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O Silencioso Roubo em Banco

Há períodos de crise econômica em que é preciso adotar medidas de


contenção de gastos nas empresas, para que estas sobrevivam. Desde os
anos 1990, a abertura ao mercado internacional trouxe a concorrência
super acirrada de preços, e a consequente batalha interna de redução de
custos nas empresas brasileiras.

Uma das primeiras medidas tomadas visando à diminuição de custos


foi a terceirização. Milhares ou milhões de brasileiros perderam bons
empregos em favor da manutenção da saúde financeira de suas
empregadoras. A maioria destes novos desempregados foi recrutada pelas
chamadas empresas terceirizadas, fazendo o mesmo trabalho de antes, mas
sendo remunerados em menos da metade do que ganhavam.

Em seguida, veio a desqualificação dos funcionários. Desqualificação,


pois a qualificação profissional de todos os funcionários foi sumariamente
rebaixada pelo mercado de trabalho. Graduação superior não servia mais,
era preciso pós-graduação, no mínimo; mestrado não servia mais, era
preciso doutorado; ao ser contratado para trabalhar como auxiliar técnico,
era preciso curso técnico; falar e escrever em língua portuguesa era
insuficiente, era preciso inglês fluente.

Vivemos este período até 2010, quando a mão-de-obra começa a


escassear novamente. Então, as qualificações profissionais começam a ser
revalorizadas, e as exigências educacionais diminuídas. É a lei de mercado.

Mas ainda persiste uma outra prática torpe, criada em tempos de


crise, para aliviar os custos das empresas. Chama-se “banco de horas”. Os
empregadores adotaram essa medida drástica contra seus empregados
num período em que havia muitas demissões, objetivando baixar custos.
Devido às circunstâncias econômicas desfavoráveis daquela época, num ato
de aparente bondade e compreensão das empresas para com seus
empregados, fizeram a seguinte proposta: não iremos mais demitir tanto
quanto temos demitido, desde que os “sindicatos dos trabalhadores”
aceitem temporariamente a virtual eliminação da remuneração das horas-
extras. Era a volta da escravidão no trabalho. Mas o medo de mais
demissões, ou da falência das empresas, falou mais alto. E houve um
consenso entre os empregados de que o tal “banco de horas” seria um mal
menor. No entanto, a astúcia desta proposição consistia na pressuposição
de que os trabalhadores acabariam por se esquecer que esta proposta fora
criada em época de crise, e que deveria vigorar por um curto período pré-
determinado.

De fato, foi o que ocorreu. Desde aproximadamente seis anos atrás,


entrou em vigor o primeiro “banco de horas”, com duração prevista para
seis meses. Findo o prazo, renovou-se por mais seis meses, e assim se
sucedeu durante alguns poucos anos. Depois, sem intervalo, renovou-se o
“acordo”, cujo prazo passou para um ano. E finalmente, o último “acordo
coletivo de trabalho” sacramentou a escravidão laboral pelos próximos dois
anos.

Não há crise alguma que justifique consecutivos desfalques no bolso


do trabalhador, pois o não pagamento de horas extras somente se justifica
em curtos períodos de crises agudas e severas. “Banco de Horas” - um
nome simpático, que esconde uma constante e intolerável perversão ética,
moral, e trabalhista contra os empregados.

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