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E COMPARADA I
1
Zoologia Geral e SOMESB
Comparada I Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
Diretor Geral ♦ Waldeck Ornelas
Diretor Acadêmico ♦ Roberto Frederico Merhy
Diretor de Tecnologia ♦ Reinaldo de Oliveira Borba
Diretor Administrativo e Financeiro ♦ André Portnoi
Gerente Acadêmico ♦ Ronaldo Costa
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Gerente de Suporte Tecnológico ♦ Jean Carlo Nerone
Coord. de Softwares e Sistemas ♦ Romulo Augusto Merhy
Coord. de Telecomunicações e Hardware ♦ Osmane Chaves
Coord. de Produção de Material Didático ♦ João Jacomel
♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Autor (a) ♦ Maria Isabel Sampaio e Letícia Machado
Supervisão ♦ Ana Paula Amorim
Coordenação de Curso ♦ Letícia Machado
♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno
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Sumário
Biodiversidade e Protistas ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 21
Metazoários ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 27
Os Coelenterata ou Cnidários ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 32
Filo Platyhelminthes ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 37
Filo Annelida ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 51
Filo Mollusca ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 57
3
PROTOSTÔMIOS INFERIORES, OS LOFOFORADOS E O FILO
ECHINODERMATA
Zoologia Geral e
Comparada I
Protostômios Inferiores ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 59
Lofoforados ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 63
Filo Echinodermata ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 66
Atividade Orientada ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 72
Glossário ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 74
Referências Bibliográficas ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 76
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Apresentação da Disciplina
Caro graduando (a),
Vamos começar uma longa viagem ao mundo animal com a disciplina Zoologia
Geral e Comparada I, que tem como objetivo geral promover o aprendizado da zoologia
como parte integrante das demais ciências e como elemento construtor dos valores da
cidadania.
Este material oferece a você aspectos importantes acerca dos invertebrados e
informações básicas indispensáveis para o entendimento do comportamento animal. Na
análise de textos, abordaremos características dos diversos grupos de animais e a origem,
evolução e conceitos fundamentais sobre a diversidade das espécies, apresentando-se
como parte integrante das propostas Curriculares para o Ensino da Biologia.
Cada vez mais se recorre a Zoologia para a compreensão e analise do ambiente,
e esta ciência se faz necessária, pois integra-se a ecologia e as demais ciências.
Essa disciplina possui 72 horas e encontra-se dividida em dois blocos temáticos,
sendo que cada bloco será dividido em 2 temas.
O primeiro bloco temático refere-se ao reconhecimento da Zoologia como ciência,
onde estudaremos a importância e fundamentos da Zoologia, a distribuição geográfica
dos animais, ecossistemas terrestres, a classificação e nomenclatura zoológica, a
biodiversidade, além dos protistas.
No segundo bloco temático, estudaremos a morfologia, fisiologia e sistemática
dos grupos zoológicos, como os filos platelmintos, nematelmintos, moluscos, anelídeos,
protostômios inferiores, os lofoforados e o filo equinodermata.
O material didático desta disciplina foi estruturado em textos científicos e
informativos que objetivam a prática do conhecimento, sendo aconselhado, portanto, a
leitura, interpretação dos textos e realização das atividades de forma cuidadosa. E, para
completar seu estudo, faz-se necessário o estudo no ambiente virtual de aprendizagem
(AVA).
Esperamos que esse trabalho contribua para o avanço científico e um aprendizado
amplo da zoologia dos invertebrados.
Lembre-se que:
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Zoologia Geral e
Comparada I
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O RECONHECIMENTO DA ZOOLOGIA
COMO CIÊNCIA
Caro(a) graduando (a), neste bloco temático iremos fazer uma grande viagem pelo
mundo animal, começando pelo conceito do que vem a ser a zoologia, sendo composto
pelo tema 1 - Zoologia: Importância e Fundamentos, com os seguintes conteúdos:
Zoologia: conhecimento e saber;Graus de hierarquia zoológica;Ecologia dos animais;
Biodiversidade e Reino Protista; e o tema 2 - Organização, Origem e Evolução dos
Metazoários, formado pelos seguintes conteúdos: Metazoários; Filo Porífera: grupo de
animais primitivos e o Filo Cnidária ou Coelenterata.
Pode se notar facilmente, que a variedade dos seres vivos é muito grande e o seu
estudo se torna mais fácil quando separamos em grupos. A distribuição dos animais em
grupos distintos é objetivo da ciência da classificação, também conhecida como taxonomia
ou sistemática.
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Sendo a zoologia a parte da biologia que estuda aos animais sob todos
os aspectos, a finalidade de seu estudo são as mais diversas: um certo
conhecimento dos animais e dos princípios básicos da biologia fazem parte
Zoologia Geral e de uma boa formação geral e constitui a base para estudos especializados
Comparada I na medicina. Muitas pessoas sentem prazer em estudar os animais, e alguns
desenvolvem um interesse pessoal por certos grupos (aves, peixes, insetos
ou outros), deles se ocupando como atividade complementar aos deveres
diários. O conhecimento dos animais de importância prática para o homem é,
enfim, essencial à nossa civilização.
INTRODUÇÃO À ZOOLOGIA
Você já se indagou sobre este tema e o que nós nos deparamos em nosso dia-a-
dia? Como é produzido este conhecimento?
Esse material de
QUAL O PAPEL D A
DA estudo fornece meios para
ZOOL OG
ZOOLOG IA NO MUNDO
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valorizando aspectos
científicos relevantes à prática
diária.
Reconhecemos que no ar, no solo e na água vivem milhões de seres vivos distribuídos
em uma grande variedade de tipos, incluindo animais, cujo tamanho vai desde o de
organismo microscópico às gigantes baleias. Essa imensa diversidade de formas de vida
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é uma fonte permanente de dados para os biólogos e supostas soluções de problemas a
serem resolvidos. Ao estudar a zoologia, você começara a analisar a riqueza do mundo vivo
e formular idéias e explicações sobre a origem dessa diversidade.
No estudo do comportamento animal as hipóteses são tão importantes quanto as
teorias, e é a interação de ambos que possibilita o crescente progresso científico. Por
exemplo, a variedade dos seres vivos é um fato evidente para qualquer indivíduo e, em
especial, para o pesquisador; a evolução dos seres vivos é uma das hipóteses que pode
explicar essa diversidade. Nesse âmbito, muitos aspectos devem ser considerados, como
a origem dos seres vivos, a variabilidade das espécies e os mecanismos da evolução.
A biologia dos animais é inseparável da zoologia porque da mesma forma que estes
são constituídos de células, tecidos e órgãos, o estudo analítico permite comparar os grupos
dos animais, a sua construção desde as moléculas até estruturas mais complexas, envolvendo
o reconhecimento da Zoologia em aspectos históricos, sociais, políticos, econômicos,
culturais e tecnológicos. Nesse aspecto, os objetivos gerais da disciplina são:
Para refletir...
A fabulosa FAUNA do rio Amazonas representa um interessante texto
para reflexão. Analisando sobre esse tema, responda as proposições após a
leitura do texto.
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Para refletir...
:: ANALISE E REFLITA SOBRE O TEMA “ACLIMATAÇÃO E CRIAÇÃO
COMERCIAL DE ANIMAIS” E, EM SEGUIDA, RESPONDA AS PROPOSIÇÕES
ABAIXO:
O estudo das leis referentes à ação dos fatores ecológicos e a determinação dos limites de
tolerância dos seres vivos são importantes quando se pretende estabelecer um plano para a
recuperação de uma espécie ameaçada de extinção ou quando se pretende explorar uma criação
comercial e evitar a caça, pesca ou coleta predatória.
Desde o início das grandes navegações, tornou-se comum o transporte de animais nativos
para lugares afastados e de condições ambientais diversas. Essa transferência não apresenta grandes
dificuldades, principalmente quando se trata de espécies. Muitas vezes, torna-se necessária uma
aclimatação às novas condições do ambiente, não só para garantir a simples sobrevivência dos
indivíduos, mas para que se garanta sua viabilidade econômica.
Quando se pretende introduzir e criar uma nova espécie, deve-se realizar um levantamento
sobre os limites de tolerância e dos fatores limitantes para essa espécie. Deve-se conhecer, também,
o comportamento e o ciclo de vida para que o empreendimento comercial tenha sucesso.
Uma segunda etapa consiste na realização do ciclo de vida em laboratório para superar a
reprodução. Se uma espécie não se reproduz em cativeiro, sua criação comercial torna-se inviável.
A terceira etapa é a da aclimatação propriamente dita, quando se submete o animal a
condições cada vez mais próximas dos limites de tolerância,para que se possam ocorrer as
necessárias alterações morfológicas no corpo do animal.
Um exemplo bem estudado de aclimatação ao calor é o do peixe Micropterus salmoids, que
vive em temperaturas pouco acima de 20 graus. Se a temperatura subir dos 34 graus metade deles
morrem em uma hora; os demais animais, num prazo mais longo. Todavia, mantendo-os a 30 graus
durante quatro dias, eles só morrerão quando a temperatura atingir 38 graus. Isso demonstrou a
capacidade desse peixe em alterar seus limites de temperatura.
Na criação em cativeiro de animais silvestres é preciso considerar outro fator: o jurídico. No
Brasil, uma lei estabelece que todos os animais silvestres são propriedades do Estado, e quem os
mantiver em cativeiro pode ser preso. Mas quem deseja criá-los com fins de pesquisa científica,
que inclui o interesse para a preservação da espécie ou de exploração econômica, deve solicitar
autorização ao Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais).
Extraído do livro: Educação Ambiental – As ameaças ao planeta Azul, 1994.p.18.
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Zoologia Geral e _______________________________________________________________
Comparada I
LEIA O TEXTO ABAIXO:
NOMENCLATURA
NOMES COMUNS OU POPULARES – Cada país tem seus próprios nomes comuns
para designar animais bem conhecidos. O pardal, por exemplo, recebe nomes diferentes
em diferentes regiões. Assim há possibilidade de confusão entre povos de diferentes
nacionalidades ou mesmo dentro de único país. Exemplo:
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NOMES CIENTÍFICOS – recorre-se ao nome científico do animal para evitar confusão
mencionada acima. Por exemplo, o nome científico do pardal é Passer domesticus,
reconhecido em qualquer região do globo.
RESUMINDO:
REINO
REINO FILO
FILO CLASSE ORDEM
ORDEM FAMÍLIA
AMÍLIA GÊN ERO
GÊNERO ESPÉCIES
ESPÉCIES
Vejamos um
exemplo:
Como podemos
classificar uma
formiga?
Reino ...................Animal
Ramo ...................Artrópode
Classe ...................Hexápode
Subclasse ...................Pterigota
Ordem ...................Himenópteros
Subordem ...................Clistogastra
Família ...................Formicidae Com certeza você
Subfamília ...................Ponerinae está se perguntando:
Gênero ...................Ectatomma
Subgênero ...................Esctatomma Existem seres vivos
Espécie ...................Edentatum que não
Subespécie...................Multicum conhecemos? Como a
classificação dos
seres vivos interage
com a evolução? Por
que os cientistas
fazem a
classificação?
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Zoologia Geral e
Comparada I
CLASSIFICAÇÕES
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Canis familiaris; Canis lupus
Filos podem ser agrupados e formar um reino. Assim, os cordados e os outros animais
formam o reino Animália.
Desta forma, para nomearmos os seres vivos, devemos obedecer a certas regras;
regras estas que só foram estabelecidas após os brilhantes trabalhos do botânico Sueco
Carolus Linnaeus, em 1758 (Carlos Lineu).
1 – O nome dos animais devem ser escritos em latim (Lineu usou o latim porque era a
língua dos intelectuais em sua época).
2 – Todo animal tem, obrigatoriamente, dois nomes no mínimo. O primeiro é o do gênero e o segundo o da espécie
(Sistema binominal criado por Lineu).
Ex.: Homo sapiens
3 – O nome do gênero deve ser sempre escrito com inicial maiúscula, e o da espécie com inicial minúscula.
Ex.: Trypanosoma cruzi
Quando se dá o nome específico em homenagem a uma pessoa, como no exemplo acima, acrescentamos a letra
i no sobrenome do homenageado se for do sexo masculino.
Ex.: Carlos Bates = batesi.
Quando o Homenageado for feminino, acrescentamos ae no sobrenome.
Ex.: Sônia Costa = costae
4 – Quando existe subespécie, o seu nome deve ser escrito depois do da espécie e sempre com inicial minúscula.
Ex.: Rhea americana darwing ou Apis mellifera adansoni
5 – Quando existe subgênero, o seu nome deve ser escrito depois do nome do gênero, entre parênteses, e
sempre com inicial maiúscula.
Ex.: Anofheles (nissurrhynchus) darlingi
6 – O nome dos animais devem ser grifados ou deve se usar um tipo de letra diferente do texto, em geral usa-se
o negrito ou caracteres itálicos.
7 – Se um gênero ou espécie foi descrito mais de uma vez, deve-se sempre usar o primeiro nome que o animal foi
descrito, mesmo que seja errado. É a lei da prioridade. Expl. Trichuris trichiura é conhecido também como tricocéfalo,
em vista de ser usado durante muito tempo o nome Tricocephalus trichiuris. O nome mais antigo Trichuris - (thirix
= cabelo; aura = cauda) significa cauda capilar. Quando se descobriu que a parte filiforme do verme correspondia
à extremidade cefálica e não caudal, procurou-se mudar o nome para Trichocephalus, o que não é permitido pela
regra da prioridade.
8 – Nos trabalhos científicos, depois do nome da espécie, coloca-se o nome do autor (o naturalista que a
descreveu) e o ano da publicação do trabalho onde foi descrito. Ex.: Triatoma infestans - Klug, 1834.
Obs.: O nome do autor e data, citados entre parênteses, indicam que a espécie em questão foi descrita originalmente
em gênero diversos do que aparece citado. Expl. Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909). Originalmente foi descrito
como Schizotrypanum cruzi. Dias, em 1939 foi quem revalidou.
9 – Tem terminações padronizadas as seguintes categorias: superfamília (oidea), família (idae), subfamília
(inae) e tribo (ini). Ex.: O pernilongo, vetor da malária, pertence à superfamília Culicoidea, família Culicidae,
subfamilia Culicinae e a tribo Anophelini.
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Zoologia Geral e A larga ocorrência de alguns caracteres possibilita o reconhecimento
Comparada I de grupos maiores do que filos.
SEXO – o animal que contém os dois órgãos genitais masculino e feminino, é chamado
monóico (ou HERMAFRODITA); os representantes da maioria dos filos superiores são dióicos, cada
indivíduo é portador de apenas um órgão do tipo masculino ou feminino.
CELOMA – é a cavidade do corpo formada pela separação das camadas somáticas e
esplacnica do mesoderme.
ACELOMADOS – são metazoários inferiores onde o corpo é um saco de paredes duplas
que rodeiam uma cavidade única. Só tem uma abertura (boca) Ex.: Filo celenterata (hidra).
PSEUDOCELOMADOS – existe uma cavidade entre a ectoderme e a endoderme, porém
não é forrada. Ex.: Filo Aschelminthes (nematóides).
CELOMADOS – possuem duas cavidades; nestes animais o corpo lembra um tubo dentro
do outro. O interno é o digestivo, e é aberto nas duas extremidades (boca e ânus). O tubo externo
é constituído pela ectoderme (parede do corpo); entre eles está o celoma (cavidade), o qual é
forrado pela mesoderme.
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Ecologia como ciência
Fatores abióticos
Fatores bióticos
Cadeia alimentar
Ciclos vitais
Equilíbrio das populações
Crescimento e desenvolvimento das espécies
Ecossistemas
Evolução das espécies
VAMOS RELEMBRAR O
SIGNIFICADO DE CADA UM
DESTES ASPECTOS?
FATORES ABIÓTICOS
Luz
Temperatura
Umidade
Salinidade
Pressão
Ph
FATORES BIÓTICOS
CADEIA ALIMENTAR
Fluxo de energia
Níveis tróficos
Pirâmides ecológicas
Relação entre produtores e consumidores.
CICLOS VITAIS
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Ação dos elementos químicos
Nutrientes
Energia
Zoologia Geral e Biosfera
Comparada I Matéria
Reprodução
Organização do material genético
Evolução
ECOSSISTEMAS
As populações
As comunidades
Mecanismos reguladores
Fenômenos climáticos
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O FENÔMENO DAS MIGRAÇÕES
Por que migram os animais? É uma pergunta comum aos biólogos e
naturalistas. O homem tem assistido, às vezes, ao deslocamento dos animais sem
causa aparente. Um exemplo comum é o gafanhoto, fenômeno conhecido pelas nuvens
que abatem uma determinada cultura em forma de praga.
A migração das aves é algo de espetacular e muitas vezes as aves empreendem
um vôo migratório não só durante o dia mais também à noite.
O sol, a lua, as estrelas, bem como massas de ar com diferentes temperaturas,
o clima, o magnetismo terrestre podem ser fatores de orientação para as espécies.
As andorinhas viajam toda primavera, do Brasil à Argentina através de quilômetros
para pôr os ovos. Algumas vezes a rota se encontra sobre o mar aberto, sem sinais
de guia, num vôo contínuo e ininterrupto.
Para refletir...
:: Quais as vantagens dos processos migratórios?
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Os biomas não têm limites nítidos, a paisagem se transforma
gradativamente dos campos, aos desertos, às florestas. Os estudiosos estão
certos de que essas espécies variam nas regiões adquirindo características
Zoologia Geral e distintas.
Comparada I
AS REGIÕES BIOGEOGRÁFICAS E ESPÉCIES NATIVAS
TAIGA
A Taiga é um ecossistema que faz limite com a tundra. O clima característico é frio
e seco, de transição entre temperaturas polares e temperadas. Possui uma estação
de verão mais longa que na tundra, neste período haverá descongelamento dos
rios e solos, permitindo o desenvolvimento das florestas de coníferas que se
caracterizam por ter folhas em formato de agulhas (aciculifoliadas), revestidas
com ceras para evitar a perda de água para o ambiente e a desidratação. A fauna
é mais variada que na tundra, sendo constituída por ursos, alces, lobos, linces,
esquilos e muitos pássaros que migram para o sul.
FLORESTA DECÍDUA
Nesta região predominam árvores de folhas largas com uma fauna bem característica.
Entre os animais, encontramos: a raposa, a lebre, a topeira, o esquilo, as tartarugas, as
cobras e alguns anfíbios. Dentre os pássaros, destacamos o cardeal e o pica-pau. A
fauna é representada por sariguês, tamanduá, tatu, paca, cotia e entre os de maior
porte encontra-se a onça pintada, a jaguatirica, o jaguar. Grandes répteis e anfíbios
como tartarugas, sapos, lagartos, e as maiores cobras do mundo como jibóia e sucuri
são presentes nesta área.
PRADARIAS
Representam extensas áreas e possuem grandes aglomerações de animais como antílopes,
cavalos selvagens, bisões, cangurus. Como há poucos esconderijos nas pradarias alguns
animais são velozes e se refugiam em tocas. Outros ainda apresentam curiosas adaptações
para organização social, rapidez e aguçada visão. Possui uma flora que se caracteriza
por vegetação rasteira formada por capim, comum no oeste da Rússia, nas planícies dos
Estados Unidos e nos pampas da Argentina. Este tipo de ecossistema ocorre em zonas
temperadas e tropicais. O clima varia de acordo com as latitudes, mas normalmente recebem
bastante luz solar.
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PAMPAS
São campos limpos formados por vegetação rasteira. Fazem parte desta região
gramíneas que formam imensos tapetes, somente nas baixadas, arbustos ou
árvores. A fauna predominante é formada por tatus, roedores, lobos guarás, veados,
gatos e como representantes das aves encontram-se as emas, joão de barro,
cariana. Inúmeras espécies de cobras são predominantes como urutu, jararaca,
coral, muçurana e identifica-se aranhas, escorpiões e insetos cuja população
aumenta muito na primavera e verão.
O clima é temperado e a pluviosidade é alta. Ocorrem no Rio Grande do Sul, onde
são utilizados para cultivo agrícola e para pastagem de gado.
DESERTOS
Cerca de um terço da superfície terrestre é ocupada por desertos e semi-
áridos, espaços habitados por mais de 15% da população mundial. Durante
o dia faz muito calor no deserto, as temperaturas ultrapassam 40 oC, podendo
chegar a 50 oC. À noite faz muito frio, com temperaturas em torno de 0 oC,
podendo chegar a valores negativos.
O problema crucial da fauna do deserto é sobreviver no mundo em que a
falta de água é constante. São poucos os animais de grande porte que
habitam essas regiões. São típicos; os veados, o coiote e o gato montês. Há
muitas aves de rapina como corujas e abutres. São presentes o lagarto, a
iguana, os camundongos, as cascavéis e lebres.
A vida só é possível no deserto para aqueles animais que se modificam
fisiologicamente e adquirem novos comportamentos. Aí vivem animais de
pele seca, ágeis, saltadores e adaptados a vida nas tocas para se proteger.
Uma das formas mais notáveis é a do rato-canguru que se alimenta de
sementes secas e produz liquido dentro do seu próprio corpo, através da
conversão de carboidratos.
Como a água é um fator limitante neste ecossistema, a vegetação é muito
escassa, com predominância de plantas xerófitas.
CAMPOS TROPICAIS
Os campos ocorrem em zonas temperadas e tropicais, sendo que o clima
varia de acordo com as latitudes, mas normalmente recebem bastante luz
solar. A fauna característica é representada pelos veados, capivaras, cutia,
preá, onça, cachorro-do-mato, guará, gaviões, cobras e corujas. A flora é
adaptada ao solo pouco nutritivo.
BIODIVERSIDADE E PROTISTA
PRESERVAR A B
BIIODIVERSIDAD
ODIVERSIDADE É PRO
ADE TE
PROTEGER A VID
TEGER A
VIDA
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A natureza é formada por diversos tipos de ambientes. A variedade
Zoologia Geral e dos animais e ambientes resulta na diversidade biológica e neste âmbito
Comparada I sabemos que a humanidade retira alimentos, remédios e produtos da natureza.
Cada espécie animal, vegetal e microorganismo têm um papel a cumprir.
Os seres vivos que compõem a grande diversidade desempenham
atividades que consistem em obter do ambiente recursos como luz, alimento,
sais, gases, água e abrigo se necessários a sua subsistência e em eliminar resíduos como
urina, fezes e gás carbônico.
Para refletir...
:: Por que trabalhar zoologia e
educação ambiental?
COMO RELACI ON
RELACION AR A B
ONAR BIIODIVERSIDAD
ODIVERSIDADE!
ADE!
22
Para refletir...
Agora, destaque a importância desse
conhecimento (biodiversidade) e identifique as
principais características buscando comparar e classificar
espécies, verificando a sua importância e utilidade.
Para refletir...
USANDO SUBPRODUTOS ANIMAIS
FUNÇÕES AMBIENTAIS
23
habitats. Muitas vezes as aves, mamíferos, peixes e insetos ao se alimentarem
dos frutos levam as sementes para outros locais permitindo a formação de
novas espécies.
Zoologia Geral e
AGORA PENSE E
Comparada I
RESPONDA:
RESPOND A: COMO AS
REF ERID
REFERID AS A
ERIDAS TIVID
ATIVID
TIVIDAD ADES
ADES
ACIMA POD EM SER
PODEM
PREJUDI CAD
PREJUDICAD AS COM O
CADAS
DESMA
ESMAT TAMENT
AMENTO, O, COM A
CAÇA E A PESCA
PRED AT Ó R I A ?
DA
A CADEIA ALIMENTAR
VARIABILIDADE E ADAPTAÇÃO
FUNÇÕES SOCIOECONÔMICAS
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EMPREGO E RENDA
A utilização dos recursos florestais tanto animal quanto vegetal representa importante
fonte de renda e emprego na Amazônia, permitindo uma economia de subsistência que
atinge uma população de cerca de dois milhões de agricultores familiares e 500 mil
extrativistas. Quando se implantam atividades que geram grandes impactos sobre as
florestas e que podem agregar valor aos bens que ela pode nos fornecer, quem ganha é o
ambiente, os habitantes e a sociedade.
(fonte: MMA / SCA – 2002)
Sabemos que muitos protozoários causam doenças. Dentre elas as principais estão
relacionados aos agentes causadores:
25
#
Zoologia Geral e
Comparada I
[ ] Agora é hora de
TRABALHAR
Questão 1
Como os sintomas das doenças causadas por protozoários estão relacionados com
a sua evolução.
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Questão 2
O que pode causar no organismo humano o contágio com o Toxoplasma gondii?
Elabore uma campanha voltada para sua comunide, cujo objetivo é ensinar como podemos
evitar a contaminação por este protozoário.
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METAZOÁRIOS
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Estes organismos são
sésseis, sua grande maioria é
marinha, alimentam-se por filtração,
Zoologia Geral e bombeando a água através das
Comparada I paredes do corpo e retendo as
partículas de alimento nas suas
células. As esponjas estão entre os
animais mais simples, com tecidos
parcialmente diferenciados, porém sem músculos,
sistema nervoso, nem órgãos internos. Eles são muito
próximos a uma colônia celular, pois cada célula alimenta-se por
si própria. Existem mais de 15.000 espécies modernas de esponjas conhecidas,
e muitas outras são descobertas a cada dia. O registro fóssil data as esponjas desde a era
pré-cambriana (ou Pré-Câmbrico)
Para refletir...
:: A CLASSIFICAÇÃO DAS ESPONJAS OCORRE DE
ACORDO COM O TIPO DE ESPICULA?!!!
A origem evolutiva das esponjas apresenta uma série de análises baseando-se nos
itens:
A ausência de órgãos.
Baixo nível de diferenciação.
Estrutura do corpo.
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Anatomia
A estrutura de uma esponja é simples: tem a forma de um tubo ou saco, muitas vezes
ramificado, com a extremidade fechada presa ao substrato. A extremidade aberta é chamada
ósculo, (em zoologia, chama-se ósculo à abertura principal do esponjocélio, na extremidade
livre do corpo dos animais do filo Porífera - as esponjas).
Como uma estrutura muito simples, as esponjas alimentam-se e respiram por filtração:
a água entra no esponjocélio através de orifícios na parede do corpo (os óstia) e sai pelo
ósculo.
A parede do esponjocele é forrada por células flageladas (os coanócitos) que,
juntamente com as contrações da parede, criam a corrente de renovação da água.) A
cavidade interior é a esponjocele. As paredes são perfuradas por buracos microscópicos,
chamados óstios, para permitir que a água flua para dentro da esponjocele trazendo oxigênio
e alimento.
A parede das esponjas é formada por duas camadas de células, com o interior formado
pela matriz extracelular que, neste grupo, se denomina mesênquima.
As esponjas possuem quatro tipos de células:
29
Classificação das esponjas
Reprodução
30
PENSE!!! AS
ESPONJAS SÃO
ANIMAIS OU
VEGETAIS?
#
viverem fixos, muitos
[ 1]
naturalistas antigos
como Aristóteles
acreditavam que as
esponjas eram plantas.
Agora é hora de E para você?
TRABALHAR
Questão
Em determinados períodos do ano, muitos banhistas evitam freqüentar praias do
Rio Negro, no Estado do Amazonas, devido às coceiras que as espículas provocam. Em
relação às espículas, responda:
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Questão 2
Como as esponjas podem formar uma colônia?
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FILO COELENTERATA OU CNIDÁRIOS
Zoologia Geral e
Comparada I
O filo Cnidaria inclui os animais aquáticos de que fazem parte as hidras de água
doce, as medusas ou águas-vivas, que são normalmente oceânicas, e os corais e anêmonas-
do-mar. O filo era também chamado Coelenterata (das palavas gregas “coela”, o mesmo
que “cela” ou “espaço vazio” e “enteros”, “intestino”), que, originalmente, incluía os pentes-
do-mar, atualmente considerado um filo separado, composto por animais também gelatinosos
como as medusas, mas com algumas características próprias.
O corpo dos cnidários é basicamente um saco formado por duas camadas de células
- a epiderme, no exterior, e a gastroderme no interior - com uma massa gelatinosa entre
elas, chamada mesogleia e aberto para o exterior. Por esta razão, diz-se que os cnidários
são diploblásticos.
Ao redor da abertura, chamada arquêntero, os celenterados ostentam uma coroa de
tentáculos com células urticantes, os cnidócitos, capazes de ejetar um minúsculo espinho, o
nematocisto que pode conter uma toxina ou material mucoso. Estes “aparelhos” servem
não só para se defenderem dos predadores, mas também para imobilizarem uma presa,
como um pequeno peixe, para se alimentarem - os cnidários são tipicamente carnívoros.
Algumas células da gastroderme da cavidade central (o celêntero) segregam enzimas
digestivas, enquanto que outras absorvem a matéria digerida. Na mesogléia, encontram-se
dispersas células nervosas e outras com função muscular que promovem o fluxo de água
para dentro e fora do animal.
Ciclo de vida
Classificação científica
O filo Cnidária está dividido em quatro classes de organismos atuais e mais uma de
fósseis:
32
· Anthozoa - as anêmonas-do-mar e corais verdadeiros;
· Scyphozoa- as verdadeiras água-vivas;
· Cubozoa - as medusas em forma de cubo;
· Hydrozoa - as hidras, algumas medusas, a garrafa-azul e os corais-de-fogo;
· Staurozoa - as medusas que habitam as profundezas do oceano e estão fixas pelos
tentáculos;
· Conulata - extinta.
Uma riqueza submarina com representante deste filo tem os corais, as águas vivas,
as hidras, as anemônas-do-mar e as caravelas.
Possuem tamanhos variáveis e são mais evoluídos que as esponjas, pois apresentam
tecidos organizados, além de um colorido característico.
Alguns são fixos como os corais e outros natantes como as medusas, porém a maioria
vive no mar e alguns vivem em colônias.
· Mesogléia acelular
· Cavidade gastrovascular sem divisões
· Gônadas de origem ectodérmica
· Cnidócitos só na epiderme
· Modo de vida colonial
· Polimorfismo, colônias constituídas por elementos com funções específicas e com alto
grau de coordenação
Classificação
· Anthomedusae
· Leptomedusae
33
· Limnomedusae
· Trachymedusae
· Hydridae
· Actinulida
Zoologia Geral e · Chondrophora
Comparada I · Siphonophora - garrafa azul
· Hidrocorallina
Atenção!
Para refletir... Propriedades Fundamentais...
Saiba mais...
AGUAS-VIVAS
34
Saiba mais...
CORAIS
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Questão 1 [ ] Agora é hora de
TRABALHAR
35
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Zoologia Geral e __________________________________________________________________
2
Comparada I
Questão
Será que a utilização de certo tipo de coral (coloração, tamanho, forma),
como habitat ou nicho ecológico está ligado a um tipo específico de ser vivo no
ambiente aquático? Justifique sua resposta.
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BIOLOGIA E SISTEMÁTICA DE GRUPOS
ZOOLÓGICOS
FILO PLATYHELMINTHES
Características Gerais
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Sistema digestório
Sistema nervoso
São os primeiros animais com um sistema nervoso central que é formado por um
anel nervoso, ligados a cordões longitudinais ou por um par de gânglios cerebróides.
Sistema excretor
Sistema reprodutor
Exemplos
Classes
38
Como todos os platelmintes, o tubo digestivo do
Schistosoma é incompleto e tem sistemas de orgãos muito
rudimentares. É um parasita intravascular e permanece
sempre no lúmen dos vasos quando infecta o Homem. Ao
longo do seu ciclo de vida, assume as seguintes formas:
Ovo de Schistosoma mansoni
contendo míracidio
Ciclo de Vida
O ciclo inicia-se com o caramujo (caracol aquático). Estes caramujos são hospedeiros
intermediários do schistosoma, albergando o ciclo assexuado. Nos seus tecidos multiplicam-
se os esporocistos, dando mais tarde origem às formas multicelulares cercarias, que
abandonam o molusco e nadam na água. O homem é contaminado ao entrar em contato
com as águas dos rios onde existem estes caramujos infectados. Se estas larvas
encontrarem um ser humano na água, penetram pela pele nua e intacta, ou pelas mucosas,
como da boca e esófago após ingestão da água, ou anal ou genital. Ela continua a penetrar
os tecidos até encontrar pequenos vasos sangüíneos, no interior dos quais entra. Viaja,
então, pelas veias, passa pelo coração e atinge os pulmões pelas artérias pulmonares,
onde se fixa.
39
Após alguns dias ocorre a transformação para a forma jovem, liberam-
se e migram pelas veias pulmonares, coração e artéria aorta até atingirem o
fígado. Lá ocorre o amadurecimento das larvas em formas sexuais macho e
Zoologia Geral e fêmea, e o acasalamento (forma sexuada). Após este acasalamento, os
Comparada I parasitas migram juntos (a fêmea na calha do macho), contra o fluxo sangüíneo
(migração retrógrada), atingindo as veias mesentéricas e do plexo
hemorroidário superior (ou no caso do S.hematobium o plexo vesical da
bexiga).
Lá, os parasitas põem milhares de ovos todos os dias, durante anos (entre três e
quarenta anos). Os ovos passam do lumen dos vasos ao lúmen do intestino ou bexiga
simplesmente destruindo todos os tecidos intervenientes. Atravessam a parede dos vasos
sanguíneos, causando muitos danos tanto com os seus espinhos como pela reação
inflamatória do sistema imunitário que lhes reage. Atingindo o intestino são eliminados pelas
fezes (ou no caso do S.hematobium atingem a bexiga e são libertados na urina). Os ovos,
em contato com a água, liberam os miracídios que nadam livres até encontrar um caramujo
(caracol aquático), penetrando-o. Dentro do caramujo ocorre a multiplicação da forma
assexuada, o esporocisto, que se desenvolve na forma larvar que é libertada seis semanas
após a infecção do caramujo, novamente recomeçando o ciclo.
Espécies
40
Tênias são vermes platelmintos, parasitas intestinais do Homem, de corpo achatado
como uma fita. O seu hospedeiro intermediário é o porco, no caso da tênia solitária; o boi,
no caso da tênia saginata ou os peixes no caso do Diphyllobothrium latum. Além de
parasitarem o lúmen do intestino humano de forma quase sempre benigna (o homem é
usado como hospedeiro definitivo), causando a doença Teníase, também podem infectar
acidentalmente o homem como hospedeiro intermediário, causando a doença muito mais
grave Cisticercose.
TAENIA
Taenia sollium
Escolex de T.solium
A tênia solium adulta vive no intestino delgado do homem e possui o corpo alongado,
delgado e chato; podendo ser dividido em: cabeça ou escólex, colo e estróbilos ou proglotes.
A cabeça é a porção anterior destinada à fixação no organismo do hospedeiro. O pescoço
ou colo é a região em que são produzidos novos anéis por estrobilização. O corpo é
constituído por uma série de anéis -proglótides- que são divididos em imaturos, maduros e,
no final, grávidos. O homem que possui teníase ou solitária, como também é chamada a
doença causada pela presença desse animal no intestino, libera cerca de 40.000 ovos
fecundados por anel eliminado nas fezes. Esses ovos contêm embriões denominados
oncosfera.
Proglótide
de T.solium
41
O porco, hospedeiro intermediário, ingere os ovos que, ao chegarem
ao intestino, libertam a oncosfera, que entra na corrente sangüínea e se aloja
Zoologia Geral e em alguns tecidos do animal. Nesses locais, evolui um estágio larval, chamado
Comparada I cisticerco.
Taenia saginata
Ciclo de vida
42
intestinal ou no exterior quando a proglótide se desintegra. São excretadas com as fezes
humanas. Os animais que se alimentam água, de detritos (porco) ou erva (vaca)
contaminados são infectados. Nestes animais ou acidentalmente no Homem os ovos eclodem
no intestino, gerando oncosferas, e penetram na mucosa intestinal, e disseminam-se pelo
sangue até aos tecidos, onde se enquistam principalmente no músculo, fígado e cérebro.
Quando o Homem come esta carne infectada os cistos maturam em ténias adultas
exclusivamente intestinais.
Epidemiologia
As tênias existem em todo o mundo e são dos parasitas mais comuns, sendo dos
poucos que continuam a ser freqüentes nos países da Europa.
O ser humano é infectado pela forma adulta quando consome carne crua ou mal-
cozinhada (vermelha, mesmo que não tenha sangue) de porco, vaca ou peixe da água doce.
O porco é mais perigoso porque estes animais consomem detritos.
A cisticercose ocorre quando seres humanos ingerem água, terra ou alimentos
contaminados com fezes humanas. Também pode ocorrer por infecção fecal oral como em
determinadas práticas sexuais, ou até por autoinfecção do mesmo indivíduo. Em alguns
países o hábito de fertilizar os solos com as fezes humanas aumenta muito o risco.
Progressão e Sintomas
43
convulsões epilépticas e outros distúrbios neurológicos. No coração podem
agravar insuficiência cardíaca.
Prevenção
ASCHELMINTHES OU NEMATELMINTOS
44
asquelmintos, o grupo mais numeroso e de maior importância para o homem é a classe
Nematoda, à qual muitos autores atribuem a categoria de filo (filo Nematelminthes).
Discussão filogenética
45
· Ecdysozoa – que inclui todos os animais com exoesqueleto e
que, para crescer, têm de o substituir, num processo denominado muda
ou ecdise; neste grupo incluem-se, entre outros, os artrópodes e os
nemátodos.
Zoologia Geral e · Lophotrochozoa – que inclui dois grupos de animais, os
Comparada I Lophophorata e os Trochozoa, com características diferentes, mas que
têm em comum a ausência de celoma ou pseudoceloma.
· Esta classificação deixa de fora um certo número de filos, como
os Rotifera e os Platyhelminthes, cuja filogenia ainda não está
determinada.
Um grupo tão diverso teria de apresentar também uma grande diversidade de formas
de vida: alguns asquelmintos são parasitas, como muitos nemátodos, Acanthocephala e
Nematomorpha. Muitos vivem em solos úmidos ou no sedimento de massas de água doce
(gastrótricas, rotíferos e nemátodos) ou marinho (gastrótricas, quinorincas, loricíferos e outros).
Os quetognatas são ativos predadores cosmopolitas no plâncton oceânico.
Muitos pequenos asquelmintos são capazes de entrar em estado de vida latente
quando as condições ambientais se tornam desfavoráveis, um processo conhecido como
criptobiose.
Uma vez que estes animais não possuem esqueleto, a sua fossilização é muito difícil
e, das espécies mais pequenas, não existem de fato quaisquer registos. No entanto, foram
encontrados priapulídeos em rochas do período Cambriano e parecem estar perto da base
da grande radiação evolutiva, também conhecida como Explosão Cambriana
(Adaptado de STORE, Tracy. Ed. UNSINGER, I. & Robert L ZOOLOGIA GERAL, ED.
Nacional. 1979. P. 359-360).
46
AGORA VERIFIQUE O QUE APRENDEU ANALISANDO O QUADRO
COMPARATIVO:
Saiba mais...
A criação de minhocas tem como objetivo
principal a produção de húmus para o solo, rico em
nutrientes. Todo esse material é digerido por ela e os
resíduos eliminados servem para a fertilização dos
solos.
Filo Acanthocephala
47
Filo Rotífero
Zoologia Geral e
Comparada I
Rotíferos são animais aquáticos microscópicos que constituem o filo Rotifera. O seu
nome deriva do latim para “roda”, com referência à coroa de cílios que rodeiam a boca
destes animais e que se movem rapidamente, para captar as partículas de alimento,
parecendo uma roda a girar.
Conhecem-se cerca de 1700 espécies de rotíferos de vida livre, que vivem na maior
parte das massas de água doce, incluindo pequenas poças de chuva, no solo úmido e
também se encontram em musgos e líquens que crescem em troncos de árvores e pedras
ou mesmo sobre fungos, crustáceos ou larvas aquáticas de insetos. Algumas espécies nadam
livremente na águas, mas outras são sésseis, agarrando-se a qualquer substrato, seja ele
fixo ou flutuante.
Os membros da classe Bdelloidea encontram-se ocasionalmente em água salobra
ou marinha. Estes rotíferos são capazes de sobreviver à dissecação, um processo chamado
criptobiose (ou anidrobiose), assim como os seus ovos – de fato, os embriões mais velhos
têm mais possibilidade de vingar.
Por causa do seu pequeno tamanho e falta de peças duras, os rotíferos não fossilizam
facilmente e o mais antigo que se conhece foi encontrado em âmbar da República
Dominicana e data do período Eoceno, mas são comuns fósseis da espécie Habrotrocha
angusticollis em turfa com 6000 anos (período Pleistoceno) no Ontário, Canadá.
Apesar do seu pequeno tamanho – a maioria dos rotíferos mede entre 200 e 500
micra – estes organismos têm sistemas de órgãos especializados e um tubo digestivo
completo que inclui a boca, a faringe, o estômago e o ânus. O corpo dos rotíferos é
segmentado externamente, mas não internamente, é dividido em quatro regiões – cabeça,
pescoço, tronco e pé e é muito flexível. Os rotíferos têm o corpo coberto por uma cutícula
transparente, que sugere que estes animais sejam aparentados com os anelídeos e com os
artrópodes.
Na maior parte das espécies, a cabeça tem uma coroa de cílios que se movem
rápida e sincronicamente, produzindo um vórtex de água com partículas de alimentos na
direcção da boca. As partículas são depois mastigadas por um aparelho maxilar específico
deste grupo de animais, chamado trophi (ou mastax), localizado na faringe. As cavidades
do corpo estão parcialmente forradas pela mesoderme e nelas se encontram os órgãos
reprodutivos. O pé termina num “dedo” com uma glândula adesiva com que o animal se
prende ao substrato.
Os rotíferos são omnívoros e algumas espécies são canibais. No entanto, a sua dieta
consiste principalmente em matéria em decomposição, assim como de algas unicelulares
e outros fitoplanctontes - que são os produtores primários nos ecossistemas aquáticos – e,
por essa razão, estes animais são considerados consumidores primários. Por sua vez, os
48
rotíferos são presas de consumidores secundários carnívoros, como os camarões e muitas
espécies de peixes.
Foram observados vários tipos de reprodução nos rotíferos. Em algumas espécies
conhecem-se apenas fêmeas que produzem filhas a partir de óvulos não fertilizados, um
processo chamado partenogênese. Outras especies produzem dois tipos de “ovos” que
também se desenvolvem por partenogênese: um tipo desenvolve-se em fêmeas e o outro
forma machos degenerados que não conseguem sequer alimentar-se mas que, se
conseguem atingir a maturidade sexual, podem fertilizar ovos que podem desenvolver-se
dentro da mãe, agarrados ao seu pé, ou serem libertados para eclodirem na água.
#
Questão 1 [ ] Agora é hora de
TRABALHAR
Questão 2
Como você identifica os filos gastrotrichia – nematomormorpha e kynorrincha
quanto às diferenciações biológicas. Justifique.
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Zoologia Geral e __________________________________________________________________
Comparada I __________________________________________________________________
Questão 3
Qual a importância dos canais ramificados e poros na pele dos acanthocephalas?
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Questão 4
Por que há uma tendência a minhocultura? Quais os benefícios para o homem e
para o meio ambiente?
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Questão 5
Como a forma do corpo dos vermes está relacionada com o modo de vida?
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Questão 6
Justifique a frase “Os vermes são organismos bem adaptados à vida parasitária”.
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Questão 7
Esquematize um plano de saneamento básico para a considerável diminuição das
verminoses no seu bairro e discuta o assunto.
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FILO ANNELIDA
Anatomia
51
sistemático, o filo Articulata, mas estudos mais recentes revelaram que essas
características devem ser consideradas como convergências evolutivas.
Nas minhocas (Oligochaeta), os músculos são reforçados por lamelas
Zoologia Geral e de colagênio; as sanguessugas (Hirudinea) têm uma camada dupla de
Comparada I músculos, sendo os exteriores circulares e os interiores longitudinais.
A maioria dos anelídeos possui, em cada segmento, um par de sedas,
mas os Polychaeta (as minhocas marinhas) possuem ainda um par de
apêndices denominados parápodes (ou “falsos pés”).
Na extremidade anterior do corpo, antes dos verdadeiros segmentos - a cabeça -,
encontra-se o protostômio onde se encontram os olhos e outros órgãos dos sentidos. Por
baixo, encontra-se o peristômio, onde está a boca. A extremidade posterior do corpo é o
pigídio, onde está localizado o ânus e os tecidos que dão origem a novos segmentos durante
o crescimento.
Muitos poliquetas possuem órgãos de sentidos bastante elaborados, mas as formas
sésseis muitas vezes apresentam tentáculos em forma de pluma, que eles utilizam para se
alimentarem. Para além disso, muitas espécies têm fortes maxilas, por vezes mineralizadas
com óxido de ferro.
O tubo digestório é bastante especializado, devido à variedade das dietas, uma vez
que muitas espécies são predadoras, outras detritívoras, outras alimentam-se por filtração,
outras ainda ingerem sedimentos, dos quais o intestino tem de separar a parte nutritiva;
finalmente, as sanguessugas alimentam-se de sangue de outros animais, por sucção.
O sistema vascular é composto por um vaso sangüíneo dorsal que leva o “sangue” no
sentido da “cauda” e outro ventral, que o traz na direção oposta.
O sistema nervoso é formado por um cordão ventral, a partir do qual saem nervos
laterais em cada segmento.
Reprodução
A forma de reprodução dos anelídeos varia de espécie para espécie, pondendo ser
tanto assexuada como sexuada.
Classe Archiannelida
Características
52
· segmentos pouco diferenciados externamente.
· fibras musculares bem desenvolvidas.
· faringe eversível (probóscide).
· parapódios reduzidos ou ausentes.
· prostômio com ou sem tentáculos. Se sim, são 2 ou 3.
· presença ou não de de 4 palpos no peristômio e de cirros
tentaculares.
· ausência ou 1 par de olhos.
· órgãos nucais.
· pigídio com papilas adesivas (muco).
· sexos separados.
· Fecundação interna / externa.
· larva trocófora (desenvolvimento não é direto).
· Até hoje só foi descrita a reprodução sexuada. A assexuada
ainda não foi descrita, mas não se pode falar que não ocorre porque este
é um animal pouquíssimo estudado até hoje.
Branchiobdellidae
Oligochaeta
53
O clitelo, anel esbranquiçado que indica a maturação sexual, é formado pela
produção exagerada de muco. As cerdas dos oligoquetas aquáticos são
maiores e auxiliam a natação.
Zoologia Geral e O corpo dos oligoquetas é segmentado e encontra-se dividido em:
Comparada I prostômio, peristômio e pigídio. A boca é ventral e está presente no peristômio,
enquanto que o ânus está localizado no pigídio. O sistema digestivo é
composto pela boca, faringe eversível (probóscide), esôfago, papo (onde se
acumulam os alimentos), moela (onde se dá a trituração), intestino e ânus. O
sistema circulatório é fechado e constituído por vasos laterais rodeados por células
musculares que funcionam como corações laterais (ou arcos aórticos). Dependendo da
espécie, os oligoquestas têm 2 a 3 pares de corações aórticos. As trocas gasosas com o
meio são feitas a partir da epiderme que necessita estar úmida pela ação do muco para
permitir a respiração. O sistema nervoso é ganglionar e não comporta sistema sensorial.
Por isso, os oligoquestas não têm antenas, olhos ou tentáculos. No entanto, há células
receptoras que conseguem detectar a luz ou ausência dela.
Todos os oligoquetas são hermafroditas e reproduzem-se de forma assexuada ou
sexuada. Neste último caso, a cópula é cruzada e ocorre com a adesão de um clitelo de um
animal ao clitelo do outro. Ambos os animais fecundam e fertilizam-se mutuamente. No final
da cópula, os oligoquetas deslizam entre si, retirando os clitelos que já estão fecundados
com espermatozóides e óvulos. Ao sair do corpo do animal, o clitelo perde a sua forma e
transforma-se num casulo.
Os oligoquetas têm enorme importância econômica para o homem. Graças ao seu
modo de vida subterrâneo, são agentes essenciais na regeneração e manutenção de solos,
bem como indicadores importantes da qualidade e poluição dos solos. Do ponto de vista
econômico são produtores ativos de húmus, que pode servir como fertilizante e podem
servir como base de rações animais (aves e peixes) ou isca para pesca.
Polychaeta
Polychaeta é uma classe de anelídeo que inclui cerca de 8,000 espécies de vermes
aquáticos. A grande maioria das espécies é típica de ambiente marinho, mas algumas
formas ocupam ambientes de água doce ou salobra. O nome deriva do Grego poly + chaeta
que significa muitas cerdas, numa referência às cerdas que lhes cobre o corpo. Muitas
espécies de poliquetas são coloridas e algumas são mesmo iridiscente. Os poliquetas
distribuem-se na coluna de água desde a zona intertidal até profundidades de 5,000 metros.
No conjunto, os poliquetas medem 5 a 10 cm de comprimento em média, mas há espécies
com apenas 2 milímetros e outras que atingem 3 metros.
O sistema digestivo dos poliquetas é bastante variável, de acordo com os diferentes
tipos de alimentação observados pelo grupo. A respiração faz-se, sobretudo, por trocas
gasosas diretamente através da pele, que tem extensões que servem a função de brânquias.
O sistema excretor é igualmente variável de acordo com a espécie, podendo ser constiuído
por um único par de tubos excretores ou um par por segmento.
Os poliquetas são animais dióicos e a reprodução é geralmente sexuada. Na maioria
das espécies a fertilização é externa e ocorre na água, dando origem a larvas de vida livre.
54
Em alguns casos observa-se fertilização interna ou a deposição dos ovos fixos a objetos
através de muco. A libertação de óvulos e esperma dos poliquetas faz-se de noite e está
correlacionada com as fases da lua.
O grupo é geralmente dividido em dois grupos: Errantia e Sedentaria. Como o próprio
nome indica, os poliquetas errantes têm vida livre seja nadando na coluna de água ou como
organismos bentónicos móveis. A maioria das espécies deste grupo é predadora de
pequenos invertebrados ou detritívora. Têm cabeça, olhos funcionais e tentáculos sensoriais.
Os poliquetas sedentários estão adaptados para viver permanentemente em tubos
escavados no substrato ou fixos a rochas. São na maioria dos casos organismos detritívoros
ou filtradores.
Alguns gêneros
· Nereis
· Arenicola
Ordens
· Amphinomida · Orweniida
· Capitellida · Phyllodocida
· Chaetopterida · Pisionidae
· Cirratulida · Polygordiida
· Cossurida · Protodrilida
· Ctenodrillidae · Psammodrilidae
· Eunicida · Sabellida
· Flabelligerida · Spionida
· Magelonida · Spintheridae
· Myzostomida · Sternaspida
· Nerillida · Terebellida
· Opheliida
· Orbiniida
Sanguessuga
55
alimenta, segrega um anticoagulante que leva o sangue a circular sem estancar.
Até ao século XIX, as sanguessugas eram utilizadas na medicina oriental e
mesmo na medicina ocidental (nas sangrias). Hoje em dia ainda há
Zoologia Geral e necessidade de utilizar anticoagulantes na medicina convencional, ainda que
Comparada I sejam artificiais. Recentemente, as sanguessugas voltaram a ser utilizadas
em medicina em casos de grandes dificuldades circulatórias em membros,
com possibilidade de gangrena, visto que a sua acção sugadora força o sangue
a circular, ajudando a manter vivas as células. No Rio Grande do Sul estes
animais são popularmente chamados de “chamichungas”.
Resumindo:
Sanguessuga - Hirudo medicinalis
· Propriedades fundamentais
· Classificação
POLIQUETAS
OLIGOQUETAS
A maioria é terrestre.
56
Apresentam-se em abundância em solo úmido.
Possuem espécies de água doce ou marinha.
Corpo revestido de cutícula.
Aparelho digestório organizado.
Sistema nervoso e circulatório semelhante aos poliquetas.
Saiba mais...
É ainda muito grande o número de pessoas no Brasil que se
encontram contaminadas por algum tipo de verme devido à falta
de saneamento básico nos países.
As informações dos órgãos mostram como são as nossas
condições de saneamento tanto urbano como rural.
A saúde da população é tão precária e está relacionada às
condições do meio ambiente.
Em córregos, represas e lagos são lançados esgotos e são
focos de inúmeras doenças que afetam os brasileiros.
Planejar a construção da rede de abastecimento de água e
de esgoto, assim como tratar o lixo residencial e industrial é
fundamental para a saúde de todos nós.
(Adaptado, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios,
PNDS. Síntese de indicadores, 1996. IBGE.).
FILO MOLLUSCA
· ANFINEUROS
· GASTRÓPODES
· ESCAFÓPODES
· LAMELIBRÂNQUIOS
· CEFALÓPODES
57
Zoologia Geral e
Comparada I
Saiba mais...
Experimentos demonstram que substâncias químicas
encontradas na tinta do polvo é capaz de curar câncer.
Sabe-se ainda muito pouco sobre as propriedades de várias
substâncias encontradas nos animais e vegetais. Alguns
pesquisadores japoneses, entretanto, descobriram que existe uma
substância química na tinta do polvo que é capaz de curar alguns
tipos de câncer. Trata-se de um polissacarídeo (carboidrato).
Fazendo experimentos com essa substância, os cientistas
aplicaram em parte de um grupo de animais que tinham a doença.
Os animais doentes que não foram tratados morreram e 60% dos
que foram submetidos à substância melhoraram
consideravelmente. Inibindo as células doentes essa substância
tem a vantagem de não gerar efeitos colaterais.
58
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Questão 1 [ ] Agora é hora de
TRABALHAR
Que tipo de célula é responsável pela liberação das substâncias químicas encontradas
no polvo? Como funciona este mecanismo nos cefalópodes?
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Questão 2
Construa um quadro comparativo entre os grupos de seres vivos estudados no tema
3, contendo os seguintes itens: sistema digestório; circulatório, respiratório, reprodutor,
excretor e nervoso.
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PROTOSTÔMIOS INFERIORES;
OS LOFOFORADOS E O FILO ECCHINODERMATA
PROTOSTÔMIOS INFERIORES
FILO SIPUNCULA
59
Os habitats ocupados pelas diferentes
espécies são bastante diversos. Consegue-se
Zoologia Geral e encontrar representantes de vários gêneros cavando-
Comparada I se na areia ou no lodo da região do estirâncio, bem
como na do início do infralitoral. Após treinamento
intensivo, é possível identificar na areia ou no lodo
as aberturas das galerias construídas por esses
“vermes”. Uma mesma espécie pode ocupar
Themiste alutacea
diferentes substratos e/ou uma combinação deles: sob
pedras, algas e briozoários; em areia grossa ou fina; no
lodo; entre raízes de fanerógamas marinhas; entre bancos de mexilhões; entre tubos de
poliquetos coloniais; em galerias escavadas no coralo morto, estando essas condições
protetoras sujeitas as águas calmas ou turbulentas. Espécies pequenas (até cerca de 10cm
de comprimento) encontram-se geralmente a poucos centímetros da superfície; espécies
maiores (50cm de comprimento ou mais) podem cavar galerias que alcançam 80cm de
profundidade.
Os Sipuncula ocorrem em todos os mares, quentes ou frios, desde a região
entremarés até profundidades tão grandes quanto 8.210m (Brunn, 1956).
Algumas espécies de Sipuncula estabelecem-se em determinados fundos oceânicos,
formando populações numerosas. Outras têm sido coletadas esporadicamente, parecendo
não formar populações densas. Na minha avaliação, esta aparente raridade de certas
espécies reflete uma metodologia de coleta inadequada.
A importância ecológica e/ou econômica das espécies de Sipuncula que ocorrem
na costa brasileira ainda está para ser determinada. Não obstante, à falta dessa informação,
deve-se salientar que os Sipuncula, como qualquer invertebrado marinho ou de água doce,
sofrem ação deletéria de parasitas. Os parasitas mais comuns de Sipuncula são
Platyhelminthes, Trematoda, Nematoda, Copepoda, e “Protozoa”. Por outro lado, os
Sipuncula mantêm uma diversificada interação com outros grupos de invertebrados (Hyman,
1959). É importante, ainda, destacar as propriedades bacteriostáticas e imunológicas do
fluído celomático desses vermes (Bang, 1966). Um aspecto relevante da ecologia de
Sipuncula diz respeito ao fato de suas larvas planctônicas, de longa duração, servirem como
indicadores de correntes marinhas (Scheltema, 1992) e outro refere-se a que os Sipuncula
consituem importante item da dieta de peixes de diversas famílias (Kohn, 1970).
Posição Sistemática
Reino: Animalia
Sub reino: Metazoa
Filo Sipuncula
· Classe Sipunculidea
Ordem Sipunculiformes
Família Sipunculidae
Ordem Golfingiiformes
Família Golfingiidae
Famíla Phascolionidae
Família Themistidae
· Classe Phascolosomatidea
Ordem Phascolosomatiformes
Família Phascolosomatidae
Ordem Aspidosiphoniformes
Famíla Aspidosiphonidae
60
Ordem Aspidosiphoniformes
Número de espécies:
No mundo: 150
No Brasil: 30
latim: siphunculus = pequeno tubo, sifão
nome vernáculo: sipúnculo
61
São gonocóricos com leve dimorfismo sexual. Os processos de
fecundação e desenvolvimento são pouco conhecidos. Acredita-se que o
espermatóforo do macho seja liberado diretamente na água e que a
Zoologia Geral e fecundação ocorra no interior do tubo da fêmea. Nos Perviata o
Comparada I desenvolvimento é indireto, e quando as larvas deixam o tubo da fêmea estão
prontas para se fixarem e para realizarem a metamorfose que leva ao estágio
adulto. Sobre o desenvolvimento larval dos Vestimentifera existem poucas
informações (Southward, 1986; Margulis & Schwartz, 1988; Meglitsch &
Schram, 1991). Apenas uma espécie, Sclerolinum braustromi, é capaz de se reproduzir por
divisão transversal, tendo sido encontrados dois indivíduos vivendo no interior do mesmo
tubo (Southward, 1971).
Posição Sistemática
Reino: Animalia
Sub reino: Metazoa
Filo: Pogonophora
Classe Perviata
Ordem Athecanephria
Ordem Thecanephria
Classe Vestimentifera
Ordem Axonobranchia
Ordem Basibranchia
Número de espécies
No mundo: cerca de 140
No Brasil: 1 (não confirmada)
grego: pogon = tufo de pêlos, barba;
phoros = possuir nome vernáculo: pogonóforo
FILO ECHIURA
62
Os Echiura ocorrem em todos os mares, quentes ou frios, desde a região entremarés
até profundidades tão grandes quanto 10.210m (Zenckevitch, 1966). São invertebrados
muito antigos na história da Terra, havendo registro de seus vestígios para o período Siluriano
(Risk, 1973).
Não está esclarecida a importância ecológica dos Echiura na costa brasileira, porém,
a exemplo dos Sipuncula, esses vermes fazem parte da dieta de numerosos peixes
demersais. Há registros de parasitas desses vermes, tais como “Protozoa”, Platyhelminthes,
Nematoda, Annelida e Copepoda (Illg, 1970; Jones & Schiess, 1970), além de um
considerável número de comensais. Um aspecto particularmente relevante da biologia de
Echiura refere-se ao determinismo do sexo na família Bonelliidae, assunto pesquisado há
mais de 80 anos e com excelente revisão de Pilger (1978).
Posição Sistemática
Reino: Animalia
Sub reino: Metazoa
Filo Echiura
Ordem Echiuroinea
Ordem Xenopneusta
Ordem Heteromyota
Número de espécies
No mundo: 130
No Brasil: 9
grego: echis = víbora; latim: ura = cauda
nome vernáculo: echiuro
FILO PHORONIDA
FILO BRYOZOA
63
das características físico-químicas da água, da
hidrodinâmica e do tipo de substrato da área.
Essas mudanças são refletidas pelo
Zoologia Geral e padrão de distribuição das espécies, pelo tipo
Comparada I de forma de colônia predominante, pelas
alterações no tamanho do indivíduo (zoécios) e
pelo tipo de calcificação de sua parede
frontal.
Constituído de animais encontrados tanto em água
doce como em água salgada. São encontrados
incrustados em qualquer material aquático, mas geralmente passam despercebidos porque
em geral são quase microscópicos. São essencialmente coloniais formando grupos de
milhões de indivíduos. As colônias apresentam aspectos de tufos de musgos pardo cinzentos,
arborescentes ou, então, são planas semelhantes a delicadas rendas calcáreas que lembram
microscópicos favos de mel (abelhas).
FILO BRACHIOPODA
Características gerais
64
As valvas dos braquiópodes são desiguais entre si (inequivalves), mas simétricas
em relação a um plano médio paralelo ao comprimento do animal (equilaterais). A posição
deste plano de simetria é um critério de distinção entre este grupo e os bivalves, que têm
valvas equivalves e inequilaterais.
Ecologia
História geológica
65
FILO ECHINODERMATA
Zoologia Geral e
Comparada I
Pepino-do-mar
66
Holothurioidea é a classe de equinodermes que inclui os animais conhecidos como
pepinos-do-mar ou holotúrias. Em oposição aos outros equinodermes, possuem corpo
delgado, alongado em um eixo oral-aboral. A boca é circundada por 10 a 30 tentáculos que
são modificações de pés ambulacrários bucais encontrados em outros equinodermos. Seu
alimento é de material orgânico dos detritos do fundo, que é empurrado para a boca ou de
plâncton aprisionado em muco nos tentáculos. As holotúrias frequentemente são os
invertebrados dominantes nas partes mais profundas dos oceanos e muitos taxa são restritos
a águas profundas.
Características
Estrela-do-mar
67
larvar. As estrelas do mar não possuem lanterna de Aristóles e, por isso, não
podem mastigar os alimentos. Para se alimentar, lança o estômago pela boca,
localizada em sua face oral.
Zoologia Geral e
Comparada I
Resumindo:
Classificação e característica
· ASTERÓIDES
Estrela-do-mar
· EQUINÓIDES
Ouriços-do-mar, bolacha-do-mar
Corpo esférico;
Apresentam espinhos móveis e finos;
Animais de corpo globuloso;
Alimentam-se de algas presas as rochas;
Apresentam placas radiais.
· OFIURÓIDES
Serpentes-do-mar
68
· CRINÓIDES
Lirios-do-mar
Corpo estrelado;
Braços ramificados;
Vivem presos a rochas ou a outros corpos sólidos.
· HOLOTURÓIDES
Pepinos-do-mar
Corpo alongado;
Vivem enterrados na areia;
Apresentam boca e ânus em extremidades oposta;
Apresentam substâncias pegajosas presentes nos pés;
Defendem-se lançando substâncias quando atacados
por predadores.
Saiba mais...
Muitas pessoas utilizam as estrelas-do-mar como enfeites
em suas casa. Já os ouriços-do-mar podem ser vendidos em
algumas peixarias, pois as suas bolsas cheias de óvulos de
espermatozóides podem ser comidas. No entanto, a grande
utilização dos equinodermos pelo homem ocorre na produção da
comida japonesa conhecida como Suchi mamako. Quando alguém
saboreia este prato típico não imagina o que esta colaborando
com uma grande matança que preocupa cientistas e defensores
do meio ambiente.
O problema é que o suchi é feito com pedaços de pepino-do-
mar. Este animal vive depositado no fundo do mar e passam a
vida ingerindo este mesmo lodo. Com isso, enriquecem o fundo
do mar com nutrientes contidos nas fezes que liberam. Além de
serem muito utilizados na alimentação, os povos do Extremo
Oriente (Japão e China) atribuem propriedades afrodisíacas aos
pratos que possuem pepino-do-mar.
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Questão 1 [ ] Agora é hora de
TRABALHAR
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Zoologia Geral e
Comparada I Questão 2
Como são classificados os equinodermos?
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Questão 3
Como se classificam os moluscos e a que se deve essa diversidade
de classificação?
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Questão 1 [ ] Agora é hora de
TRABALHAR
De acordo com seus estudos acerca dos anelídeos e os moluscos, o que eles
possuem em comum?
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Questão 2
O filo equinodermata é formado por diversas classes. Pesquise quais classes são
de interesse comercial e quais as utilizadas como alimento na espécie humana.
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Atividade
Zoologia Geral e
Comparada I Orientada
Caro (a) graduando (a),
Esta atividade está dando continuidade a mais uma das disciplinas da matriz curricular
do curso de Licenciatura em Biologia da FTC-EaD e tem como proposta fazer com que os
conhecimentos construídos durante a permanência da mesma sirvam para que se entenda
o mundo vivo dos animais invertebrados, fazendo com que nos tornemos um ser que respeita
toda forma de vida, levando-se em conta os valores morais, estéticos e éticos de forma
efetiva e significativa.
Nossa proposta de trabalho consta de 03 (três) etapas, sendo utilizado, também,
como um instrumento avaliativo do processo ensino/aprendizagem , devendo ser
desenvolvida no decorrer da disciplina, sob assistência e orientação do tutor, no ambiente
de tutoria.
Esperamos que você, graduando, aproveite o máximo.
Etapa 1
Elaboração de ficha resumo – Equipe
1. Porífera;
2. Protozoários;
3. Coelenterata;
4. Platyhelminthes;
5. Aschelminthes;
6. Annelida;
7. Mollusca;
8. Echinodermata
Roteiro de pesquisa
Para cada grupo em questão elaborar uma ficha-resumo seguindo os tópicos abaixo.
Posição sistemática
Representantes
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Habitat e Modo de vida
Estrutura externa: parede do corpo, forma do corpo, principais estruturas
Locomoção
Nutrição: estruturas envolvidas, tipo de alimento
Excreção / Osmorregulação
Sistema Nervoso
Reprodução: tipo de reprodução, sistema reprodutor / estruturas, ciclo de vida
Como coletá-los? Como anestesiá-los? Como fixá-los? Como conservá-los?
Etapa 2
Coleta e Montagem de uma coleção de invertebrados terrestres ou marinhos
- Equipe
Esta etapa será com a mesma equipe da etapa anterior e consiste em uma Coleta e
Montagem de uma coleção de invertebrados terrestres ou marinhos, de acordo com a
disponibilidade da região em que o curso é disponibilizado. Nesta etapa o graduando deverá
seguir procedimentos e desenvolver atitudes. Para coleta o graduando deverá pesquisar e
anotar: os métodos de coleta do animal; a
anestesia (anestésico utilizado, tempo necessário, reação do animal, resultados
obtidos); a fixação (fixador utilizado); a conservação (conservador utilizado) e a identificação
(confecção de etiquetas) do animal coletado.
Etapa 3
Elaboração de uma Campanha Publicitária - Equipe
http://zoo.bio.ufpr.br/sbz/
http://www.parasitology-online.com/parasitology/show/
http://www.biotaneotropica.org.br
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Glossário
Zoologia Geral e
Comparada I
74
EUCARIONTES – célula ou ser vivo que apresenta o núcleo organizado.
(BARNES, 1986)
75
Referências
Zoologia Geral e
Bibliográficas
Comparada I
76
Anotações
77
Zoologia Geral e
Anotações
Comparada I
78
Anotações
79
Zoologia Geral e
Comparada I
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
Democratizando a Educação.
www.ftc.br/ead
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