Professor de Sociologia do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Mestre em Cincias
em Sociais pela UFRN. pesquisador do Ncleo de Estudos Crticos em Subjetividades e Direitos Humanos. Atualmente, pesquisador-visitante no IPEA Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada no projeto Radiografia do Brasil Contemporneo. Interessa-se por temas como teoria sociolgica, sociologia econmica, moralidades, classes sociais e formas de dominao simblica.
RESUMO DA EXPOSIO
O tropo regio utilizado como um marcador definitivo de supostas especificidades
inerentes de um grupo, que , igualmente, construdo e constrangido em torno das ideias, representaes e expectativas socioculturais que sobre ela institucionalizaram-se no imaginrio social. O nordeste e o nordestino, no Brasil, so um exemplo contundente da eficcia simblica e fora persuasiva do poder do discurso da regio. O nordeste, nesse sentido, uma inveno; o produto da ao de uma gama de discursos e linguagens que desde o final do sculo XIX criaram um universo simblico homogneo de imagens, ideias, concepes, valores e esteretipos acerca do significado do Nordeste e do ser nordestino, e que nos alcana ainda hoje. Nessa fabricao do nordeste, cumpre destacar a fico televisiva (novelas, minissries, coberturas jornalsticas), sobretudo o seu papel para a generalizao e consolidao de um imaginrio muito particular, mas generalizante, sobre o que seria essa regio e os seus nativos. Que lugar e que funo cumprem a profuso e afirmao constante de um particularismo nordestino, isto , como regio e como indviduo? O que essas representaes escondem, isto , o que elas revelam sobre a sociedade brasileira em geral? Como esse imaginrio funciona enquanto fonte de sentido pr-reflexivo, isto , como uma estrutura de sentido aceita e tcita de uma pluralidade de produes culturais, especialmente as do gnero televisivo?