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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E A TÉCNICA DE

OBSERVAÇÃO
Rozana Mazetto
Emérico Arnaldo de Quadros
earnaldo@onda.com.br
Trabalho apresentado na 7ª semana pedagógica 2010 – Entre a educação e a inclusão e I
Encontro de Psicologia e Educação: Implicações no processo de ensino aprendizagem
(realizado pelo departamento de Educação da Fafipar, Paranaguá. ISSN 2177-546X

A primeira grande teoria sistematizada sobre o desenvolvimento e


personalidade foi apresentada por Freud, sendo seu impacto tão grande que
poucas pessoas desconhecem o nome de Freud ou partes de seu conjunto teórico
como o inconsciente.
Seus principais conceitos quanto ao desenvolvimento remetem à primeira
tópica freudiana: Consciente, pré-consciente e inconsciente e aos seus “Três
ensaios sobre a sexualidade” onde aparecem as etapas do desenvolvimento: oral,
anal, fálica (Complexo de Édipo), latência e genitalidade adulta. Após perceber
que a primeira tópica não dava conta de explicar completamente o funcionamento
da personalidade humana, Freud propõe a segunda tópica: Id (Isso), Ego (Eu) e
Superego (Supereu).
Para Quadros (2009), dentro de um recorte psicanalítico o Sujeito, na
Psicanálise, está sempre na relação do Édipo da estrutura, vinculado a uma mãe
inicialmente, a um pai de intermediário e ao social definido como a cultura na qual
o sujeito esta imerso, a partir do complexo de Édipo e que o supereu é o herdeiro
do mesmo, o supereu herdando o Édipo que é introjetado (colocado dentro da
subjetividade) na forma da lei, de todas as leis.
Um autor que remete à uma visão construtivista da aprendizagem e
desenvolvimento humano é Piaget. Sua leitura do desenvolvimento é diferente da
leitura psicanalítica, embora ao lerem-se os textos de Piaget em muitos momentos
passa a idéia de que Piaget fez uma leitura dos textos freudianos. Piaget segue
uma dupla perspectiva: genética e estruturalista. Jean Piaget nasceu em
Neuchâtel, Suíça no ano de 1896 e faleceu em 1980. Era formado em Biologia e
Filosofia e dedicou-se a investigar como acontece o conhecimento no decorrer do
desenvolvimento humano. Da biologia retirou dois princípios básicos e universais
– estrutura e adaptação, conforme será visto mais adiante. Trabalhou inicialmente
com Binet e Simon que elaboraram o teste Binet-Simon utilizado para medir a
inteligência das crianças francesas (Quadros, 2009).
Desenvolvimento para Piaget é a passagem de um estado de menor
equilíbrio para um de maior equilíbrio; isto no campo da inteligência, da vida
afetiva e também das relações sociais (Quadros, 2009).
Piaget (2003) diz que a toda ação corresponde uma necessidade, toda
necessidade é manifestação de desequilíbrio, sendo então necessário um
reajustamento da conduta. Desequilíbrio = necessidade = equilibração (o
desequilíbrio cria uma necessidade que depois de satisfeita leva de volta à
equilibração). Ex. Se uma pessoa tem fome ou sono isso a levará a necessidade
de dormir ou comer, após isso satisfeito o organismo volta a um estado de
equilibração da necessidade. A cada instante nossa ação é desequilibrada pelas
transformações que aparecem no mundo (exterior ou interior) e cada nova
conduta vai funcionar não só para restabelecer o equilíbrio, como também para
tender a um equilíbrio mais estável que o do estágio anterior a essa perturbação.
Assimilamos o meio progressivamente, incorporando-o ao nosso pensar
que se torna cada vez mais amplo. Pode-se chamar de adaptação ao equilíbrio
das assimilações e acomodações. É possível pensar esse processo como se
fosse um espiral, onde quando se esta em estado e desiquilibração, assimila-se o
que esta desequilibrando, trabalha-se a informação e acomoda-se o aprendido no
processo, após o que parte-se para novo processo de desequilibração (isto é um
novo passo na espiral, que implicara em nova assimilação).
Para Piaget (2003), os estágios são estruturas variáveis da organização dos
processos mentais, sendo que se enfatiza quatro estágios principais: Estágio
sensório motor (do nascimento até aproximadamente 18 a 24 meses), Estágio da
Inteligência Intuitiva ou Pré-operacional (aproximadamente de 02 a 6 ou 7 anos),
das Operações Concretas ou Operacional Concreto (de aproximadamente 7 até
aproximadamente 11/12 anos), das Operações Intelectuais Abstratas ou Lógico,
também chamado Estádio da Operações Formais (dos 12 anos em diante). Cada
um desses períodos define um momento do desenvolvimento humano com um
todo, ao longo do qual a criança vai construindo determinadas estruturas
cognitivas.
Um teórico do desenvolvimento que atualmente talvez seja o de maior
importância nos estudos realizados no Brasil é Vigostki. Vigotski, junto com Luria
e Leontiev, começam então a corrente histórico-cultural a partir de 1924. Lev
Semyonovich Vigotski nasce em Orsha – nordeste de Minski, na Bielo-Rússia no
dia 05-11-1896 e morre de tuberculose em 11-06-1934. Em 1917 – graduou-se em
Direto na Universidade de Moscou – com especialização em literatura. De 1917 a
1923 - lecionou literatura e psicologia, além de dirigir a seção de teatro do Centro
de Educação de adultos. Fundou a revista Verask – publica sua primeira pesquisa
em literatura com o título “A Psicologia da arte”. Cria o laboratório de Psicologia do
Instituto de treinamento para professores. Em 1924 muda-se para Moscou, onde
trabalha no Instituto das Deficiências. Entre 1925 e 34, Vygotsky reúne em torno
de si um grande número de jovens cientistas que trabalhavam na área da
Psicologia, faz então o curso de Medicina. Um pouco antes de sua morte foi
convidado para dirigir o Departamento de Psicologia do Instituto Soviético de
medicina experimental.
A concepção teórica de homem e de mundo em Vigotski, para Silva e Davis
(2004): O homem é um ser social, pois se constitui nas e pelas relações sociais
que estabelece com a natureza e com outros homens, sendo então produto e
produtor destas relações num processo histórico. Para atingir o estagio de
humanização em que hoje se encontra, foi necessário que o homem dominasse a
natureza para a produção de bens voltados para o próprio sustento. Domínio esse
que só foi possível quando passou a conhecer as leis fundamentais que regiam a
natureza. Tem-se então que o conhecimento é construído a partir das
necessidades de um dado momento histórico, “no qual o homem passa a produzir
seus modos de sobrevivência por meio do trabalho e do uso de instrumentos,
desenvolvendo ainda a comunicação (linguagem)” p. 641. Constrói, portanto, uma
nova realidade, agora sócio histórica, permeada pela cultura e pelo conhecimento.
A noção de desenvolvimento esta ligada a um continuo de evolução, em
que o ser humano caminha ao longo de todo ciclo vital, essa evolução, nem
sempre linear, se dá em todos os campos da existência, tais como o afetivo,
cognitivo, social e motor. Esse caminhar continuo não é determinado apenas por
processos de maturação biológicos ou genéticos. O meio, e meio aqui deve ser
entendido como algo muito amplo, que envolve cultura, sociedade, prática,
interações é fator de máxima importância no desenvolvimento humano. Os seres
humanos nascem “mergulhados na cultura”, e com certeza essa será uma das
principais influências no desenvolvimento. (Rabello e Passos, 2009). O
comportamento humano caracteriza-se pelas transformações de um
comportamento em outro (transformação de quantidade em qualidade - Hegel).
Richit (2004) diz que o desenvolvimento é um conceito extremamente
importante e esta diretamente relacionado ao aprendizado do individuo e
representa a evolução das funções mentais superiores, que são o pensamento e
as estruturas cognitivas e o intelecto. Assim pode-se perceber que existe uma
estreita relação entre o aprendizado e desenvolvimento, pois o aprendizado
permite o individuo a maturação das suas funções psicológicas propiciando seu
desenvolvimento. A aprendizagem ou aprendizado é o processo pelo qual o
individuo se apropria de informações e conhecimento que são apresentados a
criança por meio de sua interação com o meio. “Ela se dá a partir do momento
que signos e sistemas simbólicos são internalizados pelo sujeito, contribuindo para
o desenvolvimento das funções mentais superiores do mesmo” (p.6). Para
Vigotski a organização adequada do aprendizado resulta em desenvolvimento
mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que de outra
forma não aconteceriam ou seriam impossíveis de acontecer
Tem-se então que o uso dos signos (a linguagem, a escrita, os sistema de
números) é criado pela sociedade ao longo da história e mudam a forma social e o
nível de seu desenvolvimento cultural. O mecanismo de mudança individual ao
longo do desenvolvimento tem sua raiz na sociedade e na cultura. Pode-se pensar
a linguagem como o grande mergulho que o sujeito humano dá em direção à sua
humanidade, pois ao comunicar-se utilizando da linguagem no inicio da vida, o ser
humano como que herda toda a história passada e os valores culturais da cultura
em que esta inserida (Quadros, 2009)
Um dos conceitos principais em Vigotski é o de a zona de desenvolvimento
proximal, Vigotski (1989) a esse respeito diz:
“Ela é a distancia entre o nível de desenvolvimento real, que
se costuma determinar através da solução independente de
problemas e o nível de desenvolvimento potencial, determinado
através da solução de problemas sob a orientação de um adulto
ou em colaboração com companheiros mais capazes” (p. 97).
Uma outra corrente a ser pensada quando se trata de educação e
desenvolvimento é o behaviorismo, pois querendo ou não somos todos afetados
direta ou indiretamente pelos pensamentos comportamentais. No Brasil, nos anos
60 do século passado ocorreram os acordos MEC USAID, que traziam em seu
bojo uma proposta de ensino behaviorista. Temos então gerações de alunos,
muitos dos quais hoje tornaram-se professores e que introjetaram procedimentos
e metodologias comportamentais e reproduzem tais práticas.
Talvez uma proposta de ensino a ser pensada na atualidade seja a busca
de pontos comuns nas teorias do desenvolvimento, ou seja uma proposta
integracionista entre a psicanálise, Piaget, Vigotski, behaviorismo e outros autores
que também pensam o desenvolvimento e aprendizagem humana.

Métodos de pesquisa em psicologia do desenvolvimento:

Os psicólogos e educadores ligados ao desenvolvimento estão geralmente


interessados em eventos que tem conseqüências imediatas para o sujeito e
também em situações que se revestem de conseqüências a longo prazo. Para dar
conta de tal empreendimento geralmente são utilizados vários métodos de
pesquisa. Antes de definir qual seu desenho de pesquisa o pesquisador tem que
decidir-se entre os comportamentos que acompanham as mudanças em um
mesmo sujeito ao longo do tempo ou se a pesquisa será concentrada nos
comportamentos que refletem diferenças etárias entre sujeitos num determinado
ponto no tempo.
Quando o objeto de estudos é descrever mudanças de comportamento ao
longo do tempo nos mesmo sujeitos diz-se que o estudo é longitudinal. Quando o
que esta sendo investigado são diferenças comportamentais e dentro de um grupo
etário específico o estudo é considerado transversal. Ambas as abordagens tem
suas vantagens e desvantagens. Recentemente, alguns pesquisadores defendem
uma terceira abordagem, a longitudinal modificada, para dar conta das
dificuldades que aparecem nas duas outras.
Estudos longitudinais
Os estudos longitudinais propiciaram aos estudiosos do desenvolvimento
algumas das melhores informações até hoje obtidas a respeito da estabilidade ou
instabilidade de aptidões intelectuais, traços de personalidade, crescimento
esqueletal, desenvolvimento físico e desenvolvimento da linguagem (Fitzgerald,
1986).
A maior vantagem do estudo longitudinal é que habilita ao pesquisador a
estudar mudanças no comportamento de um indivíduo ao longo do tempo, assim
se adquirindo valiosas informações acerca da estabilidade ou instabilidade do
comportamento. Por exemplo, as crianças que obtêm escores elevados em testes
de inteligência durante os anos pré-escolares também apresentam escores
elevados durante final da infância e na adolescência? As crianças que mostram
proficiência em línguas ou lingüística precoce continuam mostrando elevada
competência em suas aptidões lingüística em anos posteriores? Os recém-
nascidos que mostram grande atividade motora tornam-se crianças pré-escolares
com TDAH? Os estudos longitudinais também são melhores para avaliar os
efeitos da experiência nos primeiros anos de vida. Ambientes diferentes, durante o
período de criação dos filhos, têm influências a longo prazo no comportamento
dos filhos, depois de criados? Diferentes níveis sócio-econômicos estão
relacionados a diferentes histórias de desenvolvimento? (Fitzgerald, 1986).
Uma desvantagem é que em geral são estudam que demandam tempo
muito longo e são dispendiosos também economicamente. Uma outra
desvantagem do enfoque longitudinal é que a freqüente rotatividade dos
pesquisadores exige retreinamento e poderá produzir uma perda de tempo valioso
a pesquisa ou introduzir a descontinuidade na coleta de dados. Uma outra
desvantagem é que os estudos longitudinais a longo prazo sofrem da perda de
sujeitos por mudança para longe do local do estudo ou simples afastamento por
desinteresse no estudo (Fitzgerald, 1986).
Estudos transversais
A maior parte da literatura de pesquisa gerada pelos psicólogos do
desenvolvimento é transversal em seu enfoque. Os estudos transversais requerem
menos tempo e dinheiro do que os longitudinais e produzem informações mais ou
menos imediatas. Embora os estudos transversais possam fornecer respostas
mais rápidas a problemas e ser menos dispendiosos em tempo e dinheiro do que
os estudos longitudinais também eles têm suas desvantagens. Por exemplo, as
pesquisas transversais não permitem estudar mudanças de comportamento em
determinados indivíduos mas tão-somente as diferenças comportamentais entre
indivíduos (Fitzgerald, 1986).
Um exemplo é o estudo desenvolvimental com delineamento transversal
sobre competência atlética realizado por Villwock (2005), onde a autora diz que
seu estudo é de delineamento desenvolvimental porque identifica mudanças de
comportamento em diferentes faixas etárias e é transversal porque caracteriza-se
pela seleção de diferentes sujeitos em cada faixa etária.
Estudos longitudinais modificados
Levando em consideração as desvantagens dos estudos longitudinais e
transversais, os pesquisadores do desenvolvimento recorreram a um método que
incorpora características de ambos. Neste tipo de estudo usam-se diferentes
cortes, em faixas etárias diferenciadas tendo assim o tempo reduzido ao obter
informações.
Fitzgerald (1986) aponta três fatores importantes em pesquisas sobre o
desenvolvimento:
Como disciplina científica, a psicologia do desenvolvimento esforça-se por
acumular um conjunto sistemático e organizado de conhecimentos acerca do
comportamento. Para alcançar esse objetivo, os psicólogos do desenvolvimento
procuram (1) estabelecer normas apropriadas de desenvolvimento para avaliar
desvios individuais da “média” esperada em qualquer nível etário, (2) estudar as
relações entre vários traços de comportamento, e (3) estudar as condições
antecedentes ou causais que dão origem ao comportamento. Essas abordagens
de pesquisa chamam-se, respectivamente, normativas, correlacionais e
experimentais. Cada uma dessas abordagens deve satisfazer um conjunto
mínimo de padrões, de modo que o conhecimento adquirido por sua aplicação
possa ser aceito com confiança. (FITZGERALD, 1986, p. 31).

Além dos métodos correlacionais de pesquisa, tem-se os métodos


experimentais e os observacionais. A pesquisa científica nos cursos de graduação
representa uma das mais importantes tarefas do aprendizado dos alunos, sendo
assim, entende-se que é necessário capacitar o aluno a realizar estudos
observacionais. Para tanto, oferecemos um treinamento em observação e registro
do comportamento e das circunstâncias em que o comportamento ocorre. Este
trabalho será realizado com base na proposta do livro Aprendendo a Observar de
Marilda Fernandes Danna e Maria Amélia Matos (2006).
Referencias:
DANNA, Marilda Fernandes e MATOS, Maria Amélia. Aprendendo a observar.
São Paulo: Edicon, 2006.
FITZGERALD, Hiram E. Psicologia do desenvolvimento: o bebê e a criança
pequena. Rio de Janeiro: Campus, 1986.
PIAGET, Jean (2003). Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense
Universitária.
QUADROS, Emérico Arnaldo. Psicologia e desenvolvimento humano. Curitiba:
Sergraf, 2009.
RABELLO, E.T e PASSOS, J.S. Vygotsky e o desenvolvimento humano.
Disponível em: http://www.josesilveira.com>no dia 12/06/2009.
SILVA, Flavia Gonçalves e DAVIS, Claudia. Conceitos de Vigotski no Brasil:
produção divulgada nos cadernos de pesquisa. Cadernos de pesquisa, 34 (123),
p. 633-66, 2004..
VILLWOCK, Gabriela. O estudo desenvolvimentista da percepção de
competência atlética, da orientação motivacional, da competência motora e
suas relações em crianças de escolas publicas. Dissertação de mestrado
defendida na UFRGS. 2005.
VYGOSKY, L.S (1989). A formação social da mente. 3 ed. São Paulo: Martins
Fontes Editora.

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