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IBP1621_08

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO CIMENTO EM


REVESTIMENTOS DE FIBRA DE VIDRO
Wellington Campos1, André F. Lazaro2

Copyright 2008, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP


Este Trabalho Técnico foi preparado para apresentação na Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008, realizada no período de 15 a
18 de setembro de 2008, no Rio de Janeiro. Este Trabalho Técnico foi selecionado para apresentação pelo Comitê Técnico do evento,
seguindo as informações contidas na sinopse submetida pelo(s) autor(es). O conteúdo do Trabalho Técnico, como apresentado, não
foi revisado pelo IBP. Os organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material conforme, apresentado, não
necessariamente reflete as opiniões do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, seus Associados e Representantes. É
de conhecimento e aprovação do(s) autor(es) que este Trabalho Técnico seja publicado nos Anais da Rio Oil & Gas Expo and Con-
ference 2008.

Resumo
Os perfis sônicos e ultra-sônicos são as principais ferramentas para avaliar a qualidade da cimentação entre a
formação e o revestimento em poços de petróleo. A importância desta avaliação reside no fato de que, se houver falha
na cimentação primária do poço, a integridade estrutural e o isolamento das zonas produtoras ou injetoras estarão com-
prometidos. Os perfis sônicos se baseiam na atenuação de energia acústica no revestimento e formação, enquanto que os
ultra-sônicos se baseiam na reflexão dos pulsos nas interfaces entre os meios nos quais eles viajam (revestimento, ci-
mento e formação). A atenuação e a ressonância se devem à diferença em como a onda percorre estes meios. A impe-
dância acústica é a quantificação desta diferença, determinando como serão as refrações e reflexões entre os meios,
assim como a atenuação da onda. Em revestimentos de aço, esta diferença é significativa, fazendo com que os sinais
(pulsos refletidos) captados pelos sensores permitam que estes avaliem a aderência do cimento ao revestimento, ou se há
falta de cimentação em algum intervalo. Em revestimentos de fibra de vidro, esta diferença em relação ao meio cimenta-
do já não é perceptível aos sensores sônicos, neste caso, os sensores CBL/VDL, tornando este tipo de ferramenta inefi-
caz para a avaliação. Os perfis ultra-sônicos, teoricamente, não apresentam este problema. O objetivo deste relatório é
fundamentar a recomendação de uso da ferramenta ultra-sônica para a avaliação da qualidade do cimento com revesti-
mentos de fibra de vidro. Este relatório apresenta as informações colhidas no estudo deste problema.

Abstract
The sonic and ultrasonic profiles are used as the main tools in assessing the cementing quality between forma-
tion and casing in oil wells. This assessment is important, because, if there is a failure in the primary cementing, both the
structural integrity and zone isolation will be compromised. The sonic profiles are based on the acoustic energy attenua-
tion in casing, cement and formation, while the ultrasonic profiles are based on the resonance of the wave pulse within
the media where they travel (casings, cement and formation). The attenuation and resonance are due to the difference in
the way the wave travel within these media. The acoustic impedance is the quantification of this difference, determining
the refraction and reflection between the environments, and wave attenuation as well. In steel casings, this difference is
meaningful, allowing the captured signals (reflected pulses) to be interpreted as good adhesion between cement and
casing, or a lack of adhesion at some interval. In fiber glass casings, the impedance contrast between glass and cement is
small and not detectable with the CBL/VDL sensors. The CBL/VDL tools provide an inefficient assessment of the qual-
ity of the cementing. The ultrasonic profile does not have this problem, theoretically. The goal of this work is to demon-
strate and recommend the ultrasonic tool as the main instrument to assess the cementation quality in fiber glass casings.

1. Introdução
Revestimentos de fibra de vidro têm sido usados em poços terrestre de injeção de água para prevenir corrosão.
O uso destes revestimentos cria um problema para a avaliação da qualidade do cimento ao mudar a relação de proprie-
dades físicas dos componentes do sistema. Em conseqüência, os métodos de tradicionais de interpretação dos perfis
______________________________
1
PhD, Engenheiro de Petróleo - PETROBRAS
2
Engenheiro de Equipamentos – PETROBRAS
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

CBL/VDL e ultra-sônicos, adequados a revestimentos de aço, têm de ser modificados para a nova situação de poços
revestidos com fibra de vidro.
Os perfis CBL/VDL não fornecem uma assinatura facilmente interpretável em revestimentos de fibra de vidro.
A razão disso tem a ver com o fato de o sinal do revestimento chegar ao receptor misturado aos sinais do cimento e da
formação. De fato, o tempo de trânsito da onda compressional na fibra de vidro é maior que o da onda compressional no
aço de revestimentos convencionais. Deste modo, o sinal que viaja ao longo da parede do revestimento, após uma refle-
xão com ângulo crítico, é alcançado e ultrapassado pelo sinal que viaja pelo cimento e formação. Isto acontece mesmo
que estes tenham percorrido um caminho mais longo. Os sinais chegam então misturados ao receptor, sendo muito difí-
cil, ou talvez impossível, separar o sinal do revestimento para construir o perfil CBL.
Os perfis ultra-sônicos são uma alternativa interessante. Do ponto de vista teórico estes perfis deveriam ser ca-
pazes de detectar um canal comunicando zonas produtoras por detrás do revestimento. Para testar o uso de perfis ultra-
sônicos, um poço em Puesto Hernandez, na Argentina, foi perfilado com o equipamento USIT da Schlumberger. Os
perfis CBL e VDL também foram corridos juntos nesta operação. Infelizmente, ou felizmente, a cimentação estava de
excelente qualidade, desde o fundo do poço até a superfície. Conseqüentemente, não foi detectado um canal, que prova-
velmente não existia, tornando impossível verificar a assinatura de um canal.
Outra ferramenta ultra-sônica, a ISOLATION SCANNER, da Schlumberger, também foi considerada para uso.
No entanto, era a opinião dos especialistas que as informações que ela acrescentaria seriam irrelevantes, pois as infor-
mações da ferramenta USIT já seriam suficientes. Opiniões são hipóteses a serem testadas, somente devendo ser consi-
deradas válidas após os testes. Mas como a ferramenta USIT deveria teoricamente atender às necessidades operacio-
nais, decidiu-se descartar temporariamente os testes com a ISOLATION SCANNER.
Assim, dados de uso da USIT no campo são altamente desejáveis. Neste relatório recomenda-se, com base em
estudos teóricos, que a ferramenta USIT seja utilizada rotineiramente, com a primeira dezena de operações assistida e
analisadas para confirmação ou refutação da teoria. Há grande probabilidade de a USIT ser aplicável.
Neste trabalho, inicialmente é feita uma breve revisão bibliográfica sobre revestimentos de fibra de vidro. A
seguir é apresentada a teoria do uso de ondas ultra-sônicas na interrogação da qualidade da cimentação atrás do revesti-
mento. O método ultra-sônico é bastante conveniente por ser não intrusivo e não invasivo. O relatório segue apresentan-
do as propriedades físicas da fibra de vidro, do cimento e das formações. Por último são apresentados os resultados de
campo obtidos em Puesto Hernandez.

2. Revisão bibliográfica
Meyer (1967) apresenta alguns casos de campo da aplicação de fibra de vidro para colunas de produção em
poço com profundidades em torno de 2000 m. Vários exemplos são mostrados, como poços de injeção, poços de descar-
te, poços bombeados. Em todos estes poços, a coluna de produção foi mantida operacional por vários anos em um ambi-
ente corrosivo, graças ao uso de colunas de fibra de vidro. Meyer observa que as colunas usadas anteriormente, de plás-
tico estrudado, cimento e tubos de aço revestido, provaram-se não efetivas com o passar do tempo contra corrosão,
mudanças de temperatura e pressões pulsantes. Estes autores afirmam que as vantagens do uso de fibra de vidro são
inúmeras, a saber, resistência completa contra corrosão, tanto internamente quanto externamente, parede interna mais
lisa, facilitando o fluxo com menor perda de carga, retardo na formação de incrustações de depósitos de parafina, não
formação de sulfeto de ferro no sistema de injeção de água. Um dos casos de campo citados é o do uso de liners de fibra
de vidro.
Bower et al. (1972) reportam o uso de liner de fibra de vidro para proteger do efeito corrosivo da água doce de
injeção. As limitações da fibra de vidro naquelas aplicações eram com relação aos canhões, na operação de canhoneio, e
com relação aos obturadores ou packers. Os canhões deviam ter as cargas moldadas protegidas dentro de um tubo. Os
obturadores não podiam possuir garras. Estes autores observam que o perfil CBL não era aplicável para avaliar a quali-
dade da cimentação e os perfis de resistividade focalizados não aplicáveis. Os autores reportam ainda que vários poços,
de pouco mais de 1500 m de profundidade, foram completados com liners de fibra de vidro. Uma recomendação impor-
tante foi a de que o cimento fosse cortado com broca imediatamente após a cimentação e antes de a pasta atingir sua
resistência compressiva máxima. Isto era importante para minimizar as chances de danificar o liner de fibra de vidro
durante o corte.
Butsch (1995) propõem uma metodologia para diferenciar entre cimento contaminado com gás e canais a partir
de dados da USIT da Schlumberger. O método tem como base uma análise estatística dos dados do perfil ultra-sônico.
(linha simples, 10)

2
Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

3. Reflexão de ondas em interfaces


Antes de estudar a reflexão de ondas na interface entre dois meios, é necessário definir o conceito de impedância destes
meios. A impedância de um meio é definida como o produto da massa específica do meio pela velocidade do som no
meio, ou seja,

Z = ρv, (1)

onde ρ é a massa específica e v é a velocidade do som no material. A unidade mais usada é o MRayleigh, abreviado
MRayl. A relação desta unidade com a unidade SI é

kg
1 MRayl = 10-6 (2)
m 2s

A reflexão de uma onda sonora na interface entre dois meios é governada pelo contraste de impedância e a am-
plitude da onda refletida depende deste contraste. Para uma discussão destes conceitos, vide Asher (1997, p. 29). A
figura 1 ilustra bem este princípio.

Figura 1. Reflexão na interface entre dois meios de impedâncias diferentes.

O eixo das ordenadas separa o meio em duas regiões, o meio do lado esquerdo, constituído de um material de
impedância Z1, e o meio do lado direito constituído de um material de impedância Z2, com (Z2>Z1). Em A, a onda inci-
dente vai da esquerda para a direita pelo meio de menor impedância. Em B a onda encontra a descontinuidade. Em C
formam-se duas ondas, uma refletida e outra, refratada. Em D, a onda refletida, com a amplitude invertida e diminuída,
propaga-se para a esquerda, enquanto a onda refratada, com a amplitude normal e diminuída, propaga-se para a direita.
A inversão da onda ocorre no caso do meio da esquerda ser menos denso que o da direita. Caso contrário, a onda refle-
tida não sofre inversão (Asher, 1997, p. 48). As amplitudes das ondas refletida e refratada são menores do que a ampli-
tude da onda incidente. Como a energia é proporcional ao quadrado da amplitude, pode-se inferir que parte da energia é
refletida, enquanto parte da energia é refratada, passando para o meio da direita, valendo a lei da conservação da energi-
a. Estas parcelas de energias, refletida e refratada, dependem das impedâncias dos dois meios. Alguma energia pode ser
perdida em forma de calor para o meio, devendo esta parcela entrar no balanço total.
A amplitude da onda é o valor do deslocamento em função do tempo. Normalmente a onda é uma superposição
de harmônicas. Para efeitos de cálculo, basta trabalhar com uma harmônica, e expressar a equação da onda por

u(x,t) = Aei(ωt-qx), (3)

onde q é o número de onda, ω é a freqüência da onda, u é a amplitude ou deslocamento, A é a amplitude máxima, x é a


coordenada espacial e t é o tempo. Substituindo na equação da onda, deduzida a partir da equação de equilíbrio, e da de
compatibilidade (para auxílio nesta dedução, favor consultar Fjaer et al., pp. 135-139), a saber,

∂ 2u ∂ 2u
ρ =λ 2 , (4)
∂t 2
∂x

onde ρ é a massa específica do meio e λ o parâmetro elástico adequado. A velocidade é dada por

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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

V= = (5)
ρ

A pressão ou tensão da onda é dada pela lei de Hooke

∂u
p(x,t) = λ (6)
∂x

ou, usando as equações (3) e (5)

p(x,t) = ρVAωei(ωt-qx-π/2) (7)

que mostra que a onda de pressão tem uma diferença de fase de 90º com relação ao deslocamento. A pressão acústica ou
amplitude máxima é então dada por

p= ωAρV (8)

A razão entre a pressão máxima da onda refletida para a da onda incidente na interface é dada por (Asher, 1997, p. 47)

pr Z − Z1
Rp = = 2 (9)
pi Z 2 + Z1

enquanto a razão entre a pressão máxima da onda transmitida para a da onda incidente é dada por

pt 2Z 2
Tp = = (10)
pi Z 2 + Z1

Na interface, para haver equilíbrio, a soma das pressões das ondas incidente e refletida deve ser igual à pressão da onda
transmitida

p i + pr = pt (11)

Dividindo esta última expressão por pi e usando as equações (9) e (10), é fácil constatar a consistência destas
expressões. Além disso, as pressões estão relacionadas às amplitudes, pois as ondas em estudo são ondas de pressão.
Portanto as pressões podem ser lidas como amplitudes e as amplitudes são governadas pelas equações (9) e (10).
A intensidade da onda acústica está relacionada à energia desta onda. A intensidade de uma onda é igual ao
fluxo de energia por unidade de área e tempo, sendo proporcional ao quadrado da amplitude máxima e à impedância

1 2 2
I= ω A ρV (12)
2

Uma relação facilmente obtida é

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Rio Oil & Gas Expo and Conference 2008

1 p2
I= (13)
2 ρV

Sendo a razão entre a intensidade da onda refletida para a da onda incidente na interface dada por

I r (Z 2 − Z 1 )
2

RI= = (14)
I i (Z 2 + Z 1 )2

e, entre a intensidade da onda transmitida e da onda incidente na interface, dada por

IT 4Z1 Z 2
TI= = (15)
I i (Z 2 + Z 1 )2

É fácil mostrar que as equações (14) e (15) estão coerentes com a lei da conservação da energia.
A importância das equações desenvolvidas nesta seção é que elas permitem o cálculo das amplitudes e intensi-
dades das ondas refratadas e refletidas em uma operação com o perfil USIT.

4. Perfis Ultra-Sônicos
Os perfis ultra-sônicos, sendo o USIT o perfil ultra-sônico da empresa Schlumberger, seguem este mesmo prin-
cípio de reflexão em uma descontinuidade entre meios de diferentes impedâncias, com ângulo de incidência normal. A
figura 2 mostra um esquema de uma ferramenta ultra-sônica.

Figura 2. Esquema de uma ferramenta ultra-sônica. (Cortesia da Schlumberger).

O elemento rotatório na extremidade da ferramenta gira, emitindo ondas ultra-sônicas de freqüências variando
desde 200 até 700 kHz. A freqüência usada depende da rotação deste elemento. Deste modo, a parede do revestimento é
escaneada em um ângulo de 360º. Além disso, sendo a incidência normal, não haverá geração de onda transversal na
interface entre revestimento e cimento e entre cimento e formação (Asher, 1997, p. 25). A viscosidade do fluido também
é suficientemente baixa para que uma onda transversal pudesse viajar entre a ferramenta e a parede do revestimento
(Asher, 1997, p. 22). A figura 3 mostra as reflexões e refrações sucessivas de ondas na parede do poço.

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Figura 3. Reflexões e refrações sucessivas na parede do poço (Cortesia da Schlumberger).

As amplitudes lidas pelo receptor vão depender dos valores das impedâncias Z1, Z2 e Z3 do fluido de perfura-
ção, da fibra de vidros do revestimento e do cimento atrás do revestimento. Estas amplitudes podem ser facilmente ava-
liadas a partir da teoria desenvolvida na seção anterior.

5. Simulação de Poço Revestido com Fibra de Vidro


As tabelas 1 e 2 mostram os dados de entrada para a simulação das amplitudes detectadas no receptor em fun-
ção das impedâncias do fluido de perfuração, da parede do revestimento e do material no anular entre o revestimento e a
parede do poço. A simulação usa o esquema da figura 3 e as equações (9), (10), (14) e (15) para calcular as amplitudes
e intensidades máximas dos raios chegando ao receptor. A figura 4 mostra os resultados de uma simulação para o caso
de cimento atrás do revestimento. Os resultados são resumidos na tabela 3.

Tabela 1 – Dados de entrada para o cálculo das amplitudes e intensidades

DESCRIÇÃO UNIDADE DE CAMPO UNIDADE SI


Diâmetro interno rev 4,85 in 0,12319 M
Diâmetro externo rev 5,2 in 0,13208 M
Diâmetro do poço 8,5 in 0,21590 M
Diâmetro do Sub USIT 3,6 in 0,09144 M
Distância sensor-parede 0,625 in 0,0159 M
Espessura revestimento 0,175 in 0,0044 M
Espessura do cimento 1,65 in 0,0419 M
Velocidade na lama 1413 m/s 1413 m/s
Velocidade no vidro 2541 m/s 2541 m/s
Velocidade no cimento 3336 m/s 3336 m/s
Massa espec. lama 9 lbm/gal 1079,1 kg/m3
Massa espec. vidro 16,4 lbm/gal 1966,4 kg/m3
Massa espec. cimento 15 lbm/gal 1798,6 kg/m3
-6
Impedância lama 2 MRayl 2 x 10 Kg/m2/s
Impedância vidro 5 MRayl 5 x 10-6 Kg/m2/s
-6
Impedância cimento 6 MRayl 6 x 10 Kg/m2/s

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Tabela 2 - Dados de tempo de trânsito e impedância para pastas de cimento.

Massa específica, Tempo de trânsito, Impedância


Pasta
kg/m3 µs/m MRayleigh
Leve de bentonita 1498 482 3,1
Pesada 2097 346 6,1
Leve otimizada 1246 367 3,4

0,00 100,00 100,00 142,86 81,63

12,99 7,42
22,47 42,86 18,37
1 -5,57 1,36
-0,51 0,01 155,84
25,97 7,42 6,06 80,96
2 0,22 0,00
0,02 0,00
29,47 -0,29 0,01 -6,07
3 -0,01 0,00 1,35
0,00 0,00
32,96 0,01 0,00
4 0,00 0,00
0,00 0,00
36,46 0,00 0,00
5 0,00 0,00
0,00 0,00
39,96 0,00 0,00 22,26
6 0,00 0,00
0,00 0,00
43,46 0,00 0,00 -0,87
7 0,00 0,00
0,00 0,00
46,96 0,00 0,00 -2,02
8 0,00 0,00
0,00 0,00
50,45 0,00 0,00 -0,79
9 0,00 0,00
10 51,09 -1,16 0,00 0,00
53,95 0,00 0,00
11 -0,45 0,00 0,00
0,00 0,00
57,45 0,00 0,00
0,00 0,00
0,00 0,00
60,95 0,00 0,00

Figura 4 – Reflexões sucessivas do pulso ultra-sônico em incidência normal.

6. Análise dos Resultados

Da observação do sinal que volta ao receptor, conclui-se que a amplitude e a intensidade são amortecidas rapi-
damente. Comparando as figuras 5, 6 e 7, nota-se que, para o caso de cimento atrás do revestimento, as amplitudes e
intensidades caem mais rapidamente do que nos casos de existir um líquido ou um gás atrás do revestimento. Além de o
pulso continuar forte por um tempo maior nos casos de canalização, o valor da amplitude do segundo pulso detectado é
bem maior no caso de existir um canal. Estas diferenças são significativas, permitindo deduzir que uma diferenciação
entre canal e cimento é possível. Note que a resposta tardia da formação (Fig. 5) é irrelevante e a formação não influen-
cia o fenômeno. O processamento dos sinais por meio de um programa de computador adequado pode preparar uma
apresentação pictórica mais intuitiva destes resultados, como já é feito para os perfis ultra-sônicos (Fig. 8).
A Fig. 8 mostra parte de um perfil CL/VDL/USIT de um poço no Campo de Puesto Hernandez, na Argentina.
O poço estava revestido com fibra de vidro e estava cimentado desde a superfície até o fundo. Na figura, a região azul
de baixa impedância na trilha 4, a aproximadamente 820 m, sugere um canal, o que atesta a capacidade destes perfis de
medirem a qualidade da cimentação. Além disso, nesta profundidade, o perfil GR mostra uma mudança de formação de
folhelho para arenito.

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Tabela 3 – Simulação do tempo de trânsito, da amplitude relativa e da intensidade relativa, em


função da impedância do material atrás do revestimento.

CASO CIMENTO CANAL: ÁGUA CANAL: GÁS

I
M Z1 2,0 MRayl (lama) 2,0 MRayl (lama) 2,0 MRayl (lama)
P
E
D Z2 5,0 MRayl (vidro) 5,0 MRayl (vidro) 5,0 MRayl (vidro)
Â
N
C
Z3 6,0 MRayl (cimento) 1,5 MRayl (líquido) 0,1 MRayl (gás)
I
A
(τ) A0 (0 µs) 100% 100% 100%
I0 100% 100% 100%
(τ) A1 (22,47 µs) 42,86% 42,86 42,86
I1 18,37% 18,37 18,37
A (τ) A2 (25,97 µs) 7,42% 43,96 78,43
S I2 6,06% 35,88 64,03
S (τ) A3 (29,47 µs) 0,29% 10,14 32,30
I I3 0,01% 1,91 10,86
N (τ) A4 (32,96 µs) 0,01% 2,34 13,30
A I4 0% 0,10 1,84
T
(τ) A5 (36,46 µs) 0% 0,54 5,48
U
I5 0% 0,01 0,31
R
A (τ) A6 (39,96 µs) 0% 0,12 2,25
I6 0% 0 0,05
(τ) A7 (43,46 µs) 0% 0 0
I7 0% 0 0

100

80

60
Resposta tardia da
Amplitude, % amplitude inicial

40
formação
20

0
0 10 20 30 40 50 60
-20
Tempo, ms
-40

-60

-80

-100

Figura 5 – Caso de cimento atrás do revestimento.

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Amplitude, % amplitude inicial


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0
0 10 20 30 40 50 60
-20

-40
Tempo, ms
-60

-80

-100

Figura 6 – Caso de líquido atrás do revestimento (canal).

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Amplitude, % amplitude inicial

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20

0
0 10 20 30 40 50 60
-20

-40
Tempo, ms
-60

-80

-100

Figura 7 – Caso de gás atrás do revestimento.

Figura 8 – Trecho de um poço revestido com fibra de vidro em Puesto Hernandez.


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7. Conclusões
Pode-se concluir, a partir dos resultados da simulação, que é possível diferenciar as assinaturas do cimento e do
canal atrás de um revestimento de fibra de vidro, por meio de um perfil ultra-sônico, visto que o segundo e o terceiro
pulsos têm amplitudes, nos casos de canalização, significativamente maiores do que nos casos de anulares bem cimenta-
dos.
A teoria desenvolvida tem como objetivo tornar mais claros os conceitos ligados ao uso de ferramentas ultra-
sônicas e permitir simular os tempos, amplitudes e intensidades dos pulsos detectados em função do sistema de poço
simulado.
As diferenças encontradas foram significativamente diferentes, permitindo a diferenciação e a recomendação
do uso da ferramenta ultra-sônica na avaliação da cimentação de revestimento de fibra de vidro.

8. Agradecimentos

Os autores agradecem a Paulo Sérgio Rovina pelas preciosas sugestões na revisão do artigo. Agradecem tam-
bém às empresas Petrobras e Schlumberger pelo apoio na produção deste trabalho.

9. Referências

ASHER, R. C. (1997) Ultrasonic Sensors for Chemical and Process Plant. Institute of Physics Publishing, Bristol
and Philadelphia. Exemplar Biblioteca do Edise: 620.28 A813u.
BOWER, J. H., MAYFIELD, G. B., SYDOW, J. R. (1972) “Cemented Fiber Glass Tubulars for Downhole Well
Applications.” SPE 4066. 47o Encontro Anual de Inverno da Sociedade de Engenharia de Petróleo, SPE, San Anto-
nio, TX, 8-11 de outubro de 1972.
BUTSCH, R. J. (1995) “Overcoming Interpretation Problems of Gas-Contaminated Cement Using Ultrasonic Ce-
ment Log.” SPE 30509. Conferência técnica e exibição annual em Dalas, USA, 22-25 de outubro de 1995.
MEYER, J. W. (1967) “Case Histories of Fiber Glass Tubing In Oil Field Service.” SPE 1965. Simpósio em Óleo e
Gás da Sociedade de Engenharia de Petróleo, SPE, Wichita, Kansas, 9-10 de novembro de 1967.

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