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Reformou-se, mas recusa-se a passar as tardes a jogar à sueca num banco de jardim. Só encontrará a felicidade no dia em que voltar a trabalhar.
Artigo de opinião de Elsa Ribeiro Gonçalves
Reformou-se, mas recusa-se a passar as tardes a jogar à sueca num banco de jardim. Só encontrará a felicidade no dia em que voltar a trabalhar.
Artigo de opinião de Elsa Ribeiro Gonçalves
Reformou-se, mas recusa-se a passar as tardes a jogar à sueca num banco de jardim. Só encontrará a felicidade no dia em que voltar a trabalhar.
Artigo de opinião de Elsa Ribeiro Gonçalves
Reformou-se, mas recusa-se a passar as tardes a jogar sueca num banco de
jardim. S encontrar a felicidade no dia em que voltar a trabalhar. O anncio de jornal, poucas linhas, dita o seguinte: "Ateno (por favor) O trabalho do menino pouco!... mas, quem o perde louco!... Jovem (70 anos) quer ajudar algum que precise!... Habilitado em todas as reas, excepto estas novas tecnologias". Daniel Duarte Arajo Pereira o autor da invulgar comunicao, a ltima das suas diligncias em busca do desejado emprego. O septuagenrio reformou-se em Janeiro ltimo e, note-se, porque atingiu o limite de idade. "Ainda estou em condies de trabalhar... ", refere. Alto, impecavelmente vestido e bem-falante, Arajo Pereira, como prefere que o tratem, tem passado dias "muito tristes" desde que lhe fizeram a festa de despedida no gabinete da Direco Regional do Ministrio da Agricultura - zona agrria de Ourm, no concelho de Ftima, onde reside. "At fiquei emocionado", recorda. Mas esse no foi o pior dia, uma vez que fez a rotina habitual. "A partir da que comecei a raciocinar e percebi que no me sentia bem sem fazer nada." Contrariamente ao que acontece com a maioria das pessoas, para este homem entrar na reforma foi um choque. "No me sinto bem comigo mesmo, sem nada para fazer, uma pessoa que no faz nada, morre", desabafa. Natural de Trs-os-Montes, mais concretamente de Lousa, Torre de Moncorvo, Arajo Pereira trabalhou mais de 36 anos como monitor de mecanizao agrcola. Casado, com dois filhos e dois netos, recusa a ideia de engrossar o nmero de idosos que passam os dias nos bancos de jardim a jogar sueca. "Quando os vejo penso Que tristeza! Quero ser til sociedade." O septuagenrio gostava de ver ser-lhe dada uma nova oportunidade para mostrar que ainda est apto para trabalhar. "S me reformei por causa do limite de idade, seno...", atesta, acrescentando que, durante os seis meses que se passaram desde que se reformou, j fez vrias tentativas de arranjar emprego. Infrutferas. "Tenho pessoas que me contactam por causa do anncio, que admiram a minha aco, mas mostram mais curiosidade sobre a situao do que outra coisa", explica. "Caso no encontre o emprego terei que ir passar uns dias terra para desanuviar", desabafa, esperando que tal no seja necessrio e que surja uma proposta o quanto antes. Afinal, crime querer trabalhar aos 70? Para promover uma terceira idade activa O conceito de envelhecimento activo criado pela Organizao Mundial de Sade (OMS), em 1997, tem por base permitir aos idosos que permaneam integrados e motivados na vida laboral e social. Torna-se necessrio adaptar a idade da reforma ao prolongamento da vida e da forma saudvel dos indivduos idosos,
adaptar os postos de trabalho, modificando regras e prticas em matria de
emprego, assegurar modalidades de trabalho mais flexveis, incluindo a passagem gradual para a reforma, maximizar as potencialidades dos idosos, melhorar os ambientes de trabalho para tornar a vida activa mais longa e, entre outros, eliminar prticas e atitudes de discriminao de idosos. Artigo de Opinio de Elsa Ribeiro Gonalves, 23 de Agosto de 2006