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Para inaugurar esta fase de aulas com resolução de questões, escolhi um ponto que gera muita dúvida,
principalmente aos não contadores. Trata-se do tema Operações com Mercadorias, envolvendo compras,
vendas e os tributos incidentes nessas operações.
Não pretendo exaurir o conteúdo acerca do assunto, pois ele muito vasto, mas quero deixá-los em
condições de resolver as questões de concursos que surgirão pela frente que versem sobre os pontos que
tratarei doravante.
No concurso ao cargo de Fiscal do Estado do Mato Grosso do Sul, realizado no ano de 2000, foi formulada
a seguinte questão:
Indique, dentre as alternativas abaixo, aquela que melhor caracteriza o Sistema de Inventário Permanente:
A) Sempre que houver o controle do Estoque de Mercadorias de forma contínua, dando-se baixa acumulada
e anual pelo total das Vendas, utilizando como base o preço de mercado dessas mercadorias vendidas.
B) Sempre que não houver o controle do Estoque de Mercadorias de forma não contínua, dando-se baixa
acumulada e anual pelo total das Vendas, utilizando como base o preço de mercado dessas mercadorias
vendidas.
C) Sempre que houver o controle do Estoque de Mercadorias de forma contínua, dando-se baixa, em cada
venda, pelo custo dessas mercadoria vendidas.
D) Sempre que houver o controle do Estoque de Mercadorias de forma não contínua, paralela e
concomitante, dando-se baixa do total transacionado pelo custo dessas mercadorias vendidas.
Dessa forma, repito, resumidamente: Quando estamos tratando de operações com mercadorias envolvendo
o estoque, o valor a ser registrado nessa conta é sempre o de custo.
É oportuno frisar que no sistema de inventário permanente em que há o registo das aquisições e das saídas
de forma imediata ou concomitantemente com a ocorrência física desses fatos, tem-se a qualquer momento
o valor de todas as compras do período, o valor de todas as saídas do período (Custo das Mercadorias
Vendidas), bem como o valor do estoque inicial e do estoque final.
Portanto, na questão em análise, a alternativa que condiz com o comentário apresentado, é a de letra “C”.
(ESAF/TFC-1996) Uma empresa usa uma única conta para registrar estoques, entradas e saídas de
mercadorias. No final do exercício de 1995, essa conta apresentava saldo devedor de 80.000,00. O
resultado bruto com mercadorias no exercício foi de 140.000,00 (positivo). O estoque final de mercadorias
em 31.12.95 era, portanto, de
a) 60.000,00
b) 80.000,00
c) 120.000,00
d) 140.000,00
e) 220.000,00
Para quem já prestou concurso, cuja prova foi elaborada pela ESAF, está cansado de saber que esta
instituição adora pedir coisas estranhas, que não é usado em parte alguma e que não serve pra nada.
Bueno, estamos diante duma dessas coisas esdrúxulas que só a ESAF pede em suas provas.
Segundo esse método antiquado de escrituração, utiliza-se uma única conta para lançar as Compras, as
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O Estoque Inicial e as Compras são debitadas pelo preço de custo, compondo as mercadorias à disposição
para venda, enquanto que as vendas são creditadas pelo valor efetivo da venda, isto é, pelo valor bruto.
Agindo dessa forma, teremos na coluna dos débitos (estoque inicial mais compras) o total das mercadorias
à disposição para venda e na coluna dos créditos são lançadas as vendas brutas.
Portanto, o saldo da conta mista não representa o Resultado Com Mercadorias (RCM) e tampouco o Custo
das Mercadorias Vendidas (CMV), pois o estoque final de mercadorias, elemento indispensável à apuração
do resultado, não é parte integrante dessa sistemática de contabilização das operações envolvendo
mercadorias.
Assim, se a conta Mercadorias – Conta Mista ou Única apresentar saldo devedor, não se pode afirmar que o
RCM seja negativo. Por outro lado, quando o saldo dessa conta for credor, pode-se afirmar, com certeza,
que o RCM é positivo, porém, não necessariamente, na exata extenção do saldo da conta.
O RCM é obtido pela diferença entre o valor das Vendas (V) e o valor do CMV.
O CMV é obtido pela diferença do valor do Estoque Inicial (Ei) mais Compras (Co) e o valor do estoque final
(Ef).
Ora, se substituirmos o valor do CMV pelos elementos que compõem, teremos que o RCM será:
Percebe-se que o estoque final possui a mesma natureza das vendas, isto é, podemos somá-lo às vendas.
Assim, para obtermos o RCM no sistema de conta mista ou única, devemos adicionar às vendas o valor do
estoque final.
Portanto, a solução da questão apresentada passa por esse raciocínio, ou seja, o resultado bruto com
mercadorias (140.000,00 positivo) foi obtido pela adição de 220.000,00 (credor) ao saldo (devedor) da conta
única. Logo a resposta correta da questão é a letra “e”.
Já comentamos sobre o sistema de inventário permanente e o “método da conta mista ou única”. Falta-nos
a concepção do que seja o inventário periódico.
Assim, a empresa passa todo o período, seja ele mensal, semestral ou anual, sem se preocupar com o
estoque de mercadorias existentes em cada um de seus estabelecimentos, operando, normalmente, com
compras e vendas de mercadorias, sem saber o CMV e o estoque existente no dia-a-dia, ou seja, não fará
nenhum lançamento na conta Mercadorias – Estoque. Isto deve ficar bem claro! Não é feito nenhum
lançamento entre um inventário físico e outro. A conta fica “congelada” com o valor do estoque inicial, que
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Por pertinente, cabe salientar que o uso da sistemática do Inventário Periódico, com contagem física do
estoque no final do período, enseja, por disposição da legislação fiscal, a aplicação do critério PEPS
(Primeiro que entra, Primeiro que sai), também conhecido por FIFO (do inglês First In, First Out), na
avaliação do Estoque Final de mercadorias.
Pela sistemática do inventário periódico, conforme alhures relatado, a conta mercadorias não recebe
registro algum por ocasião de cada operação de compra e venda, isto é, o valor a ser “lançado” é zero.
Se a sistemática adotada for a do inventário permanente, os registros serão efetuados de forma contínua, à
medida que as operações de compra e venda vão ocorrendo, fazendo-se registro a crédito na conta
Mercadorias Estoque pelo valor do custo, por ocasião das vendas e a débito quando das aquisições de
mercadorias. Frise-se, ainda, que a conta Mercadoria Estoque é conta patrimonial, ao passo que a conta
Mercadorias Compras é conta de resultado.
Outro aspecto a ser observado é que na sistemática do inventário permanente a contrapartida das saídas
de mercadorias (vendas), pelo qual creditamos a conta Mercadorias Estoque, é a conta Custo das
Mercadorias Vendidas (CMV), que é conta de resultado.
Fechando o parênteses, temos, agora, condições de saber o valor do crédito que deve ser feito pela venda
da mercadoria.
Diz o enunciado da questão que um comerciante adquiriu um lote de mercadorias por R$ 1.000,00,
incidindo sobre a compra ICMS de 17%. Ora, o ICMS é tributo recuperável, logo não deve ir a estoque.
Assim, o valor que vai a estoque é de R$ 830,00. Como, em seguida, vendeu todo lote, o valor a ser
baixado do estoque é o valor de custo, isto é, R$ 830,00.
Somente pela análise desses dois componentes da inquisição formulada pela ESAF, já podemos apontar a
resposta correta. Entretanto, é conveniente que matemos, também, o terceiro elemento da questão.
Na questão anterior comentei o “método” da conta mista. É chamado de conta mista porque mistura uma
conta patrimonial e contas de resultado em uma única conta. As contas de resultado envolvidas são as
Vendas e Compras, ao passo que a conta patrimonial utilizada é a conta Estoque inicial.
As vendas são, sempre, registradas pelo valor bruto, independentemente da sistemática de inventário
utilizada.
Dessa forma, não poderia ser diferente no “método” da conta mista, no qual a venda, por ser venda, deve
ser registrada a crédito pelo seu valor bruto, ou seja, R$ 1.200,00.
Agora que você já está entendendo tudo, tente resolver as seguintes questões:
2 - (FISCAL ICMS/MS-2000) Numa empresa comercial ou industrial, o ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) faz parte do custo do período?
A) Sim, quando for manufatura.
B) Não, pois é um imposto recuperável.
C) Somente quando se tratar de laticínios.
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3 - (AFPS/CESPE-Unb/2001) A venda a prazo de uma mercadoria estocada deve ser lançada a débito de
contas a receber. Em contrapartida, deve ser lançado um crédito em estoque, no valor correspondente ao
custo da mercadoria vendida, e um crédito em receita de venda, pelo valor do resultado da transação, que é
igual ao preço de venda menos custo da mercadoria vendida, inclusive no caso de esse resultado ser
negativo.
Gabarito : 1 – B ; 2 - B ; 3 – E (Errado)
Hoje falaremos sobre os fatores que alteram compras e vendas, bem como sobre a apuração do resultado
bruto com mercadorias.
Atendendo, também, ao princípio da competência, constata-se que despesas como fretes, seguros,
armazenagens etc., que são atinentes às mercadorias, devem ser consideradas custos de aquisição ou
produção, pois são dispêndios efetuados à obtenção dessas mercadorias ou bens.
Assim, o custo de aquisição das mercadorias está diretamente afetado pelas despesas acessórias como
fretes e seguros pagos ao transportador, impostos recuperáveis destacados nas notas fiscais de compras,
taxas alfandegárias, devoluções de mercadorias adquiridas e descontos promocionais obtidos do
fornecedor e destacados na própria nota fiscal de compra, que são chamados também de descontos
comerciais ou descontos incondicionais.
Compras brutas
+ Fretes, seguros, armazenagem etc.
- Impostos recuperáveis
- Descontos incondicionais ou comerciais obtidos
- Devoluções e abatimentos
= Compras Líquidas
ATENÇÃO!
Lembre-se de que são levados a estoques os valores das compras líquidas, isto é, os impostos
recuperáveis, os descontos incondicionais ou promocionais ou comerciais destacados em nota fiscal e as
devoluções e abatimentos obtidos devem ser expurgados do valor da aquisição. Por sua vez, os fretes,
seguros, custo de armazenagem, taxas alfandegárias etc, devem ser adicionadas ao valor de aquisição
para se obter o custo líquido da mercadoria, cujo valor será levado a estoque, ou seja, estes valores serão
ativados (vão para o ativo).
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pagamento à vista, altera o lucro da empresa, mesmo antes da revenda desses itens.
2- A compra de material de estoque por R$ 1.000,00, para pagamento a prazo, acarreta um débito em conta
de estoques e um crédito em conta de passivo de fornecedores.
3- A compra de diversos itens de estoque, pelo preço total de R$ 10.000,00, com pagamento de R$
1.000,00 no ato e R$ 9.000,00 a prazo, implica o registro de R$ 1.000,00 em conta redutora do lucro
operacional, além dos demais registros.
4- A compra de itens no valor de R$ 20.000,00, com um custo adicional de frete de R$ 400,00, implica um
registro de R$ 20.400,00 a débito de conta de estoques.
5- A compra de calçados para revenda, com emissão de nota fiscal pelo fornecedor no valor total de R$
30.000,00, estando nele incluso um ICMS de R$ 3.000,00, acarreta um registro pelo comprador a crédito de
estoques no valor de R$ 27.000,00.
Item 1
Lucro é inerente a atividade exercida pelo comerciante, decorrente da comercialização de mercadorias e
bens ou, ainda, conforme o princípio da competência, pela obtenção de descontos financeiros, doações e
juros.
A obtenção de descontos nas compras se constitui em redução de custo que poderá resultar em maior lucro
por ocasião da venda se o desconto obtido não for repassado aos clientes.
Já vi em apostilas, elaboradas por ilustres professores, a afirmação de que o desconto obtido pela aquisição
à vista de mercadoria constitui-se em receita. Lamentavelmente os iluminados mestres se equivocaram
nessa afirmação. Cuidado! Não entre nessa.
Repito: Nas compras nunca se obtém receita, ou seja, não se ganha nada, não há lucro, obtém-se mera
redução de custo o que pode, ou não, ocasionar maior ganho por ocasião da venda, pois o valor a ser
registrado em estoques será o custo de aquisição líquido!!!
Item 2
Em operações de aquisição de mercadorias sempre há, pelo menos, um registro a débito na conta
mercadorias compras ou estoque e um registro a crédito na conta Caixa ou Duplicatas a Pagar ou
Fornecedores. Pode ocorrer que a compra seja feita com pagamento parte à vista e parte a prazo, nesta
circunstância haverá dois créditos, um na conta Caixa ou Bancos e outro na conta Duplicatas a Pagar ou
Fornecedores.
Item 3
A afirmação constante neste item constitui grande besteira.
Os comentários inerentes aos dois itens anteriores podem perfeitamente ser aplicados a este item.
Veja que novamente se afirma que pode haver resultado por ocasião de uma compra, agora com a
possibilidade de perda por pagamento à vista!!!
Se estivéssemos tratando do regime de caixa, veja lá, mas estamos tratando de contabilidade de uma
empresa comercial que é obrigada à adoção do regime de competência.
Item 4
A afirmação constante neste item satisfaz plenamente os princípios fundamentais de contabilidade e ao art.
183, inciso II, da Lei nº 6.404/1976.
Item 5
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Vocês já são sabedores de que as mercadorias, quando vão a estoque, são lançadas a débito.
Cuidado!
Veja que os valores apresentados estão corretos, ou seja, o ICMS, por ser tributo recuperável, deve ser
expurgado do valor da compra que vai a estoque. Portanto o valor a ser registrado em estoque é de R$
27.000,00. A casquinha de banana é que se deve ter muita atenção na leitura e análise dos dizeres, pois
numa leitura rápida e desatenta, analisando apenas os valores, poder-se-ia concluir que o item está correto.
(AFTN/ESAF/96) Em 31.12.X1 a Cia PRA apresentava os seguintes dados relativos aos estoques finais de
matéria-prima:
Matéria-PRIMA QUANTIDADE CUSTO VALOR DE
TOTAL(EM $) MERCADO(EM $)
A 1.000 2.000, 1.800,00
B 1.500 6.000, 7.500,00
C 2.000 7.000, 7.000,00
Com base nestes dados, o valor total do estoque de matéria-prima que deve ser evidenciado no Balanço
Patrimonial é:
a) $ 14.800,00
b) $ 16.000,00
c) $ 16.500,00
d) $ 15.000,00
e) $ 15.800,00
A solução desta questão reside no conhecimento do disposto no art. 183, inciso II, da Lei nº 6.404/76:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:
...
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como
matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção,
deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior;(grifei).
Requer-se, também, o conhecimento dos dizeres do Princípio da Prudência, que coincidem com o disposto
na lei das S.As.
Desta forma, utiliza-se o valor de mercado quando este for menor do que o valor do custo e utilizamos o
valor do custo quando ele for menor ou igual ao valor de mercado. Assim, a mercadoria A deve ser avaliada
por R$ 1.800,00, a B por R$ 6.000,00 e a C por R$ 7.000,00, o que resulta em R$ 14.800,00.
Assim, as empresas que forem contribuintes destes impostos deverão registrar esses valores em seu ativo
como impostos a recuperar, não os levando ao estoque em cumprimento do dispositivo constitucional.
Caso os bens sejam adquiridos para consumo final da entidade, esta não terá, de regra, direito a recuperar
os impostos incidentes sobre as compras, não devendo fazer o registro de impostos a recuperar, salvo
legislação estadual mais privilegiada.
É de ressaltar, entretanto, que quando uma entidade comercial faz aquisições de mercadorias sendo parte
delas destinadas ao Ativo Imobilizado e parte ao Estoque e essas mercadorias forem adquiridas pela
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mesma nota fiscal, a contabilização deve ocorrer primeiro em Estoque de onde se dará baixa ao Ativo
Imobilizado e, sendo o caso, nesse momento se anulará o crédito do ICMS e IPI correspondente às
mercadorias incorporadas ao Permanente.
O IPI terá os seguintes tratamentos, conforme a empresa adquirente seja ou não industrial:
- para empresas industriais, o IPI será recuperável, isto é, irá para o ativo circulante impostos a recuperar.
- para empresas comerciais, que não sejam equiparadas a industriais, o IPI representa custo, isto é, o IPI é
adicionado ao valor da mercadoria após a subtração do valor do ICMS que está incluído no preço.
O IPI incide sobre o preço de tabela, portanto não se consideram eventuais descontos recebidos ou
concedidos para apurar a base de cálculo.
O valor do IPI é calculado "por fora", ou seja, aplica-se uma alíquota sobre o preço de compra e o resultado
é adicionado ao este para se obter o valor total da nota.
O ICMS, tanto para as empresas comerciais quanto para as empresas industriais, está incluído no preço,
pois é calculado "por dentro" e será diminuído do valor da mercadoria e/ou serviço, quando recuperável.
O ICMS, diferentemente do IPI, não incide sobre os descontos concedidos e/ou recebidos.
Conclui-se que o IPI incide sobre o ICMS, mas este não incide sobre o IPI.
O frete e seguro, quando suportados pela adquirente, são ativados ao custo, isto é, são adicionados ao
valor das compras.
Quando a empresa vendedora for industrial ou equiparada a industrial e cobrar frete na mesma nota fiscal
em que são discriminadas as mercadorias, haverá incidência de IPI também sobre o frete, pois nesse caso
o frete será considerado custo de produção.
Cuidado!
Não se engane na hora da prova. O ICMS está incluído no preço anunciado pelo vendedor, ele está dentro
do preço. O IPI deve ser calculado sobre o preço de tabela do produto, não faz parte do preço de venda. O
IPI funciona como o imposto que é pago nos EUA, onde, além do valor da mercadoria, se paga o imposto.
Outro aspecto interessante é que nas vendas o IPI jamais será considerado receita, pois o industrial é mero
arrecadador deste tributo, devendo recolhê-lo aos cofres do Erário.
(ANALISTACOMEX/ESAF/98) A Industrial & Cia. emitiu a seguinte nota fiscal de venda a prazo de um lote
de produtos:
200 marretas de bater pneus, tamanho médio, a R$ 8,00, cada R$ 1.600,00
uma
Despesa com o transporte e seguro do produto até a loja do R$ 50,00
comprador
IPI (Imposto s/Produtos Industrializados) R$ 165,00
Total da nota fiscal R$ 1.815,00
ICMS (Já incluído no preço) R$ 245,00
O comprador dessa mercadoria, a empresa Comercial Ltda., adota o sistema de inventário permanente e
mandou fazer a contabilização dessa partida de compra através do seguinte lançamento contábil, que está
correto:
a) Estoque de Mercadorias
a Fornecedores 1.815,00
b) Diversos
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a Fornecedores
Estoque de Mercadorias 1.355,00
Contas Correntes - ICMS 245,00
Contas Correntes - IPI 165,00
Despesa de Frete 50,00 1.815,00
c) Diversos
a Fornecedores
Estoque de Mercadorias 1.570,00
Contas Correntes - ICMS 245,00 1.815,00
d) Diversos
a Fornecedores
Estoque de Mercadorias 1.405,00
Contas Correntes - ICMS 245,00
Contas Correntes - IPI 165,00 1.815,00
e) Diversos
a Fornecedores
Compra de Mercadorias 1.570,00
Contas Correntes - ICMS 245,00 1.815,00
O lançamento cobrado é o que será efetuado na empresa adquirente que possui natureza comercial,
portanto, a rigor, ela não é contribuinte do IPI, pois não é empresa industrial e nem empresa comercial
equiparada a empresa industrial. Assim, o valor do IPI, para esta empresa, não é recuperável, isto é, deve ir
para estoque.
O ICMS está dentro do valor de R$ 1.600,00 e, como se trata de empresa comercial, certamente ela será
contribuinte deste tributo, logo deve registrar o crédito do ICMS mediante débito em conta de ICMS a
Recuperar ou Conta Corrente de ICMS.
Vejam que usei a expressão crédito como sinônimo de direito, é assim que as vezes aparece nas provas.
Fique atento!!!
Como a ESAF adora ser diferente, muitas vezes antiquada, ela usa a seguinte maneira para expressar o
lançamento:
Diversos
a Fornecedores R$ 1.815,00
Mercadorias – estoque R$ 1.570,00
ICMS a Recuperar R$ 245,00
A expressão diversos se refere a diversos débitos e a preposição “a” representa a crédito de.
Veja, ainda, que a ESAF utilizou a conta Contas Correntes – ICMS para representar o ICMS a Recuperar.
(ESAF/SUSEP/2001) Em 25 de janeiro, a nossa empresa adquiriu a prazo, para revender, um lote de 500
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itens industrializados, com tributação de ICMS a 12% e de IPI a 4%. O preço de venda praticado pela
indústria vendedora e aceito por nós foi de R$ 30,00 a unidade. Na operação foram emitidas duplicatas, que
aceitamos devidamente. A nossa Contabilidade é informatizada, utilizando um sistema que só admite
lançamentos contábeis de primeira fórmula, de modo que, para contabilizar a operação acima citada, foram
necessários os três lançamentos abaixo. Assinale a opção correta.
a) Mercadorias
a Duplicatas a Pagar
pelo preço de compra 15.000,00
ICMS a Recuperar
a Duplicatas a Pagar
pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00
IPI a Recuperar
a Duplicatas a Pagar
pelo valor do IPI s/ a compra 600,00
b) Mercadorias
a Duplicatas a Pagar
pelo preço de compra 13.200,00
ICMS a Recuperar
a Mercadorias
pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00
Mercadorias
a Duplicatas a Pagar
pelo valor do IPI s/ a compra 600,00
c) Mercadorias
a Duplicatas a Pagar
pelo preço de compra 13.200,00
Mercadorias
a ICMS a Recuperar
pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00
Mercadorias
a IPI a Recolher
pelo valor do IPI s/ a compra 600,00
d) Mercadorias
a Duplicatas a Pagar
pelo preço de compra 15.000,00
ICMS a Recuperar
a Mercadorias
pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00
Mercadorias
a Duplicatas a Pagar
pelo valor do IPI s/ a compra 600,00
e) Mercadorias
a Duplicatas a Pagar
pelo preço de compra 15.000,00
ICMS a Recuperar
a Mercadorias
pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00
IPI a Recuperar
a Mercadorias
pelo valor do IPI s/ a compra 600,00
Nessa questão é solicitado o lançamento de aquisição de mercadorias com uso exclusivo de lançamentos
de primeira fórmula (1 débito e um crédito).
O preço da mercadoria é de R$ 30,00 a unidade, que multiplicado por 500 unidades, resulta no valor de R$
15.000.
Entretanto, sobre esse valor deve incidir o IPI de 4%, cujo valor é de R$ 600,00.
O ICMS deve ser calculado sobre o preço da mercadoria, ou seja, 12% de R$ 15.000,00 = R$ 1.800,00.
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D – mercadorias R$ 13.800,00
D – ICMS a Recuperar R$ 1.800,00
C – Fornecedores R$ 15.600,00
Porém, como nos foi solicitado que o lançamento fosse efetuado pela primeira fórmula, temos:
D – Mercadorias
C – Fornecedores R$ 15.000,00
D – ICMS a Recuperar
C – Mercadorias R$ 1.800,00
D – Mercadorias
C – Fornecedores (IPI) R$ 600,00
Já o desconto financeiro oferecido como prêmio pelo pagamento da fatura antes do vencimento da
obrigação, por ocorrer após a concretização da operação mercantil e depender de evento futuro e incerto,
não deve ser considerado na apuração do custo de aquisição das mercadorias para revenda, devendo ser
contabilizado como receita operacional na empresa compradora e despesa operacional na vendedora.
De um modo geral, os descontos comerciais não são contabilizados. As compras e as vendas são
registradas pelas empresas, em nota fiscal, pelo seu valor líquido, portanto já sem o valor do desconto
comercial ou incondicional.
Note-se que na devolução de mercadorias compradas, devemos devolver também os tributos incidentes
sobre as compras com lançamentos inversos aos que se usou para registrar a compra.
a) Diversos
a Diversos
Mercadorias 100,00
Juros a Receber 6,00
a Duplicatas a Receber 100,00
a Juros Ativos 6,00
b) Mercadorias
a Diversos
a Duplicatas a Pagar 100,00
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Mercadorias
a Duplicatas a Receber R$ 100,00
Além da devolução de mercadorias, a Gama recebe, pela mora, o direito a juros no valor de R$ 6,00, cujo
lançamento é o seguinte:
Juros a Receber
a Receita de Juros ou Juros Ativos R$ 6,00
Agora, se juntar os dois lançamentos de primeira fórmula, teremos um único lançamento de quarta fórmula:
Diversos
a Diversos
Mercadorias R$ 100,00
Juros a Receber R$ 6,00
a Duplicata a Receber R$ 100,00
a Juros Ativos R$ 6,00
(FISCAL/ICMS/SC-1998) A Cia. Ômega, empresa comercial típica, negocia uma única mercadoria. Além
dos registros contábeis, controla a movimentação de tal mercadoria através de uma ficha de controle físico-
financeiro (uma "ficha de estoques") e adota o método do custo médio ponderado variável. No início de um
período, as 15 unidades existentes em estoque estão registradas por $ 144,00 (as 15 unidades). No início
de tal período, a conta ICMS a Recuperar apresenta um saldo devedor de $ 12,00. Durante tal período,
ocorrem as seguintes únicas operações com a mercadoria:
Compra 1: 30 unidades são adquiridas e registradas por $ 306,00 na "ficha de estoques" (a alíquota do
ICMS nesta operação foi de 15%);
Venda 1: 12 unidades são vendidas por $ 18,00 cada uma (a alíquota do ICMS nesta operação foi de 15%);
Compra 2: 15 unidades são adquiridas e registradas por $ 249,00 na "ficha de estoques" (a alíquota do
ICMS nesta operação foi de 17%);
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O valor do ICMS destacado na Nota Fiscal emitida pela Cia. Ômega para devolver as 5 unidades é de
A) $ 14,25
B) $ 4,00
C) $ 17,00
D) $ 9,00
E) $ 11,67
Essa é uma daquelas questões que o candidato muitas vezes deixa para o final da prova por achá-la muito
extensa e aí, na hora de resolvê-la, falta tempo e acaba “chutando” qualquer alternativa. Uma pena que isso
aconteça, pois a maioria das questões com enunciado extenso são extremamente fáceis, assim como é
essa.
Primeiramente cabe salientar que os valores das compras, que são lançadas nas fichas são líquidos, sem
tributos recuperáveis. Vale dizer, a empresa possui controle permanente de estoques.
Houve somente uma devolução e esta é relativa a segunda compra. O valor que foi para estoque
representa 83% do custo total, pois 17% foi expurgado a título de ICMS. Assim, o valor do ICMS incidente
sobre as 15 unidades pode ser obtido pela aplicação de regra de três:
X = 100 x 249 / 83 = R$ 300,00, que é custo da mercadoria com o ICMS, logo o valor do ICMS, para 15
unidades, foi de R$ 51,00. Portanto, para as 5 unidades devolvidas o ICMS foi de:
R$ 51,00 / 15 x 5 = R$ 17,00
Por hoje é só, até a próxima. Com aquele abraço forte a todos!!!
Com esse intuito estou concluindo, hoje, o estudo sobre Operações com Mercadorias.
Já nas empresas comerciais que adotam sistema de inventário periódico, o Custo das Mercadorias
Vendidas é apurado, extra contabilmente, e para tal pode-se utilizar a seguinte equação:
CMV = EI + Co - EF
Onde:
CMV = custo das mercadorias vendidas;
EI = estoque das mercadorias no início do período;
Co = compras líquidas no período;
EF = estoque de mercadorias no final do período.
Lembramos que o estoque de mercadorias deverá estar despojado do ICMS, ou seja, livre do imposto e
deverá conter a parcela dos fretes e seguros relativos às mercadorias estocadas. É bom relembrar que se
adotado o sistema de inventário periódico, o método de avaliação só poderá ser o PEPS.
(FISCAL/ICMS/SC-1998) Na Cia. Excelsior, uma empresa industrial, seus exercícios sociais se encerram a
cada 31 de dezembro. Ela apura lucro/prejuízo uma só vez em cada exercício social. Sobre o exercício
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Essa questão versa sobre o custo dos produtos produzidos e vendidos numa empresa industrial.
Ela está perfeitamente inserida no tema, por isso não levem por surpresa se em provas da ESAF o tema
seja cobrado, embora não estando presente no programa do concurso a Contabilidade de Custos.
A solução é relativamente simples e está fundamentada no custeio por absorção, pelo qual todos os custos
diretos e indiretos são atribuídos aos produtos.
São necessárias três contas: Matéria Prima (MP), Produtos em Elaboração (PPF) e Produtos Acabados ou
Prontos (PP).
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2.100
6.900
400
Novamente falta o valor do X, que nesse caso representa o custo dos produtos acabados no período, cujo
valor é de 18.040 e deve ser transferido para a conta de Produtos Prontos.
O valor de X eqüivale aos produtos saídos, isto é, ao Custo dos Produtos Vendidos no período, cujo valor é
de 17.660.
Da mesma forma como ocorre com os custos, a receita operacional bruta da venda de mercadorias será
diretamente afetada pelos impostos incidentes sobre as vendas e pelos descontos incondicionais,
devoluções e abatimentos ocorridos durante as operações mercantis.
Assim, a contabilização das operações relacionadas com vendas deverá utilizar as seguintes contas:
NATUREZA DO
ELENCO DE CONTAS
SALDO
VENDAS DE MERCADORIAS CREDOR
CONTAS RETIFICADORAS
(-) DEVOLUÇÕES E ABATIMENTOS S/ DEVEDOR
VENDAS
DEVEDOR
(-) DESCONTOS INCONDICIONAIS S/ DEVEDOR
VENDAS
DEVEDOR
(-) IMPOSTOS INCIDENTES S/ VENDAS
DEVEDOR
(-) ICMS S/ VENDAS
DEVEDOR
(-) PIS S/ FATURAMENTO
(-) COFINS S/ FATURAMENTO
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Em todas as vendas, a conta a ser debitada poderá ser "CAIXA", "BANCOS C/ MOVIMENTO" ou
"CLIENTES", conforme o caso, enquanto que a conta creditada será sempre "VENDAS DE
MERCADORIAS", registrando-se a receita operacional bruta auferida.
Assim, se por exemplo ocorrer uma venda de R$ 100,00, com incidência de ICMS com alíquota de 17%,
teremos o seguinte lançamento:
Caixa
a venda 100,00
Legendas:
IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados
ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços
Preço unitário com ICMS (tributo que está dentro do preço) 10,00. Menos ICMS de 17% = 8,30, mais o IPI
de 10 % (sobre o preço da mercadoria com ICMS) = 9,30.
Quer-se apurar lucro líquido de 23% sobre o preço de venda, que abarca o ICMS de 17%.
Usarei o seguinte raciocínio: O Preço de Venda (PV) menos 17% do Preço de Venda (ICMS) menos o
Custo da Mercadoria Vendida, deve ser igual a 23% do Preço de Venda (que é o lucro líquido desejado).
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O IPI e o ICMS fazem parte da base de cálculo destas duas contribuições. Só não fazem parte
quando forem por substituição tributária!!!
DESCONTOS INCONDICIONAIS, DEVOLUÇÕES E ABATIMENTOS SOBRE VENDAS
Os descontos, devoluções e abatimentos relativos à mercadoria vendida devem ser registrados em contas
próprias, retificadoras da receita bruta de vendas.
O destaque permite controlar e analisar as providências cabíveis, por exemplo, quando o volume de
devoluções de clientes supera as expectativas, ou quando os descontos e abatimentos ultrapassam certo
limite. No caso das notas fiscais que acompanham as devoluções de vendas, deve ser estornado o ICMS
destacado na nota fiscal.
De um modo geral, os descontos comerciais não são contabilizados. As compras e as vendas são
registradas pelas empresas pelo seu valor líquido, portanto já deduzida do desconto comercial ou
incondicional.
As parcelas que nos são apresentadas devem ser muito bem analisadas, pois nem todas serão
aproveitadas na resolução da questão.
VENDAS LÍQUIDAS
Receita Bruta de Vendas R$ 2.500,00
PIS sobre o Faturamento R$ 19,00
Cofins s/Vendas R$ 12,50
Devolução de Vendas R$ 250,00
ICMS sobre Vendas R$ 382,50
TOTAL R$ 664,00 R$ 2.500,00
RESULTADO R$ 1.836,00
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O resultado bruto obtido nas operações mercantis da empresa pode ser apurado, extra contabilmente,
através da seguinte equação:
RCM = V - CMV
Onde:
RCM = resultado bruto com mercadorias ou lucro bruto
V = receita operacional líquida de vendas ou vendas líquidas
CMV = custo das mercadorias vendidas
Se o saldo inicial de mercadorias em estoque foi de R$ 200,00 e as aquisições foram de R$ 640,00 (80% de
R$ 800,00, 20% é ICMS), o valor das mercadorias disponíveis para venda foi de R$ 840,00. Se o estoque
final de mercadorias para venda foi de R$ 160,00 (esse valor não foi vendido), então o CMV foi de R$
680,00 (840 – 160).
O valor da venda bruta foi de 200% do custo, isto é R$ 1.360,00, então o lucro bruto será obtido da seguinte
forma:
Aqui termino o assunto operações com mercadorias, entretanto não estou exaurindo o assunto e poderei
voltar em outra oportunidade abordando mais alguns aspectos deste vasto conteúdo.
Dando continuidade ao nosso trabalho na sistemática proposta na aula passada, na qual vimos os sistemas
de inventário de mercadorias, hoje veremos os métodos de avaliação de estoques. Ressalte-se que o tema
operações com mercadorias é mais freqüentemente cobrado em concursos elaborados pela ESAF, visto ser
a entidade organizadora dos concursos aos cargos da Receita Federal, mas também é muito cobrado nos
concursos para fiscal de rendas dos diversos estados. O CESPE/Unb raramente cobra esse ponto, porém,
quando se quer lograr aprovação em qualquer concurso, deve-se conhecer todo o conteúdo programático
do concurso para não ser surpreendido.
Consta no artigo 183, inciso II, da Lei n.º 6.404 de 15 de dezembro de 1976, que os estoques de uma
empresa comercial devem ser avaliados pelo custo de aquisição, nele incluídos os gastos com transportes,
seguros, embalagens e os tributos não recuperáveis, tais como IPI, Imposto de Importação e IOF quando
incidente sobre as operações de câmbio. Assim, os tributos não recuperáveis, suportados pela entidade
comercial, são agregados ao valor da mercadoria, ao passo que os tributos recuperáveis (normalmente o
ICMS e para as empresas industriais o IPI) devem ser expurgados do valor da mercadoria quando dele
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fizerem parte. O assunto, tributos recuperáveis e outros fatores que alteram compras e vendas, será tema
de outra aula.
As empresas necessitam controlar seus estoques com diversas finalidades, como, por exemplo, evitar
furtos, reposição e apurar o CMV. Já vimos que as empresas que adotam a sistemática do inventário
permanente é que possuem controle de seus estoques, diferentemente das que se utilizam da sistemática
do inventário periódico que, a rigor, não possuem controle sobre seus estoques.
Existem diversos métodos que são utilizados na avaliação dos estoques, dentre os quais os mais
importantes são os seguintes:
a) PEPS (FIFO);
b) UEPS (LIFO);
c) Média Ponderada Móvel (Custo Médio Ponderado);
d) Preço Específico;
e) Preço de Venda Menos Margem de Lucro.
f) Média Ponderada Fixa
(ESAF-CVM/2001) Em economias nas quais a flutuação de preços ocorra de forma constante, o critério de
apreçamento de estoques que resultará em valores de estoque final mais próximos dos preços praticados
no mercado é:
a) Último que entra primeiro que sai
b) Média ponderada móvel
c) Média ponderada fixa
d) Primeiro que entra último que sai
e) Primeiro que entra primeiro que sai
O primeiro ponto a ser considerado na solução dessa questão é que estamos diante de uma economia
inflacionária. Nessas condições, se utilizado o método PEPS, teremos em estoque o valor das últimas
aquisições, logo os valores de estoque final são os mais próximos dos preços praticados no mercado.
Veja que pelo método PEPS o CMV é apurado considerando-se as primeiras aquisições ou as entradas
mais antigas, desta forma, permanecem no estoque as aquisições mais recentes, ou seja as últimas
aquisições.
Atenção!!!
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Já o dissemos, mas, devido a importância, repito: no uso da sistemática do Inventário Periódico, com
contagem física do estoque no final do período, por disposição da legislação fiscal (imposto de renda), só é
possível a adoção do método PEPS.
Numa economia inflacionária, este método em comparação com os demais, ocasionará no primeiro ano um
custo das mercadorias vendidas maior e em conseqüência um lucro menor.
A legislação fiscal não aceita o UEPS como método de avaliação de estoques, pois tende a diminuir o lucro,
o que ocasionaria diminuição do Imposto Sobre a Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro.
A questão versa sobre operações com mercadorias, requerendo o conhecimento dos critérios de avaliação
de estoques pelos métodos ou critérios PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) e UEPS (Último que
Entra, Primeiro que Sai).
Pelo método PEPS o estoque final é representado pelas últimas aquisições ou as aquisições mais recentes,
visto que se considera vendido (saído) do estoque as aquisições mais antigas.
De forma inversa, quando adotado o método UEPS, o estoque é representado pelas aquisições mais
antigas, considerando-se que são vendidas, primeiro, as aquisições mais recentes.
Para melhor compreensão usarei a ficha de controle de estoque na resolução dessa questão, pois ela nos
fornece visão de tudo o que acontece no estoque de determinada mercadoria.
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1 - Na primeira linha, coluna dos saldos, sempre encontramos o Estoque inicial (saldo anterior).
2 - Na última linha, totais, na coluna do saldo, encontramos o Estoque final.
3 - Na última linha, totais, coluna entradas - total, encontramos o total das compras líquidas.
4 - Na última linha, totais, coluna saídas - total, encontramos o CMV.
5 - As compras são sempre debitadas e as vendas creditadas
6 - As devoluções de compras são creditadas na coluna de entradas e as devoluções de vendas são
debitadas na coluna de saídas
7 - As vendas saem, sempre, pelo valor do custo não importando, para fins de controle de estoque, o seu
valor, pois esta é controlada em de conta resultado específica.
CMV = Ei + Co – Ef
Onde:
CMV – Custo das Mercadorias Vendidas
Ei – Estoque inicial
Co – Compras líquidas
Ef – Estoque final
(FISCAL/ICMS/SC-1998) Suponha uma empresa comercial situada em um país onde os preços das
mercadorias que adquire para revender sempre decrescem a cada nova compra que ela efetua. Suponha
que ao longo de determinado período tal empresa efetuou diversas compras e diversas vendas,
intercaladamente. Tendo em vista o cenário descrito, pode-se afirmar que
A) se a empresa adotar o método PEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias vendidas
serão, respectivamente, menor e maior do que se adotar o método UEPS.
B) se a empresa adotar o método PEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias vendidas
serão, respectivamente, maior e menor do que se adotar o método UEPS.
C) se a empresa adotar o método UEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias vendidas
serão, respectivamente, menor e maior do que se adotar o método PEPS.
D) se a empresa adotar o método PEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias vendidas
serão, respectivamente, maior e igual do que se adotar o método UEPS.
E) se a empresa adotar o método UEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias vendidas
serão, respectivamente, maior e igual do que se adotar o método PEPS.
Veja-se que nessa questão a situação descrita é de condição de economia deflacionária, nestas condições,
comparado ao método UEPS, o método PEPS nos fornece o menor estoque final (Ef) e o maior custo da
mercadorias vendidas (CMV).
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Por esse critério, os estoques são avaliados pelo custo de aquisição, apurado a cada entrada de
mercadorias, ponderado pelas quantidades adquiridas e pelas anteriormente existentes, isto é, a cada
aquisição se faz a média ponderada dos estoques.
(AFTN/ESAF/98) A nossa empresa identificou seu estoque de mercadorias em 2.000 unidades avaliadas ao
custo médio unitário de R$ 60,00. Logo após, promoveu uma venda de 1.500 unidades à vista, por R$
150.000,00, numa operação isenta de tributação.
O comprador, todavia, mostrando-se insatisfeito com a transação, devolveu 20% da compra e ainda
conseguiu obter um abatimento de 10% no preço.
Feita a renegociação e refeitos os registros cabíveis, a nossa empresa mantém um estoque de mercadorias
assim formado:
a) 500 unidades a R$ 54,00 = R$ 27.000,00
b) 800 unidades a R$ 54,00 = R$ 43.200,00
c) 800 unidades a R$ 60,00 = R$ 48.000,00
d) 500 unidades a R$ 60,00 = R$ 30.000,00
e) 800 unidades a R$ 90,00 = R$ 72.000,00
Esta questão é extremamente simples. Veja que houve somente uma operação de venda com devolução de
20% da venda.
O abatimento obtido pelo comprador não nos interessa nesta questão, pois este valor irá interferir no
resultado com mercadorias e não no valor do estoque ou do custo.
No enunciado diz que o valor unitário, a MPM ou CMU, é de R$ 60,00. Como não houve nenhuma
aquisição, este custo unitário não será alterado.
A devolução de 20% da venda representam 300 unidades ( 1.500 x 0,2). Como havia 2.000 unidades em
estoque e as vendas foram, efetivamente, de 1.200 unidades, o saldo de mercadorias em estoque é de 800
unidades.
Assim, o método apura o valor médio das compras por períodos de um mês independentemente da data de
aquisição, isto é, verifica-se o custo total das compras mais o custo do estoque inicial do mês, divide-se a
soma, assim obtida, pelas unidades adquiridas no período mais as unidades existentes no início do período
e teremos, então, o custo médio ponderado fixo mensal.
Ao final do período, mês, toma-se o total das quantidades vendidas no período, independente da data de
saída, e multiplica-se pelo custo médio encontrado na coluna das entradas, obtendo-se desta forma o custo
da mercadoria vendida (CMV).
(AFTN/ESAF/96) A CIA AMAZÔNIA compra a prazo lotes de um determinado produto na seguinte ordem:
LOTE DATA QUANTIDADE PREÇO
AQUISIÇÃO S UNITÁRIO
A 04.01.X1 500 $ 400.00
B 20.01.X1 1.000 $ 450,00
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Com as informações adicionais, o quadro acima fica assim reconstituído, acrescentando-se lhe o valor total:
Viram que coisa maluca essa. Isto foi mais uma das “proezas” da ESAF e ela poderá repetir isso!!!
PREÇO ESPECÍFICO
Este critério de avaliação relaciona cada venda a seu custo respectivo. É utilizado quando for possível
identificar claramente a mercadoria e seu custo, geralmente de valor individual elevado, sendo muito comum
sua aplicação nas concessionárias e revendedoras de automóveis, bem como nas operações de
incorporação de imóveis, que apuram o custo da mercadoria vendidas vinculado diretamente às suas
receitas.
(ESAF/CVM/2001) Resumo das operações realizadas durante o exercício social de 2000 pela Cia. Sol
Nascente com o produto A.
Data Histórico Quant. Valor unitário Valor total
01.01.00 Estoque inicial 10 10,00 100,00
20.01.00 Aquisição 20 7,00 140,00
05.03.00 Venda 5 12,00 60,00
15.04.00 Venda 10 11,00 110,00
06.06.00 Aquisição 10 12,00 120,00
09.08.00 Venda 5 14,00 70,00
20.12.00 Venda 18 15,00 270,00
O estoque final do produto foi avaliado em R$ 22,00.
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Analisando a questão sob o aspecto das quantidades, chega-se a conclusão que o estoque final é
composto por apenas duas unidades. Como o valor do estoque final é de R$ 22,00 e os custos unitários são
os do estoque inicial e as compras, conclui-se que a única possibilidade de o estoque final resultar em R$
22,00 é a de ele estar representado por uma unidade do estoque inicial e uma unidade da aquisição
efetuada em 06.06.00. Essa composição nos leva a conclusão, dentre as alternativas apresentadas, que o
estoque é avaliado pelo método do preço específico.
Resumindo os principais métodos de apuração do custo das mercadorias, num regime de economia
inflacionária, temos que:
PEPS ....> menor custo ....> maior lucro ....> aceito pelo IR
UEPS ....> maior custo ....> menor lucro ....> não aceito pelo IR
MPM ....> custo médio ....> lucro médio ....> aceito pelo IR
Por hoje é só. Até a próxima com um forte abraço e bons estudos a todos!!!
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