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ÍNDICE
Introdução..........................................................................................................2
1. Legitimidade das partes................................................................................3
1.1. Noções gerais.............................................................................................3
2. O objecto do processo...................................................................................3
3. Espécies de legitimidade...............................................................................3
3.1. Legitimidade singular.................................................................................4
3.1.1. Determinação supletiva da legitimidade.................................................4
3.1.2. A Legitimidade na acção executiva.........................................................5
3.2. Pluralidade de Partes..................................................................................5
3.2.1. O Litisconsórcio........................................................................................5
Generalidades....................................................................................................5
3.2.1.1. Litisconsórcio “stricto sensu”................................................................6
3.2.1.2. Litisconsórcio voluntário.......................................................................6
3.2.1.3. Litisconsórcio Necessário......................................................................7
a) Litisconsórcio necessário legal......................................................................7
b) Litisconsórcio necessário convencional.........................................................7
c) Litisconsórcio necessário natural...................................................................8
3.2.2. Coligação.................................................................................................8
3.2.2.1. Requisitos relativos aos pedidos na coligação......................................8
3.2.2.1.1 Compatibilidade..................................................................................8
i) Compatibilidade substantiva.........................................................................9
ii) Compatibilidade processual..........................................................................9
3.2.2.1.2. Conexão objectiva
...........................................................................................................................1
0
3.2.2.2. Coligação no processo executivo
...........................................................................................................................1
0
i) compatibilidade processual
...........................................................................................................................1
0
ii) Conexão (subjectiva e objectiva)
...........................................................................................................................1
0
3.2.2.3. Efeitos decorrentes da violação das regras da coligação
...........................................................................................................................1
1
3.2.2.3.1. Acção declarativa
...........................................................................................................................1
1
3.2.2.3.2. Acção executiva
...........................................................................................................................1
1
INTRODUÇÃO
O Autor
1
João de Castro Mendes, Processo Civil, Associação Académica da Faculade de Direito, Lisboa, 1987, vol. ΙΙ. Pag. 128
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1/2005 de 27 de Dezembro - Moçambique
Por: Moreira Rêgo – Jurista pela Universidade Eduardo Mondlane 4
chamam de forma genérica autores em processo declarativo e exequentes em
processo executivo e os segundos réus ou executados.
Desta discriminação conceptual, extrai-se que a legitimidade das partes
será nas palavras do prof. Tomás Luis Timbane, a posição de um sujeito face a
um certo objecto exigidas pelo direito, ou seja, é o poder de dispor em
processo da situação jurídica que se quer fazer valer.2
A noção de legitimidade das partes tem implicações práticas muito
importantes a nível do processualismo civil, pois é dali que se retira a
qualidade de quem pode ou deve pleitear num determinado processo, o que
significa que não é qualquer pessoa que instaura uma acção contra outra,
exigindo-se para o efeito o preenchimento de certos requisitos legalmente
fixados no art. 26° e seguintes do CPC.
2. O OBJECTO DO PROCESSO
3. ESPÉCIES DE LEGITIMIDADE
2
Tomás Luis Timbane, A Revisão do Processo Civil, Faculdade de Direito Universidade Eduardo Mondlane, Maputo,
2007)
3
Castro Mendes, op.cit., pg. 142
4
www.dgsi.pt/jtrl.nsf
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Do que resulta exposto no n.º1 e n.º 2 do art. 26º do CPC, afere-se que o
autor é considerado legítimo pela utilidade derivada da procedência da acção
e a legitimidade do réu pelo prejuízo que dessa procedência advenha, isto é,
no primeiro caso, quando o autor venha a ser conferido uma vantagem ou
utilidade e no segundo caso quando o réu venha a ser conferido um prejuízo
ou desvantagem resultante desta acção instaurada contra si.
A partida, “o processo apresenta-se como, pelo menos bilateral,
envolvendo duas partes contrapostas: parte activa,
demandante/requerente/exequente e parte passiva,
demandado/requerido/executado.”
Em obediência ao princípio da cooperação, as partes têm o dever de
colaborar com o tribunal na descoberta da verdade, devendo comparecer
sempre que para tal forem notificadas.5
Em muitas situações, em matéria processual civil, é a própria lei que
expressamente declara quem tem legitimidade para intentar certas acções,
dentre os quais importa mencionar os arts. 73° (defesa de nome); 125°
(requerimento de anulação de actos dos menores); 141º (requerimento de
interdição); 242° e 243° (invocação da simulação), entre outros, todos do
Código Civil.
5
Ana Prata, Dicionário Jurídico, Almedina, Coimbra, Portugal, 2005, pg. 849
6
Definido na obra de António Montalvão Machado e Paulo Pimenta, O Novo Processo Civil, Almedina, Coimbra,
Portugal, 2005, 7ª Ed., pg. 68, em nota de rodapé, como a fundamentação da diversidade de posições das partes quanto
a um ponto com relevância jurídica substantiva.
7
Neste sentido, nas obras citadas do T. L. Timbane, pg. 96 e A.M. Machado e P. Pimenta, Pg. 69
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Segundo Dr. Timbane8, as implicações práticas do n.º 3 do art. 26° do
CPC são entre outras a raridade das situações de ilegitimidade, bem como da
inutilização da função prática do pressuposto processual da ilegitimidade,
donde ressaltará que nos casos em que a antiga lei considerava haver
ilegitimidade, na presente considerará que haja legitimidade.
Assim, do que ficou dito, parece-nos que vinga aqui a apreciação da
legitmidade tendo em conta os aspectos de fundo e não de os de forma e, por
isso mesmo, assente no objecto do processo proposto pelo autor.
3.1.2. A Legitimidade na acção executiva
3.2.1. O Litisconsórcio
Generalidades
O litisconsórcio vem previsto nos arts. 27°-29°, todos do CPC e para que
o seja será necessário que:
a) Quando mais que uma parte instaure uma acção contra mais que
uma parte formulando para o efeito um único pedido, ou;
12
A.M. Machado e P. Pimenta, op.cit., Pg. 70
13
Castro Mendes, op.cit. Pg. 174 e Machado, A.M. e Pimenta, P., op.cit., Pg. 70.
14
Castro Mendes, op.cit. Pg. 170 Machado e A.M. e Pimenta, P., op.cit., Pg. 70.
15
Neste sentido, Abílio Neto, em anotações ao Código de Processo Civil, e Prof. Castro Mendes, op.cit. Pg 176
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b) Quando mais que uma parte instaure uma acção contra mais que
uma parte formulando vários pedidos, mas que não sejam discriminados.
Ex: A instaura uma acção declarativa de condenação contra B e D.
c) Quando por mais que uma parte ou contra mais que uma parte
discriminadamente sejam formulados pedidos não diferentes mas
essencialmnente idênticos no seu conteúdo e fundamentos.
16
Neste sentido, A.M. Machado e P. Pimenta, Pg. 71.
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17
Neste sentido Castro Mendes, op.cit. pg. 193 e Montalvão e Pimenta, op. cit. pg. 72
18
A.M. Machado e P. Pimenta, Pg. 72
19
Cfr. A. Neto, op.cit., em anotações de rodapé ao art. 28º do CPC.
20
Cfr. Castro Mendes, op.cit. pg. 194 e Montalvão e Pimenta, op. cit. pg. 73
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Está previsto no n.º 2 do art. 28º do CPC, donde resulta que é legítima a
intervenção de todos os interessados quando pela própria natureza da relação
jurídica, a pluralidade seja necessária para que a decisão produza o seu efeito
útil normal e “esta produz o seu efeito útil normal quando, não vinculando
embora os restantes interessados, regule definitivamente a situação concreta
das partes relativamente ao pedido formulado”.
Ora, um exemplo para este caso é o referente a uma acção de divisão
da coisa comum, em que é obrigatória a presença de todos os
comproprietários. Atento à natureza da própria questão jurídica que se discute
nos autos, a acção deve ser proposta contra todos os celebrantes do negócio,
porque a ser assim, se o negócio for nulo sê-lo-á, igualmente, para todos os
contraentes.
Neste contexto, a preterição desta regra importa, nos termos do n.º2 do
art. 493º do CPC, a absolvição da instância por ilegitimidade da parte que
litiga.
3.2.2. Coligação
21
Neste sentido, Ana Prata, op.cit. pg. 729 e Montalvão e Pimenta, op.cit. pg. 75
22
Castro Mendes, op.cit. pg.176
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3.2.2.1.1 Compatibilidade
Esta resulta, nos termos do n.º 1 do art. 31º do CPC de dois factores que
são: a competência absoluta do tribunal e adequação da mesma forma do
processo ou de uma forma diferente unicamente em razão do valor”.23
Portanto, desta realidade pode-se extrair o seguinte:
a) o tribunal deve ser absolutamente competente para conhecer de
todos os pedidos cumulados não sendo admissível a coligação se o tribunal
não for material, hierárquica e internacionalmente competente (n.º 1 do art.
31º do CPC).
b) a forma do processo seja idêntica para todos os pedidos cumulados
(1ª parte do n.º 1 do art. 31º do CPC), tornando-se inadmissível a coligação
nos casos em que a um ou alguns dos pedidos corresponder processo comum
e a outro dos pedidos corresponder processo especial ou diferentes processos
especiais;
c) porém, a regra anterior sofre excepção, no sentido de que quando se
trata de formas de processo diferentes, mas derivando a diferença
unicamente do valor, não obsta à coligação (n.º 1 in fine do art. 31º do CPC).
Esta excepção deriva de ordem imperativa da lei e do critério discricionário do
juiz.
d) o juiz admite a cumulação quando as formas do processo dos pedidos
sendo diversas “não sigam uma tramitação absolutamente incompatível” e;
e) o juiz a admite ainda quando haja interesse relevante na apreciação
conjunta dos pedidos cumulados ou quando se configure indispensável para a
realização do verdadeiro fim do processo que é a justa composição do litígio
(n.º 2 do art. 31º do CPC)24.
f) “reforça-se o poder do juiz na regulação do processo desde a decisão
sobre a complexidade ou não do processo para efeitos de proferir ou não
despacho saneador na audiência preparatória e para a elaboração ou não da
especificação e do questionário (n.º 2 do art. 510º e art. 511º, ambos do CPC),
na formulação de quesitos novos (al. f) do n.º 2 do art. 650º do CPC) e na
decisão oficiosa para a realização de diligências para a localização de bens
para a penhora (n.º 2 do art. 833º do CPC)”25.
23
Castro Mendes, op.cit. pg. 178
24
Todas às referências acima, Cfr. A. Neto, op.cit. em notas de rodapé, anotações ao art. 31º do CPC.
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g) há uma redução drástica do poder discricionário do juiz vinculado a
critérios objectivos relevantes, facultando ao interessado a escolha e
indicação da pretensão a que o objecto do processo ficará reduzido (cfr. Abílio
Neto, op.cit. anotações ao n.º 4 do art. 31º do CPC) e, presumindo-se aqui,
que em caso de silêncio importará a absolvição do réu da instância quanto a
todos os pedidos26.
h) em caso de nova acção intentada em função do que ficou exposto na
alínea anterior, esta retrotrai-se à data da propositura e citação do réu no
primeiro processo. (nº5 do art. 31º do CPC)
i) Compatibilidade processual
25
Sic – em anotações de rodapé, em comentários às alterações introduzidas ao art.31º/3 pelo DL 1/2005 de 27 de
Dezembro por T. L. Timbane, op.cit. pg. 98.
26
T. L. Timbane, op.cit. pg. 99
27
Causa de pedir, entende-se, nas palavras do Dr. Montalvão e Pimenta, como facto jurídico que serve de fundamento
à acção, ou seja, facto concreto donde emana o pedido. Cfr. Montalvão e Pimenta, op.cit. pg. 75
28
Castro Mendes, op.cit. pg. 186
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Neste último caso, temos uma coligação mista ou seja, coligação mista e
litisconsórcio passivo.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
LEGISLAÇÃO:
INTERNET:
1. www.trp.pt
2. www.bdjur.almedina.net/item
3. www.verbojuridico.net/jurisp
4. www.inform.gov.mo/aam/portuguese/jurisprudencia
5. www.fd.ul.pt.cursos/lic