Se pudesse eu transformar seu contedo em gua, no haveria o
bastante para encher um copo, se pudesse mostrar o brilho do futuro que te aguarda no mudar sua forma de pensar, veria menos brilho que numa noite sem estrelas. Voc rude como uma pedra feita de cspides, sem angulao, sem beleza e tampouco existe alguma perspectiva para dar-te um ar de graa: no existe vontade em mim em botar minhas mos em algo to sujo que recusasse ver-se como realmente . Mas o pior que voc teve todas as chances, h uma famlia interessada em fazer seu contedo transbordar rios e mares, uma me que acredita em voc e um pai que quer v-lo crescer, caso contrrio no investiriam tanto tempo e recursos j escassos em voc. O problema sua cegueira carcereira de futuros e estrelas com as quais voc deveria ter sido feito para brilhar, mas da forma que age, soa como se sua famlia estivesse atirando prolas aos porcos, asas para elefantes, sonhos para quem no tem tempo para dormir. Se eu pudesse eu apagaria seu rosto da minha memria, mas voc continua voltando como um urubu petiscando minha criatividade, uma sombra to vulgar quanto uma carta de amor sem flores, to arcaico quanto um poema sem rimas, uma corrente num pulso feito de luz. Se eu pudesse, te encheria de todo o contedo que os patriarcas falharam em criar em voc, algum que tudo recebeu para por nada ser grato, sim, acho que sei uma das coisas que mais me irritam sobre a sua existncia: o quanto ns nos parecemos. O quanto sua ingratido me lembra da minha prpria, o quanto sua mesquinhez em relao ao saber me lembra de como eu costumava ser, o quanto sua existncia pattica representa todos os desrespeitos que eu condeno o tempo todo. Voc faz parte de um povo que eu sempre quis ver fora do mundo, um povo que carece de respeito, se voc falha em respeitar, falha em criar, falha em ter viso de mundo, falha em querer ser algum na vida