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MODOS DE VER, MODOS DE DIZER TITULAGAO DA PINTURA E DISCURSIVIDADE Bernard Besredon’ Resumo Exe artigo prope uma anise ds tulos de quadeos enguanto discurso,apresentando suas principais ropriedades inguisticase sua constuigiohistéica. A andlise mostra, de um ado, que essa proprieddes ‘estio amplamente condicionadas pela natureea dos referents em questo, as tel, enquantoobjetes| fabricados para serem vistos, 0 que conliguraa itulagio como um mode diseusivo particular, com um funcionamentodiferenciado dagucle do discursooninsio, D our ado, postul-se que sua consttuiglo 0 resultado de um processe histérica de mudanga no paradigma exttico: a tiulagio de quadeos Dropriamente dita nasce com a piatura moderna, quando a imagem se descola da referéneia extra Pictrica ea tla se torna um objetode arte auténomo; oapareeimento da fotografia desempenha avez af um papel decisivo. Quando Le Christ en eroix [0 Cristo na Cruz} se torna em Gauguin Le Christ Jove (O Cristo Amarelo}, observa-se um deslocamento determinant: passa-se da idemtiticagdo do tema a0 titulo da pintura, ito &, ao nome do quadro. &, portanto, num intervalo entre a maneira de designar o modelo (ow o tema) ea designago da figuragZo pietdrica quecmergeo titulo, estabelecendo tum modo particular de vera pintura. Os titulos de pintura dizem a pintura de uma certa maneira. A questo é saber 0 que ‘opera nessa maneira de dizer. Poderfamos pensar que a causa advém inicialmente dos Tocutores, isto é, dos atribuidores de titulos. Contrariamente aos nomes efetivamente préprios (nomes de pessoas, nomesde lugares, etc.) 0s ttulos dos quadros so ivremente construfdos pelos usuarios da linguagem, de forma que o modo pelo qual cada um pode Professor da Universidade “Sorbonne Nouvelle” (Pats I). Rua, Campinas, 5: 17-38, 1999 Is Modos de ver, modos de dizer ~ Tiago da pintura e discursividade referir a uma tela corresponde a uma escolha individual, a esse modo muito pessoal de dizer o que se vé “em pintura’” Proponho-me a mostrar neste artigo que essas produgdes lingiifsticas tiram efetivamente sua originalidade da relago que elas mantém com um certo tipo de imagens. ‘Mas sustentarei igualmente que essas produgdes ndo sfo totalmente livres, apesar das aparéncias , em particular, apesar ca intuigao que os locutores tém de sua capacidade de intitular, Essas produgbes estio amplamente condicionadas pela natureza dos referentes em questi, as teas, Nesse aspecto, elas constituem fatos de discurso. Com efeito, as representagdes que os locutores constroem e manipulam no discurso estao sempre articuladas 0 estado dos conhecimentos e 20 modo pelo qual eles “estocam” em pacotes as propriedades estabelecidas pela experiéncia individual e, sobretudo, coletiva. Ao objeto pintura & portanto associado um conjunto de determinagsies a0 ‘mesmo tempo hist6ricas ¢ praticas, um conjunto de determinagdes “fisico-culturais” (0 museu, a galeria, a obrigacdo de indiear uma tela por uma designagio tiniea...), que constituem a verdadeira fonte da ttulagao e, em conseqtiéncia, “o que opera” nesse tipo de regime discursivo, Dessa gio, vemos o trago nas configuragées lingiifsticas constituidas pelos titulo. A titulagio das pinturas segue, com efeito, um programa especifico que privilegia a cescolha de certas formas de designagdes em detrimento de outras. Por exemplo, a determinagio mais representada & @ ou LE (O}, enquanto UN [UM] é raro, DES (@)* rarfssimo, CE [ESTE] impossivel. Restrigdes andlogas caracterizam também —sob formas diversas — todas as nomeagSes construfdas no discurso a partir do momento em que essas formas sio afetadas respectivamente pelos dominios especiticos de referéncia, Assim, Le retour des goélettes [O Retomo das Goletas] parece mais um titulo de quaadro do que o titulo Quand les goélettes rentreaient au port {Quando as Goletas Voltavam a0 Porto}, seqiiéncia que corresponderia mais a um titulo de romance ou de filme. As nomeagdes construfdas pelos ustiitios nilo estio jamais isoladas mas se constituem em familias de nomeagoes, cada uma caracterizando suas formas por um “ar de familia”. © N.T.zem franots, des pode corresponder, também, 3 contragdo da preposido de edo artigo determinado fas (does em porivguts), mas neste cao ase preferentemente do prttivo, artigo indeteminido tem eorrespondente direro em portguts. Rua, Campinas, $:17-38, 199 Beynand Boscedon 19 Chamamos signalética 0 conjunto das marcas lingtiisticas que assinalam a ligagao de uma nomeacdo a um dominio especifico de nomeagdes. A signalética contribui, assim, de maneira decisiva, para construir um “real” por efeito de evidéncia. Le retour des

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