Sunteți pe pagina 1din 25

EDUCAÇÃO PARA O SÉCULO XXI

O que um futuro profissional deve


apreender hoje para o sucesso no terceiro
milênio

Constantino Comninos

Professor de Economia Política. Mestre em Educação –


Gestão de Ensino Superior. Especialista em Gestão
do Conhecimento e Inteligência Empresarial.
Especialista em Técnicas de Planejamento para o
Desenvolvimento. Cônsul Honorário da Grécia em
Curitiba ( PR – SC – RS ).

Sumário

Resumo
Explicações necessárias – questionamentos e decálogo
A Técnica Delphi Forecasting
Histórico da Técnica Delfos de fatos portadores de futuro e novas abordagens
Dos resultados da pesquisa, questionamentos e posições assumidas
Conclusões
Fontes Bibliográficas

Resumo

Este artigo trata de apresentar os temas que devem ser apreendidos


hoje, diante das condicionantes futuras que o mundo irá exigir de cada
profissional. Sugere aplicar novos conhecimentos para o sucesso profissional.

“A maior virtude do mundo não é te tornares livre.


É lutar impiedosa e tenazmente em prol da
liberdade.”

Odisséia – fragmentos [XV, 1171-1172]


in Nikos Kazantsákis, escritor grego.

“Os países emergentes precisam de uma revolução


pela
2

educação. Os países desenvolvidos, de uma


revolução na educação.”

Gerhard Schroeder,
ex Primeiro-Ministro Alemão

Explicações necessárias – questionamentos e decálogo

“Não há nada como um sonho para criar o futuro.”


Victor Hugo

Tive contato com a matéria, objeto deste texto, faz alguns anos, na
qualidade de participante em reunião de professores constituída por
especialistas de várias áreas do saber, que apreciou e discutiu as primeiras
propostas do Planejamento Estratégico de certa entidade educacional de
nível superior. Tratava-se de um grupo interdisciplinar. Um dos professores
de minha equipe de trabalho apresentou-nos para apreciação, cópia xérox
com três questionamentos utilizados por uma pesquisa, cujas respostas
permitiram a construção de um decálogo. Chamou a atenção o título do
decálogo, deveras sugestivo, pela ordem, conforme segue:

Questionamentos da pesquisa
1. O que os estudantes necessitarão saber?
2. Quais comportamentos e habilidades são importantes?
3. Como os educadores, pais, cidadãos, empresas e governos
poderiam contribuir para o sucesso dos estudantes?

Decálogo - Proposta para o sucesso no século XXI


1. Habilidades holísticas e interdisciplinares.
2. Habilidade para utilizar computadores e outras tecnologias.
3. Habilidade no relacionamento inter-pessoal.
4. Habilidade e comportamento: autodisciplina.
5. Habilidade na resolução de conflitos e negociação.
6. Respeitar a diversidade: os não semelhantes.
3

7. Conhecimento de geografia: línguas.


8. Exemplo de integridade e honestidade.
9. Entusiasmo com a vida: metas de aprendizado permanente.
10. Ser modelo de comportamento ético.
O decálogo resumia informação editada pela internet, resultado de
pesquisa realizada pela Associação Americana de Administradores Escolares
dos Estados Unidos da América – AASA – (1998), produto de entrevistas com
55 eminentes especialistas na área da educação, negócios, governo,
psicologia, sociologia, antropologia, demografia, chefes de família, estes,
nem todos com formação universitária. A pesquisa em pauta inquiria sobre o
futuro dos jovens frente aos desafios que provavelmente enfrentariam no
século XXI.
Interessei-me pelo tema e tratei de ampliar o decálogo, avaliando as
informações da pesquisa pelo website. Procurei aprofundar as informações
da pesquisa, para entender melhor estes resultados e preparar algumas
palestras sobre o tema. Na medida em que o assunto era debatido com as
minhas turmas dos Cursos de Direito e Arquitetura & Urbanismo e em outros
cursos da casa de ensino superior onde eu exercia o magistério, os
questionamentos, posso dizer até fulminantes da parte dos alunos, foram
enriquecendo as minhas anotações. Na medida em que novos pontos de
vista amadureciam as idéias, convidado, pronunciei palestras sobre o tema
em outras unidades universitárias do Estado do Paraná. O resultado da
pesquisa foi discutido, com ênfase ao caso brasileiro, conquanto, com a
devida redução sociológica que a realidade educacional brasileira exige,
fundamentada em estatísticas educacionais e medidas tomadas pelo
governo com respeito ao ensino, via leitura específica editada pela imprensa.
A idéia era divulgar, diria melhor, fazer conhecer o resultado da
pesquisa, na minha percepção inicial, válida para qualquer país, vinculado-a
ao mundo da “globalização”, modismo este, que vem sendo intensamente
“imposto” no cotidiano de todos os segmentos societários da humanidade.
Também, procurei, na medida do possível, conhecer melhor alguns
“futurólogos” que, em sua maioria, pude notar, vislumbravam dias sombrios
4

para a humanidade. Na literatura disponível que tratava de prospecções


futuras, encontrei pontos de vista contraditórios. A cada leitura de novos
textos, passei a absorver, novas informações e conhecimentos que atiçavam
minha curiosidade. Cito alguns: (Weiner, 1991), (Naisbit, 1994, 1997),
(Arrighi, 1996), (Toffler, 1991), (Sen, 1999, 2001), (Friedman, 2005), (Teixeira
da Silva, 2004), (Faure, 1972), (Fukuyama, 2000), (Judt, 2008), (Sachs,
2005), (Stewart, 1998), (Nonaka & Takeuchi, 1997), (Senge, 2004), (Barbeiro,
2006), (Langoni, 1996), (Almeida, 2002), (Frieden, 2008), (Estulin, 2006),
(Kennedy, 19983), (Ohmae, 1991, 1996, 1998), (Thurow, 1993, 19970),
(Schaff, 1990), (Kourganoff, 1990), (Weber, 1989), (Casper & von Humboldt,
1997), (Giannotti, 1986), (Carboncini, 1987), (Minogue, 1981).
Deste interesse nasceu o artigo que coloco à avaliação e critica dos
leitores interessados.

Da técnica Delphi Forecasting

“A questão não é se possuímos inteligência, mas se


somos versados na reflexão do gênero mais amplo e
mais profundo.”

Allan Bloom

“O homem não é a criação das circunstâncias. As


circunstâncias é que são a criação dos homens.”

Allan Bloom

Como metodologia, a pesquisa aplicou a Técnica Delfos, conhecida


como “Delphi Forecasting” – que sugere o Oráculo de Delfos, resumindo, um
“exercício de futurição”. Trata-se de: (a) prever fatos portadores de futuro,
constituídos por (b) eventos verificados em períodos anteriores, utilizando
(c) rodadas com especialistas - perguntas X respostas -, aliadas a (d)
comentários livres sobre uma determinada temática, utilizando (e) baterias
de questionamentos visando um objetivo pré-determinado.
5

Explicitando melhor a técnica: é um exercício tipo “jogo”. Explico.


Imagina-se certa situação (um determinado cenário ou tantos mais outros
que possam ajudar na tarefa, interligados a certa hipótese inicial). Escolhem-
se os participantes (atores), procurando sugerir nova postura diante de um
fato que se deseja conhecer, algo concreto retirado do inusitado. Admite-se a
utilização de eventos, ligados à hipótese formulada e que se deseja provar.
Podem ser utilizados quantos eventos forem necessários. A técnica pretende
estabelecer uma linha de conduta futura a partir de uma situação presente,
baseada em tendências históricas e eventos vivenciados pelos atores no
passado. Uma bateria de perguntas é destinada aos atores que não podem
ter conhecimento de quais outros participam da pesquisa, não devendo
haver contato entre eles em hipótese alguma. As respostas dos atores
(versus eventos), permite ao analista, avaliar os resultados parciais e, em
fase posterior, os resultados finais da pesquisa. A bateria de perguntas
reformulada a cada round é encaminhada aos atores quantas vezes o
analista entender que deva ser aplicada. A cada retorno, o analista
acrescenta novos questionamentos, dando conhecimento aos atores, da
apuração dos resultados, transformados em estatísticas globais das
respostas anteriores, sem identificar os participantes. Admite-se até três
tentativas como suficientes para a constituição dos cenários que podem ser
classificados como ruim, bom, ótimo. Na medida em que os rounds se
sucedem, os atores vão sendo eliminados da pesquisa, conforme o
conhecimento do assunto demonstrado da parte de cada ator em relação à
hipótese investigada. Em caso de insegurança nos resultados, admite-se até
mais duas tentativas. Com o resultado final atingido, o analista poderá reunir
os atores (todos ou em parte) frente a frente para um debate sobre a
matéria, quando, alguns aspectos da pesquisa poderão esclarecer as dúvidas
deixadas nos resultados finais obtidos.
Tive a oportunidade de conhecer esta técnica há alguns anos. (1) Em
1967 na Harvard University, Boston, Mas, USA, participando de seminário
que apresentou resultados de algumas pesquisas realizadas em várias áreas
do conhecimento, tais como, educação, transporte, agricultura, atendimento
6

social, políticas públicas. Uma segunda experiência ocorreu em (2) 1979,


quando participei de Seminário Interdisciplinar no Departamento de Relações
Internacionais da Califórnia University Los Angeles – UCLA. Na ocasião,
integrava uma equipe de 12 outros especialistas de várias nações hispano-
americanas. Tive a oportunidade de avaliar os resultados do Relatório
Orientador solicitado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos
aquele departamento, sobre a problemática do Canal do Panamá, que foi
elaborado com base em cenários prospectivos da metodologia Delphi. Este
relatório orientou o Governo Americano quando da passagem do Canal do
Panamá ao Governo deste país. (3) Em 1982, no Rio de Janeiro, surgiu a
terceira oportunidade. Integrando um grupo de 18 profissionais de nível
superior de variadas profissões, estive envolvida diretamente em um estudo
cuja hipótese estava ligada a uma futura crise institucional política no Brasil.
Integravam o grupo outros 17 assessores que agiam como observadores e
orientadores. Oportunidade única, pois, a equipe contava com militares de
patente superior, e pessoal civil ligado a vários órgãos públicos que atuavam
no planejamento governamental. Este grupo, utilizando em parte a
metodologia Delphi, enfocou a realidade brasileira em amplo espectro, com
vistas à adoção de estratégias internacionais decisórias envolvendo temas
sobre aspectos sociais, políticos, econômicos, demográficos e institucionais.
Ressalto que desta feita, o método tradicional Delfos sofreu adaptações, tais
como: (1) os questionários foram substituídos por formulários; (2) novo
roteiro foi elaborado para dar unidade nos questionamentos e melhor avaliar
as respostas das entrevistas individuais com os participantes escolhidos; (3)
cada participante expunha, em contatos ou em reuniões sucessivas, a sua
opinião sobre a matéria; o analista avaliava cada ponto e classificava as
respostas conforme roteiro pré-estabelecido. O mais importante desta fase
era saber identificar qual a melhor opção a ser adotada, pois, na medida em
que a pesquisa avançava, o número de cenários aumentava, gerando
dificuldade na escolha dos mais pertinentes. O resultado de cada entrevista
passava a compor matrizes de entradas e saídas (in put-out put). No fundo,
o objetivo maior da pesquisa foi traçar os rumos futuros que poderiam ser
7

seguidos pelos órgãos públicos assim como pelo setor privado da economia,
frente à crise energética mundial (1987).
O fato mais importante que levou a instituição a pesquisar a hipótese
formulada: o boom do petróleo de 1973 (aumento de US$ 2,50 o barril para
US$ 14,00) seguido de outro em 1979 (aumento para US$ 35,00), que,
mesmo com certo atraso, levou o Brasil a iniciar ex-abrupto, melhor, a toque
de caixa, o Programa do Álcool.
No ano de 1982, ficamos sabendo que universidades brasileiras de São
Paulo e Rio de Janeiro priorizavam estudos ligados a matriz energética
brasileira, com vistas a encontrar algumas soluções frente aos múltiplos
cenários mundiais que pudessem envolver o Brasil, evitando o atraso em seu
crescimento (Pereira, 1984). Metodologia utilizada: Técnica Delfos.
Com estas experiências, posso garantir que os resultados atingidos,
provaram que a técnica “delphi forecasting” é eficiente, pois oferece opções
para a tomada de decisões com perspectivas de curto, médio e longo prazo.
Saliento que o resultado de qualquer investigação científica que utilize a
metodologia Delphi, depende de cada realidade pesquisada. Cabe ao
analista propor as intervenções a realizar e em qual tempo. Em suma, os
resultados obtidos são baseados nas respostas dos atores interligadas aos
eventos de cada caso pesquisado. O grande desafio do analista está em seu
discernimento para perceber o que pretende. Em suma, ter certeza quase
absoluta dos resultados, o que implica, em um pré-conhecimento da
realidade que deseja abordar.
Avaliar resultados nas fronteiras do inusitado, depende dos saberes de
cada especialista, cuja ótica de observação determinará, pelos
conhecimentos e prática adquiridos, quais medidas poderão ser tomadas
para intervir nas realidades em crise.

Depoimentos sobre a importância da análise prospectiva:


Segundo H. T. Malvar, “o objetivo maior da prospectiva, quaisquer que
sejam as técnicas adotadas, é transformar a incerteza total do tomador
de decisões, quanto ao futuro, em incerteza parcial”. “
8

Bell & Juvenel sugerem que, “a prospectiva não pretende predizer o


futuro, mas projetar diferentes futuros alternativos, relacionando
possíveis decisões e eventos com futuros efeitos. Há de se conviver
com a noção paradoxal de que as possibilidades de futuros são várias,
mas o futuro será um só.”

Considerando estas experiências, acreditei nos resultados da pesquisa


realizada pela AASA, citada no primeiro item deste texto. E passei a divulgar
o decálogo.

Histórico da Técnica Delfos de fatos portadores de futuro


e novas abordagens

Um breve histórico sobre o surgimento da técnica.


(1) Olaf Helmer e N. Dolkey, consultores da Rand Corporation, Santa
Mônica, Califórnia, observando o declínio da empresa após a Segunda
Grande Guerra Mundial (1945), com a diminuição das encomendas pelas
Forças Armadas dos Estados Unidos, adotaram uma estratégia de
conhecimento da realidade futura, criando esta técnica, que os levou a
prever o comportamento do mercado e salvar a companhia de um desastre
econômico.
(2) No final dos anos sessenta, o Governo Francês, diante de
informações de suas embaixadas, divulgadas pela imprensa local e mundial,
que publicava os deslocamentos constantes de “atores-chave” entre pontos
estratégicos envolvendo a cúpula dos países Árabes (OPEP – Organização dos
Produtores de Petróleo), liderados pelo Ministro da Energia da Arábia Saudita,
Sheik Yamani, chegou à conclusão de que uma crise energética se
aproximava. O Governo da França encomendou pesquisa de âmbito mundial
utilizando a técnica Delphi Forecasting, que chegou a conclusão de que no
início dos anos 1970, haveria uma crise no setor. A pesquisa trouxe
informações precisas sobre o problema. E a França partiu para a construção
de plantas energéticas nucleares em regiões estratégicas do país, superando
a crise dos anos 1970 sem maiores traumas.
Após algumas análises, tomo a liberdade de apresentar algumas
reflexões sobre a pesquisa da AASA, com outro desenho, comentando alguns
9

pontos que considero relevantes para a situação brasileira, na tentativa de


justificar este artigo.
A preocupação com o tema tem duas vertentes. A primeira é que
sempre apreciei a Técnica Delphi, haja vista, a sua utilização em alguns
estudos que tive a oportunidade de participar. A segunda é que sempre
desejei aplicá-la a algum tema universitário. Notadamente na área da gestão
universitária, ou mesmo na educação sob o ponto de vista global, que tenha
relação com as preocupações educacionais que venho vivenciando com
intensidade nas funções de docência e concomitantemente na administração
do ensino superior nos últimos 4 decênios de minha vida acadêmica.
No caso da proposta acima citada, o tempo histórico é de grande
magnitude, pois se trata do século XXI. É evidente que a educação como
processo e não como momento, não pode ser medida dentro de uma camisa
de força, mas, deve oferecer rumos para a obtenção de resultados
satisfatórios. Especificamente, no resultado da pesquisa em análise,
saliento, está em jogo o papel do futuro profissional, independentemente dos
status que venha a ocupar.
Explico. Primeiro, entre tantas preocupações e que poderia ser motivo
de pesquisa utilizando a Técnica Delphi, sugiro a abordagem da seguinte
hipótese: qual caminho irá tomar o ensino superior da Região Sul brasileira
com epicentro no Estado do Paraná nos próximos 50 anos, frente a crises
sociais e econômicas, diante de um processo sucessório político linear e em
confronto com um mundo que se moderniza nas fronteiras da globalização
da economia onde as exigências em informação e conhecimento estão sendo
colocadas a prova? É título surrealista? Pode até que seja. Entretanto,
pergunto: quem saberá dar respostas claras para onde vamos ao campo da
educação, e principalmente no da educação integral, a Paidéia dos gregos
antigos, na minha percepção, esta, tão necessária nos dias da atualidade?
Que cenário educacional nos espera nos próximos anos para um país
dicotômico regionalmente em termos econômicos e sociais, convivendo com
a unidade na diversidade? Qual o futuro do MERCOSUL, sem que haja uma
10

pedagogia da integração que permita aos envolvidos, países e pessoas,


saber efetivamente do que se trata?
Segundo. Por força de função acadêmico-administrativa, estive
envolvido com Projeto Pedagógico de certa instituição de nível superior no
Estado do Paraná, que iniciou sua implantação no início do decênio em curso,
ousadamente (por iniciativa e decisão suprema de membro da cúpula
universitária), em todos os cursos da entidade e produto de discussões
polêmicas em reuniões com os grupos orientadores do citado projeto. A
temática fundamental deste projeto me obrigou a rever alguma literatura,
notadamente a dos anos que prelecionei no Curso de Pedagogia – Habilitação
Administração Escolar -, as Disciplinas de Economia da Educação e Políticas
Educacionais nesta universidade. Saliento que o Projeto Pedagógico foi
alocado ao Plano Estratégico da instituição. Motivo: ambos foram
considerados como um integrado ao outro. De um lado, creio, estava
correto. De outro, na prática, houve um desacerto entre as duas áreas
responsáveis pela implantação tanto de um deles como do outro. O que
segue é tão somente a minha opinião, com base em minha humilde
percepção do fato em si. (1) quem está ligado somente à gestão
universitária, perde a ótica da sala de aula; (2) o Projeto Pedagógico tratava
de estabelecer metas de ensino, mais destinado à interdisciplinaridade,
acarretando custos maiores e contratação de novos professores como massa
crítica indispensável ao sucesso do projeto. (3) Os setores envolvidos
diretamente no Plano Estratégico, criava camisas de força em contenção de
despesas, que impediu à implantação de inúmeros pontos cruciais a
sobrevivência do Projeto Pedagógico. Creio que esta dicotomia deve perdurar
por algum tempo, De outro lado, cabe aos analistas do Plano Estratégico,
reconhecer o não acerto das metas por eles propostas, uma vez, que dois de
seus cenários, não tiveram a consistência adequada para o pleno sucesso
deste plano. Reunidos os dois contendores, Projeto versus Plano, foi proposta
a idéia de rever o Plano. De outro lado, os responsáveis pelo Projeto, não
abriam mão de seus princípios, e ambos caminham por estradas não
convergentes. Quero crer que o Plano está assegurando o controle dos
11

gastos. E o Projeto segue sendo executado via reuniões, seminários, oficinas


de trabalho, e continua a não contar com a plenitude dos recursos humanos
e materiais necessários para atingir os objetivos propostos.
Poderia até arrolar inúmeras sugestões para cobrir determinadas
lacunas referentes a críticas que possam estar sendo admitidas de minha
parte, entretanto, é terreno assaz pantanoso para quem não aceita certas
medidas pedagógicas que vem sendo implantadas no sistema educacional
em vigência. É provável que minha percepção tenha furos, face a não ser um
especialista na área. Minha experiência de magistério me conduziu a não ser
pedagogo, mas educador. Defendo práticas fundamentadas em conteúdo e
não apenas em simples informações. O conteúdo ensina e forma. A
informação nem sempre forma. Pelo que vejo, há mais desinformação. E
quem não usa o conteúdo como ponto básico da educação, não tem
condições de oferecer o melhor ensino.
Terceiro. Ainda persiste meu interesse pela educação em análise
macro, mesmo que minha formação não seja diretamente ligada a essa área
do saber. Entretanto, a experiência no magistério me fez ver a educação
como força orientadora na formação da nacionalidade. E ai vai à questão: o
que se faz em sala de aula, uma vez que este espaço não é lugar só para o
ensino – formativo por excelência e não apenas informativo -, mas para a
prática da pedagogia do ensino? Este é um ponto ligado a um conceito que
tem mais de dois mil anos. Foi desenvolvida na pedagogia da antiga Grécia,
e que é título de obra clássica com o nome de “Paidéia – a formação do
homem grega” (Yaeger, 1933). Como foi aludido linhas atrás, os gregos
praticavam a Paidéia como educação integral, priorizando a formação política
do cidadão da polis – a cidade-estado.
Quarto. Na convivência acadêmica e em rodas sociais, venho
observando comportamentos e ouço com certo saudosismo, termos como
civismo, ética, bons costumes. As circunstâncias nos fazem ver que uma
espécie de sinistrose crônica paira no ar, como se um desejo insano tenha
tomado conta de alguns segmentos grupais, desejosos, a qualquer custo, de
retornar às antigas tradições. Explico: os meios de comunicação de massa
12

estão degradando, a cada dia que passa, com os antigos princípios, passando
a divulgar informações, até em uma linguagem absurdamente sem nexo e
que está sendo utilizada pela juventude. Infelizmente, alguns setores destes
grupos, não acreditam na força das mudanças que só a educação pode
promover. São resistentes às transformações sociais avançadas. Segmentos
sociais estes que se escandalizam com facilidade com o que vêem e ouvem
por estarem ainda vivenciando épocas passadas que bem mereceriam da
parte destes, pelo menos, revisão de conceitos, por menores que sejam. As
gerações de hoje passaram a entender estes mesmos valores com enfoques
e atitudes distintas. Entretanto, enquanto alguns desejam ver o “circo pega
fogo”, pergunto: o que estes grupos tradicionalistas vem fazendo quanto ao
futuro dos nossos jovens, boa parte deles quando não abandonados,
entregues a orientação de escolas que não sabem a que vieram e para onde
devem ir?
Quinto ponto. Defendo a prática da utilização de técnicas prospectivas
de futuros, tais como a Delphi Forecasting. Cada nova medida de porte a ser
tomada na administração acadêmica, nos dias de hoje, criar cenários é
condição sine qua non para o sucesso da implantação que objetiva melhorar
o sistema.
É responsabilidade de todos nós, educadores, operadores da
“pedagogia do ensino”, orientar os nossos estudantes para o que lhes
reserva o futuro, já que o século XXI não é mais coisa do passado, mas é o
presente, e que com certeza, acrescentará mais modernidade ao moderno
mundo onde todos nós vivenciamos e temos um papel a cumprir.
Pergunto, como desafio. Por que não se realiza pesquisa similar
utilizando a metodologia Delfos, em nível municipal, estadual ou em âmbito
nacional do Brasil, para conferir o Decálogo proposto pela AASA?

Dos resultados da pesquisa, questionamentos e posições assumidas


13

“A universidade livre existe apenas da democracia


liberal, e as democracias liberais, existem apenas,
onde há universidades livres.”

Allan Bloom

Allan Bloom há mais de um decênio (1987), lançou um livro, com


abordagem crítica a educação superior e que se praticava nos países ricos,
com ênfase aos Estados Unidos. A obra intitulada “A decadência da cultura
ocidental” tem como subtítulo uma chamada ao descaso que as sociedades
em geral – inclusive as ricas -, estão tratando a educação. E garanto que a
culpa deste descalabro, não é prerrogativa somente dos governos. Diz o
subtítulo da obra de Bloom: “ensaios sobre o declínio da cultura geral de
como a educação superior vem defraudando a democracia e empobrecendo
os espíritos dos estudantes de hoje”. A tradução publicada em Portugal dá à
obra um subtítulo ousado: “a cultura inculta” (1987). Este livro mexeu com a
educação nos países ricos, envolvendo professores, administradores
escolares, políticos. Nos Estados Unidos, o Semanário The Educational
Bureau, dedicou por meses, nos anos 1987 e 1989, em suas edições,
páginas e mais páginas, alertando as autoridades educacionais do país,
estados, distritos e municípios, sobre a carência do ensino no qual o país se
encontrava. Os debates chegaram ao Congresso Nacional Americano e aos
Congressos Estaduais. O impacto do livro de Bloom extravasou as fronteiras
do país e fez o mesmo efeito mundialmente como o de Faure, intitulado
“Aprender a ser”, publicado pela UNESCO nos idos dos anos 1960. Reli esta
obra, e aliando seus principais conceitos à “cultura inculta” de Bloom,
procurei traçar minha análise nos resultados da pesquisa, produto dos
questionamentos e do decálogo citados no intróito deste artigo.
Como a pesquisa teve como participantes pais, educadores, escolas,
sociedade civil e governos, quanto a contribuição de cada um para o
conhecimento, aptidões e habilidades necessárias aos jovens, objetivando o
sucesso profissional do futuro cidadão no século XXI, entendi as razões de
ser e o escopo tanto de Faure (1972) como de Bloom (1987).
14

Os resultados da pesquisa surpreenderam alguns observadores e


deram razão a outros. Aqueles que se surpreenderam, creio, estão fora da
realidade. Os que já vinham se preocupando com o tema, acariciaram seu
ego. Pergunto: o que estamos nós, educadores, a fazer por esta causa em
nosso cotidiano e em nosso meio ambiente interno e, porque não, no
ambiente externo as nossas atividades?
Apresento meus comentários seguindo a ordem dos resultados da
pesquisa, conforme o decálogo.
O princípio básico da modernidade está na visão holística do universo.
Holos em grego representa o todo. O conhecimento “virou a mesa” e se
tornou interdisciplinar. Não existe mais especialista na especialidade. O
especialista deve se preocupar também, pelo menos em parte, com a
generalidade, evitando o enclausuramento dentro de seu próprio meio
ambiente interno. Por outro lado, não deve ignorar o meio ambiente externo,
frente à mundialização da economia e a uma nova arquitetura da geopolítica
mundial. Os espaços regionais vão sendo definidos em blocos de países, com
um novo ordenamento jurídico de caráter comunitário que se implanta em
várias áreas geográficas do planeta. É ai que o mundo gira em nome da
holicidade.
Um dos itens sugerido pelos especialistas é leitura, necessária a
qualquer grupo social. Saber escrever e se comunicar com compreensão
abrangente, é tarefa individual, mas, é obrigação da escola ensinar a teoria
da língua e a prática de sua aplicação. É função primordial da escola, não
interessando em que nível de ensino esta tarefa se faça. Já ouvi de inúmeros
colegas ao longo dos anos, na convivência do cotidiano, que a culpa do
inadequado emprego da língua está no primeiro e segundo graus. Pergunto:
quem prepara os professores para o primeiro e segundo graus senão as
escolas preparatórias, ou seja, desde os primórdios do Primeiro Reinado, os
institutos de educação - antiga Escola Normal - e a universidade? A leitura
aprimora a palavra e escrita, e a escrita é o meio de comunicação mais
contundente que existe. É a prova cabal de qualquer exame que venha
15

garantir o direito de acesso a qualquer atividade nas mais óbvias


circunstâncias.
Conhecer matemática. Vivemos em um país sem tradição
matemática. Não pretendo entrar no mérito da questão, mas, a grande
maioria de nossos alunos abomina esta matéria. Motivo: má orientação
didática de um conhecimento fundamental para o desenvolvimento lógico da
mente. E este fato já se dava desde a Reforma Capanema (1942), se dá
desde os primeiros anos do ensino de primeiro grau (Lei 5692-1969). Ora, a
matemática é o sustentáculo do raciocínio filosófico. E a filosofia permite
nortear a vida com racionalidade marcando a prática dos princípios éticos de
todas as sociedades. Aliando este fato a invenção da democracia pelos
gregos antigos, conquanto este regime político ter sido exercitado na Grécia
antiga com certa demagogia, justificando-se esta prática como a garantia da
prevalência da ordem democrática, assim mesmo, foi possível governar as
cidades-estado da velha héllade, com dignidade e tirocínio, graças ao
raciocínio lógico de seus pensadores. Entretanto uma coisa ficou clara na
vida dos gregos antigos: o ordenamento das idéias, que prevaleceu na
formação dos regimes políticos, nas formas de governo, na ordem econômica
e no primado do direito quanto à aplicação da justiça, esta com base nos
princípios éticos que norteavam os destinos das polis da época. Na minha
percepção, creio, que a nova geração, deveria participar ativamente,
engajando-se politicamente nos partidos, disputando eleições, participando
de comitês de candidatos probos, lendo, organizando seminários sobre a
situação política nacional e internacional, analisando e discutindo textos
políticos de autores consagrados, e daí afora.
Os jovens devem saber interpretar estatísticas, dados e todos os
tipos de informação. Nos dias de hoje o mundo está plugado em rede,
resultado de uma infra-estrutura informatizada que nem sempre espelha a
verdade quando informa. A verdade científica é fundamental quando se faz
presente no conhecimento honesto. Saber usar computadores é um ponto
que destaca o homem da sociedade moderna, entretanto, tendo
16

conhecimentos para saber depurar “o joio do trigo”. Em linguagem chã: na


sociedade em rede - internet - entra lixo, sai lixo.
O conhecimento das questões governamentais é condição sine
qua non para o exercício da cidadania. Venho perguntando aos meus alunos
e ao público de minhas palestras quem leu a Constituição do país, pelo
menos a última de 1988, e a resposta é sempre a mesma: quase ninguém
sabe do que se trata. Deveres e direitos dos cidadãos são praticados por
ouvir dizer e não por conhecimento da causa. Só as lê quando tem algo a
reivindicar. De preferência os direitos. Os deveres...
Conhecer a história e as quantas anda o governo é obrigação do
cidadão, mas também da escola como indutora na formação da cidadania.
Uma democracia depende de seu exercício, senão, ela perece, dá lugar a
formas totalitárias e opressivas de governo. Democracia não é democratite.
Democracia é liberdade em todos os sentidos que o termo e o conceito
encerram, contudo, exercitada com vigilância.
A história do mundo não é interesse tão somente de especialistas. Na
era da globalização, a história e a geografia são instrumentos de
vanguarda do mundo atual. Muitos tratados diplomáticos foram bem
sucedidos por aqueles que os firmaram pelo conhecimento destas duas
ciências. Assim como o conhecimento de línguas estrangeiras. Estes
dois pontos estão interligados. São interdependentes. Condição de
sobrevivência para aqueles que desejam ocupar posições de destaque na
sociedade global. Este ítem arquiteta a aptidão mais positiva de sucesso nos
dias atuais. É tema contemporâneo da mais alta significação social e global.
Comunicação escrita e oral é postura para vencer as vicissitudes
dos mercados, cada vez mais competitivos. Trata da linguagem bem
aplicada, da palavra bem empregada. Garante o trabalho intelectual de
quem se dedica a gestão de todos os tipos de negócios. É gerador de
empregos nobres. Na medida em que a comunicação é realizada com
clareza, há sempre um mercado a conquistar. É onde as idéias se destacam
por aqueles que apreenderam o domínio da comunicação.
17

Conhecer, para saber criar, é preciso, pois, para utilizar a


racionalidade dedutiva e indutiva como instrumento de precisão lógica, os
jovens devem aprender a pensar por associação e via de conseqüência,
saber avaliar as realidades via leituras, as mais diversificadas. É preciso
ousar para criar. Mudanças de postura são necessárias. É preciso lançar o
olhar para um novo horizonte. Acrescento à pesquisa a necessidade de
saber comparar. Comparar no tempo e no espaço. Retorno aos gregos:
sincronia – sinchronos - refere-se ao tempo, diacronia – dichronos -, ao
espaço (La Palombara, 1974).
“Aprender a ser”, ou melhor, aprender a autodisciplina que leva a
responsabilidade dos atos praticados e a aplicação de princípios éticos
avaliando comportamentos pessoais e objetivos a atingir. Repito: os meios
de comunicação vêm bombardeando a juventude com exemplos não
recomendáveis à formação da cidadania. País onde a disciplina é parte de
seu ideário tem atingido níveis altos de desenvolvimento. Lembro que a
disciplina intelectual é aliada a disciplina corporal. Desde Platão, que pregava
o conhecimento da matemática, os exercícios físicos e a dança como
elementos formadores do futuro cidadão, creio, devem ser exercitados nos
dias atuais pelos jovens. O Japão é exemplo de como as artes marciais e
certos tipos de esporte individual e coletivo, são parte de um sistema
educativo que dá significado à formação de pessoas concentradas na arte da
techné, oferecendo melhores condições para a criatividade. Resumindo: o
ideário samurai – disciplina mental e corporal -, ainda está presente na
cultura japonesa.
O cidadão deve saber se adaptar e ser flexível diante das mudanças
que se verificam ao seu derredor, encorajando as iniciativas com
criatividade. Estes pontos auxiliam no exercício do trabalho quando da
participação com outras pessoas ao compor uma equipe. Saber fazer parte
de um time é essencial para a utilização do conhecimento. Construir uma
equipe é tarefa assaz desafiadora. Em uma palavra: não ser individualista,
ser cooperativo.
18

Respeitar os valores dos outros dividindo as contribuições da


equipe, já que, em grupo, a produtividade aumenta. Ligar este respeito ao
entusiasmo em aprendizado permanente. Ninguém sai da escola
entendendo e sabendo tudo. A escola ensina os caminhos básicos. Informa
alguns conhecimentos. O aprendizado na época atual depende de estudos
pós-graduados em nível de especialização, mestrado, doutorado, quando as
necessidades assim o exigirem. Não é, necessariamente, condição exclusiva
para a formação de pessoal destinado ao magistério de nível superior. Estas
necessidades hoje fazem parte das novas exigências ligadas a livre iniciativa.
Empresas modernas pesquisam novos processos de produção e novos
produtos, associadas ou não as universidades. Evidentemente, se em
parceria com os saberes universitários, o conhecimento e a informação
permutadas engrandecem o desenvolvimento da ciência e da tecnologia da
nação.
O entendimento da multiculturalidade, diversidade esta, típica dos
países jovens, devido à presença de grupos étnicos dos rincões mais
distantes do mundo, é fator decisivo no entendimento da ordem
internacional da sociedade global. Representa um aprendizado para a
resolução de conflitos de caráter interno como externo. Neste ponto a
educação é elemento chave, assim como, saber gerenciar estas
divergências, é elemento de alta significação da vida em comunidade.
Ser honesto e íntegro, assim como entender e respeitar os não
semelhantes, é fator legitimado pela grandeza de espírito de qualquer
cidadão. Vale dizer não impor modelos, por mais que estes tenham sido
provados com sucesso em circunstâncias as mais diversas em outros países.
Nunca esquecer que cada realidade é uma realidade. E que cada realidade
deve ser observada em sua própria perspectiva. E modelos sociológicos não
são unânimes de aplicação em qualquer realidade sem as devidas
adaptações a cada novo meio.

Conclusões
19

“Quando um estudante chega à universidade,


encontra uma desnorteante variedade de
departamentos e uma desnorteante variedade de
cursos. E não (encontra) orientação oficial alguma,
nenhum acordo a nível de universidade sobre o ele
devia estudar.”

Allan Bloom

Quando este texto estava sendo apresentado na forma de palestras, as


discussões com meus alunos sobre a citação acima, levava a controvérsias.
Alunos brasileiros não conseguem avaliar o que significa matrícula por
créditos, utilizadas nas universidades americanas com grande sucesso. No
Brasil, sempre fomos adeptos da anualidade, mesmo que em algumas
instituições de nível superior tenham implantado a semestralidade, “quase”
obrigatória desde a Reforma Passarinho (Lei 5540-1968). Os americanos
adotam majoritariamente a trimestralidade. Esta modalidade inflaciona as
disciplinas propedêuticas, a maioria obrigatórias, e as de formação
profissional, com um leque desnorteante de temas, levando o formando a um
certo grau de especialização específico.
Na minha experiência - diria limitada face ao conhecimento de
especialistas estrangeiros consagrados, mais citados pela área da pedagogia
-, a ausência de uma massa crítica numerosa no meio brasileiro, quando a
implantação das Leis 5540 – Ensino Superior -, e a 5692 – Ensinos de Primeiro
e Segundo Graus -, impediu o sucesso imediato desta reforma. A intenção foi
louvável. Entretanto, quando não se consegue atingir o escopo de imediato,
um fosso passa a separar alguns estratos da sociedade, levando ao caos o
ensino no futuro, notadamente, nas exigências mínimas de conhecimento
que cada formando deve ter apreendido, cabendo a escola dar-lhe o
conhecimento prospectivo do que o futuro lhe reserva.
Creio, faltou a realização de pesquisa utilizando a metodologia tipo
Delfos, para verificar os cenários da educação, ex-ante a implantação de
ambas as reformas de ensino.
Voltando aos resultados da pesquisa. No todo, como o teor que agora
faz parte do texto, era apresentado oralmente para estudantes de inúmeros
20

cursos, ficou demonstrado, via discussões e debates, contudo as


discordâncias entre grupos de alunos, que o tema é pertinente e universal.
O decálogo apresentado nas primeiras linhas deste texto, não é
prerrogativa desta ou daquela profissão ou mesmo desta ou daquela unidade
de ensino superior. Aplica-se a qualquer atividade profissional, haja vista sua
generalidade. A metodologia Delfos partiu para novos segmentos de
pesquisa. Desde seus primórdios em que a técnica foi testada, passaram os
analistas a avaliar fatos portadores de futuros para (1) a área militar, (2) a
previsão tecnológica, (3) ciências biológicas, com ênfase a medicina, (4)
ciências políticas e gerenciamento, (5) ensino e treinamento (in Kossobudzki
– anotações de aulas, 1994).
Os estudantes devem entrar na universidade consciente de seu papel
no futuro do país onde vivem sem ignorar que o mundo de hoje, é parte de
um sistema regional e mundial de alta competitividade. Quem dominar mais
tecnologias, mais conhecimentos, quem investir mais em pesquisa, quem
preparar mais massa crítica estratégica, terá futuro promissor. Quem
descurar destes itens, quem não aceitar novos modelos, quem resistir às
mudanças, quem não investir na educação, amargará seus erros no futuro.
Exemplo clássico: vide o Japão do pós Segunda Grande Guerra Mundial.
Tomo a liberdade de acrescentar dois pontos de vista que considero
crucial para o crescimento do Brasil. (1) Ou este país resolve oferecer mais
ensino de línguas estrangeiras aos seus jovens, ou sucumbiremos para as
nações que tem um grau de domínio em outras línguas melhor do que nós.
(2) Acrescento: leitura de livros é apenas uma parte de aquisição de
conhecimentos; leitura de revistas especializadas é saber dos novos saberes,
das novidades.
Por outro lado, conhecer a história e a geografia de seu país,
aprofundar-se no conhecimento das questões do governo, ler a constituição
com a atenção devida para poder exercer seus direitos e deveres,
estabelecendo uma relação interdisciplinar de conhecimento da política com
a economia do país, é obrigação de todo cidadão. Creio que este ponto é
21

estratégico para o crescimento intelectual da nação e do exercício pleno da


cidadania.
Pessoalmente acredito na educação como força motivadora, indutora e
arma pacífica para a transformação da sociedade. A educação se aplica em
termos verticais e horizontais. Projetos de mudança como o que se está
utilizando em algumas universidades ou faculdades isoladas, na tentativa de
mudar os modelos arcaicos, é atitude renovadora, desafiadora, criativa e
exigência da contemporaneidade, favorecendo o traço de novos rumos
educacionais exigidos para o século XXI.
Procurei tratar este artigo, melhor dizendo, relato expositivo,
fundamentado em experiências pessoais, conhecimento teórico e diálogo
entre o autor e o seu público. Espero ter sido entendido.

Fontes Bibliográficas

ALMEIDA, Paulo Roberto de. Os primeiros anos do século XXI – o Brasil e as


relações internacionais. São Paulo. Paz e Terra, 2002.

ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX. São Paulo. UNESP, 1996.

BARBEIRO, Heródoto. O Relatório da CIA – como será o mundo em 2020.São


Paulo. Ediouro, 2006.

BLOOM, Allan. O Declínio da Cultura Ocidental – da crise da universidade à


crise da sociedade. São Paulo, Editora Best Seller, 1989.

CARBONCINI, Anna et al – organizador. A virada do século – reflexões sobre a


passagem do milênio. São Paulo. Unesp, 1987.

CASPER, Gerhard & von Humboldt, Wilhelm. Um mundo sem universidades.


Rio de Janeiro. Ed Unerj, 1997.

FAURE, Edgard. Aprender a ser. Unesco, Paris, 1972.

FRIEDMAN, Thomas L. O mundo é plano – uma breve história do século XXI.


Rio de Janeiro. Objetiva, 2005.

FRIEDEN, Jeffry A. Capitalismo Global – história econômica e política do


século
22

XX. Rio de Janeiro. Zahar, 2008.

FUKUYAMA, Francis. A grande ruptura – a natureza humana e a


reconstituição
da ordem social. Rio de Janeiro, 2000.

HABILIDADES GLOBAIS. Site encontrado na internet, 23 de novembro de


1997. Editora O Aprendiz, 1998.

ESTULIN, Daniel. A verdadeira história do Clube Bilderberg. São Paulo.


Planeta,
2006.

GIANNOTTI, José Arthur. A universidade em ritmo de barbárie. São Paulo.


Brasiliense, 1986.

IKUJIRO, Nonaka & HIROTAKA, Takeushi. Criação de conhecimento na


empresa – como as empresas japonesas geram a dinâmica da
inovação. Rio de Janeiro. Campos, 1997.

JAEGER, Werner. Paidéia – a formação do homem grego. Lisboa. Áster, 1970.

JUDT, Tony. Pós-Guerra – uma história da Europa desde 1945. Rio de Janeiro.
Objetiva, 2008.

KENNEDY, Paul. Preparando para o século XXI. Rio de Janeiro. Campus, 1993.

KOURGANOFF, Wladimir. A face oculta da universidade. São Paulo. Unesp,


1990.

LANGONI, Geraldo et al – coordenador. A Nova América Latina. Rio de Janeiro.


Fundação Getúlio Vargas, 1996.

La PALOMBARA, Joseph. Politics Within Nations. New York. Prentice-Hall, Inc.,


USA, 1974.

MINOGUE, Kenneth. O conceito de universidade. Brasília. UNB, 1981.

NAISBIT, John. Paradoxo global. Rio de Janeiro. Campus, 1994.

NAISBIT, John. Megatendências Ásia – oito megatendências que estarão


transformando o mundo. Rio de Janeiro. Campus, 1997.
23

OHMAE, Kenichi. O mundo sem fronteiras – poder e estratégia em uma


economia
global. São Paulo. Makron Books, 1991.

OHMAE, Kenichi. O fim do Estado Nação. Rio de Janeiro. Campus, 1996.

OHMAE, Kenichi. Além das fronteiras nacionais – as empresas no século XXI –


o
Japão e o Mundo. São Paulo. Arteciência, 1998.

PEREIRA, Antônio Celso Alves. Os Impérios Nucleares e seus Reféns: relações


internacionais contemporâneas. Rio de Janeiro, 1984.

PESQUISA, realizada pela Associação Americana de Administradores


Escolares,
Estado Unido da América, Washington, USA. Divulgada pela INTERNET -
1998.

SACHS, Jeffrey. O fim da pobreza – como acabar com a miséria mundial nos
próximos 20 anos. São Paulo. Companhia das Letras, 2005.

SCHAFF, Adam. A sociedade informática. São Paulo. Unesp, 1990.

SEN, Amartya. Desenvolvimento com liberdade. São Paulo. Companhia das


Letras, 1999.

SEN, Amartya. Desigualdade reexaminada. Rio de Janeiro. Record, 2001.

SENGE, Peter M. A quinta disciplina – arte e prática da organização que


aprende. São Paulo. Best Seller, 2004.

STEWART, Thomas A. Capital intelectual – nova vantagem competitiva das


empresas. Rio de Janeiro. Campus, 1998.

TEIXEIRA DA SILVA, Francisco Carlos. O século sombrio – uma história geral


do século XXI. Rio de Janeiro. Campus, 2004.

TOFFLER, Alvin. Powershift – as mudanças do poder. Rio de Janeiro. Record,


1990.

THUROW, Lester. Cabeça a cabeça – a batalha econômica entre Japão,


Europa e
Estados Unidos. Rio de Janeiro. Rocco, 1993.

THUROW, Lester. O futuro da capitalismo – como as forças econômicas


moldam
o mundo de amanhã. Rio de Janeiro. Rocco, 1997.
24

WEBER, Max. Sobre a universidade. São Paulo. Cortez, 1989.

EDUCATION for the XXI CENTURY


What a future professional be learning to
day for a successfully in the third millennium

Constantino Comninos

Professor of Political Economy. MA in Education - University


Management. MBI in Business Intelligence and Knowledge
Management. Honorable Consul of Greece in Curitiba.

Summary

This article demands to know some matters that will be to catch to day,
to reach the good conditionings for a future world. Suggest applying newly
knowledge’s for the professional success. 0
25

S-ar putea să vă placă și