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CONTEÚDO

PROFº: ANISIO
03 ARCADISMO NO BRASIL - GONZAGA
A Certeza de Vencer JACKY21/02/08

O ARCADISMO NO BRASIL (1768-1836) Características do Arcadismo brasileiro


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Contexto histórico A tentativa de imitar o Arcadismo português, para


No Brasil, o século XVIII é considerado o século dar à Colônia uma literatura tão sofisticada quanto aquela
do ouro, graças à intensa atividade de extração mineral que se produzia na Metrópole, resultou na poesia refinada
que se desenvolveu na região de Minas Gerais. A dos árcades mineiros.
prosperidade econômica do período estimulou a
Apego aos valores da terra
organização política, administrativa e dinamizou a vida
cultural. A maior agilidade na troca de informações A simplicidade na poesia e a idéia de abolir as
favoreceu a formação de uma consciência comum, de um inutilidades (inutilia truncat) foram, também, objetivos dos
sentimento nacional que, na literatura, começa aos árcades brasileiros. O ambiente peculiar oferecido pela
poucos a substituir o impulso de descrição da natureza e localização geográfica do "grupo mineiro" fez brotar um
do nativo, dominante até então. Pela primeira vez, é nativismo que incorporou os valores da terra ao ideário da
possível verificar no país uma relação sistemática, ainda estética bucólica, em voga no Arcadismo. Emerge a
que incipiente entre escritor, obra e público, condição natureza brasileira como pano de fundo para a poesia dos
fundamental para a formação de uma literatura, conforme "pastores".
ensina o crítico Antonio Candido. O impulso de
intelectuais e artistas de se reunirem em academias e Incorporação do elemento indígena
sociedades literárias contrapõe-se ao isolamento dos A valorização do índio foi importante no
períodos anteriores, em que os escritores se encontravam Arcadismo brasileiro: ele reflete o ideal do "bom
dispersos, as obras mal circulavam no interior do país, selvagem", tão caro aos iluministas (o pensamento de
dirigindo-se primordialmente para leitores portugueses. O Rousseau baseado na premissa de que a natureza fez o
rompimento com a estética cultista barroca começou no homem feliz e bom, mas a sociedade o corrompe e o
Brasil com a publicação das Obras, de Cláudio Manuel transforma). A incorporação do índio como elemento
da Costa, em 1768. O movimento árcade permaneceu literário dará um colorido diferente do europeu ao
como tendência literária até 1836, quando se inicia o Arcadismo brasileiro.
Romantismo.
Sátira política
“Respondeu que estando justo a casar, não se havia A redação e a circulação de manuscritos
de querer expor a uma guerra civil, e contra os anônimos (as Cartas Chilenas) de nítida sátira política aos
parentes de sua esposa, que todos são militares”. tempos difíceis da exploração portuguesa e à corrupção
(Autos da Devassa da Inconfidência Mineira), Inquirição em 17 / dos governos coloniais, foi elemento bem distinto do
11 / 1789) Arcadismo brasileiro. A tomada de consciência política do
"grupo mineiro" foi sem precedentes na história do Brasil.
Árcades mineiros Impulsionados pelo exemplo da independência
norte-americana e da Revolução Francesa, todos os
Não existiu, no Brasil, uma Arcádia, como em elementos componentes do grupo participaram da
Portugal. Um vigoroso grupo intelectual - o "grupo Conjuração Mineira, que acabou em 1789.
mineiro" - destacou-se na arte literária e na prática
política, participando ativamente da Inconfidência Mineira. Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)
Esse grupo, constituído por Cláudio Manuel da Costa,
Tomás Antônio Gonzaga, Inácio José de Alvarenga “Eu tenho um coração maior que o mundo!
Peixoto, Manuel Inácio da Silva Alvarenga e outros Tu, formosa Marília, bem o sabes:
intelectuais, foi desfeito de forma violenta, com a prisão, Um coração… e basta,
desterro ou morte de alguns poetas, à época da repressão Onde tu mesma cabes.”
política em torno do episódio da Inconfidência.
(Tomás Antônio Gonzaga) DADOS BIOGRÁFICOS
Bucolismo e poesia política
Cláudio Manuel da Costa foi o primeiro modelo e
o mais forte de todos para os poetas mineiros. Influenciou Tomás Antônio Gonzaga nasceu no Porto, em
significativamente Tomás Antônio Gonzaga, de quem 1744. Órfão de mãe no primeiro ano de vida, mudou-se
era o "amigo mais velho". Cláudio, considerado o mais com o pai, magistrado brasileiro, para Pernambuco em
árcade dos poetas do grupo, teve uma formação 1751 e depois para a Bahia. Aí estudou no Colégio dos
rigorosamente clássica. A sua poesia bucólica focaliza, Jesuítas e, em 1761, voltou a Portugal para cursar Direito.
VESTIBULAR – 2009

sobretudo, a paisagem montanhosa de Minas Gerais. Durante alguns anos, foi juiz de fora em Beja (Portugal).
Alvarenga Peixoto, um dos poetas "ilustrados", Quando voltou ao Brasil, em 1782, foi nomeado ouvidor
construiu uma obra bem marcada pelo seu aspecto de Vila Rica e um ano depois conheceu a adolescente
político, em defesa da República, contra a guerra e em Maria Joaquina Dorotéia de Seixas Brandão, a pastora
prol dos escravos. Silva Alvarenga, por sua vez, tem uma Marília, imortalizada em sua obra lírica, por quem se
obra lírica plena de musicalidade. apaixonou e chegou a ficar noivo. Pobre e bem mais velho

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que ela, sofreu oposição da família. Tornou-se amigo, na África. Gonzaga escreveu a primeira em liberdade; a
entre outros, de Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga segunda e a terceira durante os três anos de prisão.
Peixoto. Embora não acreditasse nas aspirações A primeira parte manifesta nítidas influências do
sonhadoras dos amigos, ofereceu sua casa para as racionalismo iluminista e das convenções árcades.
reuniões do grupo. Caracteriza-se por um tom de plena felicidade, contendo
Sua implicação na revolta de Minas parece ter confissões amorosas, descrições da amada e da
sido fruto de calúnias arquitetadas por seus adversários. paisagem mineira, o ideal otimista de vida do pastor.
Apesar do pequeno papel nesse evento, foi preso Na segunda parte, o eu lírico, fragilizado pela
como inconfidente e condenado ao exílio em prisão e pela incerteza de seu destino, revela sofrimento
Moçambique, em 1792. Conseguindo refazer sua vida, ali físico e moral; predomina um tom trágico, de desalento, de
se casou e atingiu altos postos, morrendo como juiz da revolta e amargura. Nessa parte, o poema manifesta na
Alfândega de Moçambique, em 1810. linguagem características como o sentimentalismo e a
subjetividade – traços pré-românticos.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS Na terceira, as liras recuperam a leveza inicial e
Tomás Antônio Gonzaga, cujo nome arcádico é são dedicadas não apenas a Marília, mas também a
Dirceu, escreve poesias líricas, com temas pastoris e de outras pastoras.
galanteio em que o eu lírico está sempre na fala de uma
personagem. Nelas, Dirceu se dirige à amada, a pastora Texto 1 – Marília de Dirceu – 1ª parte – Lira I
Marília. Eu, Marília, não sou vaqueiro,
As liras à sua pastora refletem a trajetória do Que viva de guardar alheio gado;
poeta, na qual a prisão atua como um divisor de águas. De tosco trato, de expressões grosseiro,
Antes do encarceramento, num tom de felicidade, canta a Dos frios gelos e dos sóis queimado.
ventura da iniciação amorosa, a satisfação do amante, Tenho próprio casal1 e nele assisto2;
que, valorizando o momento presente, busca a Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
simplicidade e o refúgio na natureza amena, que ora é Das brancas ovelinhas tiro o leite,
européia, artificial, virgiliana e ora mineira. Depois da E mais as finas lãs, de que me visto.
reclusão, num tom trágico de desalento, canta o infortúnio, Graças, Marília bela,
a justiça, o destino e a eterna consolação no amor de Graças à minha Estrela!
Marília. São compostas em redondilha menor ou em Eu vi o meu semblante numa fonte:
decassílabos quebrados. Expressam simplicidade e Dos anos inda não está cortado;
gracioso lirismo íntimo, decorrentes da naturalidade e da Os Pastores, que habitam este monte,
singeleza no trato dos sentimentos e da escolha Respeitam o poder do meu cajado.
lingüística. Demonstram subjetivismo intenso, revelando Com tal destreza toco a sanfoninha,
algo novo naquela época fria e formal do vazio arcádico.
Ao delegar posição poética a um campesino, sob Que inveja atém me tem o próprio Alceste:
cuja pele se esconde um elemento civilizado, Gonzaga cai Ao som dela concerto a voz celeste
em contradições, ora assumindo a postura de pastor, ora Nem canto letra, que não seja minha.
a de burguês. Graças, Marília bela,
As Cartas Chilenas correspondem a uma coleção Graças à minha Estrela!
de doze cartas, assinadas por Critilo e endereçadas a Mas tendo tantos dotes da ventura,
Doroteu, residente em Madri. Critilo, habitante de Santiago Só apreço lhes dou, gentil Pastora,
do Chile (leia-se Vila Rica), narra os desmandos
despóticos e narcisistas do governador chileno, o Depois que o teu afeto me segura
Fanfarrão Minésio (leia-se, Luís da Cunha Meneses). São
poemas satíricos, em versos decassílabos brancos, que Que queres do que tenho ser Senhora.
circularam em Vila Rica poucos antes da Inconfidência É bom, minha Marília, é bom ser dono
Mineira. Revelando seu lado satírico, num tom mordaz, De um rebanho, que cubra monte e prado;
agressivo, jocoso, pleno de alusões e máscaras, o poeta Porém, gentil pastora, o teu agrado
satiriza ferinamente a mediocridade administrativa e os Vale mais que um rebanho e mais que um trono.
desmandos dos componentes do Governo. Por muito Graças, Marília bela,
tempo, discutiu-se a autoria das Cartas Chilenas. Após Graças à minha Estrela!
estudos comparativos da obra com cada um dos Os teus olhos espalham luz divina,
elementos do "Grupo Mineiro", possíveis autores, A quem a luz do sol em vão se atreve;
concluiu-se que o verdadeiro autor é Gonzaga e que Papoila ou rosa delicada e fina
Critilo é ele mesmo e Doroteu, Cláudio Manuel da Costa. Te cobre as faces, que são da cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
PRINCIPAIS OBRAS
Teu lindo corpo bálsamos vapora3.
Tratado de Direito Natural (1942); Marília de
Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Dirceu (coleção de poesias líricas, publicada em três
Para glória de amor igual Tesouro!
partes, em 1792, 1799 e 1812); Cartas Chilenas
VESTIBULAR – 2009

Graças, Marília bela,


(impressas em conjunto em 1863).
Graças à minha Estrela!
POESIA LÍRICA – MARÍLIA DE DIRCEU
1 Casal: sítio, propriedade rural.
Marília de Dirceu, obra composta de liras,
2 Assisto: moro.
apresenta três partes, nas quais observa-se a trajetória do
3 Bálsamos vapora: exala perfumes
eu lírico: o namoro feliz em Vila Rica e a época do exílio
FAÇO IMPACTO – A CERTEZA DE VENCER!!!

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