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INDISCIPLINA ESCOLAR E O PAPEL DO GESTOR FRENTE A

ESTE DESAFIO
Ivanize de Fátima Pereira Soares
Rozana Mazetto
ivanize_soares@hotmail.com

Trabalho apresentado na 7ª semana pedagógica 2010 – Entre a educação e a inclusão e I


Encontro de Psicologia e Educação: Implicações no processo de ensino aprendizagem
(realizado pelo departamento de Educação da Fafipar, Paranaguá. ISSN 2177-546X

Um dos assuntos mais discutidos no âmbito escolar está ligado à


indisciplina. Essa constante gera muita polêmica, pois as causas são inúmeras e
dificilmente se chega a uma conclusão. Nesse sentido, o primeiro passo a ser
traçado é a realização de uma análise no ‘embrião’ do problema, ou seja, na
origem da questão e, é a partir daí que se conhece os motivos que levam os
indivíduos a se comportar de forma indisciplinada. A respeito disso, Silva (2009,
p.17) comenta: “Tal fenômeno tem se tornado cada vez mais objeto de
preocupação de professores e dos demais membros ligados à instituição escolar”.
Antes de julgar o comportamento de alguns é preciso examinar a
realidade da escola, da família, do psicológico, do social, além de muitos outros.
“As manifestações de indisciplina, muitas vezes, podem ser vistas como
uma forma de se mostrar para o mundo, mostrar sua existência, em
muitos casos o indivíduo tem somente a intenção de ser ouvido por
alguém, então para muitos alunos indisciplinados a rebeldia é uma forma
de expressão. Muitas escolas não oferecem espaços adequados para a
prática de esportes, para brincar ou correr nos intervalos. Diante disso, o
espaço escolar fica limitado somente à sala de aula, como crianças e
adolescentes detêm muita energia, a falta de locais para ‘gastar’ essa
energia conduz à indisciplina”. (FREITAS, 2007).
São os adultos responsáveis em transmitir educação, cultura e valores
para as crianças e adolescentes, assim, é preciso transmitir de maneira correta
para que compreendam melhor o sentido do mundo e da vida humana.
Silva (2009, p. 48-49), cita:
“Infelizmente, a conseqüência foi um erro brutal: tirou-se o adulto do
centro do universo e colocou-se em seu lugar a criança, e o adolescente.
Explico: se somos nós – adultos – os responsáveis (os guias) por
transmitir aos seres humanos (que nascem em nossa sociedade) a
história da nossa cultura, nossos costumes, valores e regras (já que,
diferentemente dos animais, em nós a interferência de aspectos inatos é
mínima), como colocar tais seres – crianças e adolescentes – na função
de guias de nossas e de suas próprias vidas? Falta-lhes exatamente o
que nós somos: a civilização. O resultado disso, a meu ver, foi um
desastre: no lugar de crianças saudáveis física e psiquicamente
(entenda-se aqui , sujeitos desejantes), têm-se verdadeiros selvagens.
Afinal foi lhes negada a possibilidade de construção de uma subjetividade
(“cabeça”) semelhante a nossa”.
Outro aspecto de grande importância é a família, problemas de diversas
ordens podem causar indisciplina escolar, talvez esse aluno conviva em um lar
totalmente desestruturado, onde os pais não se respeitam, reproduzindo assim, o
que presencia em casa, na escola.
“A questão da indisciplina não é um problema recente, mas parece ter se
tornado um dos maiores desafios atuais da prática docente. É
freqüentemente centralizada no aluno, sem se atentar para a díade
família/escola, onde as causas da indisciplina estão entrelaçadas. É
necessária uma análise deste contexto e dos papéis e responsabilidades
de seus atores: pais, professores e alunos”. (MELLO, 2009).
Os pais projetam o papel de disciplinador quase que exclusivamente para
os professores, uma vez que preferem usufruir o pouco tempo que passam
com os filhos em momentos alegres, sem conflitos, e não mostram qualquer tipo
de autoridade.
“Na família, pai e mãe saem ao trabalho confiando que a escola e outros
especialistas, além da televisão e do computador dêem conta da
educação de seus filhos. Assim, tanto a família quanto à escola, esperam
que uma dê conta do papel da outra. A criança sente-se abandonada e
poucas vezes adquire o equilíbrio necessário para receber a formação
adequada e necessária para tornar-se um indivíduo consciente de sua
cidadania”. (ROCHA, MACÊDO, 2002)
Além disso, problemas psicológicos e sociais afetam diretamente o
desempenho escolar, mais necessariamente no fenômeno da indisciplina que se
tornou, nos últimos anos, um dos principais problemas da educação no Brasil. A
indisciplina aumenta constantemente, produto de uma sociedade na qual os
valores humanos, tais como, o respeito, o amor, a compreensão, a fraternidade, a
valorização da família. “A disciplina é conquistada todos os dias; é preciso sempre
lembrar as regras do jogo, cada vez é preciso reinteressá-los; cada vez é preciso
ameaçar; cada vez é preciso recompensar”. (DUBET, 1997 apud MACHADO,
2009).
O objetivo principal deste projeto é: expor os principais fatores que geram
a indisciplina nas escolas. Apresentando princípios e regras claras aos alunos
indisciplinados. Explicando critérios para os alunos enfatizando que para
aprenderem é necessário disciplina e Propondo uma conversa com os pais, já que
a comunicação entre a escola e família é imprescindível.
Por que as crianças não obedecem? É a busca de respostas e várias
foram encontradas: superego, sentimento do sagrado, heteronomia,
hábito etc. Respostas que diferem entre si, mas que levavam em conta o
que era considerado um fato: as crianças não obedecem, nem a seus
pais, muito menos a seus professores. Exagero? É bem provável.
“Não sei se , antigamente, elas obedeciam tanto assim e se são tão
desobedientes hoje. Porém, parece ser esta a queixa atual, traduzida
notadamente pelo vocábulo ‘limite’: as crianças, hoje, não teriam limites,
os pais não os imporiam, a escola não os ensinaria, a sociedade não os
exigiria, a televisão os sabotaria etc. O tema é delicado, e perigoso até”.
(TAILLE, 2007, p. 9).
A falta de valores do nosso tempo seria a conseqüência da indisciplina
em sala de aula, ou seja, cair no moralismo ingênuo.
Cenci (2007) cita:

“A escola se situa entre o espaço privado da família e o espaço público


da sociedade. Ela possui pois um âmbito e uma natureza própria, o que
sugere que ela tenha um papel específico na formação moral de seus
educandos. Porém, mesmo que se considere que a escola tenha um
papel de enorme importância no desenvolvimento moral dos alunos esse
espaço tende a ser marcado por três atitudes: a) permanecer
simplesmente vazio, onde aspectos morais aparecem aleatoriamente e
apenas de modo implícito; b) ser ocupado por práticas espontaneístas e
isoladas ou; c) vir marcado por posturas dogmáticas e doutrinárias”.
A escola deve ensinar o aluno a pensar, mediar valores humanos
universais, formar cidadãos éticos e preparados para viver em
sociedade.
“Nos dois primeiros casos supõe-se que o desenvolvimento moral seja
algo que deva ocorrer “ao natural”, sem haver a necessidade de um
planejamento e uma orientação consciente e sistemática. A educação
moral ocorreria como conseqüência automática das ações educativas em
sentido amplo. Dentro dessa concepção, práticas isoladas também são
comuns, como é o caso de palestras ou referências eventuais a valores,
indisciplina, violência ou outros supostos temas de ética”. (CENCI, 2007).
O reducionismo também é um fator que gera a indisciplina em sala de
aula, o mesmo não é um direito específico de alguma área . mas, é condição
mesmo do ato de conhecer, pois assim que se submete algum aspecto da
experiência, mesmo que instantaneamente, excluí-se os demais. O reducionismo
é tratado de um modo psicológico ou sociológico.
“Reducionismo psicológico que, ao fazer abstração de características,
culturais e históricas, reduz o fenômeno estudado ao jogo de
mecanismos mentais isolados do contexto em que estão. Porém, há
também o reducionismo sociológico, que consiste em atribuir as causas
gerais todo o comportamento humano, desprezando variáveis
psicológicas (estas consideradas como mero subproduto de
determinações sociais). Para fugir do reducionismo, duas soluções: ou
possuir um grande sistema explicativo que articule várias dimensões ou,
na ausência de tal sistema (que é o caso mais freqüente), situar
claramente a análise no nível escolhido e sem afirmar a onipotência da
explicação apresentada”. (LA TAILLE, 2007, p. 9-10).
A complexidade e a incerteza do tema. O que é disciplina? E
indisciplina? Não é tão simples. Disciplina é um conjunto de regras ou
ordens que regem o comportamento de uma pessoa ou coletividade,
enquanto a indisciplina poderá se traduzir de duas formas: 1) a revolta
contra as normas: a expressão, que parece coisa antiga ou de manual
de etiqueta, dá nome a uma teoria que pode se tornar a solução para a
indisciplina e para a violência escolar.
“No primeiro caso, a indisciplina traduz por uma forma de
desobediência insolente: no segundo, pelo caos dos comportamentos,
pela desorganização das relações. Hoje o segundo caso parece valer.
Estamos longe de contextos como aquele escolhido pelo filme Sociedade
dos Poetas Mortos, em que é retratada uma revolta discente. Hoje, o
cinismo (negação de todo valor e, logo, de qualquer regra) explica melhor
os desarranjos das salas de aula”. (LA TAILLE, 2007, p. 10).
O desconhecimento de regras e a falta de valores é uma das causas da
indisciplina em sala de aula.
“Quando as normas são construídas pela comunidade escolar,
por turma, existe o comprometimento de todos. Normalmente, as regras
estão prontas e são apenas dadas para aprovação. Se todos discutirem
os princípios, as normas serão até muito mais exigentes, pois terão sido
construídas em conjunto”. (SCHNEIDER, 2004).
A indisciplina é, talvez, o inimigo número um do educador atual. É
complicado fazer com que o aluno siga determinadas regras de conduta. A
bagunça, tumulto, falta de limite, maus comportamentos, desrespeito às
autoridades, etc, são alguns dos obstáculos para manter a ordem em sala de aula.
Segundo os educadores é uma das dificuldades fundamentais para o
desenvolvimento do trabalho escolar.
A escola de hoje deveria ser considerada como lugar de florescimento das
potencialidades humanas, quase romanceada, mas foi substituída pela imagem de
um pequeno campo de batalha civil, pequeno, mas visível o suficiente para
incomodar. No editorial “Remédios para o professor e a Educação” da revista
Nova Escola, La Taille (2008) cita: “A ausência do senso moral, da idéia de que o
outro existe e eu preciso respeitá-lo, é geral”. Para ele os alunos precisam
entender o porquê da existência das regras e estabelecê-las. É preciso levar os
alunos a discutir seus sentimentos em relação aos pais e à escola e a refletir
sobre as atitudes de convivência. É uma solução para haver disciplina dentro da
sala de aula com o apoio de todos da escola.
É preciso desafiá-los o tempo todo.
“Para exercer sua real função, o professor precisa aprender a combinar
autoridade , respeito e afetividade; isto é, ao mesmo tempo que
estabelece normas, deixando bem claro o que espera dos alunos, deve
respeitar a individualidade e a liberdade que esses trazem com eles, para
neles poder desenvolver o senso de responsabilidade. Além disso, ainda
que o docente necessite atender um aluno em particular, a interação
deve estar sempre direcionada para a atividade de todos os alunos em
torno dos objetivos e do conteúdo da aula”. (SIQUEIRA, 2004).
Agressões, insultos, humilhações, falta de limites, falta de respeito. A
maioria dos educadores protestam alegando que as salas de aula estão cada vez
mais incivilizadas e que é preciso parar. Para resolver o problema, escolas
recorrem a regras de controle e aplicações de punições. Antes de tudo a escola
necessita nomear seus próprios princípios, de acordo com a Constituição
Brasileira: liberdade, respeito, igualdade, justiça, dignidade... É essencial,
esclarecer aos estudantes e pais quais são as razões, defendendo-as, por
exemplo, se um aluno for humilhado, ferido em sua honra e moral, é preciso fazer
algo. Aí entram debates, reuniões e assembléias para discutir regras que
garantam a defesa do princípio. La Taille (2008, citado por Polato, 2008 ),
comenta:
“É legitimo, mas é pouco. É preciso criar uma lei para coibir algo que o
bom senso por si só deveria banir, a ciência que investiga os processos
mentais que levam alguém a obedecer ou não a regras e valores, a
escola deve ajudar a formar pessoas capazes de resolver conflitos
coletivamente, pautadas pelo respeito a princípios discutidos pela
comunidade. O caminho para chegar lá passa pela formação ética – não
necessariamente como conteúdo didático, mas principalmente no
convívio diário dentro da instituição, a tentativa de abordar assuntos
como ética, orientação sexual e meio ambiente de maneira coordenada
em várias disciplinas não funcionou no Brasil. É uma proposta sofisticada
que não se transformou em realidade”.
No ambiente escolar para melhor entender de que forma e a partir do que
se definem as regras, é necessário situar a escola dentro de um sistema social de
grandes transformações. A escola não pode mais se posicionar como uma
mera transmissora de conteúdos, impedindo sua consciência crítica e
questionadora. Outro importante aspecto a ser pensado, nesse cenário histórico, é
a família que, provedora das futuras gerações, muitas vezes, responde a essas
crises com falta de preparo e insegurança. Suas expectativas com relação ao
futuro são permeados de dúvidas, anseios, medos e receios, causando conflitos
de gerações. Estas, em suas ações, manifestam, na sua maioria, o desprezo e a
irreverência com que são tratados os princípios e valores que orientam o convívio
social.
A escola e a família são responsáveis pela educação num sentido
abrangente. O processo educacional depende da união desses dois âmbitos
institucionais. A escola não substitui a família e nem a família substitui a escola,
devem sim, complementar-se.
“A família tem uma função educativa que deveria começar desde o
nascimento do filho. Nós pais, assumimos a função de protetores e
provedores mais facilmente do que a de educadores. Isto acontece por
diferentes motivos, centrados na dificuldade da nossa própria educação
ou pelo estresse da vida moderna, que nos impede de estar mais com
nossos filhos, situação que nos enche de culpa. Em conseqüência, não
nos damos o direito de desenvolver o papel de educadores. Educar inclui
também a colocação de limites e, conseqüentemente, o ato de frustrar”.
(MORIYA, 2000, p. 46-47).
Tanto a família como a escola são os principais responsáveis pela
educação da criança ou do adolescente, é necessário que haja coerência entre
princípios e enfim, partindo do propósito de que as transformações pelas quais
estamos passando são frutos da história do homem, logo, da sua própria história,
compreende-se que a indisciplina é gerada em resposta às várias mudanças que
são ou não bem vista por eles, enquanto que a disciplina é o resultado do
processo educativo, o qual deve considerar a formação integral do individuo,
respeitando suas diferenças e, ao mesmo tempo, adaptando condições para
integrá-las, alcançando assim, resultados positivos nas relações pessoais e no
citado processo.

REFERÊNCIAS

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São Paulo: Summus Editorial, 2007.
CENCI, A. V. Revista Pragmateia Filosófica. Núcleo de Educação para o Pensar
– NUEP. Disponível em: <http://www.nuep.org.br/revista/n1/para-alem-de-
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FREITAS,E. Indisciplina Escolar. Disponível em:


<http://www.educador.brasilescola.com/sugestões-pais-rofessores/indisciplina-
escolar.htm>. Acesso em: 2007, Equipe Brasil Escola.

LA TAILLE, Y.    Remédios para o professor e a Educação. Nova


Escola, São Paulo: Abril, v. 23, n. 211, p. 38-44 abr. 2008.

LA TAILLE, Y. A disciplina e o sentimento de vergonha. Indisciplina na


escola alternativas teórica e práticas. 11 ed. São Paulo. Summus Editorial,
2007.

MACHADO, S. C. A. S. A Indisciplina na Sala de Aula. Disponível em:


<http://www.nead.com.br/hp-2.0/home/fique_ligado_ler.php?codi=541>. Acesso
em: 11 Abr. 2009.

MELLO, E. G. Família e Escola na Questão da Indisciplina. Disponível em:


<http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/oxdaeducacao/noticia/detalhe/Familia-e-
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MORIYA, R.M. Fenômeno dekassegui: um olhar sobre os adolescentes que


ficaram. Londrina: CEFIL, 2000.

POLATO A. Nossos alunos precisam de princípios, e não só de


regras. Nova Escola. Entrevista | Yves de La Taille.  Disponível em:
<http://www.juventude.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=536 >. Acesso: 26
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ROCHA, C. S.; MACÊDO, C. R. Relação Família e Escola. Disponível


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SCHENEIDER, R. Normas convívio podem ser solução para escolas. Disponível em:
<http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_dentrodocampus_bbdcb.html> Acesso
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SILVA, N. P. Ética, Indisciplina e Violência nas Escolas. 4 ed. Rio de Janeiro:
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SIQUEIRA, D. C. T. Relação Professor - Aluno: Uma Revisão Crítica. Disponível


em: < http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/132/31/1/1/> Acesso em: 23
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VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São
Paulo: Atlas, 1997.

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