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Manual de Exames Biotest

MANUAL DE EXAMES

BIOTEST

Revisão: 00 / jun 2008

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Manual de Exames Biotest

INTRODUÇÃO

A qualidade dos resultados dos exames laboratoriais está diretamente


relacionada com a fase pré-analítica, envolvendo o preparo do paciente, a
coleta, o transporte e a manipulação dos materiais.
O Laboratório Biotest, visando a melhoria dos processos, elaborou estas
orientações sobre causas pré-analíticas, coleta de exames laboratoriais,
identificação e transporte dos materiais biológicos.
Muitas variáveis podem interferir no desempenho da fase analítica, e
consequentemente na exatidão e precisão dos resultados dos exames, vitais
para a conduta médica.
A atualização contínua e a contribuição dos profissionais envolvidos no
encaminhamento de material ao Biotest serão de fundamental importância para
a prestação de um serviço laboratorial de melhor qualidade.
Estas orientações técnicas gerais devem ser adotadas, estabelecendo a
padronização dos procedimentos e conseqüente melhoria na qualidade da
assistência prestada ao usuário.

Eduardo Arinos de Almeida Ferreira


Diretor Geral

Laboratório Biotest

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ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Causas Pré-Analíticas de Variações dos Resultados de Exames Laboratoriais


Uma das principais finalidades dos resultados dos exames laboratoriais é reduzir as
dúvidas que a história clínica e o exame físico fazem surgir no raciocínio médico. Para
que o laboratório clínico possa atender, adequadamente, a este propósito, é
indispensável que o preparo do paciente, a coleta, o transporte e a manipulação dos
materiais a serem examinados obedeçam a determinadas regras.
Antes da coleta de sangue para a realização de exames laboratoriais, é importante
conhecer, controlar e, se possível, evitar algumas variáveis que possam interferir com
a exatidão dos resultados. Classicamente, são referidas como condições pré-analíticas
variação cronobiológica, gênero, idade, posição, atividade física, jejum, dieta, uso de
drogas para fins terapêuticos ou não, e a aplicação de torniquete.
Numa abordagem mais ampla, outras condições devem ser consideradas, como
rocedimentos
terapêuticos ou diagnósticos, cirurgias, transfusão de sangue e infusão de soluções.
Alguns aspectos do tubo de coleta, como o uso de gel separador, anticoagulantes e
conservantes e características da amostra, como hemólise e lipemia, também podem
ser causa de variação dos resultados.

1.1 Variação Cronobiológica: corresponde às alterações cíclicas da concentração de


um determinado parâmetro em função do tempo. O ciclo de variação pode ser diário,
mensal, sazonal, anual, etc. Variação circadiana acontece, por exemplo, nas
concentrações do ferro e do cortisol no soro, onde as coletas realizadas à tarde
fornecem resultados até 50% mais baixos do que os obtidos nas amostras coletadas
pela manhã. As alterações hormonais típicas do ciclo menstrual também podem ser
acompanhadas de variações em outras substâncias. Por exemplo, a concentração de
aldosterona é cerca de 100% mais elevada na fase pré-ovulatória do que na fase
folicular. Além das variações circadianas, propriamente ditas, há que se considerar
variações nas concentrações de algumas substâncias, em razão de alterações do
meio ambiente. Em dias quentes, por exemplo, a concentração sérica das proteínas é
significativamente mais elevada em amostras colhidas à tarde, quando comparadas às
obtidas pela manhã, em razão da hemoconcentração.
A melhor condição para coleta de sangue para realização de exames de rotina é o
período da manhã, embora não exista contra-indicação formal de coleta no período da
tarde, salvo aqueles parâmetros que sofrem modificações significativas no decorrer do
dia (exemplo: cortisol, TSH, etc.). É recomendável que exista uma indicação no laudo,
do horário em que foi realizada a coleta, evitando interpretação equivocada do
resultado.

1.2 Gênero: além das diferenças hormonais específicas e características de cada


sexo, alguns outros parâmetros sangüíneos e urinários se apresentam em
concentrações significativamente distintas entre homens e mulheres, em decorrência

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das diferenças metabólicas e da massa muscular, entre outros fatores. Em geral, os


intervalos de referência para estes parâmetros são específicos para cada gênero.

1.3 Idade: alguns parâmetros bioquímicos possuem concentração sérica dependente


da idade do indivíduo. Esta dependência é resultante de diversos fatores, como
maturidade funcional dos órgãos e sistemas, conteúdo hídrico e massa corporal. Em
situações específicas, até os intervalos de referência devem considerar essas
diferenças. É importante lembrar que as mesmas causas de variações pré-analíticas,
que afetam os resultados laboratoriais em indivíduos jovens, interferem nos resultados
dos exames realizados em indivíduos idosos, mas a intensidade da variação.

1.4 Posição: mudança rápida na postura corporal pode causar variações na


concentração de alguns componentes séricos. Quando o indivíduo se move da
posição supina para a posição ereta, por exemplo, ocorre um afluxo de água e
substâncias filtráveis do espaço intravascular para o intersticial. Substâncias não
filtráveis, tais como as proteínas de alto peso molecular e os elementos celulares terão
sua concentração relativa elevada até que o equilíbrio hídrico se restabeleça.
Por essa razão, níveis de albumina, colesterol, triglicérides, hematócrito, hemoglobina,
de drogas que se ligam às proteínas e o número de leucócitos, podem ser
superestimados. Este aumento pode ser de 8 a 10% da concentração inicial.

1.5 Atividade Física: o efeito da atividade física sobre alguns componentes


sangüíneos, em geral, é transitório e decorre da mobilização de água e outras
substâncias entre os diferentes compartimentos corporais, das variações nas
necessidades energéticas do metabolismo e da eventual modificação fisiológica que a
própria atividade física condiciona. Esta é a razão pela qual se prefere a coleta de
amostras com o paciente em condições basais, mais facilmente reprodutíveis e
padronizáveis. O esforço físico pode causar aumento da atividade sérica de algumas
enzimas, como a creatinoquinase, a aldolase e a aspartato aminotransferase, pelo
aumento da liberação celular. Esse aumento pode persistir por 12 a 24 horas após a
realização de um exercício. Alterações significativas no grau de atividade física, como
ocorrem, por exemplo, nos primeiros dias de uma internação hospitalar ou de
imobilização, causam variações importantes na concentração de alguns parâmetros
sangüíneos. O uso concomitante de alguns medicamentos, como as estatinas, por
exemplo, pode potencializar estas alterações.

1.6 Jejum: habitualmente, é preconizado um período de jejum para a coleta de


sangue para exames laboratoriais. Os estados pós-prandiais, em geral, causam
turbidez do soro, o que pode interferir em algumas metodologias. Nas populações
pediátrica e de idosos, o tempo de jejum deve guardar relação com os intervalos de
alimentação. Devem ser evitadas coletas de sangue após períodos muito prolongados
de jejum, acima de 16 horas. O período de jejum habitual para a coleta de sangue de
rotina é de 8 horas, podendo ser reduzido a 4 horas, para a maioria dos exames e, em

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situações especiais, tratando-se de crianças na primeira infância ou lactentes, pode


ser de 1 ou 2 horas apenas.
A coleta de sangue não é procedimento impeditivo ou limitante para a prática de
exercício físico.
Importante ressaltar que cada caso deve ser avaliado individualmente, ficando a
decisão fina para o próprio paciente, ou a critério e orientação médica. A ingestão de
alimento é necessária para encerrar o estado de jejum, antes da prática esportiva, sob
o risco de hipoglicemia durante esta atividade.

1.7 Dieta: a dieta a que o indivíduo está submetido, mesmo respeitado o período
regulamentar de jejum, pode interferir na concentração de alguns componentes, na
dependência das características orgânicas do próprio paciente. Alterações bruscas na
dieta, como ocorrem, em geral, nos primeiros dias de uma internação hospitalar,
exigem certo tempo para que alguns parâmetros retornem aos níveis basais. A
ingestão de café não é permitida antes da coleta, pois a cafeína pode induzir a
liberação de epinefrina, que estimula a neoglicogênese, com conseqüente elevação da
glicose no sangue. Além disto pode elevar a atividade da renina plasmática e a
concentração de catecolaminas.

1.8 Uso de Fármacos e Drogas de Abuso: este é um item amplo e inclui tanto a
administração de substâncias com finalidades terapêuticas como as utilizadas para
fins recreacionais. Ambos podem causar variações nos resultados de exames
laboratoriais, seja pelo próprio efeito fisiológico in vivo ou por interferência analítica, in
vitro. Dentre os efeitos fisiológicos devem ser citados a indução e a inibição
enzimáticas, a competição metabólica e a ação farmacológica. Dos efeitos analíticos
são importantes a possibilidade de ligação preferencial às proteínas e eventuais
reações cruzadas. Alguns exemplos são mostrados no quadro 1.
Pela freqüência, vale referir o álcool e o fumo. Mesmo o consumo esporádico de
etanol pode causar alterações significativas e quase imediatas na concentração
plasmática de glicose, de ácido láctico e de triglicérides, por exemplo. O uso crônico é
responsável pela elevação da atividade da gama glutamiltransferase, entre outras
alterações.
O tabagismo é causa de elevação na concentração de hemoglobina, no número de
leucócitos e de hemácias e no volume corpuscular médio; redução na concentração de
HDL-colesterol e elevação de outras substâncias como adrenalina, aldosterona,
antígeno carcinoembriônico e cortisol.

1.9 Aplicação do Torniquete: ao se aplicar o torniquete por um tempo de 1 a 2


minutos, ocorre aumento da pressão intravascular no território venoso, facilitando a
saída de líquido e de moléculas pequenas para o espaço intersticial, resultando em
hemoconcentração relativa. Se o torniquete permanecer por mais tempo, a estase
venosa fará com que alterações metabólicas, tais como glicólise anaeróbica elevem a
concentração de lactato, com redução do pH.
É importante que se utilize adequadamente o torniquete, evitando-se situações que
induzam ao erro diagnóstico (como por exemplo a hemólise, que pode elevar o nível

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de potássio, causar hemoconcentração e alterações na dosagem de cálcio), bom


como complicações de coleta (hematomas, parestesias).

1.10 Procedimentos Diagnósticos e/ou Terapêuticos: como outras causas de


variações dos resultados dos exames laboratoriais, devem ser lembrados alguns
procedimentos diagnósticos (a administração de contrastes para exames radiológicos
ou tomográficos, a realização de toque retal, de eletroneuromiografia) e alguns
procedimentos terapêuticos, como: hemodiálise, diálise peritoneal, cirurgias,
transfusão sangüínea e infusão de fármacos.

1.11 Infusão de Fármacos: é importante lembrar que a coleta de sangue deve ser
realizada sempre em local distante da instalação do cateter. Mesmo realizando a
coleta noutro local, se possível, deve-se aguardar pelo menos uma hora após o final
da infusão para a realização da coleta.

1.12 Gel Separador: algumas vezes, o sangue é colhido em tubos contendo uma
substância gelatinosa com a finalidade de funcionar como barreira física entre as
hemácias e o plasma ou soro, após a centrifugação. Este gel é um polímero com
densidade específica de 1,040 contendo um acelerador da coagulação e pode,
eventualmente, liberar partículas que interferem com eletrodos seletivos e membranas
de diálise. Em alguns casos, pode causar variação no volume da amostra e interferir
em determinadas dosagens.

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Considerando que a composição deste gel varia entre os diferentes fornecedores, é


recomendável consultar o fabricante sobre a existência de estudos bem conduzidos
demonstrando ou excluindo possíveis limitações e interferências.

1.13 Hemólise: hemólise leve tem pouco efeito sobre a maioria dos exames, mas se
for de intensidade significativa causa aumento na atividade plasmática de algumas
enzimas, como aldolase, aspartato aminotransferase, fosfatase alcalina,
desidrogenase láctica e nas dosagens de potássio, magnésio e fosfato. A hemólise
pode ser responsável por resultados falsamente reduzidos de insulina, dentre outros.

1.14 Lipemia: também pode interferir na realização de exames que usam


metodologias colorimétricas ou turbidimétricas. A elevação significativa dos níveis de
triglicérides pode ocorrer apenas no período pós-prandial ou de forma contínua, nos
pacientes portadores de algumas dislipidemias e faz com que o aspecto do soro ou do
plasma se altere, de límpido para algum grau variado de turbidez, podendo chegar a
ser leitoso. Uma vez que amostras normais colhidas dentro das especificações de
jejum apresentam-se sem turvação, a observação de turbidez tem relevância clínica e
deve ser avaliada e relatada pelo laboratório. Ela pode ser resultado da presença de
hipertrigliceridemia, ou do aumento nos quilomícrons, nas lipoproteínas (VLDL-
colesterol), ou de ambos.

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1.15 Data da menstruação ou tempo de gestação: Devem ser informados na


solicitação dos exames laboratoriais, pois, dependendo da fase do ciclo menstrual ou
da gestação ocorrem variações fisiológicas que alteram a concentração várias
substâncias no organismo, como os hormônios e algumas proteínas séricas.
Para a coleta de urina o ideal é realizá-la fora do período menstrual, em casos
urgentes a urina poderá ser colhida, adotando-se alguns cuidados: assepsia na hora
do exame, uso de tampão vaginal na hora da coleta, e informar o fato na solicitação do
exame.

1.16 Ansiedade e Stress: O paciente deverá estar relaxado no momento da coleta,


pois a agitação afeta não só a secreção de hormônio adrenal como de outros
componentes do organismo.
A ansiedade leva a distúrbios no equilíbrio ácido-básico, aumenta o lactato sérico e os
ácidos gordurosos plasmáticos livres, entre outras substâncias.

2. Boas Práticas de coleta

2.1 Boas práticas pré-coleta para prevenção da hemólise


Antes de iniciar a punção, deixar o álcool usado na antissepsia secar.
Evitar usar agulhas de menor calibre; usar este tipo de material somente quando a
veia do paciente for fina, ou em casos especiais.
Evitar colher sangue de área com hematoma ou equimose.
Em coletas a vácuo, puncionar a veia do paciente com o bisel voltado para cima.
Perfurar a veia com a agulha em um ângulo oblíquo de inserção de 30 graus ou
menos. Este procedimento visa prevenir o choque direto do sangue na parede do
tubo, que pode hemolisar a amostra, e também evita o refluxo do sangue do tubo
para a veia do paciente.
Tubos com volume insuficiente ou com excesso de sangue, alteram a proporção
correta de sangue/aditivo, podendo levar a hemólise e resultados incorretos.

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Recomenda-se, em coletas de sangue a vácuo, aguardar o sangue parar de fluir


para dentro do tubo, antes de trocá-lo por outro, assegurando a devida proporção
sangue/anticoagulante. Observar que, tubos com menor volume de aspiração
(pediátricos), têm menor quantidade de vácuo, portanto o sangue flui lentamente
para dentro deste tubo.
Em coletas com seringa e agulha, verificar se a agulha está bem adaptada à
seringa para evitar a formação de espuma.
Não puxar o êmbolo da seringa com muita força.
Ainda em coletas com seringa, descartar a agulha, passar o sangue deslizando
cuidadosamente pela parede do tubo, cuidando para que não haja contaminação
do bico da seringa com o anticoagulante ou ativador de coágulo contido no tubo.
Não executar o procedimento de espetar a agulha no tubo, para transferência do
sangue da seringa para o tubo, porque pode ocorrer a criação de uma pressão
positiva, o que provoca, além da hemólise, o deslocamento da rolha do tubo,
levando à quebra da probe de equipamentos na área analítica.

2.2 Boas práticas pós-coleta para prevenção da hemólise


Homogeneizar a amostra suavemente por inversão de 5 a 10 vezes (veja item
4.8.3), não chacoalhar o tubo.
Não deixar o sangue em contato direto com gelo, quando o analito a ser dosado
necessitar desta conservação.
Embalar e transportar o material de acordo com a Vigilância Sanitária local,
instruções de uso do fabricante de tubos e do fabricante do teste diagnóstico a ser
analisado.
Usar, de preferência, um tubo primário e evitar a transferência de um tubo para
outro.
O material coletado não deve ficar exposto a temperaturas muito elevadas ou
mesmo exposição direta à luz, para evitar hemólise e/ou degradação.
Não deixar o sangue armazenado por muito tempo refrigerado, antes de fazer os
exames.
Verificar as recomendações do fabricante dos insumos para a realização do teste.
Não centrifugar a amostra de sangue em tubo, para obtenção de soro, antes do
término da retração do coágulo, pois a formação do coágulo ainda não está
completa, podendo levar à ruptura celular.
Quando utilizar um tubo primário (com gel separador), a separação do soro deve
ser efetuada dentro de, no mínimo, 30 minutos e, no máximo, 2 horas após a
coleta, evitando–se, assim, resultados incorretos.
Não usar o freio da centrífuga com o intuito de interromper subitamente a
centrifugação dos tubos, esta brusca interrupção pode provocar hemólise.

2.3 Recomendação da Seqüência dos Tubos a Vácuo na Coleta de Sangue


Venoso de Acordo com a NCCLS
Existe uma possibilidade pequena de contaminação com aditivos de um tubo para
outro, durante a troca de tubos, no momento da coleta de sangue. Por isso, foi
estabelecida pela NCCLS uma ordem de coleta.
Esta contaminação pode ocorrer numa coleta de sangue venoso quando:

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Na coleta de sangue a vácuo, o sangue do paciente entra no tubo e se mistura ao


ativador de coágulo ou anticoagulante, podendo contaminar a agulha distal,
(recoberta pela manga de borracha da agulha de coleta múltipla de sangue a
vácuo), quando a mesma penetra a rolha do tubo.
Na coleta com seringa e agulha, pelo contato da ponta da seringa com o
anticoagulante ou ativador de coágulo na parede do tubo, quando da dispensação
do sangue dentro do tubo.
Em dezembro de 2003, a ordem de coleta da NCCLS foi reformulada
contemplando também a coleta em tubos plásticos.
Isto ocorreu porque os tubos plásticos para soro (tampa vermelha ou amarela com
gel separador) contêm ativador de coágulo em seu interior, o que pode alterar os
resultados dos testes de coagulação.
Devido a este componente estes tubos devem ser colhidos depois do tubo para
coagulação (tampa azul), como veremos abaixo.
No caso de coleta com tubos de vidro, tubos para soro (tampa vermelha) podem
ser colhidos normalmente, antes dos tubos para coagulação (tampa azul), pois não
possuem ativador de coágulo.
Em casos de usar somente tubos plásticos, e o paciente necessitar testes
específicos de coagulação, coletar primeiro um tubo de vidro para soro (tampa
vermelha) ou um tubo de descarte sem nenhum aditivo (que não serão utilizados
para análise), para evitar a contaminação destes testes específicos pela
tromboplastina tecidual.

O tubo de descarte deve ser um tubo sem nenhum aditivo, ou seja, este tubo
será usado para descartar o primeiro volume de sangue da coleta, onde está
presente o fator de coagulação tromboplastina tecidual, que interfere em testes
específicos de coagulação.

Nota: Nos casos em que a coleta for feita com escalpe, e o primeiro tubo a ser colhido
for o tubo de citrato ou um tubo de menor volume de aspiração, deve-se primeiro
colher um tubo de descarte. O tubo de descarte deve ser usado para preencher o
espaço morto do tubo vinílico do escalpe com sangue, assegurando a manutenção da
proporção sangue/anticoagulante no tubo e também o volume exato de sangue que foi
colhido dentro do tubo.

2.3.1 Seqüência de coleta para tubos plásticos de coleta de sangue


1 Frascos para hemocultura.
2 Tubos com citrato (tampa azul claro).
3 Tubos para soro com Ativador de Coágulo, com ou sem Gel Separador (tampa
vermelha ou amarela).
4 Tubos com Heparina com ou sem Gel Separador de plasma (tampa verde).
5 Tubos com EDTA (tampa roxa).
6 Tubos com fluoreto (tampa cinza).

2.3.2 Seqüência de coleta para tubos de vidro de coleta de sangue


1 Frascos para hemocultura.
2 Tubos para soro vidro siliconizados (tampa vermelha).

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3 Tubos com citrato (tampa azul claro).


4 Tubos para soro com Ativador de Coágulo com Gel Separador (tampa amarela).
5 Tubos com Heparina com ou sem Gel Separador de plasma (tampa verde).
6 Tubos com EDTA (tampa roxa).
7 Tubos com fluoreto (tampa cinza).
Para coletas de tubos especiais, como Elementos de Traço, EDTA com gel separador
para exames de biologia molecular, tubo para VHS etc.

2.3.3 Homogeneização para tubos de coleta de sangue


A homogeneização deve ser feita por inversão e o numero de inversões segue
conforme ilustrado a seguir:

Observações:
Não se deve homogeneizar tubos de citrato vigorosamente, sob o risco de ativação
plaquetária e interferência nos testes de coagulação. Quando utilizar tubos de citrato
para coleta de sangue a vácuo com aspiração parcial, uma falsa trombocitopenia pode
ser observada. Este fenômeno pode ocorrer pela ativação plaquetária causada pelo
“espaço morto” entre o sangue coletado e a rolha destes tubos.
A falha na homogeneização adequada do sangue em tubo com anticoagulante
precipita a formação de microcoágulos.

ORIENTAÇÕES PARA COLETA DE EXAMES LABORATORIAIS


A fase imediatamente anterior à coleta de materiais para a realização de exames
laboratoriais deve ser objeto de atenção por parte de todas as pessoas envolvidas no
atendimento aos pacientes.

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1. Orientação ao Paciente para Coleta de Sangue


Exames em geral: jejum obrigatório (JO) de 8 horas.

Colesterol total e frações e ácido úrico: jejum obrigatório de 12 horas. Não ingerir
álcool por pelo menos 48 horas antes da coleta de sangue.

PSA total e livre: ausência de ejaculação por 48 horas. Após o uso de supositório,
sondagem uretral ou toque retal, aguardar três dias. Após massagem prostática e
biópsia de próstata, aguardar 30 dias. Após ultra-som transretal, aguardar 7 dias. Após
colonoscopia, aguardar 15 dias. Não fazer exercícios em bicicleta nem praticar
equitação nos 2 dias que antecedem o exame. Não tomar banho no dia da coleta.

2. Orientação ao Paciente para Coleta de Urina


Urina Rotina: primeira urina da manhã em frasco adequado. Desprezar o primeiro jato
e colher o jato médio. Em caso de mulheres, não estar menstruada, nem utilizando
pomadas ou cremes vaginais.

Teste de gravidez: primeira urina da manhã em frasco adequado. Não estar


menstruada nem utilizando pomadas ou cremes vaginais. Retenção urinária de 8
horas. Informar tempo de atraso menstrual.

Cultura de urina: colher no laboratório. Não estar utilizando pomada ou creme


vaginal. Retenção mínima urinária de 4 horas.

Urina de 24 horas: desprezar a primeira urina da manhã no vaso sanitário. Começar


a colher a partir de então todas as urinas do dia e da noite num frasco apropriado e
guardar em geladeira ou em local fresco. Colher todo o volume da primeira urina da
manhã seguinte em frasco separado, e enviar ao laboratório o mais rápido possível.
Atenção: O volume total da urina é muito importante. Não desprezar nenhuma
quantidade de urina durante as 24 horas da coleta. A perda de qualquer uma das
urinas ou parte do volume implicará em erro no resultado exame, e caso isso
aconteça, reiniciar a coleta no dia seguinte. Evitar a coleta durante ou próximo ao
período menstrual.

Clearence de Creatinina: desprezar a primeira urina da manhã no vaso sanitário.


Começar a colher a partir de então todas as urinas do dia e da noite em um frasco e
guardar em geladeira ou em local fresco. Colher todo o volume da primeira urina da
manhã seguinte em frasco separado, e enviar ao laboratório o mais rápido possível.
Jejum obrigatório de 12 horas.
Atenção: O volume total da urina é muito importante. Não desprezar nenhuma
quantidade de urina durante as 24 horas da coleta. A perda de qualquer uma das
urinas ou parte do volume implicará em erro no resultado exame, e caso isso
aconteça, reiniciar a coleta no dia seguinte. Evitar a coleta durante ou próximo ao
período menstrual.

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QUANTIDADE MINIMA IDEAL DE SANGUE RECOMENDADO POR SETOR E


OBSERVAÇÕES QUANTO À COLETA

1. Bioquímica
Exames Volume mínimo Volume ideal
Até 10 exames 1,5 mL de soro 2,5 mL de soro
Mais de 10 exames 2,5 mL de soro 3,5 mL de soro
Bilirrubinas Recém-Nascido 0,3 mL de soro 0,6 mL de soro
Capacidade Fixação de Ferro 1,0 mL de soro para cada 1,5 mL de soro para cada
e Mucoproteinas exame exame

Interferentes: Hemólise e Lipemia


Observações: Para os exames de cálcio, Fosfatase Ácida e LDH, deve-se centrifugar
o soro no máximo até 30 minutos após a coleta.

2. Sorologia
Exames Volume mínimo Volume ideal
CMV G/M, Toxo G/M e 3,0 mL de soro para os 6 1,0 mL de soro para cada
Rubéola G/M exames exame
HBsAg, Anti-HBs 1,0 mL de soro para os 2 1,0 mL de soro para cada
exames exame
Demais exames 1,0 mL de soro para cada 1,0 mL de soro para cada
exame exame

Interferentes: Hemólise e Lipemia

3. Hormônios
Exames Volume mínimo Volume ideal
T3 Total, T4 Total, TSH, T4 2,0 mL de soro para os 4 1,0 mL de soro para cada
Livre exames exame
FSH, Estradiol, LH, 2,0 mL de soro para os 5 1,0 mL de soro para cada
Prolactina, Progesterona exames exame
PSA Livre, PSA Total 1,0 mL de soro para os 2 1,0 mL de soro para cada
exames exame
Demais exames 1,0 mL de soro para cada 1,0 mL de soro para cada
exame exame
Interferentes: Hemólise e Lipemia

4. Demais testes: enviar os volumes especificados na relação de testes realizados.

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ORIENTAÇÕES QUANTO AO TRANSPORTE DE MATERIAL BIOLÓGICO


ENVIO DE AMOSTRAS DE BIOLÓGICAS EM GERAL:

1. Identificar as amostras com o nome e/ou código do paciente;


2. Conferir as amostras com a relação de pacientes cadastradas e enviar juntamente
com o material;
3. LAMINAS: acondicionar as lâminas em porta lâminas;
4. TUBOS: Acondicionar os tubos em grades ou sacos plásticos, e fecha-los para que
não haja vazamento. Embalar as grades (se utilizadas) em sacos plásticos;
5. FRSCOS URINA / FEZES: embalar os frascos individualmente em sacos plásticos;
6. FRASCOS COM AMOSTRAS DE MATERIAL PARA BIÓPSIA: vedar a abertura do
frasco (com esparadrapo) e embalar os frascos individualmente em sacos
plásticos. Se possível, colocar papel ou jornal entre os frascos, para evitar que os
vidros se quebrem durante o transporte;
7. Forrar a caixa de isopor com material absorvente (algodão, gaze, papel toalha ou
outro papel absorvente): Essa medida reduz os impactos mecânicos sobre o
recipiente das amostras e, em caso de eventual acidente, com quebra do primeiro
recipiente, pode evitar vazamento externo dos líquidos e a possibilidade de contato
com os profissionais da saúde e outros trabalhadores.
8. Amostras refrigeradas e/ou congeladas: colocar gelo reclicável na base, nas
laterais da caixa e por cima do material: observar a proporção de amostra / gelo;
9. Lacrar a caixa de isopor com fita adesiva por toda a abertura;
10. Colocar as amostras dentro da caixa de isopor;
11. Identificar as embalagens com:
• Símbolo internacional de risco biológico;
• Dizeres de “material perecível”;
• Rótulo indicando "Substância Infectante"
• Nome, endereço e telefone do remetente;
• Telefone para emergências;
• Nome, endereço e telefone do destinatário;
• Orientação de embalagem "Este lado para cima", em lados opostos;
• Número do documento da ONU para o conteúdo (UN 3373) ou isento.

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RELAÇÃO DE EXAMES REALIZADOS NO BIOTEST

ÁCIDO ÚRICO
Comentários
Sangue: o ácido úrico é o produto final do metabolismo das purinas, estando elevado
em várias situações clínicas além da gota. Somente 10% dos pacientes com
hiperuricemia têm gota. Níveis elevados também são encontrados na insuficiência
renal, etilismo, cetoacidose diabética, psoríase, préeclâmpsia, dieta rica em purinas,
neoplasias, pós-quimioterapia e radioterapia, uso de paracetamol, ampicilina, aspirina
(doses baixas), didanosina, diuréticos, beta-bloqueadores, dentre outras drogas.
Diminuição dos níveis é encontrada na dieta pobre em purinas, defeitos dos túbulos
renais, porfiria, uso de tetraciclina, alopurinol, aspirina, corticóides, indometacina,
metotrexato, metildopa, verapamil, intoxicação por metais pesados e no aumento do
clearance renal.
Urina: cerca de 70% do ácido úrico é eliminado pelos rins. Esta dosagem é útil em
pacientes com cálculos urinários para identificação daqueles com excreção urinária de
urato aumentada. Álcool causa diminuição do urato urinário. Anti-inflamatórios,
vitamina C, diuréticos e warfarim podem interferir no resultado.
Líquido sinovial: pode ser útil no diagnóstico diferencial de artropatias.

Método
Colorimétrico Enzimático

SANGUE
Valores de referência
Criança:
Homem.: 1,5 a 6,0 mg/dL
Mulher: 0,5 a 5,0 mg/dL
Adulto:
Homem.: 2,5 a 7,0 mg/dL
Mulher: 1,5 a 6,0 mg/dL
Amostra
0,8mL de soro.
J.O. 8hs
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

URINA
Valor de referência - 12h
75 a 425mg/12h
Valor de referência - 24h
250 a 750mg/24h
Amostra
5mL de urina (jato médio da 1a urina da manhã).
Urina 12h - urina 24h (usar Bicarbonato de Sódio 5 g/L de urina).
Laboratórios
Informar o volume total.

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Manual de Exames Biotest

Conservação para envio da amostra


Até 4 dias com conservante. Refrigerar (facultativo).

LÍQUIDO SINOVIAL
Método
Colorimétrico Enzimático
Valor de referência
Até 8mg/dL
Amostra
0,8mL líquido sinovial.
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

ALBUMINA
Comentários
A dosagem de Albumina é realizada para o acompanhamento de estado nutricional e
da doença renal. Níveis elevados podem indicar desidratação, e níveis baixos são
encontrados na terapia de reidratação rápida, cirrose e outras doenças hepáticas,
alcoolismo crônico, gravidez, uso de contraceptivos orais, algumas nefropatias
crônicas, neoplasias, enteropatias perdedoras de proteínas, úlceras pépticas, doenças
inflamatórias crônicas e outros estados catabólicos crônicos.
Método
Colorimétrico
Valor de referência
3,5 a 5,5 g/dL
Amostra
1,0mL soro congelado
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias congelado a -20°C.

ANTIESTREPTOLISINA-O ( ASLO )
Comentários
A antiestreptolisina O (AEO) elevada indica infecção por estreptococos beta-
hemolíticos, mas de forma isolada não permite o diagnóstico de febre reumática ou
glomerulonefrite difusa aguda (GNDA). Níveis de AEO podem apresentar variações,
com valores normais diferentes em populações distintas. Títulos em elevação durante
determinações seriadas são mais significativos que uma única determinação. Nas
infecções estreptocócicas, AEO é detectado em 85% das faringites, 30% das
piodermites e 50% das GNDA.
Na febre reumática, 80% dos casos apresentam AEO elevada 2 meses após início do
quadro, 75% em 2 meses, 35% em 6 meses e 20% em 12 meses. Falso-positivos
podem ocorrer em pacientes com tuberculose, hepatites e esquistossomose.
Método
Aglutinação em partículas de látex.

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Manual de Exames Biotest

Valor de referência
Não reagente.
Amostra
0,5mL de soro.
J.O. 8hs
Conservação para envio da amostra
Até 3 dias entre 2°C e 8°C.

ANTIBIOGRAMA
Comentários
Método de microbiologia clínica que investiga a eficiência dos antibióticos em controlar
e debelar a infecção bacteriana. Fornece dados sobre a sensibilidade e a resistência
das bactérias em termos de crescimento das colônias em placas de cultura ao redor
de discos impregnados dos medicamentos.

Método: Kirby Bauer

OBS.: O Laboratório utiliza padrões de interpretação de acordo com as normas


vigentes da NCCLS (Comitê Nacional de Padronização para Laboratórios Clínicos)
USA.

Bacterioscopia
Comentários
O exame bacterioscópico ao Gram permite um estudo acurado das características
morfotintoriais das bactérias e outros elementos (fungos, leucócitos, outros tipos
celulares, etc). Presta informações importantes e rápidas para o início da terapia,
fornecendo informação semiquantitativa em algumas infecções e estabelecendo o
diagnóstico em muitos casos.
Método
Microscopia Direta - Coloração pelo Gram.
Amostra
Qualquer material de região suspeita de infecção por microrganismo.
Colher a amostra de forma asséptica, com os mesmos cuidados da cultura. Preparar
pelo menos dois esfregaços em lâminas limpas e desengorduradas.
Informações necessárias
Sempre especificar o tipo de material e o local da coleta. Várias pesquisas como as de
Gardnerella, Neisseria (gonococos e meningococos), Mobiluncus, H. ducreyi,
associação fuso-espiralar, fungos, dentre outras, podem ser solicitadas através do
Gram.
Conservação para envio da amostra
Até 48 horas para fezes, escarro, esperma e amostras de consistência líquida (urina,
líquidos corporais, etc) encaminhadas em frasco estéril entre 2°C e 8°C.
Até 14 dias em esfregaço fixado e protegido.

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Manual de Exames Biotest

BILIRRUBINA TOTAL E FRAÇÕES


A bilirrubina é um produto de quebra da hemoglobina no sistema retículo-endotelial. É
conjugada no fígado para, a seguir, ser excretada na bile. O teste é útil para o
diagnóstico diferencial de doenças hepatobiliares e outras causas de icterícia. A
icterícia torna-se clinicamente manifesta quando a bilirrubina total é maior que 2,5
mg/dl. Causas de aumento da bilirrubina direta (conjugada): doenças hepáticas
hereditárias (Dubin-Johnson, Rotor), lesão de hepatócitos (viral, tóxica,
medicamentosa, alcoólica) e obstrução biliar (litíase, neoplasias). Níveis de bilirrubina
direta maiores que 50% dos valores totais são sugestivos de causas póshepáticas.
Causas de aumento da bilirrubina indireta: anemias hemolíticas, hemólise autoimune,
transfusão de sangue, reabsorção de hematomas, eritropoiese ineficaz e doenças
hereditárias (Gilbert, Crigler-Najar).
Uso de drogas que ativam o sistema microssomal hepático podem reduzir as
bilirrubinas.
Método
Colorimétrico
Valores de referência
Direta : até 0,4mg/dL
Indireta : até 0,8mg/dL
Total : até 1,2mg/dL
Amostra
0,8mL de soro.
Proteger da luz.
Conservação para envio da amostra
Até 48 horas entre 2°C e 8°C.

CPK - CREATINOFOSFOQUINASE – CK TOTAL


Comentários
Enzima encontrada principalmente na musculatura estriada, cérebro e coração. É um
marcador sensível, mas inespecífico de lesão muscular, inclusive miocárdica. Níveis
elevados são encontrados no infarto agudo do miocárdio, miocardite, hipertermia
maligna, distrofia muscular, exercício físico, dermatopolimiosite, rabdomilóise, em
traumas e injeções musculares.
Método
Enzimático
Valores de referência
Homem:
1 a 3 meses: 29 a 303 U/L
4 a 12 meses: 25 a 172 U/L
13 a 24 meses: 28 a 162 U/L
2 a 14 anos: 31 a 152 U/L
15 a 18 anos: 34 a 147 U/L
Adultos: 26 a 189 U/L

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Manual de Exames Biotest

Mulher:
1 a 3 meses: 40 a 474 U/L
4 a 12 meses: 27 a 242 U/L
13 a 24 meses: 25 a 177 U/L
2 a 10 anos: 25 a 177 U/L
11 a 14 anos: 31 a 172 U/L
15 a 18 anos: 28 a 142 U/L
Adultos: 26 a 155 U/L

Amostra
0,8mL de soro.
Conservação para envio da amostra
Até 7 dias entre 2°C e 8°C.

CREATINOFOSFOQUINASE MB - CK-MB
Comentários
Dosagem única de CK-MB tem sensibilidade de 50% à entrada do paciente no pronto
socorro, sendo que medidas seriadas aumentam sua sensibilidade para 90% no
diagnóstico do infarto agudo do miocárdio. É detectável em 4h a 6h após lesão
miocárdica, ocorrendo pico em 12 a 24 h e retorno a níveis normais em 2 a 3 dias. A
CK-MB representa 20% do total da creatinoquinase presente no miocárdio e 3% da
creatinoquinase presente na musculatura esquelética, podendo-se encontrar níveis
elevados em pacientes com doenças e traumas da musculatura esquelética. A
presença de macro-CPK MB (complexo de imunoglobulinas e CPK
MB) causa elevações de CPK MB acima dos valores da CPK Total, sem significado
patológico.
Veja também troponina I.
Método
Enzimático
Valor de referência
Até 25U/L
Amostra
0,8mL de soro.
Conservação para envio da amostra
Até 24 horas entre 2°C e 8°C.

CÁLCIO
Comentários
Exame útil no diagnóstico e seguimento de distúrbios do metabolismo de cálcio e
fósforo, incluindo doenças ósseas, nefrológicas e neoplásicas com repercussões
naquele metabolismo. Valores elevados são encontrados no hiperparatiroidismo
primário e terciário, em neoplasias com envolvimento ósseo, em particular, tumores de

20
Manual de Exames Biotest

mama, pulmões e rins, e no mieloma múltiplo. Certos tumores podem provocar


hipercalcemia sem envolvimento ósseo. Sarcoidose e alguns linfomas induzem
hipercalcemia. Esta pode ainda ser vista na tirotoxicose, acromegalia, intoxicação por
vitamina D, excesso de antiácidos, e na fase diurética da necrose tubular aguda.
Valores diminuídos são encontrados no hipoparatiroidismo primário e/ou pós-cirúrgico,
no pseudo-hipoparatiroidismo, na deficiência da vitamina D, insuficiência renal crônica,
pancreatite aguda, hipofunção hipofisária, acidose crônica e hipoalbuminemia.

Método
Colorimétrico
Valores de Referência
Crianças
0 a 10 dias - 7,6 a 10,4 mg/dL
Lactantes - 9,0 a 11,0 mg/dL
2 a 12 anos - 8,8 a 10,8 mg/dL
Adultos - 8,8 a 11,0 mg/dL
Amostra
1ml de soro refrigerado entre 2ºC e 8ºC
Colher pela manhã, em jejum mínimo de 4 horas
Lactentes colher no intervalo entre as mamadas.
Conservação para o envio da amostra da amostra
30 dias refrigerado entre 2ºC e 8ºC
90 dias congelado a -20ºC

CÁLCIO IÔNICO
Comentários
A determinação do cálcio iônico tem a vantagem de medir a fração do elemento ativo ,
ou seja, seu nível não sofre as variações que o cálcio total sofre com a taxa de
proteínas, mas é influenciado, por sua vez, pelas condições de equilíbrio ácido-básico.
Está aumentado no hiperparatiroidismo primário, neoplasias e excesso de vitamina D.
Pode estar diminuído no hipoparatiroidismo, na deficiência de vitamina D e no
pseudohipoparatiroidismo.
Método
Técnica automatizada utilizando eletrodo específico.
Valor de Referência
4,2 a 5,2 mg/dL
Amostra
1ml de soro refrigerado entre 2ºC e 8ºC
Conservação para o envio da amostra da amostra
O cálcio iônico liga-se às proteínas plasmáticas do soro ou plasma estocado.
Deve ser dosado no máximo 4 a 6 horas após a coleta e o material deve ser
centrifugado imediatamente após a coleta.
Este exame é realizado somente para laboratórios da cidade de Marabá.

21
Manual de Exames Biotest

CÁLCIO URINÁRIO – AMOSTRA ISOLADA


Comentários
A determinação é útil na avaliação do paciente com cálculo renal e eventualmente no
seguimento de portadores de hiperparatiroidismo, lesões ósseas metastáticas,
mieloma, intoxiação por vitamina D, acidose tubular renal, tirotoxicose, doença de
Paget e sarcoidose.
O efeito do conteúdo de cálcio na dieta é imprevisível, devido às variações nas frações
de absorção intestinal e reabsorção renal. A calciúria pode aumentar, por efeito "in
vivo", com uso de acetazolamida, cloreto de amônio, corticosteróides, vitamina D,
diuréticos (efeito inicial), etc. Diminui com uso cronico de diuréticos, bicarbonato,
estrógenos, lítio, anovulatórios.
Método
Colorimétrico
Valor de Referência
6,7 a 21,3 mg/dL(*)
(*com base num volume médio de urina de 1,5L/24hs)
Amostra
Colher urina em frasco plástico contendo HCL 50% q.s.p. e manter e pH5,0.
Enviar alíquota de 100mL refrigerado.
Conservação para o envio da amostra da amostra
30 dias refrigerado entre 2°C e 8°C

CÁLCIO URINÁRIO – AMOSTRA DE 24 HORAS


Comentários
A determinação é útil na avaliação do paciente com cálculo renal e eventualmente no
seguimento de portadores de hiperparatiroidismo, lesões ósseas metastáticas,
mieloma, intoxiação por vitamina D, acidose tubular renal, tirotoxicose, doença de
Paget e sarcoidose.
O efeito do conteúdo de cálcio na dieta é imprevisível, devido às variações nas frações
de absorção intestinal e reabsorção renal. A calciúria pode aumentar, por efeito "in
vivo", com uso de acetazolamida, cloreto de amônio, corticosteróides, vitamina D,
diuréticos (efeito inicial), etc. Diminui com uso cronico de diuréticos, bicarbonato,
estrógenos, lítio, anovulatórios.
Método
Colorimétrico
Valores de Referência
Crianças (até 12 anos): até 4mg/kg de peso/dia
Adultos: 100 a 300mg / 24 horas
Amostra
Colher urina de 24 horas em frasco plástico contendo 20mL de HCL 50% para cada
litro de urina.
Durante a coleta a urina deve permanecer em geladeira.
Anotar medicação em uso, mês de gestação, sexo e idade do paciente.
Enviar alíquota de 100mL refrigerado.
Informar volume total da amostra.
Conservação para o envio da amostra da amostra
30 dias refrigerado entre 2°C e 8°C

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Manual de Exames Biotest

CHAGAS, SOROLOGIA
Comentários
Exame útil no diagnóstico da doença de Chagas ou para se verificar se um indivíduo
foi infectado pelo Tripanossoma cruzi, o agente etiológico. Até o presente momento,
não existe um teste que seja altamente específico e sensível para confirmar o
diagnóstico. Por esta razão, mais de um teste é recomendável e valoriza-se, para fins
diagnósticos, quando a pesquisa de anticorpos específicos é positiva em todos os
testes utilizados. Quando a reação é positiva somente em um dos métodos, a
valorização do resultado dependerá dos antecedentes epidemiológicos, exame físico e
exames complementares como eletrocardiograma e RX. Em regiões endêmicas de
leishmaniose, o resultado tem que ser avaliado com cuidado, pois há ocorrência de
reações cruzadas entre antígenos dos dois parasitas.
Método
ELISA
Valor de referência
Não Reagente
Amostra
1,0mL de soro refrigerado.
Conservação para envio da amostra
Até 30 dias entre 2°C e – 10°C.

CITOMEGALOVÍRUS IgG
Comentários
Em adultos saudáveis, o citomegalovírus (CMV) normalmente é assintomático ou pode
determinar quadro clínico auto-limitado semelhante à mononucleose infecciosa. O
citomegalovírus (CMV) é considerado a maior causa de infecção congênita, podendo
ainda causar quadros graves em imunodeprimidos. Cerca de 85% da população adulta
é soropositiva.
Anti-CMV IgG: seu achado pode indicar infecção passada ou recente. Recoleta na
convalescença (após 15 dias) pode evidenciar viragem sorológica ou aumento de 4
vezes ou mais na convalescença, em relação ao soro colhido na fase aguda.

Método
ELISA
Valores de Referência
Não reagente: < 0,25 UI/mL
Inconclusivo: Entre 0,25 a 0,27 UI/mL
Reagente....: > 0,27 UI/mL
Amostra
1mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para o envio da amostra
30 dias refrigerado entre 2°C e 8°C

23
Manual de Exames Biotest

CITOMEGALOVÍRUS IgM
Anti-CMV IgM: a IgM pode surgir até duas semanas após o início do quadro clínico.
Assim, caso a amostra seja colhida precocemente, deve-se repetí-la após 15 dias,
para afastarmos infecção pelo CMV na presença de quadro clínico suspeito.
Geralmente permanecem detectáveis por 3 meses, entretanto, por métodos
imunoenzimáticos podem ser encontrados títulos baixos por até 12 meses, não
devendo, pois, ser avaliado como um indicador absoluto de infecção recente. Falso-
positivos também podem ocorrer em infecções pelo EBV e herpes vírus. Por não
ultrapassar a barreira placentária, seu achado no recém-nascido indica infecção
congênita.
Método
ELISA
Valores de Referência
Não reagente: Ausência de Anticorpos
Reagente....: Presença de Anticorpos
Amostra
1mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para o envio da amostra
30 dias refrigerado entre 2°C e 8°C

CLEARENCE DA CREATININA
Comentários
Teste utilizado para avaliação da taxa de filtração glomerular, sendo mais sensível que
a determinação sérica isolada. No Clearance de Creatinina valores séricos e urinários
são medidos e a depuração é calculada e corrigida tendo em vista a superfície
corporal. Clearance elevado pode ser encontrado após exercícios, na gravidez e no
diabete melito. Variação intra-individual desse teste pode chegar a 15%.
Armazenamento da urina por muito tempo, em altas temperaturas pode causar
conversão da creatina à creatinina, acarretando aumentos espúrios.
Veja também Cistatina C.
Método
Colorimétrico (Jaffé mod.)
Valores de referência
- Criança : 70 a 140mL/min/1,73 m2
- Homem : 85 a 130mL/min/1,73 m2
- Mulher : 75 a 115mL/min/1,73 m2
Nota: após os 40 anos de idade, espera-se uma redução de 6,5mL/min/1,73 m2 a
cada dez anos.
Amostra
0,8mL de soro + 5,0mL de urina de 12 ou 24h.
Refrigerar desde o início da coleta OU usar HCl 50% 20mL/L.
Coletar a amostra de sangue no mesmo dia de entrega da urina.
Laboratórios

24
Manual de Exames Biotest

Informar volume total, peso e altura do cliente, e tempo de coleta (12 ou 24h).
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

CLORETOS
Sangue: representa 66% dos ânions do plasma, e juntamente com o sódio são os
principais responsáveis pela manutenção da homeostase osmótica do plasma. Sua
determinação é útil na avaliação de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos. Níveis
elevados são encontrados na deficiência de mineralocorticóides, acidose metabólica,
infusão salina excessiva, perdas gastrintestinais, acidose tubular renal, fístula
pancreática e hiperparatireoidismo. Níveis baixos ocorrem na hipervolemia,
insuficiência cardíaca, secreção inapropriada de ADH, vômitos, acidose respiratória
crônica, Doença de Addison, alcalose metabólica, cetoacidose diabética e no uso de
diuréticos.
Urina: útil para avaliação de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos, em especial,
no diagnóstico da alcalose metabólica responsiva a sal.
Líquor: reflete os níveis sangüíneos de cloretos. Na meningite tuberculosa é
encontrado mais baixo (25%) que os valores no soro.
Método
Colorimetrico
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

SANGUE
Valor de referência
97 a 106mEq/L
Amostra
0,8mL de soro.

LÍQUOR
Valor de referência
690 a 770mg/dL
Amostra
0,8mL de líquor.

URINA
Valor de referência
170 a 254mEq/24h.
Amostra
Urina (urina 24h - urina recente ou C.O.M.).
Não pode usar conservante - Refrigerar.
Laboratórios
Enviar 5mL de urina e informar volume total.

25
Manual de Exames Biotest

COLESTEROL TOTAL E FRAÇÕES


Comentários
Sangue: o colesterol é o principal lipídeo associado à doença vascular aterosclerótica.
Também é utilizado na produção de hormônios esteróides, ácidos biliares e na
constituição das membranas celulares. Seu metabolismo ocorre no fígado, sendo
transportado no sangue por lipoproteínas (70% por LDL, 25% por HDL e 5% por
VLDL).
Líquido pleural: a dosagem do colesterol no líquido pleural é útil na diferenciação
entre transudatos e exsudatos. Níveis de colesterol maiores de 45 mg/dl predizem
exsudatos com sensibilidade de 90% e especificidade de 100%. A associação de
colesterol elevado e LDH maior que 200 UI/l tem sensibilidade de 99% no diagnóstico
de exsudatos.
Líquido ascítico: possui papel marginal na propedêutica do líquido ascítico. Embora
colesterol > 50 mg/dl possa ser encontrado nas ascites associadas a neoplasias com
sensibilidade de 75% e especificidade de 78%, existem controvérsias sobre sua
utilidade.

COLESTEROL HDL
Método
Colorimétrico Enzimático
Valores de referência
Faixa etária Desejável
mg/dL
2 a 10 anos ≥ 40
10 a 19 anos ≥ 35

Faixa etária Baixo Aceitável Alto mg/dL


mg/dL mg/dL
Adultos < 40 41 a 59 ≥ 60
Amostra
0,8mL de soro.
J.O. 4h ou C.O.M.
Conservação para envio da amostra
Até 3 dias entre 2°C e 8°C.

COLESTEROL LDL
Método
Cinético Automatizado
Valor de referência
Faixa Desejável Aceitável Aumentado
Etária mg/dL mg/dL mg/dL
2 a 19 anos < 110 110 a 129 ≥ 130

Faixa Ótimo Desejável Limítrofe Alto mg/dL Muito Alto


Etária mg/dL mg/dL mg/dL mg/dL

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Manual de Exames Biotest

Adultos < 100 100 a 129 130 a 159 160 a 189 ≥ 90

LDL dosado
Em amostras com Triglicérides acima de 400 mg/dL é realizado a dosagem do LDL.
Neste caso, o cálculo do VLDL não segue a equação de Friedwald. O VLDL passa a
ser calculado baseado no colesterol total, HDL e LDL dosado.
Amostra
0,8 mL de soro.
J.O. 9h ou C.O.M.
Conservação para envio da amostra
Até 3 dias entre 2°C e 8°C.

COLESTEROL VLDL
Método
Cálculo baseado no Triglicérides.
Valor de referência
Até 40mg/dL
Amostra
0,8mL de soro.
J.O. 9h ou C.O.M.
Conservação para envio da amostra
Até 3 dias entre 2°C e 8°C.

COLESTEROL TOTAL
Método
Colorimétrico Enzimático
Valor de referência - soro
Faixa Desejável Aceitável Aumentado
Etária mg/dL mg/dL mg/dL
2 a 19 anos < 170 170 a 199 ≥ 200
Adultos < 200 200 a 239 ≥ 240
Valor de referência - líquido pleural
Exsudato: maior que 45mg/dL
Transudato: menor que 45mg/dL
Valor de referência - líquido ascítico
Exsudato: maior que 46mg/dL
Transudato: menor que 46mg/dL
Amostra
0,8mL de soro.
J.D. 4h ou C.O.M.
1,0mL de líquido ascítico - líquido pleural.
Conservação para envio da amostra
Até 3 dias entre 2°C e 8°C.

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Manual de Exames Biotest

COLPOCITOLOGIA – Citopatológico
Coleta: Confeccionar 2 lâminas e enviar ao laboratório. Devem ser enviados dados
clínicos do paciente. Deve ser tomado cuidado com a fixação do material (deve ser
colhido e imediatamente imerso em alcool 95%) Importante : A espátula deve ser
firmemente raspada sobre a mucosa do colo uterino de forma a retirar material
suficiente, sem causar sangramento traumático, excessivo. O esfregaco deve ser feito
sob a forma de fina lamina de secreção. Deve ser evitada a formação de grumos e/ou
áreas espessas. Igualmente deve ser evitado esfregaço muito fino, muito ralo. Caso
isto aconteça, as coletas devem ser repetidas de pronto. Uma vez feitos, os
esfregacos devem ser imediatamente fixados em alcool a 95 % ou com a substância
fixadora.
Método
Microscopia óptica após coloração de Papanicolau.

CREATININA
Comentários
É o teste mais utilizado para avaliação da taxa de filtração glomerular. É o produto de
degradação da creatina, sendo sua concentração sérica não só dependente da taxa
de filtração renal, mas também da massa muscular, idade, sexo, alimentação,
concentração de glicose, piruvato, ácido úrico, proteína, bilirrubina e do uso de
medicamentos (cefalosporinas, salicilato, trimetoprim, cimetidina, hidantoína,
anticoncepcionais e anti-inflamatórios). Níveis baixos podem ser encontrados nos
estados que cursam com diminuição da massa muscular. Veja também Cistatina C.
Método
Colorimétrico (Jaffé mod.)
SANGUE
Valor de referência
< 1 Mês : 0,4 a 0,7 mg/dL
1 a 12 meses: < 0,8 mg/dL
1 a 3 anos: < 0,9 mg/dL
4 a 7 anos: < 0,8 mg/dL
8 a 10 anos: < 1,0 mg/dL
11 a 12 anos: < 1,1 mg/dL
13 a 17 anos: < 1,3 mg/dL
Adulto: < 1,4 mg/dL
Amostra
0,8mL soro ou plasma (EDTA/fluoreto).
J.N.O.
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

URINA
Valores de referência - urina 24h
Homem : 1,5 a 2,5g/24h
Mulher : 0,8 a 1,5g/24h

28
Manual de Exames Biotest

Amostra
Urina (jato médio da 1a urina da manhã - urina 12h ou 24h ou C.O.M.).
Refrigerar desde o início da coleta OU usar HCl 50% 20mL/L.
Laboratórios
Enviar 5mL de urina e informar volume total.
Instruções de coleta
Manter dieta hídrica habitual. A coleta da urina deve obedecer o horário
rigorosamente.
Refrigerar desde o início da coleta e não acidificar.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

COOMBS DIRETO
Comentários
Uso: investigação de processos hemolíticos; detecção de anticorpos e complemento
em superfície eritrocitária. Neste teste, é pesquisada a presença de anticorpos ou
complemento aderidos à superfície de hemácias. Este exame é extremamente útil na
determinação da presença de eritroblastose fetal em recém-natos de mães coombs
indireto reagentes ou com incompatibilidade ABO + Rh.
Método
Hemaglutinação
Valor de referência
Não reagente
Amostra
5mL de sangue total com EDTA refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
5 dias refrigerado entre 2°C e 8°C

COOMBS INDIRETO
Utilizado para a pesquisa de anticorpos contra proteínas de membrana de eritrócitos
(em especial D), em exames pré-transfusionais ou pré-natais. Interpretação: este
teste, geralmente realizado com eritrócitos O positivos, é utilizado para a detecção de
anticorpos anti-D circulantes em mães Rh negativas sensibilizadas ou em pacientes
receptores de transfusão sanguínea, utilizando o sangue do doador.
Método
Hemaglutinação
Valor de referência
Não reagente
Amostra
1mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
30 dias refrigerado entre 2°C e 8°C

29
Manual de Exames Biotest

DENGUE - PESQUISA DE ANTÍGENO


Comentários
A dengue é uma infecção viral aguda caracterizada por início agudo de febre, dor de
cabeça, dores musculares (em juntas e periorbitais) e rash cutâneo. Em
circunstâncias especiais, o quadro pode ser hemorrágico. Pode ser causada por
contato com um dos quatro sorotipos do vírus da dengue: DEN-1, DEN-2, DEN3 e
DEN-4, molecularmente relacionados e pertencentes ao gênero Flavivirus, família
Flaviviridae (sendo, portanto, aparentada com os vírus de encefalite viral e febre
amarela). O vírus é transmitido pelos mosquitos do gênero Aedes (em especial, o
Aedes aegypti). Depois da picada de um mosquito infectado, ocorre um período de
incubação (2 - 9 dias), quando aparecem os sintomas. Método de pesquisa de
antígeno do vírus da dengue no soro humano, possibilitando sua detecção precoce. O
antígeno NS1 do vírus ENCONTRA-SE NA CIRCULAÇÃO DESDE O PRIMEIRO
ATÉ O NONO DIA SEGUINTE AO APARECIMENTO DA FEBRE. Teste não
reagente significa, portanto, ausência de antígeno.

Método
ELISA
Valor de referência
Não Reagente
Amostra
1,0mL de soro ou plasma refrigerado.
Conservação para envio da amostra
Até 15 dias com conservante ou entre 2°C e 8°C.

DENGUE - TESTE RÁPIDO.


Método
Imunocromatografia
Valor de referência
Não Reagente
Amostra
1,0mL de soro ou plasma refrigerado.
Conservação para envio da amostra
Até 15 dias com conservante ou entre 2°C e 8°C.

SOROLOGIA PARA DENGUE


Comentários
Imunoensaio enzimático IgM: baseia-se na detecção de anticorpos IgM específicos
para os quatro sorotipos. Detecta anticorpos anti-IgM em 80% dos pacientes com 5
dias de doença, 93% dos pacientes com 6 a 10 dias de doença e 99% entre 10 e 20
dias. IgM é detectado na infecção primária e na infecção secundária, com títulos mais
altos na primeira. Uma pequena porcentagem de pacientes com infecção secundária

30
Manual de Exames Biotest

não têm IgM detectável. Na infecção terciária os títulos são mais baixos ou ausentes.
Em alguns casos de infecção primária, IgM pode persistir por mais de 90 dias, mas na
maioria é indetectável após 60 dias do início do quadro clínico. Apresenta índice de
falso-positivo de 1,7%. Deve-se lembrar que causa comum de falso-negativo é a
coleta prematura da amostra (antes do 5º dia). Reações cruzadas com outras
flaviviroses são citadas para ELISA IgM.
Imunoensaio enzimático IgG: anticorpos IgG na dengue são menos específicos que
o IgM, havendo possibilidade de reações cruzadas entre as flaviviroses, o que acarreta
em altas taxas de falso-positivos. Deve-se lembrar da possibilidade de transferência
vertical de IgG materna a crianças, e da ocorrência de IgG positivo em pacientes
vacinados contra febre amarela. Ressalta-se que a combinação de ELISA IgM e IgG é
importante para o diagnóstico do dengue em pacientes em áreas endêmicas, pois
parte dos pacientes reinfectados podem não apresentar elevações de IgM.

Dengue IgG E IgM


Método
ELISA
Valor de referência
Não Reagente
Amostra
1,0mL de soro ou plasma refrigerado.
Aconselhável realizar 07 dias após início dos sintomas.
Conservação para envio da amostra
Até 7 dias entre 0o e - 10oC.

DESIDROGENASE LÁCTICA - LDH


Sangue: é uma enzima que catalisa a conversão de lactato a piruvato, sendo liberada
na ocorrência de dano celular. Elevação dos níveis de LDH ocorre em neoplasias,
hipóxia, cardiopatias, anemia hemolítica, anemia megaloblástica, mononucleose,
inflamações, hipotireoidismo, pneumopatias, hepatites, etilismo, pancreatite,
colagenoses, trauma e obstrução intestinal. Hemólise pode levar a resultados
falsamente elevados.
Líquido pleural: é um critério para diferenciação entre exsudato e transudato. A
relação LDH
pleural/sérica > 0,6 e LDH pleural > 200 U/L indicam exsudato, com sensibilidade de
98% e especificidade entre 70 e 98%. Níveis de LDH acima de 1.000 U/L são
encontrados em neoplasias e empiema. Sua determinação deve ser feita em paralelo
com a dosagem sérica.
Líquido ascítico: normalmente níveis de LDH no líquido ascítico são 50% dos valores
séricos. Está elevada nas peritonites (espontâneas e secundárias), tuberculose
peritoneal e carcinomatoses. A razão LDH pleural/sérica maior que 0,6 sugere
exsudato. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.

31
Manual de Exames Biotest

Líquor: níveis normais de LDH no líquor são 10% da LDH no sangue. Níveis elevados
são encontrados no acidente vascular cerebral, tumores do sistema nervoso central e
meningites. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.
Método
Cinético Automatizado
Valor de referência - soro
200 a 480 UI/L

Valor de referência - líquido pleural


Exsudato: maior que 200UI/L
Transudato: menor que 200UI/L
Relação LDH pleural/sérica > 0,6 é indicativa de exsudato.
Nota: O ensaio somente será válido se a amostra for centrifugada, para separação dos
elementos celulares, logo após a coleta e refrigerada.
Valor de referência - líquido ascítico
100,0 a 190,0U/L
Nota: O ensaio somente será válido se a amostra for centrifugada, para separação dos
elementos celulares, logo após a coleta e refrigerada.
Valor de referência - líquor
Níveis normais de LDH no líquor correspondem a 10% dos valores séricos.
Nota: O ensaio somente será válido se a amostra for centrifugada, para separação dos
elementos celulares, logo após a coleta e refrigerada.
Amostra
0,8mL de soro - líquido ascítico - líquido pleural - líquor.
Laboratórios
Centrifugar a amostra antes do envio.
Conservação para envio da amostra
Até 24 horas entre 2°C e 8°C.

EXAME DIRETO – A FRESCO


Comentários
Indicado nas afecções causadas por fungos e ou protozoários flagelados. A amostra é
processada a fresco, com visualização direta do material em lâmina sobre lamínula,
após clarificação com KOH.
O processamento da amostra depende, além de coleta adequada, de informações
clínicas da infecção, bem como do sítio da coleta. A identificação e a análise dos
resultados são mais precisos com o fornecimento prévio destes dados.
Método
Microscopia direta
Amostra
1- Secreção vaginal: A paciente deverá estar em abstinência sexual de 3 dias, não
poderá estar usando qualquer tipo de creme, pomadas ou óvulos vaginais ou ainda
qualquer tipo de medicação local; o fluxo menstrual deverá ter cessado totalmente, a
não ser que o materila solicitado seja o sangue menstrual.

32
Manual de Exames Biotest

2- Esperma: Colher o material em frasco estéril, sempre por masturbação, jamais


usando preservativo, ejaculando diretamente no frasco.
3- Secreção prostática: Colhido com auxílio do médico após massagem.
Em pacientes virgens: coletar secreção vaginal do intróito vaginal. ATENÇÃO NÃO
INTROZUZA O SWAB OU ESPÉCULO NA VAGINA DE PACIENTES VIRGENS.
ESTA COLETA DEVERÁ SER ACOMPANHADA PELA MÃE OU RESPONSÁVEL.
Orientar as pacientes que não tomem banho e venha ao laboratório sem urinar para
que não se perca o material.
Material e conservação para envio da amostra
Salina estéril.
Estabilidade da amostra
04 horas em temperatura ambiente.
OBS: este exame é realizado apenas para os laboratórios localizados na cidade de
Marabá
Informações Importantes
Medicação em uso, sexo e idade do paciente.

FAN – Pesquisa de auto-anticorpos

Comentários

Anticorpos antinucleares são detectados por imunofluorescência indireta em


substratos de células humanas - HEp2. Cerca de 98% dos pacientes com lúpus
eritematoso sistêmico não tratado têm o teste de HEp2 positivo. Não existe relação
entre os títulos de FAN e a atividade da doença. Após o teste de triagem positivo deve
ser feita a dosagem de auto-anticorpos separadamente. Reações falso-negativas
podem ocorrer na presença de anticorpos anti-SSA/Ro, anticorpos anti-DNA de fita
simples (ss-DNA) e durante o uso de corticóide ou outra terapia imunossupressora.
Reações falso-positivas podem ocorrer na artrite reumatóide, esclerodermia, síndrome
de Sjögren, hepatite auto-imune, infecções crônicas, na presença de anticorpos
heterofílicos, durante uso de vários medicamentos (hidralazina, carbamazepina,
hidantoína, procainamida,isoniazida, metildopa e AAS) e em cerca de 10% dos
pacientes acima de 50 anos. Elevações transitórias do FAN podem ocorrer em
pacientes com infecções virais. Um teste positivo para FAN-HEp2 isolado não é
diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico (LES), sendo necessário observar os
demais critérios diagnósticos. Deve-se ressaltar a possibilidade de variações dos
títulos do FAN-HEp2 quando realizado em laboratórios ou dias diferentes.

Método
Imunofluorescência indireta - Substrato: células HEp2
Valor de referência
Negativo
Obs.: A pesquisa de anticorpos em líquidos corporais deve ser realizado em paralelo
com o soro, devido a possibilidade de contaminação do material durante a punção.
Condição

33
Manual de Exames Biotest

- 0,2mL de soro - líquor - líquido sinovial - líquido pleural - líquido ascítico - líquido
pericárdico.
- J.O. 8h.
Conservação para envio
Até 5 dias entre 2o e 8oC.

FATOR REUMATÓIDE
Comentários
O fator reumatóide (FR) é um auto-anticorpo, da classe IgM, dirigido contra IgG. É
classicamente utilizado no diagnóstico da artrite reumatóide (AR), entretanto, algumas
considerações devem ser realizadas na interpretação de seu resultado: FR é positivo
em 5% a 10% da população saudável e em 25% dos indivíduos maiores de 70 anos;
doenças que cursam com aumentos de gamaglobulinas podem causar falso-positivos
biológicos (LES, síndrome Sjögren; artrite reativa; gota, pseudogota, esclerodermia,
polimiosite e polimialgia reumática); está presente em 10% a 40% dos portadores de
infecções crônicas (sífilis, lepra, brucelose, tuberculose, malária, esquistossomose,
tripanossomíase, hepatite viral, doença hepática crônica e endocardite). O FR é
negativo em 1/3 dos pacientes com AR; é positivo em menos de 50% dos casos de AR
nos primeiros 6 meses de doença, onde sua associação com o anti-CCP pode ser útil.
O teste de Waaler-Rose que consiste da aglutinação de hemácias de carneiro foi por
anos o método utilizado para pesquisa do fator reumatóide (FR).

WAALER-ROSE - SORO
Método
Aglutinação
Valor de referência
Inferior a 6UI/mL = negativo
Amostra
0,5mL de soro.
J.O. 8hs
Conservação para envio da amostra
Até 2 dias entre 2°C e 8°C.
AGLUTINAÇÃO – SORO E LÍQUIDO SINOVIAL
Método
Aglutinação
Valor de referência
Negativo
Amostra
0,5mL de soro
0,5mL de líquido sinovial.
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

34
Manual de Exames Biotest

F.S.H. – HORMONIO FOLICULO ESTIMULANTE


O FSH estimula os folículos ovarianos na mulher e a espermatogênese no homem. É
secretado pela hipófise, de maneira pulsátil, menos evidente que o LH. O FSH
encontra-se em nível relativamente elevado no primeiro ano de vida, decrescendo a
níveis muito baixos durante a infância e elevando-se na puberdade até níveis de
adulto. O FSH eleva-se nas deficiências ovarianas ou testiculares, nos quadros de
tumores secretores de gonadotropinas, alcoolismo e menopausa. Encontram-se
valores inadequadamente baixos em doenças hipofisárias ou hipotalâmicas e na
produção ectópica de hormônios esteróides. Eleva-se, precocemente, na instalação da
menopausa. Na Síndrome dos Ovários Policísticos é valorizada sua relação com o LH,
na qual os valores de LH se elevam. É dosado, principalmente, por mulheres
submetidas a fertilização in vitro e crianças avaliadas para puberdade precoce.

Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Homens: 0,7 a 11,1 mUI/ml
Mulheres: Ciclos ovulatórios:
Fase folicular: 2,80 a 11,30 mUI/mL
Fase folicular, 2 a 3 dias: 3,0 a 14,4 mUI/mL
Meio ciclo: 5,8 a 21,0 mUI/mL
Fase luteal: 1,2 a 9,0 mUI/mL
Pós-menopausa: 9,7 a 111 mUI/mL
Anticoncepcionais orais: ND* a 4,9 mUI/mL
*Não detectável pelo método
Amostra
- 0,5mL de soro.
- J.D. 4h.

Informações necessárias
Para mulher, questionar:
Regularidade menstrual (duração do ciclo), se irregular há quanto tempo se tornou
irregular e se é necessário uso de medicamentos para que ocorra a menstruação; data
da última menstruação;
Gravidez, idade gestacional;
Uso atual ou prévio de anticoncepcional ou outros hormônios, e tempo de interrupção
se uso prévio;
Para criança, questionar:
Atraso de desenvolvimento puberal;
Atraso do crescimento;
Desenvolvimento puberal precoce, menstruação (se feminino).

Conservação para envio da amostra


Até 7 dias entre 2°C e 8°C.

35
Manual de Exames Biotest

FERRITINA
Comentários
A dosagem da ferritina é util no diagnóstico e avaliação de anemias ferroprivas;
diagnóstico e avaliação de hemocromatoses; marcador de fase aguda. Em condições
normais, cerca de 20% do ferro corporal está reversivelmente ligado a ferritina, em
uma forma de estoque intracelular de ferro. O restante se encontra livre ou ligado a
hemoglobina, mioglobina, transferrina ou enzimas. A ferritina apresenta um PM de 450
kD e está localizada em vários tecidos como fígado, baço, medula óssea e intestino.
Uma única molécula de ferritina pode abrigar até 4000 átomos de ferro, por conexão
com resíduos hidroxifosfato. A molécula não ligada ao ferro é conhecida como
apoferritina. Em casos de necessidade de ferro, este pode ser prontamente
disponibilizado da ferritina para uso metabólico. A molécula pode ser encontrada
intracelularmente e na corrente sanguínea, sendo um excelente parâmetro para avaliar
os estoques de ferro. A determinação da ferritina é um importante parâmetro para o
diagnóstico e acompanhamento terapêutico de processos ferroprivos. Um balanço
negativo do ferro (menor oferta do que consumo) diminui os valores da ferritina sérica.
Valores inferiores a 12,0 ng/mL são associados a estados clínicos de deficiência de
ferro. Durante a terapia de reposição de ferro, os valores indicam o sucesso
terapêutico. A determinação é indicada para grupos de risco como doadores de
sangue, gestantes, hemodialisados e crianças. Pacientes anêmicos não ferroprivos
tratados empiricamente com ferro ou pacientes geneticamente predispostos podem
desenvolver processos de hemocromatose ou siderose secundária, com valores muito
elevados. Pacientes em vigência de processo inflamatório (sobretudo crônico) podem
apresentar valores elevados (a ferritina funciona como proteína de fase aguda,
aumentando em níveis). Doença hepática aguda também pode estar associada a
níveis extremamente elevados de ferritina, assim como uso de substâncias tóxicas ao
fígado.
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Mulheres: 10 - 291 ng/mL
Homens: 22 - 322 ng/mL
Deficiência de Ferro: 0,68 - 34,5 ng/mL
Outras Anemias: 13 - 1390,8 ng/mL
Sobrecarga de Ferro: 334,6 - 8573,0 ng/mL
Diálise Renal: 31,3 - 1321,2 ng/mL
Doença Hepática Crônica: 7,9 - 12826,0 ng/mL
Amostra
1,0mL de soro
Conservação para envio da amostra
5 dias sob refrigeração entre 2°C e 8°C

FERRO SÉRICO
Comentários

36
Manual de Exames Biotest

A determinação do ferro sérico (FS) é usada no diagnóstico diferencial de anemias,


hemocromatose e hemossiderose. Níveis baixos ocorrem na anemia ferropriva,
glomerulopatias, menstruação e fases iniciais de remissão da anemia perniciosa.
Variações circadianas com valores mais baixos de FS pela tarde são descritas, sendo
que alterações de até 30% em dias subseqüentes podem ocorrer. Pré-menstrual pode
elevar níveis em 10% a 30%, que caem na menstruação. Na gravidez há possibilidade
de elevação inicial do FS devido à progesterona e queda do FS por aumento da sua
necessidade. Uso de anticoncepcional oral pode elevar o FS acima de 200 mcg/dl.
Níveis aumentados são encontrados na hemossiderose, hemocromatose, talassemias
e na hemólise da amostra.
Método
Colorimétrico
Valores de referência
Recém Nascidos: 100 a 250 mg/dL
Lactante: 40 a 100 mg/dL
Pré-Escolar e Escolar: 50 a 120 mg/dL
Adultos:
Homens: 65 a 170 mg/dL
Mulheres: 50 a 170 mg/dL
Amostra
1,0mL de soro
Conservação para envio da amostra
5 dias sob refrigeração entre 2°C e 8°C

FOSFATASE ALCALINA
Comentários
A Fosfatase alcalina é utilizada no diagnóstico diferencial de hepatopatias e icterícias
obstrutivas; diagnóstico de doenças ósseas; diagnóstico do metabolismo mineral. A
fosfatase alcalina é uma enzima da família das zinco-metaloproteínas e tem como
função retirar um fosfato terminal de um éster fosfatado orgânico. Esta enzima
funciona otimamente em um ambiente alcalino. Possui cinco isoenzimas (óssea,
hepática, intestinal, placentária e Regan), que aumentam durante os períodos de
crescimento, doença hepática e obstrução do ducto biliar. A atividade intestinal ocorre
somente em indivíduos de grupo sanguíneo tipo O ou A. Ocorrem aumentos
fisiológicos no crescimento e na gravidez. Valores aumentados: crescimento ósseo,
cicatrização de fraturas, acromegalia, sarcoma osteogênico, metástases hepáticas ou
ósseas, leucemia, mielofibroses, raquitismo ou osteomalacia, hipervitaminose D,
Doença de Paget, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, pseudo-hiperparatireoidismo,
ingestão crônica de álcool, obstrução biliar, cirrose, síndrome de Gilbert, hepatites,
diabetes mellitus, citomegalovirose, câncer gástrico, câncer do cólon, câncer de
fígado, câncer do pâncreas, câncer de pulmão, câncer ósseo, câncer de mama,
pneumonias virais, abscessos hepáticos, colecistites, colangites, obstrução biliar extra-
hepática. Valores diminuídos: doença de Whipple, hipotireoidismo, doença de
Zollinger-Ellison, desnutrição protéica, deficiência de vitamina C, osteodistrofia renal.
Método

37
Manual de Exames Biotest

Cinético
Valores de referência
Crianças: 75 a 390 U/L
Adultos.: 27 a 100 U/L
Amostra
1,0mL de soro
Conservação para envio da amostra
5 dias sob refrigeração entre 2°C e 8°C

FÓSFORO
Comentários
Os compostos que contém fósforo estão presentes em todas as células e participam
de muitos processos bioquímicos importantes, fazendo com que os fosfatos exerçam
papel fundamental no metabolismo humano. Níveis diminuídos de fósforo sérico são
comuns em pacientes hospitalizados, e embora a maioria dos casos seja moderada,
quando em níveis severos podem requerer reposição. Valores aumentados:
diminuição da filtração glomerular, aumento de reabsorção tubular
(hipoparatireoidismo primário e secundário, pseudohipoparatireoidismo, doença de
Addison, acromegalia, anemia falciforme), aumento da liberação intracelular
(neoplasias, lesão tecidual, doença óssea -fraturas, mieloma, doença de Paget, tumor
ósseo osteolítico, infância), aumento da carga de fosfato (intravenoso, oral, síndrome
do leite-álcali), obstrução intestinal alta, sarcoidose, deficiência de magnésio. Valores
diminuídos: perda renal ou intestinal (uso de diuréticos, defeitos tubulares renais,
síndrome de Fanconi, neoplasia, uso de medicamentos, hiperparatireoidismo,
hipercalciúria idiopática, hipocalemia, hipomagnesemia, diálise, hipofosfatemia
primária, gota), diminuição da absorção inicial (má absorção, deficiência de vitamina
D, resistência à vitamina D, desnutrição, vômitos, diarréia, antiácidos ligantes ao
fosfato), absorção intracelular de fosfato (alcoolismo, diabetes mellitus, acidose,
hiperalimentação, alcalose, uso de salicilatos, esteróides anabolizantes, androgênios,
epinefrina, glucagon, insulina, síndrome de Cushing, hipotermia prolongada).

SANGUE
Método
Cinético
Valores de referência
Crianças menores de 1 ano: até 13 mg/dL
Criança de 1 até 13 anos: 3,0 a 7,0 mg/dL
Adultos: 2,5 a 4,8 mg/dL
Amostra
1,0mL de soro
Conservação para envio da amostra
5 dias sob refrigeração entre 2°C e 8°C

URINA
Fosfatúria

38
Manual de Exames Biotest

Método
Colorimétrico automatizado
Valor de referência
340 a 1.100 mg/24 horas
Amostra
Colher amostra de urina de 24 horas em frasco de PVC novo
Aliquotar 100mL e enviar sob refrigeração entre 2°C e 8°C.
Conservação para envio da amostra
30 dias sob refrigeração entre 2°C e 8°C

GAMA GT
Comentários
A GGT tem aplicação principal no estudo das doenças hepatobiliares e está distribuída
em quase todo o tecido humano. O rim contém a mais elevada concentração, seguido
pelo pâncreas e fígado.
A GGT é um sensível indicador de doenças inflamatórias e lesão hepática e está
significativamente elevada nas doenças obstrutivas das vias biliares. A GGT tem maior
especificidade que a fosfatase alcalina (ALP) e a transaminase oxalacética para
avaliar doença hepática. Ela não está elevada na doença óssea e durante a gravidez
como a fosfatase alcalina, nem nas doenças do músculo esquelético como a
transaminase oxalacética. A GGT auxilia diferenciar colestases mecânica e viral das
induzidas por drogas. Nas duas primeiras, a GGT e ALP estão igualmente elevadas.
Nas colestases induzidas por drogas a GGT está muito mais elevada.
Valores elevados de GGT em pacientes anictéricos com câncer são um seguro
indicador de metástases hepáticas.
Está demonstrado que no alcoolismo crônico os níveis séricos da GGT diminuem com
a retirada do álcool e se elevam com a exposição ao mesmo. Com base nesta
observação a determinação da GGT está sendo usada nos centros de tratamentos de
alcoólatras para documentar o sucesso da terapia e identificar os pacientes que
retornam ao alcoolismo após a alta.
Método
Cinético
Valores de referência
Homens:
0 - 6 meses: 12 a 122 U/L
6 - 12 meses: 1 a 39 U/L
1 - 12 anos: 3 a 22 U/L
12 -18 anos: 2 a 42 U/L
Adultos: 7 a 45 U/L
Mulheres:
0 - 6 meses: 15 a 132 U/L
6 - 12 meses: 1 a 39 U/L
1 - 12 anos: 4 a 22 U/L
12 -18 anos: 4 a 24 U/L
Adultos: 5 a 27 U/L

39
Manual de Exames Biotest

Amostra
1,0mL de soro
Conservação para envio da amostra
5 dias sob refrigeração entre 2°C e 8°C

GLICOSE, DOSAGEM
Comentários
Soro: segundo a American Diabetes Association, a presença de um dos critérios
abaixo e sua confirmação num dia subseqüente indica o diagnóstico de diabetes
melito: 1) Sintomas de diabetes melito com glicemia independente do jejum maior ou
igual a 200mg/dL. 2) Glicemia de jejum maior ou igual a 126mg/dL. 3) Glicemia maior
que 200mg/dL após duas horas após administração oral de 75g de glicose anidra
(82,5g de dextrosol) dissolvida em água (teste de tolerância). Pacientes com glicemia
de jejum entre 100mg/dL e 125mg/dL são classificados como portadores de glicemia
de jejum prejudicada. Leucocitose, hemólise e glicólise em amostras submetidas ao
calor ou não imediatamente dessoradas podem determinar hipoglicemia espúria.
Líquido ascítico: normalmente, as concentrações no líquido ascítico são similares às
do soro. Na presença de leucócitos e bactérias, há consumo da glicose e redução dos
níveis: peritonites bacteriana espontânea, bacteriana secundária, tuberculosa e
carcinomatose peritoneal. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a
dosagem sérica.
Líquido pleural: níveis de glicose abaixo de 60 mg/dl ou 50% dos valores séricos
ocorrem no derrame parapneumônico, empiema, colagenoses, tuberculose pleural e
derrames malignos. Sua determinação deve ser feita em paralelo com a dosagem
sérica.
Líquido sinovial: normalmente, as concentrações no líquido sinovial são similares às
do soro. Nos derrames articulares inflamatórios e infecciosos níveis de glicose
inferiores a 50% dos valores plasmáticos são encontrados. Sua determinação deve ser
feita em paralelo com a dosagem sérica.
Líquor: níveis elevados podem ser encontrados na hiperglicemia plasmática.
Hipoglicorraquia ocorre na hipoglicemia plasmática, meningites e hemorragia
subaracnóidea. Razão glicose líquor/sangue abaixo de 0,4 tem sensibilidade de 85% e
especificidade de 96% no diagnóstico da meningite bacteriana. Sua determinação
deve ser feita em paralelo com a dosagem sérica.
Urina: a glicosúria pode ser utilizada no acompanhamento de pacientes diabéticos.
Crianças e grávidas podem apresentar glicosúria por diminuição do limiar renal. Não
serve para monitorização do tratamento.
Observação para todas as amostras
A separação da parte fluida dos elementos figurados (hemácias, leucócitos e outras
células) deve ser feita de forma imediata, para que não haja consumo deste analito.
Outra forma de se evitar este problema é a coleta de uma fração do líquido em
fluoreto.
SORO
Método
Colorimétrico Enzimático

40
Manual de Exames Biotest

Valor de referência
60 a 110mg/dL
Nota: The Expert Commitee on The Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus.
Follow-up Report on the Diagnosis of Diabetes Mellitus. Diabetes Care. 2003; 26(11):
3160-3167.
Amostra
0,8mL de soro ou plasma (Fluoreto).
J.O. 8h a 14 horas para adulto. Criança C.O.M.
Conservação para envio da amostra
Até 48 horas entre 2°C e 8°C (quando coletada em fluoreto ou centrifugada e
separada de elementos celulares logo após a coleta).

URINA
Método
Colorimétrico Enzimático
Valor de referência
Negativo
Amostra
Urina (jato médio da 1a urina da manhã - urina 12h* - Urina 24h*).
Laboratórios
Enviar 5mL e informar volume total.
Conservação para envio da amostra
Até 48 horas entre 2°C e 8°C.

LÍQUOR
Método
Colorimétrico Enzimático
Valor de referência
50 a 80mg/dL
Amostra
0,8mL de líquor.
Conservação para envio da amostra
Até 48 horas entre 2o e 8o C (quando coletada em fluoreto ou centrifugada e separada
de elementos celulares logo após a coleta).

LÍQUIDO ASCÍTICO
Método
Colorimétrico Enzimático
Valor de referência
Valores similares aos séricos são considerados normais. Encontram-se diminuídos
nos processos infecciosos e inflamatórios.
Nota: O ensaio somente será válido se a amostra for centrifugada, para separação dos
elementos celulares, logo após a coleta e refrigerada.
Amostra
0,8mL de líquido ascítico.
Conservação para envio da amostra
Até 48 horas entre 2°C e 8°C (quando coletada em fluoreto ou centrifugada e
separada de elementos celulares logo após a coleta).

41
Manual de Exames Biotest

LÍQUIDO PLEURAL
Método
Colorimétrico Enzimático
Valor de referência
Valores similares aos séricos são considerados normais. Valores de glicose abaixo de
60 mg/dl ou 50% dos valores séricos ocorrem em processos infecciosos e
inflamatórios.
Nota: O ensaio somente será válido se a amostra for centrifugada, para separação dos
elementos celulares, logo após a coleta e refrigerada.
Amostra
0,8mL de líquido pleural.
Conservação para envio da amostra
Até 48 horas entre 2°C e 8°C (quando coletada em fluoreto ou centrifugada e
separada de elementos celulares logo após a coleta).

LÍQUIDO SINOVIAL
Método
Colorimétrico Enzimático
Valor de referência
Valores similares aos séricos são considerados normais. Encontram-se diminuídos
nos processos infecciosos e inflamatórios.
Nota: O ensaio somente será válido se a amostra for centrifugada, para separação dos
elementos celulares, logo após a coleta e refrigerada.
Amostra
0,8mL de líquido sinovial.
Conservação para envio da amostra
Até 48 horas entre 2°C e 8°C (quando coletada em fluoreto ou centrifugada e
separada de elementos celulares
logo após a coleta).

GLICOSURIA – Urina de 24 horas


Comentários
A glicosúria decorre mais comumente do diabete melito. Entretanto, outras condições
podem determinar glicosúria: dietas ricas em glicose antes da coleta, uso de glicose
parenteral, feocromocitoma, glicosúria renal, pancreatite aguda, hipertireoidismo,
acromegalia, síndrome de Cushing. Normalmente glicosúria só é detectada quando a
glicemia é superior a 160mg/dL. Falso-negativo pode ocorrer no uso de ácido
ascórbico. Níveis de glicose no sangue oscilam sendo que uma pessoa normal poderá
apresentar glicosúria após uma refeição rica em glicose. Nas doenças que afetam a
reabsorção tubular (síndrome de fanconi, nefropatia tubular avançada) a glicosúria não
vem acompanhada por hiperglicemia. Outras causas de glicosúria sem hiperglicemia
são as lesões do sistema nervoso central, os distúrbios da tireóide e a gravidez.
Método
Colorimétrico/Enzimático
Valor de referência
Até 0,20 g/24 horas
Amostra

42
Manual de Exames Biotest

30,0mL de urina (jato médio 1a urina da manhã - urina 12h ou 24h).


Informar volume total de urina de 12 ou 24 horas
Conservação para envio da amostra
Até 2 dias entre 2°C e 8°C.

GRUPO SANGÜINEO E FATOR RH


Comentários
Determinação da tipagem sanguínea do indivíduo, em relação aos principais antígenos
de membrana eritrocitária. Estes dados poderão ser utilizados em rotinas pré-natais ou
condições transfusionais. Os resultados dizem respeito à presença de proteínas de
membrana eritrocitária dos tipos A, B e D. Assim, é possível o encontro de diferentes
situações: A (Rh positivo ou negativo), B (Rh positivo ou negativo), AB (Rh positivo ou
negativo) e O (Rh positivo ou negativo). Todos os testes cuja determinação de Rh
resultar negativa serão testados para Du (pesquisa de antígeno Rh de reação "fraca").
Embora a tipagem sanguínea obedeça a técnicas classicamente utilizadas, raríssimos
casos podem determinar resultados incorretos. Estados inflamatórios agudos,
proteínas plasmáticas anormais e presença de autoanticorpos podem estar
associados a estes casos.
Método
Aglutinação em tubo
Amostra
5mL de sangue total com EDTA refrigerado entre 2°C e 8°C.
Não encaminhar este exame ás sexta-feira s, sábados ou vésperas de feriados.
Conservação para envio da amostra
2 dias sob refrigeração entre 2°C e 8°C

HORMÔNIO DO CRESCIMENTO HUMANO (HGH)


Comentários
A dosagem do HGH é utilizada na avaliação do crescimento e no diagnóstico de
gigantismo e acromegalia. O hormônio de crescimento (HGH) é um polipeptídio
produzido na hipófise anterior, que estimula a produção de somatomedinas pelo
fígado, atuando sobre o crescimento. A secreção do HGH é pulsátil, ocorrendo cerca
de oito picos diários em jovens; nos adultos, esses picos são raros. Nos casos de
suspeita de deficiência de HGH, podem ser realizados testes de estímulo (pós-
exercício, atensina, clonidina, insulina, glucagon, L-Dopa). Pode ocorrer liberação de
HGH em condições fisiológicas após stress, exercício físico e sono. O stress pode
interferir, elevando falsamente os valores de HGH.
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Adultos.: 0,0 a 5,0 ng/mL
Crianças: 0,0 a 10,0 ng/mL

43
Manual de Exames Biotest

Após exercício:
Adultos: > 20,0 ng/mL
Crianças: > 10,0 ng/mL
Amostra
Colher em horários adequados (8, 16 ou 24hs), após 30 3 60 minutos de repouso.
Observar jejum de pelo menos 6 horas para a primeira coleta.
Anotar sexo e idade do paciente, medicação em uso e data da ultima menstruação.
Enviar 1mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 10 dias entre 2°C e 8°C.

HIV 1 e 2
Comentários
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) pertence ao gênero Lentivirus da família
Retroviridae e foi descoberto em 1983. O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é
isolado de casos de síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), doença que se
caracteriza por uma progressiva e fatal deterioração do sistema imune. Associados à
infecção HIV ocorrem doenças oportunistas (pneumocistose, toxoplasmose,
candidíase), neoplasias (sarcoma de Kaposi, linfomas B) e complexo demencial
O vírus infecta células do sistema imune humano, como linfócitos, macrófagos e
células dendríticas. A entrada do vírus na célula é mediada pela interação da proteína
gp120 do vírus com a molécula CD4 e com o receptor CCR55. À medida que se
multiplica, o HIV mata os linfócitos T CD4+, que têm papel central na resposta imune
celular. Com a baixa dos linfócitos T CD4+, a resposta imune celular deixa de
funcionar adequadamente. Esse quadro é conhecido como síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS). Durante a AIDS, diversas infecções oportunistas se
instalam, inclusive de microrganismos que, em pessoas saudáveis, não causam
doenças. Um indivíduo pode ficar infectado décadas com o HIV, porém, ao
desenvolver a AIDS, a sobrevida média gira em torno de 9 meses.
A transmissão do HIV se dá por três vias principais: contato sexual sem proteção,
contato com sangue contaminado (incluindo transfusões de sangue e uso de seringas
contaminadas) e transmissão de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou o
aleitamento materno.
Método
ELISA
Valores de referência
Não reagente: Ausencia de anticorpo
Reagente: Presença de anticorpo
Antígenos usados: HIV 1/2 Antígenos p24, gp41, gp36

Em atendimento à portaria N 59, de 28 de janeiro de 2003, resultados positivos são


confirmados por uma segunda metodologia diferente da primeira. Considera-se o
diagnóstico sorológico da infecção pelo HIV somente após análise de uma segunda
amostra.

44
Manual de Exames Biotest

Amostra
2mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 30 dias entre 2°C e 8°C.

GONADOTROFINA CORIÔNICA (BHCG)


Comentários
Como o teste é frequentemente utilizado para diagnóstico da gravidez, o diagnóstico
não deve se basear somente no resultado do exame laboratorial, mas sim na
correlação do resultado do teste com os sinais e sintomas clínicos.
O teste pode ser realizado no dia da provável menstruação. Entretanto, em alguns
casos, a concentração de hCG é tão baixa, que o teste será negativo. Realizar novo
teste em amostra colhida após 2 dias.
Nos casos de gravidez ectópica, toxemia da gravidez e aborto eminente, a excreção
de hCG pode estar diminuída, obtendo-se resultado falso-negativo.
Amostras de pacientes com doenças trofoblásticas como coriocarcinoma ou mola
hidatiforme que secretam hCG, podem produzir resultados positivos na ausência de
gravidez.
Baixas concentrações de hCG podem ocorrer em mulheres hígidas não grávidas.
Resultados falso-positivos podem ocorrer, raramente, em amostras que contenham
concentrações elevadas de LH (menopausa). Portanto, resultados positivos em
mulheres com mais de 45 anos devem ser interpretados com cautela.
QUANTITATIVO
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Mulheres grávidas:
Expectativa de Idade gestacional valores em mIU/mL
1 a 2 semanas - 16,0 a 156,0
2 a 3 semanas - 101,0 a 4.870,0
3 a 4 semanas - 1.110,0 a 31.500,0
4 a 5 semanas - 2.560,0 a 82.300,0
5 a 6 semanas - 23.100,0 a 151.000,0
6 a 7 semanas - 27.300,0 a 233.000,0
7 a 11 semanas - 20.900,0 a 291.000,0
11 a 16 semanas - 6.140,0 a 103.000,0
16 a 21 semanas - 4.720,0 a 80.100,0
21 a 39 semanas - 2.700,0 a 78.100,0
Mulheres não grávidas: inferior a 5,0
Homens: inferior a 5,0

Os fatores que podem interferir na dosagem do HCG sao: Fatores de coagulaçao,


fator reumatóide, anticorpos heterófilos e antianimais, anticorpos antiidiótipos,
fármacos e seus metabólitos

45
Manual de Exames Biotest

Amostra
2mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 30 dias entre 2°C e 8°C.

HCG QUALITATIVO
Método
Imunocromatografia
Valores de referência
Positivo: níveis de BHCG superiores a 25 mIU/mL
Negativo: níveis de BHCG inferiores a 25 mIU/mL

Os fatores que podem interferir na dosagem do HCG sao: Fatores de coagulaçao,


fator reumatóide, anticorpos heterófilos e antianimais, anticorpos antiidiótipos,
fármacos e seus metabólitos

Amostra
2mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
5mL urina: preferencialmente a 1° urina da manhã
Conservação para envio da amostra
Soro: até 30 dias entre 2°C e 8°C.
Urina: enviar no mesmo dia.

HEMOGLOBINA GLICOSILADA
Comentários
A dosagem da hemoglobina glicosilada é utilizada para o monitoramento de controle
glicêmico diabético. A glicose liga-se de forma irreversível e não enzimática a uma
série de proteínas e à hemoglobina (por rearranjo de Amadori), que se torna
glicosilada.
O grau de glicosilação é diretamente proporcional ao valor da glicemia e sua duração
varia também de paciente a paciente. Pequenas elevações dos valores da glicose em
reduzidos intervalos de tempo não são capazes de produzir modificações significativas
na Hb-G.
Quando pacientes diabéticos em estado de descontrole são submetidos ao tratamento
e passam a apresentar valores da glicemia em níveis ótimos, observa-se redução
progressiva da Hb-G que atinge o ponto de equilíbrio depois de 6 – 8 semanas. Assim,
o conceito de que uma determinação de Hb-G reflete os níveis glicêmicos da sexta ou
oitava semana precedente ao teste está definitivamente comprovado.
Um resultado de Hb-G próximo ao valor superior referente indica que o paciente
diabético tem estado sob controle metabólico adequado por várias semanas e exclui
uma perda temporária do controle durante o período avaliado. Os estudos da cinética
da glicosilação da hemoglobina têm demonstrado que quando há perda do controle
glicêmico os valores da Hb-G começam a se elevar logo na primeira semana de
descontrole e a velocidade do aumento é muito maior que a velocidade de queda

46
Manual de Exames Biotest

quando um paciente diabético é colocado em níveis desejáveis de glicemia. Portanto,


um resultado elevado de Hb-G pode ocorrer na presença de um controle metabólico
adequado quando a Hb-G ainda não atingiu o novo ponto de equilíbrio.
Método
Cromatografia em coluna
Valor de referência
5,3 a 8,0 %
Amostra
5mL de sangue total com EDTA refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

HEPATITE A - SOROLOGIA
Comentários
O vírus da hepatite A é um RNA vírus de transmissão fecal-oral, por contato
interpessoal, água ou alimentos contaminados. Período de incubação varia de 10 a 50
dias, sendo a infecção subclínica em 90% dos menores de 5 anos e 70 a 80% dos
adultos.
Anti-HAV IgM: é um marcador da fase aguda. Surge concomitantemente com o
desaparecimento do antígeno viral e permanece por 3 a 6 meses em
aproximadamente 80% a 90% dos pacientes e por até um ano em 10% dos casos.
Apresenta sensibilidade de 100% e especificidade de 99% para hepatite aguda.
Ocasionalmente o teste é negativo quando da apresentação clínica, mas repetição do
mesmo em 1 a 2 semanas demonstrará positividade. Reações cruzadas com o vírus
Epstein-Barr e da rubéola são raramente descritas.
Anti-HAV IgG: é detectado logo após anti-HAV IgM e seus títulos aumentam
gradualmente com a infecção, persistindo por toda a vida e indicando imunidade. A
resposta imunológica à vacina contra hepatite A é fundamentalmente do tipo IgG,
sendo que o anti-HAV IgG pode não ser detectado após vacinação, uma vez que os
títulos de anticorpos induzidos pela vacina são, em geral, mais baixos que os
induzidos pela infecção natural. Na prática, não é indicado a mensuração dos títulos
de anticorpos após a vacinação, uma vez que o limiar de corte dos testes
comercializados é superior ao nível mínimo reconhecido como protetor.
HVA IgG
Método
ELISA
Valores de referência
Não reagente: Superior a 1,1
Inconclusivo.: 0,9 a 1,10
Reagente: Inferior a 0,9

Amostra
0,5mL de soro ou plasma (EDTA) para cada.
J.O. 8h.
Interferentes

47
Manual de Exames Biotest

As amostras de pacientes tratados com heparina podem coagular parcialmente e


podem produzir resultados errôneos devido a presença de fibrina. Para prevenir este
fenômeno, deve-se colher a amostra antes da terapia com heparina.
Conservação para envio da amostra
Até 14 dias entre 2°C e 8°C.

HVA IgM
Método
ELISA
Valores de referência
Não reagente: Inferior a 0,8
Inconclusivo: 0,8 a 1,20
Reagente....: Superior a 1,20
Amostra
0,5mL de soro ou plasma (EDTA) para cada.
J.O. 8h.
Interferentes
As amostras de pacientes tratados com heparina podem coagular parcialmente e
podem produzir resultados errôneos devido a presença de fibrina. Para prevenir este
fenômeno, deve-se colher a amostra antes da terapia com heparina.
Conservação para envio da amostra
Até 14 dias entre 2°C e 8°C.

HEPATITE B – anti HBc Total


Comentários
São anticorpos contra o antígeno do core. O anti-HBc IgM surge ao mesmo tempo
que as alterações das transaminases na infecção aguda (1 a 2 semanas após o
HBsAg) e rapidamente alcança títulos elevados. Encontra-se positivo na infecção
aguda e durante a exacerbação da doença crônica ativa. Juntamente com o HBV
DNA, podem ser os únicos marcadores de infeção neonatal ou quando quantidades
pequenas de HBsAg são produzidas (hepatite fulminante). Nos 4 a 6 meses
subseqüentes, anti-HBc IgM predomina com queda moderada e aumento dos títulos
de Anti-HBc IgG. Em infecções auto-limitadas, o anti-HBc IgM se torna indetectável em
poucos meses, embora títulos baixos possam ser encontrados por até dois anos. Em
infecções crônicas de baixo grau, anti-HBc IgM também é indetectável ou com títulos
baixos, mas usualmente apresenta picos quando a replicação viral se exacerba. Pode
ser o único marcador da hepatite na janela entre o desaparecimento do HBsAg e
surgimento do anti-HBs. Após um período de 4 a 6 meses todo o anti-HBc é do tipo
IgG e persiste por toda a vida em > 90% dos pacientes. Assim sua presença indica
infecção atual ou prévia pelo HBV. Este anticorpo não confere imunidade. Pacientes
positivos para anti-HBc IgG mas negativos para HBsAg e anti-HBs podem ocorrer nas
seguintes situações: a) falso-positivo (doenças auto-imunes, hipergamaglobulinemia,
mononucleose); b) anticorpos adquiridos passivamente; c) infecção recente em
período de janela imunológica (HBsAg já depurado e anti-HBs ainda negativo); d)

48
Manual de Exames Biotest

infecção crônica, com níveis de HBsAg baixos; e) infecção prévia pelo HBV com anti-
HBs indetectável; f) em amostras com HbsAg/anti-HBs imunocomplexados.
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Não reagente: Ausência de Anticorpos
Reagente: Presença de Anticorpos
Amostra
1,0mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 14 dias entre 2°C e 8°C.

HBeAG
Comentários
O antígeno “e” é detectável no sangue ao mesmo tempo que o HBsAg. Sua presença
denota replicação viral e infecciosidade. O desaparecimento do HBeAg é indicativo de
redução da replicação viral, embora não exclua essa possibilidade (variante HBeAg-
minus). Nos casos auto-limitados, soroconversão ocorre em poucas semanas,
surgindo o anti-HBe. Na evolução para formas crônicas, com o HBsAg persistindo por
mais de 6 meses, a presença do HBeAg geralmente corresponde a um prognóstico de
maior gravidade. Nas cepas com mutação pré-core (não produtores de proteína “e”)
este marcador não é detectável apesar da replicação viral.
Método
ELISA
Valor de referência
Não reagente.: < 0,9
Inconclusivo.: 0,9 a 1,1
Reagente.....: > 1,1
Amostra
1,0mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 14 dias entre 2°C e 8°C.

Anti-HBe
Comentários
O anti-HBe surge na recuperação da infecção aguda, após o antígeno HBeAg não
mais ser detectado. Pode ser detectado por muitos anos após a recuperação da
infecção pelo HBV. Em um portador do HBV, um resultado positivo de anti-HBe
usualmente indica inatividade do vírus e baixa infecciosidade. Em pacientes infectados
com variantes do HBV (mutantes HBeAg negativos) a associação entre replicação e
expressão do HBeAg é desfeita, podendo ocorrer replicação na presença de anti-HBe.
Método
ELISA
Valores de referência
Não reagente: Superior a 1,1
Inconclusivo: Entre 0,9 e 1,1

49
Manual de Exames Biotest

Reagente: Inferior a 0,9


OBS.: Reação de competição. Atentar para valor de referência em testes Reagentes.

Amostra
1,0mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 14 dias entre 2°C e 8°C.

Anti-HBs
Comentários
Indica recuperação sorológica e imunidade contra o HBV, sendo útil para avaliar
resposta à vacina contra hepatite B e a recuperação da infecção natural. Usualmente,
esses anticorpos são permanentes, entretanto, podem se tornar indetectáveis anos
após a resolução da infecção ou em pacientes imunodeprimidos. Em geral, o Anti-HBs
é detectável duas a quatro semanas após o desaparecimento do HBsAg. Entretanto,
podese encontrar HBsAg e Anti-HBs positivos de forma simultânea. Cerca de 10% a
15% dos pacientes vacinados não respondem à vacina. A eficácia da vacina declina
em imunocomprometidos (60% a 70%), sendo muito baixa naqueles com
imunodepressão grave (10% a 20%). Pacientes jovens respondem melhor à vacina
que idosos, e as concentrações de anticorpos protetores declinam com o tempo.
Valores acima de 10mUI/mL são considerados protetores. Resultados falso-positivos
podem ocorrer devido a reações não específicas com certas glicoproteínas.
Método
Quimioluminescência
Valor de referência
Não reagente: < 10,0 mUI/ml
Reagente....: > 10,1 mUI/ml
Amostra
1,0mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 14 dias entre 2°C e 8°C.

HbsAg
ANTÍGENO AUSTRÁLIA
Comentários
É o antígeno de superfície (Austrália). Torna-se detectável 2 a 8 semanas após início
da infecção, duas a seis semanas antes das alterações da ALT e duas a cinco
semanas antes dos sinais e sintomas. Ocasionalmente, pode ser detectado apenas
após 12 semanas. Nos casos agudos e auto-limitados, o HBsAg usualmente
desaparece em 1 a 2 meses após início dos sintomas. Persistência do HBsAg por
vinte semanas após a infecção primária prediz persistência de positividade
indefinidamente. Em termos práticos, sua positividade está associada com
infecciosidade, estando presente nas infecções aguda ou crônica pelo HBV. Um
resultado de HBsAg positivo deve sempre ser confirmado e complementado com
outros marcadores de infecção. Deve-se considerar, ainda, a detecção de HBsAg
positivo transitório após vacinação.

50
Manual de Exames Biotest

Método
ELISA
Valores de referência
Não reagente: Ausência de antígeno
Reagente: Presença de antígeno

Obs.: Este exame pode, embora raramente, apresentar resultados falso-positivos ou


falso-negativos, que é uma característica do método. Em caso de incompatibilidade
clínica, à critério de seu médico, deverão ser feitos testes confirmatórios. Este exame
só deve ser interpretado pelo médico.
Amostra
1,0mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 14 dias entre 2°C e 8°C.

HEPATITE C - anti HCV


Comentários
O vírus da hepatite C freqüentemente causa infecção assintomática, entretanto, 70%
dos infectados evoluem para forma crônica, sendo que 20% desses evoluirão para
cirrose após 20 anos de infecção. A janela imunológica tem sido descrita como de até
seis meses, entretanto, ensaios de terceira geração, podem reduzir esse tempo para
seis a nove semanas. Falso-positivos podem ocorrem em grávidas, vacinação para
influenza, hipergamaglobulinemia, fator reumatóide e doenças reumáticas. Cerca de
50% dos doadores com anti-HVC positivo, são falso-positivos. É descrito para estes
ensaios sensibilidade de 99% em indivíduos imunocompetentes e de 60% a 90% em
imunocomprometidos. A confirmação da soropositividade requer, à critério médico,
complementação da investigação com RIBA (ensaio immunoblot recombinante) ou
reação em cadeia da polimerase (PCR).
Método
Imunoensaio enzimático - ELISA
Valor de referência
Não reagente: Ausência de anticorpos
Reagente: Presença de anticorpos

Obs.: Este exame pode, embora raramente, apresentar resultados falso-positivos ou


falso-negativos, que é característica do método. Na positividade, a critério clínico,
sugere-se repetir com uma nova amostra, usando métodos mais específicos (por
exemplo P.C.R.).
Resultado INCONCLUSIVO é quando apresenta valor próximo ao cut-off,
discriminação entre o REAGENTE e NÃO-REAGENTE. Recomenda-se colher nova
amostra 30 dias após a primeira coleta.

Amostra
1,0mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra

51
Manual de Exames Biotest

Até 14 dias entre 2°C e 8°C.

IgE

Comentários

A imunoglobulina E possui meia-vida biológica de um a cinco dias, circulando no


sangue como um monômero. Os níveis médios de IgE aumentam progressivamente
em crianças saudáveis até a faixa etária de 10 a 15 anos e declinam aos níveis
anteriores após a oitava década de vida. A produção IgE a um determinado antígeno é
dependente do grau e da freqüencia da exposição. Os testes sangüíneos de alergia
são a IgE total e IgE específico para alérgenos isolados ou em conjunto (múltiplos).
São úteis para complementar o diagnóstico clínico de alergia.

IgE total: em crianças com até três anos de idade é bom indicador da presença de
alergia. Após esta idade IgE total pode elevar-se devido a parasitoses intestinais e
contatos mais intensos com outros alérgenos, não tendo valor diagnóstico. Também
eleva-se em outras condições: imunodeficiências (ex.: síndrome de Wiskott-Aldrich,
síndrome de DiGeorge´s, síndrome de Nezelof), síndrome “Hiper-IgE” e na aspergilose
broncopulmonar. A mensuração de IgE total sérica, de forma isolada, apresenta valor
limitado como método de triagem de doenças alergológicas pois muitos pacientes com
níveis elevados de IgE específico apresentam níveis de IgE total dentro da
normalidade.

Método
Quimioluminescência

Valores de referência
0 a 1 ano: até 29 IU/mL
1 a 2 anos: até 49 IU/mL
2 a 3 anos: até 45 IU/mL
3 a 9 anos: até 87 IU/mL

Amostra
0,5 mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 7 dias entre 2°C e 8°C.

ÍNDICE DE TIROXINA LIVRE ( I.T.L. )


Comentários
Método indireto, baseado em dedução matemática, de determinação do T4 livre.
Indicado nas situações em que os níveis de hormônios tireoideanos totais estão

52
Manual de Exames Biotest

alterados, porém sem repercussão funcional (anormalidades das proteínas


transportadoras, gravidez, terapêutica com estrógenos, anticoncepcionais, etc.)
Utilizado no diagnóstico do hipertireoidismo e hipotireoidismo. O T4 livre corresponde
a 0,02-0,04% do T4 total, estando precocemente elevado nas fases iniciais do
hipertireoidismo, quando os níveis de T4 e T3 totais estão ainda dentro dos limites de
normalidade. Valores aumentados: hipertireoidismo. Valores diminuídos:
hipotireoidismo.
Método
Quimioluminescência
Valor de referência
0,80 a 1,50 Unidades ETR
Amostra
1,0mL de soro refrigerado entre 2°C e 8°C
Conservação para envio da amostra
Até 10 dias entre 2°C e 8°C.

HORMÔNIO LUTEINIZANTE - L.H.


Comentários
O LH é o hormônio estimulador das células intersticiais nos ovários e nos testículos.
No sexo feminino, seu grande aumento no meio do ciclo induz à ovulação. Se for
dosado de maneira seriada, pode determinar a data da ovulação. É secretado de
maneira pulsátil, o que parece ser fundamental para a sua ação. A interpretação de
uma única medida pode ser de limitado auxíllio clínico. Níveis aumentados de LH com
FSH normal ou baixo podem ocorrer com obesidade, hipertireoidismo e doença
hepática. Eleva-se nas patologias primariamente gonadais, mostrando-se em níveis
baixos nos hipogonadismos de origem hipofisária e hipotalâmica. Na Síndrome dos
Ovários Policísticos pode encontrar-se em valores acima do normal, valorizando-se a
relação LH/FSH maior que dois. Eleva-se na menopausa mais tardiamente que o FSH.
Realizamos a dosagem de LH (rápido) por outra metodologia para casos de
fertilização in vitro.
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Homens: 0,8 a 7,6 mUI/mL
Mulheres:Ciclos ovulatórios:
Fase folicular: 1,1 a 11,6 mUI/mL
Meio ciclo: 17 a 77 mUI/mL
Fase luteal: ND* a 14,7 mUI/mL
Perimenstrual, +- 8 dias: ND a 12,0 mUI/mL
Pós menopausa: 11,3 a 39,8 mUI/mL
Anticoncepcionais orais: ND* a 8,0 mUI/mL
*Não detectável
Amostra
1,0mL de soro
J.D. 4h.

53
Manual de Exames Biotest

Informações necessárias
Para mulher, questionar:
• Regularidade menstrual (duração do ciclo), se irregular há quanto tempo se tornou
irregular e se é necessário uso de medicamentos para que ocorra a menstruação;
data da última menstruação;
• Gravidez, idade gestacional;
• Uso atual ou prévio de anticoncepcional ou outros hormônios, e tempo de
interrupção se uso prévio;
Para criança, questionar:
• Atraso de desenvolvimento puberal;
• Atraso do crescimento;
• Desenvolvimento puberal precoce, menstruação (se feminino).
Conservação para envio da amostra
Até 7 dias entre 2°C e 8°C.

PESQUISA DE LEUCÓCITOS FECAIS


Comentários
O aparecimento de leucócitos (piócitos) nas fezes, indica um processo inflamatório na
luz intestinal. Para se confirmar a presença de processo infeccioso, há necessidade da
demonstração do agente infeccioso através do exame bacterioscópico ou de técnicas
de isolamento e cultura.
Método
Microscopia ótica
Valor de referência
Ausente
Amostra
Fezes recente (a fresco). Enviar rapidamente.
Conservação para envio da amostra
Até 3 dias entre 2°C e 8°C.

MAGNÉSIO
Comentários
A determinação do magnésio tem assumido importância clínica considerável
principalmente na área da neonatologia, onde os distúrbios metabólicos deste íon
(hipomagnesemia) são os responsáveis por sinais e sintomas clínicos, frequentemente
atribuídos à hipocalcemia.
Valores diminuídos do magnésio sérico ocorrem em várias condições clínicas: estado
de má nutrição como Kwashiorkor, alcoolismo (principalmente no delirium tremens),
estados de má absorção (esteatorréia), pancreatite aguda, hipoparatireoidismo,
hipertireoidismo e hiperaldosteronismo.

54
Manual de Exames Biotest

Na acidose diabética o magnésio sérico modifica-se paralelamente ao potássio, antes


e após insulinoterapia e hidratação.
Elevação do magnésio é encontrada na desidratação, acidose diabética severa,
doença de Addison, nanismo hipofisário tratado com hormônio do crescimento.
Condições que interferem na filtração glomerular, como na uremia, resultam na
retenção de magnésio e consequente elevação na concentração sérica.
Devido à associação descrita entre terapia com aminoglicosídeos e hipomagnesemia
severa, recomenda-se a realização de dosagem de magnésio nestes casos. Tal
recomendação também é aplicada diante do uso de ciclosporina.

SANGUE
Método
Colorimétrico automatizado
Valor de referência
1,9 a 2,5 mg/dL
Amostra
0,8mL de soro
JO: 8 horas
Conservação para envio da amostra
Até 7 dias entre 2°C e 8°C.

URINA
Valor de referência - uina recente
7,3 a 12,2mg/dL
Valor de referência - urina 24h
50 a 150mg/24h
Amostra
Urina (urina recente - urina 24h).
Usar HCl 50% 20mL/L de urina - Refrigerar (facultativo).
Laboratórios
Enviar 5mL de urina e informar volume total - Frasco plástico.

MICOLÓGICO DIRETO
Comentários
O exame micológico direto é utilizado para diagnóstico rápido das micoses, permitindo
pronta instituição terapêutica. É utilizado também no diagnóstico diferencial de outras
afecções que se assemelham a infecções fúngicas.
Método
Microscopia direta.
Amostra
Secreção vaginal, uretral, urina 1o jato, secreções de feridas, escarro, punção de
linfonodos, abcessos, descamação de lesões de pele, pêlos, unhas e líquidos
corpóreos.
Conservação para envio da amostra

55
Manual de Exames Biotest

Até 48 horas para secreção vaginal, uretral, urina 1o jato, líquidos corporais, secreção
de feridas, escarro, punção de linfonodos e abscessos, entre 2°C e 8°C.
Até 14 dias para material de descamação de pele, pêlos e unhas, em temperatura
ambiente.

MONONUCLEOSE – MONOTESTE
Comentários
Em pacientes com suspeita de mononucleose infecciosa (MI) ou outro quadro
atribuído ao vírus Epstein-Barr, o monoteste é indicado como teste inicial. É um teste
de aglutinação rápida para pesquisa anticorpos heterófilos, que apresenta
sensibilidade semelhante ou ligeiramente superior à reação de Paul-Bunnell. Estes
anticorpos são IgM que reagem contra antígenos da superfície de hemácias de
carneiro e cavalo, mas não com células renais de cobaia. Tornam-se positivos na MI
dentro de 4 semanas após a infecção, diminuem após a fase aguda, mas podem ser
detectados por 6 a 12 meses. Cerca de 10% a 20% dos casos de MI podem não
apresentar anticorpos heterófilos. Este fato é mais comum em crianças. Apresenta
sensibilidade de 63% a 84% com especificidade de 84% a 100%. Falso-positivos para
anticorpos heterófilos têm sido reportados em pacientes com linfoma, hepatite viral e
doenças auto-imunes. Deve-se lembrar que a maioria dos pacientes imunodeprimidos
não produz anticorpos heterófilos. Nos pacientes com suspeita de EBV, quadro
hematológico sugestivo e monoteste positivo não há necessidade de determinação de
anticorpos para antígenos específicos.
Caso a pesquisa de anticorpos heterófilos seja negativa e ainda exista suspeita de MI,
anticorpos contra antígenos específicos (anti-VCA) devem ser solicitados. Veja
também Epstein-Barr anti-VCA, Reação de Paul-Bunnell-Davidsohn e PCR para
Epstein-Barr.
Método
Aglutinação direta
Valor de referência
Não Reagente
Amostra
0,5mL de soro.
J.O. 8h.
Conservação para envio da amostra
Até 7 dias entre 2°C e 8°C.

P.S.A. LIVRE
A dosagem do PSA (antígeno prostático específico) tem sido utilizada para detecção e
segmento de pacientes com câncer de prostata. Constitui ser um ótimo marcador de
recorrencia ou recidiva do processo neoplásico. Quando a dosagem é utilizada com
finalidades diagnósticas e os valores encontrados estão entre 2,0 e 10,0 ng/ml, o
poder discriminante é muito baixo, havendo sobreposição com os valores observados

56
Manual de Exames Biotest

em outros processos prostáticos não neoplasicos, tais como prostatite e hiperplasia


benigna da próstata. Por essas razões entre níveis de PSA total está indicada a
dosagem concomitante do Psa livre e do cálculo de sua seleção percentual e devem
ser avaliados mais amiúde.Cerca de 85 a 90% do PSA dosável circula ligado à alfa-1-
antiquimiotripsina e os 10% a 15% restantes permanecem livre. Segundo alguns
autores, os pacientes com carcinoma de próstata possuem a fração livre menor que os
pacientes com hiperplasia benigna. Dessa forma, a relação a relação PSA livre/PSA
total também é menor nos pacientes com cancer. Valores da relação PSA livre/PSA
total inferiores a 18 são encontrados em cancer da prostata em 60% dos casos,
enquanto que valores superiores a 18 são sugestivos de hiperplasia prostática
benigna.
Método
Quimioluminescência
Valor de referência
0,05 a 0,25 ng/mL

P.S.A. TOTAL
Método:
Quimioluminescência
Valores de referência:
até 39 anos.....: até 1,8 ng/mL
40 a 50 anos....: 0,0 a 2,5 ng/mL
51 a 60 anos....: 0,0 a 3,5 ng/mL
61 a 70 anos....: 0,0 a 4,5 ng/mL
acima de 70 anos: 0,0 a 6,5 ng/mL
Amostra
1,0mL de soro.
J.O. 4h.
Informações necessárias
- Após ultra-som transretal, aguardar 24 horas, ou C.O.M.
- Após exercícios pesados, aguardar 24 horas, ou C.O.M.
- Após ejaculação (relação sexual), aguardar 2 dias, ou C.O.M.
- Após toque retal, aguardar 2 dias, ou C.O.M.
- Após biópsia de próstata, aguardar 4 semanas, ou C.O.M.
- Após massagem na próstata, aguardar 4 semanas, ou C.O.M.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

RELAÇÃO P.S.A. LIVRE / P.S.A TOTAL :


Valor de referência: Acima de 18% sugestivo de benignidade.
Obs.: A relação PSA livre / PSA total só deve ser considerado quando o PSA total
estiver entre 4,0 e 10,0 ng/mL

57
Manual de Exames Biotest

PESQUISA DE FUNGOS - TRICHOMONAS - PROTOZOÁRIOS - PARASITAS


Comentário
Utilizado no diagnóstico de tricomoníase, candidíase e parasitoses em diversos
materiais clínicos, especialmente em secreções vaginal, uretral e urina de primeiro
jato.
Método
Microscopia direta.
Amostra
Secreção vaginal, uretral, urina (1o jato da 1a micção do dia), secreções de feridas,
escarro, punção de linfonodos e abcessos.
Deve-se, preferencialmente, não estar em uso de medicamentos tópicos.
Conservação para envio da amostra
Conservar em solução salina estéril, em temperatura ambiente ou em frascos
esterilizados. Enviar o material ao laboratório imediatamente após a coleta.
Somente para laboratórios localizados em Marabá

PLAQUETAS, CONTAGEM
Comentários
As plaquetas são os menores elementos morfológicos do sangue. Sua determinação é
rotineiramente indicada na avaliação de trombocitose, plaquetopenias e alterações
morfológicas em patologias congênitas ou adquiridas.
Veja também Hemograma.
Método
Fluxometria e impedância
Valor de referência
140.000 a 450.000/mm3
Nota: Contagens anormais são repetidas e confirmadas ao microscópio óptico e/ou
contraste de fase.
Amostra
1,0mL de sangue total (em EDTA ou citrato).
J.D. 4h.
Laboratórios
Enviar além do sangue total, 2 esfregaços sangüíneos preferencialmente
confeccionados sem
anticoagulante. As lâminas devem ser identificadas com nome completo do paciente
ou iniciais, sendo conveniente que o primeiro nome seja escrito por extenso.
Conservação para envio da amostra
Até 24 horas em temperatura ambiente.
Até 48 horas entre 2°C e 8°C.

58
Manual de Exames Biotest

POTÁSSIO
Comentários
Soro: É o principal cátion intracelular, com concentração em torno de 150 mEq/L,
enquanto os níveis séricos estão em torno de 4 mEq/L. Esta diferença é importante na
manutenção do potencial elétrico da membrana celular e na excitação do tecido
neuromuscular. Na urina ou soro sua aplicação está relacionada aos níveis de
aldosterona, na reabsorção de sódio e no equilíbrio ácido-base.
Urina: Principais causas da diminuição: doenças de Addison, doença renal com
diminuição do fluxo urinário. Aumento: Síndrome de Cushing, aldosteronismo, doença
tubular renal.
Método
Eletrodo Seletivo

SANGUE
Valor de referência
3,5 a 5,5mEq/L
Amostra
0,8mL de soro.
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

URINA
Valor de referência - urina 24h
23 a 123mEq/24h
Amostra
Urina (urina recente - urina 24h ou C.O.M.).
Usar HCl 50% 20mL/L de urina ou refrigerar.
Laboratórios
Enviar 5mL de urina e informar volume total.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias com conservante ou entre 2°C e 8°C.

PROGESTERONA
Comentários
A progesterona é produzida pelo corpo lúteo, sendo o marcador de sua existência (por
conseqüência da ocorrência de ovulação) e de sua funcionalidade. Uma fração mínima
é secretada pelas adrenais, elevandose na hiperplasia adrenal congênita e em alguns
carcinomas adrenais e ovarianos. Na gestação, eleva-se rapidamente nas primeiras
semanas, refletindo o funcionamento do corpo lúteo e da placenta. Valores mais
baixos são encontrados na gestação ectópica ou aborto. Está diminuída na
amenorréia e agenesia gonadal.
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Homens: 0,27 a 0,90 ng/mL

59
Manual de Exames Biotest

Mulheres adultas:Ciclos ovulatórios:


Fase folicular: ND* a 1,13 ng/mL
Média folicular, dias 5 a 11: ND* a 0,98 ng/mL
Meio Ciclo: 0,48 a 1,72 ng/mL
Fase luteal: 0,95 a 21 ng/mL
Média lútea, dias 7 a 8: 6,0 a 24 ng/mL
Pós-menopausa: ND* a 1,0 ng/mL
Contraceptivos orais: 0,34 a 0,92 ng/mL
Mulheres Grávidas:
Primeiro trimestre: 9,3 a 33,2 ng/mL
Segundo trimestre: 29,5 a 50,0 ng/mL
Terceiro trimestre: 83,1 a 160 ng/mL
*Não detectável pelo método.
Amostra
0,5mL de soro.
J.D. 4h.
Informações necessárias
Para mulher, questionar:
• Regularidade menstrual (duração do ciclo), se irregular há quanto tempo se tornou
irregular e se é necessário uso de medicamentos para que ocorra a menstruação;
data da última menstruação;
• Gravidez, idade gestacional;
• Uso atual ou prévio de anticoncepcional ou outros hormônios, e tempo de
interrupção se uso prévio;
Para criança, questionar:
• Atraso de desenvolvimento puberal;
• Atraso do crescimento;
• Desenvolvimento puberal precoce, menstruação (se feminino).
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

PROLACTINA
Comentários
A prolactina é um hormônio protéico secretado pela hipófise anterior e pela placenta.
Durante a gestação, em associação com outros hormônios, estimula o
desenvolvimento das mamas e a produção de leite, nesse período, a prolactina
aumenta sob estímulo do estradiol atingindo valores cerca de 10 vezes o valor
encontrado em não grávidas. A secreção de prolactina é estimulada por estrógenos,
sono, estresse e TRH, dentre outros. A secreção de prolactina é diminuída pela
dopamina e seus análogos, tais como, a bromocriptina. A hipersecreção de prolactina
pode ser causada por tumores hipofisários (prolactinoma e tumores que comprimem a
haste hipofisária), doença hipotalâmica, estímulo mamilar, trauma do tórax,
hipotireoidismo, insuficiência renal, exercício físico, estresse, alimentação e várias
medicações (fluoxetina e metoclopramida, por exemplo). A hiperprolactinemia inibe a

60
Manual de Exames Biotest

secreção de LH e FSH, podendo levar a hipogonadismo. A presença de


macroprolactina deve ser considerada nos indivíduos assintomáticos com elevação da
prolactina sérica próxima a 100nanog/ml. O achado de concentrações pouco elevadas
deve ser confirmado em novas dosagens, ressaltando que a comparação de
resultados de metodologias diferentes não é confiável. A ocorrência de galactorréia
sem prolactina elevada pode ser conseqüente a hiperprolactinemia oculta ou noturna,
após descartada a possibilidade de efeito gancho.
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Homens: 2,5 a 17,0 ng/mL
Mulheres: 1,9 a 25 ng/mL
Amostra
0,5 mL de soro.
J.D. 4h.
Repouso de 30 minutos para quem fez exercício físico.
Informações necessárias
Informar se é controle de tratamento ou verificar a razão pela qual o exame foi
solicitado.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

PROTEINAS TOTAIS
Comentários
A dosagem isolada da proteína total tem pouco valor, porque a alteração em uma das
frações pode ser compensada por alteração oposta de outra fração, como ocorre nas
doenças crônicas em que há diminuição de albumina com aumento de gamaglobulina.
Ocorrência similar pode ser observada em respostas de fase aguda, tais como
infecções ou traumas, ocasião em que muitas proteínas plasmáticas produzidas no
fígado aumentam sua concentração, enquanto a albumina se reduz, mantendo a
concentração protéica total praticamente inalterada.
As proteínas estão aumentadas em algumas neoplasias, especialmente em mieloma
múltiplo; na macroglobulinemia; doenças autoimunes, como artrite reumatóide e lupus
eritematoso sistêmico; doenças granulomatosas como a sarcoidose, leishmaniose
visceral; endocardite bacteriana sub-aguda e linfogranuloma; em alguns casos de
doença hepática crônica, como hepatite autoimune e na desidratação.
As proteínas estão diminuídas na gravidez; hiperhidratação, desnutrição grave, cirrose
e outras doenças hepáticas, incluindo alcoolismo crônico; imobilização prolongada;
insuficiência cardíaca; nefrose e insuficiência renal; hipertireoidismo; deficiência de
cálcio e vitamina D e na síndrome de má absorção.
A dosagem de proteína no líquido sinovial tem sensibilidade de 52% e especificidade
de 56% nas doenças inflamatórias. A determinação da concentração de proteínas no
líquido pleural é de pouco valor, exceto quando combinada com outros parâmetros
que permitam fazer a diferença entre exsudato e transudato. Em 15 a 20% dos
indivíduos com hepatopatias acompanhadas de ascite, a concentração de proteína no

61
Manual de Exames Biotest

líquido ascítico é superior a 2,5 g/dL. Nos pacientes com ascite de etiologia
neoplásica, as concentrações de proteínas são menores que 2,5 g/dL.

SANGUE
Método
Colorimétrico Automatizado
Valor de referência
6,00 a 8,00 g/dL
Amostra
0,5 mL de soro.
J.D. 4h.
Conservação para envio da amostra
Até 30 dias entre 2°C e 8°C.
LÍQUIDO ASCÍTICO
Método
Colorimétrico
Valor de referência
Transudato : < 2,5 g/dL
Exsudato : > 3,0 g/dL
Amostra
0,5mL de líquido ascítico.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

LÍQUIDO PLEURAL
Método
Colorimétrico
Valor de referência
Transudato : < 2,5g/dL
Exsudato : > 3,0g/dL
Amostra
0,5mL de líquido pleural.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

LÍQUIDO SINOVIAL
Método
Colorimétrico
Valor de referência
2,5 a 3,0g/dL
Amostra
0,5mL de líquido sinovial.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

URINA
Método
Colorimétrico

62
Manual de Exames Biotest

Valor de referência - urina 24h


28 a 141mg/24h
Valor de referência - urina recente
1 a 15mg/dL
Amostra
Urina (urina recente - urina 24h* ou C.O.M.).
Laboratórios
Enviar 5mL de urina com conservante e informar volume total.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

PCR – PROTEÍNA C REATIVA


Comentários
A proteína C-reativa é, provavelmente, o teste mais sensível para avaliar a reação
inflamatória ou necrose tissular. A PCR tem meia vida de 5 a 7 horas e por esta razão
seus valores caem aos níveis de referência muito mais rapidamente que outras
proteínas de fase aguda. Em 70% dos pacientes com infecção, a elevação da PCR
precede em pelo menos 12 horas a elevação de outros marcadores de infecção como
a leucocitose, hemossedimentação e, mesmo, a febre.
A síntese da PCR não é afetada diretamente por drogas anti-inflamatórias ou
imunossupressoras incluindo esteróides, e uma diminuição dos níveis séricos da PCR,
mesmo com o uso destas drogas, é um indicador seguro da involução do processo
inflamatório.
Condições clínicas que apresentam concentração sérica de PCR muito elevada:
infecções bacterianas, doença de Still, espondilite anquilosante, artrite associada à
anastomose jejuno-ileal, doença de Crohn, infarto agudo do miocárdio, artrite
psoriática, síndrome de Reiter, febre reumática, artrite reumatóide, amiloidose
secundária, complicações trombo-embólicas pós-cirúrgicas e vasculites.
Condições clínicas que apresentam pequenas elevações de PCR: hepatite crônica
ativa, a maioria das viroses, dermatomiosite, polimiosite, doença mista do tecido
conectivo, esclerodermia, lupus eritematoso sistêmico, leucemias e colite ulcerativa.
Nestas condições, níveis séricos de PCR iguais ou maiores que 100 mg/L são um
indicador seguro de infecção bacteriana intercorrente ou acutização em casos de
leucemia.
Método
Aglutinação
Valor de referência
Não reagente
Amostra
1,0mL de soro
Conservação para envio da amostra
Até 30 dias entre 2°C e 8°C.

63
Manual de Exames Biotest

PROTEÍNA-C REATIVA ULTRA-SENSÍVEL


Comentários
O reconhecimento de que o processo inflamatório crônico está implicado na gênese da
aterosclerose revelou a importante associação da inflamação da parede arterial com o
desenvolvimento de doença coronariana. Estudos recentes têm demonstrado que a
PCRus é o marcador inflamatório sérico de escolha, sendo um fator de risco
independente preditivo de eventos coronarianos2.
A III Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e de Prevenção da Aterosclerose da
Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que a determinação da PCRus seja
utilizada na estratificação do risco de eventos coronarianos. Entretanto, sua
determinação não se aplica a fumantes, obesos, diabéticos, portadores de
osteoartrose, mulheres sob terapia de reposição hormonal, indivíduos em uso de anti-
inflamatórios ou na presença de infecções3.
Para reduzir a variabilidade intra-individual, a determinação da PCRus deve ser
realizada em indivíduos metabolicamente estáveis, que não apresentam evidência de
infecção ou outro processo inflamatório. O resultado deve ser obtido através da média
das medições realizadas em duas amostras, colhidas com intervalo de duas semanas.
Concentração de PCR superior a 10,0 mg/L indica a presença de infecção ou outro
processo inflamatório e impede a utilização deste marcador na avaliação de risco
coronariano. O resultado maior que 10,0 mg/L deve ser desconsiderado e a PCR deve
ser determinada novamente após a resolução do processo
Método
Nefelometria
Valor de referência
Risco de Doença Cardiovascular
Risco baixo: < 1,0 mg/L
Risco médio: 1,0 a 3,0 mg/L
Risco alto: > 3,0 mg/L
Amostra
1,0mL de soro
Conservação para envio da amostra
Até 30 dias entre 2°C e 8°C.

RETICULÓCITOS, CONTAGEM
Comentários
A contagem de reticulócitos é útil para avaliar atividade eritropoiética, sendo
importante para o diagnóstico diferencial das anemias e para acompanhar tratamento.
Valores aumentados são encontrados na hiperatividade da medula óssea
(reticulocitose), como por exemplo nas anemias hemolíticas. Valores diminuídos são
encontrados na hipoatividade da medula óssea (reticulocitopenia), como por exemplo
na aplasia medular.
Método
Coloração supravital
Valor de referência
Percentual : 0,5% a 1,5 %

64
Manual de Exames Biotest

Quantitativo : de 25.000 a 50.000/mm3


Amostra
1,0mL de sangue total (EDTA).
Conservação para envio da amostra
Até 48 horas em temperatura ambiente.

ROTAVIRUS, PESQUISA
Comentários
Os rotavírus são a principal causa mundial de gastroenterites com desidratação em
crianças. O diagnóstico precoce através da detecção do rotavírus nas fezes evita o
uso desnecessário de antibióticos e orienta medidas epidemiológicas. Os rotavírus
podem também causar infecção em adultos. A doença é geralmente moderada, com
casos também ocorrendo entre viajantes, de forma epidêmica, após contato com a
água. A sua eliminação é máxima no 4° dia e diminui até o 8° dia. O diagnóstico se faz
pela pesquisa do vírus nas fezes líquidas não purulentas e não sanguinolentas.
Método
Imunocromatografia
Valor de referência
Negativo
Amostra
10gr de fezes recentes refrigeradas entre 2°C e 8°C.
Conservação para envio da amostra
2 dias refrigerado entre 2°C e 8°C.

RUBÉOLA - ANTICORPOS IgM e IgG


A rubéola é uma infecção viral causada por um togavírus. Cerca de 80% dos adultos
jovens já são imunes à rubéola, seja por infecção natural ou por vacinação. Em
adultos, a infecção é assintomática ou os sintomas são leves. No entanto, a infecção
congênita, especialmente no primeiro trimestre de gravidez, pode levar à
malformações do concepto, aborto espontâneo e morte fetal.
Em uma resposta imune primária contra o vírus da rubéola, ocorre um aumento
transitório de IgM anti-rubéola, seguido de um aumento de IgG anti-rubéola, que pode
ser detectado a partir da quarta semana após a infecção. Já em uma resposta imune
secundária, os títulos de IgG anti-rubéola aumentam podendo ocorrer um aumento
ocasional de IgM anti-rubéola.
O papel do diagnóstico sorológico da rubéola varia de caso a caso. A avaliação mais
simples é a verificação da imunidade pela presença de anticorpos contra rubéola. A
presença de anticorpos IgG anti-rubéola sugere infecção prévia e suposta imunidade.
Se uma mulher possui anticorpos anti-rubéola, não é necessário preocupar-se com
infecções durante a gravidez. Se a mulher não está imunizada e não está grávida, ela
deve receber a vacina de rubéola. Entretanto, se a mulher estiver grávida ou pretende
engravidar nas 4 semanas seguintes, ela não deve receber a vacina, pois, como a

65
Manual de Exames Biotest

vacina é feita de vírus vivos atenuados, existe um pequeno risco de infecção do feto,
apesar de caso semelhante nunca ter sido reportado.
A detecção de anticorpos IgM anti-rubéola significa que ocorreu a infecção pelo vírus,
servindo como teste complementar à detecção de anticorpos IgG anti-rubéola em
amostras pareadas.

Rubéola – Anticorpos IgG


Método
ELISA
Valores de referência
Não Reagente: < 10 UI/mL Não imune
Inconclusivo: 10 a 11 UI/mL
Reagente: > 11 UI/Ml Sugere imunidade
Amostra
1,0mL de soro
Conservação para envio da amostra
30 dias refrigerado entre 2°C e 8°C.

Rubéola - Anticorpos IgM


Método
ELISA
Valores de referência
Não Reagente: Ausência de anticorpos
Reagente: Presença de anticorpos
Amostra
1,0mL de soro
Conservação para envio da amostra
30 dias refrigerado entre 2°C e 8°C.

SÓDIO
Comentários
Soro: É o principal cátion extracelular. Os sais de sódio são os principais
determinantes da osmolalidade celular. Alguns fatores regulam a homeostasia do
sódio, tais como aldosterona e hormônio antidiurético. O teste é útil na avaliação dos
distúrbios hidroeletrolíticos.
Urina: Principais causas de aumento são o uso de diuréticos, dieta rica em sal,
Secreção Inadequada de ADH e Doença de Addison. Diminuição ocorre na síndrome
nefrótica, necrose tubular, dieta pobre em sódio e Síndrome de Cushing.

SANGUE
Método
Eletrodo Seletivo
Valor de referência
135 a 145mEq/L
Amostra

66
Manual de Exames Biotest

0,8mL de soro.
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

URINA
Método
Eletrodo Seletivo
Valor de referência
40 a 240mEq/24hs
135 a 144mEq/L
Amostra
Urina (urina recente - urina 24h* ou C.O.M.).
Usar HCl 50% 20mL/L de urina ou refrigerar.
Laboratórios
Enviar 5mL de urina com conservante e informar volume total.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias com conservante ou entre 2°C e 8°C.

T3 LIVRE
Comentários
A maior parte do T3 circulante é ligada às proteínas; somente 0,3% existe na forma
livre, não ligada. A medida do T3 é utilizada para diagnóstico e monitoramento do
tratamento do hipertireoidismo. Quando um aumento na TBG é suspeitado como a
causa de um nível sérico total elevado de T3, o ensaio de T3 livre pode diferenciar
esta Amostra do verdadeiro hipertireoidismo. Encontra-se aumentado na Doença de
Graves, na tireotoxicose por T3, na resistência periférica ao hormônio tireoidiano e
adenoma produtor de T3. Diminuído na Síndrome do Eutireoidiano Doente e
hipotireoidismo (1/3 dos casos).
Método
Quimioluminescência
Valor de referência
1,80 a 4,20 pg/mL
Amostra
1,0mL de soro.
J.D. 4h.
Informações necessárias
Informar medicamentos em uso ou que usou recentemente, inclusive fórmulas para
emagrecer. Se mulher, informar se esta grávida ou se usa anticoncepcional.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

67
Manual de Exames Biotest

T3 RETENÇÃO
Comentários
É uma medida indireta dos sítios de ligação da TBG não saturados pelos hormônios
tiroidianos. T3 retenção não mede os níveis séricos de T3. O T3 marcado foi utilizado
em preferência ao T4 devido a sua menor afinidade pela TBG. Aumento na T3
captação pode ocorrer no hipertiroidismo, em uso de drogas que deslocam o T4 da
TBG (salicilato, fenitoína, etc), e em concentrações reduzidas de TBG. Redução na T3
captação pode ocorrer no hipotiroidismo e nos casos em que há aumento da TBG. O
T3 retenção é utilizado conjuntamente com a dosagem do T4 total no cálculo do ITL
(Índice de Tiroxina Livre), para estimar a quantidade de T4 livre circulante.
Recentemente, os ensaios de hormônios tireoidianos livres tornaram-se mais
reprodutivos, diminuindo a necessidade do ensaio de T3 retenção.
Método
Quimioluminescência
Valor de referência
27 a 36%
Amostra
1,0mL de soro.
J.D. 4h.
Informações necessárias
Informar medicamentos em uso ou usou recentemente, inclusive fórmulas para
emagrecer e, se mulher, informar se esta grávida ou se usa anticoncepcional.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

T3 REVERSO
Comentários
A 3,3´5´-Triiodotironina (T3 reverso, rT3) é, juntamente com o 3,5,3´-Triiodotironina
(T3), um metabólito deiodinado da tiroxina (o maior produto secretório da glândula
tireóide). Ao contrário do T3, entretanto, o rT3 é metabolicamente inerte. Encontra-se
elevado na Síndrome do Eutireoidiano Doente, no recém-nato, na Síndrome do T3
baixo e no hipertireoidismo. Redução nos seus níveis é observada no hipotireoidismo.
Método
Radioimunoensaio
Valor de referência
0,15 a 0,35 ng/mL
Os recém nascidos apresentam concentrações mais elevadas que os adultos, que
diminuem rapidamente.
Do mesmo modo, podem encontar-se valores elevados de T3 Reverso em mulheres
grávidas ou em tratamento contraceptivos orais.
Amostra
1,0mL de soro.
J.D. 4h.
Informações necessárias

68
Manual de Exames Biotest

Informar medicamentos em uso ou usados recentemente, inclusive fórmulas para


emagrecer. Se mulher, informar se está grávida ou se usa anticoncepcional.
Conservação para envio da amostra
Congelado.

T3 TOTAL
Comentários
A triiodotironina total é produzida, primariamente, pela deiodinação do T4 (80%) e é
também secretada diretamente pela glândula tireóide. T3 no sangue é,
predominantemente, ligado a proteínas plasmáticas. Apresenta-se elevado na Doença
de Graves, T3 toxicose, nos casos de hipertireoidismo TSH dependente, aumento de
TBG e gravidez. Valores baixos podem ser encontrados nos quadros de doença não
tireoidiana, hipotireoidismo e reduções da TBG.
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Adultos: 84 a 172 ng/dL
Crianças: 1 ano: 33 a 256 ng/dL
2 anos: 36 a 254 ng/dL
3 anos: 42 a 248 ng/dL
4 anos: 44 a 236 ng/dL
5 anos: 44 a 231 ng/dL
6 anos: 44 a 225 ng/dL
7 anos: 43 a 220 ng/dL
8 anos: 42 a 216 ng/dL
9 anos: 42 a 212 ng/dL
10 anos: 42 a 209 ng/dL
11 anos: 41 a 205 ng/dL
12 anos: 41 a 202 ng/dL
Amostra
1,0mL de soro.
J.D. 4h.
Informações necessárias
Informar medicamentos em uso ou usados recentemente, inclusive fórmulas para
emagrecer. Se mulher, informar se esta grávida ou se usa anticoncepcional.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

T4 LIVRE
Comentários
Hormônios tireoidianos são transportados no sangue ligados a várias proteínas de
ligação. Estas incluem a TBG, a pré-albumina e a albumina. Somente 0,03% da

69
Manual de Exames Biotest

tiroxina encontra-se não ligada às proteínas. Hipertireoidismo e hipotireoidismo


resultam de concentrações anormais de T4 livre. Encontra-se aumentada no
hipertireoidismo e na Síndrome de Resistência ao Hormônio Tireoidiano. Sua
concentração encontra-se diminuída no hipotireoidismo. Os resultados podem estar
inadequados na presença de autoanticorpos antitiroxina, fator reumatóide ou
tratamento com heparina. Pode estar aumentado na hipertiroxinemia disalbuminêmica
familiar. Discrepâncias nos níveis de T4 entre os diversos métodos são observadas e
são ainda mais acentuadas na presença de alterações extremas das proteínas de
ligação, doenças não tireoidianas, anticonvulsivantes e algumas outras drogas.
Método
Quimioluminescência
Valor de referência
Eutiroideus...: 0,80 a 1,90 ng/dL
Hipotiroideus.: ND* a 1,0 ng/dL
Hipertiroideus: 1,20 a > 6 ng/dL
Crianças de 1 a 12 anos: 0,65 a 2,3 ng/dL
*Não detectável pelo método
Amostra
1,0mL de soro.
J.D. 4h.
Informações necessárias
Informar medicamentos em uso ou usados recentemente, inclusive fórmulas para
emagrecer. Se mulher, informar se esta grávida ou se usa anticoncepcional.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

T4 TOTAL
Comentários
Tiroxina (T4, tetraiodotironina) é o principal produto secretado pela glândula tireóide.
No sangue, T4 é ligado a uma de três classes de proteínas: TBG, transtiretina (ou pré-
albumina) e albumina. Somente uma pequena fração do T4T está na forma livre
(0,03%). A concentração total de T4 geralmente reflete a atividade secretória da
glândula tireóide. Encontra-se elevado nos casos de hipertireoidismo, disalbuminemia
familiar, aumento da TBG, aumento da transtiretina (TBPA). Sua concentração está
diminuída no hipotireoidismo, no quadro de doenças sistêmicas graves não
tireoidianas e na redução da TBG. Autoanticorpos anti-T4 podem interferir com o
ensaio.
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Adultos: 4,5 a 12,5 mg/dL
Crianças:
1 ano: 3,52 a 17,4 mg/dL
2 anos: 3,53 a 16,8 mg/dL
3 anos: 3,7 a 15,7 mg/dL

70
Manual de Exames Biotest

4 anos: 3,91 a 14,4 mg/dL


5 anos: 3,97 a 13,8 mg/dL
6 anos: 4,02 a 13,03 mg/dL
7 anos: 4,06 a 12,9 mg/dL
8 anos: 4,90 a 12,5 mg/dL
9 anos: 4,12 a 12,1 mg/dL
10 anos: 4,15 a 11,8 mg/dL
11 anos: 4,17 a 11,5 mg/dL
12 anos: 4,19 a 11,2 mg/dL
Amostra
1,0 mL de soro.
J.D. 4h.
Informações necessárias
Informar medicamentos em uso ou usados recentemente, inclusive fórmulas para
emagrecer. Se mulher, informar se esta grávida ou se usa anticoncepcional.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

TPO - Microssomal, anticorpos anti


Comentários
A peroxidase tireoidiana (TPO), uma enzima que catalisa as etapas de iodinação e
acoplamento da biossíntese do hormônio tireoidiano, é agora conhecida como o
principal antígeno microssomal. O principal uso deste exame é a confirmação do
diagnóstico de doença auto-imune da tireóide. O anticorpo anti-TPO tem sido utilizado
no lugar da determinação do anticorpo antimicrossomal. Anticorpos anti-TPO podem
ser detectados em pessoas sem doença tireoidiana significativa. Eles não definem o
status funcional tireoidiano do paciente.
Método
Quimioluminescência
Valor de referência
< 35UI/mL
Obs: Cerca de 10% da população normal ou pacientes sem doenças tireoidianas e
portadores de doenças reumáticas e inflamatórias, podem apresentar anti-TPO
positivo, porém em níveis limiares.
Condição
- 1,0 mL de soro.
- J.D. 4h.
Conservação para envio
Até 4 dias entre 2o e 8oC.

71
Manual de Exames Biotest

TSH - ULTRA SENSÍVEL


Comentários
O TSH é um hormônio glicoprotéico, secretado pelas células tireotróficas do lóbulo
anterior da glândula pituitária, que estimula a tiróide a liberar T3 e T4, sendo
controlado pelos níveis séricos destes últimos e pelo TRH hipotalâmico. Com o
emprego dos ensaios ultra-sensíveis que chegam a níveis de sensibilidade de
0,01mU/L, a dosagem de TSH teve sua utilidade ampliada. Pode ser considerado o
melhor exame isolado para a investigação de hipotireoidismo e hipertireoidismo. Na
maioria dos pacientes com hipotireoidismo primário, os resultados de TSH são
marcadamente elevados (3 a 100 vezes o normal). Os resultados de um ensaio
sensível para TSH que estão dentro dos intervalos de referência excluem a disfunção
tireoidiana. No hipotireoidismo subclínico o TSH está elevado; o T4 livre, o T4 total e o
T3 podem apresentar níveis normais. Nas mulheres com mais de 50 anos de idade a
prevalência de hipotireoidismo subclínico é de 15 - 20%. Variáveis fisiológicas que
alteram os níveis de TSH: gravidez, idade, ritmo circadiano. Em alguns momentos na
gravidez, o HCG compete com o TSH (funcionando como TSH), passando a dirigir a
tireóide. Não é incomum encontrar, no primeiro e segundo meses da gravidez, TSH
suprimido e T4 livre elevado com HCG >100.000 unidades. Interferentes que podem
diminuir o nivel de TSH: dopamina, corticóides, carbamazepina, triiodotironina. Podem
elevar o nivel de TSH: amiodarona, clomifene, haloperidol, fenotiazidas, morfina,
propiltiuracil, TRH.
Método
Quimioluminescência
Valores de referência
Eutireoidismo: 0,4 a 4,0 mUI/mL
Pediátrico: Idade: 1 ano: 0,4 a 8,6 mUI/mL
2 anos: 0,36 a 7,6 mUI/mL
3 anos: 0,33 a 6,7 mUI/mL
4 anos: 0,33 a 6,3 mUI/mL
5 anos: 0,34 a 6,1 mUI/mL
6 anos: 0,34 a 6,0 mUI/mL
7 anos: 0,35 a 5,8 mUI/mL
8 anos: 0,35 a 5,7 mUI/mL
9 anos: 0,35 a 5,6 mUI/mL
10 a 11 anos: 0,36 a 5,5 mUI/mL
12 anos: 0,36 a 5,4 mUI/mL
Amostra
1,0 mL de soro.
J.D. 4h.
Informações necessárias
Informar medicamentos em uso ou usados recentemente, inclusive fórmulas para
emagrecer. Se mulher, informar se esta grávida ou se usa anticoncepcional.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

72
Manual de Exames Biotest

TEMPO DE PROTROMBINA - TP
Comentários
O Tempo de Protrombina é um teste global que avalia a via intrínseca da coagulação.
O TP está prolongado em todos os casos de deficiências congênitas ou adquiridas dos
fatores ll, V, Vll e X. As deficiências adquiridas ocorrem principalmente em: tratamento
com anticoagulantes orais, distúrbios da ingestão ou absorção de vitamina K, doença
hemorrágica do recém-nascido, icterícia obstrutiva, distúrbio da absorção intestinal,
antibioticoterapia, insuficiência hepática, fibrinólise e coagulação intravascular. Na
hepatite aguda a redução dos fatores ll, Vll e X precede os sinais clínicos e os
resultados encontrados são dependentes do estágio e da intensidade da doença.
Método
Quick em um estágio, utilizando reagente padronizado com a Tromboplastina de
Referência Internacional para a obtenção de Relação Normatizada Internacional
(R.N.I.)
Valores de referência
A RNI em pessoas sadias encontra-se entre 1,0 e 1,08.
Trombose venosa ( profilaxia ) valor alvo - 2,5 variação - 2,0 a 3,0
Trombose venosa ( ativa ) valor alvo - 3,0 variação - 2,0 a 4,0
Trombose arterial valor alvo - 3,5 variação - 3,0 a 4,5
Amostra
1,0 mL de plasma de citrato congelado.
J.D. 4h.
Informações necessárias
Anotar medicação e dose.
Conservação para envio da amostra
6 horas congelado a -20°C
O exame é realizado somente para os laboratórios da cidade de Marabá.

TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA - TPPA


Comentários
O TTPA avalia as vias intrínseca e comum da cascata da coagulação. O TTPA é
relativamente mais sensível às deficiências dos fatores VIII e IX do que às deficiências
dos fatores XI e XII ou fatores da via comum, mas, na maioria das técnicas, níveis de
fatores entre 15% e 30% do normal prolongam o TTPA. O TTPA é usado para
detecção de deficiências ou inibidores dos fatores da coagulação da via intrínseca ou
comum, além de se prestar para monitorização da anticoagulação com heparina e
para rastreamento do anticoagulante lúpico.
Distúrbios da via intrínseca da cascata da coagulação são caracterizados pelo TTPA
prolongado e o Tempo de Protrombina (TP) normal. Formas hereditárias incluem a
deficiência dos fatores VIII ou IX (hemofilias A ou B respectivamente), fator XI, pré-
calicreína, cininogênio de alto peso molecular e fator XII. A deficiência dos três últimos
fatores não está associada com quadro de manifestação hemorrágica, constituindo-se
apenas uma anormalidade laboratorial. Distúrbios adquiridos que cursam com TP
normal e TTPA prolongado incluem o inibidor lúpico ou inibidores dos fatores VIII, IX e
XI, além do uso de heparina.

73
Manual de Exames Biotest

Distúrbios da via comum causam o prolongamento do TP e TTPA, os quais, quando


hereditários, indicam formas raras de deficiência de um dos seguintes fatores: fator X,
fator V, protrombina ou fibrinogênio. Por outro lado, deficiências adquiridas de alguns
destes fatores geralmente são acompanhadas por outras anormalidades na via
extrínseca ou intrínseca, como ocorre nas hepatopatias, na coagulação intravascular
disseminada (CIVD) e na deficiência de vitamina K. Além disso, quando o TP e o
TTPA estão prolongados, torna-se importante a realização da dosagem de fibrinogênio
e do tempo de trombina (TT), pois pode tratar-se de afibrinogenemia,
hipofibrinogenemia ou disfibrinogenemia.
Método
Coagulométrico
Valores de referência
30 a 43 segundos
Amostra
1,0 mL de plasma de citrato congelado.
J.D. 4h.
Informações necessárias
Anotar medicação e dose.
Conservação para envio da amostra
6 horas congelado a -20°C
O exame é realizado somente para os laboratórios da cidade de Marabá.

TESTOSTERONA TOTAL
Comentários
A testosterona é o andrógeno mais abundante secretado pelas células de Leydig.
Testosterona é tanto um hormônio quanto um pró-hormônio que pode ser convertido
em um outro potente androgênio (dihidrotestosterona) e um hormônio estrogênio
(estradiol). A conversão em DHT ocorre em tecidos contendo a 5-alfa-redutase,
enquanto a conversão em estradiol ocorre em tecidos contendo a aromatase. A
secreção da testosterona é primariamente dependente da estimulação das células
Leydig pelo LH que, por sua vez, depende da estimulação da hipófise pelo hormônio
hipotalâmico liberador de gonadotropina (GnRH). A testosterona faz parte do
mecanismo clássico de feedback do LH sérico. Testosterona tem uma variação diurna
com picos séricos máximos entre 04:00-08:00 h e mínimos entre 16:00-20:00 horas. A
testosterona circula no plasma ligada à SHBG (65%) e albumina (30 a 32%).
Aproximadamente 1 a 4% da testosterona no plasma está livre. Encontra-se
aumentada na puberdade precoce (masculina), resistência androgênica, testotoxicose,
hiperplasia adrenal congênita, Síndrome dos Ovários Policísticos, tumores ovarianos,
tumores adrenais. Sua concentração pode estar reduzida no atraso puberal
(masculino), deficiência de gonadotropina, defeitos testiculares e doenças sistêmicas.
Método
Quimioluminiscência.
Valores de referência
HOMENS
20 a 49 anos: 262,0 – 1593,0 ng/dL

74
Manual de Exames Biotest

> 50 anos: 181,0 – 758,0 ng/dL


MULHERES
Em ovulação: ND* - 80,0 ng/dL
Pós - menopausa: ND* - 62,0 ng/dL
*ND= Não detectável
Meninos
Prematuros: 37,0 – 198,0 ng/dL
1 a 10 anos: 2,0 – 30,0 ng/dL
Adolescentes
Estágio 1: 2,0 – 23,0 ng/dL
Estágio 2: 5,0 – 70,0 ng/dL
Estágio 3: 15,0 – 280,0 ng/dL
Estágio 4: 105,0 – 545,0 ng/dL
Estágio 5: 265,0 – 800,0 ng/dL

Meninas
Prematuros: 5,0 – 22,0 ng/dL
1 a 10 anos: 1,0 – 20,0 ng/dL
Adolescentes
Estágio 1: 2,0 – 10,0 ng/dL
Estágio 2: 5,0 – 30,0 ng/dL
Estágio 3: 10,0 – 30,0 ng/dL
Estágio 4: 15,0 – 40,0 ng/dL
Estágio 5: 15,0 – 40,0 ng/dL
Amostra
0,5mL de soro.
J.D. 4h.
Conservação para envio da amostra
Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

TESTOSTERONA LIVRE
Comentários
Avaliação da fração ativa da testosterona; avaliação do hirsutismo em mulheres
(principalmente quando os níveis de testosterona total estão normais). Valores
aumentados: hirsutismo (mais de 30% das mulheres com hirsutismo apresentam
testosterona total com níveis normais), tumor virilizante de adrenal, síndrome do ovário
policístico. Valores diminuídos: hipogonadismo.
Método
Quimioluminescência
Valores de Referência
Homens:
17 a 40 anos: 34 a 246,0 pg/mL
41 a 60 anos: 26,7 a 183,0 pg/mL
61 a 90 anos: 18,6 a 190,0 pg/mL
Mulheres:

75
Manual de Exames Biotest

Fase Menstrual:
Ciclo: 1,81 a 17,4 pg/mL
Fase Folicular: 1,85 a 16,8 pg/mL
Fase Lútea: 1,75 a 18,7 pg/mL
Meio de Ciclo: 3,00 a 23,4 pg/mL
Pós Menopausa(sem tratamento):
54 a 65 anos: 2,01 a 23,7 pg/mL
65 a 74 anos: 1,85 a 20,1 pg/mL
74 a 86 anos: 1,83 a 16,7 pg/mL
Pós Menopausa (com tratamento):
Em Tratamento: 1,04 a 16,4 pg/mL
OBS: O Cálculo é baseado nos níveis de Testosterona Total e SHBG, segundo
Vermeulen, A. et al., J. Clin. Endocrinol Metab 84: 3666-2,1999. A testosterona
livre calculada, quando comparada com a testosterona total, avalia melhor os
níveis androgênicos desde que seja livre da interferência dos níveis de SHBG
(globulina ligadora de hormônios sexuais).

TRANSAMINASE OXALACÉTICA - T. G. O. (AST)


Comentários
Utilizado juntamente com a TGP nas doenças hepáticas e musculares. A TGO (AST) é
também encontrada no músculo esquelético, rins, cérebro, pulmões, pâncreas, baço e
leucócitos. Valores elevados ocorrem na ingestão alcoólica, cirrose, deficiência de
piridoxina, hepatites virais, hemocromatoses, colescistite, colestase, anemias
hemolíticas, hipotireoidismo, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca,
doenças musculoesqueléticas, nas esteatoses e hepatites não alcoólicas. Na hepatite
alcoólica os valores de TGO são, em geral, inferiores a 250 U/L, sendo, entretanto,
superiores às elevações da TGP. Várias drogas e hemólise da amostra podem causar
aumento espúrio da TGO.
Método
Enzimático
Valores de referência
Idade Masculino Feminino
1 a 7 dias 26 - 28 20 – 93 U/L
8 a 30 dias 16 - 67 20 – 69 U/L
1 a 6 meses 16 - 62 16 – 61 U/L
7 a 12 meses 16 - 52 16 – 60 U/L
1 a 3 anos 16 - 57 16 – 57 U/L
5 a 6 anos 10 - 47 10 – 47 U/L
7 a 15 anos 10 - 41 5 – 36 U/L
Adultos:
Mulheres: 10 - 37 U/L
Homens: 11 - 39 U/L
Amostra
0,8mL de soro.
Conservação para envio da amostra

76
Manual de Exames Biotest

Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

TRANSAMINASE PIRÚVICA - TGP (ALT)


Comentários
A transaminase TGP localiza-se principalmente no fígado. A TGP é mais sensível que
a TGO na detecção de injúria do hepatócito. Valores elevados são encontrados no
etilismo, hepatites virais, hepatites não alcoólicas, cirrose, colestase, hemocromatose,
anemias hemolíticas, hipotireoidismo, infarto agudo do miocárdio, insuficiência
cardíaca, doenças musculoesqueléticas, Doença de Wilson e na deficiência de alfa- 1-
tripsina. Os níveis de TGP são superiores à TGO nas hepatites e esteatoses não
alcoólicas. Várias drogas e hemólise da amostra podem causar aumento espúrio da
TGO.
Método
Enzimático
Valor de referência
Idade Masculino Feminino
1 a 30 dias 20 - 54 21 – 54 U/L
1 a 6 meses 26 - 55 26 – 61 U/L
7 a 12 meses 26 - 59 26 – 55 U/L
1 a 3 anos 19 - 59 24 – 59 U/L
4 a 11 anos 24 - 49 24 – 49 U/L
12 a 15 anos 24 - 59 19 – 44 U/L
Adultos:
Mulheres: 10 - 37 U/L
Homens: 11 - 39 U/L
Amostra
0,8mL de soro.
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

TOXOPLASMOSE - ANTICORPOS IgG e IgM


Comentários
O Toxoplasma gondii é um protozoário parasita que consegue infectar virtualmente
qualquer tipo de célula. Quando uma pessoa se infecta, geralmente não aparecem
sintomas ou, quando aparecem, são suaves e não-específicos. Porém, quando uma
mulher grávida se infecta, existe a possibilidade de ocorrer a infecção do feto pela via
transplacentrária e essa infecção pode levar desde ao aborto espontâneo e parto
prematuro até à sintomas neurológicos e complicações oculares.
A mulher que já era soropositiva para T.gondii antes de engravidar não oferece risco
ao feto. No entanto, mulheres que são soronegativas e engravidam devem fazer o
acompanhamento durante toda a gravidez para verificar se haverá a soroconversão.
Havendo uma infecção aguda por Toxoplasma, a mulher deve ser tratada. Quando a

77
Manual de Exames Biotest

infecção ocorre no primeiro trimestre de gravidez, as chances de infecção do feto são


menores, porém, quando esta ocorre, é muito mais grave. Nos meses subseqüentes, a
chance de ocorrer a infecção fetal é maior, porém, se esta ocorre, é menos grave.
Uma reação positiva deve ser interpretada como a presença de anticorpos IgM e
infecção pelo Toxoplasma gondii. Após uma infecção primária, os anticorpos do tipo
IgM costumam aparecer entre a segunda e a sexta semana, desaparecendo de 4 a 6
meses depois. Entretanto, devido à diferenças individuais, esse tempo pode aumentar.
Para efeito de diagnóstico, a detecção de anticorpos IgM anti-toxoplasma deve ser
associada a um estudo de soro conversão de IgG específica, analisando em paralelo
amostras pareadas tomadas com um intervalo de 2 - 3 semanas.

Toxoplasmose Anticorpos - IgG


Método
ELISA
Valores de referência
Não reagente: Ausência de anticorpos < 10,0 UI/mL
Reagente: Presença de anticorpos > 10,0 UI/mL
Amostra
1,0mL de soro.
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

Toxoplasmose - Anticorpos IgM


Método
ELISA
Valores de referência
Não reagente: Ausência de anticorpos
Reagente: Presença de anticorpos
Amostra
1,0mL de soro.
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

Toxoplasmose avidez Ac. – IgG


Método
Enzimaimunoensaio
Valores de referência
Baixa avidez.: < 40 %
Alta avidez..: > 60 %
Indeterminado: 40 a 60 %
Nota: Baixa avidez: compatível com infecção recente.
Alta avidez: Sugestiva de infecção antiga.
Indeterminado: Recomenda-se repetir a determinação com uma nova amostra,
obtida com no mínimo uma semana depois da primeira.
Amostra
1,0mL de soro.
Conservação para envio da amostra
Até 5 dias entre 2°C e 8°C.

78
Manual de Exames Biotest

TRANSFERRINA
Comentários
A transferrina é a principal proteína plasmática transportadora de ferro. Esta proteína
participa do metabolismo do ferro, transportando o ferro do plasma para os
precursores das hemácias na medula óssea e captando o ferro liberado das hemácias
senescentes destruídas pelos macrófagos do sistema retículo endotelial. Além disso, a
transferrina transporta ferro para outros órgãos.
Apesar do ferro se ligar inespecificamente a outras proteínas plasmáticas, vários
estudos têm mostrado correlação linear entre a concentração de transferrina e a
capacidade total de ligação do ferro (CTLF). Assim, a medida da concentração
plasmática de transferrina, juntamente com a determinação sérica do ferro e da
ferritina, apresenta grande valor na avaliação de distúrbios do metabolismo do ferro.
A transferrina aumenta na deficiência de ferro, estando diminuída na anemia
secundária a doença inflamatória crônica. A determinação da transferrina é
especialmente útil nos distúrbios relacionados à sobrecarga de ferro, sendo indicador
bastante específico da hemocromatose hereditária.
A concentração de transferrina pode estar aumentada em pacientes grávidas ou em
uso de anticoncepcional oral.
Método
Turbidimetria
Valores de referência
170 a 340 mg/dL
Amostra
1,0mL de soro.
Conservação para envio da amostra
Até 30 dias entre 2°C e 8°C.

TRIGLICERÍDEOS
Comentários
A determinação dos triglicérides é dado importante e necessário para a classificação e
fenotipagem das hiperlipoproteinemias. É também de importância a íntima correlação
que se observa entre a hipertrigliceridemia e o aumento do risco coronariano nas
mulheres.
As causas de elevação dos triglicérides são as várias doenças de lípides chamadas
hiperlipidemias ou hiperlipoproteínemias. Nestas, sejam de causa primária ou
secundária, ocorre elevação dos triglicérides nos tipos I, IIb, III, IV e V.
As hiperlipidemias podem estar associadas a doença cardio-vascular e ocorrem
comumente no diabetes, alcoolismo, pancreatite, doença do armazenamento do
glicogênio, síndrome nefrótica, hipotireoidismo, gravidez, uso de anticoncepcionais e
mieloma múltiplo entre outras doenças.

79
Manual de Exames Biotest

Várias mulheres em uso de estrógenos ou contraceptivos orais apresentam aumento


nos níveis de triglicérides. Hipertrigliceremia também encontra-se associada ao uso de
diuréticos tiazídicos e bloqueadores beta-adrenérgicos.
Método
Colorimétrico Automatizado
Valores de referência
Triglicérides
(mg/dL)
Desejável < 150
Limiar Alto 150 - 199
Elevado 200 - 499
Muito > 500
Elevado
Amostra
1,0mL de soro refrigerado.
Conservação para envio da amostra
Até 30 dias entre 2°C e 8°C.

URÉIA
Comentários
A uréia se eleva fisiologicamente devido a dieta hiperprotéica ou com a idade,
particularmente após 40 anos. Sua diminuição ocorre na gravidez normal e nos
indivíduos em dietas com baixo valor protéico e alto conteúdo glucídico.
Elevações da uréia por defeitos de excreção se devem a causas pré-renais
(insuficiência cardíaca congestiva), causas renais (nefrites, pielonefrites, e
insuficiência renal aguda ou crônica) e pós-renais (obstruções do trato urinário por
cálculos, carcinomas ou pólipos). Elevações da uréia ocorrem também por
catabolismo elevado (febre, septicemia, uso de corticosteroides) e hemorragia
internam, principalmente do trato grastointestinal.
A diminuição da uréia, que não tem expressão clínica, pode ocorrer em consequência
à infusão endovenosa de soluções com carbohidratos, redução do catabolismo
protéico e aumento da diurese.
Método
UV Automatizado
Valores de referência
15 a 40 mg/dL
Amostra
1,0mL de soro refrigerado.
Conservação para envio da amostra
Até 30 dias entre 2°C e 8°C.

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Manual de Exames Biotest

URINA ROTINA
Comentários
O exame de urina rotina é muito importante para avaliações da função renal e
afecções do trato urinário, podendo auxiliar no diagnóstico e avaliação da eficácia do
tratamento. O exame compreende três etapas: caracteres gerais (propriedades
físicas), pesquisa de elementos anormais (pesquisa química), sedimentoscopia
(exame microscópico da urina).
Método
É realizada uma análise física da urina, análise química qualitativa e quantitativa dos
elementos anormais (automação) e análise do sedimento (microscopia ótica).
Amostra
Urina recente (jato médio 1a urina manhã) ou urina com no mínimo de 4h após última
micção.
Ideal colher no laboratório. O laboratório fornece kit próprio para a coleta de urina.
Fazer higienização da genitália com água e sabão neutro previamente. Em caso de
crianças que necessitam de coletor, o mesmo deve ser colocado após a higienização
adequada e deverá ser trocado de hora em hora, até que a criança urine. Repetir a
higienização sempre que for necessário trocar o coletor.
Manter dieta hídrica habitual.
Enviar rapidamente ao laboratório.
Conservação para envio da amostra
Até 4 horas entre 2°C e 8°C.
Este exame é realizado somente para laboratórios localizados na cidade de Marabá.

V. D. R. L.
Comentários
Teste utilizado para o diagnóstico e acompanhamento da terapêutica em pacientes
com sífilis. São obtidos títulos elevados (>1/32) nas fases primárias ou secundárias da
doença, tendendo a se normalizar após o tratamento. Títulos baixos (1/1, 1/4) podem
permanecer após o tratamento, caracterizando uma cicatriz sorológica. No líquor, um
resultado VDRL reagente quase sempre indica uma infecção sifilítica passada ou
presente no sistema nervoso central. Resultados falso-positivos (com títulos variando
de 1/1 até 1/8) podem ser observados em outras patologias (ex: doenças autoimunes).

Método
Floculação
Valor de referência
Não Reagente
Obs: Interferentes do método: hemólise, cisplatina, corticóides, estrógenos,
contraceptivos orais, fenitoina, clortalidona.
Amostra
1,0mL de soro refrigerado.
Refrigerar rapidamente a amostra em frasco plástico novo.
Anotar medicação em uso, sexo e idade do paciente.
Conservação para envio da amostra

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Manual de Exames Biotest

Até 4 dias entre 2°C e 8°C.

VHS - VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO


Comentários
A velocidade de hemossedimentação (VHS) é um fenômeno não específico e sua
medida é clinicamente útil em desordens associadas com produção aumentada de
proteínas de fase aguda. Na artrite reumatóide e tuberculose é um índice de
progressão da doença. Na arterite temporal é útil ao diagnóstico quando mostra
valores muito elevados. A VHS aumentada ocorre precocemente no infarto agudo do
miocárdio e linfomas. É também útil como teste de triagem em exames de rotina. Nem
sempre uma VHS aumentada indica presença de doença, pois é também influenciada
pela idade, ciclo menstrual, endocrinopatias, doença ulcerosa, cardiomiopatias, asma
e uso de medicamentos.
Método
Westergreen
Valor de referência
3 a 10mm
Amostra
1,0 tubo de sangue total (Vacutec ou EDTA).
J.D. 8h.
Conservação para envio da amostra
Até 12 horas em temperatura ambiente.

WIDAL, REAÇÃO DE - FEBRE TIFÓIDE


Comentários
Teste de soroaglutinação útil no diagnóstico da febre tifóide e febre paratifóide. A febre
tifóide é uma doença causada pela Salmonella typhi, e a febre paratifóide pelas
Salmonella paratyphi A, B e C. Manifestam-se com febre, cefaléia, alterações
gastrointestinais, esplenomegalia, erupções cutâneas, astenia e prostração.
O desenvolvimento de anticorpos ocorre em 25% a 100% dos casos, dependendo da
severidade da doença e da época da coleta da amostra. Aglutininas anti-O são as
primeiras a surgir, por volta do 10º dia de doença, e desaparecem em 30 dias. As
aglutininas anti-H surgem no fim da segunda semana com títulos ascendentes até a 30
dias, quando começam à declinar. A queda é lenta e podem persistir por anos. Diante
de um quadro clínico sugestivo, a positividade das aglutininas anti-O é o dado de
maior valor diagnóstico. A sorologia possui maior valor diagnóstico quando são
coletadas duas amostras (fase aguda e convalescença), onde aumento nos títulos em
quatro vezes é sugestivo da infecção. Em áreas endêmicas o valor diagnóstico de uma
amostra é menor, sendo considerado a presença de títulos iguais ou maiores que
1:160 como indicativos de infecção aguda. No caso da ocorrência de títulos baixos,
sugere-se a repetição da reação após uma semana. Falso-negativos podem ocorrer
na presença de perfuração intestinal, uso de antibióticos ou corticóides.

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Manual de Exames Biotest

Método
Aglutinação
Valores de referência
Antígeno somático do grupo ( o ):
Valor(es) de referência: Não reagente
Antígeno flagelar ( a ):
Valor(es) de referência: Não reagente
Antígeno flagelar ( b ):
Valor(es) de referência: Não reagente
Antígeno flagelar ( h ):
Valor(es) de referência: Não reagente
Amostra
0,5mL de soro.
J.O. 8h.
Conservação para envio da amostra
Até 7 dias entre 2°C e 8°C.

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