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Drieli de Cássia da Silva


Carlos Alexandre da Silveira de Souza

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO


ESPECIAL NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Apucarana
2009
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Evolução histórica da educação especial na legislação brasileira

Abordaremos, aqui, a evolução da legislação brasileira diante da


educação especial. Para cumprir esta finalidade, faremos alguns recortes de
leis que regulamentaram a educação no país – a nível federal e, em alguns
casos, a nível estadual –, como decretos, diretrizes etc.
A educação especial no Brasil teve início com a criação do Imperial
Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin Constant), em 17 de
setembro de 1854. Sua finalidade, entretanto, era direcionada exclusivamente
ao atendimento a meninos cegos, sem qualquer intenção de democratização
da educação especial ou inclusão dos portadores de deficiência no ensino
regular, sendo uma escola sem vínculo com a educação regular.
Similarmente, foi criado o Instituto dos Surdos-Mudos para Meninos
(atual Instituto Nacional de Educação de Surdos), em 1857, por iniciativa de D.
Pedro II, por intermédio do professor francês Edward Hernest Huet, que era
surdo e fora diretor do Instituto de Surdos de Paris.
Literalmente, a Constituição garante, desde 1824, o direito “A Instrução
primária, e gratuita a todos os Cidadãos.” (Art.179, XXXII), sem fazer menção
excludente aos portadores de deficiência. Contudo, o art.8, I, suspende o
exercício dos direitos políticos por incapacidade física ou moral. Entende-se,
com isso, que a deficiência física de qualquer natureza impossibilitava o
cidadão de exercer plenamente seus direitos, sendo perceptível uma postura
de negação da igualdade entre os deficientes e os demais.
Já a Constituição de 1891 expressa claramente a exclusão plena dos
deficientes enquanto cidadãos brasileiros ao declarar que:
“Art 71 - Os direitos de cidadão brasileiro só se suspendem ou
perdem nos casos aqui particularizados.
§ 1º - Suspendem-se:
a) por incapacidade física ou moral;”
Assim, uma vez que os deficientes tinham seus direitos de cidadão
suspensos, é fácil perceber que não haveria para eles – de modo geral –
qualquer perspectiva de direito a educação regular ou inclusiva.
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Além da Constituição, encontramos o Decreto Lei nº. 1.216, de 1904, de


São Paulo, que regulamentava o ingresso na educação básica, que eliminava a
possibilidade de matricularem-se “os imbecis e os que por defeito orgânico
forem incapazes de receber educação”. O texto apresenta um vocabulário
preconceituoso e perverso que, por se tratar de um texto legal, nos leva a crer
que constituía a concepção geral do governo e da sociedade da época em
relação aos deficientes.
O estado de São Paulo procurou, ainda, adequar a educação aos
indivíduos com deficiência, determinando, em 1917, a criação da “Escola de
Anormais”, que só chegou a ser implantada em 1930, funcionando por não
mais do que seis meses. “Em 1933, o Código da Educação, prev[iu] a criação
de classes especiais em Grupos Escolares, quando não fosse possível a
instalação de escolas autônomas” (Centro de Referência em Educação Mário
Covas, 2009). Apesar da tentativa de prover educação aos deficientes, a
postura se demonstra, ainda, discriminatória, ao tratar a diferença como
anormalidade e não permitir a inclusão desses indivíduos no ensino regular.
No ano de 1926 foi realizado o primeiro passo não governamental em
prol da educação especial, com a criação do Instituto Pestalozzi de Canoas
(RS), voltada ao atendimento inclusivo de alunos com ou sem deficiência
mental, funcionando, inicialmente como escola-pensionato.
Em nível nacional, a Constituição de 1934 aparenta realizar um notório
avanço diante de suas antecessoras, por não excluir ou suspender o direito de
cidadão dos deficientes. De fato, ela não se manifesta a respeito deles nem
quanto aos direitos de cidadão nem quanto ao direito à educação. Afirma,
ainda, que:

“Art 149 - A educação é direito de todos e


deve ser ministrada, pela família e pelos Poderes
Públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a
brasileiros e a estrangeiros domiciliados no País, de
modo que possibilite eficientes fatores da vida moral
e econômica da Nação, e desenvolva num espírito
brasileiro a consciência da solidariedade
humana.”
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Todavia, a suspensão de direitos políticos que, anteriormente, se


destinava aos portadores de incapacidade física e moral é, agora, atribuída aos
que apresentem incapacidade civil, o que compreende:
• Incapacidade absoluta: portadores de deficiência mental, entre
outros;
• Incapacidade relativa: ébrios, excepcionais e pródigos.
O resultado disso é que há um ganho diante das deficiências físicas,
permanecendo, em contrapartida, a exclusão das deficiências mentais.
A Constituição de 1937 apresenta mudanças de ordem política, sem
qualquer alteração no que diz respeito à educação especial ou aos portadores
de deficiência.
A Constituição seguinte veio em 1946, reenquadrando a suspensão dos
direitos políticos à incapacidade civil absoluta. Com essa mudança, os
excepcionais passam a ocupar espaço reconhecido (ao menos por lei)
enquanto cidadão. No âmbito educacional, reafirma o princípio da solidariedade
humana e torna obrigatório primário, sem, contudo, garantir a inclusão dos
deficientes no processo de ensino, omitindo-se quanto a isso.
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) surgiu no Rio
de Janeiro, em 1954, fruto de um movimento que buscava modificar o
tratamento direcionado aos portadores de deficiência mental que, até então,
ainda eram tratados por mongolóides ou retardados.
Em 1961, foi criada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(4.024/61) no Brasil, que começou a abrir as portas para a educação especial
no universo jurídico / legal, determinando o enquadramento do ensino de
excepcionais no sistema geral de educação, propondo incentivos para a
iniciativa privada que se mostrar eficiente no cumprimento desse papel.
Todavia, o texto é superficial, sem determinar precisamente como se fará essa
mudança e demonstra uma tentativa do governo de delegar à iniciativa privada
a responsabilidade de realizar esse passo.
A Constituição de 1967 é enfática ao instituir a obrigatoriedade do ensino
primário para crianças e adultos, chegando a responsabilizar as empresas
privadas pela regularidade do ensino dos empregados e de seus respectivos
filhos. Apesar disso, não há qualquer abordagem explícita da questão da
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educação especial. Esta Constituição recebeu emenda em 1969, mas não


houve qualquer mudança sob o aspecto educacional ou que diga respeito aos
portadores de deficiência.
Em 1971, veio a segunda LDB (Lei 5.692/71), determinando que:
“Os alunos que apresentem deficiências
físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso
considerável quanto à idade regular de matrícula e
os superdotados deverão receber tratamento
especial, de acordo com as normas fixadas pelos
competentes Conselhos de Educação.” (Art.9º)

O texto da LDB enquadra os alunos com dificuldade de aprendizado


como portadores de necessidades especiais, junto com os deficientes e os
superdotados, cabendo aos Conselhos de Educação estabelecer um modelo a
partir do qual será oferecido o “tratamento especial”.
Em 1988 foi criada a Constituição Federal que permanece em vigência.
Esta constituição mantém a exclusão dos direitos políticos em razão da
incapacidade civil absoluta. Todavia, além de garantir a educação como direito
de todos, prevê “atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.” (art.208, III).
A partir deste momento, a atenção para a educação especial passa a
ganhar espaço. Logo em julho de 1990, a lei 8069/90, o ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente) – além de reproduzir o texto do art.208, I, da CF, no
art.53, III – determina “igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola” (Art.53, I). Ao falar em “acesso” e “permanência”, inclui-se a
necessidade de dispositivos que possibilitem a imersão do deficiente no
ambiente escolar, em igualdade com os demais. O ECA prevê, ainda,
“atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência” (Art.53,
III), que é um indicativo para a inclusão desses indivíduos.
Entretanto, esta determinação ainda é vaga. O próximo passo vem com
a atual LDB (lei nº.9394/96), que dedica um capítulo completo à educação
especial, onde a define como “a modalidade de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais.” (Art.58).
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Nos artigos 58 a 60, a LDB determina diversos pré-requisitos para a


aplicação da educação especial, como serviços de apoio, inclusão de alunos
desde zero ano, currículos, métodos e técnicas diferenciadas, terminalidade
específica, professores capacitados, direcionamento ao trabalho, entre outros,
além de prever o amparo de “instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial” por meio de
“apoio técnico e financeiro pelo Poder Público” (art.60).
A partir de então, como dito, surgem diversos dispositivos legais e
institucionais visando a garantia da educação para os portadores de
deficiência. Além da criação da Secretaria de Educação Especial (Seesp),
integrante do MEC, citamos alguns decretos e leis que tocam o tema:
• Lei nº.10.098/94 – trata da acessibilidade dos portadores de
deficiência;
• Lei nº.10.436/02 – regulamenta a Linguagem Brasileira de Sinais
(Libras);
• Lei nº.7.853/89 – provê apoio às pessoas portadoras de deficiência;
• Lei nº.8.859/94 – estende o direito de participação em estágios aos
alunos da educação especial;
• Decreto nº.186/08 – aprova o texto da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência;
• Decreto Nº 6.094/07 - Dispõe sobre a implementação do Plano de
Metas Compromisso Todos pela Educação;
• Decreto Nº 6.215/07 - institui o Comitê Gestor de Políticas de
Inclusão das Pessoas com Deficiência – CGPD;
• Decreto Nº 6.214/07 - Regulamenta o benefício de prestação
continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência;
• Decreto Nº 6.571/08 - Dispõe sobre o atendimento educacional
especializado;
• Decreto nº 914/93 - Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência;
• Decreto nº 3.076/99 - Cria o CONADE (Conselho Nacional dos
Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência);
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• Decreto nº 3.952/01 - Conselho Nacional de Combate à


Discriminação;
• Decreto nº 3.956/01 – (Convenção da Guatemala) Promulga a
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência.

Observando o desenvolvimento histórico da legislação brasileira no que


diz respeito à educação especial, podemos notar o amadurecimento do país
nesse sentido. Isso nos permite concluir que estamos avançando, ainda que de
forma lenta, nesse objetivo de garantir o direito de igualdade a todos,
possibilitando a inserção social dos portadores de deficiência.
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BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Constituição (1824). Constituição Política do Império do Brazil.


Promulgada em 22 de abril de 1824.

BRASIL. Constituição (1891). Constituição da República dos Estados Unidos


do Brasil. Promulgada em 24 de fevereiro de 1891.

BRASIL. Constituição (1934). Constituição da República dos Estados Unidos


do Brasil. Promulgada em 16 de julho de 1934.

BRASIL. Constituição (1937). Constituição dos Estados Unidos do Brasil.


Promulgada em 10 de novembro de 1937.

BRASIL. Constituição (1946). Constituição dos Estados Unidos do Brasil.


Promulgada em 18 de setembro de 1946.

BRASIL. Constituição (1967). Constituição da República Federativa do Brasil.


Promulgada em 24 de janeiro de 1967.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Promulgada em 5 de outubro de 1988.

BRASIL. Lei nº.4.024, de 20 de dezembro de 1961. Lei de Diretrizes e Bases


da Educação. Revogada pela Lei 9.394/96.

BRASIL. Lei nº.5.692, de 11 de agosto de 1971. Lei de Diretrizes e Bases da


Educação, Revogada pela Lei 9.394/96.

BRASIL. Lei nº.8069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do


Adolescente.
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BRASIL. Lei nº.9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases


da Educação.

CARMO, Sônia Maria do. Um breve panorama do que já foi feito pela educação
especial no Brasil e no mundo. Disponível em: <www.pedagobrasil.com.br/
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08/09/2009.

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<http://doacoes.portalsocial.org.br/Instituicoes/Instituicao.aspx?IDInstituicao=34
9>. Acesso em 08/09/2009.

PAINÉIS temáticos: Painel 1 – Educação Especial. Centro de Referência em


Educação Mário Covas. Disponível em: <www.crmariocovas.sp.gov.br/
exp_a.php?t=001e>. Acesso em 08/09/2009.

SECRETARIA de Educação Especial. Legislação Específica / Documentos


Internacionais. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=
com_content&view=article&id=12716&Itemid=863>. Acesso em 22/10/2009.

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