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ÍNDICE
Introdução............................................................................................................2
1. Meios de defesa da posse.................................................................................3
1.1. Meios extrajudiciais da defesa da posse.......................................................3
1.1.1. Legítima defesa..........................................................................................3
1.1.1.1. Pressupostos...........................................................................................4
1.1.2.Acção directa...............................................................................................4
1.2. Meios de defesa judiciais...............................................................................5
1.2.1. Acção de prevenção...................................................................................5
1.2.2. Acção de manutenção................................................................................5
1.2.3. Acção de restituição da posse....................................................................6
1.2.4. Acção de restituição provisória da posse...................................................6
1.2.5. Embargos de terceiro.................................................................................7
1.2.6. Posse ou entrega judicial............................................................................7
1.2.7. A defesa da composse................................................................................8
2. Das regras processuais gerais..........................................................................8
2.1. Caducidade....................................................................................................8
2.2. Efeitos............................................................................................................8
Conclusão.............................................................................................................9
Bibliografia.........................................................................................................10
IMPORTANTE
É um dos meios da tutela privada dos direitos permitidos por lei4 (art.
337.º). Este meio é produto de imposição de ordem natural indispensável a
todas as sociedades, mesmo nas mais evoluídas, por mais aperfeiçoados que
sejam os seus meios de defesa públicos.
Com isto quer-se dizer que se a alguém é perturbada a sua posse é lhe
permitido reagir contra o agressor, ainda que só o Estado tenha a prerrogativa
de usar da força para impor a ordem ou o direitos ameaçados ou violados.5
A legítima defesa é havida, hoje, como tendo um carácter subsidiário,
apenas admissível, nos casos, em que não seja possível o recurso à força
pública.
Cumpre dizer que este meio de tutela continua em expansão, dado o
elevado índice de insegurança que actualmente se regista em qualquer
sociedades.6
4
Ana Prata, Dicionário Jurídico, Almedina, Coimbra, 2006, 5ª Edição, pg. 848
5
Cfr. José de Oliveira Ascensão, O Direito, op.cit. pg. 94
6
Ibidem
Direitos Reais - Moçambique 4
Moreira Rêgo
É uma das formas da autotutela dos direitos, que consiste no lícito
recurso à força com o fim de realizar ou assegurar o direito do possuidor
violado, dentro dos limites estabelecidos pela lei7. (arts. 336.º e 1277.º).
Através deste meio, permitem-se actos como a apropriação, destruição
ou deterioração de uma coisa alheia, eliminação de uma resistência
irregularmente oposta ao exercicio da posse pelo possuidor. (art. 336.º/2)
Tal como a legítima defesa, admite-se, também, aqui, que este meio seja
aplicado em caso de impossibilidade de recurso, em tempo útil, aos meios
coercivos normais com vista a evitar a inutilização prática do direito.
Igualmente, aqui, o possuidor não deve exceder os meios empregues
para evitar os prejuízos que decorreriam da ofensa, quer dizer, devem ser
racionais. Por isso, não é lícita a acção directa quando tenham sido sacrificados
interesses superiores aos que o agente pretendia assegurar.(art. 336.º/3)
Assim, a acção directa opera nos casos em que o violador da posse se
recuse a restituir ao seu legítimo possuidor o direito. E, este, usando da força,
apropria-se da coisa.
A acção directa constitui uma causa da exclusão da culpa ainda que
aplicada por convencimento erróneo e desculpável do seu autor8.
Este meio de tutela previsto no art. art. 1276.º tem por fundamento o
justo receio de turbação ou esbulho da posse9, em virtude de uma ameaça
séria, que pode consistir em actos materiais, judiciais ou administrativos, ou em
palavras10.
Assim, para o êxito desta acção deverão ocorrer actos que,
objectivamente, demonstrem de forma inequívoca a probabilidade de
verificação da ofensa à posse.
Só assim, se confere ao possuidor a faculdade de requerer ao tribunal
contra o ameaçador a fim de que este se abstenha de perturbá-lo na sua posse.
Esta acção, de cunho cautelar, visa impedir, de terceiro, potencial esbulho
ou outro perigo que possa recair sobre o direito do possuidor.
7
Ana Prata, op.cit. pg. 22
8
Ibidem
9
José de Oliveira Ascensão, Direito Civil. Reais, op.cit. pg. 111
10
Luis Duarte Manso e Nuno Teodoso Oliveira, Direitos Reais & Registo e Notariado, Quid Júris Sociedade Editora,
Lda, Lisboa, 2008, 3ª Ed. Revista e Actualizada, pg. 56
Direitos Reais - Moçambique 5
Moreira Rêgo
A decisão judicial daqui decorrente obrigará a que o ameaçador se
abstenha de praticar quaisquer actos que violem ou impeçam o exercício desse
direito.
Se, ainda assim, o ameaçador continuar com seus actos, incorrerá em
multas e responsabilidade civil pelo prejuízo que causar, nos termos gerais de
direito (art. 1276.º, in fine)11.
Pressuposto fundamental para a interposição desta acção é a existência
de uma ameaça por terceiro ao possuidor, quanto ao exercício da posse.
Tem legitimidade para interpor esta acção todo aquele que esteja a ser
ameaçado da sua posse contra o ameaçador.
Ora, no caso de ocorrer uma real turbação ou esbulho, poderá o possuidor
recorrer aos meios, que abaixo se expõem.
Esta acção é proposta sempre que ocorra um acto material que resulte na
diminuição, alteração e/ou perda do modo de exercício da posse, ou seja,
quando se tenha consumado a perturbação. (art. 1278.º/1).
De especial importância é a noção do acto de perturbação, que significa
“acto voluntário de terceiro que afecte o pleno e normal exercício ou gozo do
possuidor de sua posse, reduzindo-o ou alterando, sem o seu consentimento”12.
Precisamente, temos, nesta acção, a diminuição ou alteração, por
terceiro, do exercício da posse pelo possuidor, que ainda a conserva. Assim,
com esta acção visa-se manter a situação possessória do possuidor,
condenando o perturbador a abster-se dos actos ofensivos à posse.13
Nos termos do art. 1281.º/1, tem legitimidade para interpor esta acção
em juízo, o possuidor perturbado ou seus herdeiros, mas apenas contra o
perturbador, salvo em se tratando de acção de indemnização contra eles
deduzida.
A ofensa à posse poderá não consistir, apenas, em actos de perturbação,
podendo atingir outras proporções, com ênfase para a privação efectiva, ou
total, ou ainda parcial em relação ao possuidor. Neste caso, o meio adequado,
será o que nos debruçaremos abaixo.
Relembre-se que até agora falámos, acima, de acções que tinham como
base de sustentação a ofensa à posse, fosse ela potencial ou efectiva, por actos
de vontade privada.
Mas, nesta acção, o que sucede é que a privação da posse ocorre por
ordem judicial, através de processos, que podem ser de arrolamento, arresto,
penhora, despejo, entre outros, em relação aos quais o possuidor é terceiro
(1279.º).
15
Neste sentido, rui pinto. Pg 574
16
Idem, pg. 575
17
José de Oliveira Ascensão, Direito Civil. Reais, op.cit. pg. 112
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Exceptuam-se, deste processo, quando se está perante a apreensão de
bens em processo de falência ou insolvência. Nesta situação, ao possuidor é
conferido o direito de reclamar com recurso ao processo especial disposto no
art. 1237.º/1/al. a) e 1315.º, ambos do C.P.C.18
Ocorrendo este facto, o possuidor tem, consoante o disposto nos arts.
1285.º do C.C. e 1037.º a 1043.º do C.P.C., a faculdade de defender a sua posse
com recurso a esta acção.
É fim desta acção, manter a posse do embargante em face de um acto
judicial que a ofenda. Refira-se aqui, que o possuidor mantém a sua posse,
ficando, apenas, o tribunal como detentor. Pelos vistos, aqui não há verdadeiro
esbulho.
18
Augusto da Penha Gonçalves, Augusto da Penha Gonçalves, op.cit. pgs. 303 e 304
19
Cfr. Rui Pinto, op.cit., pg. 582, e no mesmo sentido, Menezes Cordeiro e Oliveira de Ascensão, por ele citados.
20
Ibidem,
21
Idem, pg.583
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Nas relações entre compossuidores não é permitida a acção de
manutenção, por, em nosso entender, tendo esta, por fundamento, a
perturbação, não faz sentido que se requeira (1286.º/2). Mas, admite-se, que a
elas se aplique, todas as regras aplicáveis às acções possessórias, sejam as
referentes aos seus pressupostos, legitimidade, tramitação, efeitos e
prescrição. (1286.º/3).22
2.1. CADUCIDADE
2.2. EFEITOS
CONCLUSÃO
22
Ibidem.
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é, em si mesmo o uso pelo compossuidor das acções possessórias, com
excepção da acção de manutenção.
Numa parte final, em atenção aos requisitos comuns e gerais a todas as
acções possessórias, não deixamos de abordar o que era comum a todas as
acções, no que tange à caducidade e efeitos.
Na verdade, importa referir que o presente trabalho, para além de ter-nos
enriquecido em termos teóricos também contribuiu para a nossa praxis jurídica,
isto é, compreendendo, de uma forma mais aprofundada as espécies de acção,
situação que mais interessa para o nosso curso, não descurando claro, da
importância dos meios extrajudiciais, que na sociedade em que vivemos,
ajudam, sobremaneira, os cidadãos, que não tendo força pública, por perto,
deles se fazem valer para tutelar os seus direitos ameaçados ou violados.
Não menos importante, é a referência que sempre se faz, quando se fala dos
meios de tutela judicial da posse, aos prazos de caducidade, situação delicada e
de que se deve sempre ter atenção, nas acções possessórias, sob pena de
perda da posse.
Atenção especial se dê também aos requisitos que devem servir de base a
cada acção que se pretenda propor em juízo, pois não é conveniente e nem de
saudar que o jurista não conheça os caminhos por onde deva trilhar, ainda que
fosse para efeitos de simples aconselhamento jurídico.
Por fim, concluímos agradecendo ao grupo de docentes pela louvável
iniciativa, que nos proporcionou, facto que contribuiu bastante para que todos
os estudantes se dedicassem a uma leitura atenta e acurada desta temática, a
fim de que reproduzindo, pela escrita, tivessem adquirido mais conhecimento. É
de louvar.
BIBLIOGRAFIA
INTERNET
1. www.iusnavigandi.com
2. vlex.pt/tags/reivindica-o-da-posse