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oontenazao Bittortat + on ait Tirole Garcia Coondenagao Admintzratva Ten Tres Ana Sofa Temi Adee Weber Coondenagto da Colt Hitria nz Bago Vescio Coontenazdo Keecutiea "i Bancht Comité Eatorial cademico i Jacinta Tuo Gare = Present José Jobson de ndade Aras. Ti Ente Veslo ‘Norco Vmoad Nesron Aguies ton Zuben A Revolugao em debate Francois Furet ‘Traduca de Regina Célia Bicalho Prates e Silva evisto téenica de Marcia Mansor D'Alessio | | APRESENTAGAO ste pequend livro, que reine sels artigos sobre 4 Revolugio Fratiesa entregues a Debate por Francois Turet no decorrer dos anes, pode ser ldo. como uma, ‘ntrodugio ao seu trabalho de historiador. Constante- mente perpassado pelas preocupacies do presente, no trata somente do objeto “Revoluglo Francesa” Fle feline os dois conjuntos de sua obra, o que é con: sagrado a Revolugio Francesa eo que € consagrado 3 Revolucio Soviétca, oferecendo, desse modo, uma Interpretago global das palxdes revoluciondias. O texto que abre a coletinea, “A Intligenda do Politico” ~e que é também o primelro que Francois Foret escreveu, para o mimero inaugural de Debate — ‘mostra isso muito bem. O'problema af abordado & pel- meiramente saber por que a deivacio rapida da Re- volugfo Soviédca para 0 totatarlimo Ievou tanto tempo para ser admitda e, pir ainda, percebida pela esquerda Inteleeial francesa; oeupada durante in ‘genta anos com uma febril atividade defensiva de justificagio, ue a esteilizou por multo tempo. Fore: ‘mente convencida de que o regime soviético havia substituido pela igualdade real a igualdade formal doe revolucionériosfranceses, ela ngo quis nem pensar so- bre o Terror, nem relletir sobre of lagos que podein, ‘unl 95 revolugSes e 0 despotism, Para vencer a ce: guelra mostrada enn relagio a esses problemas ~ que Surgiram, no entanto, desde a Revolugfo Francesa ~ -Frangois Furetprescreve um remédio as mesmo tem- po modesto e soberanor 0 retomo a andlises desco- ‘hedidas ou negligenciadas por demasiado tempo. Os textos do s€eulo XIX, que ma historograia arrogan- te prefere julgar utrapassados, esto It para’ mostrar ‘que os intérpretes da Revolugio Francesa ndo haviam ppermanecido alheios 20 questionamento de um acon- Tecimento que estava, entdo, ainda préximo dels. E sua meditag é profunda o bastante para sugerir ue cles teiam tdo menos difculdade do que oF intelec tuais do século seguinte para compreender © concei- tuar a experiéncia comunist, ‘A prova disso €fornecida por “A Revolugio sem (Terror, artigo consagrado ao grande problema que atravessa¢ divide a historigrafia da Revolugio Pran- ‘esa no século XIX: pode-se dissociar dy Revolucio © eplsddioterrorista? Nao, diz Joseph de Maistre, inven tor dessa “Revolugio-bloco” de tao bllhante fucur0. Sim, dizem em coro Constant, sta, Guizot, Mignet, ‘unidos, para‘além da variedade de suat andlies, na vontade de devolver a Revolucio & sua verdade de 1789, ¢ de subtrair dela a5 conseailéncis incompats vels com a idéia de lierdade, Robesplerre e Bonapar- te assocados no mesmo oprébrio. NEO, dzem por a vez 0s histodadores sodalisas, que tetomar 2 sua imaneira 0 refeio.do “bloco”- no € que eles acetern todo o Terror (como Louls Blan), mas eles veer no ‘ano, preso em sua necesstia extensio terrorita, 2 revelagio do verdadeiro sentido da Revoluclo.€ 0, ‘anno das revolugdes futuras. Nem sociaistas, nerh ‘contra-revolucionsris, nem Itberals, diffe de reer {ar sob uma bandeira pamtidéria, os republicanos: MI cele e Quinet. Ambos partfham com a esquerda I beral 2 repugnancla em celebrar a ditadura ferrorista ¢¢ no entanto, se mantém um pouic afastados de sua Interpretagio do ano TL. © peimeir, porque mesmo “denundando no Jacobinismo uma forma inédita de apes Juta pelo poder, apoiada no controle de um aparelho de militantes e 0 manejo de uma ortodoxia sisuda, info deiva de celebear o herofamo dos soldads recrt- {ados para a salvacio da patria. segundo, porque %6 Alissocia 0 Terror da Revolucio para melhor assoda-lo ‘um pesado passado antiliberal evé-lo camo a infe- licidade repetitiva e mon6tona de uma ‘histéria da Franga, que volta sem cessar a set lito absolutst ouvé, pois, no século XIX, uma historiografia ‘a0 mesmo tempo Hea e confltuosa,dlvidida, m0 Ssendal, entre quatre-vingtsnewrstes © quate-vngetel- ‘ses para os pelmelros, uma Revoluggo cajo impul- ~ $0 fol desviado e traido; para os segundos, uma dind- mica que se realizou num episédlolbertador e porta or de uma promessa. Duas histrias‘antagonicas, ‘que se encontrar, enteetanto, em um aspecto: jum + tas, elas compdem 0 quatro de “A Revolugfo no ima- sindrio politico francés", 20 mesmo tempo linagens lembrancas,paixdes,idéas. Reencontrando essa ma- wiz dé nossa paisagem politica, Francois Furet vé.a Franga como essa nagio revoludanéria que conjuga dduas creneas: aquela que dé @ um povo a forca para se desprender de seu passado, e aquela que pe a cave da mudanga nas mos do Estado, Mas es88 na fo é também aquela que osdla permanentemente {entre oimperativo de terminar a Revolugio eo de te- comegicla, ¢ no chega a enraizar 0s prinepios que profesig em instituigdes estavels: a Revolucao pode ‘muito bem, com efeito, inventar uma sociedade nova, mas nio javenta uma Constituigfo, Ela trans- fere para 0 poltco as esperangas outrora ligadas 20 religioso, mas abre um durével e dramatico coptlito coin aIgtea. Pnfim, ela inaugura um vertiginoso re- pert6rié politico que, ao longo de todo um século, * Paricioe do espito de 1789 ©1793, respective mente. (RT) | | Brae om de “reapresenta”, como se faria no teatro, as formas po- leas ensaiadas durante a Revolugio, umas ¢ outtas ppartadoras de interpretacBes opottas (© que faz a estranheza do que Foret batiza de “A ldéia francesa da Revolugio’,felta de um consen 50 escondido sobre 0 Estado e de urn conto politica cevidente,constantemente reatvado, pode ser melhor apteciado se. ao retorno feito através do tempo pelos historograias,acrescentarmos o retorno através do ‘espago. Nada na Revolugio Francesa = exceto um epi- s6dio monrquico, logo sandonada pela derrota — Tembra a idéiae a prética inglesas de um compromis: 0 entre duas soberanias: a Revoligio Francesa nfo é jamais mioderada e, mals andi, s6 tem desprezo pelo quilforio de poderes, Quanto 8 versdo americana da Revolugio, a viagem transatlntlca permit a ame~ ricanos vives a ruprura, nao como wim salto vertigino- s0 para um faturo indeterminido, mas como a volta, luma ver que o estado socal afistocritico fol delyado ‘bem para ts, a uma histéria original. Fssa compara. {0 permite compreender melhor qual fot a natuceza da ida francesa de Revolugio € qual fot seu destino, ‘De um lado, seu sucesso: como ela se abre para um f- turo indefinido, cada geragio pode colocar nela uma nova esperanca, capaz de sobreviver a todas as expe- rignclas. De outro, sua derrot ela vive da ilusio de ‘uma rupturs, embora neabum povo: posta romper ‘om seu passado, como mostram bem of desmentidos ‘que lhe iflige 0 curs da hist essa derrota, nlnguém foi melhor iatérprete do que Burke, provavelmente porque ele vem de ‘uma histia multo antiga, enguanto os revolcions- rics franceses pretendem inaugurar ima completa- ‘mente nova. Em Burke eo fim de uma 36 histrasda Bi ‘mpa, Francois Furet pe em evidéncia a penetracio 10 ki profética do historiador inglés, Burke vé claramente ‘que a-questio cental colocada por 1789 € ada rel ‘io dof franceses com sua propria historia, a negacio ‘que fazem da. longa sedimentacio dos séculos, € vontade.de instaurar 0 corpo socal apenas sobre a ra 240. E como essa ambledo flndadora The parece 20 ‘mesmo tempo extravagante e nefasia, ele explore, ‘com um sentido extraordindtio de antecipacdo, seu possivel desvio despétic,fruto,a seus olhos, da abs- tragio democrética. Desde 1789, bem antes do Terrot, [Burke compreendeu que os individuos tornadas, eae 42 4 Revolugio, a0. mesmo tempo pariculares € jguais sé foram emancipados em aparéncia Sua ber- tacdo da autoridade tradicional imple Ho, nd deslocamento e alargamento dela, soba forma dle um Estado investdo da soberania do povo e pe- ‘gosamente exalado. ‘rangle Furetreencontra aqul a rlagfo entre 1789 € 1793, que tanto.o preocupou, mas também a relaggo entre‘1793 e 1917, que constitu a outra ver- tente de sua obra.e& qual dela o timo artigo des- te lvzo, “1789-1917: ida e volta”. Pois na medida em {que 1793 representou, para toda uma tradigio sod lista, 2 complementagio da Revolucéo abortada de 1789, compreende-se que a famillaridade com a Idéia dde-uma revolucio que recomecs a partir de uma ex- periéncia inacabada pode alimentar as simpatias da ‘esquerda intelectual por 1917; visto no espelho do ‘ano Il, 08 Jacobinos franceses representam os ances- tras dos bolcheviques russos. Essa simpaia, comum 06 socalistase aos comunistas franceses, alimentoi ‘se multo menos do marxismo do que da influénda Revolucio Francesa sobre at imaginagées,e da ida profundamente araigada de que # democracla abstr a dos direlts €fruco do prlvilégo e da mentra, Ora, n pelo-contré>* Anatom dae 6 essere comm que reme na contra de 1989. 45 alleldades da comemorago vera de sae d= Cinsténcias:enguanta desmoronarso sistema com sina, desacreditado pea hist, que ele evinicnva Como seu sic tna, apagave-sea tetera ma ‘gica de outubro de 1917. E esse desaparecimento dei- "areyer plenamenteosprinpis de 1789, que 10 ‘ara paradocaente 0 futuro de 1917. Assn, 9 Istria fomecew uma resposa ila & questo que Frangols Pet hava cold no inicio de seu = reito artigo em Debs. Os ilecas ances ha ‘am por muito tempo aconipanhado 0 lttro do co- Imunismo. nim fntemningvel conejo revisions, © sora lame obrigador « revsehtuas revsben © romper com se antcimanismo, aver em 1789 0 verdadero fundamento do mano modemmo, a tec. rect, contra corrente do itnerio brig, democracia birgves cme 0 horizon do conn tno. B poranto, «um fenanefamento cole de Heranca que no convid est vo. {uc dizer qu Ka eevoliconéis, ma ver disstpados todos os seus prestigios, desapareceu das Smaginages?BranclsFotet& im hsoiador exe pul deals, e também demasiodamente angst Ao pare atirmar iso. Pos no tempo exe grat 3 Sas pesgies, as hitoriadores que rel, compar racics que preveava, le exlorva ss potendalidaes despéveas da democraca Tevolucond, no neal genciava 8 potendaliades wipes. A-democrda, Findadenaconvesi de que o corpo poltco €0 pro: to das vonades indus esta desnada smn pliar permanentemente os diets dos indvidues Ea forge viver num mundo de inivduosdesiguals en: auancoesloco como pincilo sn igualdade: ca sc Condens, ps, atornarenda vex mais tisupotdvel& 2 distincia entre as esperaingas que suscita as reaia~ Bes que oferece. Ela €, também, uma idéla sem fim previsivel, expostaa conttaofertas e aberta a todos os desvios passionals: o que delxa prever que 0 reper6= Ho democratico esté longe do esgotamento em nossas Sodiedades. # por isso que aquilo que estabelee a relagio ‘entre os artigos reunides.por 0 Debate € 0 sentimento de estranhera intacto diante de um acontecimento, no fentanto, to percortido, e uma inquietagio sempre presente, “Analita inguleto", dizia de si mesmo Wenry James 0 reencontra, para inteipretéla, @ ‘América de sua inna. Vollando sem cessar ao gran- ab acontecimento de nossa vida nacional, © escavan- do incansavelmente o rasro aberto desde sua inici- ‘fo na pesquisa, Francols Furet poderia muito bem, também ele, defininse como “0 historiadar inguleto” das paixées revolucionétias: a essa Inquletagho ele deve sua profundidade Mona Ozouf 8. PREFACIO ‘A COMPREENSAO Do POLfitCo A Franca politica de nosios dias exbe constan- temente uma dessimetra: superabundincla de Infor- imagées, de um lado, ¢ pentria de meios inelectuais 4e interpretagdo, do outro. ido se passa como se a evolugio dos dois Fenémenos tivesteandado em sen- tido inverso, oferecendo a0 cdadio atwal cada vez mals colsas para compreender e cade'ver menos ins trumentos de compreensio. Parece-me que tm fran cfs culto de fins do séeulo XX estd menos instrumen- ‘ado para dar um sentido ao espetéculo do mundo do Aue seu homblogo do séeulo X0X. Pir ainda: & prov- vel que este timo estivesse Inelectualmente menos desprovido diante do munclo em que vivemos hoje. ‘Cem ou cento e cinqdentaatios depots 7 Darel para llustrar essa afrmacio, o exemple de esquerda intelectual frmncesa frente aos doi gran- es fendmienos que dom.am sus formagio.e sua his: ‘ria nos séculos XIX e XX: a Revolugio Fraicest e & Revelugdo Soviésica, Se uma pare importante dessa esquerda demo- rou tanto e teve tanta difculdade em acetar iia de. ‘que a Revolugfo Soviética degenerou rapidamente em regime totalitério, egador das Uberdades clemen- tares do cidadio, fot em fungSo de uim certo iimero de convicgdes intelecuals, co inventério é fall de fazer No centro fo eailicio, std a Revolugio Soviet a, herdera de uma tradiglo francesa fundadora Jas 1s Aton ee tamente dagllo que chamamos de esauerda, poran- to, mareada, a0 mesmo tempo, por tim sino de iden- tidade e de extrema valorizagio. Revolugio que pos sui, além do mais, sua propria consciéndia de st mes- ma, objeto de culdados meticulosos que € 0 marxis- ‘mo-leninisme: ela recebe, a partir daf, 0 cxédito de ‘uma libertagio do homem em relacio.3 explorasia vverno conforme a essa sociedade. O quatre-vbigtrees- ine dos vencidos de Julho é o inventico de uma pro- tessa abortada e de uma sociedade a sr releta, (0 que ficou eristalizado com @ monarquia de sulho no permanece domjnando desde entdo a pal- sagem politiea frances, palxdes elas misturadas, e, ° als, ificeis de separar.Percorrendo nosso século XI fe nosso século XX, a histéria de noseastepresentacoes polities se alojaconstantemente no interior de conl- uragbes perceptvels desde o primetro trgo ou a pri- melra metade do séclo XIX. Lgando-se age aconteci- rmentos, 205 regimes ou 3s ideologlas de nossa vida Ditblea hi dols séculos, ela os reintegra em seu qua- ‘dro original. 4 um vai-e-vem constante entre os dots nfvels, pois a histéra da Revolugto Francesa fornece ‘todos 0s seus modelos aos diferentes enfrentamentos ‘que caracterizam a politica francesa e esta nfo deta, por sua ver, see de recolher afnovas questbes sobre a tutti original, seja de enriquect-a de significagdee suplementares nascdas dar solictagdes do presente Tntretanto a easticidade dos diversos investimentos politicos sobre a Revolucio Francesa nio ¢ iimiada; cla define um imaginério da Revolucio cujos tragot principals Joram fixados relativamente cedo, desde a primeira metade do século XIX. em torn de um con- {ito radical e de um consenso oculto sobre o Estado, ‘em torno do conifito que se define oarco-rs polit ‘co francés, da ditelta contra-revolucionaria&escatolo- sia socalsia; e & 0 consenso que explis que toda fn- tengio de mudanca socal, em todos, implique na to- ‘mada prévia do poder central do Estado, ‘Talves seja essa heranga que se encontre em questdo, em nossos das. > exiles AIDEIA FRANCESA DA REVOLUCAO Para entrar no vasto assunto da novidade da Re- ‘yolugio Francesa, pode'se partir da manera como. eta tratou os dolsacontecimesitos que poderiam ser- virthe de exemplos ou de precedenies: a Revolucio Inglesae @ Revolugéo Americana [A IDEIA INGLESA DA REVOLUGAO. ‘A referénla Inglesa se encontra um pouco em toda parte na Revolugio Francess: “em toda parte” ‘quer dizer em todae az fase do acontedimento francés ‘Fem todos os eampos. E és propria ubiqidade que & toma diffe de ser interpretada. Em 1789, seu ust mals freqdienteextéigado 8 Cansttuicd inglesa,cujo modelo, alls, mais ou menos bem compreendid,alf- tenia em 1789 as espetancas dos mais moderados entre of revoluconérios, os monarquistas (que sio também 08 amigos e correspondentes de-Burke na ranca). Sua ambiglo & frhar 0 mais cedo posstvel & revolugéo que se abriu em maio-junho de 1789, por. {um compromisso entre as duas soberanis rivas, a do fei e a da Assembléla: 0 exemplo da Constitugio in- flesa, tl como a Glorious Revolution de 1688 definiu Seu canter, € ulizado para esse im. O que equlvale dizer que essa referencia propria da anglomania lle beral no sobreviveu muito tempo no cso acelerado n

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