Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Capítulo 1 - Introdução
A doutrina da Predestinação recebe comparativamente pouca atenção
em nossos dias e é muito imperfeitamente compreendida, mesmo por
aqueles que supostamente deveriam sustentá-la mais lealmente. É uma
doutrina, contudo, que faz parte do credo da maioria das igrejas
evangélicas, e que tem tido uma influência notável em ambos, Igreja e
Estado. Os regimentos de várias ramificações das Igrejas Presbiteriana e
Reformada na Europa e nos EUA são plenamente Calvinistas. As Igrejas
Batista e Congregacional, embora não tenham credos formulados,
foram no princípio Calvinistas, se pudermos julgar pelos escritos e
ensinos dos teólogos que as representam. A grande igreja livre da
Holanda e quase todas as igrejas da Escócia são Calvinistas. A Igreja
Estabelecida da Inglaterra e sua filha, a Igreja Episcopal da América,
têm um credo Calvinista nos “Trinta e nove Artigos”. Os Metodistas de
Whitefield em Gales até hoje mantêm o nome de “Metodistas
Calvinistas”.
“Pelo menos alguns dos tópicos arrolados sob o título geral foram
discutidos por quase todos filósofos de eminência tanto na antigüidade
como nos tempos modernos. * * * Todos os argumentos que a maior
capacidade, genialidade e acuracidade podem elencar foram trazidos à
baila na discussão deste tema, e as dificuldades relacionadas ao mesmo
nunca foram completamente eliminadas, e nós estamos bem seguros
em afirmar que elas nunca o serão, a menos que Deus nos revele mais
amplamente ou nos dê capacidades maiores, — embora, talvez, fosse
mais correto dizer que, desde a própria natureza do caso, um ser finito
nunca possa compreendê-la totalmente, desde que tal implicaria que
aquele próprio ser finito seria capaz de compreender totalmente a mente
infinita”. [4]
NOTAS:
Lutero era tão zeloso pela predestinação absoluta quanto Calvino, como
vemos em seu comentário sobre Romanos, onde ele escreveu: “Todas as
coisas, o que quer que seja, provém de, e dependem do apontamento
divino; através do qual foi pré-ordenado quem deveria receber a palavra
da vida, e quem deveria descrer dela; quem deveria ser livrado dos seus
pecados, e quem deveria permanecer neles; e quem deveria ser
justificado e quem deveria ser condenado”. E Melancton, seu amigo
pessoal e companheiro de trabalho, diz: “Todas as coisas acontecem de
acordo com a divina predestinação; não somente as obras que fazemos
externamente; mas mesmo os nossos pensamentos interiores”; e
novamente, “Não há tal coisa como acaso, ou sorte; nem há nenhum
caminho imediato para ganhar o temor de Deus, e para colocar toda a
nossa confiança nEle, que não seja cabalmente versado na doutrina da
Predestinação”.
Nós não podemos apreciar adequadamente esta ordem mundial até que
a vejamos como um sistema poderoso através do qual Deus está
concretizando os Seus planos. O teísmo claro e consistente de Calvino
proporcionou-lhe um senso intenso da infinita majestade do Deus Todo-
Poderoso, em cujas mãos repousam todas as coisas, e fez dele um
'predestinacionista' de vulto. Em sua doutrina do propósito eterno e
incondicional do Deus onisciente e onipotente, ele encontrou o
programa da história da queda e da redenção da raça humana. Ele
aventurou-se destemida, mas reverentemente, sobre a borda daquele
abismo de especulação onde todo o conhecimento humano perde-se em
mistério e adoração.
Efésios 1:5 : “E nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus
Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade”.
Efésios 2:10 : “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para
boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas”.
Salmo 139:16 : “Os teus olhos viram a minha substância ainda informe,
e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram
ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles”.
NOTAS:
Cada ser humano, que nada mais é que a criatura de um dia e sujeito a
todas formas de erros, desenvolve um plano antes de agir; e um ser
humano que age sem planejamento e propósito é considerado tolo.
Antes de iniciarmos uma viagem ou empreendermos qualquer tipo de
trabalho, todos nós estabelecemos nosso objetivo e então trabalhamos
para alcançá-lo, tanto quanto sejamos capazes para tanto.
Independentemente de como algumas pessoas possam opor-se à
Predestinação em teoria, todos nós, em nossas vidas diárias, somos
“predestinarianos” práticos. Como E. W. Smith diz, um homem sábio
“primeiro determina o objetivo que deseja atingir, e então as melhores
maneiras de fazê-lo. Antes que o arquiteto comece seu edifício, ele
desenha as plantas e forma seus planos, até os mínimos detalhes da
construção. Na cabeça do arquiteto, o edifício já está completo, em
todas as suas partes, mesmo antes que a primeira pedra seja
assentada. Assim também com o comerciante, o advogado, o fazendeiro,
e todos os homens inteligentes e racionais. Suas atividades seguem a
linha de propósitos previamente formados, tanto quanto suas
capacidades finitas o permitirem, de planos pré-concebidos”. [1]
E se tal é fato para o homem, quanto mais é verdadeiro para Deus! “Um
universo sem decretos”, diz A. J. Gordon. “seria tão irracional e horrível
como seria um trem expresso à noite sem farol nem maquinista”. Nós
não podemos conceber Deus trazendo à existência um universo sem um
plano que se estendesse a tudo o que fosse feito naquele universo.
Como as Escrituras ensinam que o controle providencial de Deus se
estende a todos eventos, mesmo o menor; elas assim ensinam que Seu
plano é igualmente compreensível. É uma das Suas perfeições que Ele
tenha o plano melhor possível, e que Ele conduza o curso da história
para o seu final já apontado. E admitir que Ele tem um plano, o qual
Ele controla, é admitir Predestinação. “O plano de Deus é mostrado ser
um em sua efetuação”, diz Dabney. “Causa é ligada ao efeito, e o que
era efeito torna-se causa; as influências de eventos no inter-
relacionamento de eventos entre si, e descendendo em correntes cada
vez mais descêntricas para eventos subseqüentes; de maneira que o
resultado do complexo todo seja através de cada parte. Como os
astrônomos supõem que a remoção de um planeta do nosso sistema
modificaria mais ou menos o equilíbrio e a órbita dos demais, assim a
falha de um evento neste plano prejudicaria o todo, direta ou
indiretamente”. [2]
Que mesmo os menores eventos tenham seu lugar neste plano, e que
eles devem ser como são, é facilmente percebido. Todos nós sabemos de
certos “acontecimentos ao acaso” que têm realmente mudado o curso de
nossas vidas. Os efeitos destes estendem-se através de toda a história
posterior, com influências cada vez mais abrangentes, causando outros
“acontecimentos ao acaso”. É dito que certa vez Roma foi salva pelo
grasnado de alguns gansos. Se historicamente verdade ou não, serve
como uma boa ilustração. Não tivessem os gansos acordado os guardas
que fizeram soar o alarme e levantado o exército defensor, Roma teria
caído e o curso da história daquele momento em diante teria sido
radicalmente diferente. Tivessem aqueles gansos permanecido em
silêncio, quem pode imaginar que impérios poderiam existir atualmente,
ou onde os centros de cultura poderiam estar? Durante a batalha, uma
bala não acerta o general por apenas uma polegada. Sua vida é
poupada, ele segue comandando suas tropas, vence uma vitória
decisiva, e é feito o governador supremo de seu país por muitos anos, —
como foi o caso de George Washington. Assim mesmo, que curso
diferente a história teria seguido se o soldado do outro lado tivesse
mirado um pouquinho só mais para cima ou para baixo! O grande
incêndio de Chicago em 1871, que destruiu mais da metade da cidade,
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
Em primeiro lugar não havia a necessidade de Deus criar tudo. Ele agiu
com perfeita liberdade quando Ele trouxe este mundo à existência.
Quando Ele escolheu criar havia à Sua frente um número infinito de
possíveis planos. Mas a bem da verdade, nós achamos que Ele escolheu
este plano particular no qual nos encontramos agora. E desde que Ele
sabia perfeitamente todos eventos de todas espécies os quais estariam
envolvidos nesta específica espécie de mundo, Ele muito obviamente
pré-determinou cada evento que aconteceria quando Ele escolhesse este
plano. Sua escolha do plano, ou Sua certeza de que a criação devesse
ser nesta ordem, nós chamamos Sua prévia ordenação ou sua
predestinação.
II Timóteo 1:9: “que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não
segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e
graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
Isaías 37:26: “Não ouviste que já há muito tempo eu fiz isso, e que já
desde os dias antigos o tinha determinado?”.
Isaías 46:9, 10: “...que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não
há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e
desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam..”.
Mateus 25:34: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde,
benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado
desde a fundação do mundo”.
Jeremias 31:3: “...o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor
eterno te amei, também com benignidade te atraí”.
Atos 15:18: “diz o Senhor que faz estas coisas, que são conhecidas
desde a antiguidade”.
Salmo 139:16: “Os teus olhos viram a minha substância ainda informe,
e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram
ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles”.
Tiago 1:17: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo
do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”.
Isaías 46:10, 11: “...O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha
vontade; ... sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito, e
também o executarei”.
Números 23:19: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do
homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará?
ou, havendo falado, não o cumprirá?”.
Malaquias 3:6: “Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de
Jacó, não sois consumidos”.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
João 6:64: “... Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que
não criam, e quem era o que o havia de entregar”.
Atos 1:24, 26: “[24] E orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces os
corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido [26] Então
deitaram sortes a respeito deles e caiu a sorte sobre Matias, e por voto
comum foi ele contado com os onze apóstolos”.
Mateus 24:36: “Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos
do céu, nem o Filho, senão só o Pai”.
Isaías 45:7: “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal;
eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas”.
Atos 3:18: “Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos
os seus profetas havia anunciado que o seu Cristo havia de padecer”.
NOTAS:
Toda pessoa que pensa, rapidamente vê que alguma soberania rege sua
vida. Não lhe foi perguntado se ele existiria; nem quando, onde ou como
nasceria; se no século vinte, ou antes do dilúvio; se branco ou negro, se
na América ou na China. É reconhecido pelos Cristãos de todas as
épocas que Deus é o Criador e o Regente do universo, e que como o
Criador e Regente do universo, Ele é a única fonte de todo o poder que é
encontrado nas criaturas. Assim, nada pode passar à parte de Sua
soberana vontade; e quando nós permanecemos nesta verdade,
percebemos que ela envolve considerações que estabelecem a posição
Calvinista e desaprovam a posição Arminiana.
Pelo fato de Deus ter criado tudo o que existe, Ele é o Dono absoluto e
Regulador de tudo o quanto Ele fez. Ele não exerce influência
meramente, mas na verdade rege o mundo que Ele criou. As nações da
terra, em sua insignificância, são como grãos de poeira na balança,
quando comparadas com a Sua grandeza; e muito mais cedo poderá o
sol parar o seu curso, do que Deus ser impedido em Seu trabalho ou em
Sua vontade. Em meio a todas as aparentes derrotas e inconsistências
da vida, Deus realmente move-se adiante, em imperturbável majestade.
Mesmo os atos pecaminosos dos homens podem ocorrer somente com a
Sua permissão. E desde que Ele assim o permite, não relutantemente,
mas voluntariamente, tudo o que venha a existir — incluindo as ações e
o destino final dos homens — deve estar, de alguma forma, de acordo
com os Seus desejos e propósitos. Na mesma proporção em que tal é
negado, Deus é excluído do governo do mundo. Naturalmente alguns
problemas aparecem aqui, os quais nós, em nosso presente estado de
conhecimento não somos totalmente capazes de resolver, mas isto não é
razão suficiente para rejeitar o que as Escrituras e os plenos princípios
regentes da razão afirmam ser verdadeiro.
E não devemos crer que Deus pode converter um pecador quando Lhe
convier? Não pode o Todo-Poderoso, o onipotente Soberano do universo,
mudar o caráter das criaturas que Ele fez? Ele transformou a água em
vinho em Caná, e converteu Saulo na estrada para Damasco. O leproso
disse: “Senhor, se quiseres podes purificar-me”, e com uma palavra, sua
lepra foi curada. Deus é capaz de limpar tanto a alma como o corpo, e
nós cremos que se Ele decidir fazê-lo, Ele pode levantar uma multidão
de ministros Cristãos, missionários e obreiros de várias categorias, que
o mundo seria convertido num espaço de tempo muito curto. Se Ele
realmente se propusesse a salvar todos os homens, Ele poderia enviar
legiões de anjos para instruí-los e para fazer prodígios sobrenaturais na
terra. Ele mesmo poderia operar maravilhas no coração de cada pessoa
para que ninguém se perdesse. Desde que o mal existe somente por Sua
permissão, Ele poderia, caso Ele escolhesse, simplesmente eliminar a
sua existência. Seu poder, nesse respeito, foi mostrado pelo trabalho do
anjo destruidor que em uma noite massacrou todos os primogênitos dos
Egípcios (Êxodo 12:29), e que em outra noite executou 185.000 do
exército Assírio (II Reis 19:35). Foi mostrado quando a terra abriu-se e
engoliu Corá e seus aliados rebeldes (Números 16:31-33). Ananias e
Safira foram atingidos (Atos 5:1-11); Herodes foi atingido e morreu de
uma maneira horrível (Atos 12:23). Deus não perdeu nem um pouco do
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
Seu poder, e é altamente desonroso para Ele supor que Ele estaria
disputando com a raça humana fazendo o melhor que Ele pode, mas
incapaz de atingir os Seus propósitos.
Efésios 1:22: “E sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para
ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja”.
Jó 42:2: “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus
propósitos pode ser impedido”.
Salmo 115:3: “Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe
apraz”.
Salmo 135:6: “Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra,
nos mares e em todos os abismos”.
Isaías 55:11: “Assim será a palavra que sair da minha boca: ela não
voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo
para que a enviei”.
É para ser relembrado que os que recebem estes dons, sejam espirituais
ou temporais, recebem-nos através da pura graça, enquanto que com
relação aos outros, Deus simplesmente retém tais talentos, os quais Ele
não tinha a obrigação de dar. Nações, tanto quanto indivíduos, estão
assim nas mãos de Deus, que aponta os limites de sua habitação, e
controla os seus destinos. Ele controla-os tão absolutamente quanto
um homem controla um bastão ou uma bengala. Eles estão em Suas
mãos, e Ele usa-os para alcançar os Seus propósitos. Ele os quebra em
pedaços como um oleiro faz com um vaso, ou Ele exalta-os e eleva-os à
grandezas, conforme a Sua vontade. Ele dá a paz e abundância de
colheitas, propriedade e felicidade, ou Ele envia as desolações da
guerra, da fome, da seca e pestilência. Todas estas coisas estão à
disposição de Deus, e são designadas para utilizadores inteligentes, sob
a Sua universal providência. Deus não é um mero espectador do
universo. Ele o fez, mas está presente e ativo em todo lugar, o
sustentáculo de tudo e o poder governante de tudo quanto existe.
Embora o valor de um pardal seja pequeno, e o seu vôo pareça ser dês-
coordenado e sem controle, ainda assim ele não cai ao chão, nem se
desvia para lugar algum, sem o seu Pai. “Sua onisciente providência já
de antemão determina em qual galho ele pousará; que migalhas ele
apanhará; onde ele construirá seu ninho e descansará; onde ele viverá e
onde ele morrerá”. [2]
Cada gota de chuva e cada floco de neve que caem das nuvens, cada
inseto que se move, cada planta que nasce e cresce, cada partícula de
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
(e) Os atos livres dos homens. “Porque Deus é o que opera em vós tanto
o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” [Filipenses 2:13].
“E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, de modo que
estes lhe davam o que pedia; ...”[Êxodo 12:36]. “Este Esdras subiu de
Babilônia. E ele era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor Deus
de Israel tinha dado; e segundo a mão de Senhor seu Deus, que estava
sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira” [Esdras 7:6]. “...porque
o Senhor os tinha alegrado, tendo mudado o coração do rei da Assíria a
favor deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da casa de Deus, o
Deus de Israel” [Esdras 6:22]. “Ainda porei dentro de vós o meu
Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas
ordenanças, e as observeis” [Ezequiel 36:27].
NOTAS:
Além do mais, se os atos livres são eles próprios incertos, Deus precisa
então esperar até que o evento tenha ocorrido antes de fazer os Seus
planos. Na tentativa de converter uma alma, seria esperado que Ele
agisse da mesma maneira que se diz sobre Napoleão ao marchar para
batalha - com três ou quatro planos diferentes em mente, de modo que
se o primeiro falhasse, ele poderia recorrer ao segundo, e se aquele
falhasse, ele moveria sua tática para o terceiro e assim por diante - um
ponto de vista que é, no geral, inconsistente com a verdadeira visão de
Sua natureza. Ele então ignoraria muito do futuro e estaria ganhando
diariamente vastas quantidades de conhecimento. Seu governo do
mundo também, naquele caso, seria muito incerto e mutável,
dependente quanto fosse da conduta imprevista dos homens.
dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a
quem havemos de prestar contas” [Hebreus 4:13].
Nas eras eternas antes da criação não poderia haver nenhuma certeza
quanto aos eventos futuros, a menos que Deus tenha formado um
decreto neste sentido. Eventos passam da categoria de coisas que
podem ou não ser, para a de coisas que deverão certamente ser, ou de
possibilidade para realização, somente quando Deus emite um decreto
para tal efeito. Esta “certeza” ou “fixação” não poderia ter tido suas
bases em qualquer lugar fora da mente Divina, pois na eternidade nada
mais existia. Diz o Dr. R. L. Dabney: “A única maneira pela qual um
objeto pode, por qualquer possibilidade, passar da visão de Deus do
possível para a Sua presciência do real, é pelo Seu próprio propósito de
assim proceder, ou intencionalmente e propositadamente permitir que
assim se processe através de algum outro agente que Ele expressa e
propositadamente tenha permitido vir a existir. Isto é claro. Um efeito
concebido em poder somente vem a tornar-se real pela virtude de causa
ou causas eficientes. Se os efeitos são previstos na infinita presciência
de Deus, os quais serão produzidos por outros agentes, ainda, em
determinando a existência desses outros agentes, com infinita
presciência, Deus virtualmente determinou à existência, ou ao
propósito, todos os efeitos dos quais eles seriam eficientes”. [1]
E para o mesmo efeito, o teólogo Batista Dr. A. B. Strong, que por vários
anos foi Presidente e Professor no Seminário Teológico Rochester,
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
escreve: “Na eternidade não poderia ter havido nenhuma causa para a
futura existência do universo, fora do próprio Deus, desde que nenhum
ser existia senão o próprio Deus. Na eternidade Deus anteviu que a
criação do mundo e a instituição de suas leis resultariam na história
real, mesmo aos detalhes mais insignificantes. Mas Deus decretou criar
e instituir aquelas leis. E em assim fazendo, Ele necessariamente
decretou tudo o que estava por vir. Em suma, Deus certamente anteviu
os eventos futuros do universo, porque Ele tinha decretado a criação
dos mesmos; mas esta determinação em criar envolveu também a
determinação de todos os resultados reais da criação; ou em outras
palavras, Deus decretou também os resultados”. [2]
I. Introdução
B. Imutável. Tg 1.17-18, diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são
lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir
variação ou sombra de mudança...” (veja também: Is 14.24,27; Is
46.10,11; Nm 23.19; Ml 3.6).
C. Inclui os atos futuros dos homens. Isso pode ser visto em todas as
profecias da Bíblia, mas considere, especialmente, Mt 20.18 e 19: “Eis
que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos
principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. E o
entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado;
mas, ao terceiro dia, ressurgirá”; e Lc 22.22: “Porque o Filho do Homem,
na verdade, vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por
intermédio de quem ele está sendo traído” (veja também: Dn 2.28 e Jo
6.64).
A. DEUS é livre?
2. Isto significa que suas ações são incertas? Que ele pode mudar como
um pêndulo? Pode ele quebrar o concerto com o Seu povo? Não! Por que
não? Existe alguma compulsão EXTERNA obrigando-o a isto?
Deus é Espírito:
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
* Talvez não compreendamos COMO Deus faz isso – como Ele preserva
a livre agência, mas executa com precisão os Seus planos. Mas a
aceitação dos pontos 2 e 3, acima, é a chave para entendermos melhor
a doutrina da soberania de Deus e a própria predestinação. Não é
negando a existência do plano de Deus, nem diminuindo a sua
soberania, que retratamos a realidade expressa na Bíblia sobre essas
questões. Não possuímos “livre arbítrio”, mas Deus é infinitamente
soberano e onipotente para executar seus planos, sem violação da
LIVRE AGÊNCIA que nos concedeu.
Será que é mesmo assim e que esta posição resolve o problema? Cremos
que não! Querer resolver o problema da “liberdade humana” ancorando
a soberania de Deus e a sua predestinação na onisciência dele, traz
uma solução apenas aparente mas não real. A Confissão de Fé de
Westminster, em seu Cap. III, seção 2, diz que Deus “... não decreta
coisa alguma por havê-la previsto como futura”.
dos primeiros pastores formados por estes, tais como o Dr. Antônio
Almeida e muitos outros.
I. Introdução
45:8 – A causa final era Deus: “Assim não fostes vós que me enviastes
para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor
de toda a sua casa, e como governador sobre toda a terra do Egito”.
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
2. Faraó: Agiu injustamente contra o povo de Deus e por causa disto foi
castigado e responsabilizado por Deus. Entretanto, agiu sempre livre e
voluntariamente, apesar de estar cumprindo os propósitos de Deus.
Aprendemos isso na leitura dos seguintes versos:
3. “Se existe um plano predeterminado por Deus para tudo, como é que a
Sua vontade e a Sua missão é muitas vezes derrotada, como por exemplo
em Mateus 23.37?”
Resposta — Temos que nos lembrar que não sabemos quais são os
Predestinados. Nossa missão não é a de Pesquisadores de
Predestinados, mas a de DECLARADORES DA VERDADE. A conversão
e a chamada eficaz pertencem ao Espírito Santo. Deus nos conclama a
declarar a verdade a todos. Mesmo que houvesse a certeza da rejeição,
não estaria eliminada a necessidade da pregação. Isaías 1.18-19
(“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados
são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que
são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã; Se quiserdes,
e me ouvirdes, comereis o bem desta terra”) é um exemplo da chamada
universal ao arrependimento. Temos também Isaías 6.9-13, onde Deus
manda Isaías realizar o chamado amplo, mas, ao mesmo tempo, já
revela ao pregador que haverá uma rejeição operada pelo próprio Deus.
Isaías chega quase ao desespero: “Então disse eu: Até quando, Senhor?”
Generated by Foxit PDF Creator © Foxit Software
http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.
A oferta de salvação não somente é veraz como sincera. Ela pode ser
assim apresentada pelos profetas e pelo próprio Cristo com a
consciência de que a concretização da salvação estava incrustada nos
planos eternos e soberanos de Deus.
Conclusão
Que Deus possa nos ajudar a considerar esta doutrina como a bênção
que ela verdadeiramente é. É glorioso saber que estamos nas mãos de
um Deus Soberano, que nos amou, nos deu a Salvação e que rege os
nossos passos. Temos o Deus que tudo pode e que, por esta razão,
temos plena confiança no cumprimento das suas promessas, na vitória
e na comunhão final ao Seu lado. Que Ele nos possibilite, cheios desta
convicção, a andarmos segundo os seus preceitos, responsavelmente
fazendo o que Ele nos manda!