Sunteți pe pagina 1din 3

Atenção ao Adulto

Insuficiência Arterial dos Membros


Pedro Puech-Leão1

Epidemiologia e Quadro Clínico

A principal causa de insuficiência arterial dos completamente em alguns minutos, mesmo que o
membros é a aterosclerose. Ela responde por mais de paciente fique em pé, para só voltar após nova
90% dos casos. As doenças arteriais inflamatórias caminhada na mesma distância.
(arterites) são menos freqüentes, mas podem causar A claudicação intermitente é, portanto, um sintoma
isquemia importante. O diagnóstico etiológico começa característico e inconfundível.
pela idade: a aterosclerose atinge os indivíduos acima
de 50 anos, enquanto as arterites ocorrem antes dessa Dor isquêmica de repouso
idade.
A insuficiência arterial dos membros tem quadro Esta representa uma insuficiência arterial mais
clínico bastante característico, podendo, quase avançada. O paciente sente dor de forte intensidade
sempre, ser diagnosticada apenas com base na mesmo parado. A dor é em queimação, mais intensa
história e exame físico. O quadro depende da na extremidade: dedos e dorso do pé. Diferencia-se
gravidade das lesões e se manifesta de três formas de outros quadros dolorosos pelo fato de piorar
distintas: claudicação intermitente, dor isquêmica de quando o paciente se deita. Portanto, na maioria deles,
repouso e necrose tecidual. ocorre principalmente à noite, chegando a impedir o
sono. O ato de levantar-se e dar alguns passos pode
Claudicação intermitente melhorar a dor, porque a circulação aumenta pela ação
da gravidade. Porém, se o paciente decidir empreender
É um sintoma característico e patognomônico. uma caminhada, surgirá a claudicação conforme
Consiste na dor muscular, que aparece após andar descrito acima. A dor isquêmica de repouso pode ser
uma certa distância, aumentando de intensidade até acompanhada de formigamento e adormecimento dos
obrigar o paciente a parar. Por si só, faz o diagnóstico dedos. Estes quase sempre melhoram na posição
de insuficiência arterial. Na anamnese, é importante sentada ou em pé.
caracterizar bem o sintoma, para não confundi-lo com
outras manifestações dolorosas dos membros. As
características que permitem reconhecer a claudicação Diagnóstico
intermitente são:
1. o paciente nunca sente dor quando está parado, A dor isquêmica deve ser diferenciada da dor
nem ao iniciar a marcha. A dor aparece após andar causada em membros inferiores por afecções
alguma distância; ortopédicas ou neurológicas. Estas últimas
2. embora a distância que o paciente consegue geralmente acometem a parte posterior do membro (e
caminhar sem dor possa variar dependendo de não a extremidade); surgem logo ao iniciar a marcha e
fatores ambientais e do terreno, ela oscila dentro de não depois de alguns metros, e têm caráter menos
uma determinada faixa, ou seja, não existe um dia em constante.
que o indivíduo pode andar longas distâncias sem
dor. O sintoma é, portanto, constante e sempre Lesão trófica
presente nas mesmas circunstâncias;
O quadro mais grave de insuficiência arterial é o
3. instalada a dor, o paciente pode continuar
que inclui úlceras isquêmicas ou necrose de
andando se diminuir o ritmo, mas, se insistir, será
extremidade. Geralmente fáceis de identificar pela
obrigado a parar;
exuberância do exame físico, exigem um tratamento
4. uma vez tendo parado, a dor cede

296 Manual de Condutas Médicas www.ids-saude.org.br/medicina


1
Professor Titular de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina da USP.
Atenção ao Adulto

urgente. A necrose pode ser desencadeada por um se defender da isquemia com vasodilatação. Assim,
trauma sobre um membro já isquêmico, ou surgir quando o paciente está em repouso, principalmente
espontaneamente por progressão da isquemia. com o membro pendente, a vasodilatação
Progride rapidamente, podendo levar à perda do compensatória pode levar a um rubor que oculta a
membro em poucos dias. isquemia, à inspeção. A isso chama-se hiperemia
reativa. O diagnóstico pode ser feito pela manobra
Pulsos de Buerger: o paciente é deitado em decúbito dorsal
horizontal e o médico eleva os dois membros inferiores
A marca principal do exame físico, na a 45 graus durante alguns minutos. Pode ser
insuficiência arterial, é a ausência de pulsos. A potencializada solicitando-se ao paciente que flexione
palpação dos pulsos femorais, poplíteos e podálicos os tornozelos várias vezes. Depois desse tempo,
pode fechar o diagnóstico e até mesmo determinar o aparecerá a palidez no pé acometido. Logo em
local de obstrução arterial. Algumas regras práticas seguida, solicita-se que o paciente sente-se com os
são importantes na palpação de pulsos: pés pendentes; em alguns minutos aparecerá a
1. o exame de pulsos é comparativo. Em alguns hiperemia reativa. O teste é muito importante quando
casos, os pulsos podem ser igualmente diminuídos a isquemia é assimétrica, pois o membro acometido
ou ausentes bilateralmente, mas, na maioria deles, vai apresentar mais palidez do que o outro, quando
existe uma assimetria. Quando os sintomas são elevado, e se tornará mais rubro ou com coloração
unilaterais, a comparação de pulsos entre um membro vinhosa, quando pendente. Se a queixa do paciente é
e outro é importante para o médico não especialista; bilateral e simétrica, o teste terá menos sensibilidade.
2. pulsos difíceis de sentir, que deixam dúvidas,
ou que precisam ser procurados por algum tempo,
devem ser considerados como se fossem ausentes. É Tratamento
melhor errar ocasionalmente por excesso de
diagnóstico do que deixar de diagnosticar; Claudicação intermitente
3. em alguns quadros de claudicação intermitente,
os pulsos podem estar todos presentes. Se O tratamento inicial deve ser clínico. Consiste em
solicitarmos ao paciente que ande até sentir dor e exercícios para desenvolver circulação colateral, ou
examinarmos novamente nesse momento, os pulsos seja, caminhadas. O paciente deve ser orientado a
terão desaparecido; caminhar sistematicamente, todos os dias, até sentir
4. o pulso pedioso pode não ser palpável em cerca dor, parando para descansar e continuando em
de 20% das pessoas normais. Essa condição, quando seguida; a distância final percorrida vai depender da
ocorre, é bilateral, ou seja, um pulso pedioso sua capacidade, geralmente 1 a 2 km. Não existem
palpável e o outro não é sinal de doença arterial. Os medicamentos comprovadamente eficientes na
tibiais posteriores devem sempre estar presentes. melhora da claudicação intermitente. É importante
informar ao paciente que a claudicação intermitente
Sopros tem evolução benigna na maioria dos casos; que ela
raramente evolui para gangrena e perda do membro,
A ausculta é também importante. Sopros audíveis se os fatores de risco forem controlados. Para muitos
no abdome, nas regiões inguinais, na face interna da indivíduos, o sintoma incomoda mais pelo medo das
coxa ou no cavo poplíteo indicam estenoses arteriais. complicações que pelo desconforto que causa.
A pressão exagerada do estetoscópio pode criar Após seis meses de tratamento com exercícios
sopros em artérias normais por compressão, diários, o paciente é reavaliado. Se a claudicação
especialmente nas virilhas, e no abdome em estiver comprometendo ainda sua qualidade de vida,
indivíduos muito magros. pela impossibilidade de trabalhar ou de fazer
atividades que para ele sejam muito importantes, o
Coloração e temperatura caso deve ser encaminhado a um especialista. Este
vai ponderar junto com o paciente os riscos e
O membro isquêmico geralmente é frio e pálido. benefícios eventuais de uma revascularização
Porém, é preciso ter em mente que os tecidos tentam cirúrgica ou endoluminal do membro. Se, após o

Manual de Condutas Médicas www.ids-saude.org.br/medicina 297


Atenção ao Adulto

tratamento clínico, o paciente obtiver uma melhora A insuficiência arterial nos membros em idosos é
suficiente para que possa exercer suas atividades um marcador de aterosclerose. Deve ser investigada
cotidianas, não há necessidade de encaminhamento. em outras localizações como coronárias e carótidas.
Os fatores de risco devem ser procurados e
Dor isquêmica de repouso e necrose tecidual controlados: diabetes, hipertensão, tabagismo e
colesterol elevado. Como a doença tem caráter familiar,
Dor em Repouso / Lesão Trófica os demais membros da família também devem ser
alertados sobre os fatores de risco e os possíveis
Exame Físico
sintomas da doença.
Pulsos Ausentes Sopros Pulsos Presentes Sem Sopros
Manobra de Buerger Manobra de Buerger Encaminhamento
positiva negativa

Tratamento clínico Procurar outro diagnóstico O diagnóstico de isquemia arterial nos membros
(exercícios) por 6 meses (ortopédico, neurológico) pode ser feito apenas pela história e exame físico.
Nenhum exame complementar é necessário. Na
Resultado suficiente Resultado insuficiente maioria dos casos, com claudicação intermitente não
para as atividades para as atividades
do paciente do paciente é necessário encaminhamento, ao contrário dos casos
com dor em repouso ou necrose tecidual.
Resultado suficiente Encaminhamento ao cirurgião A arteriografia não deve ser usada para o
para as atividades vascular para programação
do paciente cirúrgica diagnóstico. É um exame de programação cirúrgica,
ou seja, só indicado quando já se decidiu por uma
Depois de operado retornar
para acompanhamento operação, para mapear o território a ser operado.
Mesmo nesses casos, a arteriografia não deve ser
solicitada pelo clínico geral e sim pelo cirurgião
Nesses casos, o encaminhamento a serviço de vascular.
cirurgia vascular é sempre necessário, com brevidade.
BIBLIOGRAFIA
Haverá necessidade de correção cirúrgica para evitar
a perda do membro. Maffei FHA, Lastória S, Yoshida WB, Rollo HA.
Doenças vasculares Periféricas. 2a. Rio de Janeiro,. Medsi
Rastreamento da aterosclerose Editora, 1995. 1311 pp.

Lane JC, Van Bellen B. O exame do paciente vascular.


Dor em Repouso / Lesão Trófica
São Paulo, Fundo Editorial BIK, 1995. 187 pp.
Exame Físico

Pulsos Ausentes Sopros Pulsos Presentes Sem Sopros


Manobra de Buerger Manobra de Buerger
positiva negativa

Encaminhamento ao Procurar outro diagnóstico


cirurgião vascular para (ortopédico, neurológico,
programação cirúrgica úlcera de estase,
microangiopata, infecção, etc.)

Depois de operado retornar


para acompanhamento

Controle dos fatores de


risco exames coronariana
hipertensão
ateroscierose carotídea

298 Manual de Condutas Médicas www.ids-saude.org.br/medicina

S-ar putea să vă placă și