ser mais competitiva Graduação é oferecida na modalidade superior tecnológica, que tem duração de dois anos
Armazenar e distribuir mercadoria estão entre as funções
realizadas pelo profissional, em falta no mercado
PAOLA CARVALHO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Juliane Cristal, 24, formou-se em geografia em 2008, mas voltou
para a sala de aula para estudar logística. "Percebi que essa poderia ser uma carreira promissora." A escolha foi acertada. Juliane ainda estuda no Centro Universitário Senac-SP, mas já foi contratada por uma prestadora de serviço da Portugal Telecom. Trabalha no controle de armazenamento de suprimentos e vislumbra a área estratégica. Ela diz que a maioria dos colegas estão empregados. Segundo o coordenador do curso superior de tecnologia em logística da PUC-Minas, Silvio Freitas, a carreira é nova. Quem ocupava a função até então eram engenheiros e administradores, com formação ampla. Assim como o Centro Universitário Senac-SP, a PUC-Minas tirou nota 4 no IGC (Índice Geral de Cursos, indicador do Ministério da Educação que mede a qualidade das instituições), a mais alta entre as escolas com cursos de logística. Nenhuma tirou a nota máxima (5). O formado em logística deve buscar eficiência na compra de matéria-prima, no armazenamento e na distribuição da mercadoria. Por isso, é essencial para a empresa que quer ser competitiva, afirma Alexander Homenko Neto, professor do Centro Universitário Senac-SP. "O país começa a modernizar portos, investir em rodovias, ferrovias e hidrovias. Decisões de como usar o transporte têm impacto no resultado das empresas. Por isso, o profissional ganha valor", diz o professor. Conselheiro da Aslog (Associação Brasileira de Logística), Mauro Henrique Pereira afirma que especialistas em logística estão em falta no mercado. Pesquisa realizada pela FDC (Fundação Dom Cabral) com 76 grandes empresas mostra que 67% delas têm dificuldade na contratação de mão de obra. Técnicos e pessoal de operação são as profissões mais escassas no setor de transportes, com 22% das respostas cada uma. Mais que engenheiros (19%). No entanto, o coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da FDC, Paulo Resende, alerta que entender só a parte operacional não é o suficiente. "É aí que as escolas pecam. O estudante sai com formação técnica, faltando a estratégica."