excepcionalmente
profundamente naquele campo meio nebuloso que, por implicar decisões que podem bem aceite pelos comerciantes.
ferir as diversas sensibilidades em jogo, são sistematicamente adiadas ou apenas
mitigadas com medo de perdas importantes a nível eleitoral. Já a questão do aproveitamento dos espaços entre as traseiras das casas do “Bairro
das Caixas” para estacionamento de residentes é bem mais complicado e polémico.
Focámos, em anterior artigo, a importância da alteração da carreira 21, que passou a Uma pequena abordagem a vários residentes escolhidos ao acaso coloca-nos
circular na totalidade da extensão da Avenida da Igreja. Como é óbvio, e até para perante dois tipos de reacção: Os residentes mais antigos, saudosos do início do
ilustrar os considerandos do parágrafo anterior, não existe uma opinião unânime sobre bairro, ainda bucólico e pouco movimentado, com espaços amplos e arranjados nas
esta mudança. Os utilizadores residentes no - ou perto do troço inferior da Avenida da traseiras dos quarteirões, quase confinados, até pela idade que já ostentam, ao
Igreja estão, na sua maioria, satisfeitos. Já aqueles que se servem deste autocarro entretenimento de pequenos trabalhos agrícolas ainda permitidos em algumas dessas
para locais mais distantes, não deixam de se manifestar veementemente contra este parcelas de terreno, são maioritariamente contra. Alguns argumentam que a utilização
novo percurso, mais longo e por artérias mais engarrafadas, obrigando, inclusive, a desses espaços para estacionamento vai permitir o acesso de mais viaturas às ainda
voltar para trás, com o objectivo de recuperar o antigo trajecto. Isto para, no dizer de pacatas ruas provocando mais poluição. Já os residentes mais recentes, ou os
várias pessoas, onde se incluem grande parte dos profissionais da Carris, servir uma descendentes dos ocupantes originais, confrontados com as exigências da vida
ou duas pessoas. Acresce que a localização da paragem (a meio do troço inferior da moderna, onde pontificam, por exemplo, mais dos que um ou até dois carros por
Avenida, ainda por cima desprotegida e permanentemente atulhada de veículos) não família, defendem a reconversão dessas zonas em estacionamento, até para
é “nem carne nem peixe”, criando uma distância desigual entre a que fica junto ao valorização das suas casas. Classificam de “conversa de velhos” as pequenas hortas,
Largo do Santo António e a outra já em pleno Campo Grande. concluindo que, na esmagadora maioria dos casos, apenas existem barracas podres e
matagais ao abandono, semeados de silvas, onde os ratos procriam sem problemas.
Aqui está, neste problema, aparentemente tão simples, um pequeno exemplo do que
são as dificuldades em lidar com estes assuntos. Para complicar a situação, existe uma terceira classe de habitantes que
prudentemente não se pronunciam, visto serem abusivamente usufrutuários de um
E, no entanto, parece lógico que, tratando-se de beneficiar os habitantes dos nossos espaço público que lhes foi permitido ocupar naqueles anos confusos a seguir ao 25
bairros, as opiniões fossem unânimes e pudessem ser extrapoladas para os restantes de Abril, onde a ausência de quaisquer regras deu origem aos diversos caos
problemas que nos apoquentam. urbanísticos que só a muito custo têm sido resolvidos.
Só que não é bem assim. Diversas zonas do bairro das Caixas parecem-se com um bairro de lata; as garagens
clandestinas sucedem-se, sem ordenação, sem estética, ainda por cima, nalguns
Por exemplo, no que respeita ao estacionamento, para começarmos por aí, as casos, utilizadas para habitação de imigrantes, sem condições de higiene ou com
diversas sensibilidades aparecem em força. Uma verificação isenta terá de passar ligações precárias às fossas e esgotos públicos.
pela aceitação do primado do automóvel privado sobre o transporte público. Atente-se
que sou o primeiro a ficar horrorizado com este facto. Como utilizador preferencial do A solução passará pela divisão efectiva dos terrenos pelos diversos fogos. Aí existirá
metropolitano e do autocarro, não é aquilo que eu penso. No entanto isso não me um compromisso entre os que desejam estacionamento e os que pretendem continuar
permite, tentando ser um interventor na procura de soluções práticas e realistas, uma com pequenas hortas. Quanto aos outros não deverão existir contemplações: O que
postura fundamentalista na abordagem destes assuntos. Está assumido que, sem estiver construído no espaço público deverá ser inexoravelmente destruído, tal como
automóvel passível de ser estacionado nas redondezas dos estabelecimentos, não há já foi norma noutras situações. Os cantos e recantos susceptíveis de serem
comércio, sobretudo em artérias de prestígio como aquelas que constituem o tecido ajardinados devem deixar de estar expectantes, como diz a propaganda, e passarem
viário de uma parte importante das nossas freguesias. a sê-lo efectivamente.
A não ser assim, grande parte dos consumidores optará por efectuar as suas compras Simples não é?
nos Centros Comerciais que Administrações Camarárias pouco atentas deixaram que
se instalassem na nossa cidade, ao contrário de muitos outros países europeus. Bem pelo contrário. As dificuldades são enormes. Em primeiro lugar de onde vem o
dinheiro (muito dinheiro) necessário à prossecução destas gigantescas obras. Da
Ora isso determina a situação caótica do estacionamento dos residentes e a péssima Junta, da Câmara, dos privados? Embora todos gostassem que fossem os outros a
circulação de outros transportes, quer públicos, quer privados, criando um caos em pagar, só uma efectiva parceria entre as partes envolvidas poderá assegurar as
tudo semelhante a algumas cidades do terceiro mundo, nomeadamente pelo Natal ou verbas necessárias. Muito bem. E que percentagem caberá a cada entidade? E,
aos sábados de manhã, quando o consumo dispara consideravelmente. partindo do princípio que tudo se obtém, como se organiza? Só no bairro das Caixas,
em média, cada espaço entre as traseiras corresponde a setenta e dois fogos, um
Aí assistimos às célebres “segundas filas”, ao desrespeito pelas passadeiras para enorme condomínio, melhor dizendo, um condomínio dos condomínios. Será que
peões e à ocupação abusiva dos passeios e até dos espaços ajardinados que existem. todos querem ou podem pagar? Como é evidente o estacionamento, apenas para
residentes, terá de ser protegido por barreiras com sistemas electrónicos, para evitar a
A postura das autoridades, quer da Junta de Freguesia, quer da Polícia tem sido a de ocupação abusiva por não residentes, o que vai implicar contratos, manutenção, mais
fechar os olhos à generalidade das situações, excepto quando, numa sanha estranha despesa, mais organização. Também não será de descurar a segurança e a
e despropositada aparecem a bloquear e a multar tudo e todos, como se isso iluminação.
resolvesse o problema de base.
Enfim, um rol imenso de problemas que justificam, em parte, a situação a que se
Não há pedagogia, a presença física dos agentes, nos locais e nos momentos chegou.
precisos, dissuasora da maior parte dos abusos, não é regra e tudo se resume a um
“oito ou oitenta” que, por ser sempre ocasional, deixa tudo na mesma até à próxima Vamos ao debate. O assunto toca a todos. Não bastam as boas intenções.
ocasião.
por Ana Catarina Mendes Devemos salientar o amplo consenso atingido no espectro parlamentar e o
esforço, de todos, para a construção de uma lei equilibrada, sensata,
moderada e justa. Mas, é dia de relembrar todas quantas, ao longo destes
vinte e três anos, morreram vítimas de aborto clandestino e todos quantos
Portugal vira, hoje, uma página negra da sua história a do aborto sofreram com as perseguições e investigações criminais. Foi, também, por
clandestino, a da humilhação, a da indignidade, a do medo, a de uma lei estes que esta lei foi alterada.
penal injusta e inadequada.
Portugal começou a mudar no dia 11 de Fevereiro, mas fica, hoje, mais
A vitória do Sim no Referendo resultou do empenho de vários movimentos tolerante, mais justo, mais europeu. A mudança posta em movimento no dia
cívicos que se mobilizaram na defesa de uma sociedade plural, livre e mais 11 culminou hoje, com a aprovação em votação final global da alteração do
respeitadora dos Direitos Humanos, e que merecem, por isso, todos sem art.º 142º do Código Penal.
excepção, um reconhecimento público do nosso apreço assim como o
aplauso pelo trabalho desenvolvido. A partir de hoje, terminará a ameaça de prisão das mulheres e a sua
sujeição ao calvário de um processo judicial, o qual não podia ser a resposta
Os partidos tiveram um papel determinante na mobilização e na justa para o drama vivido por muitas mulheres portuguesas.
consciencialização do grave problema de saúde pública, de desrespeito
pelos Direitos Humanos e de iniquidade penal que vivemos nestes últimos A partir de hoje, serão proporcionadas as condições para fazer acompanhar
vinte e três anos. a decisão de abortar de mecanismos de apoio social, informação e reflexão
da mulher que o pretenda fazer.
O Partido Socialista, como partido responsável, assumiu este combate com
determinação na defesa da alteração da lei penal que nos aproxima dos A partir de hoje, dá-se um passo de gigante para combater o aborto
nossos congéneres europeus. Acima de tudo, quem ganhou foram as clandestino; viabilizando-se uma alternativa legal com garantia de
mulheres e as famílias portuguesas que poderão, agora, recorrer a uma condições de saúde e dignidade para as mulheres, designadamente as
Interrupção Voluntária da Gravidez em condições de saúde dignas. mais frágeis e desprotegidas, nos planos cultural, económico e social.
Cumpriu-se mais um pouco o Princípio da Igualdade de Oportunidades
acesso aos cuidados de saúde para todos. Porque, a partir de hoje, a interrupção voluntária da gravidez quando
realizada até às dez semanas, por opção da mulher, em estabelecimento de
O Partido Socialista honrou o seu compromisso eleitoral realizar um saúde legalmente autorizado, deixará de ser crime. Finalmente!
referendo para mudar a lei penal com o objectivo de acabar com as
perseguições e investigações criminais, com os julgamentos, com as Por coincidência feliz, hoje, 8 de Março de 2007, dia internacional da
condenações. Realizar um Referendo e respeitar o seu resultado, fosse mulher, deu-se um passo de gigante para aperfeiçoar a igualdade inscrita
qual fosse. nas promessas de Abril.
A implementação da futura lei da Interrupção Nacional de Saúde (SNS) terá que assegurar A utilização de técnicas farmacológicas tem
Voluntária da Gravidez (IVG) fará concerteza que esta se pode processar em condições de vindo a aumentar ao longo dos últimos anos,
correr muita tinta e suscitará novamente segurança e que existe uma capacidade de constituindo um procedimento médico bastante
bastante controvérsia. resposta em tempo útil. Muitos dos Serviços, eficaz, seguro e aceitável e surgindo como uma
Há questões mais ou menos consensuais como designadamente de Ginecologia/Obstetrícia, já importante alternativa ao aborto cirúrgico.
o necessário período de reflexão (garantia da estão a funcionar no limite das suas A técnica cirúrgica mais indicada para a
ponderação que uma decisão destas tem na capacidades e portante esta questão terá que interromper uma gravidez de primeiro trimestre,
vida de uma mulher) e a necessidade de ser enquadrada e terão que se criar as equipas é a aspiração por vácuo. Se realizada por
implementar uma política de planeamento e designados os profissionais que profissionais treindados, é um método rápido,
familiar acessível a todos e que permita obviar acompanharão a mulher em todo o processo. tem uma eficácia muito elevada e uma taxa de
as potenciais situações de IVG. Uma questão Isto implicará reorganização logística, de complicações baixa, podendo ser realizada em
que também é considerada primordial é a recursos humanos e também do ponto de vista ambulatório, recorrendo a analgésicos ou
criação de programas de promoção da saúde e administrativo os procedimentos deverão ser anestesia local.
educação sexual, acessíveis a todos, levando a agilizados. Contudo tudo o que venha a ser implementado
uma comunidade mais informada dos riscos e Em relação ao método para IVG, existem fica necessariamente dependente da Lei que
as suas consequências. diferentes indicações e protocolos para virá a ser publicada, tudo indica, tendo como
Já no que toca ao aconselhamento há várias interromper a gravidez, quer por método exemplo os vários países cujo enquadramento
posições antagónicas, mas no âmbito da farmacológico quer por método cirúrgico, legal já permite a IVG há alguns anos.
própria consulta para realização da intervenção propondo a Organização Mundial de Saúde
deverão ser avaliados os vários aspectos da (OMS) diversas orientações técnicas para a
saúde da mulher, de forma a que possam ser realização de interrupções médicas da Ricardo Mexia, Independente
acautelados. gravidez, cada uma delas adequadas á idade Médico Interno de Saúde Pública
No que toca á IVG propriamente dita, o Serviço gestacional e a cada caso em particular.
Março de 2007 11
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Um esforço de racionalidede
No passado dia 11 de Fevereiro, a julgar pelas intervenções de partidos e de ligeiramente num cenário de redução da abstenção. O Sim, pelo outro lado,
movimentos de cidadãos sobre os resultados do referendo à interrupção revelou um movimento contrário, penetrando em parte do eleitorado da
voluntária da gravidez (IVG), dir-se-ia que o país tinha dado um salto Direita e no voto católico, rompendo a anterior barreira geográfica do Tejo,
civilizacional ou em frente, ou para trás, consoante os diferentes ganhando em todo o Sul e quase todo o centro e litoral continental, e
alinhamentos políticos. Emoções daquela noite à parte, interessa analisar aumentando em perto de um milhão o número dos apoiantes da
os argumentos de suporte a esta campanha, os seus resultados e as suas despenalização da IVG. A outra conclusão óbvia é a significativa regressão
inevitáveis repercussões. da influência da Igreja na sociedade portuguesa, mais no domínio das
mentalidades que na área social e política. Isto significa que, apesar da
Duas fortes tendências contraditórias com uma relativa carga emotiva grande pressão e o envolvimento da Igreja e das suas organizações neste
afirmaram-se à partida e condicionaram a maior parte do debate. De um referendo, se conseguiu produzir na mentalidade dos católicos a distinção
lado, a argumentação resvalou para a área da concepção do que é a vida racional entre a opção da IVG em concreto e a liberdade de o efectuar sem
humana, com um uso intensivo de palavras como criança e bebé, constrangimentos, entre a questão moral e religiosa e o problema jurídico.
misturando a noção de vida com a de ser humano. Esta noção absolutista
da ideia de vida obriga a uma escolha emocionada entre o potencial Nos muitos países que desde há cinquenta anos têm vindo a aplicar a
egoísmo da mãe e a protecção do bebé e lança um profundo estigma sobre despenalização e a liberalização do aborto (consoante os graus de
o recurso à IVG. Esta linha de pensamento, embora tenha armadilhas para permissividade legal e apoio estatal), inclusivamente nos que têm hoje uma
o sector do Não (impede uma relativização dos direitos de um conjunto de prática absolutamente consolidada, a introdução das medidas foi
células ou de um embrião face aos direitos de uma mulher e, em última acompanhada pelo surgimento de movimentos de cidadãos (na maioria dos
análise, qualquer possibilidade de recurso à IVG), criou um embaraço para casos com ligação a partidos e organizações religiosas) extremamente
o sector do Sim, que foi obrigado a, num esforço de racionalidade, explicar empenhados e activos, que procuram eliminar a possibilidade de uma IVG
toda a diferença entre um recém-nascido e um ovo fecundado ou uma vida por opção da mulher.
em formação.
Coisa diferente não será de esperar em Portugal, seja nesta matéria ou
Do outro lado, a discussão centrou-se demasiado na questão jurídica, noutras que se relacionem com as questões bioéticas, até porque os
recordando os tristes episódios do julgamento de mulheres pela prática do movimentos assim o prometeram na noite do referendo e já deram provas
aborto clandestino. Evidentemente, centrar o debate neste problema (que é dessa intenção. A recente exigência de incluir na lei um aconselhamento
importante, sem dúvida) é obrigar a controvérsia a uma escolha comovida obrigatório da mulher que se decide pela IVG foi já uma primeira estratégia
entre a mulher-criminosa e a mulher-despenalizada. O embaraço do lado para ganhar na lei o que se perdeu nas votações e espelha a recusa do
do Não foi evidente, com alguns dos seus membros a propor todo o tipo de reconhecimento à mulher da sua autonomia e capacidade de decisão.
alternativas impensáveis, desde a manutenção da lei mas retirando as
condições para a sua aplicação, à aplicação de penas diferentes, mantendo Ora, durante anos, a proibição da IVG e a necessidade de recurso ao aborto
o estigma sobre a IVG. Estratégias de campanha à parte, não me parecem clandestino colocou as mulheres em situações diferentes no que diz
ser estas as questões centrais. respeito à sua saúde sexual e reprodutiva, em função das suas origens e
condições socio-económicas, é sabido. Mas colocou-as também em
Estas duas tendências dominadoras empurraram o debate sobre a IVG posições diferentes no que diz respeito ao efectivo controlo sobre o seu
para fora do tema dos direitos das mulheres, do exercício do domínio sobre corpo e à escolha do momento da sua maternidade. E este aspecto não foi
o seu corpo e a sua sexualidade e a afirmação do princípio do direito de devidamente abordado, por estratégia de campanha e receio da mácula da
escolha da mulher sobre o momento e as condições para a sua acusação de promoção do aborto livre. Era essencial desenvolver esta
maternidade. Estes assuntos, ainda que implícitos no debate e na própria linha de argumentação sem receios, fazendo um esforço de racionalidade
pergunta referendada e sejam centrais em toda esta problemática, foram que procurasse ir além da mera vitória no referendo, antes garantindo a
cautelosamente evitados por quase todos os activistas durante a abertura da mentalidade portuguesa para este tema. Insistindo na
campanha. Esta ausência, poderão alguns dizer, auxiliou a vitória do Sim, despenalização jurídica ou na mera preocupação com a fragilidade social
por ser um tema considerado polémico e menos mobilizador, mas trará de algumas mulheres, não valorizamos as mulheres como ser consciente e
inevitavelmente dificuldades à manutenção da regulação tal como ela foi responsável, capaz de tomar uma decisão desta natureza.
aprovada pelos portugueses.
O estigma que resulta daqui há-de pesar na sociedade portuguesa durante
Na verdade, foram vários os elementos que auxiliaram a vitória do Sim muitos anos, abrindo espaço à inibição se não da prática da IVG a pedido da
neste referendo. Contam-se entre estes a posição mais afirmativa por parte mulher, pelo menos da aceitação social da prática da IVG nessas
do PS e a hesitação do PSD (um cenário exactamente oposto ao de 1998), condições. As recentes iniciativas dos partidários decorrem do espaço
o impacto que os julgamentos de mulheres tiveram na consciência pública, político dado pelo facto de não ter sido travada e ganha uma batalha mais
um aumento do votação e sobretudo da votação urbana e jovem, uma ideológica sobre o papel e a autonomia da mulher na sociedade, por não ter
estratégia de suavização da campanha e de envolvimento dos movimentos sido absolutamente afirmada a sua capacidade de decidir, a sua
cívicos, a entrada em cena dos médicos pelo lado do Sim e a afirmação de responsabilidade individual. Aliviada a consciência pública com o
uma linha de debate centrada na saúde reprodutiva da mulher. afastamento dos julgamentos, a “escolha da mulher” sai ainda condenada.
É por isso que despenalizar a IVG é apenas o primeiro passo. Faltará ainda
Os resultados da votação traduzem também evoluções muito aceitá-la.
interessantes. Por um lado, provocou-se uma espécie de acantonamento
do Não: embora agrupados em vários grupos de cidadãos, a sua área de Bruno Carapinha, Independente
influência ideológica não saiu da esfera da Direita e dos sectores católicos
conservadores, a sua área de influência geográfica resumiu-se apenas ao
norte (Minho), interior norte (Beira Alta, Trás-os-Montes e Alto Douro),
Aveiro e Regiões Autónomas e os seus partidários aumentaram
Na caderno SOCIAL Março de 2007
Há uma idade na vida em que os anos passam demasiado depressa e os dias são uma
eternidade.
Virginia Wolf
Em Dezembro de 2004, Portugal tinha uma população residente estimada em 10,5, milhões de pessoas,
das quais cerca de 52% era do sexo feminino.
Uma análise da relação de masculinidade, por idades), permite concluir que, não obstante terem
nascido 105,8 indivíduos do sexo masculino, por cada 100 do sexo feminino, a relação se altera
progressivamente, passando a existir, a partir dos 36 anos, menos homens por cada 100 mulheres.
Em 2000, existiam, em Portugal 102,2 idosos (65 ou mais anos) por cada 100 jovens com idades
compreendidas entre os 0 e os 14 anos.
Em 2004, a tendência de envelhecimento da população continua a fazer-se sentir, tendo o índice de
envelhecimento passado de 106,8, no ano anterior, para 108,7.
A análise por regiões permite observar as disparidades regionais: o Alentejo com o maior índice de
envelhecimento (170,4) e a R.A. dos Açores com o menor (62,4).
A esperança de vida à nascença continua a aumentar para ambos os sexos, sendo agora de 74,5 anos,
no caso dos homens e de 81 anos, no caso das mulheres.
Cerca de 71% das famílias residentes em Portugal apresentavam, em 2004, uma dimensão máxima de
três pessoas, contra 70% no ano anterior.
Quando comparado com a situação no ano 2000, este valor representa um aumento de de 2,4 pontos
percentuais, em consequência do aumento do número de famílias compostas por uma (+1,6 p.p.) e duas
pessoas (+ 0,8 p.p.), e da diminuição do nº de famílias com 3 e mais pessoas.
Em África, diz-se, quando morre um ancião, desaparece uma Os velhos sem potencial evolutivo e produtivo, passam a ocupar um plano
biblioteca. Isto lembra-nos o papel crucial que os idosos residual, já que os valores societários estavam centrados nos aspectos
desempenham como intermediários entre o passado, o presente e o económicos.
futuro; a importantíssima linha de comunicação que constituem para Durante o século XIX asa experiências e conhecimento dos mais velhos,
a sociedade. Sem os conhecimentos e a sabedoria dos anciãos, os não constituíam um contributo decisivo para a dinâmica e organização
jovens nunca iriam saber donde vêm ou qual a comunidade em que se social, na era industrial e pós industrial a velhice foi desvalorizada.
inserem.
No Século XX a esperança média de vida duplicou de 40 para cerca de 80
Kofi Annan
anos na maioria dos países desenvolvidos, mantendo-se no entanto mais
baixa nos diferentes países africanos como é o caso paradigmático da
Na antiguidade os velhos desempenhavam um importante papel nas Serra Leoa (38) anos.
sociedades, nomeadamente no valor da continuidade, dos padrões de Na segunda metade do século XX, o papel do idoso foi sendo valorizado,
comportamentos que se repetiam pela força da lembrança e da desta feita não tendo por base só a longevidade mas também a integração e
transmissão à gerações vindouras. valorização da pessoa idosa, como membro activo da sociedade.
O valor da experiência acumulada era um pilar fundamental à A organização Mundial de Saúde criou em 1997 o conceito de
sobrevivência de cada presente e às possibilidades de continuidade no envelhecimento activo que defende a permanência da integração dos
futuro. Os mais velhos assumiam por isso funções de conselheiros, idosos na vida laboral e social
curandeiros, sábios e de feiticeiros, inspirando respeito e tinham um papel Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (1999), existe uma
central na preservação da memória, nas lendas crenças e mitos. reduzida participação das pessoas idosas como membros de organizações
Nas sociedades mais remotas onde não havia ainda o conhecimento da culturais e sociais, tais como, clubes desportivos e recreativos,
escrita, a memória dos sobreviventes ao tempo desempenhava um papel associações de bairro ou partidos políticos registando por isso valores
determinante na transmissão de conhecimentos. pouco significativos, embora mais elevados nos homens. (18,7% contra
Na antiguidade Grega, o sistema gerontócrático reconhecia nos mais 5,2% de mulheres)
velhos a solução para o governo, associando a idade á sabedoria. Dados do I.N.E, indicam que a maioria dos idosos não exerce qualquer
Até ao século XVIII, a associação da sabedoria a uma maior probabilidade actividade sócio-cultural. Cerca de 27% dos homens e 19% das mulheres
de reprodução no tempo, e isto preservava os mais velhos de qualquer tipo frequentam festas populares "algumas vezes" e 12% e 8%,
de discriminação. respectivamente, visitam museus ou exposições.
No final do século XVIII, para o sec.XIX o envelhecimento começou a ser No que respeita a actividades de lazer, a quase totalidade das pessoas
sinónimo de degradação e decadência . mais velhas vê televisão (cerca de 98% de homens e 94% de mulheres), e
fá-lo diariamente (cerca de 89% para ambos os sexos).
A revolução Industrial fez imergir os valores da produtividade e da
exploração da força motora e do consumo. Valorizava-se a inovação, o Dos cerca de 2,3% dos homens e 6,4% das mulheres que não vêem
conhecimento novo e rejeitavam-se as lendas os ritos, tabus e os velhos. televisão, uma pequena parte é porque não gosta, invocando os restantes
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(Cont.) Edição 02. > www.psalvalade.eu
Dos cerca de 2,3% dos homens e 6,4% das mulheres que não vêem À nossa geração caberá descobrir uma forma de aprender com os nossos
televisão, uma pequena parte é porque não gosta, invocando os restantes “velhos” e sobretudo de uma forma responsável e solidária criar condições
razões diversas. de dignidade e respeito para que cada vez mais possamos enriquecer as
Os jornais são lidos sobretudo por homens (quase 50%) contra 23% de trocas intergeracionais.
mulheres. 19,3% dos homens idosos e 8,7% das mulheres, praticam As juntas de freguesia são na sua condição territorial um instrumento muito
actividades como passear a pé andar de bicicleta ou praticar outras útil e eficaz dada a sua proximidade com as populações e na resolução dos
actividades leves, pelo menos 4 horas por semana. problemas concretos das pessoas e no apoio a associações e
A sociedade Portuguesa em geral e os responsáveis políticos em particular colectividades que desenvolvam actividades junto da terceira idade.
estão hoje confrontados com uma realidade social multifacetada e com A criação de estruturas de proximidade que entendam o fenómeno do
questões estruturais que merecem uma abordagem cada vez mais envelhecimento e que criem respostas realmente adequadas às reais
especifica. necessidades da população idosa na cidade, tendo em conta a situação de
A melhoria crescente dos cuidados de saúde e dos avanços científicos, solidão, precariedade económica deverá ser uma prioridade politica
associados ás melhores condições de vida tem aumentado a longevidade, ancorada nos valores da cidadania e solidariedade.
e com isso aumentaram o numero de pessoas idosas que habitam as As iniciativas privadas sob as diferentes formas de associativismo são sem
nossas cidades e vivem no interior do pais nos lugares mais distantes. dúvida fundamentais na abordagem e intervenção junto da população
A vantagem da longevidade e preservação conquistada à ciência, implica idosa. No entanto apesar de se substituírem aos serviços públicos são
também um quadro de responsabilidades que são formais e de natureza muitas vezes confrontadas com dificuldades financeiras e de apoio e
politica na definição de um sistema de segurança e protecção á população supervisão técnica.
idosa. Nesta medida deverão ser dadas condições objectivas para que as juntas
Neste âmbito o programa do actual governo aponta algumas orientações e de freguesias possam desenvolver um trabalho de apoio e supervisão às
medidas dirigidas aos cidadãos de terceira idade. Nomeadamente na diferentes organizações que operam na área da terceira idade, para que
criação espaços de participação activa da população idosa, promoção do possam ser criadas redes de serviços articulados que manifestamente
associativismo desportivo ou de animação cultural, manutenção e eventual defendam a qualidade de vida da população idosa.
reforço do puder aquisitivo das pensões e desburocratização do Não existirá intervenção social de qualidade se não houver a consciência
processamento das mesmas, campanhas de promoção da saúde, da proximidade, e da intervenção integrada com base em parcerias
programas de apoio às instituições, estudo e lançamento de programas institucionais num determinado território, neste contexto a existência de
especiais de assistência à terceira idade nomeadamente de apoio gabinetes do idoso nas diferentes freguesias poderá responder a uma
domiciliário em conjunto com as estruturas locais. necessidade premente de coordenação da intervenção com os diversos
O mérito destas propostas e a expectativa da sua concretização não instituições no terreno.
esgotam a intervenção que é necessário no âmbito da terceira idade na sua Não é possível “pensar” as cidades do sec: XXI, ignorando
complexidade. sistematicamente a constituição do tecido social, apenas respondendo a
Não podemos esquecer as dimensões subjectivas do envelhecimento, a lógicas economicistas e por ciclos eleitorais.
forma como cada qual encara esta fase da vida, a solidão, a angustia, o Aos políticos cabe o papel de entender a multidimencionalidade deste
tempo a saúde e as condições de precariedade económica. fenómeno, evitar as respostas fáceis , pensar relacionalmente e sobretudo
Por outro lado a capacidade criativa, a disponibilidade a sabedoria e ser consciente dos seus deveres de cidadania. A politica não se sobrepõe à
sobretudo os afectos dos avós. responsabilidade, solidariedade e sobretudo à ética.
Há outra Lisboa que não nos fica na retina. Uma que está repleta de
edificações devolutas e de outras construções indignas da cidade. Outra
Coisas de Lisboa
por André Caldas
Lisboa que trai a primeira e lhe ocupa o seu espaço secular. Não há-que
pensar mais em reabilitar Lisboa, há-que fazê-lo e pronto, há-que
requalificá-la já quanto antes fazendo uma simbiose perfeita entre as
gerações, permitindo que os jovens regressem à habitação no centro da
cidade, trazendo-lhe a vida de que ela carece.
Lisboa, a nossa velhinha Lisboa que parece que sempre existiu, convive
com esta nova Lisboa como se sempre se tivessem conhecido e convivido. Essa outra Lisboa de que falávamos, abandona os mais idosos, deixando-
A nossa Lisboa soube acolher aqueloutra cosmopolita e moderna que os entregues a si mesmos, já esqueceu os passeios de domingo, o barulho
lentamente se foi insinuando pelas suas avenidas, ruas e travessas. Por das crianças a brincar nos parques e o calor do sol que acariciava os velhos
isso, a famosa luz dos dias em que não há nuvens em Lisboa, nunca saiu que jogavam nos jardins. Essa empurra os jovens para longe... A nossa
prejudicada e permitiu um novo êxtase o de contemplar as fachadas dos querida Lisboa acolhe todos: grandes e pequenos, novos e velhos,
edifícios recuperados, tão coloridas e sorridentes. Esta nossa Lisboa está soturnos ou radiantes, diurnos ou noctívagos.
envelhecendo por toda a parte. Está em Alfama, na Madragoa, na Mouraria,
no Castelo, no Bairro Alto, nas Janelas Verdes, a olhar o rio, enfim... Está Tudo o que de tão típico há para conservar e recordar não o é porque ser
onde Cesário Verde via soturnidade e melancolia e onde Eugénio de bonito ou por arrancar um “lovely” ou “beautiful” aos turistas, é-o porque é
Andrade via uma menina descalça, descendo degraus até ao rio. É a Lisboa parte de nós, é a nossa identidade!
de sempre, voltada para o mar e para o mundo.
Há-que preservar a luz de Lisboa afastada dos cinzentos poluidores e
É isto que nos surge no fundo da retina quando pensamos no que gostamos bacilentos, para que se possa reabilitar e requalificar a outra, fazendo dela
da nossa querida cidade. Nas outras cidades há um manto de cinzentismo também nossa e trazendo gente à cidade, toda a gente!
que vem dos escapes dos carros e das chaminés das indústrias. Permitir
isso em Lisboa é tirar-lhe a sua mais deliciosa característica, parte da sua Nos dias em que não há nuvens em Lisboa, que são tantos, sabia bem
identidade. Nos dias em que não há nuvens, a luz que se espalha pelos poder andar a pé!
Na Secção
SecçãodeCOISAS
caderno de
Alvalade
Alvalade
DA VIDA Março de 2007
No site da Emel podia ler-se há algum tempo atrás (porque na última semana tem estado em actualização) que a missão e objectivo da Emel (e presumo, a
razão de tão funesta existência) passava pela melhoria das condições de vida dos lisboetas e de todos os que visitam a nossa maravilhosa cidade
diariamente. Este objectivo seria alcançado, à primeira vista, através de uma ordenação do espectro rodoviário, no que ao estacionamento diz respeito,
maximizando o fluxo de tráfego na cidade de Lisboa.
Para isso, a Emel encontra-se municiada de instrumentos legais que permitem punir quem não respeite o facto de ser obrigatório contribuir para os cofres da
autarquia sempre que estacionamos uma viatura em Lisboa. Numa primeira fase da sua existência, esta empresa criou parques de estacionamento em
zonas criticas da cidade para que não existissem os conhecidos problemas de mau estacionamento e a tão conhecida “segunda fila” lisboeta. No entanto,
com o tempo, algumas decisões estranhas têm levado ao aumento de preço de alguns parques e o encerramento de pelo menos um, numa zona central da
cidade (Entrecampos).
Olhando com um pouco mais de cuidado é facíl de perceber que a agenda é de facto outra: como a autarquia não consegue resolver os problemas de tráfego
e de estacionamento no município, nada melhor do que utilizar uma solução, ao estilo de um tal George W. Bush (nota: propôs o abate de uma percentagem
muito significativa das arvores nos Estados Unidos da América como solução para o problema dos incêndios), e tornar virtualmente impossível a utilização
do automóvel na cidade de Lisboa. Senão veja-se: o preço dos parquímetros em Lisboa atingiu um valor completamente incomportável para quem tem de se
deslocar para ou na cidade para desenvolver a sua actividade profissional (8 horas de estacionamento = 10€; 22 dias uteis X 10€ = 220€).
Mas a verdade é que em Lisboa, como aliás acontece com grande parte das metrópoles europeias, existe um problema sério de ordenação do
estacionamento. No entanto, em todo este processo, o que de facto fica evidente a cada dia que passa é que os lisboetas estão cansados da acção da Emel,
têm dificuldade em compreender a sua utilidade (que poderá, se bem executada a sua função, levar a melhorias claras na cidade) o que provoca um
decrécimo da qualidade de vida de todos nós, contrariando a própria missão da empresa.
Por último, fico seriamente preocupado com o nível de formação/educação dos agentes fiscalizadores da Emel. Em todos os contactos que tive até este
momento, confesso que a impressão é francamente negativa. Para mais, é evidente que a propalada intenção de aumentar o âmbito de acção destes
agentes os vai equiparar, em muitos campos ligados à fiscalização rodoviária, a agentes das forças de autoridade. A grande diferença faz-se ao nível da
formação. A PSP tem agentes bem treinados para as funções de fiscalização (que a meu ver, nunca deveriam ter saído da sua alçada, com ou sem
parquímetros) e com uma noção clara dos princípios eticos e morais que devem reger uma actividade que interfere, por vezes, com a liberdade dos lisboetas.
Espero pois que nos próximos tempos a Emel se concentre mais na sua missão: melhorar a qualidade de vida dos lisboetas, permitindo uma normal
utilização dos recuros rodoviários, ao invés de se comportar como uma simples fonte de angariação de fundos para o estado e a cãmara.
que o valor da vida não pode ser apreciado em si mesmo, sem considerar as
circunstâncias em que existe. A vida só o é em plenitude e com dignidade
desde que vivida com qualidade.
Muito já foi escrito sobre a OPA da SonaeCom sobre a PT desde de que foi mercado funcionar ou, se pelo contrário iria intervir. Foi dada uma resposta
lançada em início de Fevereiro do ano passado. Sabemos que a Sonae não cabal. Os direitos da Golden Share não foram exercidos e o Estado
conseguiu alcançar os seus objectivos, isso é certo, mas provocou um absteve-se na votação para a desblindagem dos estatutos da PT. Ninguém
verdadeiro terramoto na empresa de telecomunicações nacional. compreenderia uma intervenção diferente dado o discurso de incentivo ao
Nada será como dantes em 4 aspectos fundamentais. investimento privado, nacional e estrangeiro, em Portugal. O Governo sai
1. O governo da PT. Vejamos, um dos grandes argumentos que a Sonae reforçado deste processo.
apresentou foi o de que conseguiria gerir melhor a PT do que a 4. E finalmente o posicionamento do maior accionista da PT, a Telefónica. A
Administração de então. Como tal oferecia um prémio significativo face à Telefónica não tinha disponibilidade para lançar uma oferta sobre a PT
cotação da altura. De facto, a prova de que o argumento era válido foi dada depois da sua compra bem sucedida da O2 inglesa por cerca de 26 mil
pela Administração da PT. Não aquela que estava mas a que veio. Henrique milhões de euros. Assim apontava “apenas” para o Brasil. A Sonae
Granadeiro demonstrou, desde o início do seu mandato, uma grande provavelmente iria vender os 50% que a PT detém na VIVO, com base no
vontade de mudar a PT, de torná-la mais competitiva e atractiva para os fraco retorno desse investimento. Agora o futuro é incerto. A Administração
investidores. Daqui resultaram um conjunto de propostas mais inovadoras da PT sente-se desconfortável com a Telefónica e provavelmente irá
ao nível da oferta e restritivas da estrutura de custos operacionais da PT. romper a aliança estratégica entre os dois gigantes (um mais do que o
Nunca saberemos se o CEO da PT o fez porque tinha o fantasma da OPA a outro) ibéricos. A Telefónica não deverá desistir facilmente. A VIVO
pairar sobre a sua cabeça mas de facto era possível fazer bem melhor do continuará a ser partilhada, e aí as coisas poderão não correr bem. Quem
que a anterior Administração da PT. A Sonae tinha razão e foi Granadeiro sabe se quando recuperar a solidez financeira, a Telefónica não poderá ela
que o demonstrou (se cumprir o que anunciou). própria lançar uma OPA hostil sobre a PT; o caminho está aberto. Talvez
2. A separação da rede de cabo e cobre. A Sonae soube desde sempre que nesse momento o Estado já nem tenha a Golden Share (amplamente
um dos remédios impostos para a aprovação desta operação seria a criticada por instâncias europeias). Agora, o problema era um grupo
separação das duas redes, incentivando uma maior concorrência no sector português vender uma parte da PT à Telecom espanhola, vejamos o que
das telecomunicações em Portugal. Vendo o diferencial de preços que acontece. A Telefónica poderá tornar-se num dos grandes beneficiados a
existe para o resto da Europa, pode inferir-se que a concorrência por cá tem prazo desta OPA.
sido muito limitada. Mas agora, mesmo depois da OPA ter fracassado, a A OPA teve impactos positivos que serão duradouros. A PT será uma
separação das redes deverá efectivar-se, colocando a rede de cabo a empresa mais competitiva com uma Administração menos despesista e
concorrer com a de cobre na oferta de serviços de televisão, telefonia fixa e mais respeitadora dos accionistas, os milhares de accionistas valorizaram
internet. Mais uma vez não sabemos se tal teria acontecido num mundo o seu património, o Estado mostrou responsabilidade e os milhões de
sem OPA à PT, mas o facto é que a PT até então tinha-se sempre recusado consumidores portugueses vão pagar menos pelas suas comunicações. O
a fazê-lo; podemos amitir que, pelo menos, tentaria adiá-lo por mais futuro esclarecerá quais as ambições da Telefónica para a PT.
tempo… Ganham os consumidores e as empresas que terão um dos seus Do outro lado, a Sonae “pagou” €40M para ter razão e os trabalhadores da
custos (é certo não dos mais representativos) diminuídos. PT vão sentir a pressão competitiva aumentar, à semelhança dos
3. A posição do Governo. Subsistia a dúvida se o Governo deixaria o trabalhadores de qualquer outra empresa portuguesa.
Desejo tanto que respeitem a minha liberdade que sou incapaz de não respeitar a dos outros
Sagan , Françoise
Quando iniciámos o projecto político que se apresentou a eleições na nossa Secção em Fevereiro de 2006, considerámos que podíamos fazer melhor que os
camaradas que nos antecederam, que podíamos criar no PS-Alvalade uma relação política que assentasse no militante, em todos nós camaradas. Hoje,
decorridos doze meses, desde que tomámos posse percebemos que tudo está diferente em Alvalade, existe comunicação diária através dos email´s que
vos levam as notícias de cada dia, existem documentos, textos, intervenções de diferentes personalidades da política e da sociedade civil, que diariamente
cruzam os muitos socialistas da nossa Secção através de um política de comunicação que encetámos. Mas também existe debate, muito mais debate,
reuniões, temas e oradores diferentes, convívio, jantares, passeios por Lisboa, um site com um domínio próprio em www.psalvalade.eu e uma newsletter, o
“Notícias de Alvalade”, tudo em nome de um compromisso que assumimos, “O PODER AOS MILITANTES”.
Hoje, a Secção de Alvalade é reconhecidamente uma Secção que sabe fazer política, que acompanhou as mudanças tecnológicas e que as sabe utilizar em
prol dos militantes, em benefício de uma saudável camaradagem. Não é fácil ser-se diferente, inovar, estabelecer compromissos, num PS-Lisboa que não
entende a diversidade como uma aposta de futuro, como um exemplo de capacidade de liderança. A liberdade meus caros amigos e camaradas, foi
conquistada por vós e merece ser usada.
Secção
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Alvalade
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Diversas facetas da vida quotidiana dos residentes da cidade de Lisboa estão a ser fortemente afectadas e não encontram cabal resposta por parte das
autoridades aos diversos níveis, autarquias, polícias, etc. Os aspectos que saliento são a qualidade do espaço público e a segurança.
A qualidade do espaço público é fortemente afectada pela pressão enorme para rentabilizar espaços e realizar receitas por parte da Câmara e também por
deficientes comportamentos cívicos por parte dos cidadãos no que diz respeito ao estacionamento de viaturas, higiene urbana e danificação dos
equipamentos públicos. Esta situação manifesta-se com uma tal dinâmica que não se observam respostas adequadas por parte das Juntas de Freguesia e
da Câmara Municipal.
Por outro lado a complexa situação social e económica da região de Lisboa tem vindo a evidenciar uma ocorrência crescente de criminalidade e que não
obstante os esforços da P.S.P. não tem sido possível mais do que manter um certo nível de controlo.
Estes problemas não são exclusivos de Lisboa mas manifestam-se em todas as grandes cidades dos países mais evoluídos e a resposta que se está a gerar
é a de uma participação mais intensa dos cidadãos, organizadamente, em associações com uma componente de pressão reivindicativa em relação às
autoridades mas também com uma componente de partenariado com as autarquias e outras entidades envolvidas nestes aspectos. A atitude dos cidadãos
tem de ser exigência, envolvimento e cooperação. A actuação das autoridades em parceria com os cidadãos organizados é a resposta que se prevê com
muito maior eficiência para os problemas da vida da cidade.
O aspecto especial da criminalidade que é um fenómeno que está presente na vida diária da cidade exige da parte dos cidadãos medidas preventivas
adequadas. Aqui as referidas associações de cidadãos podem ter um papel fundamental na recomendação de boas práticas de segurança, na formação, na
prevenção, na informação e na cooperação com a PSP. Um dos aspectos mais importantes é o da informação acerca das ocorrências de carácter
delinquente que se observam para se monitorar a evolução e se estabelecerem padrões de actuação dos delinquentes. É preciso colher o máximo de
informação mesmo que esta não permita resolver casos concretos acontecidos de imediato. As vítimas de assaltos ou outros actos delinquentes devem ter a
preocupação de memorizar o máximo de detalhes para a informação policial.
Estas são algumas das áreas em que as associações de moradores tem um importante papel a desempenhar.
> Jardinices
por Rui Moreira
Desde tenra idade, sempre ouvi dizer “É Carnaval, ninguém leva a mal”. Pois nesta senhor não quer dizer é que a Madeira já atingiu um patamar de crescimento com
época de folia, o País foi presenteado com mais uma travessura do senhor Alberto um rendimento per capita que faz com que já não esteja incluída nas regiões
João Jardim (e utilizo senhor pois sempre achei divertido a maneira como ele desfavorecidas e que implica a perda de fundos comunitários. Quem tem tanto
utilizou esta terminologia para o senhor Pinto de Sousa, o senhor Santos e o dinheiro para gastar em fogo de artifício, também tem dinheiro para aplicá-lo em
senhor Silva, este último muito bem recebido na última vez que esteve na Madeira, algo concreto para o bem-estar do povo madeirense.
pensando o senhor Jardim que o companheiro iria ajuda-lo na luta contra o Os ecos que chegam da Madeira não são de pessoas furiosas pelo que está a
perverso Governo do Continente que quer é ver a Madeira na miséria). acontecer; pelo contrário, entendem o enquadramento da Nova Lei de Finanças
Imaginem lá que o senhor Jardim demitiu-se e nem esperou pelo 1 de Abril. Sente- Regionais face à situação do País, de tal forma que a vida continuou normalíssima
se enganado pelos pelintras do Governo do Continente pois numa altura de após o anúncio de demissão do senhor Jardim. Foram evidentes os sinais de
contenção orçamental, pensava que não ia ter que contribuir para o desígnio crescente maturidade política nas última eleições regionais e legislativas por parte
nacional. Desta forma, o Marítimo já não vai ter um estádio novo e se calhar o dos Madeirenses e ao fim de 30 anos, já começam a não ligar às partidas de
Diário da Madeira já não vai poder receber os 5 milhões de Euros para continuar a Carnaval do seu maior folião. O que a mim me preocupa e está em causa nas
ser um orgão de comunicação independente. Isto sem falar das mais variadas próximas eleições regionais não é a legitimidade democrática do senhor Jardim,
obras que vão ter de ser canceladas pelos construtores civis, esses beneméritos do mas sim a maturidade e responsabilidade política dos madeirenses.
desenvolvimento insular.O pobre senhor já não tem condições para governar, pois Todos os Portugueses já ouviram falar ou já viram as pressões que existem sobre o
segundo ouvi dizer, que na Madeira, as maiorias absolutas só funcionam a partir eleitorado madeirense. Há duas situações que nunca me vou esquecer acerca da
dos 60%. Zangado e traído pelo amigo senhor Silva (o mesmo que ele sempre Madeira: uma, é a reportagem da Visão em que conta uma história do Vice-
falou mal e a princípio não queria apoiar para Presidente da República), prepara a Presidente do PSD-Madeira, o senhor Jaime Ramos, que num restaurante agride
Jihad contra os Infiéis, empurrando a Madeira para umas eleições antecipadas, um ex-membro do Governo Regional que saiu em rotura e a respectivamente
com o desígnio que estão a roubar os Madeirenses, povo acolhedor e hospitaleiro e mulher; e segunda, uma madeirense, colega minha de faculdade, que me contou
que isto não têm nada a ver com uma vingança por ter tido os piores resultados de que estava inscrita no PSD porque na Madeira não havia outra maneira de arranjar
sempre nas últimas legislativas e regionais nos seus 30 anos de mandato e 7 emprego, mas que a votar punha sempre a cruz no PS. Não estou à espera duma
reeleições. Mais ainda, diz agora que vai ser uma revolução democrática sem surpresa na Madeira, mas era por demais importante um sinal daquela bela região
armas! A poncha é forte para aqueles lados… para o resto do País, um sinal que o País está unido no combate ao défice
Deixando de lado a ironia, é no mínimo vergonhoso a maneira escabrosa que o orçamental e concentrado na luta por um desenvolvimento sustentável; um sinal
senhor Jardim ameaça as Instituições Democráticas ao longo dos anos, protegido que a democracia começa a crescer e as pessoas já não aplaudem a demagogia e
pelo silêncio dos líderes do PSD sob pena de perder os seus delegados e votos e a “peixeirada” e sabem separar o trigo do joio; um sinal de esperança ao país no
agora venha quase tornar banal a utilização do escrutínio universal, pois o dito qual não se recompensam máquina montadas para privilegiar uns poucos e reprimir
senhor não quer apertar o cinto e ajudar o resto do País a combater o défice das muitos.
finanças públicas (e que tanto a Região Autónoma da Madeira contribui). O que o
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Há poucas semanas quando me preparava para ver o Telejornal da RTP1, a cadeiras na administração publica…”, esta ultima noticia um pouco mais
melhor informação da televisão portuguesa em canal aberto na minha antiga. No dia seguinte o resultado da mesma busca era menos
modesta opinião, reparei numas imagens curiosas mas surpreendentes, interessante e bem mais triste…
um grupo não muito numeroso mas bastante ruidoso de trabalhadores da
PT, legitimamente preocupados com o desfecho da OPA, termo tão em - Recentemente fui cortar o cabelo ao meu barbeiro do costume,
moda que já merecia uma linha de merchandising, aplaudia curiosamente o mesmo que corta o cabelo ao Presidente da nossa
fervorosamente o Sr. Joe Berardo, um representante do Grupo Espírito Autarquia.,tendo inclusive foto e recorte de jornal a prová-lo, ocorreu-me
Santo e, obviamente, o presidente do conselho de administração, Dr. finalmente uma coisa em que Carmona Rodrigues tem razão e diz a
Henrique Granadeiro. verdade, é mesmo muito o bom o barbeiro em causa. Nada mau para 2 anos
Acerca do último, apraz-me apenas dizer que fez um excelente trabalho, de mandato…
preocupa-me o retardar do spin off da PT Multimédia, a incerteza sobre a
celeridade, ou não, da separação do negócio da rede fixa de cabo do - Nesse mesmo dia em que, como de costume, cortei o cabelo a olhar para
negócio da rede fixa de cobre, e a alienação do negócio desta ultima, para um recorte de jornal onde o meu barbeiro diz ser ele quem corta o cabelo do
proporcionar finalmente alguma concorrência a sério que beneficie os Presidente da CML há 40 anos, fui à procura duma loja dedicada a material
consumidores no negócio dos serviços Tri-Band, por exemplo, e o que desportivo de Rugby e dei de caras com um pequeno autocolante que dizia
acontecerá aos títulos da PT após o pagamento de tão avultados “Carmona Rodrigues, Lisboa para Todos”!
dividendos aos accionistas, mas merece o benefício da dúvida. Parecia perseguição mas afinal era apenas uma coincidência que serviu
Acerca do “interesse nacional” do grupo BES num “projecto português” para para me chamar a atenção de que bons programas não ganham eleições,
a PT, não convence muito esse argumento num excelente grupo Manuel Maria Carrilho, bons presidentes nem sempre se reelegem, João
empresarial português, muito bem gerido e que tem sabido adaptar-se à Soares, basta afinal sorrir, mentir e dizer que não se é politico profissional
evolução do mercado nacional e internacional, parece um discurso pouco que depois se tem carta branca para desbaratar a já fragilizada saúde
consistente, do género Movimento Portugal. financeira da CML e livre - transito para toda a espécie de malfeitorias com o
Agora Joe Berardo entusiasticamente recebido, isso surpreendeu-me, sector da construção e da promoção imobiliária.
ainda mais do que os cerca de 4,5 milhões de euros de mais valia potencial
que a Fundação Joe Berardo, Instituição Particular de Solidariedade Social, -Um dia destes recebi uma chamada de um amigo, que trabalha na Av. 5 de
realizou com a aquisição, a escassos dias do desfecho da OPA, de 1 189 Outubro, alertando-me para uma mega operação da EMEL e da Policia
000 acções da Pt Multimédia. Municipal que se dedicou a multar e a rebocar o mar de veículos mal
Não sei se seria este o motivo do entusiasmo à porta da Assembleia Geral estacionados que diariamente atrapalham a circulação pedonal e
da PT, mas da minha parte merece um honesto louvor pela inteligência rodoviária nessa avenida.
demonstrada. Se a medida faz sentido, e a Vereadora Marina Ferreira bem precisa da
Tendo em conta especialmente as duvidas suscitadas pela Administração publicidade para suceder a Carmona Rodrigues, na Av. 5 de Outubro
da PT em relação ao futuro imediato, às consequências da crispação do também faz sentido a Câmara Municipal realizar acções a montante e a
discurso, por exemplo entre instituições portuguesas e espanholas e jusante do problema do estacionamento.
especialmente devido aos objectivos e até às necessidades do Grupo Ou se cobra uma taxa por veículo à entrada da capital ou se constroem mais
Sonae, eu diria que as noticias da morte desta opa são manifestamente
estacionamentos, deixar como está e fingir que se trabalha com acções de
exageradas…
propaganda é que não!
-Num dia destes, em que decorreu uma sessão de Câmara que suscitou Para quem , como eu, circula todos os dias na Av. Almirante Reis, deve ser
alguma polémica, lembrei-me de efectuar uma busca no Google, “dança irresistível desejar uma acçãozinha dessas também, ou o Código da
das cadeiras”, o resultado foi “…bispo auxiliar do porto vai para o Estrada não se aplica a quem estaciona do lado esquerdo da via entre o
Funchal…”, “dança de cadeiras no Correio da Manhã e no Diário de Martim Moniz e a Praça do Chile?
Noticias…”, “dança de cadeiras na Refer e na CP…” e “…a dança das
> Em Destaque
Secção de Alvalade
JANTAR TERTÚLIA
Mário Lino
28
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
de
Março Restaurante Passarola (SNPVAC) Av. Gago Coutinho, n.º 90, Lisboa
2 0 h 0 0 Reservas: M ari a O tíl i a (TLM . 914 607 278) Antóni o M i guel (TLM . 965 072 132)
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(17.00 € ) M anuel a Cabeç adas (TLM . 967 083 357)
UMA SECÇÃO DE MILITANTES
ESCLARECIMENTO
Lisboa, 18 de Março de 2007.
No seguimento da carta enviada pelo actual presidente da Concelhia do PS-Lisboa, Miguel Coelho, aos militantes da Secção de Alvalade, recebida no dia 15
de Março, colocou-se ao Secretariado o dilema de maçar, ou não, os camaradas com esta questão tão desapropriada e tão pouco produtiva para a afirmação
do Partido Socialista na sociedade lisboeta.
Concluímos que a carta não podia ficar sem resposta, pelas falsidades que alega e que nos cumpre por isso esclarecer:
1. A verdade é que o camarada presidente da Concelhia convocou por carta todos os militantes da Secção de Alvalade, para uma reunião
conjunta com a Secção da Almirante Reis, que decorreu no passado dia 2 de Fevereiro, pelas 21h30, tendo o secretariado da nossa Secção colaborado
com a divulgação enviando email´s e sms's a anunciar o referido encontro;
2. A verdade é que o presidente da Concelhia agendou várias reuniões conjuntas com outras secções e a nossa não foi excepção;
3. A verdade é que o camarada Miguel Coelho, não reagiu positivamente ao facto de apenas terem comparecido 3 militantes da nossa Secção,
tendo eu, sido um deles;
4. A verdade é que cada militante da Secção de Alvalade participa nas reuniões que considera relevantes e com interesse, razão pela qual as nossas
reuniões têm tido a participação de mais de 100 militantes (300 militantes nas últimas 4 sessões).
À Secção de Alvalade nunca ocorreria dizer ao secretariado da Concelhia que reuniões ou debates deve organizar, lamentamos que o contrário não seja
verdade. O secretariado da concelhia tem toda a legitimidade para marcar as reuniões que quer, onde quer e com quem quer. Não pode é querer mandar no
secretariado da Secção de Alvalade.
Estamos tranquilos. Há debates, liberdade de expressão e pluralidade ideias em Alvalade. O que estranhamos, é que a referida carta repleta de falsidades,
chegou aos militantes de Alvalade, na manhã seguinte ao debate promovido pela Secção com o “número 2” do actual secretariado da Concelhia e indicado
pelo Camarada Miguel Coelho, como o coordenador da vereação na CML, Dias Baptista.
Na nossa Secção não há facciosismo, manipulações ou omissão de informação sobre nada, muito menos no trabalho e nas reuniões que desenvolvemos ao
serviço de todos.
Na Secção de Alvalade ninguém diz aos militantes quem podem ou não criticar, cada um exprime a sua opinião livremente. É assim que funciona a Secção de
Alvalade e lamentamos se houver alguém no PS que tenha outro procedimento.
É por isso que não percebemos a lógica de condenar e tentar intimidar as opiniões críticas. O secretariado da Secção também recebe críticas e acha que é
assim que o PS o partido mais livre de Portugal, o partido que com Mário Soares instaurou a liberdade em Portugal deve funcionar.
Não percebemos também a necessidade de neste domingo, dia 18 de Março, o camarada Miguel Coelho, através do email lisboa.ps@gmail.com, ter
enviado a muitos militantes do PS Lisboa um email com a carta dirigida aos militantes de Alvalade a reboque dum convite para participar numa actividade do
Centro de História Contemporânea e Relações Internacionais e de uma Rádio de Lisboa, na qual o camarada Miguel coelho foi convidado como orador.
Se a actividade para a qual o camarada Miguel coelho foi convidado nos merece crédito e apreço, estranhamos a divulgação da carta dirigida aos militantes
de Alvalade, onde se marca uma reunião em Alvalade, para tratar de uma questão sobre actividades desenvolvidas na Secção de... Alvalade, no mesmo
suporte de divulgação.
Cremos que a divulgação desta resposta através da mesma mailing list e do mesmo email servirá para resolver este lapso.
Esperamos que este episódio seja apenas um lamentável equívoco e nada mais. Pela nossa parte estamos cá para trabalhar, com todos os Camaradas,
pelo PS e por Lisboa.
Neste sentido, vimos convidá-la (o), Camarada, para participar no Jantar/Tertúlia que terá como orador o nosso estimado amigo e Camarada Mário Lino,
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, no dia 28 de Março, pelas 20h00, no restaurante “Passarola”, sito à Avenida Almirante Gago
Coutinho, n.º 90, conforme o convite em anexo.
Contamos consigo, com o seu apoio e participação neste espaço político de debate e crítica que é a marca maior da nossa Secção e do nosso PS.
Miguel Teixeira
(Secretário-coordenador)